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Secretaria de Estado de Segurança Pública

Instituto de Ensino de Segurança do Pará


Coordenadoria de Ensino Superior
Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais de Polícia e Bombeiros Militar/CAO 2017
Especialização em Gestão Estratégica e Defesa Social

ALBINÉSIO DA SILVA DUARTE

Por que os sinos batem?


O sucesso e o fracasso no II Curso de Operações Especiais da
PMPA/2016.

Artigo apresentado ao Instituto de Ensino de Segurança


do Pará e à Academia de Polícia Militar "Cel Fontoura"
para obtenção do grau de Especialista em Defesa Social.
Orientador: Cel PM M.Sc. César Mello

Marituba/Pará
2017
Por que os sinos batem?
O sucesso e o fracasso no II Curso de Operações Especiais da
PMPA/2016.

RESUMO

Este Trabalho Científico se propõe a pesquisar as causas do sucesso e do fracasso dos


candidatos inscritos no II Curso de Operações Policiais Especiais da Policia Militar do Pará,
ocorrido em 2016. Será também apresentado um breve histórico das tropas especiais no
mundo até chegar no conceito de operações policiais especiais no Brasil. Para responder à
problemática: qual o motivo principal de desistência dos candidatos neste curso? Foi utilizado
como instrumento metodológico uma pesquisa quantitativa, com a aplicação de questionários
ao público alvo, buscando elucidar tal questão. O perfil dos candidatos do curso, em geral foi
de policiais militares com 5 a 15 anos de efetivo serviço na corporação, na maioria casados e
com filhos, que tinham como motivação no curso um misto entre aprimoramento profissional
e satisfação pessoal e com a opinião, quase na totalidade, que o fator psicológico foi o que os
tirou ou manteve no curso. Finalmente, será apresentada como proposta uma iniciativa
institucional para ser aplicada na Polícia Militar do Pará para pretensos candidatos ao curso de
operações policiais especiais, desde a formação, tendo como foco o recrutamento, seleção e
treinamento dos referidos candidatos, visando direcionar e orientar a motivação dos que
possuírem perfil para este tipo de serviço especializado.

Palavras-chave: Sucesso, Fracasso, Motivação, Psicológico, Recrutamento

Why do the bells rings?


Success and failure in the II PMPA / 2016 Special Operations Course.

ABSTRACT

This Scientific Paper intends to investigate the causes of success and failure of the candidates
enrolled in the II Special Police Operations Course of the Military Police of Pará, occurred in
2016. It will also be presented a brief history of the special troops in the world until arriving
at the concept of special police operations in Brazil. To answer the question: what is the main
reason for dropping candidates in this course? A quantitative research was used as
methodological instrument, with the application of questionnaires to the target public, seeking
to elucidate this question. The profile of the candidates in the course was generally military
police officers with 5 to 15 years of effective service in the corporation, mostly married and
with children, who had as motivation in the course a mix between professional improvement
and personal satisfaction and with the opinion, almost in totality, that the psychological factor
was what took them or kept them in course. Finally, a proposal will be presented as an
institutional initiative to be applied in the Military Police of Pará for alleged candidates for the
course of special police operations, since training, focusing on the recruitment, selection and
training of these candidates, aiming to direct and guide the motivation those who have a
profile for this type of specialized service.

Keywords: Success, Failure, Motivation, Psychological, Recruitment


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1. INTRODUÇÃO

Há muito tempo a atuação de grupos militares de pequeno efetivo, bem armados e


treinados com ações pontuais de combate e maneira de ação peculiar (utilizando métodos
diferenciados de treinamento e atuação), também chamadas de Forças Especiais, se faz
presente no contexto dos combates históricos, sendo de fundamental importância suas ações
em diversos eventos e episódios da sociedade. Tão antigos quanto à existência destes Grupos
Especiais, são os critérios de recrutamento, treinamento e ingresso de candidatos a servirem
neste universo.

Inúmeros são os eventos históricos que demonstram a importância destas tropas de


pequeno porte e grande poder destrutivo no desfecho de um conflito, percebendo sempre a
importância da seleção, do treinamento e combate das tropas no terreno, enfatizando
novamente o foco que deve ser dado primordialmente à preparação dos integrantes destas
forças militares especializadas em ações de espionagem e guerra irregular, preferencialmente
pela retaguarda do inimigo e utilizando como um de seus princípios, a surpresa como ponto
de desequilíbrio no combate.

Este conceito remete a uma viagem histórica para a origem destas tropas: no século
XIX, durante os conflitos da Expansão Colonial, os exércitos da Europa foram obrigados a
modificar suas formas de combate, pois se depararam com adversários numericamente
inferiores e menos equipados, porém com estratégias de guerrilha apuradas e bastante eficazes
no terreno. Tratava-se da Comunidade Bôer, descendentes da colônia holandesa, a qual
recusou curvar-se a dominação inglesa, na Guerra dos Bôers¹. Diante das perdas e ações
pontuais os Britânicos tiveram que admitir que estavam lutando contra um novo tipo de
inimigo que levara suas ações pontuais além das linhas britânicas cansando e confundindo o
exército. Tratava-se dos Kommandos Bôers, uma Unidade Militar que tinha em seu efetivo
homens com idade de alistamento. Conforme Denécé (2009, p. 18):

Esses homens recebiam para isso treinamento regular. Em campo, os Kommandos


fundiam-se à imensidão sul-africana. Eram rápidos, conheciam admiravelmente bem
o terreno, eram excelentes atiradores, cavaleiros notáveis, resistentes e sóbrios, e
fizeram as unidades britânicas, pesadas e de pouca mobilidade, passarem por
dificuldades.

¹ II Guerra dos Bôers (1899 a 1902) Confronto armado ocorrido na África do Sul, onde lutaram contra os
Britânicos os colonos holandeses e franceses. A Grã-Bretanha pretendia tomar o domínio de minas de diamante
descobertas naquela área dos Bôers.
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No ano de 1940, no fervor da Segunda Guerra Mundial, surge no Reino da Grã-


Bretanha, das mãos e da mente do Tenente-Coronel de Artilharia Dudley Clarke (secretário
do Chefe do Estado-Maior Imperial Britânico Gen. Sir John Dill), o rascunho de uma
proposta de criação dos Comandos. Segundo Young (1975, p. 08):

No dia 04 de junho (1940), o tenente-coronel havia organizado suas ideias na forma


de anotações em uma folha de papel. No dia 05 de junho, Clarke expôs a Dill suas
ideias. Dia 06, Dill as transmitiu a Churchill, então Primeiro-Ministro. Dia 08 Dill
disse a Clarke que seu esquema estava aprovado.

Com a aprovação da ideia pelo então Primeiro Ministro Britânico Winston Churchill,
surgia o que seria o cerne da Doutrina dos Comandos Ingleses, alavancada pela necessidade
extrema do momento histórico o que deu início à Mística das Operações Especiais Modernas.
Para Denécé (2009, p. 41):

Para o Churchill de 1940, a solução, com certeza, estava lá: unidades pequenas,
integradas por homens supertreinados, audaciosos, resolutos, equipados apenas com
as melhores armas que pudessem carregar, capazes, principalmente de tomar a
iniciativa. Pouco numerosos, os comandos podiam surgir onde o inimigo não os
esperava e empreender ações pontuais, rápidas, à noite.

Teve início em outubro de 1940, o primeiro curso de Comandos e em dezembro de


1942 passou a ter como base o Castelo de Achnacarry, nas terras altas da Escócia Ocidental,
local escolhido para sediar a Escola de Comandos de Achnacarry, tendo como Comandante o
Ten Cel Charles E. Vaughan. Logo na chegada, os pretensos comandos eram submetidos a
uma marcha de 16 kilômetros da estação rodoviária até o velho castelo e no caminho lhes
eram mostradas as sepulturas dos alunos mortos durante o treinamento, que não se prepararam
ou que não suportaram a carga imposta, o que já abalava o psicológico daqueles que não se
achavam preparados. Como indica Rossi (2000, p. 2):

O Curso de Comandos tinha a duração inicial de 03 meses, sendo reduzido para 05


semanas, por necessidade da Guerra, o que não significou uma redução na qualidade
do curso, considerado na época como o mais rigoroso e duro possível. Os exercícios
buscavam o máximo de realismo e muitos acidentes eram fatais. Nos 03 anos de
existência do Centro, acredita-se que houve cerca de 25.000 Alunos, havendo 40
mortes durante os treinamentos. Já na chegada dos novos alunos, estes enfrentavam
uma marcha de 16 quilômetros da Estação Rodoviária até Achnacarry, sendo que
durante o caminho eram mostradas as sepulturas dos soldados mortos nos
treinamentos, por não terem se empenhado corretamente ou se descuidado durante o
curso.

Esta simbologia das sepulturas do cemitério de Achnacarry atravessou o tempo,


perdurando até hoje como uma das muitas místicas dos cursos de operações especiais, onde
todos aqueles candidatos que desistem durante o curso, tem uma cruz de madeira com seu
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número gravado e fixado junto a uma lápide em um cemitério simbólico nas adjacências do
Cerimonial (local de eventos do curso) onde acontecem as instruções. Conforme Storani
(2008, p 74):

Do lado esquerdo e à frente da área de inspeção, com uma estrutura de 4 x 4m


cercado de arame farpado, estava instalado o ‘Cemitério Cerimonial’. Este era o
local destinado ao sepultamento simbólico dos alunos desistentes do COEsp, por
meio da fixação de uma cruz com a inscrição do número do aluno e onde as almas
dos desligados ficam presas.

Ainda tratando de simbologia, uma outra bastante presente e que fortalece esta mística
é a do Sino, sua origem também remete ao mesmo local e época de Achnacarry, onde o sino
da igreja do local sempre soara para avisar que havia ocorrido um óbito no vilarejo e após a
instalação da Escola de Comandos e das baixas já ocorridas no curso, associou-se as
badaladas do sino à morte dos alunos. Assim, este ato de “bater o sino” por parte do aluno,
ainda hoje nos cursos representa a morte, a libertação e a separação. Morte, agora não mais
física, apenas simbólica para aqueles que desistem e deixam suas almas naquele curso; uma
libertação, pois toda a rigidez e dificuldades do curso cessarão com aquele ato simbólico do
aluno desistente e finalmente uma separação entre os sobreviventes e os que não suportaram
permanecer na busca do objetivo. Ainda com Storani (2008, p 74):

No mastro, preso em uma barra a 1,80 m do solo, pendia um sino de bronze: o sino
era tocado toda vez qur um aluno pedia desligamento, muitas das vezes era tocado
pelo próprio aluno, que declarava sua desistência.

No âmbito policial, este conceito de operações especiais surge com o termo SWAT -
Special Weapons and Tactics (armas e táticas especiais), que teve origem no fim da década de
60 (1967), onde houve a necessidade de se fazer frente aos recorrentes incidentes envolvendo
os veteranos de Guerra do Vietnã, que vez ou outra surgiam, nas áreas urbanas, com armas de
guerra e tomados de ataques e surtos psicóticos advindos ainda das experiências marcantes do
combate, oferecendo risco de ferimentos e ou morte à população civil local. Segundo
Betini;Tomazi (2010, p.24): confirmar origem, swat ou brigadista 2ºGM

Inspirados nos grupos militares, no final dos anos 60, surgiram os primeiros grupos
especiais de natureza policial. Isso ocorreu, principalmente, em virtude da
necessidade de combater ameaças causadas por veteranos de guerra, portadores de
algum desequilíbrio emocional que, por vezes e sem razões aparentes, efetuavam
disparos contra civis ou policiais utilizando armamento de grande poder ofensivo.
Um dos primeiros grupos foi a SWAT da Polícia de Los Angeles (EUA).
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Os conceitos de operações especiais de natureza militar oriundos de sua origem com


os Comandos Britânicos, onde os grupos têm como objetivo atuarem principalmente em
tempo de guerra, com destruição e sabotagem para aniquilar ou neutralizar o inimigo imposto,
divergem dos objetivos dos grupos de operações policiais especiais, onde toda e qualquer
ação deve ser pautada e respaldada pelo arcabouço jurídico vigente e com a missão precípua
de resguardar a vida e a integridade de pessoas, inclusive dos infratores da lei que naquele
momento se apresentam como opositores a estes grupos.

Trazendo o estudo para o âmbito do Brasil e da Segurança Pública, estão as Polícias


Militares, com a previsão legal de sua existência no inciso V do Art. 144 da Constituição
Federal do Brasil de 1988 e inciso II do Art. 193 da Constituição do Estado do Pará de 1989,
como integrante e uma das responsáveis pela Segurança Pública, juntamente com demais
órgãos e setores.

No tocante aos primórdios de treinamentos nesta área no Brasil, o primeiro curso


ocorreu em meio a um país que estava enfrentado, entre as décadas de 60 e 70, o surgimento
de vários focos de guerrilha espalhadas por várias regiões do território nacional, sendo as
principais lideradas por ex militares do Exército Brasileiro, os quais possuíam grande
conhecimento em combate urbano e rural, além de uma liderança peculiar para recrutar e
preparar guerrilheiros. Estes líderes foram responsáveis por diversos ataques e ações em todo
o Brasil na época. Como apresenta Rossi (2000, p. 4):

A partir de 1967 ocorreram no Brasil vários focos de guerrilha, começando pelo Rio
Grande do Sul, um foco comandado pelo Ten Cel do Exercito Brasileiro, de nome
GARDEN, que na condição de exilado, juntou no exílio outros militares
descontentes com vocação Leninista - Marxista, dando inicio a suas ações pelo sul
do Brasil sendo desmascarada e extinta pelas forças legais do norte do estado de
Santa Catarina.

Com o objetivo de fazer frente aos ataques e investidas da guerrilha que se espalhava
pelo país, com um nível de resposta similar em treinamento, equipamento e preparo, foi
criado na PMESP (Polícia Militar do Estado de São Paulo) o POE - Pelotão de Operações
Especiais. Para isso, foram chamados os policiais militares que possuíam o curso de
paraquedismo ou que haviam servido em outras tropas especializadas do Exército, ocorrendo
então em 1971 o primeiro curso nesta área, no âmbito das polícias militares, com a
denominação ainda de “Curso de Contraguerrilha Rural e Urbana”. Ainda com Rossi (2000, p
4):
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Foram convocados nesta época todos os Policiais Militares que possuíam o curso de
Paraquedismo ou eram ex integrantes das fileiras da então Brigada Aeroterrestre do
Exército Brasileiro, sedo reunidos um número de aproximadamente 300 (trezentos
homens) no auditório do Quartel General da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Após explanação do objetivo, apresentaram-se 103 (cento e três) voluntários, cuja a
finalidade foi formar um Pelotão de Operações Especiais[...] Após inúmeros testes
psicotécnicos e de aptidão física, foram aprovados apenas 33 (trinta e três)
voluntários surgindo então o POE.

Percebe-se o rigor do treinamento, desde a primeira seleção no Brasil nesta área, pelo
baixo número de concluintes. O curso de contraguerrilha rural e urbana (1971) da PM de São
Paulo foi, assim o embrião e laboratório para motivar outras polícias do país a criarem seus
grupos de operações policiais especiais, conforme suas necessidades peculiares regionais,
porém sempre buscando manter latente a doutrina de comandos, aliada as técnicas policiais já
em uso da SWAT de Los Angeles, também recém-formada em 1967.
Dentro da Polícia Militar do Pará, atualmente existe o Comando de Missões Especiais
(CME), criado pelo Decreto Estadual nº 3.670 de 07 de outubro de 1999 (PARÁ, 1999), um
Grande Comando Intermediário que opera em missões e situações que fujam do caráter
ordinário de atuação da Polícia Militar, sendo uma de suas Unidades integrantes a Companhia
Independente de Operações Especiais – CIOE, criada em 1993, através da Portaria nº 033 de
01 de outubro, publicada no Boletim Geral nº 181, de 04 de outubro do mesmo ano, tendo
como missão precípua a atuação em ocorrências de altíssimo risco tanto para o agente de
Segurança Pública quanto para a sociedade.
No estado do Pará o primeiro curso de operações policiais especiais ocorreu no ano de
2008, tendo como coordenadores e instrutores, caveiras (termo mundialmente utilizado para
definir os militares que são possuidores do curso de operações especiais) já formados em
diversos estados do país que agora seriam responsáveis pelo fortalecimento da doutrina no
Estado. O curso ocorreu entre os meses de setembro a dezembro daquele ano, com uma carga
horária de 1080 (hum mil e oitenta horas aula) distribuídas entre fase rústica, técnica e de
operações.
Oito anos depois, já em 2016, foi realizado novamente na PMPA o II Curso de
Operações Especiais-II COEsp/2016 o qual é o objeto deste artigo. O Plano de Curso foi
publicado no Boletim Geral da PMPA n° 121 de 29 de junho de 2016 e trouxe todas as
informações pertinentes como: período de realização de 13 de agosto a 22 de novembro de
2016, com 16 (dezesseis) semanas de duração, em regime de internato nas dependências da
CIOE-PMPA, com uma malha curricular de 28 (vinte e oito) disciplinas totalizando
1595(hum mil quinhentos e noventa e cinco) horas aula e com um custo total em torno de R$
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800.000,00 (oitocentos mil reais), segundo informações prestadas pelo então comandante da
Companhia Independente de Operações Especiais da PMPA, na época de realização do
referido curso.
Alinhado com este contexto de preparação, treinamento e principalmente formação
deste profissional de operações policiais especiais surge o título deste trabalho: Por que os
sinos batem? O sucesso e o fracasso no II Curso de Operações Especiais da PMPA/2016,
tendo como problemática, neste sentido: Qual o motivo principal de desistência dos
candidatos inscritos neste curso? Este artigo buscará elucidar a principal causa na
discrepância entre o grande investimento financeiro por parte da corporação, de tempo e
treinamento por parte dos candidatos nesta especialização e o resultado não condizente com a
resposta esperada que é a conclusão do curso de um número de candidatos compatível com o
custo investido e para atender as demandas operacionais do serviço.
Desta forma, esta pesquisa tem como objetivo geral investigar os motivos que
ocasionaram as desistências e identificar também as causas do êxito daqueles que
conseguiram se formar neste curso. Conjuntamente, os objetivos específicos são: conceituar
operações policiais especiais, definir o perfil dos candidatos em geral (concluintes ou não),
procurar a motivação que impulsiona estes candidatos a buscar esta especialização
profissional e propor uma institucionalização de recrutamento e preparação para o referido
curso, visando direcionar tecnicamente os futuros policiais militares interessados em se
candidatar.
A justificativa para este artigo está justamente na busca de um alinhamento entre o
perfil exigido para atuar nesta atividade de operações policiais especiais e um recrutamento
mais técnico e direcionado por parte da instituição dos pretensos candidatos, minimizando
esforços institucionais e recursos financeiros no processo de seleção, otimizando os resultados
com um aumento de efetivo nesta área, que não seria somente numérico, com base na
quantidade, mas principalmente na qualidade dos novos operadores.
Assim, surge como relevância deste estudo a precípua formação de policiais militares
na área de operações policiais especiais e o que ela traz como resultados preventivos e
repressivos para a corporação, além de buscar maior eficiência no custo-benefício desta
especialização, considerando o alto investimento da PMPA para formar especialistas nesta
área, aumentando a efetividade para a sociedade, com atuações técnicas e direcionadas que
irão acrescer o poder de revide da Polícia Militar do Pará às ações criminosas de maiores
vultos, cada vez mais frequentes no Brasil de modo geral e que necessitam de um nível de
resposta altamente especializado e treinado para tais situações.
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2. REFERENCIAL TEÓRICO E REVISÃO LITERÁRIA

Visando minimizar algum tipo de intimidação ou sentimento de imposição hierárquica


militar sobre os candidatos entrevistados, pelo fato do autor ser oficial no posto de capitão e
ainda ser “caveira”, o que poderia ser visto como uma espécie de violência simbólica,
podendo vir a tolir os candidatos a serem imparciais nas resposta, foram adotadas algumas
medidas que garantiram a imparcialidade das respostas.

Sobre violência simbólica, traz Pierre Bourdieu (1989, p. 11):

É enquanto instrumentos estruturados e estruturantes de comunicação e de


conhecimento que os sistemas simbólicos cumprem a sua função política de
instrumentos de imposição ou de legitimação da dominação, que contribuem para
assegurar a dominação de uma classe sobre outra (violência simbólica), dando o
reforço da sua própria força as relações que a fundamentam e contribuindo assim
para a domesticação dos dominados.

Assim, uma das medidas adotadas para a redução desta violência simbólica foi não ter
contato presencial com os mesmos, justamente para que o entrevistado tivesse a liberdade de
responder os questionários sem limite de tempo e de maneira totalmente voluntária. Outra
medida foi garantir o sigilo da identidade dos entrevistados, uma vez que os mesmos não se
identificaram neles e todas as perguntas elaboradas foram de caráter geral, não havendo
necessidade de direcionamento pessoal, principalmente aos candidatos que não conseguiram
obter êxito no curso, atingindo seu final. Mais uma medida cautelar adotada para diminuir a
violência simbólica foi não revelar ao um dos grupos que o outro seria também consultado,
justamente para evitar comparações e ou constrangimentos por parte dos candidatos que não
conseguiram se formar.

Direcionando o assunto em tela ao conceito de Polícia e considerando a variedade no


contexto histórico e internacional, Bayle nos afirma: “Por causa disso, defini polícia como o
grupo de pessoas autorizadas por um grupo para regular as relações interpessoais dentro de
uma comunidade, através da aplicação de força física” (BAYLE, 2002, p. 229). Seguramente,
esta regulação dita aqui perpassa por uma gama de valores sociais e históricos que tornam
bastante complexa até mesmo a delimitação deste conceito, ratificando a dificuldade do
trabalho policial, pois basicamente media conflitos e toma decisões que envolvem dois
grandes bens do ser humano: a vida e a liberdade.

Certamente que para lidar com tais bens do ser humano, o policial necessita
desenvolver um conjunto transversal de conhecimentos e habilidades afim de exercer da
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melhor forma possível sua atividade sem ferir ou infringir o arcabouço jurídico brasileiro.
Aliado a todas estas exigências legais estão os nuances sociais, psicológicos e profissionais
inerentes a função do agente público de segurança e mais ainda dos que buscam se
especializar na modalidade de operações policiais especiais.

Percebe-se, assim, que a formação de um policial militar para sua atividade


profissional já se faz complexa pela inconstância social e aumento de demandas que moldarão
seu desenho curricular adaptando o futuro profissional à mudança da sociedade à qual este
servirá. Especificamente para as Tropas Especiais, esta formação e arcabouço de
conhecimento se espraia mais ainda, exigindo dos candidatos uma motivação extra para a
busca da excelência em sua atuação, uma vez que terão exponencialmente aumentados os
riscos de ferimentos e mortes no desenvolvimento de suas funções laborais.

Reforçam este estudo sobre a motivação do sucesso e do fracasso dos candidatos ao II


COEsp da PMPA/2016, alguns conceitos, exemplos e teorias já estudadas no âmbito
acadêmico. Primeiramente vamos buscar o que seria a motivação e as Operações Especiais
em alguns conceitos fundamentados em literaturas. Conforme Rodrigues (2012, p. 67):

O termo motivação deriva da palavra latina motivus (o que move), para indicar
aquilo que faz as pessoas agirem. Ela pode ser considerada, portanto, um estado
interno do organismo que leva a pessoa a agir, deixar de agir ou ficar propensa a
determinado comportamento, como consequência de circunstâncias externas ou
estímulos específicos.

A questão motivacional é um dos temas mais estudados no mundo moderno, quer pela
diversidade e desencadeamento de abordagens possíveis, quer pela sua direta influência em
vários ramos, atividades e direcionamentos do ser humano em suas tomadas de decisão
individual ou em grupo. Ainda com Rodrigues (2012, p. 68):

Diversas teorias tentam explicar o fenômeno da motivação humana, cada uma


lançando luz sobre um dos aspectos do multifacetado processo motivacional. Entre
elas, as teorias de Abraham Maslow (1908-70), David McClelland (1917-78),
Frederick Hersberg (1923-2000) e a teoria das Metas Estabelecidas (Goal Setting
Theory), de Locke e Lathan oferecem, em razão de sua variedade a pertinência, uma
base mais sólida para a abordagem do problema da motivação para o combate.

Dando enfoque para uma das teorias que explica o fenômeno da motivação, vamos
utilizar a Teoria de Maslow, a qual afirma que o ser humano busca satisfazer-se por uma
hierarquização de necessidades de diversas naturezas, sendo materializada esta divisão em
uma pirâmide, vindo desde à base (necessidades fisiológicas) até o topo (autorrealização).
11

Sendo esta Autorrealização algo unicamente subjetivo, o indivíduo busca realizar-se


em questões objetivas, materializadas em bens palpáveis ou ainda em bens imateriais,
sentimentos, reconhecimentos, prestígios ou simplesmente realizações intrínsecas, que levarão
a pessoa a ter valores diferenciados que lhe farão sentir-se satisfeita e recompensada como ser
humano.
Enquadra-se neste valor o Curso de Operações Especiais para um policial militar, mais
especificamente, neste estudo, para um dos candidatos do caso em tela, pois seu maior
resultado final (produto), além de todo o arcabouço técnico, tático e psicológico adquirido
durante o curso, na verdade é o valor moral de autorrealização.

Corroboram ainda com este resultado dados advindos de uma pesquisa feita em 2010
com ex alunos do I curso de operações policiais especiais da PMPA e o de mergulhador
autônomo de resgate do Corpo de Bombeiros Militar do Pará (considerado também o mais
difícil e seletivo curso na área bombeiro militar), onde foram obtidos números significativos
de respostas apontando que 48% dos participantes afirmaram que o Treinamento de Preparo
Emocional (TPE), bastante massificado em treinamentos destas áreas, foi o fator de maior
dificuldade e que ele foi desmembrado em situações como: medo de perder o controle,
desconhecimento na área, incerteza do que irá acontecer, etc. (PINHEIRO, 2010, p. 22)

Surge daí a real necessidade do candidato a um curso desta monta buscar se adequar a
rigidez dos treinamentos na sua preparação psicológica para ingressar e mais ainda enquanto
já estiver no curso, buscando se identificar com o objetivo das operações especiais.
Concatenando com Betini e Tomazi (2010, p. 55):

Um guerreiro é comparado ao aço. Sua disciplina assemelha-se à disciplina do metal


que, para ser forjado, requer fogo, água e muitos golpes de marreta, tudo isso para
que se molde e se transforme, passando de um punhado de matéria amorfa para
tornar-se um objeto com um propósito, uma utilidade. No treinamento policial, o
fogo representa o preparo psicológico resultante do estresse imposto durante o
treinamento. A água é a frieza e solidão à qual será submetido o aluno. Os golpes de
marreta representam a superação física e proporcionam a quebra de barreiras
psicológicas que, juntamente, com o elemento fogo, expandem a compreensão do
possível a um ponto antes não imaginado.

Percebe-se através desta explanação metafórica, um pouco da severidade dos


treinamentos exigidos nesta área das Operações Especiais e que tais exigências são
absolutamente necessárias, dado o viés e a especificidade das atribuições inerentes à atuação e
também que a espera de um retorno financeiro diferenciado, após formado, por conta de tais
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exigências, não devem fazer parte das expectativas de um policial desta área. Soares et al
(2005, p.7):

Qual o antídoto para a corrupção? Na história do BOPE, a resposta foi uma só:
orgulho. Orgulho pessoal e profissional. Respeito ao uniforme negro. Antes a morte
que a desonra. O processo de seleção era tão difícil e doloroso, o ritual de passagem
era tão dramático, que o pertencimento passou a ser o bem mais precioso. Ser
membro do BOPE, partilhar desta identidade, converteu-se no patrimônio mais
valioso. A autoestima não tem preço. Portanto, não se negocia.

Tão dura e difícil quanto a seleção, também é a atuação pós curso nesta área, uma vez
que esta é a última barreira de proteção do Estado, o último recurso a ser lançado frente uma
ameaça que justifique sua ação, não havendo, portanto, espaço ou justificativa para falhas. Daí
a busca incessante por treinamentos que se aproximem ao máximo da realidade das
ocorrências policiais que irão se apresentar para este tipo de profissional da segurança
pública.
Grossman apud Pinheiro (2010, p.15) destaca as técnicas de condicionamento
operante, bastantes utilizadas pelos atiradores de elite (integrantes de grupos de operações
especiais) que consiste na apresentação de estímulos mais próximos da realidade, permitindo
assim a obtenção de respostas que terão como consequências ações direcionadas nas mais
variadas condições. Isto reforça o direcionamento da preparação psicológica, visto que ela
será preponderante nas instruções mais exigentes dos cursos, procurando instituir um controle
emocional diferenciado aos operadores policiais especiais.

3. METODOLOGIA

O objeto da pesquisa foi o II curso de operações policiais especiais da PMPA que


ocorreu no período de 13 de agosto a 22 de novembro de 2016, sendo alvo da análise 56
(cinquenta e seis) candidatos aprovados e selecionados em todas as etapas da seletiva e que
foram considerados aptos a iniciarem o curso, tanto física quanto psicologicamente. Foi
mantido contato (via ligação ou mensagem de aplicativo de celular) com 50 (cinquenta),
sendo que os outros 06 (seis) restantes ou não responderam as tentativas de contato ou não
foram localizados ficando impraticável a obtenção de suas respostas.

O motivo principal da escolha de se estudar a segunda edição do curso foi o fato da


recente realização do mesmo na PMPA(2016), o que torna mais atual e realista o universo
estudado, assim como mais latente as memórias dos candidatos que dele participaram,
produzindo respostas mais contemporâneas e de acordo com a busca da resposta à
13

problemática levantada, o que ficaria mais difícil se o estudo fosse direcionado ao primeiro
curso, realizado em 2008, pelo extenso decurso do tempo e maior dispersão dos candidatos
participantes.

Considerando as devidas reservas no tocante ao poder simbólico que teria no fato de


um “caveira” aplicar os questionários diretamente, fenômeno que poderia interferir tanto na
coleta quanto no resultado das entrevistas, buscou-se primar pelo voluntariado dos candidatos,
sendo solicitado aos que responderam as mensagens ou ligações, a colaboração com este
artigo através do preenchimento do instrumento de pesquisa tipo questionário, o que foi
aceito.
Para tal, foi realizada uma pesquisa de natureza quantitativa, onde foram distribuídos
dois tipos de instrumento de coleta de dados tipo questionário de múltipla escolha, um deles
para os candidatos que concluíram o curso (Apêndice A) e o outro aos que, por algum motivo,
desistiram ou foram eliminados (Apêndice B), sendo divididos em dois grupos distintos.

A partir de então foi enviado através de correio eletrônico (e-mail) para todos, os
referidos questionários e no período de 23 a 31 de agosto de 2017 ocorreram todas as etapas
da busca de dados: o recebimento por parte dos entrevistados, o preenchimento e
esclarecimento de alguma dúvida sobre o questionário e o reenvio dos mesmos já
preenchidos, também via e-mail, sendo feita a coleta dos dados constantes para ulterior
análise.

Ambos os questionários possuem as mesmas perguntas até a parte de identificação e


motivação para se inscrever no COEsp, sendo diferenciados a partir do momento em que se
direcionam para os motivos que levaram o candidato a concluir com êxito o curso ou ainda, os
que levaram os outros a desistirem ou serem desligados.
Neste sentido o próprio Plano de Curso, documento institucional que rege todas as
ações do curso, aponta de forma clara no item nº 5 (Conduta), sub item “h” (desligamento), os
casos em que os alunos, já matriculados, podem ser eliminados: basicamente prevê que será
por vontade própria (no caso eles mesmos solicitando, neste caso haverá o ato simbólico de
bater o sino que acompanha o turno no decorrer do curso), por insuficiência técnica (não
atingirem índices técnicos mínimos exigidos) ou por motivos de saúde(alguma enfermidade
que limite sua participação nas etapas do curso).
Após todos os questionários serem preenchidos pelos que concordaram em colaborar
com a pesquisa, os mesmos foram separados em dois grupos: o grupo dos candidatos que
conseguiram se formar no curso e o grupo dos que, por algum motivo, não obtiveram êxito.
14

A partir daí, os dados foram tabulados em planilhas do programa Excel da Microsoft


Office, versão 2007 e produzidos gráficos, também com as ferramentas do referido programa,
com o fito de facilitar a visualização das respostas dos candidatos e maximizar a análise dos
resultados obtidos na pesquisa, gerando dados e números para fundamentar o teor da pesquisa
em tela.

4. ANÁLISE DOS RESULTADOS


De posse de todos os instrumentos de pesquisa devidamente preenchidos e separados,
foi possível elaborar uma análise mais minuciosa das variáveis levantadas e estabelecer um
perfil dos candidatos que contribuíram com este artigo.

a) Posto ou graduação

A primeira pergunta do questionário refere-se, entre os matriculados, ao posto ou


graduação, considerando os 56 (cinquenta e seis) que iniciaram o curso. Mesmo sem todos
haverem respondido, foi possível identificar os postos e graduações pela relação publicada no
Boletim Geral n° 189 de 06 de outubro de 2016.

Entre os oficiais, o maior público ficou entre os tenentes, tendo a participação de um


capitão e um major apenas, o que já era de se esperar uma vez que o maior efetivo da
corporação está entre os tenentes. Já com os praças, a maioria 26 candidatos (46,5%) de
matriculados foi de soldados que também são o maior efetivo da polícia militar. Houveram
também dois candidatos de outras forças de segurança pública, um soldado do Corpo de
Bombeiros Militar do Pará e um agente da Polícia Rodoviária Federal.

Figura 1- Distribuição dos candidatos matriculados no II Coesp PMPA/2016 por posto ou


graduação

Fonte: Dados do autor, 2017.


b) Tempo de Efetivo Serviço
15

A segunda pergunta, ainda comum aos dois públicos (formados e desistentes),


questiona sobre o tempo de efetivo serviço à época do curso. A partir daí somente os 50
(cinquenta) que responderam aos instrumentos de pesquisa formam o universo estudado.

Destes, apenas 02(dois) candidatos (4%) possuíam entre 15 a 20 anos de efetivo


serviço, 18 (dezoito) possuíam entre 10 e 15 anos (36%) e 30 (trinta), isto é 60%, estavam
com o período entre 05 a 10 anos. Pode-se afirmar que neste curso, a grande parte dos
candidatos possuía pouco tempo de serviço, o que pode indicar que as aspirações de cursos
operacionais na Policia Militar do Pará estão mais propensas a serem buscadas nos primeiros
10 anos de serviço, o que posteriormente, neste estudo, ajudará a formar um perfil dos que
almejam possuir o curso em tela.

Figura 2 - Distribuição dos candidatos matriculados no II Coesp PMPA/2016, que


responderam ao questionário, por tempo de efetivo serviço na corporação

Fonte: Dados do autor, 2017.

c) Estado civil

Neste item, comum aos dois públicos ainda, foi verificado que dos 50 (cinquenta) que
responderam ao questionário, 22(vinte e dois) ou seja, 44% informaram ser casados, 20(vinte)
viverem em regime de união estável (40%) e somente 08(oito) serem solteiros (16%). Isso
será importante mais adiante para a formação do perfil dos candidatos matriculados e quando
forem separados entre os que formaram e não formaram, verificar qual a influência do estado
civil naquele momento do curso. Até aqui, infere-se que ser casado ou viver em união estável
não são fatores que sejam óbices para a busca de qualificação no curso estudado aqui.

Figura 3 - Distribuição dos candidatos matriculados no II Coesp PMPA/2016, que


responderam ao questionário, por estado civil
16

Fonte: Dados do autor, 2017.

d) Quantidade de filhos (as)


Neste caso, foram dadas as seguintes respostas: 03(três) candidatos possuíam mais de
três filhos (as) (6%), 10(dez) possuíam três filhos (as) (20%), 18 (dezoito) possuíam dois
filhos (as) (36%), 07 (sete) possuíam somente um filho (14%) e 12 (doze) não possuíam
nenhum filho (24%). Tais dados apontam que a responsabilidade de ser pai de família, mesmo
possuindo vários filhos, em alguns casos, também não ponderaram negativamente na decisão
pela candidatura ao curso de operações policiais especiais da maioria (76%) dos que
responderam.

Figura 4 - Distribuição dos candidatos matriculados no II Coesp PMPA/2016, que


responderam ao questionário, pela quantidade de filhos (as) que possuem

Fonte: Dados do autor, 2017.

e) Objetivo ao fazer o curso

Perguntado sobre o objetivo ao se candidatar para o curso foram coletadas as seguintes


respostas: 13(treze) - 26% deles afirmaram ser somente a satisfação pessoal o motivo de se
inscreverem, 10(dez) candidatos – 20% marcaram como sendo o aprimoramento profissional
seu alvo no curso, 07(sete) deles – 14% elegeram o reconhecimento profissional como seu
objetivo no curso e finalmente, 20 candidatos- 40% afirmaram que o conjunto formado pelos
17

quesitos satisfação pessoal e aprimoramento profissional, juntos, foram seus principais


motivos de buscar a especialização.

Percebe-se daí que a maioria dos que foram matriculados, têm no curso uma
oportunidade de satisfazer um binômio de satisfação pessoal, pela realização de um objetivo
de busca pessoal aliada ao aprimoramento profissional, o que irá lhes conferir, certamente, um
avanço técnico-profissional ímpar, dada a dificuldade e rigor dos treinamentos envolvidos em
um COEsp. Certamente o “status” profissional conferido a um “caveira” no âmbito da
corporação e até mesmo fora dela, foi um dos fatores que impulsionaram o público deste
estudo a se candidatarem.

Figura 5 - Distribuição dos candidatos matriculados no II Coesp PMPA/2016, que


responderam ao questionário, pelo objetivo ao fazerem o curso

Fonte: Dados do autor, 2017.

f) Concluintes e não concluintes

Dentro deste item e a partir dele em diante na pesquisa, abriremos um parêntese para
iniciar a separação entre os candidatos que concluíram o curso e os que não concluíram: dos
56(cinquenta e seis) matriculados somente 14(quatorze) – 25%, ou seja um quarto (1/4)
conseguiram chegar ao final do curso. 42(quarenta e dois) – 75% não conseguiram se formar,
por diversos motivos.

As perguntas dos questionários de agora em diante foram separadas e direcionadas


para estes dois públicos, com o objetivo de buscar enumerar e analisar os motivos do êxito de
alguns e da desistência de outros, haja vista que todos, sem distinção, foram submetidos a
uma mesma carga de esforços físicos e psicológicos enquanto alunos do curso.

Figura 6 - Distribuição dos candidatos matriculados no II Coesp PMPA/2016 entre


concluintes e não concluintes
18

Fonte: Dados do autor, 2017.

g) Tempo de preparação (física e psicológica) para o curso

Retomando o item “tempo de preparação física e psicológica”, foram comparadas as


respostas do que formaram e dos que não formaram, obtendo os seguintes dados:

Entre os que concluíram o curso, no universo de 14 (quatorze), 04 (quatro) - 28,57%


afirmaram que o tempo de preparação física e psicológica estava em 01 e 2 anos, 08 (oito) -
57,14% informaram que se prepararam durante um período entre 02 e 03 anos e 02(dois)
deles – 14,29% tiveram sua preparação com um período superior a 03(três) anos. Estes
números indicam que a maior parte dos que concluíram o curso, 10(dez) deles- 71,43%
tiveram uma preparação superior a dois anos. Este tempo médio (2 anos) pode ser um
indicativo para que todos os que pretendam se candidatar a um curso desta monta, tome como
base para uma preparação eficaz, devendo ser consideradas, logicamente as especificidades
fisiológicas e psicológicas de cada indivíduo no transcurso do processo.

Focando entre os que não formaram e que responderam os questionários, sendo estes
36(trinta e seis), 20 (vinte) deles- 55,55% se prepararam entre 06 meses a 01 ano, 10 (dez) -
27,78 % se prepararam de 01 a 02 anos e 06 (seis) - 16,67% tiveram seu preparo entre 02 e 03
anos. Antagonicamente aos números do parágrafo anterior, aqui 83,33 % dos que não
concluíram o curso, podem ter no tempo de preparação inferior a 02 anos, um dos
motivos de suas desistências.

Figura 7 – Gráfico demonstrando o tempo de preparação para o II Coesp PMPA/2016 dos


candidatos que formaram e dos que não formaram
19

Fonte: Dados do autor, 2017.

h) Qual o fator fundamental para permanência ou não no curso?

Desta feita, foram dadas algumas opções como sendo possíveis motivos fundamentais
para a conclusão ou não do curso sendo obtidas as respostas a seguir:

Para os que formaram, 12(doze) - 85,71% garantiram que têm como fundamental a
preparação psicológica para alcançarem o êxito no curso, o que reforça que a preparação e
treinamento devem ser permeados deste item como principal, aliando a resistência física
necessária as várias etapas, desde o teste físico de entrada até a conclusão do curso, à uma
preparação mental para as diversas situações de pressão psicológica sofridas pelos alunos
durante todo o processo de formação.

Ainda neste grupo, 02 (dois) alunos – 14,28 % atribuíram a conclusão do curso ao fato
de os mesmos já possuírem uma experiência anterior em outros cursos operacionais na PM ou
fora dela, o que lhes deu um lastro considerável para enfrentar um curso de operações
policiais especiais. Olhando por esta ótica, sem dúvida, a experiência também vem como um
fator a ser considerado, uma vez que os nuances envolvidos em um COEsp exigem dos
candidatos uma perspicácia apurada pelo nível de cobrança da coordenação do curso e neste
caso, já ter se deparado com situações pelo menos similares, pode ajudar muito.

Já entre os que não formaram, 03 (três) candidatos- 8,33% afirmaram que suas saídas
do curso foi devido a falta de preparação física específica, 05 (cinco) candidatos- 13,89%
atribuíram à falta de uma melhor preparação física e a psicológica, 06 (seis) candidatos –
16,67%, à falta de experiência em outros cursos e a grande maioria, 22(vinte e dois)
candidatos- 61,11% também afirmaram que suas saídas se deram pela falta de
preparação psicológica mais direcionada ao que poderiam passar no curso.
20

Ratificando o resultado da pesquisa com os 50 (cinquenta) candidatos, 34 (trinta e


quatro), ou seja, 68% elegeram a preparação psicológica como o fator fundamental para
o sucesso, assim como para o fracasso no COEsp, o que demonstra a importância desta
variável para o contexto aqui estudado, a ponto de se tornar a diferença entre atingir o
sucesso e o fracasso. Sobre a seleção e treinamento de umas das mais respeitadas tropas de
operações especiais do mundo afirma Mcnab (2002, p. 57):
Estar em excelente forma física não é o suficiente para entrar no Special Air
Service (SAS). Mesmo as primeiras quatro semanas de treino - que se centram
principalmente na aptidão de resistência dos recrutas - requerem capacidades
mentais que serão testadas em cada fase do processo de recrutamento.

Figura 8 – Gráfico demonstrando o principal fator de permanência ou não no II Coesp


PMPA/2016 segundo os candidatos que formaram e os que não formaram

Fonte: Dados do autor, 2017.

i) Possuir família (esposa e filhos) influenciou positiva ou negativamente?

Nesta pergunta buscou-se verificar até que ponto o fato de possuir família (esposa e
filhos) tem influência positiva, negativa ou neutra na conclusão ou não do curso. As respostas
e análise a seguir:

Primeiramente, entre os que formaram 06(seis) - 42,86% responderam que


influenciou positivamente, pois este fato aumentou a motivação para que conseguissem o
sucesso. Percebe-se daí que a maioria dos que formaram teve na família, não um óbice para
treinar ou desistir e sim um motivo para buscar o objetivo final. 03(três) candidatos – 21,43%
afirmaram que a família não influenciou na preparação, pois conseguiram treinar sem
interferir na vida familiar. 02(dois) candidatos – 14,28% atribuíram como negativo o fato de
possuírem família, considerando um treinamento para um curso deste, o que acabou
21

interferindo na preparação e 03(três) candidatos – 21,43% informaram não possuírem esposa


nem filhos.

Analisando a resposta dos que não formaram, obteve-se os seguintes resultados: 12


(doze) – 33,33% afirmaram que apesar de não terem conseguido finalizar o curso, o fato
de possuírem família (esposa e filhos) foi neutro na preparação, não pesando para o
resultado final. 08(oito) candidatos – 22,22% sentiram-se mais motivados por possuírem
família para fazer o curso, mesmo não tendo formado. 07(sete) candidatos – 19,44%
apontaram como negativo o fato de possuírem esposa e filhos, o que teria influenciado no
resultado e finalmente 09(nove) candidatos apenas informaram não possuir esposa e filhos.

Figura 9 – Gráfico demonstrando a influência ou não do fato dos candidatos ao II Coesp


PMPA/2016 possuírem família para o resultado do curso

Fonte: Dados do autor, 2017.

j) Qual a fase mais difícil do curso?

Esta pergunta foi direcionada somente aos candidatos que se formaram e busca uma
avaliação sob a óptica dos alunos sobre as dificuldades do curso em si. Considerando que a
divisão das instruções, conforme o plano de curso consta de três fases: fase rústica (2
primeiras semanas), fase técnica (10 semanas seguintes) e fase de operações (2 últimas
semanas), foi obtido o seguinte resultado:

10(dez) candidatos – 71,43% afirmaram achar o curso inteiro muito difícil,


independente de alguma fase específica, sendo esta a opinião da grande maioria dos
formados, mais uma vez ratificando o alto nível de cobrança e pressão peculiares em todas as
fases de um curso de operações policiais especiais. Já 04(quatro) candidatos – 28,57% são da
opinião que a fase mais difícil do curso é a primeira fase, também chamada de fase rústica,
que se refere as duas primeiras semanas do curso.
22

Figura 10 – Gráfico demonstrando qual a fase mais difícil do curso segundo os candidatos ao
II Coesp PMPA/2016 que se formaram

Fonte: Dados do autor, 2017.

k) Quanto à uma proposta de institucionalização do recrutamento e preparação


para o curso de operações policiais especiais

Finalmente, para terminar os questionários distribuídos, foi perguntado para os dois


públicos (formados e desistentes) se a seleção prévia e preparação para um curso deste nível
de exigência, deveria ser individual ou a instituição Polícia Militar do Pará poderia de alguma
forma contribuir com ela.

Os resultados foram que entre os formados, 10(dez) candidatos – 71,43% opinaram


que poderia sim haver uma busca e preparação institucional para este curso desde a
formação, identificando os perfis e direcionando os pretensos candidatos para o curso.
Para 04(quatro) candidatos – 28,57% esta preparação deve ser individual, cabendo a cada um
treinamento específico para atingir o objetivo.

Entre os candidatos que não formaram, 22(vinte e dois) – 61,11% também acham
que a instituição poderia direcionar desde a formação os interessados, orientando para a
especificidade de um treinamento necessário para o curso. Contra a opinião de
14(quatorze) – 38,89% candidatos que marcaram que a preparação deve ser individual e não
da PM para este curso.

Figura 11 – Gráfico demonstrando se a preparação deve ser individual ou poderia ser


institucionalizada, segundo os candidatos ao II Coesp PMPA/2016 que responderam ao
questionário
23

Fonte: Dados do autor, 2017.

O perfil dos candidatos, tanto concluintes como desistentes, alvos deste estudo,
conforme o resultado da pesquisa ficou assim definido: policiais militares (oficiais e praças)
com um tempo de serviço entre 05 e 15 anos, na sua maioria casados e com filhos, fato
este que, segundo os mesmos não influenciou negativamente na preparação para o curso.
Estratificando os que concluíram o curso, os mesmos se prepararam física e
psicologicamente por um período entre 2 e 3 anos de maneira específica e direcionada para
aquilo que imaginaram que passariam durante o curso. Os concluintes também foram, em sua
maioria, da opinião que as dificuldades estiveram presentes durante todo o período dos 4
meses de duração do COEsp, sendo que cada uma proporcional a etapa enfrentada, mas
sempre num alto nível de dificuldade. Ambos os candidatos (formados ou não) concordaram,
em sua maioria, que poderia haver uma institucionalização do recrutamento e
preparação para o curso, o que viria a diminuir o índice de evasão recorrente e direcionar os
candidatos desde o ingresso na corporação para as atividades específicas exigidas nesta área.

5. CONCLUSÃO

O curso de Operações Policiais Especiais é, sem dúvida, o mais difícil e completo


curso de todo o contexto policial de especialização e sempre assim o foi desde as primeiras
edições no Brasil nos estados precursores como São Paulo e Rio de Janeiro, na década de 70.
Neste contexto o II COEsp, ocorrido em 2016, da Policia Militar do Pará, objeto deste estudo,
não fugiu em nada do padrão nacional estabelecido. Com uma extensa e variada malha
curricular, totalizando 1595(hum mil, quinhentos e noventa e cinco) horas aula, o curso
buscou abranger diversas áreas do conhecimento policial, preparando aqueles que concluem
para uma realidade cada vez mais próxima das guerras urbanas enfrentadas nas grandes
metrópoles do país.
24

Esta realidade nacional tende a evoluir negativamente e por isto é importante o


investimento em treinamentos e cursos na área de Segurança Pública que preparem seus
agentes policiais para o cenário esperado. Mas para isto, se faz necessário, antes de mais nada
que o candidato tenha consciência, ou pelo menos a ideia, do nível de dificuldade do
treinamento e que isto é primordial para seu preparo como operador formado. Este estudo
buscou mostrar entre outras coisas, a motivação dos alunos pretensos caveiras em buscar o
aprimoramento profissional, aliado à satisfação pessoal de possuir um curso nesta área, sendo
estes dois motivos apontados como principais pela maioria dos que conseguiram chegar ao
final.

Conclui-se como resposta à problemática levantada que a preparação psicológica foi


apontada como o motivo principal de desistência, assim como de conclusão dos candidatos
inscritos neste curso. Os autores aqui apresentados dão a importância devida também ao
preparo físico necessário a esta modalidade de policiamento, mas principalmente à motivação
e ao preparo emocional, uma vez que o curso, além de ser longo, em regime de internato, com
instruções nos períodos matutino, vespertino e noturno, é envolto de um universo de
infindáveis testes emocionais e pressões psicológicas que, sem dúvida vão minando a
resistência psicológica dos candidatos. Isto faz parte da realidade do curso e neste caso foi o
maior responsável pelo resultado final, com apenas 25% dos candidatos, ou seja,1/4
alcançando o final, formado.
Uma das opiniões da maioria dos entrevistados (formados e não formados), foi a de
que a Polícia Militar através da CIOE, poderia buscar identificar e selecionar candidatos com
o perfil para fazerem o curso e submetê-los a seletivas e treinamentos direcionados para o
curso em tela. Tal iniciativa seria de baixo investimento, uma vez que iria utilizar o efetivo de
policiais possuidores do curso que estão lotados no quartel e o apoio de unidades da própria
corporação para auxiliar na seleção. Seguramente esta seria uma estratégia que poderia
impactar positivamente no aumento de efetivo especializado nesta área, dinamizando a
atuação e possibilitando desdobramentos operacionais mais eficientes para atender a demanda
do Estado do Pará.

Todo ingresso na Corporação da Polícia Militar do Pará tem seu cerne nos Cursos de
Formação de Praças (CFP), com duração de 06 meses e de Oficiais (CFO), com duração de 03
anos, neles são repassados diversos conhecimentos nas mais variadas áreas no contexto
segurança pública. Durante este período é comum cada instrução direcionar o interesse de
25

determinados alunos que se identifiquem com suas aptidões e interesses de atuação após
formados.

Como proposta deste trabalho, entraria aí, justamente neste período de formação uma
pré-seleção para os que se identificassem com a área de operações policiais especiais, que
poderia ser feita por integrantes da própria Companhia Independente de Operações Especiais,
possuidores do curso, que teriam contato com este público de novos integrantes da PMPA,
durante as instruções e já observariam aqueles que se destacassem ou demonstrassem um
certo perfil e interesse diferenciado pela área. Desta feita, ao final de cada formação, seria
feita uma seletiva física, psicológica e de histórico de conduta disciplinar na formação,
somente com os pré-selecionados anteriormente. Os aprovados nestas seleções iniciais, seriam
separados e transferidos para servirem no quartel da CIOE, iniciando assim, uma preparação
mais completa e direcionada para os cursos da Companhia, tendo como tutores os policiais
militares possuidores do curso, que iriam acompanhar o desempenho dos resultados, até que
os pretensos caveiras estivessem prontos para ingressar e com chances maiores de atingir a
conclusão do curso.

Assim, poderia ser criada na Companhia a SERET- Seção de Recrutamento e


Treinamento, responsável pelo recrutamento, seleção e preparação para os novos integrantes
da PMPA, com uma equipe multidisciplinar, com acompanhamento físico, técnico interno da
CIOE e inspeções médicas e psicológicas com o apoio de outras unidades da PMPA que
sejam especializadas nestas áreas. Com isso, sem grandes impactos orçamentários, a
instituição PMPA poderia ter um retorno com pessoal mais especializado na área de
operações especiais, diminuindo o déficit de efetivo para estas missões de altíssimo risco em
todo o Estado.
Considerando uma comparação entre o aumento considerável da criminalidade, tanto
em efetivo, armamentos, equipamentos entre outros, com o número de policiais que
conseguem se formar em um curso de operações policiais especiais no Brasil, como um todo,
fica clara a eminente necessidade de se especializar homens para fazer frente à essa escalada
vertiginosa do crime especializado. De forma alguma deve-se aumentar efetivo somente com
quantidade, não seria esta a ideia e nem seria possível, respeitando a doutrina de operações
especiais, mas sim buscar mecanismos de maximizar os investimentos nos cursos, buscando
aliar qualidade de especialização com aumento gradual de efetivo interessado em se
especializar.
26

As descrições, teorias e dados coletados e analisados neste artigo, comprovam que a


necessidade de especialização do efetivo policial nesta área, pode ser incrementada sem
perder as exigentes características necessárias aos cursos, aliando-se fatores como
recrutamento, identificação de perfil, direcionamento específico, acompanhamento e análise
de resultados é possível mitigar os obstáculos inerentes para a obtenção do sucesso e diminuir
as possibilidades de fracasso de maneira técnica e direcionada.
27

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAYLEY, D. H. Padrões de Policiamento: uma análise comparativa internacional. 2. ed.-


São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2002.

BETINI, Eduardo Maia; TOMAZI, Fabiano, COT: Charlie. Oscar. Tango: por dentro do
grupo de operações especiais da Polícia Federal – São Paulo: Ícone, 2010.

BOURDIEU, Pierre, O poder simbólico – Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil, 1989.

BRASIL – Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal,


1988.

DENÉCÉ, Eric, A História Secreta das Forças Especiais: de 1939 a nossos dias – São
Paulo: Larousse do Brasil, 2009.

DUNNIGAN, James F., Ações de Comandos: operações especiais, comandos e o futuro da


guerra dos EUA – Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 2008.

McNAB, Cris. SAS- Forças Especiais curso de admissão. Tradução Paula Antunes.
Ed.: Estampa, Lda. Lisboa, 2002.

PARÁ. Constituição (1989). Constituição do Estado do Pará. Belém (PA): ALEPA, 1989.

PINHEIRO, Alessandra, Treinamento do preparo emocional no Curso de Mergulho de


Resgate e no Curso de Operações Especiais - Trabalho de Conclusão de Curso de
especialização em Defesa Social e Cidadania. Instituto de Ensino de Segurança do Pará. Pará,
2010.

RODRIGUES, Fernando Goulart, Ação sob fogo! Fundamentos da motivação para o combate
– Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 2012.

ROSSI, Reynaldo Simões, Manual do coeano da Polícia Militar do Estado de São Paulo -
- São Paulo, 2000.

SOARES, Luiz Eduardo. et al. Elite da Tropa – Rio de Janeiro: Objetiva, 2006.

STORANI, Paulo. "Vitória Sobre A Morte: a Glória Prometida". O "rito de passagem" na


construção da identidade dos Operações Especiais do BOPE/PMERJ. Dissertação de
Mestrado em Antropologia. PPGA/UFF. Rio de janeiro, 2008.

YOUNG, Peter, Comando - Madri: Libreria editorial San Martin, 1975.


28

APÊNDICE “A”

Questionário 1(aplicado aos candidatos que formaram no II Coesp PMPA/2016)


1. Qual seu posto ou graduação na época do II COESP PMPA 2016?
a) Capitão ou maj
b) 2º ou 1º ten
c) Sub ten ou sgt
d) Cb ou sd
e) Pertencente a outra força (fora da PMPA)
2. Qual seu tempo de efetivo serviço na época do curso?
a) De 20-25 anos
b) De 15-20 anos
c) De 10-15 anos
d) De 05-10 anos
e) Menos de 5 anos
3. Qual seu estado civil na época do curso?
a)Casado
b)Solteiro
c)União estável
4. Você possuía filhos na época do curso? Caso positivo quantos?
a)Mais de 3 filhos
b)3 filhos
c)2 filhos
d)1 filho
e)Não
5. Qual seu objetivo ao se candidatar ao II COESP PMPA 2016?
a)Somente satisfação pessoal
b)Aprimoramento profissional
c)Reconhecimento profissional
d)Satisfação pessoal e Aprimoramento profissional
6. Quanto tempo você se preparou (física e psicologicamente) para o curso?
a)Mais de 3 anos
b)De 2 a 3 anos
c)De 1 a 2 anos
d)De 6 meses a 1 ano
7. O que você atribui, como fundamental, para a sua conclusão no curso?
a)Preparação Física específica para o curso
b)Preparação Psicológica
c)Preparação física e a psicológica direcionadas para o que imaginou que passaria no
curso
d) Experiência em outros cursos na área operacional que já possuía na PM
29

8. Caso você tenha família (esposa e filhos), até que ponto isto influenciou em sua
preparação e conclusão do curso?
a) Influenciou positivamente, pois aumentou minha motivação
b) Influenciou negativamente, pois acabou interferindo na minha preparação
c) Não influenciou, uma vez que consegui executar minha preparação, sem interferir na
vida familiar
9. Na sua avaliação, qual a fase mais difícil do curso?
a) Fase rústica no início (2 primeiras semanas)
b) Fase técnica (10 semanas seguintes)
c) Fase de operações (2 primeiras semanas)
d) Todo o curso foi muito difícil
10. Para você, a preparação para um curso desta natureza:
a) Tem que ser individual, pois existem muitas coisas especificas que fazem a diferença
b) Poderia ser feita pela corporação desde a formação (Academias e Centros de
Formação), já identificando e direcionando os interessados, o que facilitaria esta
preparação
30

APÊNDICE “B”

Questionário 2 (aplicado aos candidatos que não se formaram no II Coesp PMPA/2016)


1. Qual seu posto ou graduação na época do II COESP PMPA 2016?
a) Capitão ou maj
b) 2º ou 1º tem
c) Sub ten ou sgt
d) Cb ou sd
e) Pertencente a outra força (fora da PMPA)
2. Qual seu tempo de efetivo serviço na época do curso?
a) De 20-25 anos
b) De 15-20 anos
c) De 10-15 anos
d) De 05-10 anos
e) Menos de 5 anos
3. Qual seu estado civil na época do curso?
a) Casado
b) Solteiro
c) União estável
4. Você possuía filhos na época do curso? Caso positivo quantos?
a) Mais de 3 filhos
b) 3 filhos
c) 2 filhos
d) 1 filho
e) Não
5. Qual seu objetivo ao se candidatar ao II COESP PMPA 2016?
a) Somente satisfação pessoal
b) Aprimoramento profissional
c) Reconhecimento profissional
d) Satisfação pessoal e Aprimoramento profissional
6. Quanto tempo você se preparou (física e psicologicamente) para o curso?
a) Mais de 3 anos
b) De 2 a 3 anos
c) De 1 a 2 anos
d) De 6 meses a 1 ano
7. O que você atribui, como fundamental, para a sua saída do curso?
a) Preparação Física específica para o curso
b) Preparação Psicológica
c) Preparação física e a psicológica direcionadas para o que imaginou que passaria
no curso
d) Experiência em outros cursos na área operacional que já possuía na PM
31

8. Caso você tenha família (esposa e filhos), até que ponto isto influenciou em
sua preparação e saída do curso?
a) Influenciou positivamente, pois aumentou minha motivação
b) Influenciou negativamente, pois acabou interferindo na minha preparação
c) Não influenciou, uma vez que consegui executar minha preparação, sem interferir
na vida familiar
9. Para você, a preparação para um curso desta natureza:
a) Tem que ser individual, pois existem muitas coisas especificas que fazem a
diferença
b) Poderia ser feita pela corporação desde a formação (Academias e Centros de
Formação), já identificando e direcionando os interessados, o que facilitaria esta
preparação

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