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Capitulo 36; Perdas e dores

~Perspectiva de Ágata.

Será que eu estou seguindo o caminho certo? Eu quero ser rainha, seria incrível me tornar uma
das governantes poderosas do reino, mas não acho que essa seja minha vocação, eu gosto de
fazer minhas poções e ver seus efeitos, gosto de portar bem em frente as pessoas e... eu acho
que não vou ser rainha, não quero dedicar minha vida ao reino de fogo, amo ser princesa, mas
não quero seguir isso para o resto da vida. Me sinto meio perdida, talvez eu precise conversar
com alguém... Ladyne! Ela é sempre muito esperta e dá ótimos conselhos, vou ir ver ela e
conversar um pouco.

Ágata levanta da cama arrumando o lençol novamente o deixando alinhado, caminha até seu
guarda roupa e pega uma blusa longa, veste e caminha para o corredor descendo as escadas e
observando seu reino bem iluminado, ascende mais algumas lamparinas e caminha para fora
trancando o grande portão e procurando por seu cavalo no pequeno espaço cercado onde ele
ficava, um cavalo vermelho com a crina de fogo e os olhos iluminados. Ela abre a cerca e
caminha até ele.

-Como está garoto? Pronto para mais um passeio? Quando chegarmos eu te dou mais
cenouras grelhadas.

Agatha monta nele e começa a cavalgar para fora do reino, seu cabelo balançava com o vento
e ela observava aquela noite maravilhosa. Após um tempo cavalgando finalmente chega no
reino das flores, já estava um pouco tarde, mas tinham vários súditos e elfos acordados
trabalhando, entre eles estava Ladyne colocando algumas flores em uma carroça, Ágata desce
do cavalo e vai andando até ela.

-Ladyne? Por que está trabalhando tão tarde? -Pergunta Ágata olhando para as flores em sua
mão.

-Ah, nós chegamos da coleta de flores agora, estou apenas organizando as que vão vender no
centro amanhã, e você, o que faz aqui tão tarde? -Ladyne coloca o buquê de flores em seu
braço e observa Ágata.

-Eu queria alguém para conversar, tenho muitos pensamentos em mente e queria me distrair.

-Vou apenas terminar de separar as flores e podemos entrar, vou preparar alguma coisa para
comermos.

-Não se preocupe com isso, quer ajuda para separa-las?

-Eu adoraria... mas não se preocupe com isso, da última vez você queimou algumas por
acidente. -Ladyne diz e vê o olhar triste e envergonhado de Ágata. -Mas está tudo bem, acho
esse seu poder muito lindo e especial, você só precisa aprender a controlar seus impulsos.

-Não precisa me elogiar para que eu me sinta melhor, mas obrigada.

-Não ligue para isso, só um momentinho já estou terminando aqui. -Ladyne pega algumas
flores e olha atentamente para cada uma colocando algumas separadas em oura carroça,
depois de um tempo fazendo aquele mesmo procedimento ela respira aliviada. -Terminei,
podemos entrar agora.
-Vá na frente querida.

-Como sempre muito educada, não precisa ser tão formal comigo, somos amigas.

-A formalidade é algo elegante e deve ser usado com todos, principalmente com uma dama
como você.

-AI ai haha.

Ladyne caminha mais lentamente, estava cansada após trabalhar o dia todo, quando se
aproxima do castelo um dos elfos abre a porta para elas, Ladyne se reverencia em
agradecimento e ele fecha assim que as duas entram.

-Stacy está em casa? -Pergunta Ágata.

-Não sei, cheguei agora e nem tinha entrado no castelo ainda, ela deve estar no quarto a uma
hora dessas, por quê? -Ladyne pergunta enquanto caminha em direção a cozinha com Agatha
logo atrás.

-Por nada, só queria saber como ela estava.

-Se quiser pode subir e ver se ela está lá, mas não sei se ela quer receber visitas.

-Eu posso conversar com ela depois, eu queria uns conselhos seus.

-Sobre o que? -Ladyne caminha até um armário e o abre pegando um copo de vidro. -Aceita
alguma bebida?

-Tem refrigerante?

-Tem sim, de laranja e de limão, qual você quer?

-Laranja. -Ágata se aproxima da bancada e se senta. -Você tem planos para quando se formar?

-HUmm não sei, os elfos não costumam seguir caminhos tão diferentes do que costumam
fazer no reino, provavelmente vou continuar cuidado de plantas, e você? Pretende ser rainha e
permanecer no seu reino?

-Ainda não sei, você acha que eu conseguiria lidar com isso? Sou instável com minhas emoções
e isso pode me atrapalhar a liderar um reino inteiro ainda mais sendo rainha.

-Acho que se você aprender a lidar com suas emoções, você conseguiria se tornar uma rainha
incrível. -Ladyne abre a geladeira e retira uma garrafa laranja de dentro dela a colocando no
galpão e enchendo os dois copos.

-Certeza? Eu acho que sou péssima em comandar, meus elfos não são tão bons em seguir
minhas ordens e direto se envolvem em problemas com elfos do reino de gelo e eu nem
consigo faze-los parar com isso.

-Você não pode controlar como eles lidam com os outros, apenas orienta-los e esperar que
tomem as melhores decisões, não é tão fácil assim ser rainha, mas você vai aprender melhor
sobre isso quando formos nos formar.

-Ainda falta muito tempo para isso, acho que posso esperar para decidir isso.
-Exato, fica tranquila e vai vendo como as coisas vão acontecer, na hora certa você vai tomar a
decisão necessária. -Ladyne coloca um copo de refrigerante na frente de Ágata. -Era só esse
seu problema?

-Sim, eu ando muito sem um objetivo, apenas vou para o colégio e volto para o castelo, tudo
está muito monótono e eu estou cansada disso.

-Seu reino é um enorme espaço com poços de lava e chão com roxas escuras e que conseguem
se manter geladas mesmo perto de poções ardentes de fogo, seu reino é repleto de perigos,
como pode estar tendo uma vida monótona?

-É perigoso para as outras pessoas, para mim é como se fosse grama normal, Ladyne eu choro
lagrimas de agua fervente, o perigo das pessoas sou eu isso sim.

-Acho que tem que encontrar novas aventuras, para movimentar sua vida, por que não viaja
pelo reino?

-Por que estamos no período de aula, não posso simplesmente sair por ai para me divertir e
largar a escola, nas férias eu faço isso.

-Hum... pode tentar arrumar um emprego no centro, deve te trazer as emoções que precisa.

-Eu? Uma princesa trabalhando no meio dos súditos e elfos? -Ágata fala de maneira sarcástica.

-Não precisa ser rude, é apenas uma ideia.

-Me desculpe, eu vou tentar encontrar algo que me motive a continuar.

-Espero que encontre o que está procurando.

-Eu adoraria ficar mais, mas quero voltar para o meu castelo e descansar antes da aula de
amanhã. -Ágata diz pegando o copo e bebendo o liquido por completo.

-Mas você quase não ficou aqui, chegou agora e já vai embora?

-Você também está cansada, vou te deixar descansar em paz depois desse dia cansativo que
teve. Vou aproveitar e pensar no que posso fazer, obrigada pela conversa Ladyne.

-Ah... de nada Ágata, sempre que precisar eu estarei aqui, vou subir para tomar um banho, vá
com cuidado.

-Pode deixar comigo.

Ágata abraça Ladyne e caminha junto a ela até a porta, as duas se despedem e Ágata caminha
com calma até próximo ao seu cavalo, ela escuta o som de alguém ali perto e para procurando
em volta até que vê olhos brilhantes e amarelos próximos de onde ela estava.]

-Eu escutei o que estavam conversando. -Diz Zayzel encostada na parede e lixando as unhas.

-Você estava nos bisbilhotando, o que conversamos não é da sua conta. -Diz Ágata se
preparando para subir em seu cavalo.

-Eu sei de algo que pode trazer sentido a sua vidinha insignificante, algo que vai beneficiar nós
duas. -Ela olha para suas unhas e em seguida para Ágata.

-Já deveria imaginar, você está querendo algo de mim, não estou afim de fazer acordos então
se me dá licença eu estou de saída.
-Tenho certeza que estará disposta a me ouvir quando souber o que ganharia com isso.

-Você tem 2 minutos para me falar algo que desperte minha curiosidade.

-Só vou precisar de 1, essa “Aventura” que estou lhe propondo pode te proporcionar uma flor
capaz de te imergir no sonho que quiser como se ele fosse real, pode te trazer a felicidade que
está procurando, e você sabe muito bem do que estou falando.

-E que flor é essa?

-Ahh despertei a sua curiosidade, vamos ao acordo primeiro, depois eu te informo melhor
sobre ela. -Zayzel caminha até Ágata e passa a mão por seu cavalo. -Quero que me dê uma
pétala dessa flor especial, só quero uma você pode ficar com as outras.

-E para quê serve uma pétala sem a flor inteira?

-Uma pétala proporciona esse sonho especial e pode servir como ingrediente para diversas
poções poderosas, por isso preciso disso.

-Posso saber para quê vai usar isso?

-Assim como não preciso saber para quê vai usar, eu não preciso saber para quê vai usar a flor,
se estiver disposta a pega-la eu irei dividir o premio com você.

-Eu vou ter que ir atrás da flor e o que vai fazer para ajudar? Pelo que estou vendo vou ter
todo o trabalho.

-Eu vou te dizer exatamente aonde a flor está e você vai conseguir pegar ela sem grandes
riscos, sem mim você jamais conseguiria chegar até ela a salvo ou sair daquela floresta
traiçoeira.

-E como posso acreditar que vai me levar pelo caminho mais seguro?

-Tenho olhos por toda parte, a floresta dos sonhos tem corujas brancas que ficam
perambulando por lá, os únicos capazes de entrar e sair de maneira segura da floresta são os
animais, o feitiço contido lá dentro não afeta eles.

-Posso saber como conseguiu que esses bichos te obedecessem? Até hoje não entendo como
ganhou esse olho e como conseguiu essa habilidade estranha.

-As corujas não me obedecem por que eu as obrigo, esses animais são leais ao seu líder, são
mais espertos do que pensa. E com relação ao meu olho, acho que esse é um assunto que não
é de sua autoria, esta disposta aceitar o acordo ou não?

-Eu aceito, mas juro a você que se algo me acontecer eu acabo com você. -Agata diz bem
próxima ao corpo de Zayzel.

-Se algo te acontecer, eu não terei que me preocupar com o que vai fazer. Você está disposta a
ir lá agora anoite? Seria melhor ir de dia.

-Eu posso iluminar o caminho com meu cabelo, apenas diga logo o que preciso fazer.

-Pois bem, você deve seguir as corujas brancas até o centro da floresta, lá no meio vai
encontrar a flor dos sonhos, ela expele um brilho branco e tem diversas pétalas.

-Só seguir as corujas? Para sair elas vão me guiar também?


-Sim, basta seguir o mesmo caminho de volta e sair ilesa, mas devo te alertar sobre os perigos
daquela floresta. Pode parecer um lugar simples e incrível por ter esse nome “Sonhos”, mas é
muito perigosa e arriscada, aquele lugar pode projetar seu maior sonho para conseguir te
prender lá dentro, quem entra lá e não consegue sair, morre.

-E você só esta me dizendo isso agora? Tem algum jeito de evitar essa magia?

-Apenas não se deixe enganar pelas ilusões, siga sua missão e saia de lá assim que pegar a flor.

-Por que não vem comigo? Nós duas conseguiríamos evitar esse monstro.

-Preciso falar com a Amanda, ela tem algo que eu preciso e depois eu vou para a saída da
floresta te esperar.

-Eu vou com você até a Amanda e de lá nós duas vamos para a floresta, não estou acreditando
muito que você vai evitar que eu me machuque, ou vamos juntas ou vou garantir que nem
você vai colocar as mãos naquela flor.

-Será que é tão boa agindo como é ameaçando? Às vezes acho que você só late, mas não
morde.

-Não queira descobrir isso. -Ágata diz irritada.

-Pois bem, vamos atrás de Amanda, você espera na porta enquanto falo com ela.

Ágata consente com a cabeça e sobe em seu cavalo estendendo a mão para Zayzel que sobe
em seguida. As duas vão cavalgando em silencio até chegar na casa de Amanda.

~Perspectiva de Amanda.

Cassandra iria se hospedar na mansão de Amanda, as duas conversaram bastante e


começaram a conversar como era no passado, as duas foram para a cozinha preparar o jantar
juntas, cada uma tomando conta de uma receita diferente e preparando enquanto
conversavam. Ao terminar elas se servem e sentam na mesa começando a comer juntas.

-Cassandra esse seu purê ficou maravilhoso, como ainda se lembra de como faz? -Pergunta
Amanda.

-Não tem como esquecer como se cozinha, eu ainda me lembro perfeitamente de varias
receitas, e esse seu bife flambado esta maravilhoso. -Diz Cassandra enquanto cortava o bife.

-Obrigada, estive aprimorando minhas habilidades culinárias, o tedio me venceu.

-Se está tão entediada deveria tentar ser mãe, certeza que sua vida seria tão movimentada
que ia sentir falta do tedio haha.

-Eu quero muito ser mãe, eu estou pensando seriamente em adotar uma criança.

-E por que não faz isso? Você é tão carinhosa, certeza que seria uma ótima mãe.

-Vou visitar o orfanato próximo ao colégio Mendoza amanhã, quem sabe não encontro uma
criança que consiga conquistar meu coração materno.
-Pode deixar que a titia Cassandra vai ajudar a cuidar, larguei minha vida de festeira e agora
vou procurar um emprego fixo para comprar uma casa nova, fica tranquila que vou te deixar
em paz em breve.

-Pode ficar aqui o quanto quiser, é um tedio ficar aqui sozi...

As duas escutam batidas na porta.

-Está esperando alguém? -Amanda pergunta.

-Eu vim morar aqui hoje, como eu poderia estar esperando alguém?

Amanda coloca o guardanapo na mesa e se levanta, caminha até a porta e quando abre vê
Zayzel com sua mesma expressão seria e Ágata ao longe.

-Ah Zayzel, o que faz aqui a essa hora? -Amanda pergunta surpresa.

-A senhora sabe por que vim aqui, quero o cristal por gentileza.

-Aquele cristal é perigoso, não posso simplesmente te dar algo assim e já falamos sobre isso.

-Eu insisto que me entregue ele, posso lhe dar joias ou ouro em troca dele, seu maneja-lo da
maneira correta e garanto que ninguém vai se machucar com ele.

-Pode me dizer para quê quer ele... e o porquê de a Ágata estar tão longe?

-Não posso dizer para que irei usar, eu preciso dele para algo muito importante e não tenho
tanto tempo para te explicar o motivo. E com relação a Ágata, ela está lá pois não quero que
saiba o por que estou aqui, agora eu peço novamente, pode me dar o cristal.

-Pois bem, eu lhe dou o Cristal se me garantir que não vai usa-lo para machucar ninguém.

-Eu lhe garanto isso.

-Espere aqui.

Amanda encosta a porta e caminha até seu quarto no segundo andar, enquanto subia as
escadas ela pensava bastante sobre a decisão que estava tomando, ascende a luz de seu
quarto e vai até a cômoda abrindo a gaveta e pegando bem no fundo dela um cristal branco
com detalhes azuis. Ela desce novamente as escadas e vai até Zayzel na porta.

-Estou confiando em você Zayzel, não me decepcione.

-Eu garanto isso a você.

Amanda entrega o cristal para Zayzel que se reverencia em agradecimento, Amanda fecha a
porta e vai até Cassandra na mesa.

-Quem era? -Pergunta Cassandra.

-Uma aluna do colégio, vou precisar sair um pouco.

-Quer que eu te acompanhe? Pelo menos coma antes.

-Não precisa, quando voltar eu como.

-Tudo bem, vou arrumar a cozinha enquanto você não vem.


Amanda sai da cozinha e pega sua bolsa que estava em cima do sofá, abra porta e sai andando
depressa, porém em silencio, ela conseguia ver Zayzel e Ágata se distanciando e caminhando
até um cavalo que iluminava toda rua com sua crina. Amanda pega seu cavalo e persegue elas
discretamente até quele as finalmente param pouco distante dali em frente a floresta dos
sonhos, elas descem do cavalo e Amanda para próxima a elas e se esconde, as duas conversam
brevemente e entram na floresta, Amanda sabia o quanto era perigoso e queria se certificar de
que elas ficariam bem, enquanto ela andava pela floresta acabou perdendo as duas de vista, a
floresta ficou bem escura sem as duas por perto, Amanda procurava com os olhos porém nem
sinal delas. Uma voz falava em seu ouvido mandando que ela segue em frente e assim ela fez
sem pensar direito, sua mente tentava se dispersar daquela voz, ela sabia o que aquilo
significava, a floresta estava tentando a enfeitiçar, sua mente a dizia o que fazer porem aquela
voz a fazia pensar o contrário. Seu corpo ignorou seus comandos e seguiu o que a voz falava a
mandando caminhar até que ela chegou em uma arvore com vários frutos, maças brancas e
belíssimas com flores brilhantes que iluminava a arvore.

“Coma... coma... coma” A voz falava com ela como se fosse uma ordem e sem conseguir
resistir Amanda a seguiu e puxou uma fruta, ainda tentando lutar contra aquela força Amanda
arremessa a maçã longe e balança a cabeça ignorando aqueles pensamentos até que escuta
uma voz doce chamando por ela.

-Me ajuda! Alguém por favor! -Era a voz de uma criança.

-Quem está aí? -Amanda perguntava enquanto olhava em volta.

-Aqui! Por favor depressa!

Amanda corre na direção da voz olhando por todos os lados, seu coração acelerou e seus
instintos ficaram aguçados, quando finalmente encontrou a origem da voz ela viu uma
garotinha sentada no chão com a perna presa, ela tinha os cabelos cor de rosa e estava
chorando.

-Calma garotinha, eu vou te ajudar a se soltar. -Amanda puxa com força a pedra que estava
prendendo seu pé e nota que o pé da garotinha estava machucado. -Vai ficar tudo bem eu
vou...

-A maça... preciso dela para curar minha perna, por favor moça.

-Tudo bem, espere aqui. -Amanda caminha até a arvore com frutos e pega outra maça levando
até a garotinha. -Essa maçã não é perigosa? Como sabe que vai te ajudar?

-Ela contém um liquido que pode curar suas feridas emocionais e ferimentos do corpo, e seu
gosto é muito bom. -A garotinha pega a maçã com Amanda e morde de uma vez, assim que
engole, seu machucado começa a se curar. -Viu só, obrigada por me ajudar moça bonita, como
agradecimento te dou a outra metade da minha maçã. -Ela diz estendendo a mão com a maça
e dando um enorme sorriso.

-Obrigada querida, não precisa me dar sua maçã.

-Por favor aceite meu presente, vai ver que é muito gostosa e só é possível encontra-la aqui.

-Ah... tudo bem, uma mordida apenas. -Amanda morde a maçã e a mastiga, seu gosto era doce
e delicioso assim como a menina disse, em seguia começa a sentir algo estranho com ela. – O
que está acontecendo? ...O que tinha nessa maçã?
-Você comeu do fruto da floresta, agora pertence a ela como dizia a profecia, está condenada
a prender qualquer um que entre aqui por toda eternidade. -A garota diz completamente seria
e com uma voz diferente da anterior. -Fadada a esse destino sem nunca ter um descanso,
Amanda a mulher presa na floresta dos sonhos para sempre.

-O que você fez...

Amanda sente sua visão escurecer e cai no chão adormecida. Seu destino agora estava
trancado, aquele fruto transformou Amanda em um dos seres que perambulavam aquelas
florestas, amargurados e obrigados a aprisionar as almas que ousassem cruzar a entrada da
floresta, suas habilidades como ex princesa da vida foram tiradas dela e no lugar foi deixado as
habilidades como uma mãe da floresta como os seres de lá a chamavam.

~Perspectiva de Abigail.

O tempo aqui parece passar diferente do reino elemental, Foncê me disse que o tempo anda
mais rápido do reino do desastre, aparentemente para mim se passou 1 semana, mas no reino
elemental mal passou 1 dia, é estranho parece que estou a frente do tempo e a qualquer
momento vou voltar para o passado. Os treinamentos da Pandora são muito difíceis, ela me
faz treinar força física, força mental e evoluir minha magia, eu estudei alguns livros e Foncê me
disse que a cada dia fico mais forte e graças ao meu treinamento pesado eu vou poder voltar
para casa em 1 mês, mal posso esperar para mostrar a Regina que agora sou mais forte que
ela, ela vai surtar haha. Já está no horário, prometi para Katherine que eu iria visita-la assim
que pudesse, não a vejo dês de aquele dia, melhor aproveitar que estou sozinha no castelo.

Abigail andou pelos corredores até chegar nas escadas que levavam a masmorra, ela subia
depressa até que finalmente chegou no topo, lhe faltou folego e ela começa a respirar mais
pesado até se recuperar.

-Pensei que estaria em forma princesa... e subiu todas essas escadas só para me ver? Acho que
alguém sentiu minha falta. -Katherine não estava escondida dessa vez, parecia estar esperando
por Abigail, ela estava sem suas correntes, com as mãos e pernas completamente livres.

-Pandora te soltou? -Abigail pergunta se aproximando mais dela.

-Não, eu mesma me soltei pois não estava aguentando mais aquelas correntes, e assim é
melhor para receber minha convidada favorita.

-Pandora não vai gostar nada disso, e se podia se soltar todo esse tempo, por que não fez isso?

-Pelo mesmo motivo que não fugi dessa cela ainda, então querida, a que devo a honra de sua
visita... quer terminar o que começamos no dia que nos vimos pela primeira vez? -Katherine
pergunta olhando com malicia para Abigail.

-Não tem nada disso, eu só... estou curiosa, e não adianta usar seus feitiços comigo, Pandora
me ensinou a manter minha mente mais segura a essas manipulações e hipnoses.

-Vamos apostar então? Se eu conseguir invadir sua mente, você perde e eu ganho um beijo, se
você conseguir irá vencer e irei responder a qualquer uma de suas perguntas.

-E como vou saber que não vai usar nenhum truque?

-Para ficar justo, eu não vou dizer nada a você, ficarei completamente em silencio, ok?
-Acho mais justo, pois bem dê o seu melhor.

Katherine coloca o indicador em seus lábios mostrando que não diria nada, ela se senta na
cama de sua cela e começa a olhar para o teto, Abigail não entendia o que ela estava fazendo,
parecia apenas estar pensando. Katherine retira um tecido que tampava parte de seu corpo e
em seguida desamarra outra parte e a retira ficando apenas com suas roupas intimas, ela se
levanta e caminha até a frente da cela jogando com delicadeza os tecidos no chão, ela olha
para Abigail que desvia o olhar em imediato, Katherine se aproxima da cela e a abre com muita
facilidade o que assustou Abigail e a fez olhar imediatamente. A demônia vai andando
calmamente até ela e se coloca Abigail sentada em uma cadeira, a princesa mal conseguia se
mexer sua mente estava quase entregue aos desejos de Katherine que senta em seu colo e
aproxima seu rosto do de Abigail que faz o mesmo sem relutar e as duas se beijam. Katherine
para o beijo e aproxima seus lábios ao ouvido de Abigail.

-Eu disse, posso hipnotizar quem eu quiser... por mais que tente, seu corpo quer e eu sei disso,
sua mente é um livro aberto no qual leio atentamente cada linha. -Katherine se levanta e aos
poucos Abiagil recupera sua consciência.

-Mas... como? Eu fiz o bloqueio que Pandora me ensinou.

-Bloqueios não funcional comigo, sou uma Demônia mestre com habilidades das quais nem
pandora entende.

-Se é tão poderosa, por que está se escondendo aqui?

-Não estou me escondendo. -Ela caminha de volta para a cela e começa a recolher suas
roupas.

-Você pode sair quando quiser e mesmo assim permanece aqui, me parece que está se
escondendo sim.

-Eu... está na hora de descer sua taradinha, me olhou com tanta intensidade que pude sentir
você me comendo com os olhos, da próxima talvez realizemos seus pensamentos obscuros.

-Se esquivando de mim novamente, mas como eu perdi não tenho como te fazer mais
perguntas, quem sabe na próxima.

-Até a próxima, pequena Abigail. -Katherine manda um beijo no ar e volta para o escuro de sua
cela.

Abigail desce as escadas do castelo e escuta o som de passos o que era estranho já que o
castelo estava vazio naquele horário, a princesa anda procurando o que estava fazendo aquele
barulho e pula de espanto ao ver Morgana com um par de chifres e asas demoníacas.

-Morgana???? -Abigail pergunta ainda a analisando com os olhos.

-Sim e eu posso explicar, mas antes tenho que te perguntar duas coisas importantes. -Morgana
fala depressa, parecia estar nervosa.

-Pergunta logo e me explica o que está fazendo aqui.

-Primeira pergunta, por que meu nome estava por último na sua carta? Sou menos importante
do que as outras? -Morgana cruza os braços e franze o cenho.

-Você só pode estar brincando, veio até aqui me perguntar isso?


-Não, mas quero saber isso também.

-Seu nome estava escrito por último por que não imaginei que desse importância para o meu
sumiço.

-HUmm faz sentido, mas em minha defesa eu me importei sim e foi eu quem encontrou a
carta, mas agora a outra pergunta, onde encontrou a Ângela? Tinha alguém perto dela?

-Ah por falar nela, como ela está?

-Ângela está bem, mas perdeu a memória agora responda a minha pergunta. -Morgana
perguntou mais impaciente.

-Eu a encontrei bem próxima ao reino da música, pouco distante do castelo.

-Amity. -Morgana diz irritada e sua expressão muda. -Preciso ir, alguém vai pagar pelo que fez.

-Morgana não faça nenhuma besteira, nem sabemos se foi ela mesmo.

-Eu tenho provas o suficiente, agora preciso ir e é melhor para você que não me siga. -Ela corre
depressa na direção o grande salão.

-Morgana espera!

~Perspectiva de Morgana.

-Amity sua vaca imbecil você vai desejar nunca ter nascido.

Morgana voava pelo reino do desastre sem parar por nenhum instante, seus pensamentos só
mostravam o que ela queria fazer com Amity, seu ódio apenas alimentava seu poder. Assim
que passou pelo portal de volta para o reino Elemental ela caminha depressa por aqueles
corredores, a poção que tomou começou a perder o efeito rapidamente e Morgana sentia
muita dor, os chifres começaram a diminuir até sumir completamente. Regina e Mirela
caminharam depressa em sua direção e tentaram a ajudar a se levantar.

-Mirela por que as asas dela não estão voltando ao normal? -Regina pergunta nervosa.

-Esse é o efeito colateral... suas asas não vão voltar ao que eram e ela terá essas asas pela
eternidade. -Mirela diz com tristeza em sua voz, ela olhava para Morgana e parecia
arrependida em ter a ajudado.

-N-nada disso importa... Amity vai pagar. -Morgana se levanta bruscamente ainda sentindo
dor.

-Do que está falando? -Pergunta Regina.

-Ela vai pagar pelo que fez!

Morgana abre suas asas e sem as bater usa de sua magia para percorrer rapidamente por
aqueles corredores, a dor que sentia não tinha importância, muito menos a perda de suas asas
angelicais acinzentadas, quando saiu de seu castelo ela voou o mais depressa que conseguiu,
se olhasse ao longe era possível ver apenas uma sombra sobrevoando o reino em uma
velocidade enorme. Quando chegou no reino da música ela usou sua magia e asas para partir
os grandes portões no meio, Amity estava na sala e se levantou assustada com aquela cena.
-Você! -Morgana diz quase que sem folego.

-Morgana o que pensa que está... -Antes que Amity completasse sua frase Morgana anda
depressa até ela e a segura pelo pescoço, seus movimentos eram tão rápidos que não era
possível impedi-la. -Vo.. você...

-Quero ver cantar agora! Vai pagar pelo que fez com a Ângela sua vadia estupida! -Morgana
diz apertando cada vez mais.

-Não foi... não...

-Fala suas últimas palavras antes que eu arranque sua garganta fora. -Morgana a joga no chão
com força, Amity passa a mão pelo seu pescoço e respira fundo tentando se recuperar.

-Não fui eu! Eu tentei a impedir... eu...

-Impedir quem? Ela foi encontrada no seu reino e eu sei o tipo de pessoa que você é. -
Morgana diz se aproximando de Amity e segurando seu rosto com força a obrigando a olhar
pra ela.

-Vikky... foi ela quem machucou a Ângela, eu tentei a impedir, porém não consegui... eu a
prendi pelo que ela fez, não me culpe pelos erros dela... -Amity dizia enquanto tentava se
soltar da mão de Morgana.

-E onde ela está? -Morgana pergunta olhando em volta ainda segurando Amity.

-No quarto dela, no 2° andar.

Morgana a soltou no chão novamente e caminhou depressa até as escadas subindo os degraus
com rapidez, seus passos eram pesados e quando finalmente chegou no quarto de Vikky ela
chutou a porta usando sua magia para que ela quebrasse, Vikky estava sentada na cama e sem
entender nada ela olha assustada para Morgana que estava com seu mais temido olhar de
Ódio, seu corpo se tornou capaz de juntar força e magia usando seu próprio ódio o que a
tornou mais forte do que jamais foi, sua mente não pensava claramente e ela não estava
sendo racional.

-Ninguém toca na Ângela! -Morgana diz andando até Vikky que tenta correr para escapar,
porém Morgana a pega pelo braço e joga contra parede a fazendo cair no chão. -Por que fez
isso? Ela é apenas uma garota inocente e ingênua. -Ela falava ainda com a mesma voz rígida,
caminhou novamente até Vikky e a jogou na outra parede que ficava uma estante derrubando-
a e tudo que estava em cima dela no chão. -Você vai ganhar o que merece. -Morgana corre até
ela e desta vez a acerta com uma de suas asas que cortou seu braço esquerdo.

Morgana continuava batendo nela freneticamente, a arremessando por todo o quarto sem
que ela pudesse fazer alguma coisa para se defender, após tantas pancadas na cabeça Vikky
fica inconsciente e Morgana se prepara para golpear sua garganta com suas asas afiadas. Antes
que terminasse ela escuta pessoas entrando no quarto e em seguida a voz de Amity.

-Ai está ela! Agindo que nem louca, por favor salvem a minha Vikky! -Amity dizia com uma voz
assustada.

Ao olhar para quem tinha chegado, Morgana vê Dayana e Freya paradas ali na frente.

-Morgana pare o que está fazendo, venha conosco e se acalme. -Freya diz tentando se
aproximar dela com calma.
-Não é necessário tudo isso, vamos resolver com calma. -Diz Dayana.

-Calem a boca! Não vão em impedir de dar a ela o que ela merece, não fizeram nada quando
elas machucaram a Ângela e agora acham que tem o direito de me impedir de trazer a justiça?
-Morgana diz com os olhos brilhando de raiva.

-Se não ficar calma teremos que tomar medidas diferentes, podemos conversar e resolver o
problema. -Diz Freya tocando em seu braço e Morgana o puxa de volta de maneira brusca.

-Não me interessa o que vão fazer comigo, mesmo que me matem pelo menos eu vou evitar
que ela toque na Ângela novamente, e não vai ser uma deusa que vai me impedir. -Morgana se
vira novamente para a direção de Vikky e antes que se aproximasse é parada por Dayana a
nocauteando com magia e antes que chegasse perto de Vikky ela tonteou e caiu.

A última coisa que ela viu foi Vikky a sua frente praticamente sem força alguma, assim que
acordou ela se viu em um quarto estranho com grades nas janelas que ficavam ao alto da
parede difíceis de se alcançar, um pequeno armário perto da porta que estava fechada, ela
estava deitada em uma cama e próximo dali tinha uma mesa com uma cadeira logo a frente.
Ela nunca viu aquele quarto, parecia uma pequena prisão, ao se dar conta do que tinha
acontecido ela se levanta depressa e vai até a porta que estava trancada, Morgana abre suas
asas e tenta quebrar a porta com elas, porém a porta se manteve firme e ela sentiu uma dor
em suas asas e se afastou.

-Me tire daqui! Vai se arrepender de ter me prendido, eu não vou descansar até descobrir
quem foi! -Morgana gritava para a porta enquanto batia nela.

-Não será necessário tanto esforço, afaste-se da porta. -Uma voz rígida disse por detrás da
porta, Morgana se afastou e logo a porta se abriu mostrando uma mulher alta usando um
blazer preto com uma blusa social branca, uma saia colada preta e saltos vermelhos escuros
como sangue, a mulher mantinha seu cabelo preso com um coque e dois palitos entre ele, os
olhos negros como a noite e um batom vermelho marcante. -Eu estava aguardando o seu
despertar.

-Quem é você? Uma das empregadinhas das deusas? Você não sabe com quem está se
metendo o melhor para você é me deixar sair daqui.

-Sugiro que reformule suas frases que estão contendo algumas informações ocultas e
expressadas de maneira incorreta. A questão é que você Morgana. -Ela diz com um ênfase na
última palavra e se aproxima mais de Morgana. -Não sabe quem eu sou, mas eu sei
perfeitamente quem você é, e quem deveria se preocupar com as consequências de onde se
meteu.

-Não estou achando este um diálogo justo, você diz saber quem eu sou, mas eu nem se quer
sei seu nome, doutora perigosa. -Morgana diz demonstrando seu sarcasmo.

-Acho melhor você tomar cuidado com a maneira de conjuga as palavras, sarcasmo é uma das
coisas proibidas neste lugar e se não quer estar envolvida em problemas, é melhor parar de
falar desta maneira mal educada.

-Pois bem, se me disser quem é você e o que eu faço aqui, eu posso passar a não falar desta
maneira.
-Eu me chamo Meredith, sou a Diretora do colégio Detention e você está aqui como castigo
pelas suas ações.

-Colégio Detention? Eu não faço parte desse tipo de lugar, não fiz nada para merecer estar
aqui isso é um engano. -Morgana se posiciona a caminho da porta, porém Meredith segura
sem ombro a fazendo parar imediatamente.

-Eu tenho em mãos as acusações e explicações do porquê você foi mandada para cá. -Ela diz
pegando uma folha em seu bolso e a abre. -A princesa do Desprezo Morgana, deveram
cumprir alguns dias no colégio Detention por tentativa de homicídio a uma elfa real perante
falsas acusações, a garota em questão acusou sua colega Vikky de ter agredido de maneira
busca a anti cupido Ângela, após usar de suas habilidades Dayana descobriu que Vikky não foi
a agressora em questão o que faz com que Morgana seja acusada de tentar erradicar uma elfa
sem provas do que ocorreu.

-Isso é um absurdo! Foi ela, Amity confessou que foi ela para mim, pergunte para ela! -
Morgana diz incrédula com as informações que obteve.

-Amity também depós dizendo que Vikky não agrediu Ângela o que faz com que apenas você
seja a errada nesta história, as deusas não podem interferir em uma atitude de briga em
intenção de matar como o que ocorreu com sua anti cupido. Mas ao tentar matar uma elfa,
Amity entrou em pânico e chamou por elas suplicando para que a ajudassem, você não deveria
ter feito aquilo.

-Então a agressora da Ângela vai sair ilesa enquanto eu fico presa aqui por tentar protege-la?
Você só pode estar brincando.

-Novamente, não use de sarcasmo. Você irá cumprir seu tempo necessário aqui e logo depois
será solta, sugiro que tenha um bom comportamento pois eu mesma vou preparar sua fixa de
atividades.

-Atividades? Como assim?

-Aqui é como seu colégio, temos aulas para auxiliar na sua educação e aprendizado, porém
além delas você também vai fazer atividades extras como punição pelo seu crime conta o
reino, mas se tiver um bom comportamento, com o tempo suas atividades extras, vão ser
amenizadas.

-Acha mesmo que vai conseguir manter uma princesa como eu. -Morgana diz endireitando sua
postura e apontando para si mesma. -Presa nesse lugar sem que eu fuja daqui? Para poupar
seu tempo eu sugiro que me deixe ir logo.

-Eu sei que sou plenamente capaz de te manter aqui dentro, eu sou a ex Rainha da Ordem e
posso conseguir que faça exatamente o que eu quiser, governei o reino inteiro por milhares de
anos, vi esse colégio suportar todo o tipo de alunas e alunos rebeldes assim como você, então
acho melhor você tomar cuidado com suas ações daqui pra frente.

-Eu não...

-Eu ordeno que se cale. -Meredith diz e assim Morgana faz. -Vá para a sua cama e só se levante
quando eu sair, daqui para frente é melhor me obedecer sem que eu tenha que usar magia, ou
vou piorar as coisas para você. -Ela se aproxima da porta e antes de sair ela se vira novamente
para Morgana. -Ficara 2 dias aqui dentro sem poder sair, aproveite sua estadia. -Ela diz saindo
e batendo a porta, em seguida foi possível ouvir o som das chaves trancando a porta.

~Perspectiva de Amity.

Dayana saiu do castelo levando Morgana desacordada em seus braços, Freya estava com Vikky
na cama usando de sua magia para curar seus ferimentos, Amity as observava em silencio
fingindo demonstrar preocupação com o estado de Vikky. Assim que termina, Freya a cobre e
deposita um beijo em sua testa deixando que ela pudesse descansar.

-Ela deve ficar desacordada por um tempo, sugiro que fique aqui com ela até que ela acorde. -
Freya diz olhando para Amity e caminhando até ela.

-Obrigada majestade, não sei o que teria acontecido se não tivesse chegado para me ajudar,
pobrezinha, Vikky nem se deu conta do que aconteceu. -Amity diz deixando uma lagrima
escorrer de seu olho.

-O que aconteceu exatamente? Tudo está bem confuso para mim. -Freya cruza os braços e
olha para ela meio confusa.

-Eu estava lendo uma revista e escutei Morgana entrar quebrando meu portão e gritando
comigo sobre Ângela, ela segurou meu pescoço e começou a falar que a culpa era da Vikky e
que iria matar ela, eu tentei a impedir de subir, mas sabe como são as princesas do desprezo,
brutas e perigosas.

-Nem todas são assim, acho que isso pode ter sido um mal entendido.

-Mas Majestade...

-Pode me chamar apenas de Freya.

-Freya, Morgana é perigosa demais, as princesas do desprezo têm um temperamento


incontrolável e isso é muito ruim, são poderosas demais e...

-Está me dizendo que tem medo dela por ela ser mais poderosa que você? Amity eu não acho
que isso deve te preocupar, é bom ter pessoas poderosas para nos ajudar quando precisarmos,
quando ela estiver melhor, tente conversar com ela e unir forças, quem sabe isso tudo que
aconteceu possa ser apenas um mal entendido e você duas se tornem grandes amigas.

-Não acho que seja possível, mas vou tentar ajudá-la a ser uma pessoa melhor. *Vou ajuda-la a
ser presa eternamente isso sim. *

-Eu tenho uma pergunta. Sabe o que aconteceu com as asas dela?

-Não, quando vi eu me assustei, acha que ela está se tronando uma demônia?

-Não, mas seja o que for eu vou descobrir, agora preciso ir, cuide bem da Vikky.

-Pode deixar, ela é muito preciosa para mim e não deixarei que nada a aconteça.

Freya consente com a cabeça e sai do quarto, Amity vai atrás dela e observa do alto das
escadas até que ela tenha saído do castelo, a princesa caminha novamente até o quarto de
Vikky e se aproxima dela na cama.
-Está vendo o que fez? Se tivesse me obedecido nada disso teria acontecido, agora vou
resolver o problema que você causou e quando acordar, teremos uma longa conversa.

Amity se afasta e caminha para a porta a fechando e trancando, ela passa em frente ao quarto
de Darcy e abre a porta devagar, o sonífero que ela colocou em sua bebida ainda estava
surtindo efeito, ela dormia tranquilamente. Amity fecha a porta com cuidado e desce as
escadas indo em direção a cozinha, ela abre uma das gavetas e tira uma faca colocando em sua
bolsa, o castelo estava em completo silencio, todos no reino da música dormiam, ao sair do
castelo ela escuta a música tranquila que tocava pelo reino para que os súditos dormissem
calmamente.

-Agora que Morgana está presa no colégio Detention tenho uma a menos em meu caminho,
Abigail está fora e nem sei por onde anda Regina, as três esquentadinhas fora do meu
caminho, graças a Vikky eu vou ter que dar um jeito na Ângela para impedir que ela conte que
foi em quem machucou ela, mas isso vai ser até bom, quando Morgana souber o que
aconteceu com ela, vai surtar completamente e ganhar mais um longo tempo naquele lugar
horrível. Em breve eu vou ser a princesa mais poderosa e futura rainha poderosa, e a única
capaz de governar neste reino estupido.

Amity sorria enquanto falava, pegou seu cavalo e cavalgou depressa no meio da floresta para
que não fosse vista, ouviu um som estranho, porém seguiu seu caminho sem olhar para trás,
quando chegou no reino do amor, ela parou seu cavalo e escalou observou as rosas que
rodeavam o castelo cheias de espinhos, estavam em um tom rosa claro o que indicava que
Filomena estava fraca, o momento perfeito para invadir seu castelo. A princesa pula no muro
evitando ser cortada pelas rosas, porém acaba pisando em uma das rosas, ela então começa a
escalar.

-Essas princesas estupidas e suas asas, se eu tivesse uma eu poderia voar até lá bem depressa,
queria poder arrancar as asas de cada uma delas. -Amity resmungava enquanto subia.

Quando estava quase no topo, sua mão escorregou a e ela quase caiu, olhou para baixo e viu a
altura que estava, certamente deixaria um enorme machucado em seu corpo. Continuou
subindo sem para até que finalmente chegou no topo, ela pulou do muro que rodeava o reino
para o muro do castelo, seu corpo bateu contra parede a fazendo sentir dor, porém ela
permaneceu quieta para evitar chamar mais atenção. Quando encontrou uma janela ela
entrou depressa parando em um quarto escuro, ela não sabia que cômodo era aquele e
escutou algo se mexendo, com o reflexo da luz da janela ela pode ver alguém de pé andar até
a janela.

-Eu posso explicar, eu estou aqui para... -Amity observa aquela figura ainda imóvel olhando
para janela que ela tinha acabado de ultrapassar, se aproximou dela e percebeu que era Dayse
imergida em um sono profundo, ela estava com os olhos fechados e em pé de frente para
janela. -Além de arrogante é sonambula, só me faltava essa, cupido estupida.

Dayse segura seu braço e a puxa chutando seu estomago com o joelho, ao ser surpreendida
Amity se afasta e se prepara para brigar com ela e percebe que seus olhos permaneciam
fechados.

-Ah fala serio, até briga dormindo? -Ela para pra pensar por alguns segundos e desvia de mais
um chute de Dayse. -Se eu brigar com você, vou acabar acordado a Filomena... ah. -Amity se
prepara e começa a cantar uma música para fazer Dayse se acalmar, enquanto cantava ela
desviava dos golpes dela cantando calmamente até que ela ficou com o corpo pesado e caiu,
antes que chegasse ao chão Amity a pega no colo fazendo o mínimo de barulho e em seguida a
coloca na cama.

Amity sai daquele quarto e caminha pelo castelo, tinham poucas luzes acesas, porém eram
suficientes para enxergar o caminho, ela olhava de porta em porta procurando por Ângela, ela
caminha pelo corredor até chegar em um quarto próximo das escadas, quando abriu a porta a
viu deitada dormindo calmamente, a pequena brecha da janela permitia que o vento
balançasse as cortinas, Amity encosta a porta e caminha até ela a observado dormir.

-Não devia ter escutado minha conversa naquele dia Ângela, se não tivesse indo para a floresta
naquele dia, nada disso teria acontecido. -Amity pega a faca em sua bolsa e a observa uma
última vez. -Aproveite o outro lado.

Após falar aquilo ela enfia a faca de uma fez em Ângela e tampa sua boca para que ela não
gritasse, ela se mexia tentando escapar de alguma maneira e Amity enfia novamente a faca
nela, seu olhar demonstrava desespero e ela arranhava o braço de Amity completamente em
pânico até que seus movimentos iam diminuindo de ritmo até que ela parou completamente
assim como seu coração. Amity se fasta dela e vai depressa para a janela, ela sabia que não
demoraria a alguém aparecer ali, e naquele momento ela deixou Ângela deitada na cama,
completamente sem vida.

~Perspectiva de Hilary.

Hilary esperou sentada na cama até que seu amigo Maximus chega gritando e cantando, ela se
levanta e vai até a sala onde viu ele colocando algumas sacolas na mesa da cozinha, ele era um
homem alto com bigode e barba curta, usava uma blusa social meio rasgada com os primeiros
botões abertos e um suspensório que segurava sua caça preta.

-Olha só quem finalmente veio me visitar? Como está minha doente favorita? -Maximus diz se
aproximando dela e mexendo em seu cabelo.

-Eu não vim por escolha, sabe muito bem disso. -Hilary diz empurrando seu braço.

-Mas não custava me visitar de vez em quando, se não veio por que quis, o que eu faz aqui? Já
acabou com os remédios que te dei? -ele se aproxima das sacolas e começa a tirar algumas
coisas de dentro dela.

-Eu esqueci de repor meu estoque e agora estou presa aqui, será que você não tem algumas
aqui com você?

-Acho que tenho, mas não vou te dar tão facilmente.

-Ah por favor, sabe o quanto preciso delas. -Hilary segura suas mãos pedindo novamente.

-Por que não fica aqui? Sei que tem vários perigos neste mundo, mas você pode ser bem feliz
aqui se aprender a lidar com os monstros e com a Valentina.

-Não gosto desse lugar, você bem que podia ir para o meu mundo, tem bem menos perigos
que esse e você teria uma vida melhor.
-Nah, sou uma pessoa que gosta de aventuras, hoje lutei com o dragão vermelho para pegar
um pouco do sangue e vender no mercadinho, ganhei uma cicatriz nova olha só. -Ele diz se
virando de costas e apontando para sua cicatriz.

-Isso foi o dente dele??? -Ela diz assuada com o tamanho do corte.

-Não, ele tentou me rasgar com aquelas garras enormes e eu desviei, felizmente consegui
cortar um de seus dedos e coletei bastante sangue, comprei comida para o resto do mês.

-Você é louco, fala como se fosse algo simples ir e matar um dragão só para pegar seu sangue.

-Hilary, aqui não é como no seu reino, eu estou sozinho e se eu não lutar para conseguir o que
preciso para sobreviver, eu vou morrer, não tenho princesas e deusas para me sustentar, perdi
meu pai muito novo, ele foi morto por um desses monstros pretos e minha mãe eu nem
consegui conhecer, sou sozinho dês de pequeno e faço o possível para me manter vivo.

-Mesmo depois de tudo que passou, por que fica ajudando as pessoas com poções e
remédios? Eu deixaria que se virassem. -Ela diz se jogando no sofá e sentando.

-Por que eu gosto de ajudar as pessoas, sozinhos podemos conseguir sobreviver, mas com
ajuda podemos nos tornar mais fortes e ajudar outras pessoas, quem sabe um dia esse lugar
não se torna melhor, ainda tenho esperanças disso acontecer antes de eu morrer. Mas chega
desse assunto, não adianta tentar mudar essa sua cabeça egoísta, já falou com sua
namoradinha?

-Que namoradinha?

-A Valentina, ela vem aqui procurando por você todos os dias.

-Ahh aquela insuportávelzinha, ela veio me falar que não vou me libertar dessa maldição e que
me ama, as mesmas loucuras de sempre.

-Talvez você devesse dar uma chance para ela, ela pode tornar esse lugar menos tenebroso se
estiver feliz.

-Está louco? Jamais vou me juntar com alguém como ela, mimada e implicante.

-Valentina só é assim por causa desses monstros pretos.

-Você nunca me contou o porquê de ela ser assim.

-Quando a rainha ficou gravida, o rei se encheu de emoção pensando que finalmente teria
finalmente um herdeiro, após alguns dias de celebração do reino o rei recebeu a notícia de que
o bebê que estava na barriga da rainha, não era dele. O rei se enfureceu e exigiu saber quem
era a pessoa que engravidou a rainha, um tempo depois a Feiticeira das sombras apareceu no
reino bem no dia em que Valentina nasceu, e revelou para todo o reino que ela foi quem
engravidou a rainha. As duas se encontravam as escondidas mantendo um amor proibido e
sigiloso, porém elas queriam finalmente ficar juntas, o rei não aceitou que a rainha queria se
separar dele e a maneira que as duas encontraram foi dela carregar em seu ventre a nova
herdeira do reino que não seria filha do rei, o obrigando a se distanciar do trono. O rei propôs
um duelo, quem vencesse ficaria com o reino e com sua esposa, a feiticeira aceitou
prontamente e após uma breve batalha ela venceu assassinando o rei, pegando seu trono e
sua esposa para ela.

-Eu nem sabia que aqui existia rei, no reino elemental os homens não podem governar.
-Aqui as coisas são meio diferentes, mas continuando a história. Valentina foi crescendo e
recebendo os cuidados e educação da rainha, a feiticeira não interferia na educação mesmo
não concordando com as coisas que ela ensinava para a princesa. A rainha ensinou para ela
que deveria sempre ser gentil e ajudar as pessoas, ela era uma mulher muito boa e amada por
todos. Até o dia em que ela foi assassinada por um de seus servos mais confiáveis, a feiticeira
enlouqueceu e espalhou sombras por todo o reino para que elas vigiassem e mantivessem
Valentina protegida de pessoas como aquelas, ela ensinou Valentina tudo que sabia e a
mostrou que deveria cuidar de si mesma, pois as pessoas podiam ser imprevisíveis, alguns
anos depois a feiticeira morreu por tristeza, ela não aguentou a perda de sua amada e não
resistiu a dor. Valentina passou a crescer sozinha e se recordava apenas do que a feiticeira
ensinou a ela, todos do reino temem a ela e fazem o que ela quer com medo do que ela pode
ser capaz, por isso ela é tão metida.

-Basicamente a Valentina é órfã e mimada pelo reino inteiro, como acha que posso ajudar
nisso?

-Não prestou atenção na história? A feiticeira não foi má por que tinha a rainha ao lado dela,
dando amor e carinho, fazendo com que ela não fosse ruim para o reino.

-É e depois a rainha foi morta, aonde quer chegar com isso?

-Tirando a parte do morta, a rainha mantinha a feiticeira calma e boa, você pode fazer isso
com a Valentina, não sabe o quanto aquela garota te ama.

-Ela não me ama, ela apenas quer o que não pode ter.

-Não vejo dessa maneira, mas se não quer eu não vou te obrigar a nada, apenas pense no que
falei.

-Vou pensar, mas agora pode me dar meu remédio?

-Te dou, só se prometer que vai me visitar depois. -Maximus cruza os braços e fecha os olhos
fazendo birra.

-Não acredito que um grandalhão forte como você está fazendo birra haha, tabom tabom, eu
volto aqui mais vezes.

-Pois bem, quer se despedir da Valentina antes de ir?

-Se despeça dela por mim.

-Sabe que não vai ser a mesma coisa né?

-Entrega isso para ela. -Hilary entrega uma bala para Maximus. -E fala que me despedi.

-OK, agora abre bem a boca.

Hilary abre a boca e Maximus joga o comprimido em sua boca, tudo começa a girar e
novamente ela aparece no castelo do reino da mentira, ainda estava anoite e Alice parecia
nem ter saído do quarto, Hilary se levanta e caminha para o seu quarto, aquele tinha sido um
dia cansativo para ela.

~Perspectiva de Leonor.
Todos esses documentos estão me matando, depois de todo esse alvoroço eu acho que o
melhor vai ser cancelar o baile da união, vou deixar a peça de teatro afinal não posso privar os
alunos de tudo, seria injusto da minha parte já que não tiveram envolvimento com o que
aconteceu. Melhor avisar para Olivia sobre a mudança de planos.

Leonor andava pelos corredores vazios daquele colégio, o dia já estava acabando e com ele seu
horário de trabalho, no outro dia as aulas começariam e aquele lugar se enxeria de estudantes
andando de um lado para o outro. Ao chegar na secretaria ela viu Olivia escrevendo em a=uma
pequena agenda.

-Sua organização é sempre impecável, como consegue? -Leonor pergunta enquanto se apoia
na porta.

-Gosto de manter tudo nos eixos, um ambiente de trabalho bagunçado leva a uma mente
bagunçada, você deveria pensar sobre isso, sua sala não é um ambiente adequado para uma
pessoa que tem que cuidar de um colégio inteiro. -Diz Olivia sem tirar os olhos de sua agenda.

-Talvez você tenha razão, eu vim aqui pedir que faça um pequeno cartaz avisando que o Baile
da união será cancelado, mas que a apresentação do teatro vai continuar na data prevista e
todos devem voltar aos ensaios.

-Quer quantos cartazes?

-Acho que 5 são suficientes, coloque um em cada área do colégio e os alunos vão ver quando
passarem pelos avisos. Tem alguma novidade?

-Esta se referindo ao reino, o colégio ou minha vida pessoal? -Olivia larga a caneta e olha para
Leonor.

-Sua vida pessoal, por mais que eu te conheça a milênios eu sinto que não te “conheço” de
fato.

-Já pensou que pode existir um motivo para isso? Minha vida é uma confusão que prefiro lidar
sozinha, não preciso de ninguém sabendo sobre meus problemas.

-Olivia, você me considera sua amiga?

-Eu não tenho amigos, acho que isso responde a sua pergunta. -Ela se levanta com a agenda
em sua mão e a guarda em uma estante atrás dela. -Eu vou pregar os cartazes quando eu
chegar pela manhã, já deu meu horário de ir embora e eu tenho planos para a minha noite,
que não envolvem ficar neste colégio.

-Como quiser, acho que já vou indo embora também, até amanhã de manhã. -Leonor arruma
sua postura retirando seu braço da parede e se vira saindo da secretaria.

Leonor decide ir ver como seus alunos estavam, assim que trancou sua sala ela caminhou até a
área dos dormitórios procurando por Vanilla e seus alunos até que entrou em uma sala onde
Adora estava sentada observando Perola e Liam.

-Adora, o que faz aqui? Onde está Vanilla? -Leonor pergunta confusa.

-Eu estou vigiando esses alunos para que Vanilla vá resolver um problema, espero que não
tenha nenhum problema, eu não vou machuca-los.

-Fique tranquila, eu só não esperava te ver aqui, já está se preparando para voltar ao trabalho?
-Sim, e Cassandra vai estar me dando um suporte pelo que Vanilla disse, e você Lin, quais seus
planos para hoje? Por que ainda está aqui?

-Eu já estava indo embora, mas acho melhor ficar aqui te vigiando. -Leonor sorri brincando.

-Não preciso de uma babá... eu estou meio preocupada com esses alunos, estão presos em um
mundo paralelo e eu não sei em qual deles eles estão.

-Por que essa preocupação, o que isso significa?

-Significa que podem estar em um lugar muito perigoso ou um lugar muito tranquilo, prefiro
acreditar na primeira opção.

-Tem como tirá-los de lá?

-Liam já está trabalhando nisso, só espero que ele consiga, não quis preocupar a Vanilla
dizendo que é muito perigoso, mas se eles não conseguirem sair de lá o quanto antes, teremos
que interromper o contato.

-E isso seria?

-Força-los a sair de lá, mas essa deve ser a ultima solução se não der certo.

-E quanto tempo temos que esperar?

-Liam foi a pouco tempo, se ele não conseguir em 1 dia, teremos que tirá-los de lá.

-Se isso for necessário, eu quero ajudar e estar presente neste momento, não quero que nada
de ruim aconteça com meus alunos.

-Tudo bem, se não saírem até amanhã atarde, nós os tiramos de lá.

-Ok, você quer que eu fique aqui com você até a Vanilla voltar?

-Não precisa, pode ir para casa tranquila eu vou ficar bem.

-Se está dizendo, amanhã nós conversamos melhor, vou para casa descansar, amanhã tudo
começa novamente.

-Boa noite Lin, descanse bem.

-Boa noite querida, tente descansar um pouco quando sair daqui.

-Pode deixar.

Leonor sai da sala a deixando sozinha, a noite já tinha chegado e o céu estava começando a se
cobrir com nuvens tampando as estrelas. Leonor pega seu cavalo e cavalga devagar
observando toda a floresta e os reinos por onde passava, assim que chegou em sua mansão,
ela adentrou sua sala e trancou todas as portas e janelas. Aquele era seu momento mais
aguardado do dia, onde ela poderia ficar sozinha com seus pensamentos e relaxar após um dia
estressante.

-Onde está meu whisky? Jurava que tinha guardado nesse armário... ah lembrei.

Ela caminha até a sala e observa a sua volta até que para seus olhos em sua bebida que estava
em cima de um armário pequeno logo atrás do sofá. Sem muita demora ela serve seu copo e
começa a beber ficou sentada apenas pensando por um logo tempo, seus pensamentos eram
diversos, ela pensava em Adora, nas demônias, e por algum motivo seus pensamentos
focaram em Amanda e seu peito foi tomado por um mal pressentimento.

-Não a vejo dês daquele incidente, por que ela estava no colégio? -Leonor olha para o relógio
na parede da sala. -Ainda está cedo, acho que uma visita não será tão inconveniente.

Leonor levanta do sofá e larva seu copo na mesinha, pega sua bolsa novamente e caminha até
a porta, passando por ela e atrancando novamente, seu cavalo estava em seu pequeno
estabulo aguardando seu próximo destino. Tudo parecia tranquilo como sempre, naquele
lugar afastado das demais casas, porém algo não deixava Leonor se manter calma, uma
ansiedade que invadia seu peito e a fazia sentir uma dor irracional. Depois de subir em seu
cavalo ela dispara em direção a mansão de Amanda, as ruas permaneciam quase vazias como
normalmente ficavam anoite, após um tempo cavalgando ela finalmente chega na mansão e
larga seu cavalo pouco distante dali amarrado em uma arvore para que não fugisse.
Era possível ver algumas janelas iluminadas indicando que ainda estava acordada, Leonor
bateu na porta e depois de alguns longos segundos ela foi aberta e para a supresa de Leonor,
Cassandra estava ali de pé atendendo a porta.

-Leonor, que bom ver você. -Diz Cassandra com um sorriso simpático.

-OI Cassandra, é bom ver você também, sem querer parecer muito inadequada, mas Amanda
está?

-Não, ela saiu a um tempo as pressas, não me disse onde iria então não sei quando volta, deve
voltar em breve, quer esperar por ela?

-Eu gostaria sim, se não tiver problema.

-De forma alguma, entre por favor, deseja beber alguma coisa?

-Não, estou bem desta maneira, obrigada.

Cassandra espera Leonor entrar e fecha a porta, as duas se sentam na sala e se observam por
longos minutos em silencio, até que Leonor quebra o gelo.

-Como você está? Depois de... bom, depois de tudo que aconteceu.

-Eu ainda tenho um pouco de medo da Eclipsa, foi uma situação bem complicada, mas não
guardo magoas, sei que a culpa não foi dela. E não tem porque fica me remoendo pelo
passado, não vai mudar o que aconteceu.

-De fato, espero que fique bem e qualquer coisa você pode me consultar, não éramos tão
próximas, mas eu quero poder te ajudar se precisar.

-Como sempre você é bem gentil, obrigada Leonor, eu vou ficar bem. Mas e você, como está?

-Já estive em dias melhores, mas acho que é apenas nervosismo depois de tudo que aconteceu
nesse reino.

-As coisas vão melhorar em breve, esse reino tem altos e baixos, mas sempre volta aos eixos.

-Acho que vamos conseguir nos instabilizar, Pandora levou a princesa da ordem para um
treinamento, o que significa que teremos uma forte proteção no reino, é o que eu espero na
verdade.

-Essa tal Pandora, não é muito sei lá...


-Má?

-Não sei se é adequado usar esse termo, mas sim.

-Existem pessoas que nasceram para ser más e outras boas, o reino está repleto delas, e sim a
Pandora é meio cruel, mas é justa.

-Eu fico pensando, os reinos que nasceram para ser maus, pelo que pude ver eles não estão
seguindo seus papeis.

-Temos que concertar isso no colégio, antes que saiam da escola, para manter o equilíbrio no
reino.

-Nâo acha que é ruim, tornar os alunos ruins? E se deixássemos que seguissem seus próprios
caminhos?

-Não podemos, está na lei do reino que cada um deve seguir seu caminho, foi um dos motivos
para que eu abdicasse, meu reino esta destinado a ser mau e eu não quero lidar com isso.

-O reino das flores é um reino destinado a ser bom, eu só abdiquei para curtir mais a vida, mas
olha pra mim? Fiquei presa por milhares de anos sem muita esperança de sair.

-Pelo menos está aqui agora e eu vou te proteger de problemas futuros.

As duas continuam a conversa colocandot odos os assuntos em dia, Leonor contava tudo que
Cassandra perdeu com o tempo, as horas foram se passando e nada de Amanda voltar, era
estranho afinal ela tinha o costume de dormir cedo e não saia muito pela madrugada. David
apareceu na sala vendo Leonor sentada conversando com Cassandra, pela sua cara ele tinha
acabado de acordar.

-Ah, não sabia que teríamos visita, boa noite Leonor, como você está? -David pergunta
arrumando a barra de sua blusa que estava toda amarrotada.

-Boa noite David eu estou bem, eu vim aqui falar com Leonor, mas ela não voltou até agora,
sabe para onde ela foi? -Pergunta Leonor.

-Não, eu acabei indo me deitar mais cedo, estava com uma dor de cabeça enorme e quase não
consegui trabalhar. Será que ela foi dormir na casa de alguém? Viu que horas ela saiu
Cassandra?

-Ela saiu na hora do jantar, nem terminou de comer e saiu as pressas, acha que devemos ir
procurar por ela? -Pergunta Cassandra olhando para os dois.

-Acho melhor esperarmos até amanhã de manha, se ela não aparecer nós vamos procurar por
ela, está muito cedo e ela pode ter ido resolver algo importante. -Diz David.

-Tem razão, bom, já tomei demais do tempo de vocês e já devem estar cansados, vou para
casa e amanhã eu venho aqui falar com ela depois do trabalho. -Leonor fala se levantando e
pegando sua bolsa. -Qualquer coisa pode ir até o colégio e falar comigo.

-Tudo bem, eu vou voltar para cama e vê se tenta descansar Cassandra, vou te levar até a
porta Leonor.

Leonor acena para Cassandra e caminha junto a David até a porta, se despede e olha para o
céu. Estava bem tarde e frio lá fora, ela envolve seu corpo com os braços tentando se aquecer
e caminha até seu cavalo.
-Nessas horas ser uma princesa de fogo não seria nada mal.

Ela sobe nele e cavalga mais depressa para sua casa, ao chegar lá ela guarda seu cavalo e entra
em casa, ainda sentia aquele mesmo calafrio por todo o corpo, como se algo ruim estivesse
prestes a acontecer.

~Perspectiva de Cristina.

Faltavam poucas horas para o nascer do sol, Cristina desperta e faz sua higiene, hoje seria o
retorno das aulas depois de todos os incidentes e ela queria ir ao castelo de Amity discutir o
que fariam naquele dia. Ao descer as escadas ela vê a mesa de café pronta como de costume,
Zayzel vinha da cozinha trazendo uma bandeja e colocando na mesa junto das demais
comidas.

-Bom dia princesa, teve uma boa noite de sono? -Pergunta Zayzel puxando a cadeira para que
ela se sentasse.

-Melhor impossível, quero que coma e arruma nossos cavalos, vamos para o reino da musica
assim que comermos. -Cristina se senta e coloca o guardanapo em seu colo.

-Sim princesa, aceita suco ou café?

-Suco de morango.

Zayzel a serve e as duas permanecem em silencio durante todo o café da manhã, assim que
terminam Cristina sobe as escadas para se arrumar e Zayzel sai do castelo indo para o pequeno
estabulo. Minutos depois ambas se encontram em frente ao castelo e montam em seus
cavalos rumo ao reino da musica. O sol estava nascendo naquele momento deixando todo o
céu com um brilho lindo, era possível ouvir os pássaros cantando e logo escutavam uma
musica calma vindo do reino da musica, ambas descem de seus cavalos e Zayzel os leva até
próximo da entrada do castelo, o reino estava bem mais quieto que o normal e ao adentrarem
o castelo, viram Amity com uma xicara de chá na mão sentada no sofá sozinha.

-Bom dia Amity, onde está Vikky? Vamos sair em 10 minutos. -Diz Cristina se aproximando
mais dela.

-Amity está indisposta hoje, não vai para o colégio. -Diz Amity mexendo seu chá com uma
colher.

-Aconteceu alguma coisa?

-Sim, ontem ela foi atacada pela Morgana... Se importa de mandar que ela saia, o que vou
dizer agora deve ficar entre nós. -Diz Amity olhando para Zayzel.

-Zayzel, pode me esperar lá fora, não vamos demorar.

-Sim princesa. -Zayzel consente com a cabeça e caminha para fora.

-A imprestável da Vikky não fez o que eu pedi direito e eu tive que tomar outras providencias,
agora ela está lá no quarto e não vai sair por um tempo, para aprender a me ouvir. -Diz Amity
bebendo mais um pouco de seu chá.

-Como assim? Mas o que isso tem haver com a morgana?


-Eu ordenei que ela desse um fim na Ângela. -Amity diz isso e Cristina arregala seus olhos. -Mas
ela não fez isso, apenas a deixou nocalteada e próxima do reino, foi o suficiente para Morgana
suspeitar que eu fiz aquilo com ela, então ela veio aqui e eu disse que foi Vikky.

-Mas por que você iria querer a Ângela morta? Amity isso é ultrapassar os limites e eu já
conversei com você sobre isso!

-Para conseguir o que quero eu sou capaz de qualquer coisa, Cristina querida. -Amity se
aproxima mais dela e acaricia seu rosto. -Fiz isso por nós duas, não apenas por mim.

-E o que você fez exatamente? Além de agredir a Ângela e culpar sua elfa?? -Cristina diz
olhando para ela confusa.

-Terminei o que Vikky não teve coragem, agora parte do meu plano está em ação e em breve
teremos todo o reino nas nossas mãos. -Cristina segura o braço de Amity e se afasta.

-Não acredito que fez isso! Amity você está brincando, me diz que está brincando! -Cristina diz
nervosa.

-Não Cristina e em breve você vai entender que foi necessário, se quiser pode me ajudar com a
próxima parte do plano.

-eu não vou participar de plano algum! Isso acaba agora, você passou dos limites e eu não vou
participar de suas loucuras, entende o quanto isso é grave? -Amity nega com a cabeça. -Você
matou uma pessoa, a troco de quê? Poder? Tem como ser mais fútil que isso? Já chega.

-Cristina um dia você vai me entender, e assim como eu você é capaz de qualquer coisa para
conseguir o que quer, um dia vai perceber que eu estou certa. -Diz Amity com seu rosto
próximo ao de Cristina.

-Não quero você perto de mim até parar com essas loucuras, fique longe de mim e da Zayzel
sua maníaca! -Cristina da as costas

-Você vai me entender ainda querida, e vai voltar para mim.

-Nunca!

Cristina anda depressa para fora e se encontra com Zayzel que estava a sua espera.

-Vamos embora. -Diz Cristina passando por Zayzel.

-Mas e a Amity? -Zayzel pergunta confusa.

-Esquece ela, vamos embora agora eu não quero voltar nesse castelo novamente.

-Aconteceu alguma coisa?

-Depois conversamos.

Zayzel fica em silencio e segue Cristina em direção aos cavalos, Cristina permaneceu em
silencio o percurso todo até chegar no colégio, ainda estava cedo então as duas foram para um
pequeno campo de flores ali perto e se sentaram olhando o horizonte. Após um longo tempo
em silencio Cristina olha para Zayzel que retribui o olhar.

-Zayzel, pode me prometer uma coisa? -Cristina fala sem perder o contato de seus olhos.

-Claro princesa.
-Me prometa que nunca vai matar ninguém, a não ser que seja realmente necessário.

-Por que quer que eu prometa isso? -Zayzel olha novamente confusa.

-Apenas me prometa, você pode me prometer isso?

-Sim princesa, eu lhe prometo que jamais matarei qualquer pessoa, a não ser que seja
necessário.

-Obrigada.

Cristina deita no ombro de Zayzel e volta a olhar para o horizonte com lagrimas em seus olhos.
Sua crueldade tinha limites, nem em seus pensamentos mais obscuros ela se via matando
alguém, e só de imaginar uma vida inocente como a de Ângela sendo tirada por poder, seu
coração doía e ela sentia nojo ao pensar que Amity foi capaz de algo assim. Sua melhor amiga
se deixou cair por seus desejos e agora se tornou a pessoa em que Cristina mais queria
distancia, a princesa agora se via em um vazio imenso, uma solidão que parecia a corroer por
dentro, era como se uma parte dela se foi no momento em que ela saiu do castelo de Amity, e
agora ela se sentia sozinha mesmo ao lado de Zayzel.

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