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Lição 1 - O Valor do Dinheiro no Tempo

Nesta lição você verá que o valor do dinheiro muda ao longo do tempo. En-
tenderá os vários motivos que levam à desvalorização do dinheiro. A ma-
temática nos ajuda a calcular essa transformação e nos dá suporte para a
tomada de decisões, tanto em uma empresa quanto em nossos assuntos
pessoais do cotidiano.

Ao término desta lição, você será capaz de:


a) entender o valor do dinheiro no tempo;
b) efetuar cálculos de juros, de capital e do montante de uma operação
financeira;
c) compreender o funcionamento do valor aplicado e/ou cobrado nas
respectivas transações.

1. Valor Presente e Valor Futuro do Dinheiro


Podemos afirmar que R$1,00 hoje jamais será igual a R$ 1,00 em qualquer
outro momento.

R$ 1,00 ≠ R$ 1,00
tempo
Hoje 30 dias
depois

Atenção!
Obviamente, as mercadorias e produtos não têm seus preços alterados diariamente,
mas, periodicamente, sofrem reajustes de preços que visam repor as perdas verificadas
em todo o período em que não sofreram aumento.

Isso ocorre porque o dinheiro perde valor ao longo do tempo. O que compra-
mos com R$ 100,00 hoje, dificilmente poderá ser comprado daqui a dois anos
pelos mesmos R$ 100,00. Isso significa que o dinheiro perde poder aquisitivo.
Existem vários motivos que levam à desvalorização do dinheiro, como a in-
flação, por exemplo.

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A inflação é um evento tipicamente monetário que consiste em um aumento
generalizado de preços, decorrência da perda do poder aquisitivo pela moe-
da. Mas, é importante saber que nem sempre ela é a principal causadora da
perda do poder aquisitivo do dinheiro.

Então, por que ocorre a inflação? Ela pode iniciar devido ao aumento de cus-
tos ou de demanda (procura), ou, ainda, pela combinação dos dois fatores.
Uma vez iniciada a inflação, ocorre um fenômeno denominado espiral de
preços, em que todos os “atores” da economia (empresas, empregados, gover-
no, entre outros) praticam aumentos sistemáticos de preços.

Se o dinheiro necessariamente perde seu valor, o maior desafio para quem


guarda parte de sua renda e possui dinheiro poupado é manter o valor dessa
economia ou poupança, impedindo que o dinheiro perca valor com o passar
do tempo.

Por outro lado, quem não tem poupança e precisa de dinheiro emprestado
terá que compensar aquele que o empresta, pois o pagamento do emprésti-
mo naturalmente será efetuado em data futura.

Para todas essas questões, a Matemática Financeira fornece métodos e téc-


nicas que permitem o cálculo das perdas e dos ganhos do dinheiro ao longo
do tempo.

Como o dinheiro desvaloriza com o tempo, o primeiro fato a ser considerado


é o de que o valor do dinheiro hoje é diferente do valor do dinheiro em qual-
quer data futura. Sendo assim, o dinheiro tem um valor presente e um valor
futuro.

Ponto-chave
Valor presente é aquele que, na escala do tempo, está localizado no momento atual (ou na
data de hoje), também chamado de data-zero.
Valor futuro é aquele que se encontra em qualquer data após a data-zero. Pode ser aquele
de um dia depois, um mês depois, um ano depois, dez anos depois etc.

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Valor Valor
presente futuro

Tempo

Data de hoje Data


futura

2. Conceitos Financeiros
Para quem estuda Matemática Financeira, o conhecimento de alguns concei-
tos é imprescindível. São eles:
• Capital ou Principal: é o valor aplicado em uma determinada
operação, seja ela de aplicação ou empréstimo. É conhecido como:
Principal, Valor Atual, Valor Presente ou Valor Aplicado. Em inglês,
Present Value (PV).
• Juros: é a remuneração do Capital ou Principal empregado em alguma
atividade produtiva.
• Montante: é o valor composto pelo Principal acrescido de Juros.
• Taxa de Juros: é a remuneração do Capital expressa em porcentagem (%)
por unidade ou período de tempo. Pode ser mensal, trimestral, anual etc.
• Período de Capitalização: refere-se ao período de tempo (mês,
ano etc.) em que os Juros são efetivamente calculados e somados a
aplicação ou dívida.

3. Tipos de Juros
3.1 Juros Simples

Os juros simples são calculados pelo chamado regime de capitalização sim-


ples, o que significa dizer que não há incidência de juros sobre juros, ou seja,
o juro é o resultado da taxa de juros por período (mês, ano etc.) multiplicado
somente pelo principal. Vejamos um exemplo:

O Sr. Carlos aplicou R$ 1.000,00 em um banco pelo período de três meses. Ao


final do trimestre, ele receberá do banco os R$ 1.000,00 que aplicou, além de,
ao final de cada mês, receber 2% de juros simples, que correspondem à remu-
neração do investimento feito.

Ao final de cada mês, o banco terá de pagar ao Sr. Carlos:

1º mês = R$ 1.000,00 . 0,02 = R$ 20,00


2º mês = R$ 1.000,00 . 0,02 = R$ 20,00
3º mês = R$ 1.000,00 . 0,02 = R$ 20,00

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Depois de 3 meses, o banco deve pagar ao Sr. Carlos R$ 60,00 de juros, além
de devolver os R$ 1.000,00 referentes ao principal do investimento. Assim,
podemos representar os juros da seguinte forma:

J=C.i.n

Em que:

J = juros
C= capital
i = taxa
n = número de períodos de investimento ou aplicação

Para Refletir
Ao aplicar um capital durante determinado período, ao fim do prazo obtemos o valor
(montante).
Montante: é a soma do capital aplicado acrescido da remuneração obtida durante o
período de aplicação.
A diferença entre o montante (M) e o capital (C) é denominada remuneração (J) ou
rendimento do capital.

Rendimento = montante – capital

O rendimento em uma aplicação financeira é o produto entre a taxa de juros


(i) e o capital (C) ou principal e o tempo:

J=C.i.n
J =i.n
C
J=M-C

Igualando as duas expressões, obtemos:

M–C=C.i.n
M=C.i.n+C
M = C (i . n + 1) ou
M = C (1 + i . n)

Assim, na aplicação do Sr. Carlos, obtemos o seguinte produto:

J=C.i.n
J = 1.000 . 0,02 . 3 = R$ 60,00
M = 1.000 (1 + 0,02 . 3) = R$ 1.060,00

Se representarmos graficamente, através dos fluxos de caixa da operação, a


aplicação financeira realizada, teremos:

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R$ 1.000,00
+
R$ 20,00 R$ 20,00 R$ 20,00

1º mês 2º mês 3º mês

tempo

R$ 1.000,00

O eixo horizontal representa o tempo dividido em períodos (cada


período equivale a um mês). A seta apontada para baixo representa
a saída de recursos e as setas apontadas para cima representam as
entradas de recursos.

Atenção!
A taxa de juros percentual deve ser apresentada na forma fracionária para realização
dos cálculos correspondentes. Por exemplo:
Forma
Percentual Fracionária
25% 25/100 = 0,25
15% 15/100 = 0,15
2% 2/100 = 0,02
0,4% 0,4/100 = 0,004

Ponto-chave
Juros comerciais: consideram-se 360 dias.
Juros exatos: consideram-se 365 dias.
Convenção para a taxa de juros:
a.a. = taxa ao ano
a.m. = taxa ao mês
a.s. = taxa ao semestre
a.d. = taxa ao dia
a.t. = taxa ao trimestre

Exemplo 1

O Sr. Manoel aplicou R$ 10.000,00 pelo período de um ano, e a remuneração


anual dessa aplicação financeira é de 30%. Vejamos como calcular os juros e o
montante, e como apresentar os fluxos de caixa.

J = C . i . n M = C (1 + i . n)
J = 10.000 . 0,3 . 1 M = 10.000 (1 + 0,3 . 1)
J = R$ 3.000,00 M = R$ 13.000,00

10
R$ 13.000,00
1 ano
tempo

R$ 10.000,00

Exemplo 2

Um investidor aplicou R$ 100.000,00 durante seis meses a uma remuneração


de 4% a.m., paga ao final de cada mês. Quanto ele recebeu de juros? Qual é o
montante da operação?

J = C . i . n M = C (1 + i . n)
J = 100.000 . 0,04 . 6 M = 100.000 (1 + 0,04 . 6)
J = R$ 24.000,00 M = R$ 124.000,00

R$ 100.000,00
+
R$ 4.000,00 R$ 4.000,00 R$ 4.000,00 R$ 4.000,00 R$ 4.000,00 R$ 4.000,00

1º mês 2º mês 3º mês 4º mês 5º mês 6º mês

R$ 100.000,00

Pode-se dizer que o montante é a soma do capital com os juros.

►►3.1.1 Unidades de Tempo da Taxa de Juros e do Período de


Investimento Iguais

Ao resolver um problema de Matemática Financeira, deve-se atentar para o


tempo da aplicação e da taxa dos juros. Para sua melhor compreensão, a se-
guir encontram-se alguns exercícios resolvidos com os respectivos tempos
destacados.

Exercícios Resolvidos

1. Calcule os juros obtidos por R$ 3.000,00 aplicados por um ano, a uma taxa
de juros simples de 25% a.a.

Dados:

C = R$ 3.000,00
i = 25% a.a. = 25 = 0,25 a.a.
100
n=1
J=?
J=C.i.n
J = 3000 . 0,25 . 1 = R$ 750,00

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2. Qual será o montante de R$ 1.600,00 aplicados por um ano, a uma taxa de
juros simples de 50% a.a.?

Dados:

C = R$ 1.600,00
i = 50% = 50 = 0,5 a.a.
100
n=1
J=?
J=C.i.n
J = 1.600 . 0,5 . 1 = R$ 800,00
M = C + J= 1.600,00 + 800,00 = R$ 2.400,00

3. Qual é a taxa de juros simples que transforma R$ 4.500,00 em um mon-


tante de R$ 8.100,00 em um ano?
C = R$ 4.500,00
M = R$ 8.100,00
n=1
i = ? a.a.
J=M–C
J = 8.100 – 4.500 = R$ 3.600,00
J=C.i.n
i= J
(C . n)
assim: i = 3.600,00 = 0,8 = 80% a.a.
(4.500,00 . 1)

►►3.1.2 Unidades de Tempo da Taxa de Juros e do Período de


Investimento Diferentes

O período de investimento pode ser expresso por uma fração corresponden-


te ao perío­do expresso na taxa de juros. Sempre que as unidades de tempo da
taxa de juros e do período de investimento forem diferentes, é preciso reali-
zar um ajuste na taxa.

Ponto-chave
Se a taxa de juros for mensal e o prazo de aplicação referir-se a dias:
i . n (juro comercial)
J=C.
30
Se a taxa de juros for anual e o prazo de aplicação referir-se a meses:
i . n (juro comercial)
J=C.
12
Se a taxa de juros for anual e o prazo da aplicação referir-se a dias:
i
J=C. . n (juro comercial)
360
i . n (juro exato)
J=C.
365

12
Exercícios Resolvidos

1. Qual é o rendimento de R$ 10.000,00 aplicados por um mês, a uma taxa de


juros simples de 36% a.a.?

C = R$ 10.000,00
n = 1 mês
i = 36% = 0,36 a.a.
J=?
J = C. i. n

J = 10.000 . 0,36 . 1 = R$ 300,00


12

2. Determine a taxa de juros simples para 22 dias de aplicação, equivalente à


taxa de 3,05% a.m.

n = 22 dias
i = 3,05% = 0,0305 a.m.

i22 dias = 0,0305 . 22 = 0,0224 = 2,24%


30

3. Calcule o rendimento de R$ 23.000,00 aplicados por 14 dias a uma taxa de


juros simples de 2,5% a.m.

C = R$ 23.000,00
i = 2,5% = 0,025 a.m.
n = 14 dias
J=?
J=C.i.n

J = 23.000 . 0,025 . 14
30

J = R$ 268,33

4. Um capital aplicado por três meses a juros simples de 4% a.m. rendeu R$


360,00. Determine a valor do capital.

C=?
i = 4% = 0,04 a.m.
J = R$ 360,00
J=C.i.n
360 = C . 0,04 . 3
360 = C . 0,12

C = 360 = R$ 3.000,00
0,12

13
►► 3.1.3 Capitalização e Desconto a Juros Simples: Cálculo do
Principal e do Montante

Já vimos que o montante ou valor de resgate de uma aplicação é o capital


inicialmente investido (principal) acrescido de sua remuneração decorrido o
período de aplicação (juros obtidos). Como:

M = C (1 + i . n)

Pode-se dizer que o cálculo do principal a partir do montante segue o pro-


cesso inverso:

C= M
1+i.n

Veja a seguir o diagrama de fluxo de caixa utilizado para representar gra-


ficamente as transações financeiras em determinado período. O tempo é
representado por uma linha horizontal dividida pelo número de períodos
relevantes na análise. Por convenção, as entradas ou recebimentos são repre-
sentados por setas verticais apontadas para cima, e as saídas ou pagamentos,
por setas verticais apontadas para baixo.

Representação do processo de capitalização e o desconto de capitais no


regime de juros simples

capitalização S = P (1 + i . n)
tempo
0 n
desconto
P = S (1 + i . n)-1

O processo de capitalização consiste no cálculo do montante ou no valor fu-


turo de um capital.

S = P (1 + in)

O processo de desconto consiste em calcular o valor atual de um montante


futuro. Um é o inverso do outro.

P= S
ou P = S (1 + i . n)-1
(1 + i . n)1

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►►3.1.4 Equivalência de Capitais a Juros Simples
Dois ou mais capitais são equivalentes quando, transportados para uma mes-
ma data, à mesma taxa, produzirem, nessa data valores iguais.

Exercícios Resolvidos

1. Qual é o valor de resgate de R$ 500,00 aplicados por 16 meses a uma taxa de


juros simples de 12% a.t.?

C = R$ 500,00
n = 16 meses
i = 12% a.t.
M=?

M = C (1 + i . n)

M = 500,00 1 + 0,12 . 16 = R$ 820,00


3

2. Qual é o capital que, aplicado a uma taxa de juros simples de 20% a.m., em
três meses resulta em R$ 8.000,00?

Dados:

C=?
M = R$ 8.000,00
n = 3 meses
i = 20% = 0,20 a.m.

C= M = 8.000 = R$ 5.000,00
(1 + i . n) (1 + 0,20 . 3)

3. Em dois meses, R$ 5.050,00 transformaram-se em R$ 5.600,00. Qual foi a


taxa de juros simples anual obtida?

Dados:

C = R$ 5.050,00
M = R$ 5.600,00
n = 2 meses
i = ? a.a.
M = C (1 + i . n)

5.600 = 5.050 1 + i . 2
12

5.600 = 1 + i . 2
5.050 12

15
1,11 = 1 + 2i
12

1,11 - 1 = i
6

0,11 = i
6

0,11 x 6 = i

0,66 = i

i = 66% a.a.

4. Em quantos meses um capital de R$ 400,00 rende R$ 80,00 a juros simples


de 60% a.a.?

Dados:

C = R$ 400,00
J = R$ 80,00
M = C + J = 400,00 + 80,00 = R$ 480,00
i = 60% = 0,60
n=?

M = C (1 + i . n)

480 = 400 1 + 0,60 . n


12
480 = 1 + 0,60 . n
400 12
480 - 1 = 0,60 . n
400 12

1,2 - 1 = 0,60 . n
12

0,2 = 0,60 . n
12
0,2 . 12 = 0,60. n

2,4 = 0,60. n
2,4 = n
0,60

n = 4 meses

16
3.2 Juros Compostos

Os juros compostos são calculados pelo chamado regime de capitalização


composta, o que significa dizer que há incidência de juros sobre juros. Os ju-
ros de cada período são somados ao principal, e sobre esse total incidem no-
vos juros no período seguinte e assim sucessivamente.

O cálculo do montante de uma aplicação com juros composto é dado por:

M = C (1 + i)n e J=M-C

Isolando C, temos:

C= M C=M S
ou
(1 + i )n (1 + i . n)1

A taxa de juros deve sempre referir-se à mesma unidade de tempo do período


financeiro.
Ponto-chave
O fator (1 + i)n é chamado de fator de capitalização do valor futuro, e permite encontrar o
montante ou valor futuro de uma aplicação. Capitaliza um principal levando-o a uma data
posterior.
O fator (1 + i)-n permite encontrar o valor principal de determinado montante, ou seja,
desconta um valor futuro trazendo-o a uma data anterior.

Exemplo 1

O Sr. José investiu, pelo período de três meses, R$ 10.000,00 numa aplicação
financeira que oferece juros de 1% ao mês. Como ele não retirará os juros ao
final de cada mês, o banco depositará os devidos valores no final do trimestre,
juntamente com a devolução do principal. Assim, o investimento do Sr. José
será acrescido de juros a cada mês:

1º mês = R$ 10.000,00 . 1,01 = R$ 10.100,00


2º mês = R$ 10.100,00 . 1,01 = R$ 10.201,00
3º mês = R$ 10.201,00 . 1,01 = R$ 10.303,01

De outra forma:

10.000,00 . 1,01 . 1,01 . 1,01 = R$ 10.303,01

Ou seja:

M = C(1 + i)n
M = 10.000 (1 + 0,01)3
M = R$ 10.303,01

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Assim, os juros recebidos pelo Sr. José ao final do trimestre serão de:

J=M–C
J = 10.303,01 – 10.000
J = R$ 303,01

Para o investidor, os fluxos de caixa serão de:

R$ 10.303,01

1º mês 2º mês 3º mês

R$ 10.000,00

Exemplo 2

Supondo que a caderneta de poupança remunere os seus investidores com


juros de 6% a.a., e capitalize 0,5% de juros ao mês. Calcule o montante e os
juros de um investimento de R$ 4.000,00 aplicado por um ano, sem qualquer
retirada durante esse período.

M = C (1 + i)n
M = 4.000 (1 + 0,005)12
M = 4.000 (1,005)12
M = 4.000(1,061678)
M = R$ 4.246,71

J=M–C
J = 4.246,71 – 4.000
J = R$ 246,71

Para o investidor, os fluxos de caixa serão:

R$ 4.246,71

meses
R$ 4.000,00

Observe que nos juros compostos, o dinheiro cresce exponencialmente em


progressão geométrica ao longo do tempo, uma vez que os rendimentos de
cada período são incorporados ao saldo anterior e passam, por sua vez, a
render juros. No regime de juros simples, o montante cresce linearmente,
pois os juros de determinado período não são incorporados ao principal
para o cálculo dos juros do período seguinte.

18
Exemplo 3

Ao aplicarmos R$ 1.000,00 durante três anos, a uma taxa de 20% a.a., teremos
os seguintes rendimentos e montantes no regime de juros simples e no regi-
me de juros compostos.

Juros Simples Juros Compostos


Rendimento Montante Rendimento Montante
1º mês - R$ 1.000,00 . 0,2 = R$ R$ 1.200,00 1º mês - R$ 1.000,00 . 0,2 = R$ 1.200,00
200,00 R$ 200,00
2º mês - R$ 1.000,00 . 0,2 = R$ R$ 1.400,00 2º mês - R$ 1.200,00 . 0,2 = R$ 1.440,00
200,00 R$ 240,00
3º mês - R$ 1.000,00 . 0,2 = R$ R$ 1.600,00 3º mês - R$ 1.440,00 . 0,2 = R$ 1.728,00
200,00 R$ 288,00

Para Refletir
Caso necessite, faça uma revisão de PG (Progressão Geométrica). O livro Matemática -
vol. único, de Carlos Alberto Marcondes dos Santos, da Editora Ática pode auxiliá-lo.

Observe que nos juros compostos, o dinheiro cresce exponencialmente em


progressão geométrica ao longo do tempo, dado que os rendimentos de cada
período são incorporados ao saldo anterior e passam, por sua vez, a render ju-
ros. No regime de juros simples, o montante cresce linearmente, pois os juros
de determinado período não são incorporados ao principal para o cálculo dos
juros do período seguinte.

Exemplo 1

Luciana pediu emprestados em um banco R$ 2.000,00. O pagamento total


será feito depois de dois meses. Se o banco cobra juros de 5% ao mês, qual será
o montante dessa dívida? Quanto ela pagará de juros por esse empréstimo?

M = C (1 + i)n J=M–C
M = 2.000 (1 + 0,05)2 J = 2.205,00 – 2.000,00
M = 2.000 (1,1025) J= R$ 205,00
M = R$ 2.205,00
Os fluxos de caixa, serão:

R$ 2.000,00

1º mês 2º mês

R$ 2.205,00

19
Exercícios Resolvidos

1. A juros compostos de 20% a.a., qual será o montante de um capital de R$


3.500,00 em oito anos?

Dados:

M=?
i = 20% = 0,20 a.a.
C = R$ 3.500,00
n = 8 anos

M = C (1 + i)n
M = 3.500 (1 + 0,20)8
M = 3.500 . 4,30 = R$ 15.050,00

2. Qual é o capital que em seis anos, à taxa de juros composta de 15% a.a.,
resulta R$ 14.000,00?

Dados:

C=?
n = 6 anos
i = 15% = 0,15 a.a.
M = R$ 14.000,00

C = M (1 + i)-n
C = 14.000 (1 + 0,15)-6
C = 14.000 (1,15)-6
C = 14.000 (0,432327595)
C = R$ 6.052,59

3. Quanto rende um capital de R$ 4.000,00 aplicado por 10 meses a juros


compostos de 2% a.m.?

Dados:

J=?
C = R$ 4.000,00
i = 2% = 0,02 a.m.
n = 10 meses

Juros = Montante – Capital


Juros = C (1 + i)n – C
Juros = 4.000 (1 + 0,02)10 – 4.000
Juros = 4.000 (1,21899442) – 4.000
Juros = 4.875,97768 – 4.000
Juros = R$ 875,98

20
►►3.2.1 Equivalência de Capitais a Juros Compostos
Dois capitais, com datas de vencimento determinadas, são equivalentes
quando, levados para uma mesma data à mesma taxa de juros, tiverem va-
lores iguais.

Exercícios Resolvidos

1. Calcule o valor presente do conjunto de capitais apresentado a seguir e


verifique se, a juros compostos de 10% a.m., eles são equivalentes.

Capital Mês de vencimento


R$ 2.000,00 1
R$ 2.200,00 2
R$ 2.420,00 3
R$ 2.662,00 4

2.662 . (1,10)-4 = 1.818,18

2.420 . (1,10)-3 = 1.818,18


ou 2.000 = 2.2002 = 2.4203 = 2.6624 = R$ 1.818,18
2.200 . (1,10)-2 = 1.818,18 (1,10) (1,10) (1,10) (1,10)

2.000 . (1,10)-1 = 1.818,18

2. Se a inflação mensal prevista é de 1% ao mês, R$ 1.000,00 daqui a seis me-


ses equivalem a qual valor hoje?

VF = R$ 1.000,00
i = 6% = 0,06 a.m.
VP = ?
VP = 1.000 (1 + 0,01)-6
VP = 1.000 (0,942045)
VP = R$ 942,05

De outro modo:

VP = 1.000
(1 + 0,01)6

VP = 1.000
(1,061520)

VP = R$ 942,05

Dessa forma, “transportamos” o valor de R$ 1.000,00 (locado seis meses


adiante) para a data-zero ou momento atual.

21
3. A uma taxa de juros compostos de 3% ao mês, R$ 1.000,00 hoje equivalem
a quanto daqui a três meses?

Valor Presente (VP) = R$ 1.000,00


i = 3% = 0,03 a.m.
Valor Futuro (VF) = ?
VF = 1.000 (1 + 0,03)3
VF = R$ 1.092,73

Portanto, R$ 1.000,00 hoje, equivalem a R$ 1.092,73 daqui a três meses, consi-


derando-se uma atualização mensal de 3%.

4. Uma pessoa tem uma dívida de R$ 3.000,00 com vencimento em dois anos
e uma dívida de R$ 4.500,00 com vencimento em seis anos. Pretende qui-
tar os seus débitos por meio de um pagamento único, realizado ao final
de quatro anos. Considerando uma taxa de juros compostos de 10% a.a.,
determine o valor do pagamento único que liquida a dívida.

0 2 4 6
mês
R$ 3.000,00 (1,10) 2
R$ 4.500,00
(1,10)-2
x

3.000 . (1,10)2 = 3.630


4.500 . (1,10)-2 = 3.719
x = 3.630 + 3.719
x = R$ 7.349,00

5. Uma pessoa tem uma dívida de R$ 1.000,00 que vence em dez meses e
propõe-se a pagá-la em três parcelas: R$ 350,00 daqui a três meses, R$
300,00 daqui a sete meses, e uma parcela final no vencimento da dívida.
Sendo os juros compostos de 4% a.m., determine o valor da parcela final
que liquida a dívida.

0 3 7 10
mês
(1,04)3
350 300 x
(1,04)7

Por equivalência de capitais, no décimo mês, o valor da dívida deve ser igual
ao valor das três parcelas atualizadas para aquela data. Assim:

350. (1,04)7 + 300. (1,04)3 + x = 1.000


350. 1,32 + 300. 1,12 + x = 1.000
462 + 336 + x = 1.000

22
798 + x = 1.000
x = 1.000 – 798
x = R$ 202,00

►►3.2.2 Cálculo com Prazos Fracionários


Muitas vezes o prazo da aplicação não corresponde a um número inteiro de
períodos aos quais se refere a taxa de juros, mas a um número fracionário.
Quando isso acontece, são usadas as seguintes opções de cálculo:
• Convenção Linear: os juros compostos são usados para a parte inteira do
prazo e, os juros simples, para a parte fracionária do prazo.
• Convenção Exponencial: os juros compostos são usados tanto para a parte
inteira do prazo quanto para a parte fracionária do prazo.

Exemplo 1

Para um capital de R$ 25.000,00, aplicado durante 77 dias, a juros de 5% a.m.,


calcule o montante utilizando as convenções linear e exponencial.
Atenção!
Fique atento aos cálculos! Será utilizada a parte inteira e a parte fracionária.

Convenção Linear:

C = R$ 25.000,00
i = 5% a.m. = 0,05 a.m.
n = 77 dias (2 meses e 17 dias)
M=?

M = 25.000,00 . (1+0,05)2 . 1 + 0,05 . 17 = R$ 28.343,44


30
Convenção Exponencial:
77
30
M = 25.000,00 . (1+0,05) = R$ 28.335,17

Exemplo 2

Um capital de R$ 27.000,00, aplicado a juros de 6% a.m., rendeu R$ 5.654,80.


Determine o prazo da aplicação em meses.

M = soma do capital + rendimento


M = 27.000 + 5.654,80 = 32.654,80
C = 27.000
i = 6% a.m. = 0,06 a.m.
n=?

23
Convenção Exponencial:

M = C (1 + i)n
32.654,80 = 27.000 (1 + 0,06)n
32.654,80 = (1,06)n
27.000

1,2094370 = (1,06)n

Dica de Leitura
Vale a pena ler e pesquisar sobre as Propriedades dos Logarítimos. O livro Matemática
Completa, de José Ruy Giovanni e José Roberto Bonjarno, da Editora FTD, poderá auxiliá-
lo a aprofundar seus conhecimentos.

Como queremos encontrar “n”, e este é um expoente, é preciso aplicar a regra


dos logaritmos: logb an.

Dessa forma, teremos:

log1,2094370 = log(1,06)n
log1,2094370 = n . log1,06
log1,2094370 = n
log1,06

n = 3,2634 meses

4. Taxas Nominais de Juros


São as taxas de juros cujos períodos de capitalização não coincidem com
os períodos informados. Como exemplo, podemos citar os Títulos Públicos.
Vamos supor que uma pessoa compre um título pelo valor de R$ 2.000,00
e, no final do ano, esse título será reembolsado pelo valor de R$ 2.500,00.
O cálculo da taxa nominal de juros será feito da seguinte forma:

Juros Pagos – Valor Nominal do Empréstimo

2.500 – 2.000 = 500

A taxa nominal de juros é calculada da seguinte forma:


500 = 0,25 . 100 = 25% a.m.
2.000

São exemplos de taxas nominais: 18% ao ano capitalizado mensalmente, 8%


ao semestre capitalizado mensalmente etc.

24
4.1 Cálculo do Montante a Juros Nominais

Considerando um capital aplicado a uma taxa nominal de juros efetiva ao


ano, na qual os juros são capitalizados uma única vez ao ano, o montante ao
término do primeiro ano de aplicação será:

M = C (1 + i)

Se a taxa de juros for nominal ao ano, capitalizada semestralmente (duas ve-


zes por ano), o montante ao final de um ano será:

M=C 1+ j 2.1
2

Se a taxa de juros for nominal ao ano, capitalizada mensalmente (12 vezes por
ano), o valor do montante ao final do terceiro ano será:

M=C 1+ j 12 . 3
12

Em geral, podemos expressar o montante de um capital aplicado pelo prazo


“m”, a uma taxa nominal “j”, com juros capitalizados “k” vezes durante o perío-
do referencial da taxa nominal, do seguinte modo:

k.m
M=C 1+ j
Z

Em que:
j = taxa de juros nominal
k = número de vezes em que os juros são capitalizados no período ao qual a
taxa nominal se refere
m = prazo da aplicação na mesma unidade de tempo da taxa nominal
C = principal ou capital

5. Taxas Efetivas de Juros


São as taxas de juros cujos períodos de capitalização são idênticos aos perío-
dos informados.

Os juros são capitalizados (incorporados ao capital) e coincidem com aquele


ao qual a taxa está referida. Como exemplos, podemos mencionar: 14% ao mês
com capitalização mensal, 25% ao ano com capitalização anual etc.

Supondo que um banco ofereça empréstimo a uma taxa mensal de juros de


3,5%, com capitalização (pagamento de juros) também mensal. Vimos, ante-
riormente, que se a caderneta de poupança oferecer um rendimento anual

25
de 6%, esta será a taxa nominal da aplicação financeira. Mas como os juros são
capitalizados mensalmente? Qual seria a taxa efetiva anual de remuneração
da cadernerta de poupança?

A taxa efetiva é dada por:


iefe = [ (1 + i)n – 1], assim:
iefe = [ (1 + 0,005)12 – 1 ] = 0,0617

No exemplo dado, a taxa efetiva de remuneração da caderneta de poupança


é de 6,17% ao ano, ou seja, multiplicamos (0,0617 por 100).

Vamos supor que um empréstimo de R$ 30.000,00 será quitado por meio de


um único pagamento de R$ 38.000,00, no prazo de um mês. No ato da con-
tratação foi paga uma tarifa de serviço bancário de 5% cobrada sobre o valor
do empréstimo.

A taxa nominal é a razão entre os juros pagos e o valor nominal do


empréstimo:

Taxa nominal = juros pagos =


empréstimo nominal
R$ 38.000,00 - R$ 30.000,00 = 26,67% a.m.
R$ 30.000,00

A taxa efetiva é a razão entre os valores efetivamente pagos e o valor do em-


préstimo efetivamente liberado:

Taxa efetiva = valores efetivamente pagos =


empréstimo efetivo
(R$ 38.000,00 - R$ 30.000,00) + 0,05 . R$ 30.000,00 = 33,33%a.m.
R$ 30.000,00 - 0,05 . R$ 30.000,00

5.1 Taxa Proporcional (Taxa Linear)

É determinada pela relação simples entre a taxa considerada na operação


(taxa nominal) e o número de vezes que ocorrem juros (quantidade de perío-
dos de capitalização).

Exemplo: a taxa proporcional ao mês para uma taxa nominal de 18% a.a., ca-
pitalizados mensalmente, é de 1,5% a.m.
j
Taxa proporcional = = 18% a.a = 1,5% a.m.
k 12

Nesse caso, o percentual de juros que incidirá sobre o capital, a cada mês,
será 1,5%.

26
Exercícios Resolvidos

1. Calcule a taxa efetiva anual equivalente à taxa nominal de 15% a.a., capita-
lizada diariamente.

Dados:

i = 15% = 0,15
k = 360
360

ia = 1 + 0,15 – 1 = 16,18% a.a.


360

2. Calcule a taxa efetiva anual equivalente à taxa nominal de 15,5% a.a., capi-
talizada trimestralmente.

j = 15,5% = 0,155
k=4
4

ia = 1 + 0,155 – 1 = 16,42% a.a.


4

Lembrete
k = 4 porque temos 4 trimestres em 1 ano.

5.2 Equivalência entre Taxas de Juros Efetivas

Pelo critério de juros simples, a taxa equivalente é a própria taxa proporcional.


Assim, 2% a.t. é uma taxa proporcional (equivalente) a 8% a.a., pois 2% . 4 = 8%.

Toda taxa de juros pode ser convertida em outro prazo qualquer, sem alterar
seu valor. Considerando-se o ano comercial (360 dias), temos a seguinte iden-
tidade que permite relacionar por equivalência algumas taxas efetivas:

(1 + ia) = (1 + is)2 = (1 + it)4 = (1 + im)12 = (1 + id)360

Em que:

ia = taxa efetiva anual


is = taxa efetiva semestral
it = taxa efetiva trimestral
im = taxa efetiva mensal
id = taxa efetiva diária

Saiba Mais
Embora não presente na fórmula, também temos ib, que representa taxa efetiva bimestral.

27
Para passar de uma unidade de tempo menor para uma maior (como de mês
para ano, por exemplo) deve-se elevar a taxa de juros pelo número de perío-
dos correspondentes. No sentido contrário, de ano para mês, por exemplo,
deve-se elevar ao inverso do período. Veja no quadro a seguir as conversões
necessárias.

De a.m. para a.a. a ia = (1+ im)12 - 1 De a.d. para a.m. a im = (1+ id)30 - 1
De a.d. para a.a. a ia = (1+ id)360 - 1 De a.a. para a.m. a im = (1+ ia)1/12 - 1
De a.m. para a.d. a id = (1+ im)1/30 - 1 De a.a. para a.d. a id = (1+ ia)1/360 - 1

Exercícios Resolvidos

1. Calcule a taxa efetiva anual equivalente à taxa nominal de 24% a.a., capita-
lizada mensalmente.

ia = ?
j = 24% a.a. = 0,24 a.a.
k = 12
k.m 12 . 1

(1 + ia) = 1 + j a ia = 1 + 0,24 – 1 = 26,82% a.a.


k 12

2. Calcule a taxa efetiva anual equivalente à taxa nominal de 48% a.s., capita-
lizada mensalmente.

ia = ?
j = 48% a.s = 0,48 a.s.
k=6
k.m 6.1

(1 + ia) = 1 + j a ia = 1 + 0,48 – 1 = 151,82% a.a.


k 6

3. Calcule a taxa efetiva anual ia, equivalente à taxa nominal de 60% a.t., capi-
talizada diariamente.

ia = ?
j = 60% a.t. = 0,60 a.t.
k = 90
k.m 90 . 4

(1 + ia) = 1 + j a ia = 1 + 0,60 – 1 = 993,57% a.a.


k 90

28
4. Resolva os exercícios a seguir:

Capitalização Montante: Taxa efetiva ao ano:

M=C 1+ j
k.m
ia = 1 + j
k
-1
k k
Anual (k = 1) 0,1
1.2
1 + 0,1
1

R$ 100,00 . 1 + 1 - 1 = 0,1
= 121 1

Semestral (k = 2) 0,1
2.2
1 + 0,1
1

R$ 100,00 . 1 + 2 - 1 = 0,1025
= 121,55 2

Mensal (k = 12) R$ 100,00 . 1 + 0,1


12 . 2
= 122,04 1 + 0,1
12
- 1 = 0,1047
12 12

Diária (k = 360) R$ 100,00 . 1 + 0,1


360 . 2
= 122,14 1 + 0,1
360
- 1 = 0,1052
360 360

Exercícios Propostos

1. Qual o valor dos juros correspondente a uma aplicação de R$ 3.270,00


durante 5 meses, com taxa de 2%, no regime de capitalização simples?
( ) a) R$ 280,00
( ) b) R$ 327,00
( ) c) R$ 374,00
( ) d) R$ 429,00
( ) e) R$ 263,00

2. Marque a opção que corresponde ao valor do montante no regime de ca-


pitalização composta de aplicação de R$ 2.400,00, com taxa de juros ao
mês de 3,1% durante 4 meses:
( ) a) R$ 2.711,73
( ) b) R$ 1.943,24
( ) c) R$ 2.421,72
( ) d) R$ 3.121,23
( ) e) R$ 3.010,40

3. No regime de capitalização simples, considerando o tempo de capitaliza-


ção igual a 10 meses, de uma aplicação no valor de R$ 5.800,00, com taxa
de 1,2% ao mês, o valor do montante é:
( ) a) R$ 5.943,00
( ) b) R$ 5.980,00
( ) c) R$ 6.130,00
( ) d) R$ 6.370,00
( ) e) R$ 6.496,00

29
4. Aplicando R$ 7.400,00 a uma taxa de juros compostas de 2,1% ao mês, e
considerando o período de aplicação de 6 meses, o valor do montante é:
( ) a) R$ 7.560,12
( ) b) R$ 7.829,36
( ) c) R$ 8.382,74
( ) d) R$ 8.470,00
( ) e) R$ 8.520,38

5. Um capital aplicado por 3 meses, a juros simples de 2% ao mês, rendeu R$


420,00 de juros.
Determine o valor do capital:
( ) a) R$ 5.300,00
( ) b) R$ 5.800,00
( ) c) R$ 6.000,00
( ) d) R$ 7.000,00
( ) e) R$ 7.580,00

30
Lição 2 - Equivalência de Taxas
e de Capitais

Nesta lição, veremos como é relevante saber calcular a equivalência de taxas


para tomar decisões a respeito dos mais diferentes investimentos. Com esses
cálculos em mãos, também podemos calcular o valor real de uma mercadoria,
que pode ter variação significativa de preço em uma ou outra loja. O cálculo da
equivalência de capitais ou de taxas nos permite a comparação, e é comparan-
do que tomamos decisões de compra, de investimento, de financiamento etc.

Aprenderemos ainda como funcionam as séries de fluxos de caixa ou de ca-


pital, e que elas se referem a todo tipo de sequência de pagamentos ou rece-
bimentos que, por algum motivo, venham a ocorrer: prestações de dívidas,
retornos de investimentos etc. Por isso, a importância de saber calculá-las.

Ao término desta lição, você será capaz de:


a) desenvolver o cálculo da equivalência de taxas e capitais;
b) descobrir o valor real de uma mercadoria;
c) conhecer as características das séries de pagamento e recebimento;
d) proceder no cálculo de prestações iguais.

1. Equivalência de Taxas de Juros Simples


Duas taxas de juros simples são consideradas equivalentes quando a diferen-
ça entre elas é devida exclusivamente ao fato de que representam períodos
diferentes de tempo. Assim, uma taxa de juros simples de 5% ao mês é equi-
valente a uma taxa de juros simples de 10% ao bimestre, 30% ao semestre ou
60% ao ano.

Veja, a seguir, exemplos resolvidos:

Qual é a taxa anual equivalente à taxa mensal de 3% (juros simples)?

ianual = (0,03 . 12 meses) = 0,36 ou 36% ao ano

Qual é a taxa trimestral equivalente à taxa anual de 20% (juros simples)?

itrimestral = (0,20 ÷ 4 trimestres)

itrimestral = 0,05 ou 5% ao trimestre

Nesses exemplos, percebemos que, ao aplicar determinada quantia de di-


nheiro por seis meses, a uma taxa de 5% ao trimestre ou de 20% ao ano, o
resultado (montante) será o mesmo.

31
2. Equivalência de Taxas de Juros Compostos
O conceito de taxa equivalente para juros compostos é o mesmo aplicado aos
juros simples, considerando-se aqui a característica da capitalização com-
posta. Veja, a seguir, exemplos resolvidos:

Uma taxa mensal de 2% equivale a qual taxa anual composta?

ianual = [(1 + 0,02)12 – 1]

ianual = 0,2682 ou 26,82% ao ano

Uma taxa anual composta de 40% equivale a qual taxa mensal?

imensal = [(1 + 0,40) – 1]

imensal = 0,0284 ou 2,84% ao mês

3. Equivalência de Capitais Envolvendo Valor Presente e Valor Futuro


O cálculo da equivalência entre capitais permite tomar decisões adequadas so-
bre compras, investimentos, financiamentos etc.

A uma taxa de juros compostos de 3% ao mês, R$ 1.000,00 hoje equivalem


a quanto daqui a três meses?

Valor Presente (VP) = R$ 1.000,00


Valor Futuro (VF) = ?
VF = 1.000 (1 + 0,03)3
VF = 1.092,73

Portanto, R$ 1.000,00 hoje equivalem a R$ 1.092,73 daqui a três meses,


considerando-se uma atualização mensal de 3%.

Vejamos um exemplo em que desejamos calcular o valor presente de uma


determinada quantia, sabendo seu valor futuro.

Se a inflação mensal prevista é de 1% ao mês, R$ 1.000,00 daqui a seis meses


equivalem qual valor hoje?

VF = R$ 1.000,00
VP = ?
VP = 1.000 (1 + 0,01)-6
VP = 1.000 (0,942045)
VP = R$ 942,05

De outro modo:

VP = 1000
(1 + 0,01)6

32
VP = 1000
1,061529

VP = R$ 942,05

Dessa forma, “transportamos” o valor de R$ 1.000,00 (locado seis meses


adiante) para a data-zero ou momento atual.

R$ 942,05 R$ 1.000,00

data-zero 6 meses
depois

Veja como aplicar esse conhecimento a situações do cotidiano:

Exemplo 1

Uma loja vende uma geladeira por R$ 200,00 de entrada e mais duas pres-
tações mensais de R$ 300,00. Se a loja cobra juros de 8% ao mês, qual será o
valor equivalente, à vista, dessa geladeira?

Os fluxos de caixa na perspectiva do comprador:

1º mês 2º mês

R$ 200,00 R$ 300,00 R$ 300,00

Trazendo para valor presente (VP) todos os valores futuros (VF), e somando-
-os ao valor da entrada (VE), teremos:

VP = 200 + 300 + 3002


1,08 1,08

VP = 200 + 277,78 + 257,2


VP = 734,98

Ou seja, uma entrada de R$ 200,00 e mais duas prestações mensais de R$


300,00 equivalem a um valor à vista de R$ 734,98.

Exemplo 2

O Sr. Nogueira deseja comprar um aparelho de televisão vendido em duas


prestações mensais iguais de R$ 300,00 na loja A, e em 6 prestações mensais
iguais de R$ 110,00 na loja B. Sabendo-se que ambas as lojas cobram juros

33
mensais de 5%, em que loja o Sr. Nogueira deve adquirir seu aparelho de te-
levisão?

Loja A Loja B
TV 21”
por 6 x $ 110,00

TV 21”
por 2 x $ 300,00

Na loja A, o preço à vista do Na loja B, o preço à vista do aparelho será de:


aparelho será de: VP = 110 + 1102 + 1103 + 1104 + 1105 + 1106
1,05 1,05 1,05 1,05 1,05 1,05
VP = 300 + 3002
1,05 1,05 VP = 104,76 + 99,77 + 95,02 + 90,50 + 86,19 + 82,08
VP = R$ 558,32
VP = R$ 557,82

Transportando os dois conjuntos de prestações para a mesma data, que é a


data atual (valor presente), é possível perceber que as duas ofertas não são
equivalentes. Na loja A o aparelho de televisão é mais barato.

Exemplo 3

A loja de automóveis RT Veículos vende um carro com entrada de R$ 6.000,00


e mais duas prestações de R$ 4.500,00. A loja de automóveis GP Veículos vende
um carro idêntico em três prestações de R$ 5.210,00. Sabendo que os juros de
financiamento de veículo são de 3% a.m., qual das duas lojas vende mais barato?

Loja RT:

VP = 6.000 + 4.500 + 4.500


1,03 1,032
VP = 6.000 + 4.368,93 + 4.241,68
VP = R$ 14.610,61

Loja GP:

VP = 5.210 + 5.2102 + 5.2103


1,03 1,03 1,03
VP = 5.058,25 + 4.910,92 + 4.767,89
VP = R$ 14.737,07

A loja RT vende mais barato, pois seu preço à vista equivale a um valor menor
que o preço à vista da loja GP.

34
4. Série Uniforme de Pagamento e Recebimento
Veremos agora o que são séries de pagamentos antecipados, postecipa-
dos e diferidos; como fazer os cálculos das prestações do principal e do
montante de séries uniformes; e como funcionam as taxas de juros das
séries uniformes.

4.1 Características das Séries Uniformes


Considerando somente a capitalização composta, as séries uniformes, que
também são chamadas de anuidades constantes, representam apenas um
tipo de série de pagamentos ou de recebimentos, ou seja, são as sequências de
pagamentos que se caracterizam por serem iguais, constantes ou uniformes.

Uma série uniforme pode constituir-se, por exemplo, em uma sequência de


diversas prestações iguais, e sucessivas em intervalos constantes, correspon-
dendo aos períodos de capitalização.

R$ tomado emprestado

1ª 2ª 3ª Prestação n
prestação prestação prestação

Observe que as prestações ocorrem ao final de cada período (postecipa-


das). Elas também podem ocorrer em início de período, quando são cha-
madas de antecipadas.

As rendas certas, ou séries periódicas uniformes, podem ser divididas em sé-


ries postecipadas, antecipadas e diferidas.

As séries postecipadas são aquelas em que os pagamentos ocorrem no final


de cada período e não na origem. Exemplo: pagamentos de fatura de cartão
de crédito.

Nas séries antecipadas, os pagamentos são feitos no início de cada período


respectivo. Exemplo: financiamentos com pagamento à vista.

Nas séries diferidas, o período de carência constitui um prazo que separa o


início da operação do período de pagamento da primeira parcela. Exemplo:
promoções do tipo – compre hoje e comece a pagar daqui a “x” dias. Quando o
primeiro pagamento ocorre no início do primeiro período após o término da
carência, temos uma série diferida antecipada; quando ocorre no final, temos
uma série diferida postecipada.

35
4.2 Valor Presente de Séries Periódicas Uniformes

A fórmula de cálculo para uma série de prestações iguais, pagas ao final do


período é:

R = P . i . (1n+ i)
n

(1 + i) - 1

Em que:

R: valor da prestação uniforme

P: valor do principal

i: taxa de juros

n: número de períodos de capitalização

Exercícios Resolvidos
1. Um comerciante quer vender, em três prestações iguais, sem entrada, bici-
cletas que custam à vista R$ 450,00. Cobrando juros de 4% a.m. Qual será o
valor das prestações?

R = 450 . 0,04 (1 3+ 0,04)


3

(1+0,04) - 1

R = 450 . 0,044995
1,124864 - 1

R = 20,247750
0,124864

R = R$ 162,16

O comerciante deve vender as bicicletas em três prestações iguais de R$ 162,16.

Para o comerciante, os fluxos de caixa são:

R$ 162,16 R$ 162,16 R$ 162,16

R$ 450,00 (valor à vista da bicicleta)

36
2. Em uma determinada loja, um comprador foi informado de que um apa-
relho de som, cujo valor à vista é de R$ 900,00, pode ser adquirido em
6 prestações iguais, sem entrada. Considerando um juro composto de 3%
a.m., qual será o valor de cada prestação?

R = 900 . 0,036 (1,03)


6

(1,03) - 1

R = 32,239412
0,194052

R = R$ 166,14

Exercícios Propostos

1. A taxa de juros simples de 6% a.m. equivale a qual taxa anual?


( ) a) 72%
( ) b) 60%
( ) c) 58%
( ) d) 54%
( ) e) 49%

2. A taxa mensal de 3% equivale a que taxa anual composta?


( ) a) 28,3%
( ) b) 37,15%
( ) c) 42,58%
( ) d) 43,67%
( ) e) 13,28%

3. Qual será o valor à vista de uma geladeira comprada em quatro presta-


ções iguais de R$ 450,00 sem entrada, a uma taxa de juros de 1,6%?
( ) a) R$ 1.450,23
( ) b) R$ 1.528,40
( ) c) R$ 1.692,60
( ) d) R$ 1.730,24
( ) e) R$ 1.810,28

4. Uma pessoa pretende comprar um equipamento no valor de R$ 9.600,00


em quatro parcelas. A empresa oferece pagamento com taxa de juros de
1,5% a.m. Fazendo a simulação, qual será o valor de cada parcela?
( ) a) R$ 1.970,00
( ) b) R$ 1.986,50
( ) c) R$ 2.150,60
( ) d) R$ 2.490,67
( ) e) R$ 2.507,56

37
5. Uma série uniforme pode constituir-se, por exemplo, em uma sequência
de diversas prestações iguais que se sucedem em intervalos constantes,
correspondendo aos períodos de capitalização. As prestações que ocor-
rem ao final de cada período são chamadas de:
( ) a) antecipadas
( ) b) idênticas
( ) c) progressão
( ) d) postecipadas
( ) e) reguláveis

38
Lição 3 - Sistemas de Amortização de
Empréstimos

Quando alguém contrai um empréstimo junto a um banco, por exemplo,


terá de pagar o valor principal emprestado e os juros que representam a
remuneração do banco pelo dinheiro cedido. Assim, seja pagando um em-
préstimo de uma só vez ou em diversas prestações, o devedor terá sempre
que pagar esses dois valores ao credor: principal e juros. Vamos aprender,
nesta lição, o que significa amortizar o valor de um empréstimo.

Ao término desta lição, você será capaz de:


a) compreender o conceito de amortização e onde ele se aplica;
b) calcular juros de amortização;
c) calcular o valor das prestações pelo Sistema Price.

1. Conceito de Amortização
A amortização é um processo financeiro através do qual uma dívida é paga
em parcelas, de forma que no final do prazo determinado o débito seja liqui-
dado. Essas parcelas ou prestações são a soma de duas partes:
1) a amortização ou devolução do capital emprestado;
2) os juros correspondentes aos saldos do empréstimo ainda não amortizado.

Uma parcela é representada por:

Prestação Amortização Juros

Rt = At + Jt

Em que:
• Rt = valor da prestação na data ou momento t
• At = amortização (parcela do principal) no momento t
• Jt = juros no momento t
Os juros de uma prestação incidem sempre sobre o principal devido.

39
À medida que o devedor vai pagando as prestações, ele vai amortizando ou
diminuindo o principal devido.

Esse principal devido, ainda não pago, é chamado de saldo devedor e pode ser
calculado segundo as fórmulas.

Jt = i . S(t-1)

St = S(t-1) - At

Em que:
• Jt = juros a serem pagos no momento t
• i = taxa de juros conforme contrato da dívida
• St = saldo devedor no momento t
• S(t-1) = saldo devedor no momento (t-1), no período anterior ou no
vencimento anterior da prestação

Período anterior ao momento t

(t -1) t Tempo

No momento t:

a) Pagam-se os juros devidos do período anterior: J = i . S(t-1).

b) Amortiza-se uma parte do principal, gerando novo saldo devedor:


St = S(t-1) - At.

Atenção!
A regra para amortização de dívida depende do sistema de amortização adotada no
contrato do empréstimo..

2. Tipos de Sistemas de Amortização de Empréstimo


Entre os principais e mais utilizados sistemas de amortização de empréstimo,
temos o Sistema de Amortização Francês (conhecido como Tabela Price), o Sis-
tema de Amortização Constante (SAC), o Sistema de Amortização Americano
e o Sistema de Amortização Misto (SAM), também conhecido como de Amor-
tização Crescente (Sacre).

40
3. Sistema de Amortização Constante (SAC)
Largamente utilizado por bancos e financeiras, o Sistema de Amortização
Constante (SAC), como o próprio nome diz, caracteriza-se pelo fato de que
suas amortizações são constantes, e também pelo fato de suas prestações se-
rem decrescentes.

O valor da amortização em cada prestação da dívida é dado por:

At = P
n

Em que:
• At = valor da amortização da prestação no momento t
• P = principal da dívida
• n = número de prestações da dívida ou de períodos de capitalização
Exemplo 1

O Sr. Azevedo tomou emprestado R$ 3.000,00 em um banco, para serem pa-


gos em três prestações mensais, a juros de 5% a.m. e pelo SAC. Qual será o va-
lor de cada prestação? Quanto o Sr. Azevedo pagará de juros e de amortização
em cada prestação?

At = P
n

At = 3.000
3
At = 1.000

n Saldo devedor Amortização Juros Prestação


St = S(t-1) - At At = Rt – Jt Jt = i . S(t-1) Rt
0 R$ 3.000,00 0 - -
1 R$ 2.000,00 R$ 1.000,00 (R$ 3.000,00 . 0,05) = R$ 150,00 R$ 1.150,00
2 R$ 1.000,00 R$ 1.000,00 (R$ 2.000,00 . 0,05) = R$ 100,00 R$ 1.100,00
3 0 R$ 1.000,00 (R$ 1.000,00 . 0,05) = R$ 50,00 R$ 1.050,00

Os fluxos de caixa ficam assim:

R$ 3.000,00

1º mês 2º mês 3º mês

R$ 1.150,00 R$ 1.100,00 R$ 1.050,00


(1ª prestação) (2ª prestação) (3ª prestação)

41
Exemplo 2

O Sr. Souza tomou R$ 12.000,00 emprestado em um banco para serem pagos


em quatro prestações mensais, com juros de 8% a.m. e pelo SAC. Qual será o
valor de cada prestação? Quanto ele pagará de juros e de amortização em
cada prestação?

At = P
n

At = 1.000
4
At = 3.000

n Saldo devedor Amortização Juros Prestação


St = S(t-1) - At At = Rt – Jt Jt = i . S(t-1) Rt
0 R$ 12.000,00 0 - -
1 R$ 9.000,00 R$ 3.000,00 (R$ 12.000,00 . 0,08) = R$ 960,00 R$ 3.960,00
2 R$ 6.000,00 R$ 3.000,00 (R$ 9.000,00 . 0,08) = R$ 720,00 R$ 3.720,00
3 R$ 3.000,00 R$ 3.000,00 (R$ 6.000,00 . 0,08) = R$ 480,00 R$ 3.480,00
4 0 R$ 3.000,00 (R$ 3.000,00 . 0,08) = R$ 240,00 R$ 3.240,00

4. Sistema de Amortização Francês (Tabela Price)


No Sistema de Tabela Price as prestações são de igual valor, o que o caracteri-
za como uma série uniforme. Nele, primeiramente é preciso calcular o valor
da prestação. Em seguida, os juros devidos ao final do primeiro mês (i . saldo
devedor). Subtraindo os juros da prestação, teremos o valor da amortização.
E assim sucessivamente:

Se R = J + A, então, A = R - J

Saiba Mais
O Sistema de Tabela Price foi inicialmente utilizado na França, no século XIX.

As principais características deste sistema de amortização são:


• pagamentos do principal em prestações iguais, periódicas e sucessivas;
• é o mais utilizado pelas instituições financeiras e pelo comércio;
• os juros incidem sobre o saldo devedor que decresce à medida que as
prestações são pagas, ou seja, eles são decrescentes.

Exercícios Resolvidos

1. Um homem tomou R$ 3.000,00 emprestados em um banco para serem pa-


gos em três prestações mensais, a juros de 5% a.m. e pelo Sistema Price. Qual
será o valor de cada prestação? Quanto ele pagará de juros e de amortiza-
ção em cada prestação?

42
Valor da Prestação:

R = P . i (1 +n -i)1
n

(1 + i)

R = 3.000 . 0,05 (1,05)3


(1,05) - 1
3

R = 173,64375
0,157625

R = R$ 1.101,63

n Saldo devedor Amortização Juros Prestação


St = S(t-1) - At At = Rt – Jt Jt = i . S(t-1) Rt
0 R$ 3.000,00 0 - -
1 R$ 2.048,37 R$ 951,63 (R$ 3.000,00 . 0,05) = R$ 150,00 R$ 1.101,63
2 R$ 1.049,16 R$ 999,21 (R$ 2.048,37 . 0,05) = R$ 102,42 R$ 1.101,63
3 0 R$ 1.049,16 (R$ 1.049,16 . 0,05) = R$ 52,46 R$ 1.101,63

2. Um empréstimo de R$ 200.000,00 será pago pela Tabela Price em quatro


prestações mensais postecipadas. Considerando os juros efetivos de 10%
a.m., construa a planilha de amortização.

Em um determinado período, os juros são calculados sobre o saldo devedor do


empréstimo ao início desse período. A amortização é a diferença entre o valor da
prestação e o valor dos juros respectivos. O saldo devedor é igual ao saldo devedor do
período anterior menos a amortização do respectivo período. Veja:

n Saldo devedor Amortização Juros Prestação


St = S(t-1) - At At = Rt – Jt Jt = i . S(t-1) Rt
0 R$ 200.000,00 - - -
1 R$ 156.906,00 R$ 43.094,00 R$ 20.000,00 R$ 63.094,00
2 R$ 109.502,60 R$ 47.403,40 R$ 15.690,60 R$ 63.094,00
3 R$ 57.358,86 R$ 52.143,74 R$ 10.950,26 R$ 63.094,00
4 - R$ 57.358,86 R$ 5.735,89 R$ 63.094,00

a) Cálculo correspondente à prestação do t-ésimo período:


200.000
Rt = = 200.000 = R$ 63.094,00
(1,10)4 - 1) 3,16987
(1,10)4 . 0,10

b) Cálculo dos juros do t-ésimo período:


Jt = i . SD(t-1), por exemplo, para t = 2
J2 = i . SD1

43
J2 = 0,10 . 156.906,60 = R$ 15.690,60

c) Cálculo da amortização do t-ésimo período:


At = Rt – Jt; para t = 2
A2 = R – J 2
A2 = 63.094,00 – 15.690,60 = R$ 47.403,40

d) Cálculo do saldo devedor do t-ésimo período:


St = S(t-1) – At; para t = 2
S2 = S1 – A2 = 156.906,00 - 47.403,40 = R$ 109.502,60

Supondo agora um período de carência de três meses em que serão pagos


os juros devidos, construa a planilha de amortização considerando presta-
ções antecipadas.

O procedimento é igual ao do exemplo anterior, com a diferença de que nos


meses do período de carência a dívida não é amortizada, mas os juros devi-
dos sobre o saldo devedor são pagos. Como as prestações são antecipadas, a
primeira é a prestação paga logo ao término da carência.

n Saldo devedor Amortização Juros Prestação


St = S(t-1) - At At = Rt – Jt Jt = i . S(t-1) Rt
0 R$ 200.000,00 - - -
1 R$ 200.000,00 - R$ 20.000,00 R$ 20.000,00
2 R$ 200.000,00 - R$ 20.000,00 R$ 20.000,00
3 R$ 156.906,60 R$ 43.094,00 R$ 20.000,00 R$ 63.094,00
4 R$ 109.502,60 R$ 47.403,40 R$ 15.690,00 R$ 63.094,00
5 R$ 57.358,86 R$ 52.143,74 R$ 10.950,26 R$ 63.094,00
6 - R$ 57.358,86 R$ 5.735,89 R$ 63.094,00

Exercícios Propostos

Considere o seguinte enunciado para resolver as questões 1 a 4:

Um empréstimo de R$ 15.000,00, a ser pago em 10 prestações mensais,


com taxa de juros de 2% a.m.

1. Pelo Sistema de Amortização Constante, o valor da amortização no oitavo


mês corresponde a:
( ) a) R$ 1.500,00
( ) b) R$ 1.600,00
( ) c) R$ 1.700,00
( ) d) R$ 1.750,00
( ) e) R$ 1.800,00

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2. Considerando o Sistema Price de Amortização, os juros referentes ao se-
gundo mês corresponde a:
( ) a) R$ 145,20
( ) b) R$ 189,24
( ) c) R$ 272,60
( ) d) R$ 284,36
( ) e) R$ 303,27

3. Considerando o Sistema Price de Amortização, o valor da quarta presta-


ção é de:
( ) a) R$ 1.438,98
( ) b) R$ 1.585,99
( ) c) R$ 1.590,70
( ) d) R$ 1.650,60
( ) e) R$ 1.669,90

4. Pelo Sistema Price de Amortização, o valor da amortização no terceiro


mês corresponde a:
( ) a) R$ 1.425,25
( ) b) R$ 1.418,23
( ) c) R$ 1.378,24
( ) d) R$ 1.356,28
( ) e) R$ 1.289,32

5. No Sistema de Amortização Constante:


( ) a) as prestações são constantes.
( ) b) as prestações são crescentes.
( ) c) as prestações são decrescentes.
( ) d) as amortizações são variáveis.
( ) e) as amortizações são flutuantes.

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