Pós-graduação em ciências penais e segurança pública
Instituto de Ensino Rogério Greco
Professor: Christiano Gonzaga
As escolas da criminologia foram apresentadas em detalhes, oferecendo
uma visão abrangente de suas perspectivas teóricas e suas contribuições para a compreensão do fenômeno criminal. Desde a escola clássica, com seu princípio da legalidade, até a escola abolicionista, que propõe uma transformação radical do sistema penal, cada abordagem traz uma visão específica sobre a natureza do crime e as formas de lidar com ele.
No contexto atual, a compreensão dessas teorias criminológicas é
fundamental para uma análise mais completa e informada dos problemas enfrentados pelo sistema de justiça criminal. Essas teorias oferecem perspectivas diversas sobre as causas do crime, os mecanismos de controle social e as estratégias de prevenção e punição.
A escola positivista, representada por Lombroso, Ferri e Garófalo,
enfatiza a influência de fatores biológicos, psicológicos e sociais na prática do crime. Essa abordagem busca identificar características específicas dos indivíduos que os tornam propensos à criminalidade, bem como propor medidas de controle e repressão adequadas.
A escola interacionista, também conhecida como Labelling Approach,
destaca a importância do processo de etiquetamento social na construção da identidade criminal. Através dessa abordagem, compreende-se que a rotulação de um indivíduo como criminoso pode contribuir para a sua perpetuação nessa condição, levando a um ciclo vicioso de estigmatização e reincidência.
A escola de Chicago traz uma abordagem sociológica, enfocando a
influência do ambiente urbano na ocorrência do crime. Através da teoria dos círculos concêntricos e da associação diferencial, explora-se como fatores como pobreza, desigualdade e desorganização social podem contribuir para o surgimento de subculturas delinquentes em determinadas áreas.
A escola crítica, representada por Baratta, enfoca as questões de poder
e dominação social relacionadas ao direito penal. Essa abordagem analisa as desigualdades de classe e a instrumentalização do sistema penal como forma de controle e manutenção do status quo. A crítica ao direito penal do amigo, que favorece certos grupos em detrimento de outros, é um ponto central dessa perspectiva.
Por fim, a escola abolicionista desafia o paradigma punitivo tradicional,
propondo a eliminação progressiva das prisões e a busca por alternativas mais eficazes e humanas para a punição. Essa abordagem enfatiza a resolução de conflitos, a reintegração social e a prevenção da criminalidade como elementos centrais de um sistema de justiça criminal mais justo e eficiente.
No cenário contemporâneo, a aplicação prática dessas teorias
criminológicas requer uma abordagem integrada, considerando as contribuições de cada perspectiva para uma compreensão mais ampla e aprofundada do fenômeno criminal. Isso implica em políticas públicas embasadas em evidências, programas de prevenção que atuem nas causas estruturais da criminalidade, bem como um sistema de justiça criminal que seja capaz de equilibrar a punição e a ressocialização dos infratores, respeitando os direitos fundamentais.