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DIP Luisa Braz Teixeira
DIP Luisa Braz Teixeira
RESUMOS DE DIREITO
INTERNACIONAL PÚBLICO
INDÍCE:
1
Luísa Braz Teixeira TB; 2021/2022
Prof. Maria Luísa Duarte
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Luísa Braz Teixeira TB; 2021/2022
Prof. Maria Luísa Duarte
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Luísa Braz Teixeira TB; 2021/2022
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1§ NOÇÃO ADOPTADA
Direito Internacional Público: Conjunto de normas e princípios gerais definidos no
quadro da ordem jurídica global que visam regular a existência e o funcionamento da
comunidade internacional. Estatuto jurídico da comunidade internacional
■ Cartas das Nações Unidas: Ainda que esta dite que todos os estados
têm garantia de igualdade, tal não se verifica, pois a própria carta
estabelece diferenças (ex: existência de membros permanentes no
conselho de segurança e com poder de veto que os outros não têm,
ficando numa posição de maior poder). Daí que o direito internacional
público funcione na base de um modelo comunitário.
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★ Função: O direito internacional apresenta uma função social que visa enquadrar e
disciplinar as matérias relacionadas com a existência jurídica da comunidade
internacional e o seu funcionamento enquanto realidade institucional de exercício de
poder que está na génese de dinâmicas de relação jurídico-pública.
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★ Direito da União Europeia: Este tem uma natureza atípica, porque não é um
Direito Estadual nem um Direito Internacional. Referindo-se ao conjunto de regras e
princípios que regem a existência e o funcionamento da União Europeia, é a
expressão de uma ordem jurídica própria e autónoma. Difere do Direito
Internacional Público na medida em que do ponto de vista estrutural e política, são
distintas a comunidade internacional e europeia. O Direito Comunitário surgiu como
o Direito Internacional de âmbito regional, mas o aprofundamento dos objetivos da
integração económica que envolvem a integração política, bem como o recurso a
instrumentos de integração jurídica, conduziu a um efeito de emancipação do direito
da união europeia em relação aos modelos tradicionais e de aplicação das normas do
Direito Internacional Público. Assim, existe uma relação de influência recíproca entre
o Direito Comunitário e o Direito Internacional Público:
Disciplinas Aliadas: Grupo mais amplo e heterogéneo. São disciplinas que não se
confundem com o direito internacional público, mas que desenvolvem com este uma relação
de cumplicidade científica uma vez que influenciam o raciocínio técnico-jurídico (ex:
economia política, sociologia internacional,...).
★ Para além das relações de afinidade e cruzamento metodológico com diferentes áreas
do saber, a ciência do Direito Internacional Público beneficia, ainda, da proximidade
com o direito constitucional, administrativo, judiciário e com a teoria geral do direito.
Matérias centrais do estudo do direito internacional orientam-nos para o estudo de
regimes jurídicos definidos e interpretados à luz de conceitos e de princípios gerais
aplicados nos sistemas jurídicos dos Estados.
Legislador: Existe no sentido de centros de decisão normativa, mas não sob a forma
estadual típica de um parlamento mundial ou de um governo mundial. Enquanto que no
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★ Os EUA perderam a função, havendo agora vários Estados que a desempenham, cada
um por sua área, às vezes à margem do poder internacional (ex: Rússia - países de
leste; china - ásia;...)
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○ 1279 a.C.: Tratado de Qadesh entre o Faraó Ramsés II do Egito e Hattusil III,
rei dos Hititas
Grécia Antiga: Adotou duas instituições conhecidas das civilizações orientais: a técnica dos
tratados e a arte da diplomacia.
★ Lei do Mais Forte: Encontrou a sua expressão máxima no terreno das relações
recíprocas entre cidades com Tucídides2. Esta lei materializa-se na ideia de que,
enquanto o forte fazia o que queria, o fraco sabia o que devia fazer, desenvolvendo-se
tudo em função da força e não do “dever ser”, consistindo numa negação do direito.
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“em nome de Deus, todo poderoso”
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455 a.C. - 399 a.C.
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Roma Imperial: As relações com os povos conquistados e com os povos vizinhos eram
definidas no pressuposto da superioridade de Roma sobre os demais.
○ Ius Gentium: Cuidava da situação jurídica dos estrangeiros. Era aplicado por
um magistrado ou pretor dos estrangeiros e visava regular as relações dos
estrangeiros entre si e com os cidadãos romanos, em substituição do ius civile,
que estava reservado aos cidadãos de Roma. Este direito constituía um ramo
interno do direito privado, estando na origem do Direito das Gentes, depois
designado Direito Internacional. Mesmo após o édito de Caracala em 212 a.C.,
o ius gentium manteve-se relevante e relativamente autónomo por se tratar de
uma versão menos formalista do ius civile, essencialmente baseado nos usos
comerciais da bacia do Mediterrâneo e nos princípios de equidade e boa fé.
Idade Média (séc. V-XV): Marcada pela disputa entre o Papa e o Santo Império pelo
poder supremo da Civitas Christiana.
★ 800: A supremacia da Igreja Católica e do Papa foi aceite por Carlos Magno ao
reconstituir, no dia de Natal, o Império Romano do Ocidente.
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Associação de cidades germânicas situadas ao longo das costas do Mar do Norte, do Báltico e do interior do
território alemão, e também das Cidades-Estado italianos, como Veneza e Génova
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★ Jean Bodin (1530-1596): Considerava que o Estado deveria deter e exercer a força
soberana, esta caracterizada como poder supremo na ordem jurídica interna e
independente igual na ordem jurídica internacional. Assim, o Estado teria uma
soberania em dois sentidos: no plano interno seria una, indivisível, perpétua e
suprema; e no plano externo da relação do Estado com outros Estados pressuporia
um estatuto de independência com a exigência de igualdade soberana dos Estados. O
Estado estava obrigado a respeitar o direito natural e o direito das gentes.
○ Estado Soberano: Reconhecia o Estado soberano como “aquele cujos atos são
independentes de qualquer outro poder superior e não podem ser anulados
por vontade humana”, sendo que as potências soberanas não se podiam
fechar sobre o seu próprio império da vontade por integrarem uma sociedade
regida pelo direito. Direito esse que é o Direito Natural de raiz secular e
modelado pela razão.
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Paz Perpétua: Mobiliza a convicção humanista dos jurados que, guiados pela vontade
genuína de eliminar a guerra entre as nações europeias, arquitetam planos visionários que, à
partida, padecem de uma relação de incompatibilidade. A manifesta utopia destes projetos
não lhes retira o significado que tiveram na determinação de uma linha primordial de
construção do Direito Internacional Público em torno da garantia duradoura e
institucionalizada da paz que vai influenciar a evolução da jusnormatividade internacional.
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★ Ideias de Kant:
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Grã-Bretanha, Áustria, Prússia, Rússia e, mais tarde, França também (1818)
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○ Direitos Humanos:
Tratado Multilateral: Com o Congresso de Viena, este tipo de tratado passou a funcionar
como instrumento privilegiado nas relações internacionais, porque melhor se adequa à
regulação das questões da cooperação internacional no contexto de uma comunidade
internacional que alberga um número maior de Estados e que apresenta um leque muito
mais alargado de interesses que importa decidir e definir em comum.
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não admitia uma autoridade superior aos Estados cuja independência era sinónimo
de soberania ilimitada
★ Consequências:
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Império Alemão, Austro-Hungaro, Otomano e Russo
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perda de territórios, pagamento de indemnizações,...
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origem da Segunda Guerra Mundial. Tem subjacente um projeto muito ambicioso de nova
ordem jurídica mundial cuja expressão mais visível é o sistema de segurança coletiva.
★ Guerra Fria: Antagonismo aberto entre o bloco ocidental, liderado pelos EUA, e o
bloco de leste, satelizado pela União Soviética
★ MLD: Considera que, ainda que na viragem do séc. XX para o séc. XXI, se tenha
assistido a um fase de transição do quadro normativo internacional que aprofunda
determinados traços de mudança em detrimento de outros, isso não é suficiente para
considerar o começo de um novo ciclo.
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Os EUA, a Rússia, China, França e Reino Unido têm estatuto permanente e direito de veto
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★ Humanista e Social:
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★ Universal:
1§ COLOCAÇÃO DO PROBLEMA
Justificação Existencial do Direito Internacional: Coloca-se no plano filosófico e do
debate doutrinário em torno da natureza voluntarista ou não voluntarista do Direito
Internacional
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Dionisio Anzilotti, Friedrich Hegel, Maz Wenzel e Albert Zorn
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Correntes Substancialistas:
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3§ POSIÇÃO ADOTADA
Direito Internacional Público: Consequência necessária da natureza social do Homem e
das exigências normativas, no plano organizatório e no plano substantivo, da sociedade
humana (ubi homo, ibi societas).
★ Fundamentos do DIP:
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Estatuto do Tribunal Internacional de Justiça
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Críticas ao art. 38 do ETIJ: Não foi pensado e redigido como uma norma sobre normas,
com o alcance geral e o rigor técnico jurídico que seria exigível no caso de ter sido essa a sua
função originária.
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○ Prof. MLD: Desconsidera esta questão, visto que esta disposição é mais
indicativa do que impositiva
3§ FONTES TIPIFICADAS
A. A CONVENÇÃO INTERNACIONAL
a) CONCEITO
Convenção Internacional: Tem por base a prática costumeira antiga e coerente, sendo o
instrumento contratual típico do direito internacional - também se pode designar de acordo,
tratado, convénio, pacto, estatuto, memorando, carta, constituição, compromisso, …
★ Definição da Prof. MLD: Acordo concluído entre dois ou mais sujeitos de direito
internacional, destinado a produzir efeitos jurídicos e redigido pelo Direito
Internacional
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instituição congénere que o precedeu no quadro da SDN e cujo estatuto foi aprovado em 1920
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luisa, vai ver o manual do bacelar gouveia (p.147) e o manual do eduardo correia batista (p.66 do vol i) ou o
jorge miranda (p.39)
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Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados entre Estados
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c) CLASSIFICAÇÕES
Classificação Material: Incide sobre o conteúdo e função jurídica da convenção. Permite
um maior desdobramento:
★ Tratados-Lei e Tratados-Quadro:
★ Tratados-Lei e Tratados-Contrato:
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B. O COSTUME INTERNACIONAL
a) FUNDAMENTO DO COSTUME INTERNACIONAL
Relação com a Vontade dos Destinatários - Correntes Doutrinárias: Ambas
pressupõe a existência de um elemento material e de um elemento psicológico
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Triepel, Anzilotti e Tunkin
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Georges Scelle, Charles Vissgher, Luigi Condorelli
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○ Atualmente: Esta corrente abriu as portas para a conceção atual, com que a
regente se identifica, que classifica o costume como uma resposta cultural e
construída, justificada por uma pauta de valores e princípios de estruturação
societária, absorvida pelo tecido social com necessidade de regulação
normativa.
Teoria do Objetor Persistente: A objeção reiterada por parte de um Estado pode não ser
suficiente para impedir a formação do costume, mas garante a sua não vinculação.
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○ Momento da Oposição:
★ Desuso
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★ Condicionantes do Ressurgimento:
“Nações Civilizadas”:
★ 1920: À data, esta já era uma noção contestada, mas servia para identificar o
conjunto de Estados que, reproduzindo o modelo europeu e vestefaliano de Estado
soberano, integravam a ordem jurídica internacional, partilhando o modelo jurídico
fundamental, derivado do direito romano, no caso do Estados europeus, e derivado
da Common Law, no caso do direito anglo-saxónico.
Função dos Princípios: A remissão para os princípios gerais de direito visa assegurar a
autonomia e auto-suficiência normativa do ordenamento jurídico. Deste modo, vão assumir
uma função interpretativa e de integração de lacunas.
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Fonte Autónoma: A prof. regente considera que, ainda que tenham uma importante
função de suporte normativo, isso não chega para que sejam considerados uma fonte
autónoma, acabando por se encontrar associados às normas costumeiras ou convencionais.
D. A JURISPRUDÊNCIA E A DOUTRINA
A jurisprudência e a doutrina científica não são fontes de Direito Internacional, pelo que não
estão habilitadas a criar ou recriar normas internacionais, mas delas se pode esperar uma
ajuda fundamental e diferenciada no processo de determinação e de prova sobre normas
contidas em tratados, normas costumeiras ou princípios gerais de direito.
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A. ATOS UNILATERAIS
a) ASPETOS GERAIS
Não é pacífico na doutrina o tratamento dos atos unilaterais no ponto dedicado às fontes. A
maioria dos autores integra os atos unilaterais no estudo dos modos de formação do Direito
Internacional, enquanto que outros remetem para o capítulo relativo à aplicação do Direito
Internacional.
Atos Unilaterais: Declarações de vontade de sujeitos jurídicos que, por referência aos
princípios e regras do Direito Internacional, produzem efeitos jurídicos, de âmbito geral, de
modo autónomo.
★ Carácter Unilateral: O ato é adotado por um só sujeito e apenas a este deve ser
imputado
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★ Objeto: Tem de ser claro e preciso para criar obrigações para o Estado
Hard Law:
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○ Métodos de Codificação:
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★ Natureza de Ius Cogens: Uma norma de ius cogens é, por oposição às normas de
ius dispositivum, impositiva, imperativa e insuscetível de transgressão. O seu
conteúdo ético valorativo confere-lhe esta autoridade reforçada. Qualquer tratado
incompatível com uma norma de ius cogens será nulo (art. 53 da CVDT-I)
■ Prof. MLD: Considera que o ius cogens tem um alcance mais amplo no
sentido de, além de paralisar os efeitos de qualquer norma contrária,
fundamentar responsabilidade por comportamentos contrários. A
figura do ius cogens corresponde ao conceito de ordem pública
internacional e à tutela dos bens jurídicos internacionais, como a vida
humana e a dignidade da pessoa humana.
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Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados entre Estados (1969)
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○ Adoção do Texto: Significa a sua fixação, vai ser a redação definitiva do texto.
Envolve o consentimento de todos os Estados que participaram na elaboração
do texto (art. 9/1 da CVDT-I)
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○ Texto:
■ Desvios ao Princípio:
● Admissão de soluções de vinculação seletiva (art. 17 CVDT-I).
● Figura jurídica das reservas (art. 2/1 al. d) e 19-23 da CVDT-I).
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Convenção Europeia de Direitos do Homem
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aceite, pelo menos, por um outro Estado Contratante (art. 20/4, al. c) da CVDT-I).
São relativos/relacionais pois apenas se projetam na relação entre o Estado autor da
reserva e os Estados que a aceitaram ou rejeitaram (art. 21/2 da CVDT-I). Se a
reserva exclui uma parte do tratado, os Estados que a aceitaram não podem exigir, do
Estado autor, o cumprimento das obrigações do regime jurídico afastado.
○ Tratado não se aplica nas relações entre os dois Estados: Se a objeção foi
acompanhada de uma manifestação inequívoca de vontade contrária à
entrada em vigor do tratado (art. 20/4 da CVDT-I)
C. ENTRADA EM VIGOR
Momento: Definido pelo próprio tratado em disposições finais ou em acordo ad hoc (art.
24/1 da CVDT-I)
★ Nos tratados bilaterais: Costuma coincidir com a data em que se concluiu a troca
de notas
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Aplicação Provisória: O tratado, no todo ou em parte, produz efeitos antes da sua entrada
em vigor. Pode resultar de acordo entre os Estados que participaram na negociação ou vir
prevista no tratado (art. 24 da CVDT-I)
★ CRP: Não permite esta aplicação (art. 8/2 da CRP). No entanto, a oposição expressa
do representante português pode não ser suficiente para impedir a aplicação
provisória se esta resultar de uma disposição transitória do próprio tratado, adotado
por maioria de ⅔ (art. 9/2 articulado com o 24/4 in fine da CVDT-I)
★ Registo: Embora a sua falta não afete a validade e eficácia inter partes do tratado,
ocorre que dele depende o direito da Parte de o invocar perante qualquer órgão das
Nações Unidas, nomeadamente o TIJ no âmbito de um litígio (art. 81/1 da CVDT-I).
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tratado do seu objeto ou fim (art. 18/a da CVDT-I), a menos que manifeste a
sua vontade de não ratificar ou que solicite a obliteração da assinatura.
★ Temporal: Não retroatividade do acordo, salvo se outra for a vontade das Partes
(art. 28 da CVDT-I)
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A tem uma obrigação para com B. A tem uma obrigação para com C incompatível com a obrigação que tem
para com B. Estas obrigações vão ser contraditórias, mas válidas e equivalentes.
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★ “Terceiro Estado”: Estado que não é parte do tratado (art. 2/1, al. h da CVDT-I)
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Situações que Extravasam o Perímetro Originário das Partes, mas Não são
Exceções ao Princípio:
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★ Revisão por Acordos das Partes: A regra é a da revisão por acordos das partes
(art. 39 da CVDT-I), corolário do princípio geral de que tratado posterior revoga ou
altera tratado anterior (pactum posterius derogat priori)
○ Adoção da Revisão: A revisão pode ser adotada por acordo entre a maioria dos
Estados Partes, mesmo que o tratado inicial tenha sido aprovado por
unanimidade. Nestes casos, o acordo de revisão só é aplicável nas relações
entre os Estados que o ratificaram. A diferenciação entre o universo das
partes no tratado inicial e o conjunto das partes que aceitaram o tratado de
revisão provoca um efeito complexo de geometria variável quanto à definição
dos direitos e obrigações de incidência bilateral - vão se aplicar os art. 21,
30/4b e 40/4 da CVDT-I
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Nulidade:
★ Motivos:
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B. NULIDADES
Desvalores Jurídicos:
Nulidade: O ato jurídico nulo não produz efeitos jurídicos desde o início da sua vigência (ex
tunc), As disposições de um tratado nulo carecem de força jurídica (art. 69/1 da CVDT-I).
Nenhum Estado pode invocar em seu favor um tratado nulo ou opô-lo aos outros Estados.
No entanto, alguns dos atos praticados e dos efeitos produzidos podem ser mantidos (art. 69
a 71 da CVDT-I).
★ Nulidade Relativa: A causa de invalidade só pode ser invocada pela parte cujo
consentimento foi manifestado ou obtido de modo contrário ao direito. Este tipo de
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○ Causas:
○ Causas:
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a) CAUSAS INTERNAS
Previsão no Próprio Tratado: Incluindo situações típicas de caducidade que põem fim à
vigência do tratado em virtude do decurso do tempo (art. 54/a da CVDT-I)
Vontade Comum das Partes: De efeito abrogante (art. 54/b da CVDT-I) ou substitutivo
(art. 59 da CVDT-I)
Vontade Unilateral de uma Parte: Sob a forma de denúncia no caso dos tratados
bilaterais ou de retirada no caso dos multilaterais (art. 56 da CVDT-I)
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Violação do Tratado:
b) CAUSAS EXTERNAS
Impossibilidade Superveniente de Execução: A impossibilidade de execução deve
corresponder ao desaparecimento ou destruição definitiva de um objeto indispensável ao
cumprimento de regime convencionado (art. 61 da CVDT-I) - cesante ratione legis, cesat
ipsalex.
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○ Tratado: ○ Acordo:
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■ Justificação:
● O artigo 161º/i) estatui a forma de tratado para convenções
relativas à participação de Portugal em organizações
internacionais, tratados de amizade, paz, defesa, modificação
de fronteiras ou respeitantes a assuntos militares, utilizando
palavra "designadamente” para introduzir uma enumeração, o
que justifica o caráter exemplificativo do tipo de matérias
sujeitas à forma de tratado.
● Só devem ser submetidos a referendo matérias de relevante
interesse nacional e, por isso, matérias que sejam objeto de
tratado, e não de acordo internacional.
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Prof. Jorge Miranda e Reis Novais
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Prof. Gomes Canotilho, Vital Moreira João Mota de Campos, Luís Barbosa Rodrigues
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Representação na Negociação:
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2. APROVAÇÃO
Aprovação: Integra-se na fase de manifestação do consentimento, comumente designada
por ratificação. É uma exigência imperativa e aplicável a todas as modalidades de vinculação
internacional através de convenção internacional (art. 8/2 da CRP). Não pode ser substituída
por um qualquer outro meio alternativo ou sucedâneo, ainda que previsto na Convenção de
Viena ou seguido na prática internacional.
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Maioria para Aprovação: A prof. MLD defende que seria preferível uma solução que
exigisse uma maioria qualificada equivalente à da revisão constitucional (art. 286/2 da CRP),
para a aprovação de tratados que visem a construção e o aprofundamento da União Europeia
- estão em causa tratados que envolvem a aceitação de limites aos poderes de soberania, que
migram do decisor nacional para o decisor eurocomunitário, com implicações diretas na
esfera de competência dos órgãos de soberania e na relação de equilíbrio entre eles traçada
pela Constituição. Não fará sentido que a Assembleia da República aprove por maioria
simples um tratado cuja aplicação prevalece sobre a própria Constituição (art. 8/4 da CRP).
Referendo (art. 115): A questão submetida a referendo deve versar sobre matérias ou
questões que devam ser objeto de convenção internacional e não sobre a convenção em si,
no seu conjunto. A única exceção admitida a esta regra é o art. 295, relativo aos tratados
europeus.
○ Referendos Sobre Tratados Futuros: A prof. MLD considera que parece difícil
sustentar a convocação de referendos sobre tratados futuros, no sentido de
tratados cuja negociação ainda não se iniciou ou está em curso, dado que seria
difícil cumprir com os requisitos de objetividade, clareza e precisão das
perguntas.
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Doutrina defendida pelo Prof. Jorge Miranda e Eduardo Correia Baptista
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3. RATIFICAÇÃO E ASSINATURA
Presidente da República: Cabe-lhe a ratificação dos tratados solenes (art. 135/b da CRP)
e a assinatura das resoluções da Assembleia da República e dos decretos do Governo que
aprovam acordos internacionais (art. 134/b da CRP), podendo, no exercício de uma
competência não vinculada, requerer ao Tribunal Constitucional a apreciação preventiva da
constitucionalidade (art. 278/1 da CRP).
Ratificação: Declaração solene e final de aceitação do tratado pelo Estado Português que o
faz através da intervenção do Chefe de Estado pela assinatura da carta de ratificação. Este ato
presidencial, embora autónomo, está sujeito a referenda prévia do Governo, cuja falta
determina a inexistência jurídica do ato de ratificação (art. 141 da CRP). O Presidente pode,
legitimamente, recusar a ratificação, com fundamentos em argumentos de discordância
política.
★ Prazo: A Constituição não estipula um prazo para a ratificação, pelo que se deve
aplicar, de acordo com o princípio da cooperação leal, o critério do prazo razoável. A
ratificação tardia, contrária a este critério, carece, segundo a regente, de efeitos
jurídicos, podendo apresentar, todavia, efeitos políticos. Assim, o Presidente pode
adiar a decisão sobre a ratificação do tratado até se esvaziar o alcance útil da
vinculação.
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4. PUBLICAÇÃO
Publicação: Após a publicação, as convenções internacionais vigoram na ordem interna
(art. 8/2 da CRP), pelo que é necessária a publicação para garantir a eficácia jurídica da
convenção na ordem jurídica portuguesa (art. 119/2 da CRP). Todavia, uma convenção
regularmente ratificada e aprovada pode vincular internacionalmente o Estado Português,
mesmo que a publicação, por atraso ou lapso, não tenha ocorrido, ainda que não possa ser
aplicada ou invocada perante a Administração Pública ou os tribunais nacionais, sob pena de
ineficácia jurídica.
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★ Prof. MLD: Admite a denúncia/retirada, mesmo quando tal seja proibido pelo
tratado ou contrário à sua natureza e vontade das partes, sem prejuízo de poder
incorrer em responsabilidade internacional por ato ilícito.
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○ Prof. MLD: Não considera possível uma interpretação do art. 7/6 da CRP no
sentido de conferir obrigatoriedade à aprovação/ratificação de acordos mistos
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normativo interno, fazendo com que a norma internacional não tenha autonomia,
devendo a sua eficácia interna ao ato de transposição, apresentando o valor
hierárquico do mesmo.
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★ Receção: Corrente que faz jus ao monismo. A norma internacional “entra” na ordem
jurídica interna sem necessidade de procedimentos prévios de reconhecimento,
validação ou qualificação. A norma internacional vigora como norma internacional,
com todas as consequências relevantes no plano da aplicação preferente e da
interpretação.
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★ Reações de Defesa: A tendência para fazer do efeito direto uma regra de eficácia
da norma internacional provoca, em certos casos, estas reações da parte dos Estados
que, fiéis à tradição dualista, pretendem a separação entre a dimensão externa e a
dimensão interna das suas obrigações normativas
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★ Art. 8/1 Incorpora: O costume regional, local ou bilateral, assim como os atos
unilaterais dos Estados.
Posição Hierárquica do DIP: Falta no art. 8.º da Constituição uma indicação expressa
sobre a posição do Direito Internacional na estrutura escalonada da ordem jurídica
portuguesa. A ausência de indicação expressa não significa que a Constituição seja neutra
sobre este ponto.
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DUDH beneficiam desta imperatividade qualificada, o art. 16/2 acaba por assegurar à
DUDH, no seu todo, função equivalente.
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★ Que os atos tenham sido adotados pelos órgãos competentes das organizações
internacionais
★ Que a vigência direta e automática na ordem jurídica dos Estados membros se
encontre estabelecida nos respectivos tratados institutivos
Validade do Ato Normativo da OI: A prof. MLD admite que existe uma presunção
favorável à validade do ato normativo da OI, sem prejuízo do direito de accionar os
competentes meios de verificação da validade. No caso de tais mecanismos existirem no seio
da própria OI, as eventuais questões de validade devem aí ser suscitadas. Se tais mecanismos
não existirem ou forem insuficientes não é descartado o recurso aos tribunais nacionais, por
iniciativa dos particulares afetados nos seus direitos pela aplicabilidade direta das
resoluções.
Relação entre Atos Jurídicos das OIs, Direito Internacional Geral ou Comum e
Direito Convencional:
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★ Duas Condições:
★ Uma Ressalva:
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Primado do Direito Europeu: O primado não engendra uma relação típica de infra e
supra-ordenação entre normas, nem vale como exigência de prevalência hierárquica. A
norma eurocomunitária prevalece sobre a norma interna, não porque lhe seja superior, mas
porque é materialmente competente para regular o litígio concreto. A relação entre Direito
da União Europeia e os Direitos dos Estados-membros constrói-se com base no princípio da
competência atribuída e por referência ao princípio da colaboração ou da
complementaridade funcional entre ordenamentos autônomos.
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Reconhecimento de Sujeitos: Questão política com um duplo alcance, dado que certifica
a legitimidade dos sujeitos enquanto grupo e garante a respetiva autonomia de decisão
contra eventuais interferências de terceiros.
○ Indivíduo: A prof. MLD defende que o indivíduo, pela natureza das coisas, é
sujeito de Direito Internacional e que um tal estatuto não se discute,
dispensado de qualquer forma de reconhecimento, por razões jurídicas,
diretamente ligadas à evolução do próprio Direito Internacional no sentido de
um compromisso com a defesa da dignidade do ser humano e a garantia dos
seus direitos
★ Forma de Reconhecimento:
★ Tipos de Reconhecimento:
★ Efeitos do Reconhecimento:
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★ População permanente
★ Território determinado
★ Governo
★ Capacidade de entrar em relação com os demais Estados
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★ Estados Exíguos: A sua limitação jurídica é formal (ex: São Martinho em relação a
Itália, Mónaco em relação a França, Liechtenstein em relação à Suíça)
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Estados Falhados: Por razões internas (ex: guerra civil) ou externas (ex: ocupação), um
Estado pode deixar de ter condições para garantir a função primordial de aplicar a lei e
manter a ordem, ficando fragilizado ou mesmo impossibilitado de exercer os direitos
associados à subjetividade internacional.
★ Prof. MLD: Considera que o direito internacional não tem uma solução clara para
este tipo de conflito.
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★ Contexto Literário: Existe um grande abismo entre os que associam tudo a uma
visão central e única de um sistema mais ou menos coerente e articulado (ouriços),
dos que perseguem muitas pontas, frequentemente não relacionadas e até
contraditórias, apresentando um pensamento disperso ou difuso que se move em
muitos níveis e se agarra à essência de uma vasta diversidade de experiências
(raposas).
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1. ENQUADRAMENTO HISTÓRICO
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grande desequilíbrio no funcionamento da organização uma vez que este país tinha sido o
principal impulsionador.
O fracasso do sistema de segurança coletiva da Sociedade das Nações não demoveu
de recriar uma Organização Internacional Geral que visasse a garantia da paz após a II
Guerra Mundial.
2.1 ESTRUTURA
Estrutura da Carta das Nações Unidas:
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○ Capítulo III:
■ Art 7: Enumera os 6 órgãos constitucionais das Nações Unidas
○ Capítulo VII: Medidas a adotar em caso de ameaça à paz, ruptura da paz e ato
de agressão que o conselho de segurança tem à sua disposição no exercício da
sua competência principal de manutenção da paz e da segurança
■ Art 51: Exclusão à ilicitude do recurso à força armada nas relações
internacionais, pois cada membro mantém o seu direito inerente de
legítima defesa individual e coletiva
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○ Capítulo XI: Declaração relativa aos territórios não autónomos (sustenta uma
política anti-colonialista, apoiada no princípio da autodeterminação)
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3. MEMBROS
Estados: Só os Estados podem ser membros das Nações Unidas. Vão integrar, através dos
seus representantes diplomáticos, os órgãos deliberativos, participando em acordos relativos
a forças armadas internacionais (art. 43 da CNU), nos acordos que criem instituições
especializadas (art. 57 e 59 da CNU) ou que fixem a constituição ou termo do regime de
tutela (art. 77 e 89 da CNU).
Direito de Voto: Pode ser privado aos Estados que não cumpram as suas obrigações de
cumprir para as despesas da Organização
○ Escolha dos Estados: Pode tanto ocorrer por eleição, geralmente pelo órgão
plenário (ex: Conselho de Segurança), como por critérios objetivos (ex: OIT
em que são escolhidos os Estados mais industrializados)
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■ Maiorias Necessárias:
● ⅔ dos membros presentes e votantes: Para as questões
importantes (art. 18/2 da CNU)
● Simples dos membros presentes e votantes: Para as restantes
questões (art. 18/3 da CNU)
○ Discussão de uma Situação a ser avaliada pelo CS: A Assembleia Geral pode
discutir o tema, mas não pode emitir qualquer recomendação, a menos que tal
seja, pelo Conselho de Segurança, solicitado (art. 12/1 da CNU)
★ Reuniões:
★ Funções:
○ Na ordem interna:
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○ Membros Não Permanentes: São 10 que são eleitos pela Assembleia Geral por
maioria qualificada para mandatos de dois anos, estando vedada a reeleição
imediata para um segundo mandato (23/2 da CNU)
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■ Critérios de Eleição:
● Os membros têm de contribuir para a paz e segurança
internacional, bem como para os outros fins da Carta
● Deverá estar assegurada uma representação geográfica
equilibrada e equitativa - princípio da unidade do mundo e da
indivisibilidade da paz
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tem-se entendido que estas questões como a aprovação de um regime interno, a criação de órgãos subsidiários,
o convite a um Estado para participar num debate e a inscrição de uma questão na ordem do dia
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★ Competências:
★ Meios de Ação:
○ Administrativas e Políticas:
■ Administrativas:
● O Secretário-Geral é o mais alto funcionário das Nações Unidas
(art. 97 da CNU)
● Nomeação do pessoal e exercício do poder disciplinar (art. 101
da CNU)
● Organização e regulação do funcionamento de todos os
serviços no quadro orçamental estabelecido pela Assembleia
Geral e das diretivas dos órgãos intergovernamentais
● Direção da atividade dos serviços
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■ Políticas:
● REPRESENTATIVAS:
○ Celebração de acordos de sede através dos quais a ONU
estabelece com um Estado a instalação de órgãos ou
organismos no território desse Estado
○ Celebração de acordos com outras organizações, na
sequência das deliberações nesse sentido dos órgãos
intergovernamentais competentes como a AGONU
○ Celebração de outros acordos de natureza funcional -
ex: acordos de passagem de forças pelo território de um
Estado
○ Envio de representantes pessoais
● DIPLOMÁTICAS: Faculdade de chamar a atenção ao Conselho
de Segurança para situações de crise (art. 99 da CNU) e de
inserir pontos na ordem de trabalhos da Assembleia Geral
● OPERACIONAIS: Quer o Conselho de Segurança, quer a
Assembleia Geral podem encarregar o Secretário Geral de
desempenhar missões diplomáticas com um mandato definido
em termos muito vagos, guiando-se pelo próprio
entendimento, daí que o Secretário possa agir sem a
autorização prévia do órgão intergovernamental, considerando
que tal iniciativa se insere no quadro das suas competências, já
que se trata de uma competência administrativa
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4.1 AUTONOMIA
Cada organização tem origem num tratado específico e independente. Nesse sentido,
as agências especializadas gozam de autonomia jurídica, constitucional e financeira e de
imunidades garantidas por convenções internacionais próprias. Estas agências podem,
também, incluir membros que não façam parte da organização, e estes podem se retirar
livremente das agências especializadas sem terem de sair das Nações Unidas.
4.2 COMPLEMENTARIDADE
A complementaridade consiste na reserva, para uma organização ou organismo, de
uma esfera de atividade própria, evitando-se a duplicação e a concorrência das estruturas e
privilegiando-se a especialidade como meio de promover a economia. Todavia, a busca da
não sobreposição de fins não obsta a que o mesmo problema seja objeto de análise por mais
do que uma instituição em perspetivas diferentes.
Ao carácter geral da ONU contrapõem-se as finalidades específicas das agências
especializadas. A articulação entre as agências especializadas e a ONU está prevista nos
artigos 55, 57 e 63 da Carta. O art. 55 prevê as ações que a ONU deverá promover no âmbito
da cooperação económica e social, o 57 a criação de organizações especializadas por iniciativa
da ONU e o 63 o exercício das competências que cabem à ECOSOC e à AGONU na celebração
de acordos de vinculação e na coordenação das organizações ao Sistema.
4.3 COORDENAÇÃO
Existe um regime de representação mútua em que é reconhecido à ONU o papel de
coordenador, todavia, não existem instrumentos jurídicos que façam prevalecer a sua
vontade. Nesse sentido, celebrado o acordo entre um agência e a ONU, esta reconhece a
competência especializada da agência em determinada área, e a agência constitui-se na
obrigação de prestar à ONU a assistência que esta solicitar no domínio específico dessa área,
assegurando-se, para ambas as partes, a possibilidade de representação recíproca entre os
órgãos respectivos.
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O DIREITO INTERNACIONAL E
CIBERTERRORISMO (ALEXANDRE
GUERREIRO)
1. INTRODUÇÃO E CONCEPTUALIZAÇÃO AO
TERRORISMO
O terrorismo constitui uma ameaça à existência dos Estados. À partida existe logo um
desafio que o terrorismo impõe às diferentes sociedades do séc. XXI que se prende com a
elasticidade terminológica que os Estados pretendem atribuir a este conceito que tem sido
alvo de uma multiplicidade de definições. A opção dos Estados pela definição individual do
significado pelo conceito de terrorismo tem como corolário a ausência de uma estratégia
comum capaz de combater eficazmente o terrorismo.
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estatais contra interesses dos Estados, à margem dos conflitos armados, ameaçando a paz e a
segurança internacionais.
Neste contexto, cabe a cada Estado desencadear as ações necessárias para combater e
evitar a propagação de atividades terroristas a partir do seu território, no domínio do
primado da soberania dos Estados para atuarem no território sob a sua jurisdição, sob pena
de concorrer para um quadro de ameaça generalizável.
Deste modo, uma intervenção militarizada de um Estado no território de um outro
com o objetivo de combater agentes terroristas poderá ocorrer, em respeito pelo direito
internacional, em quatro situações:
4. AS ESPECIFICIDADES DA CIBERGUERRA E DO
CIBERTERRORISMO
A emergência de ameaças associadas à ciberatividade é diretamente influenciada pela
tentativa desencadeada por agentes da ameaça com vista à exploração das vulnerabilidades
geradas pela evolução de plataformas digitais com limites ainda desconhecidos, não sendo
ainda o meio da ciberatividade assistido da regulação e proteção devidas.
Consequentemente, os Estados deparam-se com um novo desafio às suas
capacidades, podendo ser obrigados a responder a ataques em contexto de ciberespaço, o que
poderá degenerar numa situação de ciberguerra, ora como frente paralela a uma guerra já
travada no plano físico, ora como palco exclusivo de hostilidades,
Não obstante, a ausência de instrumentos concretos que regulam a definição e
condução de ciberguerra, à luz do entendimento do TIJ, os “princípios e regras de direito
humanitário estabelecidos aplicáveis aos conflitos armados (...) aplicam-se a todas as formas
de guerra e a todos os tipo de armas, as do passado, as do presente e as do futuro”.
É, assim, possível constatar que a ciberguerra não se desenvolve num quadro de
anarquia absoluta e defini-la como tratando-se da guerra conduzida no ciberespaço, entre
Estados ou entre Estados e agentes não estatais representantes dos Estados, através de
cibermeios e cibermétodos destinados ou aptos a causar danos físicos e materiais a pessoas,
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bens e estruturas sensíveis, fenómenos que corresponde a um ataque ao qual são aplicáveis
os princípios e regras de direito humanitário.
5. CONCLUSÕES
Se, por um lado, “os membros (da ONU) deverão abster-se nas suas relações
internacionais de recorrer à ameaça ou ao uso da força”(art. 2/4 da CNU) contra outro
membro, poderá assistir aos Estados o direito à legítima defesa quando forem alvos de
ataques armados. O alcance de “ataque armado” incorpora atos terroristas, desde que os
meios e o método escolhidos sejam suficientemente aptos a produzir danos contra vidas
humanas e contra patrimônio e se o autor desses ataques, mesmo não tendo natureza estatal,
seja controlado, patrocinado ou reconhecido pelo Estado a partir do qual é preparado o
ataque.
Fora deste quadro, o terrorismo não constitui um tipo de crime tão especial ao ponto
de ter corresondência no jus ad bellum e beneficiar de um regime semelhante ao da
legítimida defesa, privilegiando-se, antes, os mesmos mecanismos aplicáveis a ilícitos de
natureza puramente criminal que favoreçam o respeito pelo princípio da iguldade de
soberanias e pela cooperação judiciária internacional
1. INTRODUÇÃO
O conjunto normativo formado pela Convenção de Genebra e pelo Protocolo de Nova
Iorque constitui o instrumento central do Direito Internacional dos Refugiados. Não
obstante, outros instrumentos têm surgido que vêm contribuir para enriquecer este ramo do
direito.
A vida real tem vindo a demonstrar à doutrina e jurisprudência que existem mais
situações que reclamam também uma necessidade de proteção internacional, uma vez que a
proteção internacional dos refugiados é, ainda hoje, uma proteção imperfeita
2.1 ANTECEDENTES
Até à Convenção de Genebra, havia já, pois, vários arranjos destinados a proteger grupos
específicos de pessoas, mas foi no pós IIª Guerra Mundial que se vieram a dar os passos
definitivos para se lançar as bases de um verdadeiro “Direito Internacional dos Refugiados”.
Em 1951 surge, então, a Convenção de Genebra sobre o estatuto de refugiado. Ela não
consagra um direito de asilo proprio sensu, mas é ainda, até hoje, considerada o instrumento
central em direito internacional dos refugiados, por ser aquele que define quem pode ser
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2.2.1 PERSEGUIÇÃO
A perseguição corresponderá a uma privação intencional, grave e discriminatória de direitos
fundamentais. No que respeita à privação intencional, visa-se afastar a violação de direitos
humanos motivada por circunstâncias fortuitas ou naturais (como desastres naturais). No
entanto, não se exige que exista uma perseguição individualmente dirigida a certa pessoa em
específico, sendo também relevantes os atos que se dirijam a um conjunto de pessoas
identificado como pertencente a um grupo pré-definido.
A privação deve ser grave, ou por atingir aqueles direitos intrinsecamente ligados à
dignidade humana, ou por consubstanciar uma medida de natureza de tal forma reprovável
ou desproporcional que choca com as convicções do Estado de acolhimento. Não tem,
também, de ser sistemática, podendo consistir num só ato.
Por último, a privação grave dos direitos fundamentais terá de ser discriminatória, o que leva
à conclusão de que os os chamados “refugiados de guerra” não são, ao fim ao cabo,
“refugiados” para os efeitos da Convenção de Genebra.
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Tem se considerado que, para que uma pessoa pertença a um “grupo social determinado”, a
mesma tem de possuir uma característica pessoal distintiva, não temporária, ou terá de fazer
parte de um conjunto de pessoas em relação às quais exista uma percepção social de
partilharem uma determinada característica diferenciadora. Não é necessário que,
efetivamente, a pessoa perseguida tenha a característica em causa, bastando que a mesma
lhe seja atribuída pelos agentes perseguidores.
Uma das questões que neste contexto se colocava era a de saber se haveria necessidade de
proteção internacional caso os requerentes de asilo pudessem esconder as suas
características no país de origem e, assim, evitar perseguição. Hoje em dia, esta questão já
não se coloca, dado que implicaria a necessidade de esconder permanentemente algo que
pertence à identidade individual, numa autocontenção opressiva.
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(POWERPOINT)
No âmbito do direito ambiental vai se observar a um esbatimento das fronteiras entre a hard
law e a soft law, através do recurso a tratados-quadro (que apenas anunciam um regime geral
que estabelece objetivos gerais e fixa competências para os realizar), à procedimentalização
(que presume a cooperação, avaliação, informação e análise-custo benefício), a princípios de
direito do ambiente (que desempenham um papel crucial de precaução, avaliação de impacto
climático e de desenvolvimento sustentável) e na definição de responsabilidades comuns,
mas diferenciadas. Todavia, torna-se difícil fundamentar a sua natureza jurídica. As
inúmeras declarações políticas, pactos e compromissos, criam, através de tratados-quadro,
então, objetivos genéricos, sem compromissos substantivos específicos, que são
desenvolvidos mediante conferências entre as partes, protocolos e outros modos de soft law,
Foi, primeiro, a United Nations Framework Convention on Climate Change (1992 – 1994)
definiu alterações climáticas e efeitos adversos, princípios da solidariedade intergeracional,
responsabilidades comuns mas diferenciadas, dando ênfase à necessidade de precaução,
desenvolvimento sustentável e cooperação, através do recurso a mecanismos de informação,
aprovação de programas nacionais de mitigação e de adaptação, promoção de cooperação e
transferência de tecnologias, práticas, processos, conhecimento, e gestão integrada, com
comunicação de políticas com objetivo de diminuir as emissões poluentes, criando um dever
dos países desenvolvidos de financiamento.
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Atualmente, através dos protocolos de Quioto e de Paris, foram especificados objetivos, como
o de manter o aumento da temperatura abaixo de 2oºC, idealmente 1,5º, e, também deveres,
como o de preparar e comunicar sucessivamente e o de progressividade, pedindo que os
Países Desenvolvidos assumam a liderança na redução das emissões e no apoio aos países
menos desenvolvidos.
Esta disciplina está intimamente ligada aos direitos humanos, uma vez que o direito ao
ambiente é reconhecido como um direito humano. Nesse sentido, ao mesmo tempo que vão
existir deveres ambientais, também vamos observar a presença de refugiados climáticos.
Este reconhecimento advém da, há muito declarada, ligação entre problemas ambientais e
direitos humanos, tendo, até, sido já entendida no Comité de Direitos Humanos, no de
Direitos Económicos, Sociais e Culturais, no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos e na
Corte Interamericana de Direitos Humanos.
Assim, os deveres ambientais dos Estados prendem-se com deveres de respeito, proteção,
adaptação e promoção de direitos humanos, limitando o seu uso aos recursos disponíveis, o
que corre de um dever de redução e captura de emissões.
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