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Ficha de Leitura2
Ficha de Leitura2
Desenvolvimento:
Como já tive a oportunidade de referir, a primeira parte da obra é dedicada aos
Fundamentos da Investigação Qualitativa em Educação.
Este capítulo começa com uma análise da educação como objeto de estudo. Aqui, o
autor, não fornece uma definição direta de “educação”. No entanto, aborda a educação
como um fenômeno complexo que pode ser estudado a partir de várias perspetivas - tais
como as de Simões (2007:47), Cabanas (2002:58) e Brezinka (2007) - e considera a
mesma como um campo epistemológico dentro das ciências da educação.
Há, em todas essas perspetivas, a ideia de que a educação promove intencionalmente o
desenvolvimento individual, social e cultural, na medida em que oferece a cada ser
humano um património comum (espiritual, material e de competências várias), que vale
a pena ser transmitido e, ao mesmo tempo, o prepara para exercer sobre esse património
tradicional uma constante adaptação, renovação e enriquecimento.
Depois, o autor realça o papel fundamental das ciências da educação na pesquisa
educacional.
Segundo ele, as ciências da educação podem considerar-se como sendo “uma família de
ciências” às quais compete, utilizando os meios e os métodos de que as ciências
humanas hoje dispõem, procurar explicar e compreender a complexidade e a
multireferencialidade dos fenómenos educativos e, ao mesmo tempo, construir de forma
progressiva, um património de saberes ao dispor das práticas.
Elas devem então superar vários obstáculos epistemológicos para garantir a sua
identidade e para se afirmarem na comunidade científica e na sociedade em geral como
ciências rigorosas, necessárias e úteis, pois são as suas disciplinas que possibilitam a
descrição, interpretação, identificação de novos problemas, compreensão dos processos
internos e aprimoramento da teoria e práticas pedagógicas.
Por fim, o autor começa por apresentar a definição de paradigma e aprofunda e
caracteriza os dois que se situam na modernidade: o paradigma hipotético-dedutivo ou
nomotético e o paradigma fenomenológico-interpretativo ou ideográfico.
O primeiro tem como objetivo a “construir teorias que permitam, antes de tudo, obter a
referida compreensão, isto é, a explicação através do estabelecimento empiricamente
comprovado de relações de causalidade” (Amado, 2011, p.31). Já o segundo baseia-se
em
construir teorias que permitam obter “a interpretação dos factos humanos tomando
como base o sentido que os sujeitos conferem às circunstâncias e aos atos que de algum
modo vivenciam” (Amando, 2011, pp.31).
Esses dois paradigmas têm complicações nas ciências da educação, pois representam
diferentes regimes de verdade e critérios de cientificidade, mas por outro lado,
promovem
a diversidade e a complementaridade das teorias científicas.
Reflexão crítica:
Após a leitura deste capítulo, sinto que entendo melhor a complexidade do fenómeno
educativo, considerando a iniciação à investigação qualitativa como um elemento
fundamental no processo de ensino/aprendizagem.
Acredito que este manual é bastante interessante para quem deseja aprofundar os seus
conhecimentos em investigação qualitativa em educação e até mesmo para nós que
estamos agora a começar a entrar na área da Educação e Formação.