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Autor

Denis Carvalho Parry

Nascido em Belém do Pará em 1959. Graduado em


Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade
Federal do Pará em 1983. Pós-Graduado em Medicina
Aeroespacial pela Universidade da Força Aérea (UNIFA,
RJ). Intensivista e Nefrologista. Oficial Médico da
Aeronáutica na reserva. Mestre em Clinica Médica com
concentração em Nefrologia pela Universidade de Brasília
(UnB, DF). Professor Titular de Habilidades Clínicas 7 e 8 e
de Simulação Realística do Curso de Medicina do Centro
Universitário de Brasília (UniCEUB, DF). Professor Titular de
Simulação Realística do Curso de Medicina do Centro
Universitário do Planalto Central (UNICEPLAC, DF). Membro
do Núcleo de Apoio Pedagógico e Avaliação (NAPA),
implementador e avaliador do OSCE no UniCEUB. Instrutor
do Curso de Capacitação de Docente em Simulação
Realística da UNICEPLAC/ Laerdal.
“O estudante de medicina deve coletar e avaliar os fatos.
Os fatos estão no paciente.”
ABRAHAM FLEXNER
DEDICATÓRIA

A você, companhia nesta e em muitas outras jornadas e que


me faz amar intensamente.
Autores Colaboradores -
Professores
Ana Márcia Iunes Salles Gaudard
Graduada em Farmácia e Bioquímica pela Universidade
Federal de Juiz de Fora (UFJF, MG). Especialista em
Farmácia Hospitalar pela Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRG), em Processos Educacionais pelo
Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa, em Gestão de
Área de Saúde Pela Qualidade Total (UNEB/COPEX, DF) e
em Ativação de Processo de Mudança na Formação
Superior de Profissionais de Saúde pela Fiocruz. Mestre e
Doutora em Ciência pelo Programa de Pós-Graduação em
Saúde Baseada em Evidência (PGSBE) pela Universidade
Federal de São Paulo (UNIFESP). Professora Titular de
Tutorial e Coordenadora do Núcleo de Apoio Pedagógico e
Avaliação (NAPA) e implementadora do OSCE no curso de
Medicina do Centro Universitário de Brasília (UniCEUB, DF).
Responsável pelo Núcleo de Avaliação do Curso de
Medicina do Centro Universitário do Planalto Central
(UNICEPLAC, DF). Autora Colaboradora do livro Manual de
Simulação Realística (Editora Albatroz).
Helmgton José Brito de Souza
Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina da
Universidade Federal da Bahia (UFBA). Especialista em
Cirurgia Cardiovascular. Especialista e Instrutor em
Oxigenação por Membrana Extracorpórea (ECMO) pela
Extracorporeal Life Support Organization (ESLO). Doutor em
Cirurgia Cardiovascular Pela Universidade Federal de São
Paulo (UNIFESP). Professor Titular e Coordenador do Eixo
de Habilidades dos Cursos de Medicina do Centro
Universitário do Planalto Central (UNICEPLAC, DF) e da
UNIEURO Centro Universitário (DF). Organizador e instrutor
do Curso de Capacitação de Docente em Simulação
Realística do UNICEPLAC/Laerdal. Autor do livro Manual de
Simulação Realística (Editora Albatroz).
Kátia Paula de Araújo
Graduação em Medicina pela Universidade Federal de
Alagoas (UFAL). Especialista em Ginecologia Obstetrícia
pela Associação Médica Brasileira (AMB) e em Gestão da
Clínica nas Redes Metropolitanas de Atenção a Saúde pelo
Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa. Curso de
Medicina Baseada em Evidência pelo Instituto Sírio-Libanês
de Ensino e Pesquisa. Coordenadora e Docente do Bloco de
Saúde da Mulher do Primeiro Curso de Especialização em
Saúde da Família e Comunidade da ESCS. Coordenadora
Técnica do Segundo Curso de Especialização em Saúde da
Família e Comunidade da ESCS. Professora Titular de
Simulação Realística, Coordenadora e Professora Titular do
Internato em Atenção Básica e Coordenadora do Programa
de Interação Serviço, Saúde e Comunidade (do eixo
PISSCO) do Curso de Medicina do UNICEPLAC.
Sulani Silva de Souza
Graduada em Medicina pela Universidade de Brasília (UnB).
Mestre e Doutora e em Tocoginecologia pelo Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da
Universidade de São Paulo (USP). Professora Titular e atua
na avaliação educacional, qualificação de processo
educativo com testes psicométricos, com foco na avaliação
do Teste de Progresso, na Escola Superior em Ciências da
Saúde (ESCS, DF). Professora Titular da Universidade
Católica de Brasília atuando na prevenção na saúde da
Mulher e no Teste de Progresso.
Thalita Rodrigues Dias
Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Especialista
em Pediatria e em Alergia e Imunologia pelo Hospital das
Clínicas (UFMG). Mestre em Saúde da Criança e do
Adolescente pela UFMG. Professora Titular de Habilidades
Clínicas 7 e 8 e avaliadora do OSCE do Curso de Medicina
do Centro Universitário de Brasília (UniCEUB, DF).

Autores Colaboradores - Acadêmicos


Felipe Bruno Santos da Cunha
Interno do 10º período do Curso de Medicina do Centro
Universitário de Brasília (UniCEUB, DF). Membro fundador
da Liga Acadêmica de Cirurgia Cardiovascular do Distrito
Federal (LACC-DF). Tesoureiro da Associação de
Estudantes de Medicina do Distrito Federal (AEMED-DF).
Diretor da Associação Brasileira de Ligas Acadêmicas de
Oftalmologia (ABLAO). Autor Colaborador do livro Manual de
Simulação Realística (Editora Albatroz).
Pedro Lemgruber Xavier Mattoso Pavie
Interno do 10º período e monitor de Habilidades Clínicas do
3º ano do Curso de Medicina do Centro Universitário de
Brasília (UniCEUB, DF). Diretor de Ensino da Associação
dos Estudantes de Medicina do Distrito Federal (AEMED,
DF). Autor Colaborador do livro Manual de Simulação
Realística (Editora Albatroz).
Rafael Ramos Amaral
Interno do 10º período e monitor do Módulo de Febre,
Infecção e Inflamação e do Módulo de Dor, do Curso de
Medicina do Centro Universitário de Brasília (UniCEUB, DF).
Diretor de Pesquisa da Liga Acadêmica de Cirurgia
Cardiovascular do UniCEUB (LAACC/UniCEUB). Autor
Colaborador do livro Manual de Simulação Realística
(Editora Albatroz).
AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, éticos, amorosos e exemplos a seguir, que


tanto investiram com prioridade na minha formação.
Aos meus filhos e aos seus companheiros, que meus filhos
se tornaram também, constante estímulo ao meu
crescimento profissional e pessoal.
Aos meus irmãos, toda minha família, amigos e à Luiza,
sempre torcendo por mim com muito amor e carinho.
Aos coordenadores, colegas professores e funcionários do
UniCEUB e do UNICEPLAC, pelo companheirismo e apoio a
mim prestado.
À coordenação e equipe técnica do LABOCIEN do
UniCEUB, pela competência e zelo com o ensino e a
avaliação. Sem vocês o OSCE e a Simulação Realística não
existiriam, isso só para falar as atividades que vocês me
honram em compartilhar comigo.
À minha irmã de coração, Professora Nádia Juliana
Beraldo Goulart Borges Haubert, pela amizade de todos os
momentos, apoio profissional e suporte pessoal.
À minha amiga, colega e tutora em avaliação e em muitas
outras atividades docentes, Professora Ana Márcia Gaudard,
uma das autoras colaboradoras e a prefacista desse manual,
por isso tudo e por todos os ensinamentos e
companheirismo.
Aos também autores colaboradores dessa obra,
Professores Helmgton Souza, Kátia Araújo, Sulani Souza e
Thalita Dias e Acadêmicos de Medicina Felipe Cunha, Pedro
Pavie e Rafael Amaral, por terem abraçado esse projeto com
dedicação e por toda paciência comigo.
Aos meus alunos, os quais a tantas avaliações são
submetidos durante o exaustivo curso de Medicina, por toda
a tolerância com este professor. Que este manual consiga
contribuir no seu preparo para enfrentar o OSCE com mais
segurança e placidez.
Ao Professor Adson Lima Salles, que com seus conselhos
e apoio se tornou uma bússola para mim, continuamente me
norteando a me tornar uma pessoa melhor.
Sumário

Capítulo 1
Desmistificando o OSCE 12
1. Histórico 13
2. Descrição do método 13
3. Conteúdo 15
4. Vantagens e desvantagens 15
Capítulo 2
As Estações 19
1. O que se espera encontrar numa estação 20
1.1. Os diferentes cenários – Pronto-socorro, enfermaria e
ambulatório 20
1.2. Usar pacientes reais, simulados ou manequins 22
1.3. OSCE X OSPE 22
2. A simulação realística e o OSCE 23
Capítulo 3
O que é avaliado no OSCE 26
1. Princípios de avaliação e validação do método. 27
2. Pontos de avaliação essenciais 30
2.1. Anamnese 31
2.1.1. Como interagir com pacientes e acompanhantes 31
2.1.2. Imprevistos 32
2.2. Exame Clínico 32
2.2.1. Pontos principais a serem observados 32
2.2.2. Erros comuns 32
3. A ficha de avaliação 33
4. Global rating e checklist 33
Capítulo 4
OSCE na Clínica Médica 40
1. Abordagem dos principais temas 41
2. Exemplos de cenários e estações 41
Capítulo 5
OSCE na Pediatria 51
1. Abordagem dos principais temas 52
2. Exemplos de cenários e estações 52
Capítulo 6
OSCE na Ginecologia e Obstetrícia 62
1. Abordagem Ginecologia e Obstetrícia 63
2. Exemplos de cenários e estações 63
Capítulo 7
OSCE na Clínica Cirúrgica 72
1. Abordagem dos principais temas. 73
2. Exemplos de cenários e estações 73
Capítulo 8
OSCE na Medicina Preventiva 85
1. Abordagem dos principais temas. 86
2. Exemplos de cenários e estações 87
Índice
Capa

Capítulo 1 - Desmistificando o OSCE

1. Histórico

2. Descrição do método

3. Conteúdo

4. Vantagens e desvantagens

Capítulo 2 - As Estações

1. O que se espera encontrar numa


estação

1.1. Os diferentes cenários –


Pronto-socorro, enfermaria e
ambulatório

1.2. Usar pacientes reais,


simulados ou manequins
1.3. OSCE X OSPE

2. A simulação realística e o
OSCE

Capítulo 3 - O que é avaliado no OSCE

1. 1. Princípios de avaliação e
validação do método.

2. 2. Pontos de avaliação essenciais

1. 2.1. Anamnese

1. 2.1.1. Como interagir


com pacientes e
acompanhantes

2. 2.1.2. Imprevistos

2. 2.2. Exame Clínico

1. 2.2.1. Pontos
principais a serem
observados

2. 2.2.2. Erros comuns


3. 3. A ficha de avaliação

4. 4. Global rating e checklist

Capítulo 4 - OSCE na Clínica Médica

1. 1. Abordagem dos principais


temas

2. 2. Exemplos de cenários e
estações

Capítulo 5 - OSCE na Pediatria

1. 1. Abordagem dos principais


temas

2. 2. Exemplos de cenários e
estações

Capítulo 6 - OSCE na Ginecologia e


Obstetrícia

1. 1. Abordagem Ginecologia e
Obstetrícia
2. 2. Exemplos de cenários e
estações

Capítulo 7 - OSCE na Clínica Cirúrgica

1. 1. Abordagem dos principais


temas.

2. 2. Exemplos de cenários e
estações

Capítulo 8 - OSCE na Medicina


Preventiva

1. 1. Abordagem dos principais


temas.

2. 2. Exemplos de cenários e
estações
PREFÁCIO

A formação profissional em saúde é uma atividade


complexa que envolve não só a aquisição de
conhecimentos, mas o desenvolvimento de habilidades e
atitudes necessárias ao exercício eficiente da atenção à
saúde individual e coletiva. A aprendizagem de habilidades
clínicas, tais quais as que compõem os domínios de
competências do programa do curso de graduação de
medicina, envolve a aquisição de conhecimentos,
habilidades motoras e o desenvolvimento de atitudes. Para
desenvolvimento dessas competências, entendendo
competência como a capacidade de o sujeito mobilizar
conhecimentos, habilidades, atitudes, valores e experiências
para solucionar problemas ou, de maneira geral, para
enfrentar situações problemas, não basta utilizar essa
abordagem nos processos de ensino e aprendizagem. Existe
também a necessidade de se avaliar o desenvolvimento do
estudante e suas produções empregando uma abordagem
de avaliação da aprendizagem por competências. Se os
processos avaliativos exigirem apenas memorização e
compreensão de conceitos, não haverá necessidade nem
estímulo para os estudantes desenvolverem competências
e, como consequência, parece-me que se perderá todo o
esforço de mudança nos processos de ensino e
aprendizagem. O Exame Clínico Objetivo e Estruturado (da
sigla em inglês OSCE – Objective, Structured, Clinical
Examination), é considerado um importante instrumento para
avaliação de competência, é composto de múltiplas
estações elaboradas para avaliação de múltiplos domínios
da competência profissional. Eis uma razão para ser bem
vinda esta edição brasileira do Manual. Além disso, os
exames clínicos representam um desafio para os estudantes
uma vez que podem ser teoricamente excelentes, mas
possuem uma técnica de desempenho clinico deficiente.
Este livro dirigido aos estudantes do curso de medicina está
repleto de informações práticas para instrumentalizar os
leitores com todas as habilidades essenciais necessárias
para melhorar o seu desempenho clinico. Existem poucas
referencias disponíveis para ajuda-los a se preparar
adequadamente para serem avaliados nos curso de
graduação. O objetivo dos autores e fornecer dicas práticas
sobre como é realizado o OSCE e desta forma contribuir
para melhorar o desempenho dos estudantes. Ressaltamos
que as contribuições contidas neste manual tem como base
a vasta experiência pessoal do organizador e dos autores,
bem como na literatura de educação médica disponível. O
manual inclui duas partes intituladas: Desmistificando o
OSCE e o OSCE nos principais eixos avaliativos. Sendo que
a parte dos eixos avaliativos contempla capítulos específicos
sobre habilidades e estações de explicação das áreas de
pediatria, ginecologia/obstetrícia, cirurgia, clínica médica e
medicina preventiva.
Este manual descreve a utilização deste instrumento que
se tornou um método mundialmente aceito para avaliação da
competência clínica de avaliação. O OSCE atualmente é
utilizado globalmente em todas as fases da educação nas
diferentes profissões da área da saúde, foi descrito pela
primeira vez pelo autor principal, Harden, em 1975 e agora é
o padrão-ouro para avaliação de desempenho clinico.
Tenho certeza de que este manual será muito útil para o
alcance de excelência na graduação uma vez que o
desenvolvimento de habilidades profissionais exige
preparação, técnica e destreza e uma abordagem de ensino
e avaliação por competências. Boa leitura

Ana Marcia Iunes Salles Gaudard


CAPÍTULO 1

Desmistificando o OSCE
Autores
Denis Carvalho Parry
Felipe Bruno Santos da Cunha
Rafael Ramos Amaral
Pedro Lemgruber Xavier Mattoso Pavie

O que você irá ver neste capítulo


Histórico
Descrição do Método
Conteúdo
Vantagens e Desvantagens
Referências
1. HISTÓRICO
O início da implementação dos OSCEs como instrumento
de avaliação está intimamente correlacionado com as
práticas de simulação (hoje em dia conhecidas como
simulação realística). O ato de simular situações está
presente desde as sociedades mais antigas. Principalmente
no contexto da guerra, guerreiros e arqueiros treinavam em
bonecos e estrategistas aprimoravam suas táticas por jogos
semelhantes ao atual xadrez.1, 2 Em uma visão mais
contemporânea, o modelo de simulação de Edwin Albert
Link foi um marco (1929).3 Após diversos acidentes aéreos
em transportadores de carga postais americanos, se tornou
mandatória a aplicação de simuladores para o treinamento
de pilotos. Com isso, a ideia da simulação e da avaliação e
treinamento de indivíduos a partir desta ganhou força. No
âmbito da saúde, diversos estudos demonstraram a
efetividade da implementação de avaliações de
competências e aptidões clínicas e de treinamentos por
simuladores.4, 5 Os resultados associaram maior quantidade
de erros de atendimento médico, elevado custo operacional,
maior desperdício de recursos e maior associação a efeitos
adversos em paciente naqueles Centros que não dispunham
de tais rotinas e sistemas. Um dado de extrema magnitude
foi o exposto pelos estudos realizados em Nova York e
Colorado, onde, por suas conclusões em números
absolutos, provavelmente mais indivíduos morreram nos
Estado Unidos (no período do estudo) em decorrência do
contato com os serviços de saúde do que aqueles que
morreram de acidentes automobilísticos, câncer de mama ou
AIDS.6
O OSCE surge na Universidade de Dundee (Escócia) em
1975, pelo Dr. Ronald Harden e colaboradores, quando o
desenvolveram como uma ferramenta promissora para a
avaliação de competências clínicas, com vantagens
equivalentes à avaliação por exames escritos para o
conhecimento teórico, em um contexto temporal onde a
avaliação tradicional se concentrava muito no que um aluno
“sabia” e não no que “ele pode fazer”.7-11 Em 1979 foi
descrito com detalhes após algumas modificações.
O desenvolvimento do instrumento perdurou pelos anos
1980 e 1990, quando, em 1985, no Canadá, na The Ottawa
Conference, cerca de 250 educadores de 19 países reuniram-
se para trocar experiências no método e implementar a nova
ferramenta de avaliação clínica.12 Atualmente, a partir desse
cenário, está consolidado em mais de 50 países e é tema de
mais de 1.500 artigos.12 No Reino Unido, por exemplo, o
Royal College of Physicians usa OSCEs como um componente
de sua associação, e no Reino Unido, nos EUA e no Canadá
OSCEs são um componente de exames de licenciamento
médico.12
No Brasil, em 1995 passou a ser utilizado em Ribeirão
Preto e vem numa crescente como forma de avaliação dos
estudantes, ainda mais em um contexto em que as
metodologias ativas de ensino se estabelecem como futuro
do ensino nas universidades.13 Diversos serviços de
residência médica, especialmente no Sudeste, adotaram nos
últimos cinco anos as provas práticas como componente da
nota final dos processos seletivos se baseando na simulação
de situações para avaliação os concorrentes.
2. DESCRIÇÃO DO MÉTODO
O Exame Clínico Objetivo e Estruturado – ECOE (na sigla
em inglês, OSCE, Objective Structured Clinical Examination)
pauta-se em competências clínicas que vão além de testes
escritos, já que traça caminhos de observação direta, ao
invés de testes formalmente estabelecidos. Diante disso, a
avaliação tradicional atrelada à capacidade de colher
história, a realização do exame físico, a execução de
procedimentos, a utilização do raciocínio clínico, a conduta e
a comunicação com o paciente, por meio de um vislumbre
ético e humanista, corroboram para a realização de cada
cenário e estação de estudo, a própria história clínica.14
A necessidade pela objetividade e padronização trouxe ao
OSCE um novo caminho clínico, o novo molde para o êxito
médico e profissional. Essa alternativa foi proposta levando
em conta os problemas de fidedignidade nos métodos de
avaliação, que não davam importância às diferentes
condições impostas por cada estudante em meio à
avaliação, visto os pacientes disponíveis e os respectivos
avaliadores, nem a dificuldade quanto à comparação dos
resultados dos avaliados.15
Assim, os OSCEs, em consonância com a busca pela
observação com o auxílio de instrumentos ao examinador,
indicam o foco e a atenção para o desempenho do aluno
diante de habilidades-alvo, dependentes de questões únicas,
coerentes e que objetivam o melhor raciocínio e viés clínico.
Dessa forma, pondera-se o intuito da criação das
chamadas checklists, instrumentos os quais são utilizados
pelo observador e colaboram com a dinâmica da avaliação e
da conclusão de resultados esperados pelos examinados. O
saldo disso é a coerência na avaliação de desempenho, com
o objetivo de sumarizar pontos os quais não são concebidos
na dinâmica padrão de supervisão clínica, visto que muitos
professores consideram por parte do aluno um bom
desempenho, por exemplo, nos exames físicos sistemáticos,
sem mesmo conceber um teste.16
Ademais, a visão mais realista das habilidades dos alunos
facilita na identificação de áreas de aprendizado, bem como
no reforço dessas competências. O intuito geral é a
detecção de falhas, revestidas de um perfil de acurácia do
desempenho, e a conclusão fundamentada para o
conhecimento de elementos objetivos para dar feedback aos
alunos, como uma espécie de debriefing.
Em 2010, na conferência de Ottawa, foi demonstrada a
importância de seguir os critérios de uma boa avaliação, que
assim se segue: validade ou coerência; confiabilidade;
equivalência; viabilidade; efeito educacional; efeito
catalisador e aceitabilidade.17

Validade: indica o grau que o teste avalia,


concernente àquilo a que se propõe. Em resumo,
conclui-se a intenção de ligação entre o conteúdo do
teste e os objetivos de aprendizado.
Confiabilidade: reprodutibilidade e consistência do
teste, diante de fatores como nervosismo do
candidato, decisão do avaliador, tipos de casos
usados e comportamento do ator/paciente. A intenção
é aumentar a credibilidade com mais examinadores.
Equivalência: uniformidade do teste, quando
aplicados em diferentes instituições ou numa série de
testes.
Viabilidade: execução realística e prática do teste,
levando em conta os prós e os contras.
Efeito educacional: motivação por trás da avaliação,
no intuito do benefício educacional.
Efeito catalisador: resultados e feedback com a
produção do melhor suporte educacional, para
melhorar a educação.
Aceitabilidade: quando os investidores (alunos,
instituições, planos de saúde, sociedade) pensam que
o processo de resultados é acreditado.

Além disso, deve-se ressaltar os elementos necessários


para um bom desempenho de um OSCE, são eles:
blueprinting (diagrama em que são colocadas num eixo as
categorias de conteúdo e no outro as habilidades testadas, o
que objetiva o desenho das estações); cenário e tarefa;
avaliador; paciente simulado ou real; lista de materiais;
espaço; teste piloto; checklist e feedback.18, 19
Assim, no dia do OSCE, alguns detalhes práticos não
podem ser esquecidos para a correta elaboração e a criação
das estações, especificada a seguir.

Detalhes para a elaboração e a criação das


estações:1. Layout e marcação da estação.2. Fixação do
cenário e da tarefa.3. Sinalização do fluxo no circuito.4.
Marcação e sinalização audível do tempo.5. Bebida,
comida, descanso, medicamentos para colaboradores e
alunos.6. Checagem de materiais e equipamentos.7.
Transporte dos colaboradores.8. Identificação do aluno e
utilização de recurso que demonstre quais estações
foram percorridas.9. Orientações finais.10. Distribuição da
checklist aos avaliadores e, ao final do programa, o
recolhimento dessas checklists preenchidos
adequadamente.
3. CONTEÚDO
O OSCE pode assumir vários formatos, dependendo de
qual área vai abranger, seja como avaliação nas diversas
especialidades médicas ou dentro de outras áreas, da saúde
ou não. Áreas de Ciências Humanas, como o Direito e de
Ciências Exatas, com a Engenharia, já se utilizam desse
método de avaliação.
O conteúdo programático que abordaremos neste manual é
o que rotineiramente vem sendo cobrado nas diversas
provas de Residência Médica, sendo o método já
largamente usado no país. A saber, temas de Clínica
Médica, Pediatria, Cirurgia, Ginecologia Obstetrícia e
Medicina Preventiva serão abordados e exemplificados em
capítulos posteriores.
Ao se planejar a execução de um OSCE sempre se atenta
para um planejamento detalhado, o qual inclui o número e a
duração de cada estação, a especialidade a ser
contemplada, a elaboração de uma checklist, assim como o
material, equipamento, sonoplastia e cenário a serem
utilizados. O tipo de competência e os objetivos devem estar
adequados ao nível de conhecimento e experiência que se
deseja avaliar com o método, ou seja, com quais problemas
os participantes têm de saber lidar de forma competente.20
Tem que ser definido se serão utilizados manequins, atores
ou ambos (estação híbrida). O treinamento da equipe de
apoio, dos docentes e dos atores é imprescindível para o
sucesso do método. Todos os participantes, inclusive os
avaliados, deverão ser submetidos a um briefing momentos
antes do início das estações.
Quanto maior for o número de estações, mais diversas as
competências a serem avaliadas. Com números maiores, o
tempo tem que ser reduzido a um mínimo aceitável de cinco
minutos por estação, para que se viabilize a passagem por
todas, sem tornar o método exaustivo ou enfadonho para
avaliadores e avaliados.21
Quando se pensa em programação do conteúdo, tem-se
que manter em mente as características básicas do OSCE
ou ECOE:
Exame é uma avaliação.
as tarefas são representativas do que é
Clínico
encontrado em situações clínicas reais.
os avaliadores usam uma “checklist” para o
Objetivo
exame dos avaliados.
o mesmo problema é apresentado para todos
Estruturado os avaliados, que executam a mesma tarefa,
no mesmo período de tempo.
4. VANTAGENS E DESVANTAGENS
Sendo um método de avaliação prática cujo uso efetivo
é relativamente novo no Brasil, o OSCE trouxe consigo
uma série de vantagens e desvantagens quanto aos
seus métodos de aplicação e à sua implantação nas
universidades, nos hospitais-escola e em processos
seletivos. Sua disseminação, apesar de ter ocorrido em
escala considerável, ainda é restrita, mantendo-se ainda
desconhecida ou mesmo colocada em prática de forma
pouco sistemática e objetiva em alguns centros de
ensino mais tradicionais e em locais onde essa
modalidade de teste prático ainda não é familiar aos
docentes.22
Assim sendo, o OSCE tem a seu favor os próprios
aspectos que impulsionaram a sua criação: sua
premissa é a de avaliar o estudante de medicina, como
já foi dito, de forma sistemática e objetiva, em pontos
diferentes de seu aprendizado. Isso permite que
avaliações que poderiam ser notavelmente subjetivas e
enviesadas sejam planejadas criteriosamente, com uma
seleção de pontos que são indispensáveis dentro de
determinado cenário clínico, de forma que o examinador
não precise intervir (ou que sua intervenção seja
minimizada ao máximo). Isso permite que as provas
práticas adquiram um grau de sofisticação e
complexidade bem mais próximo ao real, com etapas e
exigências que podem englobar todo o processo
investigativo de determinado sintoma, em diferentes
circunstâncias.22, 23
Várias técnicas são empregadas nesse sentido, de
forma a tornar também a avaliação mais espontânea e
realista possível, o que seria difícil em uma prova
improvisada com pacientes em enfermarias, como se
fazia tradicionalmente e ainda se faz em muitas
instituições. Uma estação clínica pediátrica, por
exemplo, pode contar com a presença de bonecos e de
atores que representem os pais da criança. Sintomas
como vômitos incoercíveis em um recém-nascido
envolveria, em tal cenário, necessariamente um exame
físico com palpação epigástrica, à procura da oliva
pilórica, característica da estenose hipertrófica do piloro.
Nesse sentido, há formas diferentes de transmitir o
resultado do exame físico, que pode ser revelado por um
papel ao qual o estudante tem acesso apenas após
realizar o exame no boneco, ou ditado pelo examinador.
Se esse sinal é encontrado, exames como um ultrassom
abdominal podem estar disponíveis de antemão para
que, uma vez solicitados, o estudante possa interpretá-
los. Outros aspectos podem ainda ser objeto de
avaliação durante toda a performance do estudante:
pedir a permissão para examinar e realizar
procedimentos, o esclarecimento da doença aos pais, a
conduta final para o caso.
Considerando que o OSCE é eminentemente cênico
em sua aplicação, uma vez que o estudante pretende
atuar como se estivesse de fato atendendo e conduzindo
um caso na vida real, a abrangência do que se pode
avaliar se torna maior. Esse mesmo caso, se examinado
beira-leito em um paciente real, exigiria a explicação e
interação constante com o profissional avaliador, caso
fosse exigido também um processo diagnóstico do
aluno. Os pontos de avaliação seriam certamente mais
subjetivos e talvez mais incertos, causando nervosismo
e possivelmente respostas imprevisíveis por parte do
examinador. Apesar de essa incerteza de como se portar
também existir no OSCE, faz parte de sua aplicação a
explicação de como ele decorre, sendo inclusive
divulgados, muitas vezes, a checklist do que será exigido
do estudante, em termos gerais.24
Uma vez que o OSCE requer um esforço conjunto e
conhecimento agregado dos avaliadores, ele requer
também um planejamento que pode ser demorado e
oneroso, a depender do quanto se deseja aproximar-se
da realidade e simular situações cuja propedêutica pode
envolver muitas etapas. Instituições de grande porte têm
realizado em seus processos seletivos estações que
requerem extensivo preparo envolvendo tecnologia,
atores, estrutura física e profissionais que tenham
treinamento na aplicação da prova. Apesar disso, o
OSCE pode também ser realizado de forma muito
simples, como é feito em consultas e exames interpares,
realizados pelos estudantes entre si. Deve-se
considerar, porém, que quanto menos realista for a
avaliação, mais incerto estará o estudante de como se
portar, uma vez que é a riqueza de variáveis envolvidas
na simulação do OSCE que permite um julgamento mais
adequado de habilidades práticas.
Dessa forma, o OSCE se mostra efetivo como forma de
avaliação que pode englobar mais aspectos do que uma
prova prática tradicional, sendo certamente
complementar às provas teóricas para examinar
habilidades como o desenvolvimento de um raciocínio
diagnóstico em diversas etapas, a comunicação e a
relação médico-paciente, e a tomada de condutas em
ambientes clínicos. Ele exige certa habilidade teatral por
parte dos estudantes, que devem se comportar como se
estivessem, de fato, conduzindo um caso clínico, mas é
um dos momentos mais adequados para que falhas de
capacidades dessa ordem sejam corrigidas. Embora o
processo de montagem do OSCE possa ser oneroso e
exija grande preparo por parte dos examinadores, os
resultados podem ser duradouros, uma vez que a
apreensão de expertise prática é muitas vezes adquirida
em potencial máximo nesses momentos. Pode-se ainda
considerar como vantagem ou desvantagem o fato de
que quanto mais o estudante souber sobre como é feito
o OSCE, melhor estará preparado para colocar em
execução seus conhecimentos teóricos. É com o intuito
de esclarecer o método OSCE e dar consequentemente
mais segurança ao estudante que será avaliado por ele
que escrevemos esse livro.23
Segundo Samira,25 podemos assim então resumir como
vantagens do OSCE:
Pode ser usado para um grande número de
avaliados.
É reproduzível.
Fornece uma avaliação programática singular.
Menor complexidade.
Exame validado.
Somativo e formativo.

Já as desvantagens do OSCE seriam:


O planejamento e a execução denotam bastante
tempo e recursos financeiros.
Envolve muito planejamento.
Necessidade de padronização de pacientes e
avaliadores.
Requer tempo e esforço por parte dos avaliadores
durante o exame.
Por ser repetitivo pode por vezes ser enfadonho.
Se com número pequeno de estações, ambiente
ruidoso, pacientes e avaliadores destreinados e falta
de uma checklist bem-estruturada de torna pouco
confiável.
A avaliação tende a ficar compartimentalizada e o
global tende a não ser avaliado.
Não se mostrou adequado para pós-graduação.
CAPÍTULO 2

As Estações
Autores
Denis Carvalho Parry
Felipe Bruno Santos da Cunha

O que você irá ver neste capítulo


O que se Espera Encontrar numa Estação
Os diferentes cenários – Pronto-socorro, enfermaria e
ambulatório
Usar pacientes reais, simulados ou manequins
OSCE X OSPE
A Simulação Realística e o OSCE
Referências
1. O QUE SE ESPERA ENCONTRAR
NUMA ESTAÇÃO
A maior ansiedade do aluno ao saber que será submetido a
um OSCE é o dito “medo do desconhecido”. E isso é
corroborado pela ainda baixa divulgação desse método de
avaliação nas escolas, mesmo nas de Medicina. Em um
primeiro momento o aluno realmente não tem uma mínima
ideia do que o aguarda. Faz-se necessário uma explanação
do método ao início do semestre letivo, com o conceito e o
conteúdo programático. Fora o briefing previsto para o
momento de aplicação do exame. Mesmo assim, quando
não existe um conhecimento prévio, não tem como o aluno
ter uma visualização ampla do que seriam as estações.
Faremos uma abordagem dos principais cenários possíveis
com suas nuances, o que pode auxiliar um aluno que vai ser
submetido ao OSCE, em especial aqueles que o vão fazer
pela primeira vez.

s diferentes cenários – Pronto-socorro, enfermaria e


ulatório
ndo a portaria do Ministério da Saúde n. 2.488/2011, as redes de atenção em saúde seguem
s de equidade, integralidade e universalidade, o que leva em conta a complexidade de cada
e. O primeiro nível da atenção, com casos de complexidade menor, engloba a unidade
de saúde, com o foco no agendamento de consultas e exames básicos. Já o nível
ário corresponde aos atendimentos em pronto-socorro e pronto-atendimento, com o foco em
a e emergência, suporte de especialistas e realização de intervenções. Por fim, o nível
o engloba os hospitais e suas alas, tais como enfermaria, ambulatório e cirurgia, priorizando
imento especializado com suporte tecnológico a esse fim.
o isso por base, os cenários diferentes de avaliação (pronto-socorro, enfermaria e
tório) têm pontos em comum e pontos divergentes. A dinâmica de atendimento do médico
ista leva em conta o caráter de humanização, isto é, o atendimento voltado ao paciente,
ando-o integralmente e auxiliando-o na resolução das suas queixas. Em todos os cenários
stão (pronto-socorro, enfermaria e ambulatório), o médico deve adotar essa escuta ativa ao
e, sendo peça-chave no diagnóstico coerente e na adoção da melhor conduta frente a cada
o.
ontos de cada cenário estão pormenorizados no Quadro 1.
Quadro 1 - Diferentes cenários de avaliação.
Pronto-socorro Enfermaria Ambulatório

Regime de não
Regime de não internação Regime de internação
internação

Atendimento eletivo e
imento de urgência / emergência Atendimento assistencial de assistência
especializada

Atendimento de média e alta Atendimento de média e alta Atendimento pré-


complexidade complexidade hospitalar

Procedimentos
especializados (Ex.:
cedimentos comuns (Ex.: SVD; Procedimentos comuns (Ex.:
exames de próstata,
cateter nasal; drenos etc.) SVD; cateter nasal; drenos etc.)
ginecológicos de
rotina, estomia etc.)

Ritmo por turnos (matutino;


Ritmo de 24 horas Consulta agendada
vespertino; noturno)

Equipe de
especialistas
Equipe mínima (clínico; pediatra;
(cirurgião geral;
uipe mínima (clínico; pediatra; ginecologista-obstetra; cirurgião
urologista;
ologista-obstetra; cirurgião geral; geral; ortopedista; enfermeiros;
coloproctologista;
rtopedista; anestesiologista) técnicos; fisioterapeuta;
otorrinolaringologista;
nutricionista; fisioterapeuta)
oftalmologista;
cardiologista. etc.)

Estrutura de
utura de atendimento composta Estrutura de atendimento
atendimento
por radiologia, laboratório, composta por radiologia,
composta por
quipamentos para atenção às laboratório, equipamentos para
radiologia, laboratório
ultas, ECG, leitos de observação atenção aos procedimentos,
e equipamentos para
4 horas, transporte adequado e transporte adequado e ligação
atenção às
ação com a rede hospitalar por direta com a rede hospitalar e
consultas, incluindo
AMU e central de regulação. central de regulação.
especializados.

Fonte: Adaptado da Portaria GM/MS n. 2.048, de 5 de novembro de 2002.25

o assim, cada cenário deve ser único e condizente à situação que propõe. Desde a
em cotidiana, por parte do paciente, até os detalhes mais dinâmicos, como necessidades de
mentos curtos em emergência, a viabilidade de intervenções em meio ao atendimento, bem
resolução diagnóstica e a conduta terapêutica esperada.30
isso, o aluno tem de ser informado em qual cenário se encontra e se seria de nível primário,
ário ou terciário de atendimento à saúde. Em cada nível podem ser cobrados habilidades e
s compatíveis a cada um desses cenários. E todo o cuidado tem que se ter na montagem
cenários com equipamentos e materiais pertinentes.
exemplificar, em um cenário de ambulatório de ginecologia e obstetrícia o aluno pode ser
o quanto a condutas no que diz respeito a um pré-natal, como cálculo da data provável do
ndicação de exames complementares, recomendações de vacinação e medicações à
e e outras. Uma avaliação interessante é demonstrar a habilidade de toque vaginal e
a de material para colpocitologia.
m uma enfermaria de clínica médica se espera encontrar materiais básicos como, um
omanômetro e um estetoscópio e espera-se que o aluno saiba, por exemplo, aferir a pressão
e fazer ausculta cardiopulmonar. Balança, termômetro e outros materiais podem ser
bilizados para avaliar a iniciativa do aluno em utilizá-los. Uma prescrição diária pode ser
a.
cenário for de pronto-socorro, em um box de emergência, abre-se a possibilidade de
r-se que, conforme o caso, o aluno faça indicação de oxigênio suplementar, oxímetro de
solicitar administração de drogas vasoativas e até executar uma intubação orotraqueal e
ventilação mecânica, entre outras habilidades pertinentes a esse local de atuação simulado.
aso do OSCE ser empregado para avaliação de residentes ou especialistas, ou até mesmo
alida, pode-se simular cenários de especialidades, como um consultório de oftalmologia com
s equipamentos necessários para um exame específico, um ambulatório de cirurgia geral
avaliar a execução de pequenas cirurgias ou até mesmo um ambulatório de Psiquiatria com
simulando um quadro psicótico.
ossibilidades são as mais amplas possíveis, desde que seja previsto no blueprint e que seja
da uma checklist adequada ao que se quer avaliar. Não se pode cobrar do aluno em
ão que ele seja avaliado em cenários que desconheça que não tenha atuado antes nas
des práticas ou simulações realísticas programadas pelo curso. No caso dos residentes e
alistas, que não seja da especialidade que está sendo avaliada.

sar pacientes reais, simulados ou manequins


anejamento do OSCE, todos os participantes, inclusive os avaliados, deverão ser
idos a um treinamento prévio e posteriormente um briefing momentos antes do início das
es. Isso será realizado assim que definido se serão utilizados pacientes reais, simulados,
uins ou estações híbridas.
o de pacientes reais traz a grande desvantagem da exposição do paciente a repetidas
eses e exames físicos realizados pelos alunos, o que poderia causar ansiedade e até
agravar seu quadro clínico pela manipulação. Contudo, alguns pacientes com quadros
de baixa complexidade trariam uma realidade muito maior ao OSCE, sendo necessário
so que o exame fosse realizado em ambiente hospitalar ou até mesmo em postos de saúde.
aso de pacientes simulados, atores profissionais poderão ser contratados, sendo que
o receber um script do papel de um paciente acometido da patologia prevista para aquela
o, sendo “brifados” pelo avaliador especialista antes do início. Poderão ser usados alunos de
na ou de outros cursos ou até mesmo voluntários leigos, sempre sendo imprescindível o
ento para o sucesso do método. Um candidato a paciente simulado deve ser inteligente,
confiável e pensar rápido.35 A grande vantagem é que diversos alunos podem ser avaliados
safios idênticos, reduzindo a variabilidade.4 Um fator a ser considerado é o custo com
ação de atores e treinamento.
aso dos manequins, simuladores com recursos variáveis disponíveis no mercado são
os na SR e no OSCE. Se por um lado aumentam o nível de controle e segurança, por outro,
em realismo. Na nossa experiência temos frequentemente utilizado estações híbridas, com
e manequins, já que no momento de auscultar um crépito, ou fazer um exame de coleta de
l vaginal, por exemplo, o manequim complementa a avaliação.

SCE X OSPE
jective Structured Practical Examination (OSPE) ou Exame Prático Objetivo Estruturado (EPOE)
orma modificada de OSCE, muito usado no PBL. Tem como objetivo testar habilidades
vas e psicomotoras mais elevadas, por meio da capacidade de observação, análises e
tação, relacionando a informação clínica com o material utilizado, como peças anatômicas
u modelos, lâminas com cortes histológicos, imagens, e outros. Pode ser usado como
ento para avaliar habilidades em laboratórios de anatomia, fisiologia, patologia, medicina
outros, geralmente no ciclo pré-clínico do currículo médico (portanto, avaliação em ciências
s básicas), mas também tem se mostrado de extrema utilidade na avaliação de anatomia em
s níveis como estudantes, residentes e até especialistas.7

Quadro 2 - Diferenças entre OSCE e OSPE


OSPE OSCE

Domínio Nível alto de conhecimento Psicomotor

Testa Identificar estruturas em cadáveres, Aplicar conhecimento


abilidade radiografias ou modelos e relacionar com o estruturado para realizar exames
para: cenário clínico e procedimentos

Tempo 2-4 minutos / estação >4 minutos / estação

Pequenas salas isoladas e ao


Local Uma grande área
lado umas das outras

Um examinador especialista por


xaminador Inespecífico, 2-3 pessoas por área
cada estação

Checklist Não requerida Requerida

Pacientes
Não requerida Requerida
dronizados

servadores Não requerida Requerida

Fonte: Modificado de Zafar, Muhammad et al.34


2. A SIMULAÇÃO REALÍSTICA E O
OSCE
As atividades de simulação sempre tiveram uma conexão
com os OSCEs como instrumento de avaliação. Na
antiguidade guerreiros e arqueiros treinavam em bonecos e
estrategistas usavam jogos semelhantes ao xadrez para
aprimorar suas táticas.20 Edwin Albert Link conseguiu
diminuir os índices de acidentes aéreos por falha humana,
com a introdução de simuladores para o treinamento de
pilotos.22
Logo os treinamentos por simuladores na área da saúde
foram implementados para fim de avaliações de
competências e aptidões clínicas, levando a um impacto no
desempenho do atendimento aos pacientes, com menos
efeitos adversos, menor custo operacional e desperdício de
recursos.8, 10 Mas somente na Conferência de Ottawa foram
evidenciados os critérios de uma boa avaliação: validade ou
coerência, confiabilidade, equivalência, viabilidade, efeito
educacional, efeito catalisador e aceitabilidade.23
A SR pode ser utilizada como instrumento de treinamento
tanto na ausência de um cenário real para os alunos, como
também complementar a este. Além de suas indicações
tradicionais na formação do aluno, também pode ser usado
para o preparo para OSCE, não só inserido nos cursos de
formação, mas também visando as provas de Residência
Médica e na área de saúde e até de outras, assim como no
Revalida. Como já citado, todos os protocolos elaborados
para a atividade de SR necessitam de um planejamento
detalhado e obrigatoriamente dentro do conteúdo
programático do curso. O mesmo é fato para as habilidades
avaliadas no OSCE, que precisam ser previamente
praticadas em cenário real ou na SR. A adequação é
imprescindível para não levar ao prejuízo na formação do
aluno, nem refletir na sua avaliação.32
A SR é aplicada em um cenário preparado, podendo vários
alunos atuar ao mesmo tempo em um ambiente controlado e
protegido. O aluno já é treinado a atuar como se estivesse
de fato atendendo um caso na vida real. E há uma vantagem
sobre o cenário real, já que o treinamento em um paciente
exige a constante intervenção do professor, para que o
paciente não seja exposto a um tempo prolongado exame,
nem à insegurança e ao nervosismo do aluno durante os
procedimentos avaliados. Quando for submetido ao OSCE,
já terá adotado uma mudança atitudinal e incorporado a
postura adequada para sua avaliação, que seria um
comportamento de respeito, seriedade e segurança frente à
atividade desempenhada.32
A utilização da SR como treinamento de habilidades ou
preparatório para a avaliação pelo OSCE se mostra um
instrumento validado de extrema eficácia a ser cada dia mais
explorado na formação de alunos, principalmente nas áreas
de saúde.
CAPÍTULO 3

O que é avaliado no OSCE


Autores
Denis Carvalho Parry
Ana Maria Lunes Salles Gaudard
Felipe Bruno Santos da Cunha

O que você irá ver neste capítulo


Princípios de Avaliação e Validação do
Método
Pontos de Avaliação Essenciais
Anamnese
Exame Clínico
A ficha de Avaliação
Global rating e checklist
Referências
1. PRINCÍPIOS DE AVALIAÇÃO E VALIDAÇÃO
DO MÉTODO
O Ministério da Educação, por meio da Resolução n. 3, de 20 de
junho de 2014, no artigo 31, estabeleceu, no âmbito dos cursos de
medicina do país, que “as avaliações dos estudantes basear-se-ão em
conhecimentos, habilidades, atitudes e conteúdos curriculares
desenvolvidos, tendo como referência as Diretrizes Curriculares
Nacionais”. Assim, as competências práticas são necessidades
respaldadas pelas instâncias que organizam a atividade curricular das
disciplinas práticas. “Entende-se por competências a capacidade de
mobilizar os conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para
alcançar os resultados pretendidos, com qualidade.”55
Até a década de 1960 a forma tradicional de avaliação dos
acadêmicos de medicina era composta principalmente por exames
com uso de casos clínicos curtos e longos, avaliações escritas,
questões de múltipla escolha, exames orais, além de apresentação de
casos clínicos. 21
A preocupação com essas formas de avaliação no meio acadêmico
no que diz respeito a elas atingirem o objetivo proposto e a qualidade
do que deveria ser avaliado fez com que esses métodos de avaliação
fossem questionados. As indagações eram relativas à falta de
estrutura, aos métodos padronizados de avaliação, à pouca
confiabilidade, e por serem insatisfatórios quanto a testar todas as
dimensões da competência, os conhecimentos, as habilidades e as
atitudes necessárias para a formação médica, além da presença de
vieses, como a percepção dos avaliadores.7, 11
Fazendo alusão à “pirâmide de competência” (fig. 1) de Miller,36 uma
ferramenta utilizada como referência para o desenvolvimento de
métodos de construção do conhecimento e de avaliação, os exames
“tradicionais” focam os aspectos (know) “conhecer” e (know how),
“saber como”, ou seja, o foco tem estado na base da pirâmide, que
está mais associada ao lado cognitivo da avaliação.21, 36
Esses métodos de avaliação, no entanto, atraíram muitas críticas por
causa de sua incapacidade de avaliar os níveis mais altos da pirâmide
de competência de maneira válida e confiável. Dessa forma, para
superar os problemas supracitados, surgiu o OSCE na década de
1970, mais especificamente em 1975,24 quando foi descrito pela
primeira vez.
Dentro desse contexto, foi provado que o OSCE cumpre com a meta
do (show how), “mostrar como faz”, ao avaliar um candidato em um
ambiente simulado, atingindo um patamar mais alto da pirâmide ao
acessar as áreas de habilidades e atitudes do exame.21 (Gupta 2010)
Figura 1 - Modelo da Pirâmide de Miller

Fonte: Van der Vleuten CPM, Schuwirth LWT.67


O OSCE consiste em uma avaliação com a presença de diversas
estações com cenários clínicos simulados, objetivando examinar e
aperfeiçoar as habilidades dos estudantes e profissionais na área de
saúde no que diz respeito às habilidades, ao diagnóstico e ao
tratamento dos pacientes.29, 50 Para cumprir com tal objetivo, o OSCE
auxilia a verificar as competências individuais, tais como aptidões
cognitivas (incluindo resolução de problemas, tomada de decisão e
condutas terapêuticas) e também as aptidões psicomotoras (incluindo
habilidades técnicas, de comunicação e exame físico).38 Nesse
contexto, todos os domínios de competências são avaliados.
O exame é montado de forma que todos os alunos sejam avaliados
da mesma forma pelos examinadores, usando diretrizes
predeterminadas com o uso de checklists ou escalas de avaliação para
checar habilidades. O autor relata em sua descrição do OSCE que o
aluno deve passar pela primeira estação, onde recebe instruções
diante da qual ele vai traçar a melhor maneira de chegar ao objetivo.
Em seguida, o avaliando passa por uma segunda estação, onde
deverá responder a perguntas sobre os procedimentos adotados na
estação anterior, e assim por diante. Esses testes exigem do avaliado
a capacidade de reconhecer e interpretar situações clínicas. (Harden,
1975)
Nesse caso, observadores avaliam, em cada uma das estações, se
estudantes cumprem à risca as etapas previstas na checklist, à qual o
avaliado não tem acesso senão no momento prático da prova e no
final, por meio do feedback, que pode ser imediato ou posterior, a
depender do perfil da turma. A nota final do aluno avaliará a
quantidade de acertos e erros nas competências exigidas no exame
de cada rodada nas estações, com igualdade de condições entre
todos os estudantes durante a realização dos procedimentos
padronizados no exame.21
São contados como obrigatórios na checklist de proficiência itens
como ler, em limitado espaço de tempo, as informações sobre o caso
apresentado na estação; lavar as mãos; estabelecer comunicação
cordial; realizar os procedimentos adequados de anamnese; proceder
a investigações físicas quando houver necessidade e diagnosticar,
dentre outros quesitos, para um atendimento clínico padrão. Ou seja,
avalia-se, com o OSCE, se a experiência propedêutica foi bem-
sucedida com o estudante e se ele está apto naqueles desempenhos.
Caso não esteja, haverá o feedback sobre as falhas cometidas por ele
e, por conseguinte, quais competências precisam ser aprimoradas.
(Harden,1975)
O OSCE é um exame laborioso e de alto custo, mas quando bem
construído fornece informações importantes sobre o desempenho do
educando, essenciais para o seu aprimoramento pessoal e
profissional, assim como para a qualificação do processo educacional.
É utilizado na avaliação do desempenho individual dos estudantes,
que passam por uma série de estações, nas quais uma situação ou
caso clínico é apresentada, para que eles desempenhem uma tarefa
específica predeterminada.
O OSCE é adequado para a avaliação de desempenho na obtenção
de uma história clínica, na realização de exames físicos de diversos
sistemas, na interpretação dos achados e desenvolvimento do
raciocínio clínico, na elaboração de relatório ou prescrição, na
realização de exames diagnósticos ou intervenções terapêuticas, na
interpretação dos resultados de exames complementares, na
avaliação de exames de imagem, nas situações de resgate básico ou
avançado, nos exames médicos anuais. Os tópicos avaliados e
passíveis de feedback são técnicas de exame físico, forma de conduzir
uma entrevista e habilidade para transmitir ao paciente o que é
relevante para o tratamento.21
O OSCE é particularmente indicado na avaliação da interação e
comunicação adequadas com o paciente, incluindo situações de
depressão, suicídios, violência física, abuso sexual, pacientes
terminais e comunicação de más notícias.
Os estudantes são cuidadosamente avaliados por instrutores que
utilizam as informações relevantes obtidas durante o desempenho da
tarefa, para aperfeiçoar o processo formativo do educando. O feedback,
ao estudante, deve ser imediatamente após a realização da atividade,
com fortalecimento dos pontos positivos e correção das fragilidades
apresentadas.
Para que o OSCE seja realizado com sucesso é fundamental que
ocorra um planejamento das suas estações. Na literatura encontramos
diversas formas de planejamento e execução do OSCE. Cada área da
medicina dispõe de formas diferentes para escolher o que deve ser
cobrado na avaliação de acordo com seus objetivos educacionais.
Com essa ideia em mente, é importante para a validade do OSCE que
esse processo se inicie com o conteúdo da avaliação sendo produzido
de forma bem detalhada com relação aos objetivos de aprendizado.
Essa produção se chama blueprinting (construção da matriz de
conteúdo) (Quadro 1).1
Quadro 1- Exemplo 1 de blueprint (matriz de conteúdo)
TOMADA
HISTÓRIA EXAME
ESTAÇÕES DE
CLÍNICA FÍSICO
DECISÃO
TOMADA
HISTÓRIA EXAME
ESTAÇÕES DE
CLÍNICA FÍSICO
DECISÃO
ÁREAS DE
DESEMPENHO
CONHECIMENTO
Realizar o
exame de
1 Cirurgia X
abdômen e
pelve
Informar o
paciente sobre
o problema
diagnosticado e
esclarecê-lo
sobre as
alternativas de
2 Clínica Médica investigação e X
tratamento,
considerando
as melhores
evidências
disponíveis e
avaliar sua
compreensão
Avaliar a
repercussão da
doença na vida
do paciente
como um todo,
3 Saúde Coletiva considerando X
família, trabalho
e os aspectos
espirituais,
emocionais e
financeiros
TOMADA
HISTÓRIA EXAME
ESTAÇÕES DE
CLÍNICA FÍSICO
DECISÃO
Colher história
da doença atual
Antecedentes
pessoais
(fisiológicos,
4 Ginecobstetrícia X
hábitos de vida,
patológicos)
Antecedentes
familiares e
sociais
Realizar exame
geral qualitativo
– inclui a
descrição geral
do paciente, a
5 Pediatria X
avaliação do
sistema
tegumentar e
das cadeias
linfonodais

Fonte: Elaborado pelos autores.


A função do blueprint é fornecer uma demonstração do que o aluno
deverá alcançar em sua avaliação. Na prática, o blueprint consiste em
preparar uma matriz bidimensional: um eixo representa as
competências a serem testadas (por exemplo: obtenção de história
clínica, exame clínico, aconselhamento, procedimentos) e o segundo
eixo representa o sistema ou os problemas nos quais essas
competências devem ser mostradas (por exemplo: sistema
cardiovascular, avaliação nutricional, gerenciamento de parada
cardíaca etc.).21
Um blueprint com o objetivo de realização de um exame de programa
de residência foi feito utilizando uma força-tarefa composta por cinco
professores e os dois chefes de programa de residência. Nele a
seleção dos problemas foi orientada pelos objetivos do programa
escrito e de acordo com os critérios de prevalência, relevância,
disponibilidade, praticidade e amostragem adequada.30
Já no estudo de Pugh o blueprint do OSCE foi baseado no
conhecimento e nas habilidades esperadas dos residentes formados,
conforme definido pelos objetivos de treinamento de onde foram
avaliados. (PUGH, 2014).
Alguns aspectos são considerados no planejamento do blueprint.
Frequentemente os temas são escolhidos por especialistas no assunto
que consideram como critérios: temas relevantes e comuns na prática
profissional, ou seja, a sua alta frequência como queixa principal e
alinhados com uma diretriz de currículo nacional de educação.6, 52, 63
Um exemplo de como é selecionada a matéria de avaliação está
descrita no estudo de Park et al. de psiquiatria, no qual se dá ênfase
na avaliação do histórico (abuso de substâncias, depressão, uso de
medicamentos e efeitos colaterais, histórico médico, histórico familiar,
histórico social, histórico de abuso, histórico de tratamento) e
habilidades de exame do estado mental, mas também incluiu itens
para comunicação clínica (ou seja, dados fornecidos pelo aluno ao
paciente e respostas do aluno às perguntas do paciente sobre
conformidade / efeitos colaterais da medicação, curso / opções de
tratamento, recursos financeiros do paciente) e redação da
prescrição.42
Na construção do blueprint não se usa apenas uma única estrutura
ou esquema para planejar o teste. É possível combinar estruturas para
formar uma matriz de avaliação. A matriz permite estruturar o
conteúdo em mais de uma forma. No modelo de blueprint para o
OSCE é importante definir o objetivo do teste e as condições da
amostragem, como a habilidade que está sendo avaliada e o problema
no sistema de órgãos apresentado pelo paciente.40
Neste outro exemplo de modelo do OSCE mostrado a seguir
(Quadro 2) é organizado por uma matriz que descreve as habilidades
de comunicação. A matriz apresenta as informações adicionais sobre
o caso: sexo, idade e a situação do paciente (a questão principal).40
Quadro 2 - Exemplo 2 de blueprint (matriz de conteúdo)
FORMATO SITUAÇÃO
CASO IDADE SEXO DESEMPENHO
ESTAÇÃO CLÍNICA
FORMATO SITUAÇÃO
CASO IDADE SEXO DESEMPENHO
ESTAÇÃO CLÍNICA
Solicitar Termo Paciente
Paciente
de precisa
1 1 ano F padronizado
consentimento realizar uma
(SP)
informado punção lombar
Adolescente
Aconselhamento sexualmente
18
2 anos
F SP para sexo ativa com
seguro diagnóstico de
herpes
35 Mudança de Paciente
3 anos
F SP
hábitos de vida obeso
45 Não adesão ao Paciente com
4 anos
M SP
tratamento Polimedicação
Mãe com
75 SP mãe e
5 anos
F
filha
Má notícia diagnóstico de
demência

Fonte: Elaborado pelos autores.


Na execução do OSCE os examinadores, os candidatos e os
pacientes serão informados com antecedência sobre a data, a hora e
o local do exame. Na data marcada, os examinadores receberão uma
descrição com as instruções específicas da estação. Os pacientes
simulados também participam de uma sessão informativa que visa
prepará-los para o OSCE e para destacar a importância de retratar
seu papel de maneira consistente. Os candidatos são informados
sobre o formato do OSCE e o que é esperado deles.
Os examinadores e pacientes simulados seguem para o seu posto e
se preparam para o OSCE. Os candidatos / estudantes se alinham em
ordem na frente de cada estação / Laboratório de Habilidades. É
permitido aos estudantes um breve período de tempo para ler as
instruções da estação e verificar o que lhes é especificamente
solicitado. Então será sinalizado aos estudantes que poderão entrar
na estação para executar a tarefa clínica que será avaliada.
2. PONTOS DE AVALIAÇÃO
ESSENCIAIS

1. Anamnese

1. Como interagir com pacientes e


acompanhantes
O OSCE é um dos melhores métodos de
avaliação das competências clínicas nos
profissionais da saúde. Diante da interação entre
pacientes e acompanhantes, o estudante de
saúde deve ponderar alguns objetivos /
competências para uma boa dinâmica em
atendimento clínico, que podem ser assim
pontuados: 46, 62

1. Elaborar uma história clínica completa


em diferentes contextos.
2. Abordar as queixas dos pacientes,
buscando e caracterizando de forma
minuciosa.
3. Associar uma boa anamnese ao exame
físico completo.
4. Integrar sinais e sintomas em
síndromes e doenças, refletindo sobre
um plano diferencial de diagnósticos e
gerenciamento desses.
5. Usar de artifícios técnicos na
comunicação clínica, no contexto de
uma visita do paciente.
6. Resumir e relatar de forma concisa as
informações clínicas, formulando um
plano de seguimento clínico e condutas.

Diante disso, faz-se necessário considerar a


importância do nível de domínio da história,
exame físico, comunicação e raciocínio clínico,
para um bom andamento em interconsulta.
Ao avaliar o bom relacionamento do médico
com um paciente, deve-se dar valor aos atributos
atitudinais, como o equilíbrio, a simpatia e a
capacidade de fazer um bom relacionamento,
impessoal, que supra de forma objetiva,
determinando eficácia e completude no período
de consulta. 24
Além disso, outro ponto não menos importante é
a capacidade de audição, por parte do médico, o
que influencia na satisfação, na adesão e nos
resultados clínicos dos pacientes. Sendo assim, a
linguagem não verbal em muito pode ser
empregada, contribuindo com efeito positivo na
qualidade geral de cada entrevista. Outras ações
também podem ser empregadas diante desse
contexto, como: a expressão facial adequada,
gestos afirmativos e movimentos não intencionais
limitados. 43
Outro ponto é a questão do grau de instrução
por parte do paciente, que pode fazer com que
questões simples, como a pergunta sobre uso de
drogas, seja mal interpretada, e o paciente se
negue a dizer que usa Cannabis, em uma situação
hipotética. Ademais, outras situações que dizem
respeito a questões ético-religiosas também
devem ser pontuadas. O exemplo em questão
pode ser um paciente que se diz de uma
determinada religião que pelo seu preceito se
negue a aceitar alguns procedimentos,
determinadas terapêuticas ou até dietas.
Em relação aos acompanhantes, para o bom
andamento de uma consulta, presume-se o
respeito, a atenção e a boa comunicação durante
a entrevista. Porém, nem sempre isso é visto.
Muitos deles se mostram irritados diante da
demora no atendimento, por exemplo, ou não
concordam com o transcurso e com a conduta
profissional sendo adotada. Isso pode implicar
situações de estresse no consultório simulado, o
que faz com que o aluno avaliado tenha que se
posicionar adequadamente frente à situação,
pensando na melhor conduta sem a redução da
qualidade do atendimento e sua repercussão na
vida ao paciente. Por vezes, até solicitar que o
acompanhante se retire seria uma postura
esperada e avaliada.
Dessa forma, cabe ao aluno respeitar questões
culturais, éticas e religiosas, a fim de cumprir com
esmero, tanto de forma técnica como subjetiva,
não deixando de lado o cuidado sempre a vida.
Por fim, muitos desses pontos ressaltados na
boa dinâmica de comunicação entre médico,
paciente e acompanhante, os quais são
empregados em avaliações clínicas objetivas,
também devem ser incorporados à prática clínica.
Visto a relevância do bom cuidado interpessoal,
da segurança e dos resultados médicos efetivos,
procede-se para a humanização e a integralidade
do cuidado médico, contribuindo para o bom
contexto em saúde na comunidade. 31

2. Imprevistos
Diante de um cenário inesperado, o aluno deve
ser refém das habilidades de raciocínio clínico,
diretas e concisas, a fim de fugir das dúvidas, do
medo e das condutas inadequadas.
Tudo isso pode ser iniciado a partir de uma
coleta de informações eficientes, concentrando-
se na queixa principal, no histórico e no bom
exame físico, necessários para o diagnóstico
correto. 44
Além da relação com o paciente e com o
acompanhante que pode ser tornar
inesperadamente conflituosa, outros imprevistos
podem se apresentar. Um evento de emergência
inesperado (como um atendimento de um trauma
ou de um AVC), a falta de algum instrumento,
equipamento ou medicação, a falta de algum
auxiliar próximo (como em uma PCR, o que
demanda uma atuação diferenciada na ordem de
compressões e respirações, por exemplo) e até
mesmo a demora no suporte de uma ambulância
ou de vaga para um centro especializado (o que
pode suceder na intervenção de um pneumotórax
hipertensivo, com uma simples punção, até o
atendimento em sala de trauma, como exemplo).
Em cenários como esses, o bom desempenho
clínico pode então ser mensurado por critérios
objetivos, usando as checklists ou outras escalas
holísticas de classificação global. 27

2. Exame Clínico

1. Pontos principais a serem


observados
O exame ideal deve preencher ao menos três
critérios: É válido? É confiável? É prático? O que
se faz pensar sobre a relevância e a abordagem
integral em cada avaliação de exame clínico. 25
Dessa forma, os principais pontos podem ser
assim elencados:
Compreende a avaliação geral do
Ectoscopia paciente, como o nível de consciência, a
hidratação e a nutrição.
Diz acerca dos principais parâmetros
Sinais avaliados inicialmente: temperatura,
vitais frequências cardíaca e respiratória, grau
de saturação e pressão arterial.
Exame Aborda a inspeção, por vezes a
físico percussão, a palpação e a ausculta do
direcionado sistema-alvo da queixa principal. A saber,
a cada cabeça e pescoço, sistema respiratório,
sistema- cardiovascular, abdominal, neurológico
alvo etc.

Ademais, outros aspectos da competência no


exame clínico podem ser estruturados de forma
objetiva, como: (a) educação do paciente e como
o avaliado age diante de cada situação; (b) as
habilidades interpessoais; (c) os instrumentos
clínicos ou cirúrgicos que podem ser utilizados
em cada cenário; (d) os exames de amostras e a
respectiva conclusão diante deles (laboratório,
RX, ECG, por exemplo); (e) a avaliação de
aspectos do exame físico difíceis de avaliar a
partir da anamnese. 25

2. Erros comuns
Nota-se por vezes uma dificuldade visível na
comunicação e na avaliação entre examinador e
examinado, o que gera um problema evidente na
confiabilidade entre as estações. Muito se deve a
se o examinador demonstrou competência
cultural para isso, suas habilidades de
comunicação e de saber ouvir ou não as
respostas e como aborda cada ponto a ser
examinado.
Os demais pontos, específicos da atuação do
aluno no exame físico, também podem ser
assinalados, como inadequação total frente a
cada cenário, a deficiência em aspectos como a
má técnica ao se realizar um exame físico, a
atitude incorreta ou falha em reconhecer sinais e
interpretá-los, além de uma deficiência em área
específica (como a dificuldade em se calçar luvas
estéreis).24
Em suma, os erros comuns podem ser assim
sintetizados:
Não entendimento sobre a instrução de cada cenário.
Técnica não apropriada na realização do exame
clínico.
Dificuldade na interpretação de sinais e exames de
amostras (como laboratório, RX e ECG).
Não responder de forma coerente a aspectos
interpessoais, como boa comunicação, respeito e boa
audição.
Deficiência em técnicas específicas (como a
paramentação).
Uso do tempo de forma inadequada, já que o esforço
ocorre normalmente nos primeiros cenários,
diminuindo o tempo nas próximas etapas.
Cansaço físico e mental frente à espera até a
chamada para avaliação, bem como no tempo
decorrido em cada cenário (que não representa o
tempo de uma interconsulta real).

Fonte: Adaptado de Harden et al.24


3. A FICHA DE AVALIAÇÃO
O aluno encontrará um a ficha com as tarefas a serem
realizadas em cada estação. Poderá ser afixada uma cópia
na porta ao lado de fora da sala, para que seja permitido ao
avaliado alguns minutos para leitura do quadro clínico e o
que será solicitado. Outra cópia ficará dentro da sala par o
aluno consultar a qualquer momento e o avaliador também
terá acesso a essas tarefas (vide exemplo a seguir). Na
nossa experiência, esse modelo é usado quando se tem um
manequim e o avaliador tem que verbalmente informar os
dados da anamnese e alguns achados do exame físico que
se fizerem necessários. Nos manequins de média e alta
fidelidade (simuladores), muitos achados do exame físico
podem ser programados, sem falar no uso de maquiagem
quando possível. Caso sejam usados pacientes
padronizados, como atores, durante anamnese e exame
físico eles informarão os dados necessários da anamnese e
simularão os achados do exame físico passíveis de tal.
Lembramos que esses achados podem ser complementados
com os manequins nas já citadas estações híbridas.
Quadro 3 - Exemplo de ficha de avaliação
ESTAÇÃO 1
CENÁRIO:
Você está atendendo na Clínica Médica do Pronto-Socorro
de um hospital terciário.
CASO:
Carolina dos Santos, 24 anos, dois filhos, há três dias com
lombalgia importante e alterações ao urinar.
ESTAÇÃO 1
TAREFAS – na sequência, responda em VOZ ALTA:

1. O que pesquisar na anamnese e no exame físico?


Realize ambos e fale os dados encontrados.
2. Qual o diagnóstico provável da paciente?
3. Quais os tratamentos farmacológicos específico e
sintomático?

Fonte: : Elaborado pelos autores


4. GLOBAL RATING E CHECKLIST
Em cada estação, os examinadores observam como os
candidatos executam a tarefa e marcam o seu desempenho
em uma folha de classificação padronizada com um escore.
O escore pode ser definido por uma escala de classificação
global (global rating) ou por checklist com opções
dicotômicas.
Existem evidências que a as escalas de classificação
global (Quadro 4) aplicadas por um médico experiente é tão
confiável quanto a checklist padronizada com escore
dicotômico.
Quadro 4 - Global rating
DESEMPENHO CRITÉRIO
Excelente desempenho de habilidade.
Excelente demonstração de aspectos
Excelente
técnicos e não técnicos da habilidade. Ar
de confiança e fluência.
Muito bom desempenho de habilidade.
Maioria dos aspectos técnicos da
Muito bom
habilidade demonstrada. Poucas omissões
/ erros menores e não essenciais.
Desempenho aceitável da habilidade.
Apesar das omissões / erros
Bom
demonstrados no desempenho das
habilidades.
Demonstração de alguns aspectos da
habilidade, no entanto, ocorreram
Limítrofe
omissões e imprecisões no desempenho
da habilidade.
DESEMPENHO CRITÉRIO
O desempenho da habilidade não atingiu
um padrão de aprovação. Apareceu
Insatisfatório
desorganizado. Inseguro e inadequado
para o progresso.

Fonte: Elaborado pelos autores


O uso de escalas de classificações globais, no entanto,
exige que apenas pessoas com conhecimentos no assunto
avaliado possam ser usadas como examinadores. Os
examinadores podem atribuir diferentes juízos na avaliação
dos comportamentos e das habilidades dos avaliados. Uma
das melhores maneiras de reduzir essa variabilidade entre
os examinadores é que eles explicitem os seus critérios de
julgamento para os estudantes avaliados. Portanto, um dos
principais exercícios desse recurso de treinamento é praticar
a atribuição de uma pontuação global ao desempenho.21
Outra sugestão para minimizar a avaliação dos
desempenhos clínicos dos estudantes por haver mais de um
circuito em execução ao mesmo tempo os examinadores
são incentivados a conversar com outros examinadores que
estão avaliando a mesma estação para garantir consistência
nos critérios estabelecidos.
Gupta21 ainda sugere uma forma de se ter uma avaliação
mais coesa, em que checklists podem ser usados para
estações de habilidades práticas e técnicas e escalas
globais de classificação devem ser empregadas para
estações relacionadas ao diagnóstico, às habilidades de
comunicação e às tarefas de diagnóstico.
Na identificação das áreas específicas de fortalezas e
fraquezas de desempenho do estudante com propósito de
feedback, a definição dos escores relativos aos checklist
podem ser uma opção, enquanto escalas de classificação
podem ser utilizadas ao fazermos julgamentos
multifacetados complexos e difíceis de serem divididos em
decisões dicotômicas.49
Na literatura temos a citação de uma checklist com as
seguintes opções de escore em cada estação para avaliar
as habilidades clínicas: dicotômico (“realizado” e “não
realizado”) como o modelo da figura a seguir. 26
Figura 2 - Exemplo de checklist com score dicotômico

ESTAÇÃO 3
HABILIDADES CIRÚRGICAS
Você tem 10 minutos para realizar duas tarefas:
Realizar um ponto em “X” em um material sintético,
composto por 4 nós ajustados (“direitos”), o primeiro duplo,
o segundo e o terceiro simples.
Retirar 4 cálculos da “cavidade abdominal” na luva.

LISTA DE CHECAGEM
QUESITOS
SIM NÃO
AVALIADOS
Introduziu o fio agulhado pelo
portal do simulador e
preparou a montagem da agulha
no porta-agulhas? Segurar
25 o porta agulha no fio, não X
amassar agulha na entrada, usar
a
pinça contralateral para a
montagem
QUESITOS
SIM NÃO
AVALIADOS
A agulha foi posicionada
corretamente?
26 Agulha posicionada com X
curvatura para cima e pega do
meio ao terço distal
Penetrou a agulha no tecido
27 sintético e preparou corretamente X
o fio para confecção do nó?
Realizou a sutura em “X”
28 X
adequadamente?
29 Realizou o primeiro duplo? X
30 Realizou os dois nós simples? X
Usou ambas as mãos na
31 X
realização do procedimento?
Preparou corretamente o fio para
ser cortado com a tesoura
32 laparoscópica? Juntou os dois X
fios com a pinça ou porta agulha
para secção com a tesoura
Retirou os segmentos de fio
33 X
cortados do simulador?
Abriu a luva e posicionou
corretamente? Nó da luva para
34 X
trás e abertura de frente para a
visão do cirurgião
Recolheu todos os cálculos da
35 cavidade na luva? X
06 cálculos na luva
QUESITOS
SIM NÃO
AVALIADOS
Posicionou a luva para retirada?
Fechou as bordas da luva com as
36 X
duas pinças e fixou em seguida
com uma só
TOTAL

Fonte: https://docplayer.com.br/20293795-Prova-pratica-
cirurgia-geral.html
Contudo, na nossa experiência pessoal, achamos razoável
e mais próximo de uma avaliação justa um escore com três
opções, com a introdução da opção “parcialmente realizado”
na checklist. Configuramos, desse modo, como “realizado”,
se o aluno atingir 100% das tarefas solicitadas na estação,
“parcialmente realizado” se de 50% a 99% das habilidades
forem demonstradas corretamente, e “não realizado” quando
o avaliado executar corretamente abaixo de 50% do
esperado (Figura 3).
Figura 3 - Exemplo de checklist de uma estação com
três opções de escore
ESTAÇÃO 4
N P R
ESTAÇÃO 4

1. Pesquisar na anamnese disúria, polaciúria e


urgência, febre, calafrio e outros sintomas
sistêmicos como náuseas ou vômitos. Todos
estarão presentes. O aluno deverá repetir em
voz alta os dados da anamnese. Ao exame
físico, realizar palpação abdominal que
mostrará dor a palpação de globo vesical
(hipogástrio), pesquisa de Sinal de Giordano
que estará positivo bilateralmente. Temp. =
39,5°C.

2. Pielonefrite aguda (como complicação de


uma cistite inicial não tratada).

3. Internação, hiperhidratação venosa e


medicação intravenosa – ESPECÍFICAS:
Quinolona (levofloxacino, moxifloxacino –
aceitar ciprofloxacino) OU cefalosporinas
(ceftriaxona, ceftazidima, cefotaxime,
cefepime). SINTOMÁTICAS: antitérmico,
analgésico e/ou antiespasmódico
(escopolamina + dipirona) e/ou AINE, opioide
s/n, antiemético.

X
ESTAÇÃO 4
N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

Fonte: Elaborado pelos autores


CAPÍTULO 4

OSCE na Clínica Médica


Autor
Denis Carvalho Parry

O que você irá ver neste capítulo


Abordagem dos Principais Temas
Exemplos de Cenários e Estações
1. ABORDAGEM DOS PRINCIPAIS
TEMAS
Dependendo de onde se está atendendo Clínica Médica,
eu um pronto-socorro, enfermaria, UTI ou até em via pública,
as patologias que se apresentarão serão mais inerentes a
um ou outro destes cenários. E dependendo, obviamente, de
que perfil de paciente está sendo triado para cada setor do
atendimento, vamos nos deparar com casos de maior ou
menor gravidade. Portanto, desde um pico hipertensivo ou
um infarto agudo do miocárdio até uma dermatite alérgica
leve pode surgir para atendimento em um pronto-socorro
geral, onde nem sempre se conta com especialistas.
Pacientes de enfermariam apresentam intercorrências,
complicam, como, por exemplo, um paciente diabético
internado para tratar um uma erisipela que evolui para
septicemia ou cetoacidose. Choque séptico em UTI é uma
evolução comum pelo perfil de pacientes ali internados,
assim como uma síncope em via pública. Com isso, as
estações em um OSCE são montadas normalmente dentro
da grande variedade de temas da Clínica Médica e sempre
lembrando a necessária adequação ao nível dos avaliados,
sejam estudantes de Medicina do primeiro semestre até
candidatos às provas de Residência em Clínica Médica.
2. EXEMPLOS DE CENÁRIOS E
ESTAÇÕES
Apresentemos a seguir dez estações que elaboramos, com
importantes temas selecionados dentre os de Clínica
Médica, tanto em cenário de ambulatório quanto de pronto-
socorro. Com isso colocamos o leitor em contato com a
Ficha de Avaliação e a Checklist, no intuito de familiarizá-lo
com o que se espera encontrar durante a aplicação de um
OSCE. O nível das estações em questão aqui é variável,
lembrando que este será adequado ao grupo que se
submeterá à avaliação, como contemplado no blueprint na
elaboração do OSCE.
ESTAÇÃO 1
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo na Clínica Médica do Pronto-Socorro
de um hospital terciário.
CASO:
Carolina dos Santos, 24 anos, dois filhos, há três dias com
lombalgia importante e alterações ao urinar.
TAREFAS – na sequência, responda em voz alta:

1. O que pesquisar na anamnese e no exame físico?


Realize ambos e fale os dados encontrados.
2. Qual o diagnóstico provável da paciente?
3. Quais os tratamentos farmacológicos específico e
sintomático?

ESTAÇÃO 1
ESTAÇÃO 1
CHECKLIST
N P R

1. Pesquisar na anamnese disúria, polaciúria e


urgência, febre, calafrio e outros sintomas
sistêmicos como náuseas ou vômitos. Todos
estarão presentes. O aluno deverá repetir em
voz alta os dados da anamnese. Ao exame
físico, realizar palpação abdominal que
mostrará dor à palpação de globo vesical
(hipogástrio), pesquisa de Sinal de Giordano
que estará positivo bilateralmente.
Temperatura = 39,5°C.

2. Pielonefrite aguda (como complicação de


uma cistite inicial não tratada).

3. A pressão arterial, a vitalidade fetal, a


diurese, o reflexo patelar, a frequência
respiratória e a magnesemia.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)


P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 2
FICHA DE AVALIAÇÃO
ESTAÇÃO 2
CENÁRIO:
Você está atendendo no Ambulatório de Clínica Médica.
CASO:
Homem de 29 anos deu entrada com história de cefaleia
frontal há 3 dias. Refere ter estado “gripado” na semana
anterior. Refere calafrios, obstrução nasal intermitente.
Temperatura agora = 38,9°C.
TAREFAS – na sequência, responda em voz alta:

1. Qual sua hipótese diagnóstica?


2. Cite pelo menos 2 achados que espera encontrar para
sua hipótese diagnóstica, após realizar o exame físico
direcionado para esse paciente.
3. Qual a terapêutica medicamentosa?

ESTAÇÃO 2
CHECKLIST
N P R

1. Sinusite bacteriana.

2. Realizar palpação dos seios paranasais e


exame da orofaringe. Dor à palpação de
seios paranasais, gotejamento pós-nasal.
ESTAÇÃO 2

3. Levofloxacino 500mg/dia OU amoxicilina


500mg + clavulanato 125mg 8/8hs OU
azitromicina 500mg 1xdia OU cefalosporina
oral – resposta obrigatória corticoide nasal,
instilação nasal de Soro Fisiológico, AINE,
analgesia – resposta opcional.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)


P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 3
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo em uma UPA do Distrito Federal.
CASO:
Homem de 69 anos, proveniente da Bahia, deu entrada com
queixa de há 3 dias estar apresentando cefaleia e mialgia –
ambas muito discretas –, sensação de corpo estranho
ocular, prurido generalizado, leve mal-estar geral.
Temperatura agora = 37,9°C. Sem sintomas respiratórios
associados. Nega uso de medicação ou patologias prévias.
NS1 negativo.
ESTAÇÃO 3
TAREFAS – na sequência, responda em voz alta:

1. O que encontrou no exame físico?


2. Qual sua principal hipótese diagnóstica? Cite dois
diagnósticos diferenciais.
3. Quais seriam os principais achados nessas outras
duas patologias, ausentes no seu paciente?
4. Qual a terapêutica a ser instituída?

ESTAÇÃO 3
CHECKLIST
N P R

1. O aluno deverá detectar presença de


hiperemia conjuntival sem secreção, rash
cutâneo com prurido importante em tronco,
abdômen e membros.

2. Hipótese diagnóstica: ZIKA. Diagnósticos


diferenciais: DENGUE E CHIKUNGUNYA.
ESTAÇÃO 3

3. Aluno deverá enfatizar que ambas


arboviroses têm sintomas mais intensos de
cefaleia e febre, além de mialgia e artralgia.
Dengue apresenta mialgia intensa e febre
mais elevada, com cefaleia e dor retro-
orbitária, sem hiperemia conjuntival.
Chikungunya cursa também com febre mais
alta e com artralgia muito intensa. Zika é
oligossintómática.

4. Sintomáticos – analgésico e antitérmicos s/n.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)


P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 4
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo na Clínica Médica do Pronto-Socorro
de um hospital terciário.
CASO:
Paciente de 62 anos, doméstica, informa que está fadigada
e com indisposição, febre intermitente e calafrios. Nega
doenças prévias.
ESTAÇÃO 4
TAREFAS – na sequência, responda em voz alta:

1. O que pesquisar na anamnese e no exame físico?


Realize ambos e fale os dados encontrados.
2. Qual diagnóstico provável? Qual(is) exame(s)
complementar(es) pedir?
3. Qual a melhor conduta terapêutica?

ESTAÇÃO 4
CHECKLIST
N P R

1. Na anamnese, perguntar hábitos de vida


(tabagista, 20 cigarros por dia há 30 anos,
etilista e sedentária) e antecedentes
pessoais (nega patologias prévias) e
familiares (mãe hipertensa e diabética e pai
falecido de infarto agudo do miocárdio).
Constatar tosse produtiva com expectoração
purulenta.

2. No exame físico, detectar MV rude,


estertores crepitantes em base de HTD à
ausculta do manequim. Informar se
perguntado, FR: 30ipm. Ausculta cardíaca
com RCR, BNF 2T, S/S, FC: 110bpm, PA:
140x80 mmHg e temperatura = 39°C.
ESTAÇÃO 4

3. Pneumonia Comunitária. Pedir RX de tórax e


identificar condensação pulmonar à direita.
Identificar ao exame de laboratório solicitado
leucocitose com desvio à esquerda PCR: 10
mg/dL e VHS: 50 mm/h, ambos elevados.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)


P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 5
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo no Pronto Socorro de um hospital
terciário.
CASO:
Paciente de 40 anos, natural de Belém, PA, com queixa de
“dor na barriga” há 8 horas, intensa (9/10), em
epigástrio/hipocôndrios, mas que vinha sentindo um
desconforto em todo abdômen há cerca de 48 horas. Fez
uso de dipirona para a dor, não havendo melhora. Relata
que durante esse período teve 2 episódios de vômito e vem
sentindo náuseas e sudorese desde então. Nega febre,
perda de peso ou obstipação.
ESTAÇÃO 5
TAREFAS – na sequência, responda em voz alta:

1. Informe os dados encontrados na anamnese.


2. Descreva os achados no exame físico (realize o
exame físico descrevendo em voz alta) e pergunte ao
avaliador os dados que julgar necessário.
3. Solicite exames complementares, avalie os resultados
e dê uma hipótese diagnóstica e possível etiologia.
4. Informe as primeiras medidas que devem ser tomadas
para o tratamento e o prosseguimento da investigação
com exames complementares.

ESTAÇÃO 5
CHECKLIST
N P R

1. Espera-se que o aluno realize a anamnese


objetiva, questione alergia medicamentosa,
histórico familiar (pais faleceram quando era
criança e não possui irmãos) e pessoal
pregressa (hipertensa desde os 20 anos sem
tratamento regular, fazendo uso de
hidroclorotiazida 25mg/dia e sinvastatina
40mg/dia. IAM há 2 anos e uso de AAS
200mg/dia desde então), hábitos
(alimentação rica em alimentos gordurosos e
de baixo valor nutricional. Não realiza
atividades físicas. Nega tabagismo e informa
uso de dois copos de aguardente/dia).
ESTAÇÃO 5

2. Espera-se que o aluno faça um exame físico


direcionado ao abdômen, detectando dor em
andar superior do abdômen, pergunte ao
avaliador a temperatura, a hidratação, ACV e
AR. Detectar PA: 120x80 mmHg; FR: 27
irpm; FC: 120 bpm; pesquisar peso: 75 kg,
altura: 1,60, IMC: 29,3 kg/m2. Se auscultar
pulmões, avaliador informar que se encontra
taquipneico, com padrão de respiração
normal. Expansibilidade preservada, som
claro pulmonar à percussão em ambos os
hemotórax e MV normal com ausência de
RA. Avaliador, se questionado, informar que
aparelho cardiovascular se encontra com
RCR2T, BNF, S/sopros. Informar se examinar
que ausculta abdominal mostra RHA
diminuídos e que percussão mostra
timpanismo em todo abdômen. À palpação,
referir estar doloroso à palpação profunda
em epigástrio/hipocôndrios. Sinal de
Blumberg e Murphy negativos.
ESTAÇÃO 5

3. Espera-se que aluno solicite hemograma


completo, amilase, lipase e eletrólitos e que
identifique nos resultados leucocitose com
desvio para esquerda, enzimas hepáticas
aumentadas, e eletrólitos diminuídos. Não
disponibilizar nesse momento exame de
imagem. Dar a hipótese diagnóstica de
Pancreatite Aguda, de causa provavelmente
etílica.

4. Espera-se que o aluno solicite a internação


do paciente e que prescreva hidratação
vigorosa, suspender a dieta oral até
resolução completa da dor, acompanhar
níveis de enzimas pancreáticas, analgesia e
antiemético. Solicitar ecografia ou TC de
abdômen.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)


P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 6
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo na Clínica Médica do Pronto-Socorro
de um hospital terciário.
ESTAÇÃO 6
CASO:
Uma mulher de 52 anos sabidamente portadora de doença
de Chagas, vinha em acompanhamento no ambulatório de
Cardiologia devido à dispneia progressiva aos pequenos
esforços. No momento procura o Pronto-Socorro queixando-
se de dispneia intensa.
TAREFAS – realize na sequência:

1. A anamnese e o exame físico e relate os achados em


voz alta.
2. A solicitação de exames complementares que julgar
necessários e informe os resultados que encontrar.
3. Qual(is) a(s) principal(is) hipótese(s) diagnóstica(s)
para essa paciente?
4. Qual sua conduta terapêutica?

ESTAÇÃO 6
CHECKLIST
N P R
ESTAÇÃO 6

1. Espera-se que o aluno realize a anamnese


objetiva e questione alergia medicamentosa
(desconhece), histórico familiar (pai diabético
e mãe hipertensa) e pessoal pregressa
(hipertensa e diabética há 10 anos em
tratamento regular, fazendo uso de
metformina 500mg 3x/dia, furosemida
40mg/dia, captopril 50mg 2x/dia e carvedilol
3,1252x/dia), hábitos (alimentação
adequada, não realiza atividades físicas,
nega tabagismo ou etilismo). Ao exame
espera-se que o aluno investigue e detecte
que a paciente se encontra consciente,
orientada, sudorese profusa, dispneica, à
ausculta pulmonar estertoração pulmonar em
mais da metade inferior de ambos os
pulmões, com ingurgitamento de jugular
bilateral e edema de MMII 2+/4+, fígado a 6
cm do rebordo costal. Se perguntar informar
que PA: 190x115 mmHg FC: 115 bpm FR:
28irpm e saturação de oxigênio: 84% em ar
ambiente.
ESTAÇÃO 6

2. Espera-se que o aluno solicite RX de tórax e


detecte aumento da área cardíaca, linhas B
de Kerley, edema intersticial e inversão da
trama vascular, com congestão
pulmonar.Caso solicite de laboratório,
detectar HC, enzimas cardíacas e hepáticas,
eletrólitos e bioquímica: todos normais,
exceto por ureia: 60mg/dl, creatinina: 1,0
mg/dl e glicemia: 120mg%. Caso solicite
ecocardiograma, detectar: miocardiopatia
dilatada de grau acentuado, disfunção de VE
de grau acentuado, fração de ejeção 38%.

3. Pico Hipertensivo com edema agudo de


pulmão em paciente com insuficiência
cardíaca congestiva + DM tipo 2

4. Monitorização, suporte de oxigênio (TOT +


VM com pressão positiva-PEEP, S/N),
furosemida, nitroprussiato de sódio /
nitroglicerina, morfina e dobutamina – tudo
EV.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)


P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 7
ESTAÇÃO 7
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo no ambulatório de Clínica Médica do
Posto de Saúde.
CASO:
Paciente do sexo masculino, de 62 anos, refere que vem
apresentando dispneia aos esforços físicos de início há
quase um ano, mas que vem piorando nos últimos meses.
Esteve no PS na semana anterior e o médico de plantão fez
medicações endovenosas, que não sabe relatar quais, com
melhora naquele momento. O médico o liberou com um
pedido de exames complementares e com uma receita, a
qual perdeu.
TAREFAS – realize na sequência:

1. A anamnese e o exame físico e relate os achados em


voz alta.
2. A avaliação dos exames complementares realizados e
informe os resultados que encontrar.
3. Fale em voz alta qual a principal hipótese diagnóstica
para essa paciente. E quais os principais exames você
solicitaria para confirmar e estadiar.
4. Diga quais orientações gerais e conduta terapêuticas
neste momento.

ESTAÇÃO 7
CHECKLIST
N P R
ESTAÇÃO 7

1. Espera-se que o aluno realize a anamnese


objetiva, questione alergia medicamentosa
(desconhece), histórico familiar (pai
desconhecido e mãe hipertensa) e pessoal
pregressa (diagnóstico de hipertensão há
alguns anos, sem tratamento regular),
hábitos (alimentação adequada, não realiza
atividades físicas, nega etilismo, tabagista há
15 anos, 1 carteira por dia). Referindo tosse
produtiva com expectoração mucosa.Ao
exame espera-se que o aluno investigue e
detecte que paciente se encontra consciente,
orientada, dispneica, à ausculta pulmonar
roncos esparsos e difusos, com MV
diminuído universalmente, jugulares planas
bilateralmente e sem edema de MMII,
abdômen sem alterações. Se perguntar
informar que PA: 150x85 mmHg FC: 98 bpm
FR: 26irpm.

2. Aos exames de laboratório, detectar


hematócrito elevado (58%), enzimas
hepáticas, bioquímica e eletrólitos todos
normais.Espera-se que o aluno avalie o RX
de tórax que o paciente traz e detecte o
diafragma rebaixado, presença de bolhas
(áreas de maior radiotransparência,
avasculares) e hiperinsuflação pulmonar.
ESTAÇÃO 7

3. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica


Solicitar espirometria (relação entre
VEF1/CVF), oximetria periférica, medida dos
volumes pulmonares e da difusão do CO,
teste de caminhada de seis minutos e teste
de exercício cardiopulmonar.

4. Cessação do tabagismo, incentivo à


atividade física, reabilitação pulmonar e
vacinação para prevenção de infecções virais
e pneumonia. Beta2-agonistas de longa
duração (formoterol ou outros), corticoide
inalatório (budesonida ou outro),
anticolinérgico de longa duração (tiotrópio ou
outro), mucolítico (N-acetilcisteína).

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)


P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 8
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo na Clínica Médica do Pronto-Socorro.
CASO: Joana Ferreira, 16 anos, procedente de Formosa,
deu entrada no PS com rebaixamento do nível de
consciência e sudorese, acompanhada de sua mãe.
ESTAÇÃO 8
TAREFAS – realize na sequência:

1. A anamnese e exame físico e relate os achados em


voz alta.
2. A solicitação de exames complementares que julgar
necessário e a interpretação dos resultados que
encontrar.
3. A elaboração de hipótese(s) diagnóstica(s) para essa
paciente.
4. Diga quais são as orientações gerais e as condutas
terapêuticas neste momento.

ESTAÇÃO 8
CHECKLIST
N P R
ESTAÇÃO 8

1. Espera-se que o aluno realize a anamnese


objetiva, questione alergia medicamentosa
(ausente), histórico familiar (mãe nega
patologias conhecidas) e pessoal pregressa
(nega patologias), hábitos (alimentação
adequada e realiza atividades físicas na
escola). Se perguntado, referindo perda de
peso nos últimos meses, além de poliúria, há
quatro dias com disúria e urgência
urinária.Ao exame espera-se que o aluno
investigue e detecte que paciente se
encontra consciente, sonolenta, parcialmente
orientada, sudoreica e taquipnêica, ausculta
cardiopulmonar normal, dor à palpação de
hipogástrio, Giordano negativo bilateral. Se
pesquisar, PA: 90x55 mmHg FC: 110 bpm
FR: 30irpm. Temperatura: 37,4°C.

2. O aluno deverá solicitar os seguintes exames


pelo menos e analisar os resultados que
mostram: gasometria arterial com acidose
metabólica não compensada, hemograma
completo com 10.000 leucócitos, EAS com
piúria, bacteriúria, nitrito positivo e cetonúria.
Glicemia de 650mg%.

3. Cetoacidose diabética desencadeada por


ITU (cistite).
ESTAÇÃO 8

4. Internar o paciente e iniciar


analgésico/antitérmico, hidratação EV
vigorosa (6 a 10 Litros/24 horas); insulina
simples: 10 UI IV, em bolus 5 – 10 UI/h, em
infusão contínua (quando a glicemia < 250
mg/dL, reduzir infusão para 1 -2 UI/h; quando
glicemia < 200 mg/dL, prescrever glicemia
capilar 2/2h, com esquema de insulina
simples); repor s/n potássio e bicarbonato.
Tratar ITU com antibiótico (quinolona ou
cefalosporina).

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)


P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 9
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo na Clínica Médica do Pronto-Socorro
de um hospital terciário.
CASO:
Joaquim, 22 anos, chega referindo tontura, mal-estar e
fraqueza muscular progressiva, parestesias de
extremidades. Informa que nos últimos 5 dias estava em
treinamento de sobrevivência na selva pelo seu grupamento
militar. Foi atendido pelo médico da corporação ontem e
medicado sintomaticamente. Com não houve melhora, foi
encaminhado para esse PS, com piora dos sintomas.
ESTAÇÃO 9
TAREFAS – realize na sequência e fale em voz alta:

1. A anamnese e o exame físico e relate os achados.


2. Quais exames complementares você deve solicitar?
Avalie os resultados.
3. Com os resultados dos exames nas mãos, qual a
principal hipótese diagnóstica para essa paciente?
4. Explique a conduta terapêutica para esse paciente.

ESTAÇÃO 9
CHECKLIST
N P R

1. Espera-se que o aluno realize a anamnese


objetiva, questione alergia medicamentosa
(ausente), histórico familiar (ignora) e
pessoal pregressa (nega patologias), hábitos
(alimentação adequada e realiza atividades
físicas intensas no treinamento militar). Se
perguntado, refere diminuição do volume de
diurese e escurecimento da urina. Nega
comorbidades e uso de drogas.Ao exame
espera-se que o aluno investigue e detecte
que paciente se encontra consciente,
orientado, afebril, com fraqueza muscular
proximal e diminuição de reflexos patelares.
Sem alterações respiratórias com ausculta
cardiopulmonar normal. Se pesquisar, PA:
150x90 mmHg FC: 78 bpm FR: 16irpm.
Temperatura: 36,7°C.
ESTAÇÃO 9

2. Aluno deverá detectar as seguintes


alterações nos exames: hemograma com
hemoconcentração, hipercalemia severa (K=
8 mEq/L), hiponatremia (Na= 3,0mEq/l)
hipocalcemia (Ca=2.2mg/dl), uremia (ureia:
228 mg/dL, creatinina: 6,6 mg/dL),
hiperuricemia (ácido úrico: 19,2 mg/dL) e
aumento de TGO: 340 U/L, TGP: 210 U/L, de
CPK: 12.000 U/L e LDH: 5.700 U/L, com
Troponina negativa ECG com onda T em
tenda (hipercalemia) e algumas
extrassístoles supraventriculares.

3. Rabdomiólise com insuficiência renal aguda


e hipercalemia.

4. O aluno deverá tratar concomitantemente a


insuficiência renal e a hipercalemia.
Monitorização e hidratação vigorosa,
furosemida (se volemia permitir); tratamento
da hipercalemia com gluconato de cálcio,
nebulização com Beta2-agonista (fenoterol);
bicarbonato de sódio: 45 a 90 mEq; resina de
troca (Sorcal®); glicoinsulinoterapia (100 ml
glicose 50% + 10 U insulina regular – correr
em 2 horas) e se não houver resposta,
hemodiálise.
ESTAÇÃO 9
N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 10
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo na Clínica Médica do Pronto-Socorro
de um hospital terciário.
CASO:
João Pinheiro, 78 anos, chega ao Pronto-Socorro a com
queixa de “dor de cabeça que não para”, de início há cerca
de cinco dias, com náuseas e um episódio de vômito, além
de alterações visuais. Apresentando piora progressiva.
TAREFAS – realize na sequência e fale em voz alta:

1. A anamnese e o exame físico e relate os achados.


2. Qual a principal hipótese diagnóstica para essa
paciente e cite dois diagnósticos diferenciais.
3. Se existe necessidade de exame complementar nesta
avaliação. Por quê? Qual(is)? Avalie resultado(s).
4. Diga quais são as orientações gerais e a conduta para
esse paciente.

ESTAÇÃO 10
CHECKLIST
N P R
ESTAÇÃO 10

1. Espera-se que o aluno realize a anamnese


objetiva, questione alergia medicamentosa
(ausente), histórico familiar (mãe tem
enxaqueca e pai é hipertenso) e pessoal
pregressa (nega patologias), hábitos
(alimentação adequada e realiza atividades
físicas leves). Se perguntado, refere
holocrania e diminuição da acuidade visual
de início recente. Nega escotomas. Usou
dipirona 1g 4/4hs ontem, sem melhora.Ao
exame espera-se que o aluno investigue e
detecte que paciente se encontra consciente,
orientado, afebril, sem alterações
respiratórias com ausculta cardiopulmonar
normal. Se pesquisar, PA: 130x75 mmHg FC:
86 bpm FR: 18irpm.Temperatura: 36,8°C.

2. HD – Tumor cerebral – microadenoma


hipofisário.DD – Migraine, Cefaleia tensional,
Isquemia cerebral, hematoma cerebral,
distúrbios metabólicos.
ESTAÇÃO 10

3. O aluno deve responder que sim, uma


tomografia computadorizada, porque nessa
faixa etária, cefaleia de início recente, com
piora progressiva, que não melhora com
analgésico e com sinais focais (visuais),
tumor cerebral é a primeira hipótese. Imagem
mostrará que na fase pré-contraste observa-
se lesão expansiva de cerca de 2 cm de
diâmetro, sólida, arredondada, de localização
intrasselar, próximo à região de circuito
arterial cerebral (Willis). Após a injeção de
meio de contraste observou-se impregnação
homogênea da lesão.Caso solicite, para
diagnóstico diferencial, hemograma
completo, bioquímica ou eletrólitos, todos
serão normais.

4. Encaminhamento para
Neurocirurgia.Analgesia com opioide,
tricíclico e/ou anticonvulsivantes.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)


P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =
CAPÍTULO 5

OSCE na Pediatria
Autora
Thalita Rodrigues Dias

O que você irá ver neste capítulo


Abordagem dos Principais Temas
Exemplos de Cenários e Estações
1. ABORDAGEM DOS PRINCIPAIS
TEMAS
O OSCE em Pediatria contemplará cenários simulados
com situações-problema que são comuns na prática
pediátrica geral. Essas situações são comuns, e o estudante
de medicina deve estar familiarizado com ela.
O principal motivo que leva ao atendimento médico do
paciente pediátrico em pronto-atendimento, seja em nível
primário, secundário ou terciário, é febre. Portanto, este será
um sintoma comum também nas avaliações simuladas. Ao
aluno é fundamental o treinamento do seu manejo e
diagnóstico diferencial. Os distúrbios de temperatura (hipo
ou hipertermia) podem ter significados diversos, a depender
da duração, da idade e dos sinais e sintomas associados,
cabendo ao estudante realizar uma avaliação global e
sistemática.
Além da febre as doenças exantemáticas são
frequentemente cobradas em avalições médicas por motivo
de sua frequência e variabilidade de diagnósticos,
especialmente na infância. As doenças exantemáticas
devem ser conhecidas e abordadas de acordo com suas
peculiaridades, pois podem significar uma condição benigna
e autolimitada, como o exantema súbito, até uma condição
grave e ameaçadora a vida, como a doença de Kawasaki e o
sarampo. Ademais, algumas doenças exantemáticas têm
seu curso natural afetado de forma significativa por
imunização obrigatória na infância, como o caso do
sarampo, da rubéola e da varicela. Além da maior parte
desses diagnósticos serem possíveis de ser realizados
clinicamente com uma anamnese bem conduzida e um
exame físico cuidadoso.
As condições clínicas que levam à desidratação aguda na
infância são comuns, e seu pronto reconhecimento e
tratamento, independentemente do nível de atenção em
saúde disponível, modifica a história natural da doença e
evita desfechos fatais. A desidratação pode ser um sinal ou
sintoma inespecífico, mas que, independentemente de sua
causa, pode ser tratada até que se investigue seu
diagnóstico etiológico. Sendo assim, espera-se que o
estudante médico saiba realizar o manejo e essa
investigação de forma adequada. A diarreia aguda infecciosa
é a causa mais comum de desidratação na infância e,
portanto, deve ser incluída como principal diagnóstico
diferencial na população pediátrica.
As convulsões na infância são comuns, sobretudo entre os
lactentes e pré-escolares no atendimento de urgência e
emergência. A maior parte das crises epilépticas na infância
são benignas e relacionadas à febre. Porém, a exclusão de
outros diagnósticos deve ser realizada obrigatoriamente no
atendimento para possibilitar uma terapêutica adequada a
esse paciente. Desse modo, espera-se que o estudante
médico seja capaz de reconhecer as características clínicas
principais das crises benignas e as de pior prognóstico, bem
como iniciar o manejo desses grupos de pacientes.
As infecções de vias aéreas, principalmente as de etiologia
viral, são também frequentes durante toda a infância, mas
principalmente até os 4 anos de vida. Essa faixa etária é
aquela em que a criança pode apresentar até uma infecção
por mês, sobretudo naqueles que frequentam creches e
escolas. Desse modo, é importante a avaliação das
infecções agudas de vias aéreas e que seu diagnóstico
diferencial seja realizado de forma eficiente, mesmo pelo
médico generalista.
2. EXEMPLOS DE CENÁRIOS E
ESTAÇÕES
Apresentaremos a seguir dez estações que elaboramos,
com importantes temas selecionados dentre os de Pediatria,
tanto em cenário de ambulatório quanto de pronto-socorro.
Observe que o nível das estações está compatível com
estudantes de medicina dos últimos semestres e/ou com
residentes de Pediatria.
ESTAÇÃO 1
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo no Pronto-Socorro Pediátrico de um
hospital de assistência secundária.
CASO:
João, de 4 anos de idade, acompanhado pela mãe, que
relata febre e dor para engolir há 2 dias e que hoje ele
acordou com “alergia” na pele do peito, barriga, e se
espalhou para rosto, braços e pernas.
TAREFAS – realize e fale em voz alta:

1. A anamnese, considerando a queixa trazida pelo(a)


responsável.
2. O exame físico, demonstrando suas ações.
3. Informe qual o diagnóstico mais provável.
4. Informe a conduta adequada nesse caso, responda às
demandas do(a) responsável e o oriente
adequadamente.

ESTAÇÃO 1
CHECKLIST
ESTAÇÃO 1
N P R

1. Espera-se que o aluno faça anamnese


completa que pergunte sobre dias de
doença, dias de febre, sintomas associados
como odinofagia. Se está utilizando alguma
medicação. Como ocorreram as lesões de
pele. Se há alguma doença prévia.

2. Espera-se que aluno posicione


adequadamente o paciente em maca e
realize exame físico completo. O exame
clínico demonstrará regular estado geral,
hidratado, acianótico, anictérico, sem
edemas. Pele: presença de exantema
eritematoso micropapular em tronco, face e
membros, leve descamação e aspecto de
lixa ao toque. Áreas de palmas e plantas sãs.
Presença de palidez perioral. Áreas de
hiperpigmentação com formação de linhas
transversais em regiões de dobras.
Oroscopia: língua avermelhada com
hipertrofia de papilas. Presença de exsudato
em tonsilas palatinas.

3. Espera-se que o aluno responda escarlatina


ou exantema escarlatiniforme.
ESTAÇÃO 1

4. Espera-se que o aluno seja capaz de


informar sobre tratamento antibiótico correto
com penicilinas (Amoxicilina,
Amoxicilina/Clavulanato, Penicilina G
Benzatina). Espera-se que esclareça a mãe
sobre suas dúvidas e que não se trata de
doença alérgica.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)


P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 2
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo no Pronto-Socorro pediátrico de um
hospital de assistência terciária.
CASO:
Criança estava no caminho para o hospital quando
apresentou uma crise convulsiva no carro dos pais. Pai
relata que o filho tem 1 ano e 6 meses de idade, explica que
filho começou a se debater com os braços e as pernas e
perdeu a consciência. Não sabe dizer quanto tempo durou,
mas quando chegaram ao hospital já tinha passado. No
momento criança está “só dormindo”. Pais informam que a
criança estava com “nariz escorrendo” e começou febre hoje
(38,6ºC), por isso o levavam ao atendimento.
ESTAÇÃO 2
TAREFAS – realize e fale em voz alta:

1. A anamnese, considerando a queixa trazida pelo(a)


acompanhante. Demonstre um exame físico.
2. Informe o diagnóstico provável do paciente.
3. Informe a conduta adequada nesse caso e demonstre
as medidas que devem ser tomadas imediatamente.
Oriente os pais sobre suas demandas.

ESTAÇÃO 2
CHECKLIST
N P R

1. Espera-se que o aluno realize anamnese


completa, que pergunte como o quadro
começou, os sintomas associados, quais
foram as características dessa crise descrita
como convulsiva, pergunte sobre a duração
da crise, sobre o uso de medicamentos, e a
respeito de doenças prévias. Espera-se que
o aluno faça um exame físico primeiramente
neurológico (se apresenta sonolência
apenas) e demais aparelhos: ABCDE
respiratório (que estará sem alterações)
frequência cardíaca (150bpm), oximetria de
pulso (95% em AA), aparelho cardiovascular
(pulsos, perfusão capilar periférica e ausculta
cardíaca sem alterações), abdômen (sem
alterações), otoscopia (sem alterações),
oroscopia (sem alterações).
ESTAÇÃO 2

2. Crise convulsiva febril ou crise epiléptica


febril

3. Espera-se que aluno informe ao responsável


sobre o diagnóstico de crise convulsiva
provavelmente febril, que oriente sobre seu
caráter benigno, que monitorize, pode-se
fornecer oxigenoterapia suplementar
enquanto monitoriza, pode-se puncionar
acesso venoso ou não. Orientar pais sobre a
não necessidade de realização de exames
na urgência.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)


P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 3
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo em uma Unidade Básica de Saúde.
CASO:
Pedro tem 3 anos e meio, 15 kg. Mãe refere que criança
apresenta febre alta há 2 dias (chegou até 40ºC), não se
alimenta, pois sente dor para engolir, já vomitou 2 vezes,
fica deitado durante todo o dia. Nega qualquer outro
sintoma.
ESTAÇÃO 3
TAREFAS – realize e fale em voz alta:

1. A anamnese considerando a queixa trazida pela


acompanhante. Posicione adequadamente o paciente
na cama-maca e realize exame físico.
2. Informe o diagnóstico provável do paciente.
3. Proponha um tratamento específico e faça um
receituário adequado para o paciente.

ESTAÇÃO 3
CHECKLIST
N P R

1. Espera-se que o aluno faça anamnese


completa que pergunte sobre dias de
doença, dias de febre, sintomas associados
como odinofagia. Pergunte se está utilizando
alguma medicação. Se há alguma doença
prévia. Espera-se que aluno posicione
adequadamente o paciente em maca e
realize exame físico completo. Oroscopia:
tonsilas palatinas com hipertrofia +++/4+ e
presença de exsudato purulento, hiperemia,
petéquias em palato mole.

2. Espera-se que o aluno responda tonsilite


aguda, amigdalite aguda, amigdalite ou
amigdalite bacteriana.
ESTAÇÃO 3

3. Espera-se que o aluno seja capaz de


informar sobre tratamento antibiótico correto
com penicilinas (amoxicilina 50mg/kg,
amoxicilina/clavulanato 50mg/kg, penicilina G
benzatina 6000UI IM). Espera-se que o aluno
saiba prescrever corretamente dose da
medicação em receituário com identificação
de paciente e via de administração.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)


P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 4
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo no Pronto-Socorro Pediátrico de um
hospital terciário.
CASO:
Mãe traz filho de 11 meses de idade para consulta, pois há
2 dias começou com febre (38-39ºC) e há 1 dia a
começaram umas bolinhas na boca que se espalharam para
pele do pescoço, do peito e das costas. As bolinhas coçam
todo o tempo e a criança está irritada e sem querer comer.
No início, apresentou nariz “escorrendo”. Nega tosse,
diarreia, vômitos ou qualquer outro sintoma.
ESTAÇÃO 4
TAREFAS – realize e fale em voz alta:

1. A anamnese considerando a queixa trazida pelo(a)


acompanhante. Demonstre um exame físico.
2. Informe o diagnóstico provável.
3. Informe a conduta adequada nesse caso e responda à
pergunta do acompanhante.

ESTAÇÃO 4
CHECKLIST
N P R

1. Espera-se que o aluno pergunte ao


acompanhante sobre tempo de febre, como
se deu o surgimento das lesões de pele.
Pergunte sobre sintomas associados, se há
doenças prévias, se há contato com pessoas
com os mesmos sintomas. Espera-se que o
aluno faça um exame físico completo
mensuração da temperatura (36,7ºC)
ectoscopia (bom estado geral), avaliação do
aparelho respiratório (sem sinais de esforço
respiratório e ausculta sem alterações),
aparelho cardiovascular (pulsos, perfusão
capilar periférica e ausculta cardíaca sem
alterações), abdômen (sem alterações),
otoscopia (sem alterações), oroscopia (sem
alterações), aparelho genital (sem
alterações), pele (presença de vesículas em
face, tronco e dorso, algumas crostas).
ESTAÇÃO 4

2. Varicela ou catapora.

3. Espera-se que aluno oriente uso de


antitérmico, anti-histamínico, cuidados na
limpeza das lesões. Informe a mãe que
existe a vacina da varicela, porém, o filho
ainda não alcançou idade de recebê-la (15
meses pelo PNI).

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)


P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 5
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo na Pediatria do Pronto-Socorro de um
hospital terciário.
CASO:
Mãe relata que filho apresenta vômitos (3 episódios hoje),
diarreia (4 vezes hoje com fezes líquidas, sem sangue ou
muco), febre há 24h de 38ºC, não aceita nenhum alimento,
fez “xixi” apenas uma vez hoje com cor “amarelo-escura”.
Não ofereceu nenhuma medicação.
ESTAÇÃO 5
TAREFAS – realize e fale em voz alta:

1. A anamnese considerando a queixa trazida pelo(a)


acompanhante.
2. Informe o diagnóstico provável.
3. Proponha um tratamento.

ESTAÇÃO 5
CHECKLIST
N P R

1. Espera-se que o aluno faça anamnese que


pergunte número de vômitos, de
evacuações, se com sangue ou muco,
presença de febre, aceitação de alimento,
diurese (volume e aspecto), se foi iniciada
soroterapia oral e se a dieta foi a habitual nos
últimos dias, ou seja, “se não comeu nada
diferente” e se a criança não tem outras
doenças e/ou não faz uso de nenhuma
medicação. Espera-se que o aluno faça um
exame físico verificando: estado geral
(irritado e intranquilo), avaliação dos olhos
(fundos), lágrimas (ausentes), boca e língua
(secas), sede (sedento, bebe rápido e
avidamente), sinal da prega (desaparece
lentamente), pulsos (rápidos), enchimento
capilar (3 a 5”).
ESTAÇÃO 5

2. Aceitar que ao aluno use como diagnóstico:


diarreia aguda, gastroenterocolite aguda,
gastrenterite aguda, infecção gastrointestinal,
desidratação aguda.

3. Prescrever soroterapia oral (100 a 200 ml a


cada hora ou a cada evacuação ou vômito ou
10 ml/kg a cada vômito ou evacuação) em
ambiente hospitalar. A prescrição de
soroterapia venosa como primeira escolha
não será considerada correta, entretanto, se
o aluno explicar que a criança não tolerou o
soro oral, a resposta será considerada
correta. A prescrição ou não de antiemético
será considerada correta. A prescrição de
zinco e/ou probiótico na alta será
considerada correta. A prescrição de
antidiarreico tipo loperamida será
considerada incorreta.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)


P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 6
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo na Pediatria de um Pronto-Socorro de
um hospital terciário.
ESTAÇÃO 6
CASO:
Mãe relata que filho tem 2 meses de idade e que começou a
ficar “cansadinho” há 2 dias, com piora hoje. Informará que
filho apresenta nariz entupido e escorrendo que atrapalha a
mamada no peito e tosse desde hoje. Nega febre. Em casa
tem mais 2 filhos que estão “gripadinhos”. Filho nasceu com
34 semanas e ficou uns dias na maternidade, mas não
apresentou outros problemas de saúde. “Mama apenas no
peito”.
TAREFA – realize e fale em voz alta:

1. A anamnese considerando a queixa trazida pelo(a)


acompanhante.
2. O exame físico.
3. Informe o diagnóstico provável.
4. Demonstre as primeiras medidas que devem ser
tomadas para o tratamento, em ambiente hospitalar, e
responda às dúvidas da mãe.

ESTAÇÃO 6
CHECKLIST
N P R

1. Espera-se que o aluno seja capaz de realizar


uma anamnese objetiva e questione sobre
sintomas como febre, tosse, coriza. Deverá
questionar se chance de prematuridade, se
há casos semelhantes na família.
ESTAÇÃO 6

2. Espera-se que o aluno faça um exame físico


direcionado para o aparelho respiratório,
posicione o paciente em cama-maca,
mensure a temperatura e pergunte ao
examinador sobre: frequência respiratória
(FR: 70irpm), sinais de esforço respiratório
(retração de fúrcula esternal, tiragens
intercostais, balanço toracoabdominal,
batimento de aletas nasais), ausculta
respiratória (sibilos, crepitações, roncos),
frequência cardíaca (160bpm), presença de
rinorreia (serosa), tosse (seca) e oximetria de
pulso (86% em AA).

3. Aceitar que ao aluno use como diagnóstico:


bronquiolite, bebê chiador, lactente sibilante.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)


P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 7
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo na Pediatria de um Pronto-Socorro de
um hospital terciário.
ESTAÇÃO 7
CASO:
Mãe traz criança para atendimento referindo que filho está
com crise de bronquite asmática. Refere que já fez uso de
“bombinha”, em casa, 4 jatos de 2 em 2 horas, “mas não
teve melhora”.
TAREFA – Realize e fale em voz alta:

1. A anamnese considerando a queixa trazida pelo(a)


acompanhante.
2. O exame físico.
3. Sua hipótese diagnóstica.
4. Demonstre as primeiras medidas que devem ser
tomadas para o tratamento, em ambiente hospitalar,
incluindo a técnica de uso da medicação.

ESTAÇÃO 7
CHECKLIST
N P R

1. Espera-se que o aluno seja capaz de realizar


uma anamnese objetiva e questione sobre
diagnóstico prévio e tratamento. Deverá
questionar se tem diagnóstico de bronquite
asmática e se já fez uso de “bombinha”.
ESTAÇÃO 7

2. Espera-se que o aluno faça um exame físico


direcionado para o aparelho respiratório,
posicione o paciente em cama-maca,
mensure a temperatura (temperatura axilar
38ºC) e pergunte ao examinador sobre:
frequência respiratória (FR: 41irpm), sinais
de esforço respiratório (retração de fúrcula
esternal, tempo expiratório prolongado,
tiragens intercostais), ausculta respiratória
(sibilância difusa), frequência cardíaca
(130bpm), presença de rinorreia (serosa),
tosse (seca) e oximetria de pulso (85% em
aa).

3. Aceitar como diagnóstico: crise de asma,


exacerbação asmática, asma, asma aguda,
crise de broncoespasmo, sibilância,
bronquite, broncoespasmo ou
broncoconstrição.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)


P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 7
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo na Pediatria de um Pronto-Socorro de
um hospital terciário.
ESTAÇÃO 7
CASO:
Pai traz filho ao atendimento por motivo de febre há 4 dias,
refere que a temperatura máxima foi de 39ºC e que
apresentou febre inclusive hoje (fez uso de paracetamol
com resposta parcial). Pai relata que não apresenta nenhum
outro sintoma associado. Nega diarreia, vômitos, náuseas,
tosse, coriza, espirros, mudança no aspecto da urina,
manchas na pele, mudança de comportamento, sonolência.
A criança não tem outras doenças e não faz uso de
nenhuma medicação.
TAREFA – Realize e fale em voz alta:

1. A anamnese considerando a queixa trazida pelo(a)


acompanhante e demonstre o exame físico.
2. Informe o diagnóstico provável.
3. Informe a conduta adequada nesse caso.

ESTAÇÃO 8
CHECKLIST
N P R
ESTAÇÃO 8

1. Espera-se que o aluno pergunte ao


acompanhante qual foi a temperatura
máxima, se apresentou febre inclusive hoje,
se fez uso de medicação e qual resposta,
questionar outros sintomas associados
(diarreia, vômitos, náuseas, tosse, coriza,
espirros, mudança no aspecto da urina,
manchas na pele, mudança de
comportamento, sonolência), e se a criança
não tem outras doenças e não faz uso de
nenhuma medicação. Espera-se que o aluno
faça um exame físico detalhado tentando
identificar o foco da possível infecção,
incluindo: mensuração da temperatura
(36,7ºC), ectoscopia (estado geral regular),
avaliação do aparelho respiratório (sem
sinais de esforço respiratório e ausculta sem
alterações), aparelho cardiovascular (pulsos,
perfusão capilar periférica e ausculta
cardíaca sem alterações), abdômen (sem
alterações), otoscopia (sem alterações),
oroscopia (sem alterações), aparelho genital
(sem alterações).

2. Aceitar como diagnóstico: febre sem sinais


localizatorios, bacteremia oculta, febre a
esclarecer, febre sem foco, febre.
ESTAÇÃO 8

3. Espera-se que o aluno solicite hemograma,


PCR, EAS, RX do tórax, VHS, procalcitonina.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)


P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 9
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo na Pediatria de um Pronto-Socorro de
um hospital terciário.
CASO:
Mãe traz filho de 3 anos à emergência às 16 horas, com
quadro de febre há 1 dia. Segundo a responsável, hoje pela
manhã ele acordou agitado, e foi ficando sonolento ao longo
do dia. Além disso, surgiram lesões arroxeadas e
avermelhadas pelo corpo, que foram piorando nas últimas
duas horas.
TAREFA – Realize e fale em voz alta:

1. A anamnese considerando a queixa trazida pelo (a)


acompanhante e demonstre o exame físico.
2. Informe o diagnóstico provável.
3. Informe a conduta adequada nesse caso.

ESTAÇÃO 9
CHECKLIST
ESTAÇÃO 9
N P R

1. Espera-se que o estudante realize anamnese


abrangente e o exame físico de forma
simultânea diante da gravidade do paciente.
Espera-se que o aluno questione sobre início
e evolução de sintomas, sobre diurese, sobre
características do sensório da criança que
devem ser adequadas para o
desenvolvimento neuropsicomotor esperado
para a idade. Espera-se, também, que o
aluno perceba paciente sonolento, mas
despertável; escala de coma de Glasgow: 13;
pulsos periféricos com amplitude diminuída,
perfusão capilar periférica: 4s; FC: 175bpm;
PA: 80 x 50mmHg; petéquias e lesões
purpúricas difusas nos membros e no
tronco.FR: 42 irpm, som claro pulmonar, sem
esforço respiratório.

2. Aceitar que ao aluno use como diagnóstico:


meningococcemia, sepse, septicemia.
ESTAÇÃO 9

3. Espera-se que o aluno prescreva tratamento


prontamente. Espera-se que o paciente seja
monitorizado (FC, FR, Sat O2, PA, diurese),
que se oferte oxigênio suplementar, que
solicite punção de 2 acessos venosos
periféricos, que solicite exames laboratoriais
(hemocultura, hemograma, ureia, creatinina,
íons, coagulograma, gasometria,
procalcitonina), que prescreva
antimicrobianos de amplo espectro
(ceftriaxona, ampicilina/sulbactam, por
exemplo), que prescreva fase de hidratação
rápida com NaCl 0,9% 20 ml/kg que pode ser
repetida até 3 vezes.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)


P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 10
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo em uma Unidade Básica de Saúde.
CASO:
Mãe leva filho de 3 anos de idade à unidade de saúde com
queixa de “tosse e dificuldade para respirar”. Mãe relata
início há três dias com tosse, coriza e febre e há 1 dia
apresenta cansaço.
ESTAÇÃO 10
TAREFA – Realize e fale em voz alta:

1. A anamnese considerando a queixa trazida pelo(a)


acompanhante e demonstre o exame físico.
2. Informe o diagnóstico provável.
3. Informe a conduta adequada nesse caso.

ESTAÇÃO 10
CHECKLIST
N P R

1. Espera-se que o aluno realize anamnese


abrangente sobre os sintomas apresentados
pela criança, sobre diário de febre, evolução
da doença, questione sobre comorbidades,
uso de medicações. Espera-se, também, que
o aluno realize exame físico completo, dando
ênfase para o aparelho ventilatório. O aluno
verificará que a criança apresenta regular
estado geral, afebril, está hidratada, aparelho
respiratório com FR: 40irpm.Ausculta
pulmonar: murmúrio vesicular audível
universalmente, presença de crepitações em
base pulmonar direita, ausência de sibilância,
sem desconforto respiratório. Saturimetria de
pulso 95% em ar ambiente.
ESTAÇÃO 10

2. Aceitar como diagnóstico: pneumonia,


broncopneumonia, pneumonia adquirida na
comunidade.

3. Espera-se que o aluno prescreva tratamento


antimicrobiano específico (amoxicilina,
amoxicilina/clavulanato), que solicite
reavaliação do paciente em 48 horas.
Espera-se, também, que o paciente não
apresente sinais de toxemia e possa ser
tratado ambulatoriamente, desde que seja
reavaliado. Considerar-se-á correto se for
solicitado radiografia de tórax ou não.
Considerar-se-á correto se forem solicitados
exames laboratoriais ou não.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)


P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =
CAPÍTULO 6

OSCE na Ginecologia e
Obstetrícia
Autores
Sulani Silva Souza
Denis Carvalho Parry

O que você irá ver neste capítulo


Abordagem Ginecologia e Obstetrícia
Exemplos de Cenários e Estações
1. ABORDAGEM GINECOLOGIA E
OBSTETRÍCIA
Diversos são os temas que podem ser abordados tanto na
Ginecologia quanto na Obstetrícia, quando se pensa em
elaborar estações de OSCE (Exame Clínico Objetivo
Estruturado). Inclusive nas diversas subespecializações (ou
seriam superespecializações?) dentro dessa área, como a
Mastologia, a Sexologia, a Medicina Materno-fetal, a
Endocrinologia Reprodutiva e Infertilidade, a Oncologia
Ginecológica, a Uroginecologia com cirurgias reconstrutivas,
entre outras.
Independentemente da área da Ginecobstetrícia, não se
deve esquecer os preceitos básicos de uma abordagem e
que devem ser cobrados dos avaliados nas estações de um
OSCE dessa especialidade. A história ginecológica não
pode preceder de pontos como idade da menarca,
desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários, ciclo
menstrual, data da última menstruação (primeiro dia), uso de
método contraceptivo, história sexual (início, número de
parceiros, preferências), presença de úlceras, sangramento
ou alteração da secreção vaginal. Já na história obstétrica,
têm que ser pesquisadas as gestações anteriores, a idade
da primeira e da última gestação, abortos, natimortos,
prematuros, complicações nas gestações e a amamentação.
Obviamente sem esquecer fatores que podem influenciar na
saúde da mulher e na gestação, como epilepsia,
tireoidopatias, doença tromboembólica, diabetes,
hipertensão, infecções, alergias, cirurgias, tabagismo, uso de
álcool e outras drogas.
2. EXEMPLOS DE CENÁRIOS E
ESTAÇÕES
ESTAÇÃO 1
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo no ambulatório de Obstetrícia, no dia
30/08.
CASO:
Mulher de 38 anos G3 P2 A1, chega informando estar
grávida e que a data da sua última menstruação foi em
13/03. Vem em busca de acompanhamento pré-natal que
não vinha fazendo.
TAREFAS – descreva em voz alta:

1. A anamnese direcionada com idade gestacional e data


provável do parto.
2. O exame clínico, incluindo as quatro manobras de
Leopold.
3. Quais exames complementares solicitar.
4. E finalmente quais as orientações para gestante.

ESTAÇÃO 1
CHECKLIST
N P R
ESTAÇÃO 1

1. Espera-se que o aluno aborde qual o


sentimento em relação à gestação atual,
primeiro dia da última menstruação
(determinação da idade gestacional), queixas
específicas, como: disposição para
atividades, desconforto mamário, ingestão de
líquidos, náuseas ou vômitos, dor abdominal,
sangramento, secreção vaginal e função
intestinal.Questionar a história obstétrica
(gestações e partos, problemas durante as
gestações, gemelaridade), antecedentes
pessoais (diabetes, hipertensão arterial,
cardiopatia), história sexual, métodos
contraceptivos e cirurgias ginecológicas
(como mama e colo uterino)

2. Realizar o exame físico geral, avaliando


peso, pressão arterial, frequência cardíaca e
respiratória, temperatura. Fazer o exame das
mamas, abdominal, obstétrico (avaliação da
altura do fundo uterino e batimento cardíaco
fetal) e genital. Realizar manobras de
Leopold:Primeira manobra: delimitar a altura
do fundo uterino.Segunda manobra: verificar
situação fetal.Terceira manobra: determinar
qual a apresentação no estrito superior da
bacia.Quarta manobra: verificar se a
apresentação está insinuada.
ESTAÇÃO 1

3. Deverá ser solicitado como rotina:


hemograma completo, glicemia de jejum,
tipagem sanguínea e Rh, sorologias para
hepatite B e C, anti-HIV, VDRL,
toxoplasmose, rubéola, EAS, Papanicolau,
ecografia obstétrica com Doppler.

4. O avaliado deverá dar as seguintes


orientações à paciente: cuidados com a
dieta, higiene, sono, hábitos intestinais,
exercícios, ganho de peso, vida sexual,
amamentação, viagem, vacinas, frequência
do acompanhamento e movimentos fetais.
Alertar para procurar ajuda na Obstetrícia se:
dor abdominal não usual, sangramento,
perdas excessivas vaginais, cefaleia,
epigastralgia, edema, febre ou redução dos
movimentos fetais.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)


P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 2
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo em uma Unidade Básica de Saúde.
ESTAÇÃO 2
CASO:
Paciente de 38 anos, G4P3A1, com 33 semanas de
gravidez, informa que apresenta sangramento transvaginal
com início há um dia e que vem piorando.
TAREFAS – descreva em voz alta:

1. A anamnese direcionada.
2. Os achados de exame abdominal e ginecológico.
3. Quais as duas principais hipóteses diagnósticas neste
caso, e o que as diferenciam ao exame clínico.

ESTAÇÃO 2
CHECKLIST
N P R

1. Espera-se que o aluno questione o início e


as características do sangramento (cor,
frequência, intensidade), fatores associados
(cólicas, movimentos fetais, perdas vaginais,
tontura), história obstétrica (tipo de parto,
placenta prévia), antecedentes patológicos
(diabetes, hipertensão arterial), trauma, uso
de cigarro, ou drogas.
ESTAÇÃO 2

2. Realizar o exame físico geral, avaliando


peso, pressão arterial, frequência cardíaca e
respiratória, temperatura. Fazer o exame das
mamas, abdominal, obstétrico (avaliação da
altura do fundo uterino e batimento cardíaco
fetal) e genital.

3. HD 1: Descolamento prematuro de placenta


– seria previsto encontrar o abdômen
endurecido, doloroso, sensível, com
diminuição ou parada de movimentos fetais e
sangramento transvaginal avermelhado.HD
2: Placenta prévia – seria previsto encontrar
abdômen com volume e tônus preservados,
com movimentos fetais preservados e
sangramento transvaginal avermelhado

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)


P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 3
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo no ambulatório de Ginecologia.
ESTAÇÃO 3
CASO:
Mulher 24 anos chega com história de atraso menstrual há
10 meses. Manifesta sua preocupação quanto a isso e
também seu desejo de engravidar.
TAREFAS – descreva em voz alta:

1. O que deve ser abordado na história ginecológica


dessa paciente?
2. Quais exames complementares solicitar e em qual
ordem?
3. Quais os diagnósticos possíveis?

ESTAÇÃO 3
CHECKLIST
N P R

1. Espera-se que o aluno aborde características


da menstruação, curetagens anteriores,
preferência de temperatura, cefaleia,
mudanças na visão, acne, presença de
caroço ou mudança de voz, palpitações,
tremores, mudanças na pele, secreção no
peito, vômitos, dor abdominal, exercício
excessivo, dieta especial, uso de laxativos,
quimioterapia/radioterapia, uso de
contraceptivo ou outras drogas.

2. Importante que haja uma ordem na


investigação das causas. Primeiro solicitar
teste de gravidez (TG), em seguida
prolactina e hormônio tireotrópico (TSH, T4
livre e T3 livre) e finalmente folículo
estimulante (FSH) e luteotrófico (LH),
cariótipo e imagem (ultrassonografia,
tomografia de crânio, ressonância nuclear
magnética).

3. Diagnósticos possíveis: gravidez, síndrome


de Asherman, falência ovariana prematura,
síndrome de ovários policísticos, amenorreia
associada à hiperprolactinemia.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)


P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 4
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo em uma Unidade Básica de Saúde, no
dia 30/03.
CASO:
Mulher de 36 anos apresenta secreção transvaginal em
grande quantidade com odor forte, associada à dor
abdominal, principalmente em fossa ilíaca direita, com
temperatura axilar de 38°C.
ESTAÇÃO 4
TAREFAS – descreva em voz alta:

1. A anamnese direcionada.
2. Quais exames complementares solicitar.
3. E quais os diagnósticos possíveis.

ESTAÇÃO 4
CHECKLIST
N P R

1. Espera-se que o aluno aborde características


do ciclo menstrual, data da última
menstruação, lesões, características da
secreção vaginal, DST atuais, episódios
anteriores, Papanicolau, atividade sexual e
uso de contraceptivos, parceiros, orientação
sexual, doenças crônicas, uso de
medicamentos, alergias.

2. Exames: teste de gravidez, hemograma


completo, exame de urina, VDRL, hepatite B
e C, HIV, Papanicolau, imagem (RX e
ultrassonografia).
ESTAÇÃO 4

3. Diagnósticos clínicos possíveis: apendicite


aguda, doença inflamatória pélvica (DIP),
gravidez ectópica rota, ruptura de cisto
ovariano, torção de ovário, infecção do trato
urinário, vaginite e cervicite.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)


P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 5
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo no ambulatório de Mastologia.
CASO:
Paciente de 52 anos de idade chega à consulta referindo
dores e presença de nódulos em ambas as mamas, G0P0.
Refere que sua mãe teve câncer de mama aos 51 anos.
Refere ser fumante e etilista social (SIC). Obesa.
TAREFAS – descreva em voz alta:

1. E realize as etapas do exame das mamas.


2. À paciente, quais os fatores de risco para câncer de
mama.
3. Que exames complementares deverão ser solicitados.

ESTAÇÃO 5
CHECKLIST
ESTAÇÃO 5
N P R

1. O aluno deverá realizar no manequim de


mama:A. Inspeção estática, observando
forma, volume, simetria, alterações cutâneas,
complexo areolopapilar, circulação,
abaulamentos e retrações.B. Inspeção
dinâmica, realizando manobras de
sensibilização para contrair o peitoral e
verificar abaulamentos e retrações.C.
Palpação da cadeia ganglionar
supraclavicular, intraclavicular, paraesternal e
axilar.D. Palpação das mamas superficial,
dedilhada e pinçamento, verificar tecido e se
tem nódulos com sua característica e
localização.E. Expressão mamária para
verificar presença de secreção e ver
coloração desta.

2. Obesidade, álcool, genética (mulheres jovens


na família com história de câncer de mama),
menarca precoce, menopausa tardia.

3. Deverá ser solicitado como rotina: ecografia


mamária, mamografia, ressonância
magnética, punção aspirativa por agulha fina,
biópsia e marcadores tumorais.
ESTAÇÃO 5
N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 6
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo no Pronto-Socorro de um hospital
público, no setor de Ginecobstetrícia.
CASO:
Chega uma paciente de 17 anos para sua avaliação, G1P0
com 25 semanas de gestação, pela DUM e confirmada por
ultrassom. Apresenta náuseas e vômitos, há 3 dias e há
ectoscopia edema importante em MMII. Nega patologias
prévias. Portando exames realizados há dois dias.
TAREFAS – realize e descreva em voz alta:

1. A anamnese e o exame físico, já fazendo uma


hipótese diagnóstica.
2. Quais os sinais de severidade apresentados pela
paciente.
3. Quais condutas a serem realizadas nesta paciente.
4. Que parâmetros deverão ser monitorados na paciente.

ESTAÇÃO 6
CHECKLIST
N P R
ESTAÇÃO 6

1. Espera-se que o aluno investigue e detecte


que a paciente vem apresentando cefaleia
intermitente, sintomas visuais e episódios de
tonturas, hipertensão (170x 110 mmHg), com
edema de MMII 2+/4+.Apresenta as
seguintes alterações laboratoriais: creatinina
= 1.6 mg/dl, proteinúria= 1,2g/ 24h, plaquetas
= 48.000, INR=2.1, TGO=260. Demais
exames normais.HD – Pré-eclâmpsia.

2. Espera-se que o aluno avalie que os sinais


de gravidade que a paciente apresenta são:
a PA (160x 110 mmHg), com alterações
visuais, TGO (210 UI/l), plaquetopenia,
aumento INR, e proteinúria.

3. Resolução da gestação por parto normal


(indução), colo favorável Bishop de 11.
Segunda opção cesárea. Sulfato de
Magnésio para profilaxia da eclâmpsia pelos
sinais de severidade da pré-eclâmpsia e anti-
hipertensivo.

4. A pressão arterial, a vitalidade fetal, a


diurese, o reflexo patelar, a frequência
respiratória e a magnesemia.
ESTAÇÃO 6
N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 7
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo no ambulatório de Ginecologia em
uma Unidade Básica de Saúde.
CASO:
Paciente de 48 anos veio para realizar o exame preventivo.
Refere sentir-se “nervosa” e com calores no corpo, com
irregularidade menstrual, apresentando amenorreia que
permanece até por 3 meses, e que quando menstrua, está
havendo aumento do fluxo. G4P3C2A0. Relata ter feito fez
laqueadura tubária há 5 anos.
TAREFAS – descreva em voz alta:

1. A anamnese e o exame físico direcionados.


2. Quais os prováveis diagnósticos.
3. Quais exames complementares solicitar.
4. E, finalmente, quais as orientações para a paciente.

ESTAÇÃO 7
CHECKLIST
N P R
ESTAÇÃO 7

1. Espera-se que o aluno questione a história


obstétrica (gestações e partos, problemas
durante as gestações, gemelaridade),
antecedentes pessoais (diabetes,
hipertensão arterial, cardiopatia), história
sexual, métodos contraceptivos e cirurgias
ginecológicas (como mama e colo uterino)Ao
toque vaginal será detectado útero
aumentado de volume ocupando toda a
cavidade pélvica. Colo eutrófico, fechado e
com consistência firme.

2. HD principal – Miomatose uterina.SUA


(sangramento uterino anormal), climatério,
síndrome pós-laqueadura, irregularidade
menstrual.

3. Solicitar hemograma completo; FSH e


estradiol, além de USG transvaginal.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)


P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 8
FICHA DE AVALIAÇÃO
ESTAÇÃO 8
CENÁRIO:
Você está atendendo no Pronto-Socorro de um hospital
público.
CASO:
Paciente com 16 anos, acompanhada com a mãe e uma
Assistente Social, informa que foi violentada há 4 dias. Foi
encaminhada para sua avaliação, após já ter sido feito
Exame de Corpo de Delito no IML e estar sendo
acompanhada por uma Psicóloga também.
TAREFAS – descreva em voz alta:

1. A história clínica.
2. A orientação de como realizar a profilaxia neste caso.
3. E quais exames complementares de
acompanhamento deve-se solicitar.

ESTAÇÃO 8
CHECKLIST
N P R

1. Espera-se que o aluno investigue data, hora


e local da agressão, data da última
menstruação, uso de método contraceptivo,
tipo de agressão, número de agressores, se
o agressor é conhecido ou estava
alcoolizado ou em uso de substâncias, tipo
de relação sexual, vacinas, história sexual
ginecológica e obstétrica. Lesões no corpo.
ESTAÇÃO 8

2. Contracepção de emergência (até cinco dias


da agressão), profilaxia para DST não virais,
como: gonorreia, clamídia, sífilis e
tricomoníase, imunoglobulina para hepatite
B. A profilaxia para HIV, nesse caso, não
deve ser realizada, pois já transcorreu mais
de 72 horas (ou se abuso crônico pelo
mesmo agressor; individualizada em caso de
penetração oral com ou sem
ejaculação).Manter apoio psicológico ou
intervenção.

3. Exames:
Na admissão: secreção vaginal, VDRL, anti-
HIV ou teste rápido, hepatite B e C,
hemograma completo, glicose, ureia,
creatinina, TGO, TGP, bilirrubinas direta e
indireta, beta-HCG.Na 6ª semana: gonorreia,
infecção por clamídia, infecção por HPV
(inicialmente usando uma amostra cervical do
teste de Papanicolau), sífilis e hepatite.No
90º dia: infecção por HIV.No 6º mês: sífilis,
hepatite e infecção por HIV.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)


P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 9
ESTAÇÃO 9
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo no ambulatório de Ginecologia uma
Unidade Básica de Saúde.
CASO:
Mulher 18 anos deseja iniciar vida sexual ativa e orientação
para uso de método contraceptivo, referindo preferir os
métodos hormonais.
TAREFAS – descreva em voz alta:

1. Questões para abordar na história clínica.


2. Quais os critérios de elegibilidade para uso de
contraceptivos devem ser empregados quando da
indicação de método contraceptivo e suas categoriais.
3. Qual a anticoncepção indicada neste caso. Explique
para a paciente os benefícios e os possíveis efeitos
colaterais e malefícios.

ESTAÇÃO 9
CHECKLIST
N P R
ESTAÇÃO 9

1. Questões para abordar na história clínica:


atraso menstrual, característica do ciclo
menstrual, data da última menstruação,
história pessoal ou familiar de câncer de
mama, útero ou hepático, sangramento
transvaginal anormal, doença cardiovascular,
tromboembolismo, pressão arterial elevada,
cefaleia migratória, tabagismo.

2. Categoria 1. O método pode ser usado sem


restrições.Categoria 2. O método, em geral,
pode ser usado. Os benefícios superam os
riscos.Categoria 3. O método, em geral, não
deve ser usado. Os riscos superam os
benefícios.Categoria 4. O método não deve
ser usado. Os riscos são inaceitáveis.
ESTAÇÃO 9

3. Anticoncepção combinada: apresenta o


componente estrogênico e progestogênico e
pode ser oral (biodisponibilidade depende,
especialmente, do compromisso da usuária
do método), injetável, adesivo ou
vaginal.Benefícios: baixa taxa de falha
quando utilizado corretamente. Reduz a
ocorrência de: cólicas menstruais, síndrome
pré-menstrual grave, sangramento uterino
anômalo, anemia ferropriva, distúrbios
benignos da mama, cistos ovarianos,
gravidez ectópica, osteoporose, câncer de
endométrio e ovários.Possíveis efeitos
colaterais e malefícios: sangramento
intermenstrual é comum nos primeiros
meses. Pode haver náuseas, vômitos,
inchaço, retenção de líquidos, aumento da
pressão arterial, sensibilidade das mamas,
insônia e enxaquecas. Às vezes, melasma.
Aumenta risco de doenças tromboembólicos
(TEP, TVP, IAM), principalmente associado
ao tabagismo e à dislipidemia. Não previne
contra DST como os preservativos. Uso por
mais de cinco anos, probabilidade levemente
maior de câncer do colo do útero.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)


P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 10
ESTAÇÃO 10
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo no ambulatório de Ginecologia em
uma Unidade Básica de Saúde.
CASO:
Paciente de 17 anos relata nunca ter feito fez exame
preventivo e chega com queixa de dispareunia, prurido
vaginal e corrimento acinzentado em pequena quantidade,
com odor fétido (cheiro de peixe pobre) e dor em baixo-
ventre. Refere ter vida sexual ativa há um ano com o
mesmo parceiro, não usa preservativo e usa
anticoncepcional oral.
TAREFAS – descreva em voz alta:

1. E realize o exame especular completo no manequim


ao lado, relatando cada passo.
2. Como deve ser realizada a coleta do material e quais
exames podem lhe auxiliar no diagnóstico.
3. Qual o diagnóstico provável e o tratamento baseado
no seu diagnóstico.

ESTAÇÃO 10
CHECKLIST
N P R

1. Observar a habilidade motora e cognitiva do


avaliado ao realizar o exame especular
completo, descrevendo cada passo.
ESTAÇÃO 10

2. Observar a realização da colheita do material


dentro da técnica preconizada.

3. Vulvovaginite por Gardnerella vaginalis. Uso


de metronidazol, oral e local (óvulos). Deve
ser tratado o parceiro

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)


P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =
CAPÍTULO 7

OSCE na Clínica Cirúrgica


Autor
Helmgton J. B. Souza

O que você irá ver neste capítulo


Abordagem dos Principais Temas
Exemplos de Cenários e Estações
1. ABORDAGEM DOS PRINCIPAIS
TEMAS.
O Exame Clínico Objetivo Estruturado (OSCE) vem sendo
amplamente utilizado para avaliar habilidades clínicas, tanto
em instituições de ensino superior, quanto em exames
nacionais de admissão em programas de pós-graduação.
Os estudantes, quando iniciam a sua formação médica,
trazem motivações conscientes envolvidas na escolha do
curso, expectativas e a busca de aprendizagem e de
obtenção de conhecimento, visando o desenvolvimento de
competências, com vista ao futuro profissional. É uma área
que exige a busca continua do desenvolvimento de
expertise. Essa exigência é imposta pelos próprios
estudantes, professores, profissionais de saúde e doentes.
Mas também por toda a sociedade, que anseia que o futuro
profissional apresente qualificação e habilidades necessárias
nos procedimentos clínicos, lidando com a ética, a
segurança do paciente, a responsabilidade e o trabalho em
equipe. O objetivo deste capítulo é apresentar, de modo
prático, exemplos de cenários de OSCE voltados à avaliação
de competências em clínica cirúrgica, detalhando os
principais aspectos a serem considerados no momento do
seu planejamento, execução e avaliação.
Estações de OSCE voltadas para avaliar competências nas
áreas cirúrgicas devem, adicionalmente, levar em
consideração no seu planejamento a possibilidade de
realização de procedimentos, na maioria das vezes,
invasivos, o que determinará a necessidade de
disponibilização de mais tempo para sua realização. Nesse
sentido, a utilização de equipamentos que permitam a
execução dessas tarefas deve ser avaliada no momento do
planejamento de uma estação. Desse modo, no
planejamento do OSCE, essas necessidades materiais
devem ser pontuadas detalhadamente, evitando dificuldades
durante a realização do processo avaliativo.
Essa execução de procedimentos, entretanto, pode ser
distribuída por mais de uma estação. Por exemplo, em um
cenário em que, além de avaliar a capacidade diagnóstica,
se prevê a necessidade de realizar uma drenagem torácica,
a etapa de paramentação, preparação (antissepsia,
colocação dos campos cirúrgicos, organização de
instrumental e anestesia local), e a execução da técnica de
drenagem propriamente dita, podem e devem ser
distribuídas em ambientes diferentes, onde cada etapa do
processo será avaliada por um examinador específico.
2. EXEMPLOS DE CENÁRIOS E ESTAÇÕES
Apresentaremos a seguir alguns exemplos de cenários de OSCE,
voltados para avaliar competências em áreas cirúrgicas de uma
matriz curricular do curso de medicina.
ESTAÇÃO 1
FICHA DE AVALIAÇÃO
CASO:
Paciente masculino, 21 anos, estudante universitário, acordou esta
manhã com dor abdominal e náuseas. Refere que a dor abdominal
era inicialmente periumbilical, migrando depois para a fossa ilíaca
direita. Apresentou 1 episódio de vômitos com restos alimentares.
Refere febre. Não evacuou desde o início dos sintomas.
CENÁRIO:
Você está atendendo na Clínica Cirúrgica do Pronto-Socorro de um
hospital terciário.
TAREFAS – Realize na sequência e fale em voz alta:

1. A anamnese.
2. O exame físico.
3. Solicitar os exames necessários ao diagnóstico.
4. Estabelecer a hipótese diagnóstica, o diagnóstico diferencial e
as condutas iniciais.

ESTAÇÃO 1
CHECKLIST
N P R
ESTAÇÃO 1

1. Espera-se que o aluno realize a anamnese objetiva,


questione alergia medicamentosa (ausente), história
familiar (mãe hipertensa e pai desconhecido) e
pessoal pregressa (nega patologias), hábitos
(alimentação adequada e realiza atividades físicas
moderadas). Explore as características da dor (como
início, intensidade, localização e irradiação) e dos
sintomas associados (vômitos e febre).

2. Ao exame espera-se que o aluno investigue e detecte


que o paciente se encontra em REG, corado,
desidratado (+/4+), acianótico, anictérico,
deambulando em posição antálgica. Sem alterações
respiratórias com ausculta cardiopulmonar normal.
Extremidades: aquecidas sem edema. Se pesquisar
FR: 22 ipm, FC: 122 bpm, PA: 128 x 86 mmHg, SatO2:
98 % e Temp.: 38,5°C.Abdômen: distendido, simétrico,
sem cicatrizes, timpânico difusamente, RHA muito
diminuídos, abdômen tenso, dor difusa à palpação
superficial e profunda, Blumberg e Murphy (+),
Piparotti e Giodano (-).

3. Aluno deve solicitar exames complementares e


identificar o seguinte nos resultados:Hemograma
completo – leucocitose com desvio para a esquerda
(17.900 com bastões: 12% e segmentados: 74%).EAS
– normal USG de abdômen – imagem em alvo na
FID.Rx de abdômen – alça sentinela na FID.

HD: Apendicite DD: Diverticulite, colecistite,


ITU.Condutas:Hidratação Antibioticoterapia (Cefoxitina OU
cloranfenicol + metronidazol + gentamicina)
ESTAÇÃO 1
N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 2
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo na Clínica Cirúrgica do Pronto-Socorro de um
hospital público.
CASO:
Paciente do sexo feminino, 35 anos, deu entrada no PS com queixa
de dor abdominal de forte intensidade, em hipocôndrio direito. Refere
episódios semelhantes nos últimos 3 meses, pouco responsivos ao
uso de analgésicos e associados a náuseas, vômitos e febre.
TAREFAS – Realize na sequência e fale em voz alta:

1. A anamnese.
2. O exame físico.
3. Solicite os exames necessários ao diagnóstico.
4. Estabeleça a hipótese diagnóstica, o diagnóstico diferencial e
as condutas iniciais.

ESTAÇÃO 2
CHECKLIST
N P R
ESTAÇÃO 2

1. Espera-se que o aluno realize a anamnese objetiva,


questione alergia medicamentosa (ausente), história
familiar (mãe diabética e pai hipertenso) e pessoal
pregressa (nega patologias), hábitos (alimentação
adequada e sedentário). Explore as características da
dor (como início, intensidade, localização e irradiação)
e dos sintomas associados (vômitos, febre e
prostração).

2. Ao exame espera-se que o aluno investigue e detecte


que paciente se encontra em BEG, descorada (+/IV),
desidratada (++/IV), acianótica, ictérica (++/IV) e febril.
Sem alterações respiratórias com ausculta
cardiopulmonar normal. Extremidades: aquecidas sem
edema. Se pesquisar FR: 25 ipm, FC: 125 bpm, PA: 90
x 65 mmHg, SatO2: 92 % e Temp.: 39,5°C Abdome:
semigloboso, simétrico, timpânico difusamente, RHA
presentes, doloroso à palpação superficial e profunda
em HD, Blumberg, Piparotti e Giodano (-); e Murphy
(+).

Aluno deve solicitar exames complementares e identificar o


seguinte nos resultados:Hemograma – leucocitose com
desvio para a esquerda (19.900 com bastões:
9%).Bioquímica – FA: 315 U/L; Gama GT: 700 U/L; TGO:72
U/L; TGP: 98 U/L; Amilase: 45 U/L; BT: 11,2 mg/dL; BD: 8,2
mg/dL. Provas inflamatórias – VHS: 42 mm; PCR: 15 mg/L.
Gasometria Arterial – pH: 7,20; PO2: 75 mmHg; PCO2: 50
mmHg; HCO3: 20 mmol/L; SatO2: 90%; Lactato: 20 mmol/L
(4 a 14 mmol/L).USG de abdômen – Dilatação das vias
biliares intra e extra-hepáticas, com presença de
coledocolitíase.
ESTAÇÃO 2
HD: colangite e sepse – caracterizar e diferenciar esse
quadro se tríade de Charcot ou se pêntade de Reynolds.
Condutas:Expansão volêmica.Aminas vasoativas
(noradrenalina).Solicitar hemocultura.Monitorização (PAI,
PVC, sondagem vesical).Antibioticoterapia (quinolona +
metronidazol OU carbapenêmico).Indicação de tratamento
cirúrgico de emergência.Analgesia +
antiespasmódico.Possibilidade de realização de CPRE de
emergência.
N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 3
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo na Clínica Cirúrgica do Pronto-Socorro de um
hospital universitário.
CASO:
Paciente masculino, 22 anos, iniciou quadro de dor torácica à
esquerda há cerca de 4 semanas.
TAREFAS – Realize na sequência e fale em voz alta:

1. A anamnese.
2. O exame físico.
3. Solicite os exames necessários ao diagnóstico.
4. Estabeleça o diagnóstico do quadro com conduta imediata e
sua etiologia, estabelecendo o tratamento definitivo.

ESTAÇÃO 3
CHECKLIST
N P R
ESTAÇÃO 3

1. Espera-se que o aluno realize a anamnese objetiva,


questione alergia medicamentosa (ausente), história
familiar (pai e mãe falecidos de causa desconhecida) e
pessoal pregressa (nega patologias), hábitos
(alimentação inadequada e não realiza atividades
físicas). Explore as características dos sintomas (como
início, localização, irradiação e evolução) e dos
sintomas associados (tosse seca, febre,
emagrecimento e sudorese noturna).

2. Ao exame espera-se que o aluno investigue e detecte


que paciente se encontra em REG, lúcido, orientado,
corado, desidratado (++/IV), acianótico, anictérico,
taquidispnéico, afebril. Aparelho cardiovascular se
alterações. Extremidades: aquecidas e sem edema.
Se pesquisar FR: 21 ipm, FC: 105 bpm, PA: 115 x 75
mmHg, SatO2: 92 % e Temp.: 36,5°C.Abdômen –
flácido, indolor à palpação, RHA (+), sem
VCM.Aparelho respiratório – expansibilidade
preservada bilateralmente, discreta tiragem intercostal;
frêmito toracovocal preservado; timpânico difusamente
e submacicez móvel em base esquerda; MVBD
difusamente e diminuído em base esquerda, sem RA.

Aluno deve solicitar exames complementares e identificar o


seguinte nos resultados:Hemograma – sem
alterações.Bioquímica – sem alterações. Gasometria
arterial – pH: 7,43; PO2: 80 mmHg; PCO2: 38 mmHg;
HCO3: 23 mEq/L; BE: -1 mmol/L; Sat O2: 95%.Rx de tórax:
derrame pleural em base esquerda.
ESTAÇÃO 3
HD: derrame pleural.Conduta imediata – hidratação,
oxigenoterapia (cateter ou máscara) e drenagem torácica
esquerda.Espera-se que o aluno solicite a análise do
líquido pleural: glicose: 58 mg/dL (no sangue: 80 mg/dL);
proteínas totais: 5,5 g/dL (no sangue: 6,0 g/dL); LDH: 300
mg/dL (no sangue: 400 mg/dL – VN: 120 – 246 mg/dL);
citologia: 13 mil leucócitos com 90% de linfócitos, 10% de
monócitos e raras células mesoteliais; adenosina
deaminase (ADA): 50 UI/L (VN: até 40 UI/L).Diagnóstico
etiológico: tuberculose.Tratamento definitivo – isoniazida;
rifampicina; pirazinamida; etambutol.
N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 4
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo no Pronto-Socorro de um hospital de referência
em trauma.
CASO:
Sebastião, 35 anos, está sendo trazido pelo SAMU, que o atendeu
em via pública, após acidente de trânsito. Paciente estava sem cinto
de segurança e no banco da frente do veículo. Equipe de
paramédicos informa trauma torácico com múltiplas fraturas de
costelas. Foi realizada imobilização do paciente e punção de 2
acessos venosos calibrosos (jelco 14), por onde foram infundidos, até
o momento, 1.500 ml de solução cristaloide. No local do atendimento,
paciente mostrava-se consciente e orientado. No decorrer do
transporte, entretanto, apresentou rebaixamento do nível de
consciência. Na chegada ao PS, paciente não respondia às
solicitações. Pulsos não palpáveis.
ESTAÇÃO 4
TAREFAS – Realize na sequência e fale em voz alta:

1. Tome as condutas iniciais para o caso, conforme apresentado.


2. Com base nos dados relatados e relacionados ao exame físico,
estabeleça o provável diagnóstico e tratamento imediato
recomendado.
3. Após a estabilização, qual procedimento é esperado? Realize e
descreva a técnica em voz alta.

ESTAÇÃO 4
CHECKLIST
N P R

1. Espera-se que o aluno cheque o pulso (ausente) do


paciente (não responsivo), confirme o ritmo de AESP
(parâmetros que devem constar no monitor: FC: 65
bpm / PA: não detectado / SatO2: não detectada) e
realize as manobras de RCP:Iniciar massagem
cardíaca – 30 compressões/min.Intubação
orotraqueal.Administração de adrenalina – 1 mg IV a
cada 3-5 min.Checar pulso a cada 2 min.

2. Durante as manobras de RCP o avaliador informará


que o paciente apresenta instabilidade torácica à
esquerda e sinais de enfisema subcutâneo. Espera-se
que o aluno, ao receber essa informação estabeleça o
diagnóstico provável e realize a conduta adequada.HD
– pneumotórax hipertensivo.Conduta –
descompressão torácica com jelco calibroso (nº 14),
levando em consideração:Antissepsia.Colocação de
campos cirúrgicos.Punção do 5º EICE, anteriormente
à linha axilar média até atingir o espaço pleural, um
pouco anterior à linha axilar média.
ESTAÇÃO 4

3. Realizada a descompressão torácica e recuperados os


sinais vitais (FC: 85 bpm / PA: 110 x 75 mmHg /
SatO2: 96%), questionar ao aluno qual a próxima
conduta a ser tomada:Indicar e realizar a drenagem
torácica.Realizar o procedimento, levando em
consideração:Antissepsia.Colocação de campos
cirúrgicos.Incisão ao nível do 5° EICE, anteriormente à
linha axilar média, no mesmo local onde foi realizada a
punção.Localizar a borda superior da costela
inferior.Introduzir o tubo de drenagem e conectá-lo ao
sistema de drenagem em selo d’água.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)


P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 5
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo na Clínica Cirúrgica do Pronto-Socorro de um
hospital terciário.
CASO:
Sebastião Marinho, 62 anos, sexo masculino, chega ao serviço de
emergência com dor abdominal intensa de início súbito há cerca de
cinco horas, com náuseas, vômitos, sudorese e taquicardia.
Apresentando piora da dor com a alimentação ou uso de álcool e
quando deita de costas.
ESTAÇÃO 5
TAREFAS – Realize na sequência e fale em voz alta:

1. A anamnese.
2. O exame físico.
3. Solicite os exames necessários ao diagnóstico.
4. Estabeleça a hipótese diagnóstica, o diagnóstico diferencial e
as condutas terapêuticas.

ESTAÇÃO 5
CHECKLIST
N P R

1. Espera-se que o aluno realize a anamnese objetiva,


questione alergia medicamentosa (ausente), história
familiar (pais hipertensos diabéticos) e pessoal
pregressa (hipertenso, faz uso de amlodipina), hábitos
(etilismo crônico – 1/2 litro de aguardente/dia). Explore
as características da dor (como início, intensidade,
localização e irradiação) e dos sintomas associados
(vômitos, febre e sudorese).
ESTAÇÃO 5

2. Ao exame espera-se que o aluno investigue e detecte


que paciente se encontra em REG, lúcido, orientado,
levemente taquipneico, apirético, corado, desidratado
(+++/IV), anictérico, sudoreico, febril. Sem alterações
respiratórias e cardiovasculares. Extremidades: frias,
perfusão levemente diminuída e sem edema. Se
pesquisar FR: 24 ipm, FC: 125 bpm, PA: 95 x 65
mmHg, SatO2: 98% e Temp.: 37,9°C.Abdômen:
distendido (+/IV), simétrico; timpânico difusamente,
RHA diminuídos, muito doloroso espontaneamente em
andar superior, com irradiação dorsal. Palpação
superficial e profunda, dor mais em hipocôndrio
esquerdo, Murphy, Blumberg e Giordano negativos.

Aluno deve solicitar exames complementares e identificar o


seguinte nos resultados:Hemograma – leucocitose sem
desvio para esquerda (17.000 com bastões:
4%).Bioquímica – Na: 134 mg/dL; K: 3,4 mmol/L; glicemia:
180 md/dL; Ur: 55 mg/dL; Cr: 1,0 mg/dL;Gasometria arterial
– pH: 7,24; PO2: 80 mmHg; PCO2: 28 mmHg; HCO3: 18
mmol/L; BE: – 4 mmol/L; SatO2: 98%. Enzimas: lipase: 500
U/L; amilase: 800 U/L; LDH: 280 UI/L; TGO: 45 U/L; TGP:
50 U/L.TC de abdome: – inflamação e edema pancreático
e peripancreático, sem necrose.
HD: pancreatite.Caracterizar a gravidade pelos critérios de
Ransom e Balthazar Condutas:Oxigenoterapia por cateter
ou máscara.Instalação de soro fisiológico 0,9% – 2.000 ml
EV rápido + manutenção.Sondagem vesical para
monitorizar hidratação.Terapêutica sintomática:
antiemético, analgésico.Jejum, inibidor de bomba de
prótons e NPT.Antibioticoterapia (carbapenêmico,
quinolona e metronidazol).
N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =
ESTAÇÃO 6
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo na Clínica Cirúrgica do Pronto-Socorro de um
hospital terciário.
CASO:
O paciente José da Silveira Gomes, 48 anos, sexo masculino, chega
ao Pronto-Socorro a com dor abdominal intensa de início súbito em
região epigástrica há cerca de quatro horas, com náuseas, vômitos,
sudorese e taquicardia. Apresentando piora da dor com a
movimentação.
TAREFAS – Realize na sequência e fale em voz alta:

1. A anamnese.
2. O exame físico.
3. Solicite os exames necessários ao diagnóstico.
4. Estabeleça a hipótese diagnóstica, o diagnóstico diferencial e
as condutas terapêuticas.

ESTAÇÃO 6
CHECKLIST
N P R

1. Espera-se que o aluno realize a anamnese objetiva,


questione alergia medicamentosa (ausente), história
familiar (pais hipertensos) e pessoal pregressa
(portador de artrite, faz uso de anti-inflamatório),
hábitos (alimentação irregular, muito condimentada –
pimenta). Explore as características da dor (como
início, intensidade, localização e irradiação) e dos
sintomas associados (pirose, disfagia e plenitude pós-
prandial há cerca de 3 meses).
ESTAÇÃO 6

2. Ao exame espera-se que o aluno investigue e detecte


que paciente se encontra em REG, lúcido, orientado,
levemente taquipneico, apirético, hipocorado +/4+,
desidratado ++/4+, anictérico, sudoreico, afebril.
Vômitos com algum sangue presente. Sem alterações
respiratórias e cardiovasculares. Extremidades: frias,
perfusão levemente diminuída e sem edema. Se
pesquisar FR: 24 ipm, FC: 120 bpm, PA: 90 x 60
mmHg, SatO2: 92 % e Temp.: 36,6°C.Abdômen:
distendido (+/IV), tenso; timpânico difusamente, RHA
diminuído, muito doloroso espontaneamente com piora
ao movimentar-se. À palpação superficial e profunda,
doloroso difusamente com Blumberg positivo.

Aluno deve solicitar exames complementares e identificar o


seguinte nos resultados:Hemograma – leucocitose sem
desvio para esquerda (14.000 com bastões:
4%).Bioquímica – Na: 134 mg/dL; K: 3,4 mmol/L; Glicemia:
72 md/dL; Ur: 65 mg/dL; Cr: 1,0 mg/dL.Gasometria arterial
– pH: 7,24; PO2: 80 mmHg; PCO2: 28 mmHg; HCO3: 18
mmol/L; BE: – 4 mmol/L; SatO2: 98%; Enzimas: lipase: 100
U/L; amilase: 200 U/L; LDH: 130 UI/L; TGO: 45 U/L; TGP:
50 U/L.Rx de tórax e abdômen: imagem de ar em cúpula
infradiafragmática. Sinal de Riegler (+).TC de abdômen:
coleção contatando a parede gástrica posterior.
HD: úlcera péptica perfurada.Condutas: dieta zero;
hidratação; sonda vesical; SNG; bloqueador de bomba de
próton intravenoso; antibiótico de amplo espectro
(ampicilina / sulbactam ou piperacilina / tazobactam,
associados a metronidazol).Tratamento cirúrgico de
emergência.
N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 7
ESTAÇÃO 7
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo na Clínica Cirúrgica do Pronto-Socorro de um
hospital privado.
CASO:
Célia Silveira, 24 anos, sexo feminino, previamente hígida, chega ao
Serviço de Emergência com dor abdominal intensa, vômitos
incoercíveis, sudorese e taquicardia. Início súbito há cerca de duas
horas.
TAREFAS – Realize na sequência e fale em voz alta:

1. A anamnese.
2. O exame físico.
3. Solicite os exames necessários ao diagnóstico.
4. Estabeleça a hipótese diagnóstica, o diagnóstico diferencial e
as condutas terapêuticas.

ESTAÇÃO 7
CHECKLIST
N P R

1. Espera-se que o aluno realize a anamnese objetiva,


questione alergia medicamentosa (ausente), história
familiar (pais diabéticos e hipertensos) e pessoal
pregressa (sem doenças conhecidas), hábitos
(tabagista). Explore as características da dor (como
início, intensidade, localização e irradiação) e dos
sintomas associados (vômitos sudorese, taquicardia).
ESTAÇÃO 7

2. Ao exame espera-se que o aluno investigue e detecte


que paciente se encontra em BEG, lúcida, orientada,
levemente taquipnêica, apirética, corada, desidratada
++/4+, anictérica, sudoreica. Sem alterações
respiratórias e cardiovasculares. Extremidades:
perfundidas e sem edema. Se pesquisar FR: 24 ipm,
FC: 118 bpm, PA: 150 x 92 mmHg, SatO2: 98 % e
Temp.: 36,8°C.Abdômen: plano e simétrico, timpânico
difusamente, RHA mantidos, muito doloroso
difusamente, mais em flanco e FID à palpação
superficial e profunda, nega lombalgia espontânea,
Giordano (+) à direita.

Aluno deve solicitar exames complementares e identificar o


seguinte nos resultados:Hemograma – sem
alterações.Bioquímica – Na: 136 mg/dL; K: 3,5 mmol/L; Ur:
55 mg/dL; Cr: 1,0 mg/dL.Gasometria arterial – pH: 7,45;
PO2: 80 mmHg; PCO2: 32 mmHg; HCO3: 25 mmol/L; BE:
+2 mmol/L; SatO2: 98%. EAS: pH = 7,8; densidade =
1.028; Hemoglobina = +++; Hemácias = numerosas;
leucócitos = 2; flora bacteriana = ausente; nitrito =
negativo ; proteína = negativo; cristais = carbonato de
cálcio.USG renal: hidronefrose à direita.TC de abdômen:
cálculo em ureter intramural vesical direito.
HD: Cólica nefrética / litíase ureteral
Condutas:Hidratação.Sonda vesical.Analgesia.Encaminhar
para avaliação urológica.
N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 8
FICHA DE AVALIAÇÃO
ESTAÇÃO 8
CENÁRIO:
Você está atendendo na Clínica Cirúrgica do Pronto-Socorro de um
hospital privado.
CASO:
Maria Aparecida, 46 anos, admitida com história de que há 15 meses
apresentou vários episódios de dor à evacuação e diarreia, às vezes
com sangue vivo. Durante essas crises relata ocorrência de febre
diária e intensa astenia. A partir de então, os sintomas intestinais
passaram a evoluir com características de surtos e remissões. Refere
surgimento, neste período, de algumas lesões nos MMII.
TAREFAS – Realize na sequência e fale em voz alta:

1. A anamnese.
2. O exame físico.
3. Solicite os exames necessários ao diagnóstico.
4. Estabeleça a hipótese diagnóstica, o diagnóstico diferencial e
as condutas terapêuticas.

ESTAÇÃO 8
CHECKLIST
N P R

1. Espera-se que o aluno realize a anamnese objetiva,


questione alergia medicamentosa (ausente), história
familiar (falecidos de causa natural) e pessoal
pregressa (sem doenças conhecidas), hábitos
(sedentário). Explore as características dos sintomas
(como início, intensidade, localização e irradiação da
dor) e dos sintomas associados (fraqueza e perda de
peso (6 kg) desde o início dos sintomas).
ESTAÇÃO 8

2. Ao exame espera-se que o aluno investigue e detecte


que paciente se encontra em BEG, orientada,
hidratada, anictérica, descorada (+/IV), afebril e
acianótica. Sem alterações respiratórias e
cardiovasculares. Extremidades: perfundidas e com
edema (++/IV). Se pesquisar FR: 16 ipm, FC: 92 bpm,
PA: 120 x 75 mmHg, SatO2: 98 % e Temp.: 36,8°C
Abdômen: plano e simétrico; timpânico difusamente,
RHA mantidos, flácido, pouco doloroso à palpação
profunda em fossa ilíaca esquerda. Sem VCM. Traube
livre. Pequeno sangramento ao toque retal.

3. Aluno deve solicitar exames complementares e


identificar o seguinte nos resultados:Hemograma –
anemia (Hb: 9,6 g/dL; Ht: 30,2%).Bioquímica – Na: 135
mg/dL; K: 3,2 mmol/L; Ur: 77 mg/dL; Cr: 1,8
mg/dL.PCR: 12 mg/L; VHS: 25 mm.Sorologias para
hepatite: negativas.Retossigmoidoscopia /
colonoscopia: mucosa retal e colônia edemaciada e
friável. Úlceras e depósito de fibrina, com sinais de
sangramento recente em todo o trajeto do cólon.

4. HD: Retocolite ulcerativa Condutas:Hidratação


Orientação de dieta (pobre em fibras,
laticínios).Suplementação de cálcio e vitamina D.Tratar
com sulfasalazina e prednisona.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)


P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 9
ESTAÇÃO 9
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo na Clínica Cirúrgica do Pronto-Socorro de um
hospital terciário.
CASO:
Joana Pereira, 54 anos, vítima de acidente automobilístico, foi
diagnosticada com hemotórax à esquerda e submetida à drenagem
torácica. Após 4 dias, o dreno foi retirado, mas a paciente evoluiu
com febre e dor torácica. Após 13 dias foi submetida a TC de tórax e
abdômen que evidenciaram empiema torácico esquerdo e imagem
abdominal sugestiva de hematoma periesplênico. Não foi identificado
líquido livre em cavidade abdominal. Submetida a decorticação
pulmonar esquerda por videotoracoscopia, evoluindo com aparente
resolução do quadro. Após 2 dias da cirurgia, apresentava-se em
bom estado geral, apto a receber alta da UTI, quando evolui com
hipotensão severa e sudorese fria.
TAREFAS – Realize na sequência e fale em voz alta:

1. A anamnese.
2. O exame físico.
3. Solicite os exames necessários ao diagnóstico.
4. Estabeleça a hipótese diagnóstica, o diagnóstico diferencial e
as condutas terapêuticas.

ESTAÇÃO 9
CHECKLIST
N P R
ESTAÇÃO 9

1. Espera-se que o aluno realize a anamnese objetiva,


questione alergias (ausente), história familiar (pai
diabético) e pessoal pregressa (sem doenças
conhecidas), hábitos (alimentação equilibrada e faz
exercício regularmente). Explore as características dos
sintomas (tontura, sudorese fria) e dos sintomas
associados (fraqueza e choque).

2. Ao exame espera-se que o aluno investigue e detecte


que a paciente se encontra em REG, lúcida, orientada,
levemente taquipnêica, apirética, descorada ++/IV,
desidratada ++/IV, anictérica. Sem alterações
respiratórias e cardiovasculares. Extremidades:
perfundidas e com edema (+/IV). Se pesquisar FR: 25
ipm, FC: 120 bpm, PA: 95 x 55 mmHg, SatO2: 92 % e
Temp.: 36,5°C.Abdômen: distendido e simétrico;
timpânico difusamente, RHA diminuídos, flácido, pouco
doloroso à palpação superficial. Sem VCM. Traube
livre. Sem sinais de irritação peritoneal.

Aluno deve solicitar exames complementares e identificar o


seguinte nos resultados:Hemograma – anemia (Hb: 7,2
g/dL; Ht: 22%).Bioquímica – sem alterações.Gasometria:
pH: 7,28; PO2: 78 mmHg; PCO2: 45 mmHg; HCO3: 16
mmol/L; SatO2: 90%.Coagulação: TP: 55%; TTPA: 50 seg;
INR: 2,5.TC de abdômen: líquido livre em cavidade
abdominal.
HD: Hemoperitôneo / sangramento
periesplênico.Condutas:Hidratação.Hemotransfusão.Aminas
vasoativas.Monitorização: PVC, PAI, sondagem
vesical.Indicar laparotomia exploradora.
N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =
ESTAÇÃO 10
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo na Clínica Cirúrgica do Pronto-Socorro de um
hospital terciário.
CASO:
Maria Odete, 64 anos, admitida na emergência com queixa de tosse e
dispneia. Refere ser portadora de problemas cardíacos e faz uso
regular de losartana (50 mg/dia), captopril 50 mg/dia (dose
recentemente aumentada por seu cardiologista), varfarina (5 mg
VO/dia) e AAS (100 mg/dia). Fez exames recentes, mas esqueceu
em casa. Refere que diminuiu a quantidade de urina nas últimas 12
horas.
TAREFAS – Realize na sequência e fale em voz alta:

1. A anamnese.
2. O exame físico.
3. Solicite os exames necessários ao diagnóstico.
4. Estabeleça a hipótese diagnóstica, o diagnóstico diferencial e
as condutas terapêuticas.

ESTAÇÃO 10
CHECKLIST
N P R

1. Espera-se que o aluno realize a anamnese objetiva,


questione alergias (ausente), história familiar (pai
diabético) e pessoal pregressa (sem doenças
conhecidas), hábitos (alimentação equilibrada e faz
exercício regularmente). Explore as características dos
sintomas (tontura, sudorese fria) e dos sintomas
associados (fraqueza e choque).
ESTAÇÃO 10

2. Ao exame espera-se que o aluno investigue e detecte


que paciente se encontra em REG, lúcida, orientada,
levemente taquipnêica, apirética, descorada ++/IV,
desidratada ++/IV, anictérica. Sem alterações
respiratórias e cardiovasculares. Extremidades:
perfundidas e com edema (+/IV). Se pesquisar FR: 25
ipm, FC: 120 bpm, PA: 95 x 55 mmHg, SatO2: 92 % e
Temp.: 36,5°C.Abdômen: distendido e simétrico;
timpânico difusamente, RHA diminuídos, flácido, pouco
doloroso à palpação superficial. Sem VCM. Traube
livre. Sem sinais de irritação peritoneal.

Aluno deve solicitar exames complementares e identificar o


seguinte nos resultados:Hemograma – anemia (Hb: 7,2
g/dL; Ht: 22 %).Bioquímica – sem alterações.Gasometria:
pH: 7,28; PO2: 78 mmHg; PCO2: 45 mmHg; HCO3: 16
mmol/L; SatO2: 90%.Coagulação: TP: 55%; TTPA: 50 seg;
INR: 2,5.TC de abdômen: líquido livre em cavidade
abdominal.
HD: Hemoperitôneo / sangramento
periesplênico.Condutas:Hidratação.Hemotransfusão.Aminas
vasoativas.Monitorização: PVC, PAI, sondagem
vesical.Indicar laparotomia exploradora.
N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =
CAPÍTULO 8

OSCE na Medicina Preventiva


Autora
Kátia Paula de Araújo

O que você irá ver neste capítulo


Abordagem dos Principais Temas
Exemplos de Cenários e Estações
1. ABORDAGEM DOS PRINCIPAIS
TEMAS.
O OSCE na Medicina Preventiva (MP) pode ser
extremamente abrangente, avaliando questões de
conhecimento sobre conceitos básicos de epidemiologia,
com enfoque para os temas de uso corrente na descrição
dos danos ou agravos à saúde das populações, utilizando os
fundamentos teóricos, metodológicos e técnicos do
conhecimento epidemiológico e da bioestatística nos vários
cenários da prática, em especial, na forma de aplicá-los nos
serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo
possível solicitar a construção e a interpretação de índices e
indicadores epidemiológicos do processo saúde-doença; o
desenvolvimento de planos amostrais para inquéritos
epidemiológicos de base populacional e a compreensão e o
uso de medidas de posição e variabilidade na descrição de
dados epidemiológicos, além da interpretação dos eventos
relacionados à saúde nas dimensões temporal e espacial e
nas características ligadas às pessoas, ou seja, identificar e
analisar os impactos, as barreiras, o alcance e os desafios
das redes de informação e comunicação em saúde por meio
do conhecimento dos fundamentos e a história da
Epidemiologia.
Outros temas que podem ser cobrados em um OSCE de
MP são: os fundamentos do processo saúde-doença; os
aspectos históricos da reforma sanitária brasileira; os
aspectos teóricos e práticos dos modelos de atenção à
saúde, a estruturação histórica e jurídico-institucional do
SUS; os aspectos históricos, as concepções políticas
públicas e os modelos tecnoassistenciais da Atenção
Primária à Saúde (APS) e as questões relacionadas à
gestão.
Assim, é importante recordar conceitos, tais como os da
divisão da epidemiologia em:

Epidemiologia descritiva com suas três variáveis


principais, da pessoa (sexo, idade, comorbidade,
etnia, local de moradia, doenças), do tempo (em que
momento do tempo a doença ocorre – se inverno,
verão etc.) e do local (lugar geográfico em que ocorre
– bairro, creche, cidade, continente, mundo). Os
estudos são transversais, de prevalência ou
descritivo, e lhe possibilitam fazer o cálculo da razão
de prevalência.1
Epidemiologia analítica é aquela que responde os
porquês. Por que o fato ocorre, por que o fator de
risco desenvolve esta doença, por que o tratamento é
bom para a saúde da população? Os estudos são
analíticos, caso controle, coorte, ensaio clínico,
ensaio clínicos randomizados e lhe permitem fazer o
cálculo do risco relativo.1

Devemos relembrar a relação, a dinâmica de transmissão e


distribuição de doenças e na epidemiologia descritiva
variável diferenciar as variações cíclicas, históricas e
esporádicas.
Atentar para os conceitos de endemia e epidemia e
pandemia.
Diferenciar estudo transversal de seccional e lembrar os
estudos de coorte, que são prospectivos e o risco relativo.
É essencial ter clareza em conceitos de sensibilidade,
especificidade, valor preditivo e acurácia, visto serem de fácil
cobrança na prática em virtude dos testes e exames.
São também importantes os conceitos de vigilâncias em
saúde: vigilância epidemiológica de agravos transmissíveis e
não transmissíveis, vigilância à saúde do trabalhador,
vigilância em saúde ambiental, vigilância sanitária, e
vigilância da situação em saúde.
É sempre cobrado o conceito de vigilância epidemiológica,
que é o conjunto de ações que proporciona o conhecimento
a detecção ou a prevenção de qualquer mudança nos
fatores condicionantes à saúde individual ou coletiva, com a
finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção
e controle das doenças,2, 3 apresentando variadas ações. É
uma ciência investigativa.
Lembremos os conhecimentos primordiais sobre o SUS e
sua finalidade, com o uso de imagem de núcleo comum
(único), que concentra princípios doutrinários, uma forma de
organização e operacionalização, com os princípios
organizativos.
São de suma importância os Princípios Doutrinários:
universalidade, equidade, integralidade; temos por hábitos
de chamá-los de princípios de sonhos, visto a grande
dificuldade de atingi-los em sua plenitude.4
Também devemos enfatizar os Princípios Organizativos.
Para organizar o SUS considera-se a ideia de seguridade
social e relevância pública e existem algumas diretrizes que
orientam o processo. Na verdade, trata-se de formas de
concretizar o SUS na prática e são eles regionalização e
hierarquização, resolubilidade, descentralização,
participação popular e complementariedade do setor
privado.4
Pensamos agora nos níveis de prevenção da saúde:
prevenção primária, secundária e terciária; para esta
classificação a história natural da doença, onde o período de
pré-patogênese, em que a pessoa não tem doença, e o
período de patogênese, no qual alterações teciduais e
sintomas já estão estabelecidos e nos levam de forma fácil
ao raciocínio. O nível de prevenção quaternária não faz
parte da história natural da doença, mas é muito cobrado;
trata-se de não fazer iatrogenia, não realizar exames
diagnósticos e medidas terapêuticas desnecessárias.
A menina dos olhos da preventiva a Atenção Primária à
Saúde (APS), que é focada no lugar, é o nível de atenção,
definida como estratégia para atingir a universalidade e a
equidade, e no Brasil optou-se como estratégia prioritária a
Estratégia de Saúde da Família (ESF), política de Estado
para atendimento. É a resposta brasileira às recomendações
de Alma Ata, onde a Medicina de Família e Comunidade
(MFC) é a especialidade fundamental, a ser exercida com
foco na atenção primária e sendo regida pelos quatro
princípios fundamentais – acesso ou primeiro contato,
coordenação do cuidado, integralidade, longitudinalidade – e
os três atributos derivados – orientação para família,
orientação para comunidade e competência cultural.
Na MFC entende-se a pessoa como um todo e a atuação é
com a abordagem centrada na pessoa; utiliza-se de
instrumentos de avaliação práticos como genograma ou
árvore familiar – instrumento de avaliação de paciente e sua
família, linhas de transmissão entre as gerações e o
ecomapa – desenho complementar ao genograma na
compreensão da composição das estruturas intrafamiliares e
o meio que cerca a família, por meio dos seus pontos de
suporte – igreja, trabalho, vizinhos, serviços de saúde e
outros.
Um dos importantes conceitos utilizados na ESF é a
atenção domiciliar. Ela é o conjunto de ações integradas à
saúde, que ocorre no domicílio e é dividido em assistência,
vigilância, atendimento, internação e acompanhamento
domiciliar.
Devemos ainda ter em mente as possíveis composições
das equipes de saúde da família, que vem tendo variações
ao longo dos anos em virtude das necessidades da
população.
Temas de Medicina Preventiva podem ser inseridos e
cobrados em um OSCE específico da especialidade, mas
seus conceitos e usos são tão amplos, que eles podem ser
cobrados a qualquer momento em OSCEs das clínicas
básicas. Por isso, como já devem saber, “é melhor prevenir
do que remediar”.
2. EXEMPLOS DE CENÁRIOS E
ESTAÇÕES
Apresentaremos a seguir estações elaboradas com os
temas relacionados:
ESTAÇÃO 1
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo em uma Unidade Básica de Saúde.
CASO:
Mario Souza, de 63 anos, diabético há 5 anos, com controle
insatisfatório da glicemia, não segue regularmente a
prescrição médica de antidiabetogênicos orais. Chegou à
UBS em demanda espontânea, solicitando atendimento em
equipe diversa à sua, devido ao fato de sua equipe estar
sem médico no dia de hoje. A técnica de enfermagem lhe
informa sobre o caso e deseja saber se pode realizar o
encaixe do atendimento.
TAREFAS – ale em voz alta e realize:

1. Quais os princípios do SUS você utiliza para nortear


sua decisão de atender esse paciente.
2. A anamnese e demonstre o exame físico.
3. A conduta adequada e demonstre as medidas a serem
tomadas.

ESTAÇÃO 1
CHECKLIST
N P R
ESTAÇÃO 1

1. Espera-se que o aluno considere o princípio


da universalidade e equidade, mesmo que
sinta estar ferindo o princípio da
regionalização.

2. O aluno deve proceder anamnese completa


considerando os princípios da medicina,
saúde e comunidade, recordando que
apenas a abordagem com foco na doença é
uma estratégia insuficiente para o manejo do
caso.Ao exame clínico, deverá ser observado
apenas aumento do fígado, que pode ser
palpado a 3 cm do rebordo costal direito,
com superfície lisa e sem alterações de
consistência. Não foram encontradas
alterações correspondentes no fundo de
olho, e os pulsos periféricos estavam
normais.
ESTAÇÃO 1

3. Aguarda-se que o aluno solicite novos


exames complementares, realize a
prescrição de dieta, exercícios físicos e uso
contínuo da terapêutica farmacológica,
oriente familiares e equipe quanto à
necessidade de vigilância e apoio ao caso,
com posterior contato com a equipe da área
do paciente para uso de instrumentos de
avaliação como genograma, ecomapa e
projeto terapêutico singular.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)


P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 2
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo em uma Unidade Básica de Saúde
numa zona rural de difícil acesso.
ESTAÇÃO 2
CASO:
A Agente Comunitária de Saúde (ACS) chega durante turno
de atendimento vespertino com Joana Faria, de 8 anos,
acompanhada de sua mãe. Elas são moradoras da área de
abrangência da equipe. Seu enfermeiro está de folga, e
você escuta do consultório a ACS discutindo com a técnica
de enfermagem sobre o caso. A ACS relata que durante a
visita domiciliar descobriu que Joana tem apresentado febre
alta há 6 dias, dor de cabeça e dor no corpo, e por isso fez
com que a mãe levasse a criança para atendimento. A
agenda de atendimento estava cheia e no momento você
está atendendo os pacientes do grupo de diabéticos, e
todas as consultas são de rotina. A técnica de enfermagem,
sem falar com você, avisa a ACS que a agenda está cheia e
que ainda tem quatro pacientes para atendimento, e que
você não vai atender a criança.
TAREFAS – Fale em voz alta:

1. Qual a decisão a ser tomada e como proceder.


2. Qual a sua condução completa para o caso.
3. Quais os princípios do SUS você utiliza para nortear
sua decisão.

ESTAÇÃO 2
CHECKLIST
N P R
ESTAÇÃO 2

1. O aluno deve manifestar que é preciso


intervir no caso e informar que vai atender a
criança, o atendimento deve ser conforme
classificação de risco e antes dos
atendimentos de rotina, proceder anamnese
e exame físico completos.

2. Espera-se que o avaliado realize o exame


físico, que ocorrerá sem maiores alterações,
e realize a prova do laço, que será negativa.
Que solicite teste rápido de dengue e oriente
familiares e equipe quanto à necessidade de
vigilância, com ênfase aos sinais de alerta;
recorde qual o hospital de referência em
caso de necessidade, prescreva medicações,
proceda o preenchimento da ficha de
notificação compulsória e a informação
imediata à Vigilância Epidemiológica da área
sobre o caso suspeito.

3. Espera-se que o aluno considere o princípio


da universalidade, equidade e
regionalização.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)


P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =
ESTAÇÃO 3
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo em uma equipe de atendimento
prisional feminino.
CASO:
Jaciara, de 28 anos, solicitou o atendimento à equipe por
estar com medo de estar com IST. O medo decorre do fato
de várias outras colegas do presídio terem sido
diagnosticadas com sífilis e HIV, e ela relata que há vários
anos não vai a uma consulta médica. Ao exame físico de
Jaciara não se encontra alterações.
A equipe do presídio lhe apresenta um estudo realizado no
ano anterior, o qual investigou a prevalência de infecção
pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e sífilis em
todas as mulheres do presídio, onde foi identificado uma
associação estatisticamente significativa entre alguns
indicadores socioeconômicos e a frequência desses
agravos. Mesmo com o resultado desse estudo, não foi
tomada nenhuma providência, pois o presídio estava sem
médico em sua equipe, até a sua chegada.
TAREFAS – Fale em voz alta:

1. A anamnese e se precisa de algum exame.


2. Qual a conduta global nesse caso.
3. Qual o desenho do estudo apresentado.

ESTAÇÃO 3
CHECKLIST
N P R
ESTAÇÃO 3

1. O aluno deve proceder anamnese completa


considerando os princípios da medicina,
saúde e comunidade, ressaltando os
antecedentes ginecobstétricos, e levantar
possíveis parceiros. Espera-se que o aluno
solicite exames complementares, ressaltando
Papanicolau, teste rápido de sífilis e anti-HIV.

2. Deverá informar à equipe que devem fazer o


levantamento de todas as pacientes positivas
para tratamento e questionar sobre as
notificações compulsórias para sífilis. Caso
não tenham sido feitas, providenciá-las. Falar
sobre a necessidade de terem um
planejamento para atividades educativas
sobre o tema para a população prisional.

3. O estudo é do tipo seccional ou transversal.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)


P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 4
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo em um consultório.
ESTAÇÃO 4
CASO:
João Bastos, de 66 anos, foi ao consultório por ter lido um
estudo prospectivo que foi realizado com um grupo grande
de participantes expostos e não expostos a determinados
fatores de risco. Esse estudo foi desenhado com o objetivo
de identificar os fatores que contribuem para o
desenvolvimento de doenças cerebrovasculares, após
período longo de tempo. Como tem hipertensão, diabetes e
é obeso, achou melhor se consultar. Relata ainda que
resolveu pagar a consulta, pois como é o dono da
panificadora do bairro, seu atendimento na equipe de saúde
foi negado, mediante a alegação que “ele era rico”.
TAREFAS – Fale em voz alta:

1. A anamnese e demonstre o exame físico. Relate a


conduta.
2. Quais princípios do SUS a equipe feriu ao negar o
atendimento.
3. Como é classificado o tipo de estudo que João relatou.

ESTAÇÃO 4
CHECKLIST
N P R
ESTAÇÃO 4

1. O aluno deve proceder anamnese completa


considerando os princípios da medicina,
saúde e comunidade, recordando que
apenas a abordagem com foco na doença é
uma estratégia insuficiente para o manejo do
caso. Solicitar exames complementares,
realizar a prescrição de dieta, exercícios
físicos e uso contínuo da terapêutica
farmacológica.

2. Princípio da Universalidade.

3. Estudo de coorte.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)


P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 5
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo em pronto-socorro de um hospital
terciário.
ESTAÇÃO 5
CASO:
Gesmine, 42 anos, vem ao pronto-socorro de um hospital
terciário por não ter conseguido atendimento no hospital de
referência próximo à sua residência. Apresenta corte em
mão direita, que ocorreu há cerca de 90 minutos. O corte
não está sangrando, mas ela relata que foi profundo e foi
causado por faca enferrujada que estava no galpão de sua
chácara. Gesmine está muito nervosa pelos acontecimentos
e principalmente por não ter sido atendida antes.
TAREFAS – Fale em voz alta:

1. Quais princípios do SUS deixaram de ser


contemplados pelo fato de Gesmine não ter sido
atendida no hospital de referência, e a classificação
desses princípios.
2. A anamnese e demonstre o exame físico.
3. A conduta adequada.

ESTAÇÃO 5
CHECKLIST
N P R

1. O princípio organizativo da regionalização e


hierarquização.
ESTAÇÃO 5

2. O aluno deve proceder anamnese focada na


queixa, em virtude do ambiente de pronto-
socorro, e recordar o estado vacinal da
paciente. Ao exame clínico, deverá ser
observada apenas lesão perfurocortante não
sangrante de cerca de 3 cm.

3. Realizar a lavagem exaustiva da ferida,


prescrição de sintomáticos e prescrição de
medidas preventivas ao tétano, conforme
estado vacinal da paciente.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)


P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 6
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo em uma Unidade Básica de Saúde.
ESTAÇÃO 6
CASO:
Maíra, de 64 anos, diabética, sempre retorna à Unidade de
Saúde com queixas diversas. Em uma consulta agendada
refere muitas dores no corpo, dificuldade para dormir,
sensação de sufocamento ao deitar, dor inespecífica no
baixo-ventre, secreção vaginal branca, tipo coalhada, e
prurido vaginal. Está incomodada, pois é cuidadora de um
neto de 6 anos, que não lhe obedece. Deseja realizar
exames para saber qual é o problema com sua saúde.
TAREFAS – Fale em voz alta:

1. Sua avaliação do caso, considerando a Medicina


Centrada na Pessoa (MCP) e a sua importância na
qualificação da entrevista clínica.
2. A anamnese e demonstre o exame físico.
3. A conduta adequada.

ESTAÇÃO 6
CHECKLIST
N P R

1. O aluno deve relatar que casos complexos


como este podem ser trabalhados em
múltiplos encontros, priorizando as
demandas mais urgentes para serem
trabalhadas primeiramente.
ESTAÇÃO 6

2. Deve proceder anamnese completa


considerando os princípios da medicina,
saúde e comunidade, recordando que
apenas a abordagem com foco na doença é
uma estratégia insuficiente para o manejo do
caso. Ao exame clínico, deverá ser
observado apenas vulva discretamente
eritematosa, secreção vaginal
esbranquiçada, grumosa e sem odor.

3. Espera-se que o aluno solicite novos exames


complementares, realize a prescrição de
dieta, exercícios físicos e uso contínuo da
terapêutica farmacológica, oriente familiares
e equipe quanto à necessidade de vigilância
e apoio ao caso.Além disso, utilize os
instrumentos de avaliação, como genograma,
ecomapa e projeto terapêutico singular, que
faça o diagnóstico e prescreva o tratamento
para candidíase vaginal.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)


P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 7
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo em uma Unidade Básica de Saúde.
ESTAÇÃO 7
CASO:
Joaquim, de 10 anos, vem encaminhado pela escola da
área, com quadro clínico de dificuldade de relacionamento
com seus pares, associado a um declínio do desempenho
escolar. A mãe relata que teve gravidez sem intercorrências
e o parto transcorreu sem problemas, porém admite ter feito
uso de tabaco durante a gravidez. O desenvolvimento
neuropsicomotor completou-se sem atrasos, fala e
linguagem quantitativa e qualitativamente normais. Relata
que o filho sempre foi assim, imaturo, parece não aprender
com as experiências, envolve-se com brincadeiras
perigosas e as crianças evitam brincar com ele. Também se
mostra lábil emocionalmente, não tolera as frustrações e é
muito desorganizado com seus pertences. Sono e
alimentação sem distúrbios. Seu pai é usuário de
substâncias ilícitas e encontra-se preso.
Ao exame psíquico, mostra-se bem apresentado;
consciente; orientado; com atenção espontânea aumentada
e voluntária diminuída; memória preservada; inteligência
dentro do esperado; linguagem, pensamento e discurso
normais; sem alterações da sensopercepção; eutímico;
afeto congruente com o humor e pragmatismo normais.
Psicomotricidade aumentada e crítica diminuída.
TAREFAS – Fale em voz alta:

1. Qual princípio do SUS pressupõe a relação com a


escola.
2. Qual a principal hipótese diagnóstica.
3. A conduta adequada e demonstre as medidas a serem
tomadas, quanto ao paciente, aos familiares e à
equipe.

ESTAÇÃO 7
ESTAÇÃO 7
CHECKLIST
N P R

1. O princípio da integralidade pressupõe a


intersetorialidade.

2. Os sintomas descritos no caso clínico são


derivados da tríade do TDAH – desatenção,
hiperatividade e impulsividade –, sendo
confirmado pelo exame psíquico. O
diagnóstico do TDAH é eminentemente
clínico, dispensando qualquer avaliação de
imagem ou funcional.

3. O aluno deve recordar que apenas a


abordagem com foco na doença, é uma
estratégia insuficiente para o manejo do
caso. Orientar familiares e equipe quanto à
necessidade de vigilância e apoio ao caso,
fazer uso de instrumentos de avaliação como
genograma, ecomapa e projeto terapêutico
singular. Prescrição medicamentosa e
resposta formal à escola.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)


P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =
ESTAÇÃO 8
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo em uma Unidade Básica de Saúde
(UBS).
CASO:
Maria, de 50 anos, chega à UBS dizendo que é vizinha
desta Unidade e que necessita de consulta. A técnica de
enfermagem, vendo que Maria não é cadastrada na
unidade, diz que não é permitida a consulta, mas que vai
solicitar a visita do agente comunitário de saúde para
cadastramento. Após 3 dias, chega novamente na UBS com
tontura e mal-estar, sendo colocada para atendimento
médico. Nega ser hipertensa, vem sofrendo com ondas de
calor, intensa tristeza desde que seu esposo morreu há 1
ano, e diz estar passando dificuldades com o único filho,
que é homossexual e soropositivo (HIV). Há 5 anos não
passa por qualquer avaliação médica. Refere ter convênio
médico e alega ter boa saúde, por isso nunca fez cadastro
na UBS.
TAREFAS – Fale em voz alta:

1. Quais princípios do SUS você utiliza para nortear


justificar as atitudes com essa paciente, inclusive da
técnica de enfermagem.
2. A anamnese e demonstre o exame físico.
3. A conduta adequada e demonstre as medidas a serem
tomadas, quanto ao paciente, aos familiares e à
equipe.

ESTAÇÃO 8
CHECKLIST
ESTAÇÃO 8
N P R

1. Espera-se que o aluno considere que pelo


princípio doutrinário da universalidade a
paciente deveria ter sido atendida. A técnica
de enfermagem tomou sua atitude com base
no princípio organizativo da
regionalização.Mesmo tendo convênio
médico, o princípio da equidade não pode
ser utilizado para negar atendimento à
paciente.

2. O aluno deve proceder anamnese completa


considerando os princípios da medicina,
saúde e comunidade. Ao exame clínico, PA:
170X90 mmHg, FC: 100 bpm, rítmico,
fundoscopia sem alterações, sem demais
alterações ao exame físico. ECG com ritmo
sinusal, eixo QRS -30 graus, sem alterações
isquêmicas agudas, com sobrecarga de
ventrículo esquerdo.

3. Espera-se que o aluno solicite novos exames


complementares, realize a prescrição de
dieta, de exercícios físicos, da terapêutica
farmacológica necessária e ofereça
acompanhamento na UBS, onde será
centralizado o cuidado dos diversos
problemas identificados.
ESTAÇÃO 8
N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 9
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo em uma Unidade Básica de Saúde
(UBS).
CASO:
Ana Maria, 37 anos, ensino fundamental incompleto, dona
de casa, moradora da área de abrangência da equipe, há 6
meses vem sentindo cansaço, fraqueza, sem ânimo para as
atividades diárias, com uma perda de 7 kg em 3 meses. Diz
estar muito triste, pois o marido perdeu o emprego há 6
meses. Não tem feito as coisas que gosta. Não se importa
mais em não ver novela. Diz que não consegue prestar
atenção em nada e não se lembra bem das coisas. Não
consegue dormir direito. Procura a UBS e consegue ser
consultada no mesmo dia. Chora durante a consulta,
relatando problemas com o marido, que voltou a beber
demais. Relata também saudades do filho, que não vê há 10
meses, porque ele mora no Novo Gama em Goiás, e diz que
está preocupada com ele por conta da escalada de violência
naquela cidade. Acredita que não é uma boa mãe e que o
filho não gosta dela, declara não ver mais sentido em viver.
ESTAÇÃO 9
TAREFAS – Fale em voz alta:

1. Qual a abordagem diagnóstica para essa paciente e


como proceder dentro do papel do Médico de Família
e Comunidade.
2. A conduta adequada e demonstre as medidas a serem
tomadas.

ESTAÇÃO 9
CHECKLIST
N P R

1. O aluno deve proceder anamnese completa


e exame físico (sem alterações),
considerando os princípios da medicina,
saúde e comunidade, recordando que
apenas a abordagem com foco na doença é
uma estratégia insuficiente para o manejo do
caso.

2. Espera-se que o aluno oriente os familiares e


a equipe quanto à necessidade de vigilância
e apoio ao caso, Considere o diagnóstico de
transtorno do humor e avalie a gravidade,
considerando o risco suicida. Leve o caso ao
matriciamento, solicitando parecer do
psiquiatra e do assistente social, na tentativa
de melhora das condições familiares.
ESTAÇÃO 9
N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)
P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =

ESTAÇÃO 10
FICHA DE AVALIAÇÃO
CENÁRIO:
Você está atendendo em uma Unidade Básica de Saúde da
zona rural.
CASO:
Daniela, de 11 anos, vem à UBS acompanhada de sua mãe,
após alguns anos sem frequentar consultas ou receber
vacinas. Não tem queixas. A mãe informa estar com a
caderneta de saúde da filha. Daniela mora e estuda na área
de abrangência da equipe há 4 anos.
TAREFAS – Fale em voz alta:

1. Em que nível as ações realizadas neste caso estariam


considerando as classificações de níveis de prevenção
a saúde.
2. A anamnese e demonstre o exame físico.
3. A conduta adequada e demonstre as medidas a serem
tomadas.

ESTAÇÃO 10
CHECKLIST
N P R
ESTAÇÃO 10

1. Nível primário. Espera-se que seja valorizado


o fato de a mãe relatar estar com o cartão e
a situação vacinal deve ser avaliada.

2. O aluno deve proceder anamnese completa


considerando os princípios da medicina,
saúde e comunidade. Ao exame clínico
completo sem alterações.

3. Espera-se que o aluno solicite exames


complementares, oriente familiares e equipe
quanto à necessidade de vigilância e apoio
ao caso, converse com a equipe sobre a
necessidade de intensificar ações na escola,
no sentido de evitar novos casos de não
avaliação de adolescentes.Sobre a situação
vacinal receber esquema vacinal para HPV:
três doses com intervalo de 6 meses entre
elas, receber reforço da vacina dupla
bacteriana do tipo adulto (dT), pois foi
vacinada pela última vez aos 4 anos. Deve
receber uma dose da vacina tríplice viral,
pois foi vacinada uma vez aos 12 meses de
idade.

N = NÃO REALIZADO (ABAIXO DE 50%)


P = PARCIALMENTE REALIZADO (50% A 99%)
R = REALIZADO (100%)
Menção =
Referências
1. Secretaria de Vigilância em Saúde. Ministério da Saúde do
Brasil. Tipos de estudos epidemiológicos: conceitos básicos e
aplicações na área do envelhecimento. Epidemiol. Serv.
Saúde 2003 dez. (Brasília); 12(4).
2. Brasil. Lei n. 8. 080 de 19 de setembro de 1990 [acesso em
2020 jul. 8]. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm.
3. Brasil. Decreto n. 7.508, de 28 de junho de 2011 [acesso em
2020 jul. 8]. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-
2014/2011/Decreto/D7508.htm.
4. SUS – Sistema Único de Saúde. Princípios e Diretrizes
[acesso em 2020 jul. 8]. Disponível em:
https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/medi
cina/sus-principios-e-
diretrizes/38572#:~:text=Resolubilidade%3A%20%C3%89%20
a%20exig%C3%%20%20%20%20%20%20%20%20%20AAnc
ia%20de,complexidade%20quando%20n%C3%A3o%20for%2
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Table of Contents
Capa
Rosto
Créditos
Autor
Dedicatória
Autores Colaboradores - Professores
Agradecimentos
Sumário
Prefácio
1. Desmistificando o OSCE
Histórico
Descrição do método
Conteúdo
Vantagens e desvantagens
2. As Estações
O que se espera encontrar numa estação
A simulação realística e o OSCE
3. O que é avaliado no OSCE
Princípios de avaliação e validação do método
Pontos de avaliação essenciais
A ficha de avaliação
Global rating e checklist
4. OSCE na Clínica Médica
Abordagem dos principais temas
Exemplos de cenários e estações
5. OSCE na Pediatria
Abordagem dos principais temas
Exemplos de cenários e estações
6. OSCE na Ginecologia e Obstetrícia
Abordagem Ginecologia e Obstetrícia
Exemplos de cenários e estações
7. OSCE na Clínica Cirúrgica
Abordagem dos principais temas
Exemplos de cenários e estações
8. OSCE na Medicina Preventiva
Abordagem dos principais temas
Exemplos de cenários e estações
Referências

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