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GUIA DE ESTUDO

LATÍSSIMO DO DORSO/GRANDE DORSAL

Quais os pontos de fixações (origem e inserção) do músculo latíssimo do dorso


ou grande dorsal?
O latíssimo do dorso ou grande dorsal está localizada na região posterior do tronco e é
considerado o maior músculo do corpo humano. É um músculo que apresenta a
característica de multipenado. Um músculo com essa característica (multipenado) tem
uma área de seção transversal muito grande e consequentemente ótima capacidade para
produzir força.
Esse músculo (latíssimo do dorso) tem sua origem localizada no processos espinhosos da
sétima vertebra torácica até o processo espinhosos da quinta vértebra lombar. Ainda tem
ponto de origem na região posterior da crista ilíaca e por fim na face dorsal do sacro a
partir da aponeurose toracolombar. Já seu ponto de inserção está localizado na face
anterior do osso úmero mais precisamente na crista do tubérculo menor do úmero.

Um ponto importante a salientar é que as fibras mais superiores (próximo as escapulas)


apresentam um sentido mais verticalizado. Por outro lado, as fibras mais mediais
apresentam-se em um sentido mais oblíquo em relação as superiores. E por fim, as fibras
mais inferiores apresentam ainda mais oblíquas quase que verticalizadas em relação ao
sentido das fibras mediais e superiores.

A seguir no texto serão apresentados os movimentos produzidos por esse músculo.

Quais os movimentos que o latíssimo do dorso é capaz de produzir?


Como descrito acima no texto em virtude da análise dos pontos de fixações, pode-se
visualizar que esse músculos “cruza” apenas a articulação glenoumeral posteriormente e
tem seu ponto de inserção anteriormente em relação a essa articulação. Entretanto, esse
músculos não apresenta braço de potência para produzir torque em movimento de flexão

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do ombro, pois todo o seu ventre muscular está localizado posteriormente em relação ao
úmero. Dessa forma, o latíssimo do dorso apresenta um braço de potência, ou seja, é o
motor primário para produzir os movimentos de adução frontal glenoumeral em
sinergismo com os músculos peitoral maior fibras costais, redondo maior, coracobraquial,
cabeça longa do tríceps braquial e bíceps cabeça curta, quando essa articulação
(glenoumeral) encontra-se em previa abdução.

Também participará dos movimentos de abdução transversal ou horizontal glenoumeral


em sinergismo com os músculos deltoide porção/feixe posterior, infraespinhal e redondo
menor, partindo de uma prévia adução transversal. É principal motor primário do
movimento extensão glenoumeral partindo-se de um prévia flexão glenoumeral até o
ponto em que o membro superior fique alinhado com o tronco. Para esse movimento
ocorrerá o trabalho sinérgico dos músculos deltoide porção/feixe espinhal, redondo
maior, tríceps braquial cabeça longa e peitoral maior fibras costais. Por fim, da rotação
medial glenoumeral, partindo da posição anatômica ou de uma rotação lateral, em
sinergismo com os músculos deltoide porção/feixe clavicular, peitoral maior, redondo
maior e subescapular.

Um ponto importante a salientar, é que em virtude de apresentar um ponto de origem na


região na face dorsal do sacro via aponeurose toracolombar, ele (latíssimo do dorso)
também terá a capacidade de auxiliar os eretores da espinha (longuíssimo, espinhal,
multifidios) para produzir o movimento de extensão e hiperextensão da coluna vertebral.

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Além de produzir os movimentos descritos acima, o latíssimo do dorso apresenta uma
capacidade de estabilizar a cabeça do osso úmero dentro da cavidade glenoide. Ou seja,
em movimento em que se produz tendência a decoaptar a articulação glenoumeral,
projetando a cabeça do úmero superiormente e assim para fora da cavidade glenoide, o
latíssimo do dorso, principalmente as fibras mais mediais e inferiores, que apresentam
um sentido mais oblíquo serão acionados para fixar o úmero.

Diante dos conhecimentos básicos de cinesiologia quais os movimento que se


deve reproduzir nas salas de treinamento resistido com pesos para treinar o
latíssimo do dorso?
Como descrito acima no texto, pode-se notar que o músculo latíssimo do dorso/grande
dorsal tem seu ventre muscular posicionado em quase toda fase posterior do tronco. Além
disso, é um músculo multipenado com uma grande área de secção transversal e ainda
apresenta suas fibras com diferentes sentidos. Por exemplo, as fibras mais superiores do
latíssimo do dorso apresentam um sentido mais obliquo. Por outro lado, as fibras mais
inferiores apresentam um sentido mais verticalizado. Diante da disposição do sentido das
fibras, parece ser interessante executar diferentes exercícios quando se está realizando
uma sessão de treino para esse músculo.

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Portanto, se o objetivo do personal trainer seja produzir ajustes hipertróficos mais intenso
nas fibras superiores/mediais desse músculos, parece ser interessante que ele (personal
trainer) venha prescrever os exercício de puxador frente com a pegada mais aberta. Dessa
forma, essas fibras superiores/medias serão mais alongadas em relação as fibras mais
inferiores. Diante disso, elas (fibras superiores/mediais) terão maior capacidade para
“projetar” o osso úmero em direção ao tronco.

Por outro lado, se o objetivo do personal trainer seja produzir no seu cliente ajustes
hipertróficos mais nas fibras inferiores do latíssimo do dorso, é interessante que ele
(personal) trainer venha a prescrever por exemplo o puxador vertical na frente com uma
pegava mais fechada, remada com corda na polia entre outros exercícios com pegadas
mais fechadas. A maior solicitação das fibras mais inferiores ocorrerá, pois com uma
pegada mais fechada solicita-se maior alongamento delas em relação as fibras superiores
e mediais. Diante disso, essas fibras estarão em um melhor comprimento para realizar a
tração do úmero em direção ao tronco.

Porém, o personal trainer poderá vir a trabalhar com um cliente que em algumas sessões
venha a querer realizar treinos diferentes, ou seja, por exemplo ao ar livre em um parque
ou em uma praia.

Qual a estratégia que o personal trainer poderá utilizar com um cliente que
em alguns momentos deseje realizar sessões de treinamento de força fora do
ambiente de academia, como por exemplo em parques ou em um praia?

Em alguns momentos o personal trainer poderá deparar-se com um cliente que solicite a
ele a possibilidade de realizar sessões de treinamento de força ao ar livre, por exemplo

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em parques ou em uma praia. Diante disso, uma metodologia de treinamento de força que
está em forte evolução é o Treinamento Resistido Manual (TRM). Como já se sabe, essa
metodologia caracteriza-se pela aplicação de resistência manual do personal contra os
movimentos articulares. Ou seja, o personal trainer utilizará seu corpo para bloquear ou
aplicar resistência contra os movimentos articulares produzidos pelo seu cliente.
Para produzir uma sessão de TRM, o personal trainer poderá solicitar ao seu cliente que
reproduza os dois principais movimentos que o latíssimo do dorso produz, e ele (personal)
utiliza do seu corpo para bloquear esses movimentos e assim, treinar esse músculo.
Diante disso, para execução do movimento de adução frontal glenoumeral em que o
latíssimo do dorso é motor primário, o personal trainer solicitará que seu cliente venha a
posicionar de pé na posição anatomia. Em seguida, deverá orientar ao seu cliente que
realize uma semiflexão dos joelhos e com um afastamento dos pés da largura dos quadris
ou dos ombros. Após o posicionamento dos membros inferiores, solicitará ao seu cliente
que com um dos membros superiores venha a realizar o movimento de abdução frontal
glenoumeral até aproximadamente 90°.
Na sequência, ele (personal trainer) posicionara-se por “baixo” do seu cliente e em
seguida venha, a posicionar suas mãos próximo a articulação do cotovelo na face posterior
do seguimento braço e por fim o personal venha a apoiar todo o seu membro superior que
está em contato com o braço de cliente sobre o seu ombro. Assim, diante desse
posicionamento o personal trainer conseguirá realizar um bloqueio efetivo do movimento
do cliente.
Após esse posicionamento, o personal trainer deverá orientar o seu cliente que ele busque
a todo momento realizar o movimento de adução frontal glenoumeral, já que o personal
trainer buscará a todo momento realizar o movimento de abdução glenoumeral. Um ponto
importante a salientar é que durante o trabalho dinâmico é interessante que o personal
trainer venha a produzir um alivio na tensão para a realização do movimento de abdução
frontal glenoumeral no momento da fase concêntrica do movimento, para que o cliente
consiga executara adução glenoumeral e essa fase efetivamente ocorra. Por outro lado, se
o objetivo do personal trainer seja produzir um trabalho isométrico pra latíssimo do dorso,
deverá travar o movimento do seu cliente sem realizar alivio na tensão para ocorrer a fase
concêntrica.
Por fim, é importante frisar que nessa variação de exercício além da atuação do latíssimo
do dorso e peitoral maior fibras costais e tríceps braquial cabeça longa para produzir o
movimento de adução frontal glenoumeral, ocorrerá movimentos da escapulas. Em
virtude do ritmo escapuloumeral, as escapulas sofrerão uma rotação inferior ou medial
durante a fase concêntrica. Assim, os músculos trapézio inferior, romboides maior/menor,
atuarão como sinergistas desse movimento. Já durante a fase excêntrica do movimento,
onde o personal aplicará mais força para vencer o movimento de adução frontal
glenoumeral produzido pelo cliente, o latíssimo do dorso, peitoral maior fibras costais,
tríceps cabeça longa atuarão agora em contração isotônica excêntrica para evitar o
movimento de abdução. Já os romboides maior e menor, trapézio e elevador da escápulas
atuarão em contração isotônica excêntrica para lutar contra o movimento de rotação
superior ou lateral das escápulas.

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Entretanto, o personal trainer poderá aplicar outra variação de exercício para treinar o
músculo latíssimo do dorso ou grande dorsal. Para isso, o personal deverá orientar o seu
cliente a permanecer na posição ortostática e em seguida solicitar ao mesmo que realize
um afastamento lateral dos pés da largura dos quadris e um afastamento anteroposterior.
Em seguida, o cliente deverá realizar o movimento de flexão do ombro até
aproximadamente 90°. Na sequência, o personal trainer posicionará seus ombros por
baixo dos membros superiores e sua mão na altura dos cotovelos do seu cliente.
Após esse posicionamento inicial, o personal trainer solicitará que seu cliente realize o
movimento de extensão dos ombros. Por sua vez, o personal deverá buscar com a força
do seu corpo produzir o movimento de flexão dos ombros. Ou seja, o personal buscará a
todo momento da execução do exercício, produzir o movimento contrário ao qual o seu
cliente está executando. Dessa forma, ocorrerá um acionamento do latíssimo do
dorso/grande dorsal, atrelado ao trabalho sinérgico do redondo maior, do deltoide
posterior e tríceps braquial. É preciso lembrar que em virtude do ritmo escapuloumeral
as escapulas realizarão o movimento de rotação medial ou inferior em conjunto com o
movimento de extensão glenoumeral. Dessa forma, os músculos romboides maio/menor
e elevador da escapular serão também acionados.
Um ponto importante a salientar, é que o personal trainer deverá estar atento nesse
exercício pois ocorrerá a tendência que o cliente venha a realizar um movimento de
hiperextensão da coluna vertebral, movimento esse que deverá ser evitado para a
segurança do exercício.

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Como realizar alongamento para o latíssimo dorso/grande dorsal?
Como já se sabe para produzir um trabalho de alongamento ou flexionamento de um
músculo ou grupo muscular é necessário que o personal trainer venha a produzir os
movimentos contrários ao qual esse músculo ou grupo muscular produz quando contrair.
Ou seja, ao realizar o movimento contrário ao qual o músculos produz estará sendo
realizado um afastamento dos pontos de origem e inserção. Portanto, como o latíssimo
do dorso/grande dorsal é motor primário dos movimentos de adução frontal glenoumeral
e extensão glenoumeral, para alongar o flexionar esse músculos é necessário produzir os
movimentos de abdução glenoumeral no plano frontal e flexão dessa articulação no plano
sagital. É importante lembra, que como redondo maior trabalha em sinergismo com o
latíssimo do dorso realizar, ao realizar exercício de alongamento ou flexionamento o
personal estará produzindo um trabalho de alongamento ou flexionamento também do
músculo redondo maior.
Para isso, o personal orientará o seu cliente a posicionar-se de pé realizando uma abdução
dos membros inferiores até um limite em que ele (cliente) sinta-se confortável. Em
seguida, o personal deverá posicionar-se atrás do seu cliente e solicitar que realize uma
abdução até que o membro superior fique próximo ao seguimento cabeça. Após esse
posicionamento inicial, o personal trainer deverá orientar ao seu cliente realizar o
movimento de inclinação ou flexão lateral da coluna vertebral até um ponto em que sinta
um leve desconforto, se o objetivo do exercício seja produzir um trabalho de
alongamento, onde o foco seria manter o nível de extensibilidade das fibras musculares.
Já se o objetivo seja aumentar os níveis de extensibilidade realizar essa inclinação ou
flexão da coluna vertebral até o ponto em que sinta uma dor moderada, parece ser
interessante.

Um ponto importante a salientar, é que o personal deverá estar atento para que seu cliente
não venha a realiza conjuntamente a flexão lateral da coluna vertebral inclinações laterais
da pelve. Outro ponto a estar atento é que alguns clientes poderão “sentir” também a
musculatura de oblíquo interno externo. Ou seja, se o cliente apresentar um forte

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encurtamento dos músculos obliquo interno e externo é provável que ele (cliente) venha
a sentir um desconforto mais forte nesses músculos do que no latíssimo. Por outro lado,
poderá ter clientes que apresentem um desconforto mais forte de latíssimo ao invés dos
oblíquos. Um último ponto a salientar, é que se o cliente realizar o movimento desse
exercício descrito acima, a cabeça longa do tríceps que é biarticular (cruza articulações
do cotovelo e ombro) não estará sendo alongada. Entretanto, se o personal orientar seu
cliente a realizar o exercício em conjunto com a abdução uma flexão do cotovelo, ele
“sentirá” a cabeça longa do tríceps braquial pois a mesma entrará em insuficiência
passiva, pois estará sendo alongada no ombro e cotovelo.

Uma outra variação para produzir o trabalho de alongamento ou flexionamento do


músculo latíssimo do dorso e redondo maior é no solo. Para isso, o personal deverá
solicitar ao seu cliente que sente-se ao solo com os membros inferiores estendidos. Em
seguida, deverá orientar que o mesmo (cliente) venha a flexionar um dos membros
inferiores e com isso encostar o pé na face interna da coxa do membro inferior
contralateral. Em seguida, o personal deverá orientar ao cliente que realize uma flexão da
coluna vertebral e em seguida uma rotação do tronco, projetando um dos membros
superiores para o lado contrário em direção para trás do corpo, e o outro membro superior
em direção ao pé do membro inferior que está com o joelho estendido.

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O personal trainer deverá estar atento pois alguns clientes devido a extensão completa
dos joelhos e flexão do quadril, poderá “sentir” forte a musculatura de isquiotibiais,
devido a entrada em insuficiência passiva desse grupo muscular. Diante disso, para que o
enfoque do trabalho seja sobre o latíssimo do dorso e redondo maior, o personal deverá
orientar o seu cliente a flexionar o joelho do membro que está estendido. Dessa forma, os
isquiotibiais estarão sendo encurtados no joelho e com isso, produzindo um equilíbrio
entre encurtamento alongando, portanto não entrando em insuficiência passiva.

Por enquanto é isso personal trainer, seguimos em frente evoluindo.

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