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A diversidade de seres vivos do planeta Terra ainda não foi totalmente identificada.

Contudo, o que já se conhece pela ciência nos permite contabilizar milhões de espécies.
Desde organismos microscópicos, como bactérias, protozoários, algas e fungos, até os
maiores mamíferos, como as baleias. Passando por todos os reinos, pode-se perceber uma
riqueza surpreendente de formas de vida, ocupando todo tipo de ambiente: das profundezas
dos oceanos até as mais altas montanhas; de desertos e florestas até regiões geladas.

Em cada canto do planeta existe uma forma de vida. Conhecer particularmente todos os
seres vivos exigiu classificá-los, ou seja, separá-los em grupos de acordo com
características semelhantes, criando, assim, um sistema de classificação. É claro que
nenhum dos sistemas é completamente satisfatório, mas existem critérios universais e
categorias de classificação que são internacionalmente utilizadas. Portanto, hoje, quando
uma nova espécie é descoberta, é imediatamente inserida dentro de um grupo e, a partir
daí, recebe um nome científico.

Taxonomia
Para que seja possível estudar uma enorme variedade de seres vivos, foi necessário
desenvolver uma estrutura organizada dentro da qual todos eles pudessem ser reunidos.

A sistemática ou taxonomia é a parte da biologia que trata da classificação dos seres vivos,
organizando-os em grupos ordenados denominados táxons, ou categorias taxonômicas.

Categorias Taxonômicas
Atualmente a ciência aceita a teoria evolucionista, segundo a qual as diversas espécies de
organismos existentes na Terra evoluíram a partir de ancestrais comuns, modificando-se ao
longo do tempo.

O atual sistema de classificação considera a espécie como a unidade básica de


classificação de um organismo. O conceito de espécie é definido como o agrupamento de
populações naturais, cujos indivíduos se intercruzam gerando descendentes férteis.

É claro que esse conceito só é válido para seres com reprodução sexuada. Já aqueles que
se reproduzem assexuadamente são agrupados em espécies em função de características
e morfologias semelhantes.

O sistema de classificação proposto pelo sueco Lineu (Karl Von Linné – 1707 - 1778) foi
devidamente reorganizado, sendo adotado pela ciência e utilizado até hoje. Lineu
baseou-se em dois princípios: o uso de palavras em latim para denominar os grupos e o uso
de categorias hierárquicas para classificar os seres vivos. Atualmente, utilizam-se as
seguintes categorias de classificação ou táxons: reino, filo, classe, ordem, família, gênero e
espécie.

Categorias básicas do sistema de classificação biológica

No sistema proposto por Lineu, que foi atualizado posteriormente, um reino é constituído
por vários filos; o filo possui várias classes; uma classe é constituída por diversas ordens;
uma ordem pode conter diversas famílias; uma família possui vários gêneros, que podem
ter diferentes espécies.

Além dessas categorias, em muitos casos é necessária a utilização de categorias


intermediárias, tais como: subfilo, superordem, sub
ordem, superfamília, subfamília, subgêneros, subespécie etc.

Os Reinos e suas Características


Para iniciar o estudo dos seres vivos, vamos estudar os reinos, grandes grupos
taxonômicos e de maior abrangência. Você verá que existem critérios que definem um
conjunto de características típicas para cada um; os exemplos de seres vivos que
representam cada reino também serão destacados.

Como já foi dito, a classificação de Lineu utiliza um critério evolucionista. Assim, acredita-se
que os organismos mais simples também sejam os mais primitivos. A noção de
ancestralidade comum é um princípio fundamental da biologia evolucionista, sendo
importante também na estruturação dos critérios de classificação dos seres vivos.

Critérios de Classificação
Unicelular e pluricelular: são chamados de unicelulares os organismos formados por uma
única célula e de pluricelulares os seres constituídos por um conjunto de células que podem
ser todas iguais ou, em organismos mais complexos, podem formar vários tecidos
diferenciados.
Autótrofos e heterótrofos: Seres vivos com capacidade de sintetizar substâncias orgânicas
(através da fotossíntese ou da quimiossíntese) são autótrofos ou autotróficos e representam
a base de uma cadeia alimentar. Aqueles que não realizam esses processos, os
heterótrofos, necessitam obter substâncias orgânicas através da alimentação.
Procariontes e eucariontes: Organismos mais primitivos com células sem organização
nuclear são procariontes e outros mais complexos, que apresentam núcleo organizado
envolvido pela membrana carioteca, são denominados eucariontes.

Uma Nova Classificação para os Seres Vivos


Há uma grande agitação na área da sistemática devido aos novos métodos de classificação
de seres vivos que adotam a análise molecular dos organismos. Essas novas metodologias
de análise trazem profundas mudanças na estrutura de classificação, além de que
proporcionam uma intensa dinâmica na biologia, com debates calorosos entre cientistas.
Assim, a sistemática é uma área que está sempre em processo de organização e
reorganização; portanto, as discordâncias fazem parte e devem ser vistas com naturalidade.

Os vírus representam um grupo à parte

Quadro comparativo de classificação dos reinos

Classificação Clássica dos Reinos


Desde 1959, como já apresentado anteriormente, a maioria dos autores adotou o sistema
de cinco reinos:
Reino Monera: procariontes unicelulares representados pelas bactérias e cianobactérias;
Reino Protista: unicelulares eucariontes representados pelos protozoários;
Reino Plantae: pluricelulares eucariontes autotróficos fotossintetizadores representados
pelas algas e plantas;
Reino Fungi: eucariontes unicelulares e pluricelulares heterótrofos representados pelos
fungos; e
Reino Animalia: eucariontes pluricelulares heterótrofos representados pelos animais.
Nesse contexto, a taxonomia biológica determinou que o reino fosse o táxon mais elevado e
abrangente dos seres vivos, baseando-se em características morfológicas.

Ao longo do tempo, alguns ajustes foram feitos na estrutura de cinco reinos, como a
mudança das algas para o reino protista. Além disso, vários estudos analisaram outros
caracteres comparativos, especialmente moleculares.

Uma Nova Categoria Taxonômica


Durante os anos 1990, cientistas basearam-se em relações genéticas (RNA ribossômico) e
entenderam a necessidade de uma mudança na hierarquia dos táxons. Assim, foi criado o
domínio, uma nova categoria acima do Reino.

Com essa novidade, a organização dos reinos sofreu mudanças e a nova classificação,
sendo a mais adotada atualmente, passou a ter três domínios: Archaea, Eubacteria e
Eukarya.

Incluídos no domínio Eucarya estão os reinos dos fungos, das plantas e dos animais. Para
facilitar os estudos, ainda, utilizaremos o termo “monera” como agrupamento para todos os
organismos procariontes, que, pela nova classificação, são divididos em dois domínios:
Eubactéria e Archaea. Também adotaremos o termo “protista” como agrupamento para
todos os eucariontes unicelulares e pluricelulares sem tecidos verdadeiros diferenciados.
Neste caso, faremos referência aos protozoários e algas.

A utilização das denominações monera e protista servirão para indicar um coletivo de seres
vivos, fazendo referência às antigas categorias taxonômicas.

Sistema de classificação com três domínios, proposto por Carl Woese

Organização de Domínios
A seguir, está apresentada a estrutura de classificação que adota os três domínios:
Domínio Eubacteria: inclui as bactérias e cianobactérias
Domínio Archaea: inclui os procariontes que não estão inseridos nos Eubacteria, como os
micro-organismos metanogénicos e alguns termófilos
Domínio Eukarya: inclui todos os eucariontes, referidos na antiga classificação de cinco
reinos: Protista, Fungi, Plantae e Animalia
A classificação sugerida não inclui os vírus, tendo em vista a dificuldade em agrupá-los
como seres vivos. Os vírus serão estudados como um grupo à parte. Existem alguns
esforços de cientistas para uma classificação alternativa que criaria um quarto domínio
composto, exclusivamente, pelos vírus.

Domínio Archaea
A descoberta de micro-organismos em ambientes extremos trouxe a necessidade de
alterações no sistema de classificação dos seres vivos. Tais seres são muito diferentes:
alguns vivem em ambientes com ausência completa de luz solar, em regiões com fontes de
calor em grandes profundidades submarinas junto aos orifícios e fraturas das rochas; outros
vivem em baixas temperaturas, alta salinidade e alguns produzem metano (CH4), vivendo
na total ausência de oxigênio.

São realmente organismos muito estranhos que ocupam locais antes acreditados inóspitos.
Essas espécies, ao ocuparem os extremos, tanto em condições físicas como químicas,
certamente definem os limites da tolerância biológica.

Tais organismos, que, durante muito tempo, foram classificados como seres próximos das
bactérias, são os atuais representantes do Arquea. Com novos métodos de análises e
comparações moleculares, ficou evidente a grande diferença entre eles e as bactérias. Esse
fato obrigou os cientistas a criar uma nova categoria taxonômica, o domínio, um táxon
acima do reino, como você já estudou.

Em Resumo
A descoberta de novos organismos em ambientes extremos e a evolução das técnicas de
análise molecular comparativa entre organismos promoveram a necessidade de mudanças
na estrutura de classificação dos seres vivos. Assim, um novo táxon foi criado, o domínio.
Atualmente, a organização dos seres vivos em três domínios, Archaea, Eubacteria e
Eukarya, vem sendo a mais adotada pela comunidade científica.

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