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Captura de Tela 2023-11-07 À(s) 11.38.23
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FACULDADE ESTÁCIO
BACHARELADO EM DIREITO
2023
HILDA OLIVEIRA DE ARAÚJO LEAL
2023
BANCA EXAMINADORA
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EXAMINADOR 1
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EXAMINADOR 2
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EXAMINADOR 3
SUMÁRIO
1) RESUMO 5
2) ABSTRACT 5
3) INTRODUÇÃO 7
4) DA ALIENAÇÃO PARENTAL: A VISÃO CONCEITUAL DA
SÍNDROME 8
5) A ALIENAÇÃO PARENTAL SEGUNDO A LEI N.º 12.318/2010 10
6) DA GUARDA COMPARTILHADA NO ORDENAMENTO JURÍDICO, DA
POSSIBILIDADE (OU NÃO) DA SUA FIXAÇÃO EM CASOS DE INCIDÊNCIA DA
SÍNDROME DE ALIENAÇÃO PARENTAL E SEUS EFEITOS 13
7) CONSIDERAÇÕES FINAIS 17
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................................19
1) RESUMO
3) INTRODUÇÃO
A família tem especial proteção do Estado, uma vez que constitui a base de
nossa sociedade (ALEXANDRIDIS e FIGUEIREDO, 2013), de forma que seu
reconhecimento, manutenção, desenvolvimento e dissolução devem ter especial
atenção da figura estatal, com a devida regulação de forma a preserva a própria
instituição. Com a evolução da sociedade, inconteste o surgimento de novas formas
familiares além das tradicionalmente reconhecidas pelo casamento, como o núcleo
familiar advindo de uma união estável, a denominada família monoparental e a
família homoafetiva.
Desta especial proteção do Estado quanto à família nasceu o chamado poder
familiar em nosso ordenamento jurídico, conceituado por Maria Diniz como:
Salta aos olhos, por seu turno, a escolha do legislador ao dispor que a prática da
alienação parenta ocasiona a lesão de direito fundamental da criança sobre a qual
incidirá o ato (conforme art. 3º), chamando a atenção do leitor, neste ponto, a
escolha de palavras para demonstrar que o maior atingido é em verdade o menor
sob a guarda do genitor alienador e não o genitor alienado, como se pretende quem
perpetua tais atos.
Como suscitado acima, uma vez violado o cuidado inerente aos pais quanto aos
filhos menores por intermédio da prática de atos de alienação parental, cabe ao
Estado-Juiz a tramitação prioritária das ações judiciais diante da declaração da
ocorrência da síndrome. Tal medida, segundo o art. 4º da legislação em pauta, tem
como finalidade a preservação da integridade psicológica da criança ou do
adolescente, inclusive para assegurar sua convivência com genitor ou viabilizar a
efetiva reaproximação entre ambos, se for o caso.
A lei trata, ainda, do procedimento a ser adotado pelo magistrado que, diante de
indício de prática de ato de alienação parental, determinará a realização de perícia
psicológica ou biopsicossocial (art. 5º), em ações autônomas e incidentais, visando
proteger a criança ou adolescente submetido a alienação, bem como verifica a
efetiva ocorrência dos atos.
À título de responsabilização a ser imposta frente ao genitor alienador, o art. 6º
dita que uma vez caracterizados os atos de alienação parental ou qualquer conduta
que dificulte a convivência de criança ou adolescente com genitor, conforme
dispositivo abaixo transcrito:
o
Art. 6 Caracterizados atos típicos de alienação parental ou qualquer
conduta que dificulte a convivência de criança ou adolescente com genitor,
em ação autônoma ou incidental, o juiz poderá, cumulativamente ou não,
sem prejuízo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla
utilização de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus
efeitos, segundo a gravidade do caso:
I - declarar a ocorrência de alienação parental e advertir o alienador;
II - ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado;
III - estipular multa ao alienador;
IV - determinar acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial;
V - determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua
inversão;
VI - determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente;
§ 1º Caracterizado mudança abusiva de endereço, inviabilização ou
obstrução à convivência familiar, o juiz também poderá inverter a obrigação
de levar para ou retirar a criança ou adolescente da residência do genitor,
por ocasião das alternâncias dos períodos de convivência familiar.
§ 2º O acompanhamento psicológico ou o biopsicossocial deve ser
submetido a avaliações periódicas, com a emissão, pelo menos, de um
laudo inicial, que contenha a avaliação do caso e o indicativo da
metodologia a ser empregada, e de um laudo final, ao término do
acompanhamento.
Não obstante isto, sabe-se que existem contendas inclusive nas relações
familiares, ocasionando inclusive a própria alienação parental. Com o fito de coibir a
ocorrência de tais atos, inclusive, o magistrado atuante no caso concreto os
aspectos positivos e negativos das guardas dispostas no Código Civil, sobrepesando
aquela que mais for beneficia ao menor no caso concreto.
Nos casos de incidência de atos de alienação parental, por seu turno, para a
fixação da guarda compartilhada seja viável e tenha sua eficácia atingida
(assegurando, assim, o bom convívio dos genitores para juntos assegurarem o bem-
estar do filho menor) se faz necessária análise criteriosa, ultrapassando a teoria e
verificando o que de fato é benéfico à criança ou adolescente do caso concreto
(Alecrim, 2020). Assim, o juiz não deve afastar do entendimento de que a formação
moral, social e psicológica do menor é o principal foco e objetivo e a ser alcançado.
Apesar de ter sido criada para assegurar o bom convívio da família que
recentemente passou por um processo de dissolução matrimonial, segundo Alecrim
(2020):
(...) a guarda compartilhada pode ter aspectos tanto positivos quanto
negativos, deste modo, alguns autores aduzem que os malefícios que
podem ser causados pela guarda compartilhada, são concretizados pelo
sentimento de culpa e angústia que ainda podem existir, acarretando em
uma possível alienação parental, na qual um dos ex-cônjuges utiliza o(s)
filho(s) para atacar o outro, tanto emocional quanto psicologicamente.
Na maioria dos casos trata-se de uma disputa narcísica entre eles, que
atribuem ao judiciário o poder de decidir quem é o competente o suficiente
para incumbir-se dos cuidados da criança. É, portanto, uma questão que
envolve angústias depressivas associadas à dependência e à culpa. A
dependência é negada inconscientemente, uma vez que se acredita que a
criança pode prescindir dos cuidados da outra parte, quando, na verdade,
está sendo usada pelos pais como uma arma para ferir o narcisismo um do
outro como troféu que garanta a suposta completude do vencedor como
figura parental. (GUIMARÃES, 2003)
Apesar das vantagens da guarda compartilhada, importa esclarecer que as
problemáticas enfrentadas em decorrência de atos de alienação parental e
constantes desavenças podem inviabilizar a fixação do modelo de guarda em
estudo, caso em que, segundo COLTRO (2018), deve-se dar guarda única ao
cônjuge que demonstrar maior aptidão em garantir o bom e sadio desenvolvimento
dos filhos.
Assim, inconteste que diante de uma análise minuciosa dos casos concretos
a ser feito pelo magistrado, a utilização correta da Lei n.º 12.318/2010 e a guarda
compartilhada, em conjunto, possuem o fito de assegurar o melhor interesse da
criança, mormente o fato deste último instituto assegurar o convívio igualitário a
ambos os genitores na vida do menor. Cabe, portanto, educar a sociedade civil,
coibir os atos de alienação parental desde o seu nascedouro e visar a proteção
integral da criança, possibilitando, desta forma, o desenvolvimento saudável das
relações familiares e do próprio menor.
7) CONSIDERAÇÕES FINAIS
DIAS, Maria Berenice Dias, 2028. Síndrome da alienação parental, o que é isso?
IDBFAM, 2008. Disponível em: IBDFAM: Síndrome da alienação parental, o que é
isso?.
SILVA, Flávio Augusto da; ONG Todas Marias. Denuncia de violência institucional
doméstica, psicológica, patrimonial e sexual contra crianças adolescentes e
suas mães. Brasília, 08 de agosto de 2018. Disponível em:
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=1682647&
filename=Tramitacao-PL+10639/2018.