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O Sol No Hermetismo
O Sol No Hermetismo
Dentre as figuras de destaque no Hermetismo temos o Sol, que é ao mesmo tempo uma
divindade dotada de vida e consciência cósmica, como um dos planetas que governam o
reino astral (onde habitam os astros, logicamente). No modelo celeste do Hermetismo, sete
planetas que também são deuses regem não apenas a Natureza num sentido amplo como
nosso modo de vida, não sendo eles meramente pedaços rochosos flutuando na imensidão
cósmica, mas Governadores de um sistema chamado de Destino. Esses governadores ou
planetas, que estão de acordo ao modelo Ptolomaico da época são a Lua, o Sol, Saturno,
Júpiter, Marte, Vênus e Mercúrio.
Dentre todos os sete, o de maior importância e até mesmo o mais citado na obra
Hermética é o Sol, que possui em sua aparência sensível similitude Divina, pois como diz o
próprio Corpus Hermeticum, Deus é Luz e Vida, o Sol por sua vez é manifestação física
disso (CH I-9).
" O Sol é o maior dos deuses do céu; todos os deuses celestes o reconhecem como seu rei
e seu chefe"
CH V-3
"É que é a partir dele que as boas energias penetram não apenas o céu e o ar, mas
também a terra e a maior profundidade e o abismo"
CH XVI-5
O Sol vivifica e ordena o cosmos não sozinho, mas com ajuda dos deuses celestes e dos
daemons, esses últimos servindo como operários da grande obra solar. A obra do Sol é a
transformação das coisas por meio da dissolução e da coagulação, elevando o material ao
celestial e fazendo o celestial descer ao material, fazendo assim com que o mundo
permaneça no seu eterno ciclo de mutação sem nunca abandonar a existência. O sol
confere a todos a evolução e com ela a eternidade.
" O Sol é o conservador e o nutridor de todos os tipos de entes. Do mesmo modo que o
mundo inteligível, o qual envolve o mundo sensível e o preenche com todo tipo de formas,
com a infinita diversidade de suas figuras, assim também o Sol, envolvendo tudo que há no
mundo, fortalece e dá consistência a todos os entes que nele nascem - embora os absorva
em si mesmo quando eles morrem e se escoam."
CH XVI-12
Sol também, por meio de seus raios projeta sobre a alma de alguns poucos humanos a
O
razão e a inteligência, esses humanos se tornam invulneráveis a ação maléfica dos
daemons, que nada podem contra os raios solares ou raios de deus (CH XVI-16). É através
dos raios solares e de sua abundância de virtudes que podemos quebrar as correntes do
destino que prendem todos aqueles que se deixam levar pelas paixões do corpo e pelas
emoções (terra e água), mas que deixam de lado as beneces da razão e da da inteligência
(ar e fogo).
2° Todo ritual deve iniciar com um Hino em honra a Deus e ao Sol, de preferência o hino
místico de Hermes Trimegisto localizado no Corpus Hermeticum.
3° Todo ritual deve ser feito com o magista voltado a direção do Sol se o ritual for feito
durante o dia e voltado ao espelho do Sol se for feito durante a noite. A tintura do Sol e da
Lua não são idênticos entre si.
4° rituais de criação são mais poderosos na primeira hora do nascer do sol do momento
astrológico do qual se deseja extrair a tintura. Rituais de criação são sempre feitos com o
corpo voltado para o Leste. Rituais de potencialização e energização com o sol a pino,
rituais de finalização com o sol poente com o corpo voltado para o Sul.
5° purificar o corpo e o ambiente com defumações e lavagens tinturadas com ervas solares.
Defumação com a queima de Alecrim seco por exemplo, tende a não apenas limpar o
ambiente, como deixa-o mais propício a atividades da mente racional e do espírito. Quanto
maior o número de plantas solares diferentes maior das virtudes solares, como observa
Agrippa em seu livro de filosofia natural.
6° compreender que a magia consiste em unir a virtude continente dos objetos manifestos
com as virtude qualitativa dos objetos imanifestos. O hermetista compreende as
correspondência e as aplica.
Referências Bibliográficas