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Resumo de Terapia de Reposição de Testosterona (TRT):


indicações, para mulheres e mais!
Notícias
 11 min • 2 de jun. de 2021

 Índice
:
1. Indicações e Contraindicações

2. Como é realizada a terapia reposição de testosterona?


3. Monitoramento da terapia reposição de testosterona

4. Terapia de Reposição de Testosterona em Mulheres


5. Sugestão de leitura complementar


A terapia de reposição de testosterona (TRT) é uma das principais


formas de tratamento do hipogonadismo masculino. Ela visa ao alívio
dos sintomas, a restauração de níveis normais de testosterona, a
melhora da qualidade de vida e a redução da mortalidade, a qual se
mostra elevada em comparação à população geral.

Os benefícios observados com TRT, como aumento da libido e nível de


energia, efeitos benéficos na densidade óssea, força e músculos, bem
como efeitos cardioprotetores, estão muito bem documentados na
literatura.

A testosterona pode ser administrada por via oral, bucal, nasal,


intramuscular, transdérmica (gel ou adesivos) ou subcutânea (implantes
ou injeções) e a escolha entre as diferentes preparações
de testosterona requer uma compreensão de sua farmacocinética.

Indicações e Contraindicações

A terapia de reposição androgênica é indicada para todos os homens que


sofrem de hipogonadismo, exceto se houver uma ou mais das seguintes
:
contraindicações:

História de câncer de próstata

Um homem com histórico de câncer de próstata geralmente não deve


ser tratado com testosterona. Uma possível exceção é um homem
hipogonadal que teve uma prostatectomia radical para câncer confinada
à próstata e está livre de doença e tem um antígeno específico da
próstata (PSA) indetectável por pelo menos dois anos, mas isso não é
consenso entre os especialistas e muitos preferem não administrar a
testosterona nesses casos.

Além disso, os homens devem ser avaliados quanto à possibilidade de


câncer de próstata não diagnosticado anteriormente.

Câncer de mama

A testosterona é aromatizada com estradiol, portanto, homens que têm


câncer de mama não devem ser tratados com testosterona.

Hiperplasia prostática benigna severa não tratada

Os sintomas do trato urinário inferior devem ser avaliados pelo


International Prostate Symptom Score (IPSS) e a taxa de fluxo urinário e
a urina residual pós-miccional na bexiga por ultrassonografia devem ser
medidas antes do início do tratamento.

Se a sintomatologia do paciente é moderada a grave (pontuação maior


que 19 no IPSS) devido à hiperplasia prostática benigna, esta deve ser
tratada antes da administração de testosterona.
:
Eritrocitose

A terapia de reposição de testosterona é contraindicada caso haja um


hematócrito > 50%. A testosterona estimula a eritropoiese, ou seja,
ocorre uma hiperviscosidade sanguínea que pode levar, inclusive, à
trombose.

Apneia obstrutiva do sono não tratada

A apneia do sono pode ser agravada pelo tratamento com testosterona,


por isso o clínico deve perguntar sobre sintomas, como sonolência
diurna excessiva e apneia testemunhada durante o sono por um parceiro
e se indicada, a polissonografia deve ser realizada. Pacientes cuja apneia
do sono é bem tratada com pressão positiva contínua nas vias aéreas
(CPAP) podem fazer tratamento com testosterona.

Insuficiência cardíaca descompensada

A testosterona possui propriedades de retenção hídrica e hipertrofia dos


cardiomiócitos, portanto, uma insuficiência cardíaca grave deve ser
tratada antes do início do tratamento com testosterona.

Como é realizada a terapia reposição de testosterona?

As principais formas de administração de testosterona disponíveis no


Brasil são as seguintes:

Testosterona Injetável IM: é a forma mais comum, barata e disponível da


testosterona no Brasil. No entanto, não mimetiza o ritmo fisiológico de
:
secreção de testosterona, pois propicia pico sérico elevado de
testosterona nos dias seguintes à aplicação. Apresentações comerciais:

Deposteron®, Testiormina® (cipionato de testosterona) 200 mg:


administra-se uma ampola intramuscular (IM) a cada 2 a 3 semanas. Faz
pico sérico menor quando comparado ao Durateston®;
Durateston®, Estandron® (mistura de quatro ésteres de testosterona:
propionato, fenilpropionato, isocaproato e decanoato de testosterona)
250 mg: administra-se uma ampola IM a cada 2 a 3 semanas;
Nebido® (undecanoato de testosterona) 1.000 mg: administra-se uma
ampola IM a cada 3 meses. Pode-se administrar uma dose de ataque
após 6 semanas da primeira dose, visando acelerar a obtenção de bom
nível sérico de testosterona.

Testosterona oral: o inconveniente da testosterona via oral é que esta tem


passagem hepática e, por isso, pequena meia-vida, precisando ser
ingerida várias vezes ao dia (3 a 4 vezes) para manter o nível sérico.

Além disso, as formas 17-alfa-alquiladas de testosterona via oral podem


causar hepatotoxicidade, mesmo em níveis fisiológicos, aumentando,
portanto, o risco de hepatite, colestase e neoplasias benignas e malignas
do fígado.

Portanto, essas formas de reposição não são habitualmente


recomendadas.

Medicações existentes

Androxon® (undecanoato de testosterona): a posologia é de 1


:
comprimido (40 mg), 3 a 4 vezes/dia, por ter efeito de primeira
passagem hepática. Já está disponível no Brasil. É a única forma de
testosterona oral segura, pois não há risco de hepatotoxicidade com o
seu uso nas doses fisiológicas, já que chega à corrente sanguínea por via
linfática e não por circulação porta. Pode ser manipulado (undecanoato
de testosterona 40 a 160 mg/dia).
Metiltestosterona (Gerosenil®, Novosex®, Sexormom®, Testofran®,
Testonus®): É uma forma de testosterona 17-alfa-alquilada, e por isso
pode causar hepatotoxicidade mesmo nas doses fisiológicas. Disponível
no Brasil.
Oxandrolona (Anavar®, Lipidex®): É outra forma de testosterona 17-alfa-
alquilada e também pode provocar hepatotoxicidade. É muito utilizada
por frequentadores de academia, visando ao aumento de massa
muscular e efeito anabólico. É uma derivada da di-hidrotestosterona
(DHT), por isso não é aromatizada e não causa ginecomastia. Os
comprimidos são de 5 ou 10 mg, e muitas vezes chegam-se a utilizar, em
academias, doses altíssimas, como até 100 mg/dia.
Outras formas de testosterona 17-alfa-alquiladas
(hepatotóxicas): Floximesterona, oximetolona, estanozolol.

Gel de testosterona 1%: são sachês/envelopes de 2,5 ou 5 g,


correspondendo a 25 ou 50 mg de testosterona; ou apresentação em
frascos, em que 4 puffs correspondem a 50 mg de testosterona.

Orienta-se passar 5 a 10 g do gel (correspondente a 50 a 100 mg de


testosterona) 1 vez/dia em pele recoberta por roupa, geralmente
ombros, braços ou costas.
:
Sempre se deve orientar a lavagem das mãos imediatamente após a
aplicação. A absorção é rápida e eficiente, e mantém níveis séricos de
testosterona adequados, não causando pico como as formulações
intramusculares.

Entrar com os
Geralmente não causam irritação na pele, como pode acontecer
Menu  Residência Etapas da Artigos Materiais 
Cadastre-se
adesivos (patchs). Como apenas
carreira  10% do gel égratuitos
Científicos absorvido,
 conclui-se que a
dose absorvida é equivalente a 5 a 10 mg de testosterona, semelhante à
produção diária de testosterona pelo homem, que é algo em torno de 7
mg/dia.

Medicações em gel disponíveis no Brasil

O uso é diário e tem alto custo. As apresentações comerciais de


testosterona em gel disponíveis atualmente no Brasil são:

Axeron® 2% (apresentação em puff de 1,5 mℓ, cada puff tem 30 mg):


aplicar 2 a 4 puffs 1 vez/dia na pele das axilas): é uma solução
hidroalcoólica de testosterona que atinge nível sérico estável em 7 dias
de uso, e cuja monitorização já pode ser feita com dosagem da
testosterona após 2 semanas de uso para ajuste de dose. Dose mínima e
inicial de 60 mg/dia (2 puffs);
Androgel® (apresentações em sachês com 2,5 g e 5 g de gel, o que
equivale a 25 mg ou 50 mg de testosterona).

Monitoramento da terapia reposição de testosterona

A medida da testosterona sérica é a melhor maneira de monitorar se a


:
doseEntrar
da testosterona Índice o intervalo
e/ou de administração estão
adequados. A informação dos pacientes sobre a melhora dos sintomas
também é útil. De modo geral, recomenda-se que se almejem níveis de
testosterona total (TT) entre 400 e 700 ng/dℓ (400 e 500 ng/dℓ, nos
pacientes mais idosos).

A época ideal para essa dosagem varia com formulação de testosterona


utilizada. Por exemplo, nos pacientes tratados com Durateston®,
enantato ou cipionato de testosterona, essa avaliação deve ser feita na
metade do intervalo de aplicação (após 7 a 10 dias).

No caso do undecanoato de testosterona (Nebido®), a avaliação deve ser


feita antes da nova aplicação do fármaco. Se os níveis de TT estiverem
abaixo ou acima do alvo, o intervalo de aplicação deve ser reajustado.

Alternativamente, pode-se modificar a dose da medicação (p. ex., 100 mg


de cipionato de testosterona semanalmente, em vez de 200 mg a cada 15
dias).

Muitas vezes, a própria resposta clínica do paciente pode servir de


indício da necessidade de modificação da frequência das injeções ou da
dose. No caso de fármacos de administração diária (formulações oral,
transdérmica, bucal ou nasal), pode-se apenas aumentar ou diminuir sua
dose.

Além da dosagem da testosterona, deve-se realizar uma avaliação


seriada do PSA e hematócrito, devendo suspender a reposição:

Se houver aumento do PSA para > 1,4 ng/mℓ em 1 ano ou PSA > 4
:
ng/mℓ;
Se houver aumento maior que 0,4 ng/mℓ ao ano por 2 anos seguidos;
Se o hematócrito for maior do que 55%.

Outros exames a serem solicitados para o seguimento do paciente são o


perfil lipídico, as transaminases e enzimas canaliculares hepáticas, além
da densitometria óssea anual.

Terapia de Reposição de Testosterona em Mulheres

O organismo feminino é capaz de produzir androgênios a partir das


glândulas adrenais e ovários. A testosterona, especificamente, é
produzida primariamente nos ovários e a partir da conversão periférica
de precursores androgênicos.

Algumas das funções atribuídas aos androgênios nas mulheres seria a


manutenção da libido, da massa magra e da densidade mineral óssea. Ao
longo dos anos reprodutivos, a testosterona vai sofrendo um declínio e,
no período após a menopausa, os níveis sofrem uma redução maior, mas
é mantida em concentrações relativamente constantes.

Diretriz global

Recentemente foi publicada uma diretriz global endossada por diversas


sociedades internacionais com o objetivo de nortear a conduta clínica
sobre o tema.

De acordo com a diretriz, a única indicação razoável para a prescrição


de testosterona em mulheres na pós-menopausa seria naquelas com
:
diagnóstico formal de Distúrbio do Desejo Sexual Hipoativo.

Concomitantemente ou não com a terapia estrogênica, em doses que se


aproximam daquelas consideradas fisiológicas na pré-menopausa, uma
vez que parece melhorar a função sexual (desejo, orgasmo, prazer e
resposta sexual).

Não existem formulações de testosterona disponíveis especificamente


para mulheres. Sendo assim, sugere-se a prescrição off-label da
formulação disponível para homens.

Acompanhamento do tratamento

O controle do tratamento deve visar manter os níveis de testosterona na


faixa de referência considerada fisiológica para o gênero feminino.

Deve-se fazer uma dosagem basal de testosterona antes do tratamento e


repetir a cada três a seis meses. Se após seis meses de tratamento não
houver resposta, o uso da testosterona deve ser suspensa.

Sugestão de leitura complementar

Terapia de reposição hormonal feminina: manejo da pós-menopausa


Uma visão geral sobre a atuação hormonal e sua regulação | Colunistas
Sistema Endócrino: definição, funcionamento e mais!
Ginecomastia: classificação, diagnóstico, tratamento e mais
Pós-Graduação em Endocrinologia e Metabologia

Veja também:
:
Referências:

Peter J Snyder, MD. Testosterona treatment of male hypogonadism:


UpToDate. Acesso em: 01 junho. 2021.
https://www.uptodate.com/contents/testosterone-treatment-of-male-
hypogonadism

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