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Capítulo 1

Ciclo hidrológico
Balanço Hídrico

1 INTRODUÇÃO À HIDROLOGIA

1.1 Introdução
Em todos os tempos e em todas as civilizações, a água teve os seus mistérios relacionados aos
deuses. Somente no século XVII seu estudo começou a fundamentar-se na observação humana e
deu origem a uma ciência moderna: a Hidrologia.
Hidrologia, de acordo com a Organização Mundial de Meteorologia (OMM,1974), é a ciência que
estuda os processos hidrológicos que governam o reabastecimento e a depleção dos recursos
hídricos da terra. Como tal, a hidrologia considera todos os aspectos que giram em torno da
compreensão e descrição dos vários processos hidrológicos, com o objetivo de produzir suficiente
informação para a tomada de decisões em planejamento, projetos e operação dos recursos
hídricos.
A civilização sempre dependeu extremamente da água, mas devemos perceber que a recíproca
também é verdadeira: a conservação da água depende de nosso grau de civilidade, ou seja, de
nossa capacidade de preservar um bem essencial, mas limitado e vulnerável. Essa dupla
dependência ilustra a necessidade do estudo da Hidrologia, já que o mesmo engloba a
ocorrência, distribuição, movimento e propriedades da água na terra e suas relações com o meio
ambiente.

1.2 Hidrologia aplicada


No Brasil algumas das principais áreas do desenvolvimento da Hidrologia Aplicada são as
seguintes:
 planejamento e gerenciamento dos recursos hídricos
 drenagem urbana e agrícola
 energia hidroelétrica
 uso do solo agrícola
 qualidade da água
 abastecimento de água
 irrigação
 navegação
Segundo Sanchez (1987), os problemas hidrológicos podem ser enquadrados dentro de três
categorias:
VALORES MÉDIOS: são utilizados para planejamento de recursos hídricos e definições de
políticas gerais. Inclui a definição de valores médios anuais, mensais e sazonais de precipitação,
vazão, evaporação, nível freático, etc. São valores médios sobre grandes áreas geográficas, em
geral heterogêneas do ponto de vista climático, geológico e topográfico.
VALORES EXTREMOS: são utilizados para especificações de obras hidráulicas. Requerem
valores máximos ou mínimos de precipitação, vazão, nível, etc, os quais, junto com critérios
econômicos, permitem determinar dimensões de vertedores, alturas de barragens, capacidade de
bombas, alturas de pontes, volumes de reservatórios, obras de irrigação, estações de tratamento
de água, etc.
SÉRIES TEMPORAIS: são utilizados para operação de sistemas hídricos. Em determinados
casos, como na operação de estruturas hidráulicas e na previsão em tempo real, é necessária a
história completa do sistema.
Qual a vazão máxima que se pode esperar num vertedor de barragem, ou num bueiro de uma
rodovia, ou no sistema pluvial de uma cidade? Qual o volume d’água necessário para garantir a
irrigação durante uma seca? Quais serão os efeitos dos reservatórios e diques sobre as ondas de
cheia de um rio? Estas e outras perguntas análogas deverão ser respondidas pelo engenheiro
hidrólogo.

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Ciclo hidrológico
Balanço Hídrico

A irrigação, drenagem, proteção contra erosão de solos agrícolas, recuperação de terras, estudo
de poluição dos cursos d’água por herbicidas e adubos, tem na hidrologia um de seus elementos
básico.

1.3 O ciclo hidrológico


Os processos hidrológicos são dinâmicos e contínuos e ocorrem de maneira interdependentes
como os elos de uma cadeia, configurando um ciclo, denominado ciclo hidrológico. É através
deste conceito que podemos visualizar a circulação contínua da água, suas transformações de
estado e suas relações com o meio ambiente.
O ciclo hidrológico pode ser decomposto em duas fases principais: a fase atmosférica e a fase
terrestre. A fase atmosférica é caracterizada pela formação das precipitações e a fase terrestre
engloba processos de armazenamento temporário de água, seus movimentos e transformações
de estado. O ciclo hidrológico é impulsionado pela energia eletromagnética proveniente do sol e
pela energia gravitacional.

Figura 1 – Ciclo hidrológico


Os principais fenômenos que ocorrem no ciclo hidrológico podem ser separados, para fins
didáticos, em:
 Precipitação,
 Interceptação,
 Retenção superficial,
 Infiltração,
 Escoamento superficial,
 Evaporação e transpiração (evapotranspiração)

PRECIPITAÇÃO: é definida como sendo toda a água proveniente do meio atmosférico que chega
à superfície terrestre. Sendo assim, chuva, granizo, neve, são formas diferentes de precipitação.
No Brasil, estuda-se especialmente a chuva por ser a forma de precipitação predominante e a que
condiciona o regime de nossos rios.
INTERCEPTAÇÃO: é a parcela da precipitação que é interceptada antes de atingir a superfície do
solo. Esta interceptação pode ocorrer devido à presença de vegetação ou outros obstáculos. O
volume de água interceptado pela vegetação varia conforme o porte da planta, desenvolvimento e
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arquitetura das folhas, densidade da vegetação, intensidade da chuva, chuva antecedente e


velocidade do vento. A água interceptada volta para a atmosfera através da evaporação e parte
pode ser utilizada pelas plantas. A maior parcela da água interceptada ocorre no início da
precipitação.
RETENÇÃO SUPERFICIAL: é a parte do volume precipitado que atinge a superfície do solo e
que fica retida nas pequenas e numerosas depressões do terreno, das quais só escapa por
evaporação e/ou infiltração. Os fatores que afetam a retenção superficial são: tipo de prática
cultural, tipo de equipamento utilizado no preparo do solo, padrões de erosão, declividade da
superfície do solo, entre outros. A maior ou menor capacidade de retenção superficial é
determinada pela rugosidade do terreno. Quanto mais “trabalhada” a superfície do solo menor
será a sua rugosidade, portanto menor também sua capacidade de retenção.
INFILTRAÇÃO: é definida como sendo o fenômeno da passagem da água do meio atmosférico
para o interior do solo através da interface ar-solo. A capacidade de infiltração, de um determinado
perfil de solo, é a taxa máxima de água que este solo pode absorver através de sua superfície.
Ela é dependente de diversos fatores, tais como: teor inicial de água no solo e de sua distribuição
no perfil, da textura e estrutura do solo (especialmente na camada superficial) e da uniformidade
do perfil. É dependente também do tipo e estádio de desenvolvimento da vegetação, declividade
do terreno, assim como do tipo, intensidade e duração do suprimento hídrico (precipitação e/ou
irrigação).
Sempre que a intensidade da chuva ou da irrigação for menor que a capacidade de infiltração do
solo, a água penetrará tão rapidamente quanto está sendo aplicada, e nessas condições, a
intensidade da chuva ou da irrigação determinará a taxa de infiltração.
Quando a taxa de chuva ou irrigação for superior à capacidade de infiltração, então a capacidade
de infiltração determinará o fluxo que passará através da superfície do solo, portanto o processo
começará a ser controlado pelo perfil do solo. Em geral, a capacidade de infiltração é
relativamente alta no início do processo, decresce gradualmente com o tempo, tendendo a um
regime estável, chamado de infiltração básica ou final, que caracteriza um estado constante na
taxa de infiltração.

Velocidade de
infiltração (mm/h)
Chuva

Chuva infiltrada
Curva de
infiltração

Chuva excedente
Infiltração
básica ou
final

Tempo de infiltração (h)


A taxa de infiltração de água no solo é talvez, isoladamente, a característica que melhor reflete as
condições físicas gerais do solo, sua qualidade e estabilidade estrutural. Quanto maior for a
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degradação física de um solo menor será a sua taxa de infiltração. A parcela de água que infiltra
se movimenta dentro do perfil do solo (redistribuição), podendo atingir zonas totalmente
saturadas, devido à existência de camadas impermeáveis, formando assim os lençóis de água
subterrânea (aqüíferos).
ESCOAMENTO SUPERFICIAL: a água precipitada que não foi interceptada, nem ficou retida e
nem infiltrou, passa a escoar sobre a superfície do solo, procurando sempre os caminhos de maior
declividade e menor obstrução, até encontrar um dreno mais bem definido, como um arroio ou o
esgoto pluvial de uma bacia urbana.
O escoamento superficial acontece quando o solo atinge a saturação ou quando a intensidade da
chuva é superior a velocidade de infiltração. Desta maneira, o escoamento superficial é bastante
dependente das condições climáticas (intensidade e duração da precipitação ou irrigação,
umidade antecedente) assim como das condições fisiográficas da região em estudo (textura e
estrutura do solo, cobertura vegetal, topografia, sistema de drenagem, etc).
O escoamento superficial é, freqüentemente, estudado separadamente dos outros processos do
ciclo hidrológico, por representar a maior parcela do volume de água escoado pelos rios durante
uma cheia. A quantificação deste escoamento é fundamental para o dimensionamento de obras
hidráulicas, em projetos de irrigação e drenagem, na avaliação de efeitos de urbanização e
desmatamento, etc.
DETENÇÃO SUPERFICIAL: no início do escoamento superficial forma-se uma película laminar
que aumenta de espessura à medida que a precipitação prossegue, até atingir um estágio de
equilíbrio. Este processo é denominado de detenção superficial.
EVAPORAÇÃO: é o processo físico pelo qual um líquido ou sólido é transferido para o sistema
gasoso. A intensidade de evaporação da água do solo está condicionada à energia calórica e ao
regime de ventos, interagindo com o tipo de solo, nível do lençol freático, e cobertura vegetal. A
taxa de evaporação da água do solo pode ocorrer em dois estágios. No primeiro estágio, com o
solo úmido, a taxa de evaporação é controlada pelas condições externas. A duração deste estágio
é influenciada pela taxa de evaporação, profundidade do solo e pelas suas propriedades
hidráulicas. No segundo estágio, a superfície do solo se resseca e a evaporação ocorre dentro do
solo. O vapor d’água chega à superfície por difusão molecular e diminui à medida que aumenta o
ressecamento.
TRANSPIRAÇÃO: a evaporação e a transpiração são processos semelhantes. O processo de
evaporação da água que passa através da planta é chamado de transpiração. Os vegetais,
através de suas raízes, retiram água do solo, sendo parte necessária às suas atividades vitais e
parte restituída à atmosfera através da transpiração. Todas as partes aéreas da planta podem
perder água pela transpiração, porém, a maior quantidade é perdida pelas folhas. Pequena
quantidade de transpiração pode ocorrer em caules herbáceos, partes florais e frutos.
Define-se EVAPOTRANSPIRAÇÃO como a evaporação de toda a superfície de um certo local
mais a transpiração das plantas no mesmo sítio. A evapotranspiração inclui a evaporação da água
contida no solo, do orvalho, da parcela da precipitação interceptada e retida, bem como a
transpiração das plantas. É um processo dependente da energia disponível para a mudança do
estado físico da água, sendo portanto, a radiação solar o fator isolado mais importante. O vento,
através da turbulência, e a umidade relativa do ar, através do potencial do vapor d’água, também
afetam o processo.

1.4 Balanço hídrico


O ciclo hidrológico, descrito no item 1.3, tem um aspecto geral e, se considerado de maneira
global, pode ser visto como um sistema hidrológico fechado, já que a quantidade de água
disponível na terra é finita e invariável. Os distintos processos existentes no ciclo hidrológico estão
intimamente relacionados entre si devido à exigência física da conservação da matéria.
O balanço hídrico é a aplicação do princípio da conservação da matéria, muitas vezes referido
como a equação da continuidade. Esta afirma que, para qualquer volume de controle e durante

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qualquer intervalo de tempo, a diferença entre a quantidade de água que entra e a quantidade que
sai, será equilibrada pela variação de água armazenada no volume de controle.
Os componentes da equação do balanço hídrico dependem das características do volume de
controle assim como do intervalo de tempo utilizado no balanço. Além disso, é importante salientar
que o balanço hídrico é um modelo de simulação de processos naturais e, portanto é
normalmente idealizado em função de um objetivo, onde certos processos são mais importantes e
conseqüentemente melhor representados. Para a aplicação de um balanço é necessário definir, à
prior, qual o sistema de interesse, quais os fenômenos representativos do mesmo, em que porção
do sistema estes fenômenos vão ser analisados (volume de controle) e em que intervalo de
tempo.
O balanço hídrico pode ser representado por uma equação conhecida como equação da
continuidade:

I - O = S (Eq. 1)

I = entrada (INPUT) de água no volume de controle por unidade de tempo


O = saída (OUTPUT) de água do volume de controle por unidade de tempo
S = a variação da quantidade de água armazenada no volume de controle por unidade de tempo
Para ilustrar a aplicação do balanço hídrico vamos definir o sistema de interesse como sendo o
sistema hidrológico, com seus fenômenos mais representativos (precipitação, interceptação,
retenção, infiltração, detenção, escoamento superficial, evaporação e transpiração), e como
volume de controle uma superfície inclinada, completamente plana e impermeável, fechada em
todos os quatro lados e com uma única saída no canto A, como mostra a figura abaixo.

I = INPUT (chuva)

Superfície plana,
impermeável,
fechada, exceto no
ponto A.

O = OUTPUT (vazão)

Figura 2 - Balanço hídrico em um volume de controle esquemático


Utilizando o exemplo dado na Figura 2, teríamos como entrada no volume de controle a
precipitação e como saída apenas o escoamento superficial, pois sendo o volume de controle uma
superfície completamente plana e impermeável, os processos de interceptação, retenção,
infiltração e transpiração não ocorreriam. Já os processos de detenção e evaporação, assim como
também as variações do volume armazenado, dependeriam do intervalo de tempo utilizado no
balanço. Senão vejamos:
 Para um intervalo de tempo muito pequeno, a equação geral tomaria a seguinte forma:
Equação geral: I - O = S
I = INPUT = entrada de água = precipitação (P)
O = OUTPUT = saída de água = evaporação (E)

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S = variação da água armazenada no volume de controle no período de tempo considerado =


detenção superficial (Dt)
Equação geral: P - E = Dt
Neste caso, a diferença entre a água que entraria no volume de controle (precipitação) e a que
sairia (evaporação), seria igual a água detida na superfície do volume de controle.
 Para um intervalo de tempo um pouco maior, no qual o processo de detenção já estivesse em
equilíbrio e a precipitação ainda estivesse ocorrendo, a equação geral tomaria a seguinte
forma:
Equação geral: I - O = S
I = INPUT = entrada de água = precipitação (P)
O = OUTPUT = saída de água = escoamento superficial + evaporação (Esup + E)
S = variação da água armazenada no volume de controle no período de tempo considerado =
detenção superficial (Dt)
Equação geral: P - (Esup + E) = Dt
Neste caso, a diferença entre a água que entraria no volume de controle (precipitação) e a que
sairia (escoamento superficial + evaporação), seria igual a água detida na superfície.
 Para um intervalo de tempo ainda maior, onde já houvesse cessado a precipitação, a equação
geral tomaria a seguinte forma:
Equação geral: I - O = S
I = INPUT = entrada de água = precipitação (P)
O = OUTPUT = saída de água = escoamento superficial + evaporação (Esup + E)
S = variação da água armazenada no volume de controle no período de tempo considerado =
nula (0)
Equação geral: P - (Esup + E) = 0
P = Esup + E
Logo, do total de água precipitada, uma parcela escoou e outra evaporou, não permanecendo
nada armazenado no volume de controle, já que o mesmo era constituído de uma superfície
plana, inclinada e impermeável.
Portanto, através deste exemplo, podemos notar que o significado dos componentes da equação
do balanço hídrico depende das características do volume de controle assim como do intervalo de
tempo utilizado no balanço. Além disso, é importante salientar que o balanço hídrico é um modelo
de simulação de processos naturais, portanto normalmente idealizado em função de um objetivo,
onde certos processos são mais importantes e conseqüentemente melhor representados.
O balanço hídrico é largamente utilizado na hidrologia, principalmente através dos modelos
chamados precipitação-vazão, os quais retratam condições médias da região em estudo, tendo
como objetivo principal a qualidade da simulação de uma onda de cheia. Variáveis como
capacidade de infiltração, estado de umidade do solo, vazão e níveis dos aqüíferos e a
evapotranspiração da região são analisados segundo uma ótica global. Como conseqüência, os
fenômenos são retratados por formulações baseadas em parâmetros empíricos que são obtidos
através de calibração e verificação. Estes modelos são utilizados, normalmente, para
dimensionamento e planejamento de obras hidráulicas, previsão de cheias e reconstituição de
séries históricas.
O balanço hídrico é desenvolvido para avaliar os processos componentes do ciclo hidrológico para
uma região hidrográficamente determinada. Essas regiões (volume de controle) podem ser
delimitadas politicamente, topograficamente ou arbitrariamente especificadas. Normalmente, os
estudos e pesquisas hídricas são desenvolvidos em regiões delimitadas topograficamente,
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chamadas bacias hidrográficas ou de drenagem, devido à facilidade que oferecem na aplicação


do balanço hídrico.

EXERCÍCIOS

1) Estimar, através do método do balanço hídrico, a evapotranspiração média anual (mm/ano) de


uma dada bacia hidrográfica que possui um solo de textura arenosa onde toda a água precipitada
infiltra. Dados hidrometeorológicos da região:
 precipitação média anual = 1322mm/ano
 percolação média anual = 373mm/ano
 variação média anual do armazenamento de água no solo = 0

2) Estimar, através do método do balanço hídrico, a vazão média anual em m³/s (escoamento
superficial + escoamento subterrâneo) de uma dada bacia hidrográfica de 25900 Km² de área,
sabendo que:
 precipitação média anual = 1500 mm/ano
 evapotranspiração média anual = 1300 mm/ano
 variação média anual do armazenamento de água no solo = 0

3) Estimar o escoamento superficial (mm/dia) de um estacionamento com cobertura asfáltica e


área de 1 ha, sabendo que a estação meteorológica da cidade mediu uma precipitação de
25mm/dia e uma evaporação de 3mm/dia. Calcular o volume de água (m³/dia) que deve ser
drenado para fora do estacionamento para que não fique armazenada água dentro do mesmo.
Supor que no dia em questão não havia nenhum carro no local.

4) Um determinado perfil de solo possua uma capacidade máxima de armazenamento de água no


solo de 100mm. Ao fazermos um balanço hídrico mensal neste solo, o mesmo se encontrava com
100mm d’água no início do mês, e com apenas 20mm ao final. Qual a variação do
armazenamento de água neste solo no período considerado (S).

5) Você foi chamado para fazer um anteprojeto de uma barragem que irá abastecer uma cidade
de 100.000 habitantes e uma área irrigada de 5.000 ha. Na fase atual, você ficou encarregado de
verificar se o local escolhido para a barragem tem condições de atender à demanda, quando esta
for construída. Para este estudo, você dispõe das seguintes informações:
 área da bacia = 300 km2 ;
 precipitação média anual = 1300 mm/ano;
 evapotranspiração total para a situação com a barragem pronta = 1000 mm/ano;
 demanda da cidade = 150 L/(hab x dia);
 demanda da área irrigada = 9000 m3 /(ha x ano).

6) Deseja-se captar água da chuva para utilização em um projeto de irrigação. A captação será
feita através das calhas existentes nos telhados das estufas. A área de captação é de 2 ha e a
precipitação média anual é de 2000 mm. A perda média por evaporação na região é de 2 mm/dia.
Qual deverá ser o volume útil (m3) do reservatório para armazenar a água anual coletada?

7) Uma firma de empreendimentos imobiliários contratou você para elaborar um laudo sobre a
possibilidade do aproveitamento da água subterrânea através de um poço, e da água de chuva,
devidamente tratada, captada pelo telhado de uma edificação a ser construída, para serem

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utilizadas como água de consumo dessa edificação, visto que, no local, não havia rede pública de
abastecimento.
De posse dos projetos e estudos do empreendimento, você constatou que:
 a área de cobertura que poderia ser utilizada para fazer a captação das águas de chuva seria
de 900 m 2 ;
 o número de moradores do prédio seria de 84 pessoas;
 análises físico-químicas da água do poço indicaram ser a mesma potável;
 testes de capacidade de produção do poço asseguram uma capacidade de produção de 0,54
m3/h.
Consultando a bibliografia especializada e os estudos hidrológicos para a região, você também
verificou que:
 deveria considerar uma perda de 20% sobre o volume de água captada pelo telhado que seria
utilizada para lavar a superfície de captação, representada pela água inicial da chuva;
 o consumo predial per capita é de 250L/dia;
 a precipitação média mensal tinha sido de 150 mm.
De posse dessas informações, foi-lhe solicitado que apresentasse um relatório, respondendo às
perguntas abaixo:
a) Para efeito de consumo, a quantidade de água captada pelo telhado mais a disponibilizada
pelo poço atende ao consumo do prédio?
b) Quantas pessoas podem ser atendidas somente com a água de chuva captada pelo
telhado?

8) Na figura abaixo se encontra representada a velocidade de infiltração do solo de uma bacia


hidrográfica. Pergunta-se:
a) Qual a velocidade de infiltração básica ou final deste solo?
b) Determine o tempo do início do escoamento superficial neste solo quando da ocorrência
de uma precipitação constante de 40 mm/h?
c) Para que nunca ocorra escoamento superficial qual deveria ser a intensidade da
precipitação (mm/h)?

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