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O Sistema de Zonas sem Mitos na Fotografia de Moda, Retrato e

Beauty
Artigo escrito por Fernando Bagnola

O que vou ensinar hoje é só para aqueles que gostam da técnica, de ir ao pormenor da fotografia para
obterem melhores resultados.

O Sistema de Zonas parece ser muito complexo, difícil de entender e ser posto em prática e “coisa” do
tempo da fotografia analógica … mas não é!!!!!!!!!

Na verdade, o sistema de zona é conceitualmente muito simples, porque de certas limitações inerentes ao
material fotográfico, analógico ou digital. Outro equívoco sobre o sistema de zona é “não é para ser útil em
fotografia a cores ou fotografia digital”.

O Sistema de Zonas está baseado numa escala completa de cinzentos (11 zonas que variam de 0 a 10) e
também deve ser aplicado no pensamento técnico de uma boa fotografia a cores.

Quando a cena é uma mistura equilibrada de tons (luzes/sombras), o fotômetro irá obter uma medição
confiável, mas não é sempre assim que acontece já que sempre que um grupo dos tons predomina, haverá
um desvio que conduzirá inevitavelmente à sobreexpor ou subexpor esta parte da cena. Aqui acontece algo
muito comum que é uma certa falta de aprofundamento da questão “o que é exatamente o sistema de zonas”
criado por um dos maiores Mestres de sempre na fotografia Black & White, Mr. Ansel Adams (aplausos
para ele!).

Isso gera uma certa confusão porque fica a ideia errada de que “uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra
coisa” … … mas não é!!
Por isso, resolvi abordar o assunto pelo fato de utilizar já há alguns bons aninhos o Sistema de Zonas em
tudo o que faço seja em preto e branco, à cores, exterior, estúdio, moda, beauty, retrato, produtos,
arquitetura, etc.

É importante que se diga que a Zona 5 (em destaque) é a base de leitura de todos os fotômetros e equivale ao
cartão cinzento 18% que todos ouviram falar mas que poucos utilizam da maneira correta, infelizmente.
Quando fazemos a medição das luzes (fotometria), seja pelo visor ou pelo fotómetro/flashmeter, e achamos
a combinação correta entre velocidade x abertura, a camera está a “dizer” que estamos na zona 5 do sistema,
o que na prática é a leitura média entre as altas luzes (brilhos) e as baixas luzes (sombras) que é como o olho
humano funciona mas com muito mais acuidade do que o filme ou o sensor. A partir dai o fotógrafo é quem
deve escolher qual será o aspecto pretendido da imagem (contraste, volumetria, brilhos, densidade, etc)
alterando para mais ou para menos menos os valores de exposição (EV) na abertura ou velocidade fazendo
com que a imagem mude de zona para cima ou para baixo na escala de cinzentos o que também pode ser
configurado na função AEB de cameras dslr para 3 variações 0, +1 -1). Na prática, se medir uma parede
branca iluminada pelo sol, o fotómetro vai enxergar como um cinza 18%.

O mesmo raciocínio se aplica à uma parede preta nas mesmas condições de iluminação muito superior ou
inferior a medida padrão (Zona 5=cartão 18%).

É aqui que o fotógrafo deve estar bastante atento para compensar eventuais desvios e obter uma exposição
correta.

É de extrema importância que antes de avançarmos você leia com atenção as definições dos sistemas de
medição incorporada na sua camera porque sem isso perde-se a precisão técnica e a acuidade na avaliação:
(FONTE: MANUAL CANON 5DMII)

O sistema de zonas vale igualmente para as cores e um bom exemplo é o que uso em estúdio quando
queremos que um fundo branco fique cinzento, ou seja, o tiramos da zona 10 (branco puro 100%) e ao
variarmos a potência da iluminação ou a distância colocando numa zona mais baixa do sistema até
transformarmos em zona 0 (preto puro 100%).

Este é um retrato que fiz da atriz Vanusa Spindler onde podemos ver brancos na zona 9 (fundo, dentes,
olhos e brilhos nos cabelos) e pretos na zona 1 (make up nos olhos e parte interna da boca), ambos com
detalhes visíveis. Coloquei a moldura branca para que fosse possível comparar com os tons mais claros da
foto.
Modelo: Vanusa Spindler / Make up/Hair: Andre Claret / Styling: Ed Alcântara e Renato

Da mesma forma, nesta foto para a Revista Estética com a Ana Paula Arósio, onde podem ver que o fundo
está na zona 4 da escala mas quando fiz a medição que deu o tom da zona 5 ficou muito claro em
comparação com o baton e por isso fiz com que descesse para a zona 4 conforme o cliente queria.

Modelo: Ana Paula Arósio / Make up/Hair: Henrique Mello / Styling: Wania Barroso
Nesta foto da modelo/dj Alexandra Ferreira (Casa dos Segredos), usei o Sistema de Zonas para uma escala
mais alta e destacar os lindos cabelos escuros do fundo preto evitando que tudo virasse uma coisa só e
coloquei photogel CTB ½ nos flashes do fundo.

Modelo: Alexandra Ferreira (Casa dos Segredos)/ Make up/Hair: Alessandra Ferreira
Neste outro exemplo de uma foto que fiz da Ana Paula Arósio em High-Key, foi exatamente o contrário da
foto anterior já que as plumas e o fundo são brancos. Por esta razão joguei o fundo para a Zona 10 mantendo
os valores da pele na zona 9.

Modelo: Ana Paula Arósio / Make up/Hair: Henrique Mello / Styling: Wania Barroso
EXPLICAÇÃO TÉCNICA
(válida também para quem não usa flashmeter/fotómetro)

1) Tudo deve começar pela iluminação do fundo e se quer que ele esteja “estourado” ou com alguma
informação dentro da escala de cinzentos do Sistema de Zonas (que agora já conhecem bem!!!).

PARA FLASH OU LUZ CONTINUA EM ESTÚDIO:

Meçam a luz incidente sobre o fundo para quem usa flashmeter e para quem não usa a saída é medir a luz
refletida fazendo o enquadramento através do visor da camera e chegar ao tom pretendido ajustando através
da variação da abertura dentro da faixa de sincronismo de flash. Se ficou “estourado”, feche o diafragma de
fstop em fstop até que o tom do fundo fique dentro da zona que quer e, ao contrário, se ficou escuro abra de
fstop em fstop até que esteja satisfeito com o resultado.

Zona 0: Preto Máximo (Padrões RGB 000).


Zona I: Densidade visível, sem textura tom cinzento quase preto.
Zona II: Tons profundos, as partes mais escuras da imagem com algum detalhe.
Zona III: Sensação de textura reconhecível.
Zona IV: Tom considerado médio-baixo, sombra com bom detalhe.
Zona V: CINZA MÉDIO 18% usado para calibrar sistemas de medição incorporados nas cameras,
flashmeter e cartão cinzento.
Zona VI: Tom considerado médio-alto correspondente a +2EV.
Zona VII: Tom considerado ideal para as zonas de sombras da pele masculina.
Zona VIII: Tom padrão para zonas mais claras da pele e sombras de ambientes muito claros como neve ou
paredes iluminadas.
Zona IX: Branco sem textura. High-Key no retrato ou céu que aparece como um cinza muito claro.
Zona X: O branco 100% sem qualquer informação (RGB 255).

Particularmente, gosto muito de uma outra forma sintética de simplificar o raciocínio que coloca as 11 zonas
em 3 grupos distintos dividindo a Escala de Cinzentos em:

DICAS:
1) Dentro do estúdio o flash é controlado pela abertura e a luz ambiente (e contínua) é controlado pela
velocidade, ou seja, se estiver usando flash mantenha a mesma velocidade de obturação e varie os fstops na
camera ou pela potência fracionada 1/1, ½,1/4, 1/8, 1/16, 1/32, 1/64, 1/128 e 1/256.

2) A minha experiência aponta para dos EV (valores de exposição) numa relação muito próxima do 1:1 entre
a abertura e a mudança de zona na escala.

Exemplo: Se a medição deu abertura 5.6 com 1/125 s de velocidade, se fecharmos para 8 (1 fstop ou -2EV)
descemos 1 zona e se abrirmos para 5.6 (1 fstop ou + 2EV) subimos uma zona da escala.

O SISTEMA DE ZONAS NO PHOTOSHOP


A partir daqui vamos entrar juntos em outro mundo …

Se você chegou até aqui é porque é do meu time, daqueles que querem aprender de verdade e isso me
motiva a ir mais fundo!!!

Dentro do Photoshop podemos escolher de forma seletiva, exatamente qual é a cor que queremos encaixar
em outra zona da escala e vou pegar nesta foto para demonstrar como se faz:

Um recurso poderoso do é o “Adjustment Layer” que tem a vantagem de não aumentar o tamanho do
arquivo (ficheiro) não sobrecarregando o processador e também porque transforma-se automaticamente em
“Layer Mask” (máscara) mantendo o workflow não destrutivo o que não “estraga” os pixels e pode ser
alterado com um clic sobre o ícone ao lado do “olhinho” na caixa de layers). São os valores Doc: que
aparecem no lado inferior esquerdo da interface do Photoshop onde o primeiro número é o tamanho do
documento original e o segundo a soma que neste caso não se alterou mesmo com os dois layers ativos.

Supondo que queira melhorar o resultado de uma imagem já produzida, vou mostrar como reencaixar o
fundo numa zona da escala conforme expliquei na abordagem da técnica fotográfica.
Repare que na escala acima da foto o fundo está entre a Zona 5 e eu vou fazer com que ele fique mais escuro
e passe para a Zona 2 através de um processo rápido e descomplicado.

Primeiro passo: Identificar os tons que formam o fundo que neste caso são Red e Magenta facilmente
reconhecíveis pelo tom “vermelho-cereja”.

Segundo passo: Criar um adjustment layer (em destaque vermelho) através do menu “Layers” que fica do
lado direito:
Terceiro passo: Clique em “Adjustment Layers” e escolha a opção “Selective Color”:
Quarto passo: Dentro das opções “Colors” comece por uma das cores que formam o tom do fundo (descrito
no Primeiro Passo), neste caso o Magenta, e vamos mexer no slider do Black do Magenta que define a
intensidade desta cor na composição do “vermelho-cereja”.

Atenção que depois de aberto, não será preciso fechar e abrir um novo adjustment layer para mexer em outra
cor bastando para isso ir ao menu Colors novamente e selecionar o RED e também colocar 100% no Black
do RED (sempre com o relative ativo):

Para poderem sentir melhor as mudanças vão aqui 2 print Screens:

ORIGINAL:
ZONA 5

ADJUSTMENT LAYER COM 100% NO BLACK DO MAGENTA E RED:

ZONA 2
Entretanto, todos os tons vermelhos da maquiagem também desceram para a Zona 2 ficando mais escuros
alterando completamente as cores originais.

Para devolver à Zona 5 somente os tons vermelhos originais na modelo, vamos aproveitar o “adjustment
layer” (máscara não destrutiva gerada automaticamente) e com a ferramenta “brush” (atalho B na tool box à
esquerda da interface) vamos deixar só o fundo na Zona 2, da seguinte forma:

Certifique-se de que tem os layers ativados e o adjustment brush seleccionado como mostra a figura abaixo:
Escolhemos uma opacidade intermediária no para podermos ter maior controle sobre a acção do “Brush”:

 Mode: Normal
 Opacity: 30%
 Flow: 100%

Como configurar a ferramenta “Brush”:

Clique sobre a imagem com o mouse do lado direito e vai aparecer essa caixa de diálogo:

 Size: 577 px
 Hardness: 37% (as bordas ficam mais suaves quanto menor for a %)
Agora escolha a opção de cor preta que pode ser trocada pela cor branca através da seta curva sobre os
quadrados ou pelo teclado pelo atalho na tecla X:

Feito isso, com muita calma e paciência vá passando o “Brush” sobre a parte que quer recuperar, no caso, ao
redor da imagem da Ana Paula Arósio e vai reparar que começa a aparecer a imagem original que está com
os tons vermelhos na Zona 5.

A grande vantagem deste método é não ser destrutivo, ou seja, a qualquer momento podemos clicar na tecla
X e trocar a cor preta pela branca e assim a imagem volta na medida em que vamos pintando.

Vai reparar que a máscara do adjustment layer fica pintada de preto com o contorno exato de onde você
pintou para revelar a imagem original:
Se acontecer de ultrapassar os limites da imagem da modelo é só clicar na tecla X para trocar a cor do
“Brush” de preto para branco e passar novamente sobre a área a ser retocada tomando muito cuidado para
pintar o fundo e não invadir os limites do cabelo e da modelo.

Veja que onde passei o “Brush” branco o fundo ficou perfeito, ao contrário da parte à esquerda onde não
corrigi para poder mostrar o processo.
Vamos comparar as duas:

Essa é a primeira com o fundo na Zona 5:


Essa é a segunda com o fundo na Zona 2 com maior contraste geral e com os tons da maquiagem originais:
Falando agora sobre fotografia a Preto & Branco, o processo é o mesmo com a única diferença de escolher
“Neutrals” (cinzas) quando for criar o Adjustment Layer:

Para facilitar a comparação e reforçar a sua memória quanto ao processo todo, vou transformar em preto &
branco a mesma foto da Ana Paula Arósio através de um caminho já conhecido que é criar um Adjustment
Layer (não destrutivo) pelas vantagens que traz conforme aprenderam até aqui.

Primeiro passo: Criar um Adjustment Layer através do botão na pasta “Layers”:

Segundo passo: Escolher a opção “Black & White”:


O resultado é:
Detalhe do menu de cores e ajustes feitos nos sliders:

Terceiro passo: Criar um outro Adjustment Layer Selective Color usando o mesmo processo que ensinei
na foto colorida para mexermos nos tons do fundo, que neste caso, por serem tons de cinza, será em
“Neutrals” e não em Red e Magentas como anteriormente para alterarmos o “vermelho-cereja”:
No menu “Colors” ache a opção “Neutrals” que representa a gama de cinzas presentes na imagem
convertida para preto & branco e faça os seguintes ajustes no slider “Black” dos Neutrals:
Quarto passo: Como no exemplo anterior, aproveitamos que o Adjustment Layer é uma máscara e com a
ferramenta “Brush” vamos revelar os tons originais da Ana Paula Arósio, configurando assim:

Mode: Normal / Opacity: 30% / Flow: 100%

Pode parecer estranho, mas para que fique bem memorizado todo o processo, vou repetir exatamente todo
passo a passo a configuração do “Brush” para preto e branco porque desta forma você não terá que ficar
voltando nas páginas para encontrar as indicações (funciona como uma revisão, acredite!!).

Como configurar a ferramenta “Brush”:

Clique sobre a imagem com o mouse do lado direito e vai aparecer essa caixa de diálogo:

 Size: 577 px
 Hardness: 37% (as bordas ficam mais suaves quanto menor for)
Agora escolha a opção de cor preta que pode ser trocada pela cor branca através da seta curva sobre os
quadrados ou pelo teclado pelo atalho na tecla X:

Vá passando com calma o “Brush” sobre a parte que quer recuperar, no caso, ao redor da imagem da Ana
Paula Arósio e repare que começa a aparecer a imagem original que está com os tons de cinza na Zona 5.
Vale recordar que a grande vantagem deste método é não ser destrutivo, ou seja, a qualquer momento
podemos clicar na tecla X e trocar a cor preta pela branca e assim a imagem volta na medida em que vamos
pintando. Vai reparar que a máscara do adjustment layer fica pintada de preto com o contorno exato de onde
você pintou para revelar a imagem original:
Se acontecer de ultrapassar os limites da imagem da modelo é só clicar na tecla X para trocar a cor do
“Brush” de preto para branco e passar novamente sobre a área a ser retocada tomando muito cuidado para
não invadir os limites do cabelo e da modelo.

Veja que onde passei o “Brush” branco o fundo ficou perfeito, ao contrário da parte à esquerda onde não
corrigi para poder mostrar o processo.
Vamos comparar as duas:

Essa é a primeira com o fundo na Zona 5:


Essa é a segunda com o fundo na Zona 1 com maior contraste geral e com os tons da maquiagem originais:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Embora o Sistema de Zonas tenha sido criado pelo (super) fotógrafo Ansel Adams como uma ferramenta de
controle de tons captados na fotografia a Preto e Branco de paisagens em grande formato e no processo de
ampliação em laboratório químico, é totalmente aplicável à tecnologia digital e à fotografia colorida.

Posso citar o exemplo comum que ouço de muitos alunos onde reclamam que “o céu que aparece no LCD
mais claro do que é” (para os olhos). A partir de agora você já sabe que isso se deve à forma como a camera
enxerga em tons de cinza médio 18% dentro de uma média matricial de várias situações de luz. Se quiser o
céu mais escuro, feche 1 fstop (ou 3/3 de fstop) e estará fazendo com que os tons desçam uma zona da
escala.

É um método eficaz para explicar a densidade espetacular de alguns azuis que vemos em fotografia de
moda, por exemplo.

O uso de filtros graduados de densidade neutra (Graduated Neutral Density) acaba por criar subexposição
localizada e o resultado é idêntico considerando que é outra maneira de subexpor as zonas mais iluminadas
fazendo com que desçam na escala mantendo o primeiro plano na zona média da medição original (como
demonstrei no capítulo “Sistema de Zonas no Photoshop”).
Espero que tenham gostado da abordagem e da forma como ela foi feita por mim dentro de uma dinâmica
que procura desmistificar alguns conceitos equivocados a respeito da aplicabilidade do Sistema de Zonas
fora do ambiente em que foi criado da fotografia a preto&branco de paisagem em grande formato.

Entender o funcionamento do sistema assim como das 11 zonas que o compõem facilita o formato de
raciocínio do fotógrafo a partir dos padrões médios automatizados que o equipamento digital oferece criando
assim novas possibilidades de expressão pessoal agregada à uma técnica mais desenvolvida.

Aqui falamos do que é o Sistema, de como ele se adequa perfeitamente ao pixel da mesma forma que fazia
com o grão da emulsão, da aplicação direta durante o nascimento de uma obra fotográfica, de como
podemos alterar na pós-produção através do photoshop e, principalmente, de ser algo apropriado, também,
para a fotografia a cores melhorando aquilo a camera “enxerga”.

Um grande abraço a todos e até breve, meus amigos!

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