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Código:
Procedimento Operacional Padrão
POP – CMECE - 053
Complexo de Especialidades

Atividade: Limpeza Manual e Desinfecção/Esterilização de Instrumental Cirúrgico Potencialmente


Contaminado com Proteína Priônica.
Objetivo: Garantir a segurança do paciente através da eliminação da proteína priônica dos
materiais.
Responsável: Auxiliar/Técnico de Enfermagem e Enfermeiro da CME do Complexo de
Especialidades.

CONTROLE HISTÓRICO

Nº Histórico
Versão Data Elaboração Verificação/Revisão Aprovação
Páginas Alteração
Natalia Borges Angélica Gomes
27/06/2022 Pedralho e Lima Sant’ana
02 26/02/2014 09 Juliana Vieira Cunha
Suzana Alves
Amaral

1 INTRODUÇÃO

Os avanços na biologia molecular trouxeram evidências da existência de uma nova classe de patógenos,
menores que os vírus, não contendo ácido nucléico (DNA ou RNA). De forma diferente de outros
microrganismos, eles são capazes de iniciar uma infecção sem provocar a tradicional resposta
inflamatória e tendem a se agregar no sistema nervoso central.

Os príons, agentes causadores de encefalopatia espongiíorme transmissível, apresentam resistência aos


métodos de descontaminação físicos e químicos convencionais. Como pode ocorrer a transmissão
iatrogênica, estratégias de prevenção devem ser adotadas por meio da análise criteriosa do risco de

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infectividade dos tecidos, órgãos e fluidos corporais, com a intenção de determinar os métodos para o
processamento dos materiais utilizados durante a assistência aos pacientes.
Quanto a artigos utilizados em procedimentos diagnósticos ou terapêuticos, a OMS preconiza que eles
sejam mantidos úmidos até a realização da desinfecção e limpeza e não sejam expostos a reagentes
fixadores, pois a infectividade do tecido é fortemente estabilizada pelo ressecamento ou pela fixação
com álcool, formalina ou glutaraldeído. Assim, devem-se utilizar, preferencialmente, materiais
descartáveis e incinerá-los após o uso. A incineração é o método de escolha para os itens expostos a
tecidos de alta infectividade.
As opções recomendadas de métodos físicos (autoclave) para o instrumental termo resistente é de
colocar o instrumental em autoclave a 134°C, por um período de 18 minutos.

2 ABRANGÊNCIA

Central de Material e Esterilização - CME do Complexo de Especialidades.

3 MATERIAL

 Vestimenta privativa;
 Gorro;
 Calçado fechado impermeável;
 Luvas de procedimento;
 Máscara cirúrgica;
 Avental;
 Óculos de proteção individual;
 Protetor facial;
 Luva nitrílica;
 Álcool 70% antisséptico e saneante;
 Água;
 Sabão;
 Detergente Enzimático;

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 Compressa descartável;
 Dosador ou Seringa;
 Escova com cerdas de nylon
 Campo impermeável;
 Campo cirúrgico;
 Hipoclorito de sódio 5%;
 Vasilhame plástico.
 Emulador químico classe 6
 Livro de registro de materiais do expurgo (anexo 01);
 Livro de registro dos materiais esterilizados nas autoclaves (anexo 02);

4 MAPA DE PROCESSO

 Recebimento, processamento, armazenamento e distribuição de artigos reprocessáveis.

5 TAREFAS

1. Higienizar as mãos antes e após procedimento conforme orientações do PRS 141 - Higienização
das Mãos em Serviços de Saúde;
2. Paramentar-se com vestimenta privativa, gorro, calçado fechado, máscara cirúrgica e demais
EPI’s necessários para o processo;
3. Receber o material imerso em água ou umedecido com compressa molhada;
4. Diluir o detergente enzimático em vasilhame plástico, conforme orientação do fabricante;
5. Inspecionar o instrumental, verificando a presença de material perfurocortante;
6. Cobrir a bancada com campo impermeável e sobre este usar campo cirúrgico;
7. Manipular cuidadosamente o instrumental;
8. Desmontar os instrumentais desmontáveis antes de serem imersos na solução de água e
detergente enzimático;
9. Imergir o instrumental aberto na solução de água e detergente enzimático, colocando o
instrumental mais pesado e maior sob os mais leves e pequenos;

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10. Deixar o instrumental imerso na solução de água e detergente enzimático, o tempo que o
fabricante recomendar;
11. Lavar o material, peça por peça, utilizando escova de cerdas de nylon, realizando movimentos
no sentido das serrilhas;
12. Enxaguar rigorosamente os materiais em água corrente, utilizando um vasilhame plástico;
13. Colocar os instrumentais sobre a bancada forrada com campo impermeável e secá-los com
compressa, dando atenção para cremalheiras, articulações e serrilhas;
14. Encaminhar os materiais secos para a área do preparo, envolvidos em campo impermeável
descartável;
15. Dispor os materiais sobre a bancada forrada com campo impermeável e campo cirúrgico;
16. Revisar cuidadosamente o material a olho nu e sob a lente intensificadora de imagem, conforme
POP CMECE 033- Inspeção de Materiais através de Lupa Iluminada (Aumento 8x);
17. Adicionar ao material, um teste de emulador químico classe 6;
18. Embalar o material conforme POP CMECE 019- Técnica de Envelope;
19. Entregar o material ao enfermeiro que providenciará a esterilização em autoclave a vapor
saturada por 134ºC durante 18 minutos (tempo de exposição);
20. Materiais não resistentes a autoclavagem (termossensível) deverão seguir as instruções de
limpeza até o item 5.15. Após esta limpeza, deverão ser submetidos à imersão em hipoclorito de
sódio 5% por uma hora conforme PRS 150- Prevenção e Controle nas Infecções Priônicas
(Doença de Creutzfeldt-Jakob). Após desinfecção, os materiais deverão ser enxaguados
abundantemente em água corrente, secado, embalados e identificados.
21. Acondicionar as escovas, campos impermeáveis, campos cirúrgicos, compressas, luvas de
borracha nitrílica, luvas de procedimento e vasilhame plástico no processamento dos artigos em
saco plástico vermelho duplo e lacrar;
22. Identificar o saco com os dizeres: RISCO BIOLÓGICO - MATERIAL POTENCIALMENTE
CONTAMINADO COM PRÍONS, conforme PRS 172- Manejo dos Resíduos Infectantes do
Subgrupo A5 (Resíduos com suspeita ou certeza de contaminação por príons);
23. Solicitar a MGS o recolhimento do saco vermelho para incineração;

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24. Descontaminar a pia utilizada para limpeza com solução de hipoclorito de sódio 5% por uma
hora conforme PRS 150- Prevenção e Controle nas Infecções Priônicas (Doença de Creutzfeldt-
Jakob);
25. Manter a área limpa e organizada;

Observações:
 Conforme PRS 150- Prevenção e Controle nas Infecções Priônicas (Doença de Creutzfeldt-
Jakob), em caso de exposição de pele íntegra a materiais possivelmente infectados, lavar
imediatamente com água morna, sem esfregar, enxaguar e secar. Aplicar, por um minuto,
hipoclorito de sódio 0,5%.
 Exposição percutânea deve ser seguida por lavagem com água morna e sabão, enxaguar e secar.
 Contato com mucosas deve ser seguido por lavagem com água morna (boca) ou solução salina
(olhos).
 As ocorrências devem ser comunicadas de maneira análoga a outras exposições acidentais e tais
registros deverão ser mantidos por pelo menos vinte anos caso o diagnóstico do paciente
relacionado à exposição não seja descartado posteriormente.
 Deve ser preenchida CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho).
 A limpeza dos materiais e instrumentos deve ocorrer tão rapidamente quanto possível para
evitar que resíduos de tecidos, líquidos ou secreções fiquem aderidos. Este procedimento deve
ser efetuado com segurança, evitando-se respingos e aerossóis. Materiais potencialmente
contaminados não devem ser colocados em contato com outros, materiais que possam vir a ser
utilizados.
 As superfícies onde os materiais serão dispostos devem ser cobertas com campos impermeáveis
e campos cirúrgicos, e enviados para incineração após o uso. Caso não seja possível, as
superfícies deverão ser descontaminadas com hipoclorito de sódio a 5% por uma hora.
 Os materiais resistentes a autoclavagem deverão passar pelo seguinte processo de
esterilização: autoclave a vapor saturado sob pressão (calor úmido) a 134º C durante 18 minutos
(tempo de exposição).

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 Materiais não resistentes a autoclavagem (termossensível) deverão ser submetidos à imersão


em hipoclorito de sódio 5% por uma hora conforme PRS 150- Prevenção e Controle nas
Infecções Priônicas (Doença de Creutzfeldt-Jakob).
 A manipulação das soluções deve obedecer aos cuidados adequados para proteção dos
trabalhadores. A solução de hipoclorito de sódio deve ser preparada no mesmo dia e descartada
logo em seguida. Em caso de formulação de pronto uso, a embalagem só deverá ser aberta no
momento da utilização.
 Superfícies que tenham entrado em contato com instrumentos, materiais, tecidos ou fluidos
corporais potencialmente contaminados deverão, após limpeza mecânica rigorosa, ser inundadas
com hipoclorito de sódio 5% por uma hora, e completamente enxaguadas com água após.

6 REGISTROS

 Livro de registro de materiais do expurgo (anexo 01);


 Livro de registro dos materiais esterilizados nas autoclaves (anexo 02);

7 INDICADORES

Não se aplica

8 SIGLAS

 CE- Complexo de Especialidades


 CME - Centro de Material e Esterilização
 EPI – Equipamento de Proteção Individual
 HJK- Hospital Júlia Kubitschek
 POP – Procedimento Operacional Padrão
 PRS - Procedimento Sistêmico
 SCIH- Serviço de Controle de Infecção Hospitalar

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9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Resolução RDC nº. 15 de 15 de março de
2012 que dispõe sobre requisitos de boas práticas para o processamento de produtos para saúde
e dá outras providências.
2. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária –Resolução RDC nº 305 de 14 de
Novembro de 2002. Disponível em:
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33880/2568070/RDC_305_2002.pdf/
3. CE- Complexo de Especialidades. POP-CMECE 019. Técnica de Envelope. Central de Material
e Esterilização. Belo Horizonte: Maio/2022.
4. CE- Complexo de Especialidades. POP CMECE 033. Inspeção de Materiais através de Lupa
Iluminada (Aumento 8x). Central de Material e Esterilização. Belo Horizonte: Maio/2022.
5. HJK – Hospital Júlia Kubitschek. PRS 141. Higienização das Mãos em Serviços de Saúde.
Serviço de Controle de Infecção Hospitalar. Belo Horizonte: Abril/2022.
6. HJK – Hospital Júlia Kubitschek. PRS 150- Prevenção e Controle nas Infecções Priônicas
(Doença de Creutzfeldt-Jakob). Serviço de Controle de Infecção Hospitalar. Belo Horizonte:
Maio/2018.
7. HJK – Hospital Júlia Kubitschek. PRS 172- Manejo dos Resíduos Infectantes do Subgrupo A5
(Resíduos com suspeita ou certeza de contaminação por príons). Plano de Gerenciamento de
Resíduos de Serviços de Saúde. Belo Horizonte: Janeiro/2021.
8. Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico (SOBECC). Práticas recomendadas:
centro cirúrgico, recuperação pós-anestésica e centro de material e esterilização. 7ª ed. São
Paulo: SOBECC; 2017.
9. Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico (SOBECC). Recomendações para
prevenção e controle da disseminação intra-hospitalar de príons: uma revisão bibliográfica. v
11, n 1 p.28-34, an /mar. São Paulo: SOBECC; 2006.

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10 ANEXO(S)

Anexo 01 - Livro de registro de materiais do expurgo;

RECEBIMENTO MATERIAL NO
EXPURGO
DATA DESCRIÇÃO MATERIAL QT SETOR ASS.SETOR ASS.CME

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Anexo 02 - Livro de registro dos materiais esterilizados nas autoclaves

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