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REVISTA CIENTIFICA ELETRONICA DE MEDICINA VETERINARIA - ISSN: 1679-7353 ‘An0 Vil - Nimero 15 - Julho de 2010 - Priécos Semestral DISPLASIA OSSEA - TRATAMENTOS E METODOS RADIOGRAFICOS NA INCIDENCIA DE DISPLASIA COXOFEMURAL EM CAES Ivani Chiarelli AGOSTINHO Mariana Aparecida DUARTE Académicos do Centro Universitario Central Paulista— UNICEP/ Tecnélogo em Radiologia. Fabricio Gongalves CORREA Professor Doutor do Centro Universitario Central Paulista — UNICEP, So Carlos, SP. feta min cca ed Yea ra peace sein Fhe de Medicina Veterinaria © Zooteenia de Garca - FANED/FAEF e Edtora FAEF, mantis pela AsocingS0 (Cuttuale Educacional de Garea ACEG. Rua das Fores, 740 Vila Labiengpois~ CEP-17400-000, (Garga/SP- Tel: (014) 3407-8000 wwrw.revista.if-br - wawectorafaetcom.br - www fae br REVISTA CIENTIFICA ELETRONICA DE MEDICINA VETERINARIA - ISSN: 1679-7353 ‘An0 Vil - Nimero 15 - Julho de 2010 - Priécos Semestral DISPLASIA OSSEA - TRATAMENTOS E METODOS RADIOGRAFICOS NA INCIDENCIA DE DISPLASIA COXOFEMURAL EM CAES RESUMO A displasia éssea & determinada a partir de uma combinago de genes no organismo dos animais domésticos, caracterizando-a como uma patologia, ou seja, determinada por mais de um par de genes. Além disso, pode agravar-se por influéncia de fatores extemos ¢ uma vez desenvolvida, no regride. Fregiientemente ocorre em cdes, principalmente em ragas de médio © grande porte. Os sinais clinicos variam amplamente, desde claudicagdo intermitente até dor aguda ¢ paralisia voluntéria. diagnéstico é feito somente através do exame radiogrifico, obedecendo a padries de execugdo e interpretagdo, Para uma boa avaliagdo sto necessdrias tomadas radiogriticas corretas ¢ alta qualidade técnica, O tratamento pode variar de acordo com a gravidade de cada caso. Quando a donga é descoberta no inicio, os animais podem ser tratados ‘com medicagdo, Em casos mais graves necessitam até de imobilidade e nos casos mais raros, o animal ¢ submetido a uma cirurgia para a implantagdo de um pino no interior do fémur para refazer a ligago da cabega deste com o acetébulo, Alguns estudos Revita leis Evie de Medco eterna ua pul da Facade de Nedina Vetere edotenia de Gea FaneD FAR a icpcancccacio Ml {ur Sueno de rg ci. ae lores, 40- Wa abenpate CER anata {arash Tes (Orta) 07 $00 yorcrvitn =m ator com = ww fa be REVISTA CIENTIFICA ELETRONICA DE MEDICINA VETERINARIA - ISSN: 1679-7353 ‘An0 Vil - Nimero 15 - Julho de 2010 - Priécos Semestral estatisticos mostram que 70% dos animais radiograficamente afetados ndo apresentam sintomas ¢ somente 30% necessitam de algum tipo de tratamento, Os animais doentes podem apresentar claudicagio uni ot bilateral, dorso arqueado, peso corporal deslocado em ditegdo aos membros anteriores com rotagdo lateral desses membros e andar bambolcante. Desta forma, é necesséria a utilizagdo dos exames radiogrificos para analisar a freqiéncia e as lesées osteoarticulares da displasia éssea em animais domésticos. Palayras Chav‘ Displasia Coxofemoral, Avaliagio Radiolégica e Tratamento. ABSTRACT. Bone dysplasia is determined from a combination of genes in the body of domestic animals, characterizing it as a pathology that is determined by more than one pair of genes, Moreover, it can worsen the influence of extemal factors and once developed, does not regress. Often occurs in dogs, especially in breeds of medium and large. Clinical signs vary widely, from intermittent claudicating to acute pain and paralysis voluntary. The diagnosis is made only trough radiographic examination, following standards of delivery and interpretation, For a good evaluation is necessary radiographs correct and hight technical quality. Treatment may vary depending on the severity of each case, Cases in wich the disease is caught early can be treated with medication. More severe cases need to immobility and in rare cases, the animal is undergoing surgery for implantation of a pin within the femur to remake the connection of the head of the acetabulum, Some statistical studes show that 70% of Revista ClenificaEletrnica de Medicina Veterinsiaé una publicarso semestral da Faculdade de Medicina Veterinaria © Zooteenia de Garca - FANED/FAEF e Edtora FAEF, mantis pela AsocingS0 (Cuttuale Educacional de Garea ACEG. Rua das Fores, 740 Vila Labiengpois~ CEP-17400-000, (Garga/SP- Tel: (014) 3407-8000 wwrw.revista.if-br - wawectorafaetcom.br - www fae br REVISTA CIENTIFICA ELETRONICA DE MEDICINA VETERINARIA - ISSN: 1679-7353 ‘An0 Vil - Nimero 15 - Julho de 2010 - Priécos Semestral radiographically affected animals show no symptoms and only 30% need some kind of treatment, Sick birds may present unilateral or bilateral lamenesess, back arched, body weight shifted toward the limbs with lateral rotation of these members and waddling, Thus, it is necessary the use of radiography to analyse the frequency and injury osteoarticular bone dysplasia in pets. Keywords: Canine Hip Dysplasia, Radiological Assessment and treatment. feta min cna esa Yea apace sein css de Medicina Veterinaria © Zooteenia de Garca - FANED/FAEF e Edtora FAEF, mantis pela AsocingS0 (Cuttuale Educacional de Garea ACEG. Rua das Fores, 740 Vila Labiengpois~ CEP-17400-000, (Garga/SP- Tel: (014) 3407-8000 wwrw.revista.if-br - wawectorafaetcom.br - www fae br REVISTA CIENTIFICA ELETRONICA DE MEDICINA VETERINARIA - ISSN: 1679-7353 ‘An0 Vil - Nimero 15 - Julho de 2010 - Priécos Semestral InTRODUCAO A displasia é uma ma formagdo nas articulagdes, com maior incidéncia nas, ligagdes entre a bacia e os membros traseiros, denominado como coxofemoral. Pode atingir machos ¢ fémeas de qualquer raga, especialmente ragas grandes ¢ de crescimento rapido, A displasia coxofemoral e a de cotovelo podem comprometer apenas uma das articulagdes, mas normalmente atinge as duas. Esta patologia ¢ transmitida de forma hereditiria e & também fortemente influenciada por fatores de manejo ¢ do meio ambiente (TORRES, 1993), A Displasia Coxo-Femoral (DCF) é uma patologia que se caracteriza por uma ma formago da cabega do fémur ¢ acetébulo devido a uma instabilidade presente na rtegido, levando ao aparecimento de alteragie: osteoartréficas. Sua primeira descrigio em cies foi em 1935 e também jé foi diagnosticada em outtas espécies como gatos, bovinos, eqinos, animais silvestres ¢ até o homem. Acomete todas as ragas, sendo mais comum nas ragas de médio e grande porte, que apresentam répido crescimento como Pastor Alemio, Fila Brasileiro, Rottweiler, Séo Bemardo, Labrador entre outras, no apresentando predilegio por sexo (TORRES, 1999). A DCF caracteriza-se por um desenvolvimento falho da articulagdo coxofemoral caracterizado por varios graus de frouxidao dos tecidos moles ao redor, instabilidade, malformagdo da cabega femoral e a jo em idade ibulo, os quais permitem sub-lux: precoce, Esta afecgdo é a causa mais importante de osteoartrite coxofemoral do co (SMITH, 1997). No Brasil, esta afe cdo apresenta elevada incidéncia e ha registros de indices de 72,4% em Pastores Alemies em Minas Gerais, 72,2% em uma amostra de ragas de grande porte na regido de Marilia, e 75% na raga Rottweiler na regido metropolitana do Recife (SOUZA, TUDURY, 2003). feta min cna esa Yea peace sein Fc de Medicina Veterinaria © Zooteenia de Garca - FANED/FAEF e Edtora FAEF, mantis pela AsocingS0 (Cuttuale Educacional de Garea ACEG. Rua das Fores, 740 Vila Labiengpois~ CEP-17400-000, (Garga/SP- Tel: (014) 3407-8000 wwrw.revista.if-br - wawectorafaetcom.br - www fae br REVISTA CIENTIFICA ELETRONICA DE MEDICINA VETERINARIA - ISSN: 1679-7353 ‘An0 Vil - Nimero 15 - Julho de 2010 - Priécos Semestral A DCF é uma malformagdo de origem genética, cujo, as bases nao esto bem definidas. Entretanto, 0 modelo de heranga parece ser poligénica e de natureza quantitativa, ndo seguindo as leis mendelianas bisicas, Miltiplos fatores podem influenciar ou modificar sua manifestagdo genética, dentre eles as dietas com alto teor de energia, proteina, Icio e fsforo, os fatores hormonais nos quais esto envolvidos o esttégeno, a relaxina e outros horménios, a deficiéncia de vitamina C e demais fatores (LUST et al., 1985; FOX et al., 1987; BRASS, 1989 ; TORRES, 1993), Estudos estat cos mostram que 70% dos animais radiograficamente afetados no apresentam sintomas e somente 30% necessitam de algum tipo de tratamento. Os animais doentes podem apresentar claudicagao uni ou bilateral, dorso arqueado, peso corporal deslocado em diregio aos membros anteriores, com rotago lateral desses membros ¢ andar bamboleante (GEROSA, 1995). ‘As associagdes de criadores das diferentes ragas caninas tém demonstrado maior preocupagao com a displasia e, da mesma forma, os proprietérios estio mais bem informados quanto aos problemas que cla pode causar. Assim, os médicos veterinérios esto cada vez mais envolvidos com exames radiogrificos para a displasia. Entretanto, para se fazer uma boa avaliagio sio necessérias tomadas radiogréficas corretas e alta qualidade técnica (TORRES, 1993). A displasia coxofemoral & uma patologia que altera @ conexdo entre a cabega do femur e 0 acetdbulo (estrutura que liga a pélvis ao fémur). Acomete uma ou ambas articulagdes, normalmente atinge as duas articulagdes. Geralmente aparece a partir dos 4-6 meses de idade, podendo apres a total sntar uma manqueira discreta até &s vez: incapacidade locomotiva. Os sintomas so variados, basicamente uma dificuldade em caminhar, ctepitagdes (estalos) nas juntas ¢ sinais de dor ao andar e as vezes o animal chora ¢ até mesmo arrasta-se, dependendo da gravidade do quadro 0 animal pode até parar de movimentar as patas traseiras (DOUGLAS, 1975). Revita ClentificeEletnica de Medicina Vetrinisia & una publ da Faculdade de (Cuttuale Educacional de Garea ACEG. Rua das Fores, 740 Vila Labiengpois~ CEP-17400-000, (Garga/SP- Tel: (014) 3407-8000 wwrw.revista.if-br - wawectorafaetcom.br - www fae br REVISTA CIENTIFICA ELETRONICA DE MEDICINA VETERINARIA - ISSN: 1679-7353 ‘An0 Vil - Nimero 15 - Julho de 2010 - Priécos Semestral Existem ces que so apenas portadores da displasia, nao apresentam dor, estes apenas sio diagnosticados através do exame radiografico, A displasia é desencadeada pela hereditariedade, por fatores ambientais (piso liso), a raga do animal (geralmente cdes de grande porte). Hé edes que sdo assintométicos, ou seja, ndo apresentam sinais clinicos, isso acontece por que as alteragdes dsseas desaparecem com a maturidade esquelética. Para diagnosticar a doenga € feito exame radiogrifico, que € 0 tinico método seguro, este s6 pode ser realizado com ces a partir de um ano de idade, pois as alteragé ésseas decorrentes da displasia progridem com a idade, portanto recomenda- se 0 exame radiografico apés os 12 meses de idade em cdes de pequeno porte € com 18 meses em cdes de grande porte (GEROSA, 1995). Os sinais clinicos da displasia coxofemoral quando diseretos, so pouco evidenciados pelos proprietirios, ¢ sua manifestagdo iré variar de acordo com a idade do animal. Existem dois grupos reconheciveis clinicamente: o de cdes jovens entre quatro ¢ doze meses de idade, ¢ 0 de animais acima de quinze meses de idade, que apresentam afeegdo crdnica (BRINKER, PIERMATTEI, FLO, 1999). ‘A maioria dos pacientes teré sinal de Ortolani positivo, que & 0 “estalo” produzido pelo movimento da cabega femoral deslizando para dentro e para fora do acetébulo, conforme se faz movimento de abdugao no membro pélvico (OLMSTEAD, 1998; BRINKER, PIERMATTEL, FLO; 1999; HULSE, JOHNSON, 2002; NOGUEIRA, TUDURY, 2002). Caes jovens geralmente manifestam sinais agudos de afecgdo unilateral (ocasionalmente bilateral), caracterizada na redugio sibita na atividade locomotora, associada 4 acentuada dor nos membros pélvicos. Nestes animais pode-se observar dificuldade em se levantar apés exercicios ou repouso, intolerincia a exercicios ¢ atividades como correr ¢ pular, ¢ os miisculos das dreas pélvicas © das coxas Revita leis Elvi de Medco eterna uma pul da Facade de Nedina Vetere edotenia de Gea FaneD FAR a iepcancecacio Ml {lure Saueacaal de Grga Ck, Ri ae lors, 40- Wa abengpte CER Waaeado fa {arash Tes (Orta) 07 $00 yorcrvitn =m ator com = ww fa be REVISTA CIENTIFICA ELETRONICA DE MEDICINA VETERINARIA - ISSN: 1679-7353 ‘An0 Vil - Nimero 15 - Julho de 2010 - Priécos Semestral fracamente desenvolvidos (BRINKER, PIERMATTEI, FLO, 1999; HULSE, JOHNSON, 2002) A maioria dos cies displasicos entre doze e quatorze meses de idade anda e corre livremente e nao tem dor aparente, apesar da aparéncia radiogréfica da articulagao. 0 padrio de locomosio como “coelho” é bem caracteristico nesta afecgdo (BRINKER, PIERMATTEI, FLO; 1999). Nesta fase, a cabega femoral pode apresentar-se sub-luxada, ou com luxagdo completa, J4 em cies adultos, é comum 0 desenvolvimento de uma doenga articular degenerativa com graus variando entre discreta a severa (SOUZA, TUDURY, 2003). Em cdes mais velhos os sinais so diferentes, pois a afecgo articular degenerativa erénica é associada & dor. A claudicagdo geralmente é bilateral, embora eventualmente manifeste-se de forma unilateral. Os sinais podem ser continuos, ou podem surgir de forma aguda apés vigorosa atividade que re: ulte em ruptura ou outra esto de tecidos moles da articulagao anormal. A maioria dos sinais elinicos decorre de mudangas degenerativas prolongadas dentro da articulagdo, O animal pode apresentar claudicagio apés exercicio vigoroso ou prolongado, um modo de locomogio alterado, ¢ freqiientemente crepitag3o movimentagio restrita da articulagio. O cdo geralmente prefere sentar a permanecer em estagdo e levanta-se com grande dificuldade. © sinal de Ortolani raramente esté presente devido ao arrasamento do acetébulo ¢ fibrose da capsula articular, © exame clinico e as radiografias ajudam na detecedo de problemas adicionais de joelho, enquanto um teste de propriocepedo retardado ou ausente pode ser itil na distingao de problemas de coluna vertebral, concomitantes ou ndo (BRINKER, PIERMATTEI, FLO, 1999), Os graus de displasia & observado pelo método estabelecido por Norberg-Olsson em que os graus iro de 0 a 4 e é estabelecido para uma nomenclatura internacional de uso obrigatério, conforme demonstra a tabela abaixo: Revita ClentificeEletnica de Medicina Vetrinisia & una publ da Faculdade de Nediensvetennra«zooteenia de crea FaNED/FAET e Ea icpcancccacio Ml (Cuttuale Educacional de Garea ACEG. Rua das Fores, 740 Vila Labiengpois~ CEP-17400-000, (Garga/SP- Tel: (014) 3407-8000 wwrw.revista.if-br - wawectorafaetcom.br - www fae br REVISTA CIENTIFICA ELETRONICA DE MEDICINA VETERINARIA - ISSN: 1679-7353 ‘An0 Vil - Nimero 15 - Julho de 2010 - Priécos Semestral Tabela 1: Grau Displasia 0 Livre al Suspeita T Leve 2 Média sed Grave A ctiologia da doenga envolve fatores genéticos, hormonais, nutriciona mrisculos esqueléticos e ambientais, como: Segundo TORRES (1999), a doenga foi descoberta em 1930 € as ragas com predisposigdo genética sio Co dos Pirineus, Fila Brasileiro, Golden Retriever, Pastor Alemio, Retriever do Labrador, Rottweiler, Sdo Bemardo e Setter Inglés. Nao ha diferenga significativa. no acometimento de machos ¢ fémeas. Geralmente o acometimento articular é bilateral, podendo ser unilateral em 11% dos casos. Os fatores de isco envolvem edes de grande porte, com crescimento répido e submetido superalimentagao, © diagnéstico € realizado através da anamnese e o exame fisico, observando 0 aumento no indice de distragdo (afastamento da articulagao coxofemoral); claudicasao, que piora apés exercicios; sinal de Ortolani positivo (este sinal pode estar ausente em casos crdnicos, devido a fibrose na articulay (0); dificuldade do animal em se levantar; relutancia em correr ¢ saltar; dor; erepitagao & manipulagdo da articulagdo; atrofia muscular nos membros pélvicos; hipertrofia de musculos do membro toricico (TUDURY, 2004). feta niin Cnc era Yea ra pence sein Fhe de Medicina Veterinaria © Zooteenia de Garca - FANED/FAEF e Edtora FAEF, mantis pela AsocingS0 (Cuttuale Educacional de Garea ACEG. Rua das Fores, 740 Vila Labiengpois~ CEP-17400-000, (Garga/SP- Tel: (014) 3407-8000 wwrw.revista.if-br - wawectorafaetcom.br - www fae br REVISTA CIENTIFICA ELETRONICA DE MEDICINA VETERINARIA - ISSN: 1679-7353 ‘An0 Vil - Nimero 15 - Julho de 2010 - Priécos Semestral © exame radiogrifico deve ser feito na posig’o ventro-dorsal com os membros posteriores bem estendidos e rotacionados internamente de modo que a patela fique sobreposta medialmente em relago ao plano sagital do fémur. Os fémures devem ficar paralelos entre si e em relago & coluna vertebral e a pélvis em simettia, Procedendo-se desta forma, a radiografia poderd revelar anormalidades articulares que no seriam facilmente vistas em outras posigées (TORRES, 1999; TORRES e SILVA, 2001; SOUZA, TUDURY, 2003) © tamanho do filme radiogréfico deve ser suficiente para abranger a rea compreendida entre as asas dos fleos e as articulagdes femurotibiopatelares, sendo que 0 feixe primério de raios X deve estar centrado entre as articulagdes coxofemorais (TORRES, 1999; TORRES e SILVA, 2001). SOUZA © TUDURY (2003), relatam que a posigao ventrodorsal ndo permite Visibilizar © deslocamento da cabega femoral e nem alteragdes da borda acetabular dorsal. Portanto, existem outras opgdes radiogréficas, como: incidéncia lateral; “Posicionamento em pata de ra” (também conhecida como frog leg position, sendo um posicionamento interessante para se avaliar 0 espago articular); incidéncia para visibilizar subluxagdo dorsolateral da cabega femoral; incidéncia para visibilizar a borda acetabular dorsal, Para um correto posicionamento do paciente na mesa radiogréfica, utiliza-se anestesia geral ou sedagdo profunda, Sao poucos os animais que toleram uma condigao tdo desconfortivel como 0 deciibito dorsal, principalmente mantendo-se os membros sob tragai € rotagio interna, procedimento que pode ser doloroso para os animais acometidos (TORRES, 1993). Como técnica auxiliar para interpretagao, pode-se utilizar 6 método de Norberg, o qual utiliza uma escala de angulos para se mensurar o grau de luxagdo articular (TORRI ILVA, 2001), Revita leis Elvi de Medco eterna uma pul da Facade de Nedina Vetere edotenia de Gea FaneD FAR a icpcancccacio Ml {ur Sueno de rg ci. ae lores, 40- Wa abenpate CER anata {arash Tes (Orta) 07 $00 yorcrvitn =m ator com = ww fa be REVISTA CIENTIFICA ELETRONICA DE MEDICINA VETERINARIA - ISSN: 1679-7353 ‘An0 Vil - Nimero 15 - Julho de 2010 - Priécos Semestral A articulagdo coxofemoral normal possui uma perfeita relagdo entre a cabega do femur © 0 acetibulo. Ao nascimento, 0 lio, 0 isquio © 0 piibis sio visiveis radiograficamente. © centro de ossificagio da cabeca do fémur toma-se visivel somente por volta dos 12 dias de vida (TORRES, 1999). As articulagdes coxofemorais de cies, que eventualmente desenvolvem displasia, so estrutural e funcionalmente normais ao nascimento. O diagnéstico radiogréfico pode ser feito, inicialmente, entre 6 ¢ 9 meses de idade, dependendo da “era de 80% dos gravidade do caso. s displisicos mostram evidéncias radioligicas aos 12 meses e, em alguns casos, s6 sao identificadas aos 2 anos. © aumento do liquido sinovial, a hipertrofia do ligamento redondo, a sinovite proliferativa © as lesGes da cartilagem articular ocorrem antes das evidéncias radiolégicas (TORRES, 1999). A probabilidade de se fazer um diagnéstico incorreto & grande em animais jovens, especialmente antes do fechamento das placas epifisérias, uma vez que as alteragdes radiolégicas sio mais. perceptiveis nos animais adultos (RENDANO & RYAN, 1985; WALLACE, 1987). Do ponto de vista clinico, a radiografia poderd ser feita em qualquer idade, pois, 95% dos ces displisicos terdo sinais radioldgicos apés 2 anos de idade e nos severamente afetados, podem ser observados entre 2 © 4 meses (WALLACE, 1987). Recomenda-se 0 exame radiogréfico de rotina, para efeito de selegdo © controle reprodutivo, com a idade minima de 1 ano nas ragas de médio grande portes e I ano e meio para as ragas gigantes (TORRES, 1999). ‘As anormalidades estruturais podem ser detectadas no acetdbulo, no colo & na cabega do fémur. A articulagdo é considerada displisica quando a cabega do fémur ajusta-se, inadequadamente ao acetdbulo e tanto a luxagio quanto a sub-luxagio sio consideradas confirmativas da DCF. Os osteéfitos so observados em todos os estigios, principalmente nos mais avangados (TORRES, 1999 ). Revita leis Elvi de Medco eterna uma pul da Facade de Nedina Vetere edotenia de Gea FaneD FAR a icpcancccacio Ml {ur Sueno de rg ci. ae lores, 40- Wa abenpate CER anata {arash Tes (Orta) 07 $00 yorcrvitn =m ator com = ww fa be REVISTA CIENTIFICA ELETRONICA DE MEDICINA VETERINARIA - ISSN: 1679-7353 ‘An0 Vil - Nimero 15 - Julho de 2010 - Priécos Semestral Destacam-se como alteragdes iniciais 0 aumento do liquido sinovial, da espessura do ligamento redondo ¢ sub-luxagio, sendo que somente a tiltima poderé ser vista no exame radiogrifico, Posteriormente, observam-se osteofitose pericondral junto 4 inseredo da capsula articular, remodelagdo ¢ esclerose dssea da cabera, do colo ¢ do acetibulo. A cabega do fémur perde sua forma esferoidal ficando achatado em sua superficie articular, o colo toma-se espesso, com superficie e densidade irregulares devido & formagao de osteéfitos. Ocorre 0 arrasamento do acetébulo, porém, nem sempre visto em todos os casos (TUDURY, 2000). A DCF € predominantemente bilateral, no entanto, em um pequeno percentual de cdes, pode ocorrer de modo assimétrico, ou seja, unilateral onde uma articulagdo & normal ¢ a outra afetada ou bilateral em diferentes graus. Deve-se ter 0 cuidado para nio ‘cometer erros de interpretagao nesses casos (MORGAN, 1986; TORRES et al., 1999). Algumas técnicas auxiliares so utilizadas na avaliagdo radiogréfica, Dentre , destaca-se a de Norberg onde se mede na radiografia, utilizando-se uma escala, 0 Angulo formado por: linha ideal que une as duas cabegas femorais ¢ linha que une 0 centro da cabega do femur sujeita a exame, com a borda acetabular craniolateral do mesmo lado. Qualquer medida constatada, inferior a 1050 mostra uma inadequada relagdo entre a cabeca do fémur e o acetébulo, demonstrando sinais de subluxagao ou luxagdo, © que pode ser caracterizado como DCF (TORRES, 1999). Recomenda-se 0 exame radiogrifico de rotina, para efeito de selegdo e controle reprodutivo, com a idade minima de um ano nas ragas de médio e grande porte, € um ano e meio para as ragas gigantes (TORRES ¢ SILVA, 2001) Segundo TORRES e SILVA (2001), a displasia coxofemoral pode receber trés classificagGes radiograticas, sendo: 1) Classifice o de acordo com a Orthopedic Foundation for Animals (OFA - Fundagdo Ortopédica para Animais): em graus de 0.a IV; Revita ClentificnEletnica de Medicina Vetrinsa & ua publ da Faculdade de Medicina Veteriniria eZontecnia de Garea= PANED/FAEF © Edo dts pela AoA 30 {Cultural e Eaucacional de Garga ACEG. Rua éas Fores, 740- Via Labiengpots CEP 1740000, (Garga/SP Tel. (014) 3407-8000 wo. revita. i br - wow. esorafact com br = ww fet br. REVISTA CIENTIFICA ELETRONICA DE MEDICINA VETERINARIA - ISSN: 1679-7353 ‘An0 Vil - Nimero 15 - Julho de 2010 - Priécos Semestral 2) Classificagdo de Schnelle: em graus de La 4; 3) Classificaso de acordo com a Federagao Cinolégica Internacional (FCD, adotada pelo Colégio Brasileiro de Radiologia Veterinaria (CBRV) e pela Associagao Brasileira de Radiologia Veterinéria (ABRV): em categorias de A até E ou HDI- a HD+, que descritas a seguir: © diagnéstico clinico ¢ baseado na histéria relatada pelo proprietatio, nos sinais, no modo de andar do animal ¢ nos resultados dos exames especificos da articulagdo coxofemoral (SMITH et al., 1990; BRINKER et al., 1999; TORRES et al., 2001; SOUZA; TUDURY, 2003; NOGUEIRA et al,, 2005). © diagnéstico definitive é realizado através do exame radiogrifico da articulagdo coxofemoral, em posi¢ao ventro-dorsal, com os membros pélvicos estendidos e paralelamente entre si, ao chassi e a coluna vertebral. (BRINKER et al, 1999; SOUZA; TUDURY, 2003; NOGUEIRA et al., 2005). 0 diagnéstico da alteragao inicial & realizado somente aos 6-9 meses de idade, embora cerca de 80% dos cies displisicos s6 mostrem evidéncias radiolégicas aos 12 meses e alguns somente aos 24 s (TORRE: A idade mais recomendada para 0 diagnéstico da DCF & aos 18 me etal, 1999). Segundo McLAUGHLIN (2003), os principais diagnésticos diferenciais so miclopatia degenerativa, instabilidade lombo-sacral, doenga patelar bilateral, panosteite ¢ poliartropatias. 0 diagndstico da DCF ¢ exclusivamente radiolégico. O diagnéstico a partir dos sinais clinicos nao suficiente, pois nem sempre sio compativeis com os achados radiol6gicos. Portanto nao se deve dar um atestado de nao displisicos apenas pela auséncia de sintomas, todos os animais devem ser radiografados (TORRES et al., 2001; SOUZA; TUDURY, 2003; NOGUEIRA ct al,, 2005). Revita leis Elvi de Medco eterna uma pul da Facade de Nedina Vetere edotenia de Gea FaneD FAR a icpcancccacio Ml {ur Sueno de rg ci. ae lores, 40- Wa abenpate CER anata {arash Tes (Orta) 07 $00 yorcrvitn =m ator com = ww fa be REVISTA CIENTIFICA ELETRONICA DE MEDICINA VETERINARIA - ISSN: 1679-7353 ‘An0 Vil - Nimero 15 - Julho de 2010 - Priécos Semestral Existem diferentes técnicas para avaliagdo da radiografia, as mais usadas so as desenvolvidas pela Orthopedic Foundation for ANIMALS-EUA (OFA), pela Universidade da Pensilvania-EUA (PennHip), pelo British Veterinarian Association- Inglaterra (BVA) ¢ 0 Método de Norberg (HD). Para o atestado definitivo os animais 's pelo BVA ¢ pelo Método de Norberg, ¢ idade devem possuir idade superior a 12 me superior a 24 meses pela OFA. As fémeas devem ser radiografadas com pelo menos 30 dias antes ou apés 0 cio, pois a influéncia hormonal pode causar uma falsa impressio de sub-luxagdo (TUDURY, 2003). Os sinais clinicos geralmente comegam aos 5-8 meses de idade, sendo que em alguns casos no aparecem até os 36 meses de idade. Os sintomas sio extremamente varidveis, sendo que os animais podem apresentar dificuldade ao andar, levantar, correr © subir escadas; dorso arqueado, andar cambaleante ¢ claudicagao, abrasdo das unhas dos membros posteriores; diminuigfo da amplitude de movimentago dos membros posteriores; atrofia da musculatura dos membros posteriores; sensibilidade local, sendo esta exacerbada apés exercicios. E importante lembrar que nem sempre existe uma relagdo entre os sintomas o grau de displasia que o animal apresenta isto & animais com displasia severa podem correr, pular e brincar enquanto que animais com displasia eve podem apresentar uma forte claudicagaio (SOUZA, TUDURY, 2003). Nao existe uma cura para a DCF, os tratamentos visam minimizar a dor, combater os sintomas dando uma melhor condigao de vida para o animal. Nos casos mais leves recomenda-se a diminuigao do peso do animal para reduzir o estresse mecinico sobre a articulagio, e fisioterapia (natagdo) para prevenir ou aliviar proceso inflamatério presente. Nos casos mais graves podem ser usados antiinflamatérios no esterdides para o controle da dor, como também podem ser associados precursores de proteoglicanos que sdo um importante constituinte da cartilagem hialina que forma a articulagdo. Os tratamentos cirirgicos incluem osteotomia tripla pélvica (TPO), Ncgcna votemirae dooteenia de Curves PuMeD/FaGre EatoraFAeh: marten pea assets ll (Cuttuale Educacional de Garea ACEG. Rua das Fores, 740 Vila Labiengpois~ CEP-17400-000, (Garga/SP- Tel: (014) 3407-8000 wwrw.revista.if-br - wawectorafaetcom.br - www fae br REVISTA CIENTIFICA ELETRONICA DE MEDICINA VETERINARIA - ISSN: 1679-7353 ‘An0 Vil - Nimero 15 - Julho de 2010 - Priécos Semestral remogdo completa da cabega e do colo do fémur, artroplastia completa da articulagao, entre outros (SOUZA, TUDURY, 2003). Como opgdes terapéuticas, OLIVEIRA et al., (2004) cita fisioterapia, hidroterapia, uso de antiinflamatérios ndo-esteroidais, uso de condroprotetores cirurgia, As técnicas cirargicas recomendadas io: osteotomia pélvica tripla, artroplastia de excisiio de cabega e colo femorais, miectomia pectinea, osteotomia intertrocantérica, substituigdo coxofemoral total, sinfiodese pibica juvenil e desenervagao articular (TORRES e SILVA, 2001). TORRES e SILVA (2001), relatam que as estatisticas demonstram que 70% dos, animais radiograficamente afetados no apresentam sinais clinicos © somente 30% necessitam de algum tipo de tratamento. & interessante que se corrija a dieta do animal, instituindo um programa de controle de peso, ¢ que sejam desaconselhados os cruzamentos dos animais afetados. A incidéncia de recidiva dos sinais clinicos decorrentes de extrusio de disco & maior nos ces submetidos ao tratamento ndo cirirgico que naqueles tratados cirurgicamente. Embora muitos cies respondam ao tratamento conservador, ocorrem percentagens de recidiva da ordem de 33% ou mais. A fenestrag3o de DIV cervical reduz significativamente as percentagens de recidiva, em comparagdo com o tratamento conservador, mas este procedimento cirdirgico é ineficaz, em comparagdo com a descompressio © remogiio da massa para o alivio répido da dor cervical ¢ da paresia (SOUZA, TUDURY, 2003). © uso de métodos terapéuticos experimentais, como o estimulador de campo oscilatério, além do tratamento cirdrgico de rotina, pode aumentar a percentagem de éxito ¢ estender o tempo durante o qual é possivel a intervengao bem sucedida. Nao hé atualmente um tratamento elfnico ou cirdrgico para animais que manifestam sintomas de maladcia ascendente ou descendente progressiva (SOUZA, TUDURY, 2003). Ncgcna votemirae dooteenia de Curves PuMeD/FaGre EatoraFAeh: marten pea assets ll (Cuttuale Educacional de Garea ACEG. Rua das Fores, 740 Vila Labiengpois~ CEP-17400-000, (Garga/SP- Tel: (014) 3407-8000 wwrw.revista.if-br - wawectorafaetcom.br - www fae br REVISTA CIENTIFICA ELETRONICA DE MEDICINA VETERINARIA - ISSN: 1679-7353 ‘An0 Vil - Nimero 15 - Julho de 2010 - Priécos Semestral As indicagdes gerais para o tratamento ndo-cintirgico sao: episédio de dor ou dor com leve paresia; paralisia com auséncia da sensagdo de dor por duragio superior a 48 horas; paralisia progressiva, como resultado de miclomaldcia ascendente ow descendente; consideragdes financeiras ¢ moléstia sistémica grave ou distirbios graves de outros érgios (SOUZA, TUDURY, 2003). © tratamento clinico ou conservador & recomendado para os animais apenas com dor aparente ou com déficits neurolégicos discretos, mas que estejam deambulando ¢ no tenham tido sinais elinicos prévios associados & doenga de disco. Os prinefpios do tratamento clinico sio: cuidados auxiliares, restrigao da atividade fisica, © 0 uso cauteloso de medicamentos antiinflamatérios ou miorrelaxantes para o controle da dor € da hiperestesia (BRINKER, 1999). © aspecto mais importante do tratamento conservador ¢ 0 confinamento rigoroso numa gaiola ou canil. Sdo aconselhiveis caminhadas limitadas com o animal sob guia (presa a arreio corporalipeitoral, e Jo a uma coleira no pescogo) durante algumas semanas, O repouso forgado facilita a resolugdo da inflamagdo e a estabilizagao do disco rompido, por fibrose. Evitando, assim, extrusio adicional de material de disco (BRINKER, 1999). Comumente os sintomas clinicos brandos resolvem-se apés pelo menos trés, semanas de confinamento. A recidiva dos sintomas clinicos é comum neste grupo de animais, cerca de 50% dos cies com discopatia toracolombar de 80% dos animais com discopatia cervical sofrem recidivas. Os animais devem ser observados cuidadosamente, em bus (SOUZA, TUDURY, 2003). de qualquer deterioragdo dos sintomas clinic Animais com dor cervical grave em geral nao respondem ao repouso em jaula, eles costumam ter grande quantidade de material de disco dentro do canal medular. Os '$ que nfio mostram melhora no decorrer de 7 a 10 dias de confinamento devem ser feta min cna esa Yea peace sein Fc de Medicina Veterinaria © Zooteenia de Garca - FANED/FAEF e Edtora FAEF, mantis pela AsocingS0 (Cuttuale Educacional de Garea ACEG. Rua das Fores, 740 Vila Labiengpois~ CEP-17400-000, (Garga/SP- Tel: (014) 3407-8000 wwrw.revista.if-br - wawectorafaetcom.br - www fae br REVISTA CIENTIFICA ELETRONICA DE MEDICINA VETERINARIA - ISSN: 1679-7353 ‘An0 Vil - Nimero 15 - Julho de 2010 - Priécos Semestral avaliados de novo por meio de radiografias e mielografia, considerando-se realizar a descompressio cervical ventral (SOUZA, TUDURY, 2003). © tratamento clinico voltado para diminuir 0 edema da ME por meio de corticosterdides esté indicado apenas para os animais com déficits neuroligicos de inicio agudo examinados no decorrer das primeiras 8 horas apés a lesio. A dor grave € renitente pode ser tratada com glicocorticéides (prednisolona, 0,5 mg/kg VO, BID, durante 72 horas), que reduzem a inflamacdo das raizes nervosas ¢ a isquemia, aliviando assim a dor, Tais medicamentos também podem ser benéficos para os animais com leve paresia, através da redugdo da inflamagao ¢ formagao de radicais de oxigénio livre € pela aceleragdo da reversio da isquemia tecidual, hipoxia ¢ edema, 0 que, em caso linizagdo (BRINKER, 1999). contrario, poderia levar & desmi Alguns neurologistas ndo defendem o emprego de glicocorticéides ou de analgésicos como a aspirina, meperidina, ou fenilbutazona, visto que o alivio total da dor pode encorajar a hiperatividade do animal, ¢ a deteriorago dos sintomas clinicos. Em alguns casos, 0 uso cauteloso de analgésicos ou antiinflamatérios nao-esterdides pode estar indicado; contudo, 0 confinamento estrito seguide por um perfodo de exercicio restrito é mandatério. A deterioragio dos sinais clinicos, em decorréncia da atividade excessiva, & aspecto comum quando os pacientes si medicados (SOUZA, TUDURY, 2003), © uso de corticosterdides em cies com extrusio de disco foi associado com pancreatite, sangramento gastrintestinal e perfuragdes do célon, Medicamentos antiinflamatérios inibidores das prostaglandinas, especialmente dexametasona ¢ flunixin meglumine, podem potencializar efeitos colaterais gastrintestinais (BRAWNER, 1998). Os espasmos musculares podem responder aos miorrelaxantes, como o metocarbamol, 20 mg/kg, TID, durante 7 a 10 dias, ou diazepam, 2 a S mg VO, TID, durante varios dias. (BRAUND, 1996), Revita Clentifice Eleni de Medicina Veterinisa é una publicagt semestral da Faculdade de Neda Vterstrae docemiadecaea-FaneD/tazr e€aora Fach manncarpea acocacio ll (Cuttuale Educacional de Garea ACEG. Rua das Fores, 740 Vila Labiengpois~ CEP-17400-000, (Garga/SP- Tel: (014) 3407-8000 wwrw.revista.if-br - wawectorafaetcom.br - www fae br REVISTA CIENTIFICA ELETRONICA DE MEDICINA VETERINARIA - ISSN: 1679-7353 ‘An0 Vil - Nimero 15 - Julho de 2010 - Priécos Semestral Se o estado neurolégico do animal se agravar, o tratamento deve ser reavaliado imediatamente, Os proprietérios também devem ser alertados no sentido de que é comum a recidiva dos sinais clinicos em decorréncia da extrusio de outro disco no ‘mesmo local ou em outro, ¢ os episédios subseqilentes podem ser mais graves, em especial na coluna toracolombar (GRANDY, 2004). Raramente, um animal sem percep¢ao da dor profunda por mais de 48 horas, pode responder ao tratamento clinico com megadoses de succinato sédico de metilprednisolona de até 30 mg/kg, por via intravenosa como dose inicial, e em seguida 15 mg/kg 2 a 6 horas mais tarde, e ainda subsequentemente a infusdo continua de 2,5 mg/kg por hora por até 48 horas apés a lesdo espinhal (BRAUND, 1996). © uso da acupuntura no tratamento da extrusio de DIV nos ces é controvertido. A acupuntura pode ser uma excelente terapia adjuvante no tratamento conservador dos cdes acometidos, mas seu uso como altemnativa para a cirurgia em ces com compressio grave da ME, resultante de extrusio de disco, ndo é recomendado (GRANDY, 2004). As indicagdes getais para a intervengao cirdrgica em animais com moléstia do DIV sdo as seguintes: sintomas elinicos nao reativos ao tratamento clinico, sintomas clinicos recidivantes ou progressivos, paresia ou paralisia com preservagaio de sensagdo dolorosa profunda e paralisia e auséncia de dor profunda com duragdo inferior a 48 horas (BRAUND, 1996). © tratamento cirirgico das discopatias pode ser subdividido nos procedimentos profiliticos e terapéuticos. A profilaxia envolve a fenestragdo para a remogdo de material nuclear do proprio disco (TOOMBS et al., 1993). Esta fenestragio profilitica reduzira a chance de 2 @ 3% da moléstia discal futura em outro local, Ha necessidade da utilizagdo de pouco tempo ¢ hé minimo traumatismo cirirgico adicional aos tecidos moles (BRAUND, 1996). feta min cna esa Yea peace sein Fc de Medicina Veterinaria © Zooteenia de Garca - FANED/FAEF e Edtora FAEF, mantis pela AsocingS0 (Cuttuale Educacional de Garea ACEG. Rua das Fores, 740 Vila Labiengpois~ CEP-17400-000, (Garga/SP- Tel: (014) 3407-8000 wwrw.revista.if-br - wawectorafaetcom.br - www fae br REVISTA CIENTIFICA ELETRONICA DE MEDICINA VETERINARIA - ISSN: 1679-7353 ‘An0 Vil - Nimero 15 - Julho de 2010 - Priécos Semestral © tratamento da extrusdo envolve técnicas descompressivas exploratérias, que vvisam & remogdo de material discal presente no interior do canal vertebral ou no forame intervertebral (TOOMBS et al., 1995). A remogio cintirgica do material do disco extrusado elimina a pressdo sobre a ME, que, em caso contrério, causaria desmielinizagao progressiva, Este procedimento permite a restauragdo de perfusdo tecidual normal (TOOMBS et al., 1995). A remogdo dos discos in situ (fenestragdo discal) continua sendo objeto de debate, A remogao do disco impede extrusdes posteriores, aliviando presumivelmente a dor, ao diminuir 2 pressio sobre estruturas sensiveis, como o ligamento longitudinal dorsal e camadas superficiais do AF dorsal (BRAUND, 1996). Animais com paresia ou paralisia grave (aguda e sem resposta dolorosa) deverdo sofrer cirurgia descompressiva imediatamente, para evitar mais danos a ME em decorréncia da. compre: (BRAUND, 1996; e GRANDY, 2004), sto jé existente ou da extrusio de material de outro dis A cirurgia descompressiva precove tem efeito positive sobre o retorno das fungdes clinicas © sobre a velocidade de recuperagio. Embora a cirurgia seja recomendavel em tais animais por até 48 horas, as chances para a recuperagdo clinica declinardo a cada hora de adiamento da cirurgia. Se a cirurgia for protelada por mais de 48 horas em animais paralisados sem sensagdo de dor, a chance de recuperagdo poderd ser inferior a 5% (BRAUND, 1996). Além disso, se a realizagao da cirurgia demorar de 2 a 3 semanas, o material discal endurece ¢ adere & dura-mater, 0 que dificulta ou impossibilita sua remogio do canal medular (GRANDY, 2004), A dor cervical e toracolombar, prolongada e grave, pode estar mais associada 20 ireeramento de raiz nervosa por material do disco extrudado, do que pela distensio da Facade de Nedina Vetere edotenia de Gea FaneD FAR a icpcancccacio Ml {ur Sueno de rg ci. ae lores, 40- Wa abenpate CER anata {arash Tes (Orta) 07 $00 yorcrvitn =m ator com = ww fa be Revista ClentiicaEletrnca de Medicina Veterinisia é una publ REVISTA CIENTIFICA ELETRONICA DE MEDICINA VETERINARIA - ISSN: 1679-7353 ‘An0 Vil - Nimero 15 - Julho de 2010 - Priécos Semestral daquelas estruturas sensiveis & dor. Caso haja encarceramento radicular significativo, a fenestragdo nao aliviaré a dor (BRAUND, 1996), Acredita-se que os animais com sintomas recidivantes de paresia ou dor deverdio ser tratados por descompressio cirirgica, remogdo do material do disco extrudado concomitante fenestrago do disco envolvido, bem como dos dois ou trés discos imediatamente adjacentes (BRAUND, 1996). As opgdes conservadoras € cirirgicas esto disponiveis para animais jovens maduros que sofrem dor no quadril secundaria & displasia deste. Embora a intervengdo cirirgica precoce melhore 0 prognéstico de uma fungao clinica aceitével, em longo prazo, aproximadamente 60% dos pacientes jovens, que se submetem a tratamento conservador, recuperam a fungo clinica aceitavel com a maturidade. Os demais necessitam de tratamento clinico ou cirdrgico posterior em algum momento de suas vidas (HULSE; JOHNSON, 2002). A terapia conservadora é indicada em animais suavemente afetados e naqueles com episédio inicial de claudicagao, Deve-se restringir a atividade para permitir que a resposta inflamatéria dentro da articul o diminua, A redug do peso em animais obesos também & essencial. E importante enfatizar ao proprietério que um animal com lesdo aguda deve cumprir um repouso mesmo que ele queira se exercitar, ou que parega ter recuperado @ fungdo normal (HULSE; JOHNSON, 2002). © uso de analgésicos e de outros agentes antiinflamatérios € indicado para ‘muitos animais (OLMSTEAD, 1998; BRINKER; PIERMATTEI, FLO, 1999; MERCK, 2001; HULSE; JOHNSON, 2002). Os antiinflamatérios nao esteroidais mais utilizados na Medicina Veterinéria sio a aspirinal tamponada e fenilbutazona2 (BRINKER; PIERMATTEI; FLO, 1999; HULSE; JOHNSON, 2002). A administrago dos antiinflamatérios deve ser na menor dose eficaz, adicionada a alimentos e a drogas citoprotetoras. © uso de antiinflamatérios nao esteroidais tem Revita ClentificnEletnica de Medici Vetrinria é ua publ da Faculdade de Medicina Veteriniria eZontecnia de Garea= PANED/FAEF © Edo dts pela AoA 30 {Cultural e Eaucacional de Garga ACEG. Rua éas Fores, 740- Via Labiengpots CEP 1740000, (Garga/SP Tel. (014) 3407-8000 wo. revita. i br - wow. esorafact com br = ww fet br. REVISTA CIENTIFICA ELETRONICA DE MEDICINA VETERINARIA - ISSN: 1679-7353 ‘An0 Vil - Nimero 15 - Julho de 2010 - Priécos Semestral sido muito usado, como o carprofeno3 (4,4 mg/kg, VO, SID ou 2,2 mg/kg, BID), que possui menos efeitos colaterais gastrintestinais (OLIVA, et al., 2004; BUDSBERG, 1996). Trabalhos recentes sugerem que glicosaminoglicanos (4,4 mg/kg, IM, a cada trés a cinco dias, por até oito aplicagées), 1ém efeito antiinflamatério benéfico. Corticosterdides podem ser usados com muita cautela, por causarem imunossupressao, supressio da adrenal ¢ acentuarem o dano da cartilagem. Sais de condroitina- ULSE, JOHNSON, 2002). glicosamina e hialuronato tém sido investigados (F © tratamento conservador prolongado para a dor associada a doenga articular degenerativa crdnica engloba 0 controle de peso, exercicio e administrago de farmacos antiinflamatsrios. O animal deverd ser pesado semanalmente e deve ser determinada a ingestao calérica. © exercicio ¢ importante para manutengao de peso apropriado. $6 deve ser permitida a atividade de grande intensidade com pouca duragdo apés um periodo adequado de aquecimento (HULSE, JOHNSON, 2002) Os antiinflamatérios sé devem ser administrados quando necessitio, e nao devem substituir © controle de peso ¢ programa de exereicios moderados. Caso a dor associada displasia crdnica do quadril impega que o animal se exercite, devi reduzir a ingestao calérica para evitar ganho de peso (HULSE; JOHNSON, 2002), © tratamento conservador no corrige a afecgdo priméria nem impede a progressdo da doenga, Quando a terapia conservadora nao for mais efetiva ou se 0 paciente encontrar-se constantemente incapacitado por um periodo extenso, deve ser considerada alguma das terapias ciningicas (OLMSTEAD; 1998). A cirurgia é indicada quando o tratamento conservador nao é eficaz, quando se deseja o desempenho atlético, ou em pacientes jovens quando o proprietétio deseja retardar a progresstio da docnga articular degenerativa © aumentar a probabilidade de ‘uma boa fungao do membro em longo prazo (HULSE, JOHNSON, 2002). Revita leis Elie de Medco eterna a pul a Facade de Nedina Vetere edotenia de Gea FaneD FAR a icpcancccacio Ml {ur Sueno de rg ci. ae lores, 40- Wa abenpate CER anata {arash Tes (Orta) 07 $00 yorcrvitn =m ator com = ww fa be REVISTA CIENTIFICA ELETRONICA DE MEDICINA VETERINARIA - ISSN: 1679-7353 ‘An0 Vil - Nimero 15 - Julho de 2010 - Priécos Semestral As terapias cirirgicas podem ser divididas em dois grupos: aquelas que fornecem alivio da dor, e aquelas que previnem ou diminuem as possibilidades de futura afecedo articular degenerativa. Algumas técnicas cinirgicas estio citadas a seguir: Osteotomia Intertrocantérica; Ostectomia de Cabega e Colo Femorais; Alongamento do Colo Femoral; Substitui 10 Total da Articulagdo Coxofemoral; Miectomia Pect Sinfisiodese Pibica Juvenil (OLMSTEAD, 1998; BRINKER, PIERMATTEL, FLO, 1999; HULSE, JOHNSON, 2002). Alguns estudos recentes tém demonstrado que 0 uso de determinados antiinflamatérios nao esteroidais (AINEs) pode ser mais efetivo que 0 emprego de analgésicos opidides para 0 tratamento da dor pés-operatéria em ces e gatos. Eles diminuem a inflamagdo porque bloqueiam a enzima responsavel pela transformagdo do Acido araquidénico em uma série de substincias que desencadeiam 0 proceso inflamatério como: prostaglandinas, tromboxana ¢ prostaciclinas. Esse mecanismo explica porque tais agentes promovem analgesia em processos que cursam com inflamagio (OLIVA, et al., 2004), ConcLusio A displasia coxofemoral tem sido amplamente estudada e pesquisada, principalmente devido a alta freqiéncia com que tem se manifestado ¢ a complexidade de sua génese. Baseando-se na evidéncia de que, os achados radiolégicos nio compativeis com a sintomatologia clinica, a radiografia ¢ fundamental na avaliago e primeiro passo na tentativa de se controlar o problema, O controle & feito a partir da s jo de animais para acasalamento, que deve ser realizado preferencialmente entre animais normais, cabe aos criadores um controle radiografico, evitando dessa forma o cruzamento de animais displisicos, no caso de ces besos, reduzirem a ingestdo de calorias para haver um controle de peso; proporeionar um ambiente sempre favoravel ao animal, ndo deixar © animal em pisos lisos, ndo se a Faculdade de Medicina Veteriniria © Zootecia de Garca -FANED/FAEF e Eat eas pela Assocag 30 (Cuttuale Educacional de Garea ACEG. Rua das Fores, 740 Vila Labiengpois~ CEP-17400-000, (Garga/SP- Tel: (014) 3407-8000 wwrw.revista.if-br - wawectorafaetcom.br - www fae br Revista ClentiicaEletrnca de Medicina Veterinisia é una publ REVISTA CIENTIFICA ELETRONICA DE MEDICINA VETERINARIA - ISSN: 1679-7353 ‘An0 Vil - Nimero 15 - Julho de 2010 - Priécos Semestral deve cruzar cdes com combinagdo de genes aptos para causar a doenga, Cdes com pais portadores de displasia terio maior probabilidade de desenvolver a doenga, mas esta

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