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Neurociências e as

Práticas Pedagógicas:
Jogos, Brincadeiras e Didática
Aplicados à Neuroeducação

Livro Didático Digital


Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS

Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
VIVIANA GONDIM DE CARVALHO
AUTORIA
Viviana Gondim de Carvalho
Sou Doutoranda em Humanidades, Culturas e Artes, Mestre em
Letras e Ciências Humanas, pós-graduada em Psicopedagogia e Docência
do Ensino Superior. Sou especialista em Informática Educativa e graduada
em Pedagogia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.
Autora de artigos e livros didáticos. Atuo na área educacional, com ênfase
em Educação a Distância, Psicopedagogia, Comunicação, Recursos
Humanos e Neuroeducação. Atuei em grandes empresas nacionais e
multinacionais, consolidando a educação virtual, desenvolvendo materiais
didáticos, preparando ambientes multimidiáticos. Coordenei fábricas de
conteúdos, desenvolvendo produtos para educação a distância como
apostilas, games, simuladores, vídeos etc. Atualmente, atuo na Educação
a Distância e desenvolvo pesquisas sobre a utilização de tecnologia a
fim de melhorar o desempenho dos alunos por meio das ferramentas
tecnológicas.
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:

OBJETIVO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de de se apresentar um
uma nova compe- novo conceito;
tência;

NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram que
vações ou comple- ser priorizadas para
mentações para o você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamen- atenção sobre algo
to do seu conheci- a ser refletido ou dis-
mento; cutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das últi-
assistir vídeos, ler mas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando o desen-
atividade de au- volvimento de uma
toaprendizagem for competência for
aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Brincar com Papéis de faz de Conta.................................................... 10
O Faz de Conta...................................................................................................................................10

Aprender a Ensinar pelo Lúdico............................................................. 16


Formas de Ensinar pelo Lúdico ............................................................................................ 16

Como e Quando Utilizar as Atividades Lúdicas......................................................... 21

O Cérebro e a Brincadeira ....................................................................... 24


O Cérebro Durante a Brincadeira.........................................................................................24

Tipos de Jogos e Brincadeiras Lúdicas ............................................. 32


Os Diferentes Tipos de Jogos e de Brincadeiras Lúdicas..................................32
Neurociências e as Práticas Pedagógicas 7

04
UNIDADE
8 Neurociências e as Práticas Pedagógicas

INTRODUÇÃO
Você já parou para pensar como as crianças utilizam a imaginação,
durante as brincadeiras? Pois é, nesta unidade veremos como o faz de
conta ocorre na infância e qual é a importância dos jogos e brincadeiras
para o desenvolvimento social, cognitivo e moral das crianças, ou seja, a
ludicidade é peça-chave para que as crianças aprendam e simulem a vida
adulta e adquiram conhecimentos para aplicação no mundo real. Você
quer aprender mais sobre este lúdico mundo de jogos e brincadeiras?
Então embarque nesta jornada de conhecimento e bons estudos!
Neurociências e as Práticas Pedagógicas 9

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4. Nosso objetivo é auxiliar
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o
término desta etapa de estudos:

1. Explicar a importância do faz de conta na infância.

2. Apontar como ensinar de forma lúdica.

3. Interpretar o que ocorre no cérebro durante as brincadeiras.

4. Identificar tipos de jogos e brincadeiras lúdicas.

Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao


conhecimento? Ao trabalho!
10 Neurociências e as Práticas Pedagógicas

Brincar com Papéis de faz de Conta

OBJETIVO:

Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer


os efeitos da brincadeira com papéis de faz de conta no
desenvolvimento infantil. Vamos conhecer mais sobre o faz
de conta?.

O Faz de Conta
Como já sabemos, a infância é marcada pela arte do brincar e uma
das brincadeiras características da criança é o que se chama de faz de
conta.

Quando analisamos o faz de conta no âmbito do brincar dos


indivíduos, podemos observar que ele possui diferentes nomenclaturas,
como por exemplo jogo imaginativo, jogo simbólico, brincadeira
imaginativa, todos esses nomes trazendo o mesmo significado: uma
brincadeira em que as crianças usam a fantasia, a imaginação, recriam e
criam os elementos que as cercam.

No entanto, é importante conhecermos a definição de faz de conta.

DEFINIÇÃO:

O faz de conta é considerado um jogo simbólico, por meio


do qual a criança representa situações não percebidas no
momento. O desenvolvimento do jogo simbólico ocorre
com a interiorização dos esquemas sensório-motores.

De acordo com Morais (1994), o faz de conta


consiste em satisfazer o eu, por meio de uma transformação
do real em função dos desejos: a criança que brinca com
boneca refaz sua própria vida, corrigindo-a a sua maneira,
e revive todos os prazeres ou conflitos, resolvendo-os,
compensando-os, ou seja, completando a realidade com
a ficção. (MORAIS, 1994, P.78)
Neurociências e as Práticas Pedagógicas 11

Figura 1- O desenvolvimento da cultura na criança passa pelo brinquedo e pela brincadeira

Fonte: Freepik

Ao analisar duas ou mais crianças brincando de faz de conta,


podemos notar que elas criam um cenário e desenvolvem papéis de
sociodrama, é nesse sentido que Smith (2006) expõe que
As crianças fingem que a ação ou um objeto têm significados
diferentes do seu significado usual; por exemplo, se uma
criança gira os braços, diz “biii-biii” e distribui pedacinhos
de papel, ela está fingindo que está dirigindo um ônibus,
buzinando e distribuindo as passagens. Se essas ações
estiverem suficientemente integradas, podemos dizer que
a criança está dramatizando ou desempenhando um papel
(no caso, fingindo ser um motorista de ônibus). (SMITH,
2006, P.27)

Por meio do faz de conta, há criação de cenas, fazendo com que


a criança desenvolva a sua criatividade, habilidades de linguagem e
exponha o que se passa na sua cabeça e a forma de ver a vida.
A brincadeira de faz de conta, também conhecida
como simbólica, de representação de papéis ou
sociodramática, é a que deixa mais evidente a presença
da situação imaginária. Ela surge com o aparecimento da
representação e da linguagem, em torno 2/3 anos, quando
a criança começa a alterar o significado dos objetos, dos
eventos, a expressar seus sonhos e fantasias e a assumir
papéis presentes no contexto social. (KISHIMOTO, 2002,
p.39)
12 Neurociências e as Práticas Pedagógicas

Podemos enxergar o faz de conta como uma forma utilizada pelas


crianças para assimilar e acomodar a realidade a sua volta. Mas o que vem
a ser essa assimilação e essa acomodação?

A assimilação e a acomodação são contrárias, onde a primeira


é uma forma de realização das vontades da criança, é a forma de ver
o mundo da sua maneira, sem que haja preocupação com o que está
a sua volta, achando que todos pensam da mesma forma que ela; já a
acomodação ocasiona mudanças internas no indivíduo, buscando aceitar
a realidade a sua volta.

Vejamos a seguir o que alguns estudiosos consideram sobre o ato


de brincar e o faz de conta:
Quadro 1 – Considerações sobre o ato de brincar e faz de conta

Brincar não constitui perda de tempo, nem é


simplesmente uma forma de preencher o tempo .... O
brinquedo possibilita o desenvolvimento integral da
MARIETA criança, já que ela se envolve afetivamente e opera
NICOLAU mentalmente, tudo isso de maneira envolvente,
em que ela imagina, constrói conhecimento e cria
alternativas para resolver os imprevistos que surgem
no ato de brincar.
O mundo do tempo livre das
crianças, especialmente de seus jogos é cheio
BROUGÉRE de sentido e significações; é simbólico, ou seja, a
criança, ao brincar, transfere ou transforma suas ações
(simbólicas) para o mundo real.
Por meio do faz de conta, as crianças mostram a
forma como percebem os valores, opiniões e as ações
características de sua cultura. Ao brincar de faz de
conta, a criança está mudando o significado das coisas
MORAIS;
e deve fazê-lo por meio de códigos e significados
CARVALHO
socialmente adquiridos. Ao mesmo tempo, está criando
um significado, que pode passar a ser compartilhado no
grupo de brinquedo, tornando-se um novo elemento
da cultura e da história do grupo.
Neurociências e as Práticas Pedagógicas 13

A brincadeira de faz de conta é definida como uma


subcategoria de brincadeira, na qual as ações, objetos,
GARVEY
pessoas, lugares ou outras dimensões da realidade
são transformados ou tratados de maneira não literal.
A brincadeira de faz de conta tem um caráter,
PELLEGRINI E essencialmente social, o que implica a função imediata
BJORKLUND de ajudar crianças mais jovens a tomar a perspectiva
de outros brincantes.
Nas brincadeiras de faz de conta, simbólicas ou
fantasiosas, a criança trata os objetos como se fossem
MORAIS; outros, podendo atribuir propriedades diferentes
OTTA das que eles realmente têm, ou atribuir a si e aos
outros, papéis diferentes dos habituais, criando cenas
imaginárias e representando-as.
Fonte: Elaborado pelo autor (2021)

Outra vantagem ligada às brincadeiras de faz de conta é o


aprimoramento da linguagem. Ao brincarem e inventarem novos mundos
e situações, as crianças narram suas próprias histórias e se comunicam
com personagens imaginários e colegas. Isso faz com que, mesmo que
ainda não tenham um vocabulário muito extenso, elas exercitem sua
capacidade de comunicação, experimentando palavras e imitando a
forma como os adultos falam.

A seguir, vejamos algumas brincadeiras muito comuns no universo


do faz de conta:

1. Recriar personagens

Em geral neste tipo de brincadeira, as crianças interpretam cenas


e personagens favoritos. Pode ser um personagem de desenho ou filme,
cantar músicas e repetir as falas é bem comum. A diversão é agir como o
personagem favorito.
14 Neurociências e as Práticas Pedagógicas

Figura 2 - Crianças gostam de imitar gestos dos super-heróis

Fonte: Freepik

2. Brincar de detetive

A natureza das crianças é composta também por curiosidade. Elas


exploram tudo que está ao seu redor e querem descobrir o mundo. Na
brincadeira de detetive, as crianças desenvolvem a imaginação e aguçam
a curiosidade, desenvolvendo mistérios e investigações.
Figura 3 - Brincar de detetive aguça a curiosidade

Fonte: Freepik
Neurociências e as Práticas Pedagógicas 15

3. Fazer transformações

A ideia aqui é o improviso. As crianças, em geral, gostam de se passar


por objetos inanimados. Tudo começa a partir de frases como: “E se você,
de repente, se transformasse em…”. A partir daí é a imaginação que manda.
Uma xícara, um foguete, um liquidificador, uma televisão, não importa.

4. Modificar histórias

Já pensou poder se transformar em uma princesa ou príncipe dos


contos de fadas? Pois é, uma das mais populares brincadeiras de faz de
conta entre as crianças é se passar por personagens de histórias que já
existem, modificando a lógica.

EXEMPLO:

E se em vez de beijar o sapo, a princesa se transformasse em um


sapo fêmea? E se o Super-Homem tivesse medo de altura?

Criar, imaginar e experimentar são atividades essenciais para a


formação plena das crianças.

RESUMINDO:

E então, gostou do que estudamos nesse capítulo? Vamos


recordar um pouco para que você possa relembrar. Sabemos
que existem diferentes formas de brincar. Nesse capítulo
aprendemos um pouco mais sobre o faz de conta, sendo
ele um jogo simbólico em que as crianças representam
situações não percebidas no momento. Vimos que pelo faz
de conta, as crianças representam aquilo que está na sua
cabeça, criando o seu próprio mundo. Em seguida, podemos
ver as considerações feitas pelos diferentes estudiosos sobre
a arte de brincar e do faz de conta, a exemplo de Marieta
Nicolau, Brougére, Garvey e Pellegrini. Por fim, conhecemos
algumas brincadeiras que são comuns no mundo do faz de
conta, a exemplo da brincadeira de recriar personagens em
que as crianças interpretam cenas e personagens favoritos,
podendo ser um personagem de desenho ou filme, cantar
músicas e repetir as falas é bem comum; a diversão é agir
como o personagem favorito.
16 Neurociências e as Práticas Pedagógicas

Aprender a Ensinar pelo Lúdico

OBJETIVO:

Compreendendo a importância do lúdico e todo o processo


de compreensão e desenvolvimento das crianças, é
necessário que se tenha conhecimento sobre como ensinar
por meio da ludicidade, pois não basta conhecer o lúdico,
deve saber aplicar. Vamos então conhecer esse método de
ensinar? Vamos lá!.

Formas de Ensinar pelo Lúdico


Ensinar constituir na arte da aprendizagem, sendo ela, em seu
sentido amplo, a aquisição de hábitos, preferências, isto é, o alcance de
desempenhos como resposta aos desafios.

De acordo com Almeida (1992), é necessário que o educador se


conscientize de que ao desenvolver o conteúdo programático, por
intermédio do ato de brincar, não significa que está ocorrendo um descaso
ou desleixo com a aprendizagem do conteúdo formal.

Quando se pensa em ensinar por meio do lúdico, o professor deve


ter em mente que
Tem-se de encontrar uma maneira de desenvolver,
dentro do sistema educacional como um todo, e em
cada componente, um clima conducente ao crescimento
pessoal; um clima no qual a inovação não seja assustadora,
em que as capacidades criadoras de administradores,
professores e estudantes sejam nutridas e expressadas, ao
invés de abafadas. Tem-se de encontrar, no sistema, uma
maneira na qual a focalização não incida sobre o ensino,
mas sobre a facilitação da aprendizagem autodirigida.
(ROGERS, 1986, p. 244)

Diante desse contexto, podemos ver que o lúdico é uma forma


de desvincular o ensino da formalidade, trazendo uma nova maneira de
ensinar, mas sempre com o foco de trazer conhecimento para a criança.
Neurociências e as Práticas Pedagógicas 17

Ao trabalhar o conteúdo, por meio de atividades lúdicas, o educador


está estimulando o processo de construção do conhecimento, respeitando
o estágio do desenvolvimento, no qual a criança se encontra, e agindo de
uma maneira agradável e significativa para o próprio educador.
Figura 4- A brincadeira é uma forma agradável de aprender

Fonte: Freepik

A criança, muitas vezes, precisa de um suporte e orientação para se


desenvolver. Pode-se assim dizer que a brincadeira é uma ação livre da
criança e os brinquedos fornecem suporte para as ações dos educadores
no desenvolvimento de habilidades e conhecimentos. Educadores podem
criar diversas brincadeiras, sejam em tabuleiros, no espaço da sala, do
pátio. Enfim, o que não pode faltar é a criatividade para impulsionar as
crianças a estes jogos interessantes.
Toda criança passa por intenso processo de desenvolvimento
corporal e mental. Nesse desenvolvimento se expressa a
própria natureza da evolução e esta exige a cada instante
uma nova função e a exploração de nova habilidade.
Essas funções e essas novas habilidades, ao entrarem em
ação, impelem a criança a buscar um tipo de atividade
que lhe permita manifestarse de forma mais completa. A
imprescindível “linguagem” dessa atividade é o brincar,
é o jogar. Portanto, a brincadeira infantil está muito mais
relacionada a estímulos internos que a contingências
exteriores. (ANTUNES, 2008, p.37)
18 Neurociências e as Práticas Pedagógicas

O jogo, como estratégia de ensino e de aprendizagem em sala de


aula, deve favorecer na criança a construção do conhecimento científico,
proporcionando a vivência de situações reais ou imaginárias, propondo a
ela desafios e instigando-a a buscar soluções para as situações que se
apresentam durante o jogo, levando-a a raciocinar, trocar ideias e tomar
decisões.

É importante considerar o exposto por Rau (2007, p. 49) que diz que “o
jogo, para ser utilizado como recurso pedagógico, precisa ser contextualizado
significativamente para o aluno por meio da utilização de materiais concretos
e da atenção à sua historicidade.” Conforme podemos extrair da fala de Rau, o
jogo e as atividades lúdicas para que possam ser utilizadas, é necessário que
o professor conheça a sua funcionalidade, a forma de ser aplicada e a relação
que a atividade tem com o conteúdo trabalhado.
Ao utilizar o brinquedo nas aulas como material
pedagógico, é importante que o professor não se
deixe levar por uma liberdade de exploração, ou seja,
simplesmente deixar os alunos em um determinado
espaço brincando sem nenhuma orientação e consciência
de suas ações. Deve haver planejamento, e as atividades
devem ser mediadas pelo professor, desafiando os alunos
na resolução de problemas, aumentando o repertório de
respostas para suas ações, estimulando sua criatividade
e, principalmente, contribuindo para a sua formação.
(TEXEIRA, 2012, p. 67)

Por meio da utilização das atividades lúdicas é necessário que o


professor faça um planejamento e organize atividades para diferentes
momentos e espaços, para que seja desenvolvida a autonomia e a
construção do saber.

É dever do professor incentivar nas atividades lúdicas, a participação


dos alunos, mas sempre ter em mente que os alunos devem participar de
forma espontânea e com liberdade.
Ao discutir o papel do professor em atividades que
incluam jogos e brincadeiras trazem que, nas situações
de jogos e brincadeiras, o professor deve propor às
crianças perguntas que agucem sua curiosidade. Seu
papel será o de orientar a criança a descobrir todas as
possibilidades oferecidas pelos jogos, de pensar juntos,
Neurociências e as Práticas Pedagógicas 19

porém respeitando o momento de aprendizagem dos


alunos. (CÓRIA-SABINE E LUCENA, 2004, p. 42)

Assim, é necessário o professor sempre enxergar a sua importância


nesse processo de construção do conhecimento por meio da ludicidade,
sendo ele o mediador dessa construção.
Ao pensarmos que a educação deve ser entendida como
um processo de relação entre o professor e o aluno,
em que o professor deve realizar a mediação entre o
seu conhecimento e o conteúdo que ele está propondo
a ensinar para seus alunos, e que não se devem dar
respostas prontas para eles, partimos do pressuposto
de que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar
possibilidades para a sua produção ou a sua construção.
Assim sendo, o professor tem um papel muito importante
ao mediar a construção do saber do seu aluno, e também,
deverá entender que é ele quem deve criar os espaços,
disponibilizar materiais, sempre buscando propiciar a
aprendizagem do seu aluno. (FREIRE, 1996, p. 47)

Deste modo, o professor deve ser consciente de que a ludicidade


deve ter um fim pedagógico e não ser apenas uma atividade de simples
brincadeira.
Figura 5 – Professor nas atividades lúdicas

Fonte: Freepik
20 Neurociências e as Práticas Pedagógicas

Os jogos e as brincadeiras podem auxiliar os educadores no


desenvolvimento de diversas atividades, nas mais variadas disciplinas
como português, matemática etc. Vejamos a seguir algumas formas de
ensinar, utilizando atividades lúdicas:
Quadro 2 – Formas de ensinar utilizando o lúdico

DISCIPLINA BRINCADEIRA BENEFÍCIOS

Esta brincadeira pode ajudar


Matemática Boliche os alunos a desenvolverem o
domínio da adição.
Esta brincadeira é útil
no desenvolvimento das
habilidades relacionadas
Matemática Bingo às quatro operações
fundamentais da matemática
(adição, subtração,
multiplicação e divisão).
Esta é uma brincadeira
que ajuda a desenvolver
a criatividade do aluno e
estimula o aprendizado
Português Caça-palavras
para elaborar palavras
relacionadas a um mesmo
tema e escrevê-las de forma
correta.
Esta brincadeira auxilia
Português Jogo da forca no desenvolvimento do
aprendizado de palavras.
São brinquedos que podem
Pipa e cata-
Ciências ensinar sobre o ar de forma
vento
lúdica.
O jogo, no ensino de
geografia, contribui para o
Jogo batalha
Geografia desenvolvimento de noções
naval
cartográficas de forma
espontânea.
Fonte: Elaborado pelo autor (2021)
Neurociências e as Práticas Pedagógicas 21

Como e Quando Utilizar as Atividades


Lúdicas
Como já sabemos, as atividades lúdicas devem ser bem planejadas,
pois, só assim, elas podem acarretar em um desenvolvimento integral
do aluno. Antunes (2013, p.40) aponta que “os jogos devem ser utilizados
somente quando a programação possibilitar e somente quando se
constituírem em um auxílio eficiente ao alcance de um objetivo dentro
dessa programação”.

A ludicidade proporciona um processo de ensino e aprendizagem


bastante agradável, mas, para que as atividades lúdicas possuam um
cunho pedagógico, é importante que sejam observados pelo professor
alguns elementos que irão contribuir para que a atividade seja bem
sucedida.
Figura 6 – Professor e a ludicidade

Fonte: Freepik

Antunes (2013) aponta 4 elementos que devem ser considerados no


desenvolvimento das atividades lúdicas, a saber:
22 Neurociências e as Práticas Pedagógicas

1. Capacidade de se constituir em um fator de autoestima do aluno


– jogos que sejam demasiadamente fáceis ou difíceis podem
ocasionar um desinteresse para os alunos. É importante que sejam
escolhidas pelo professor atividades correspondentes a seu nível
cognitivo. Caso a atividade seja fácil demais ou difícil demais, o
aluno pode sentir-se incapacitado ou fracassado.

2. Condições psicológicas favoráveis – o professor deve ter em


mente o desenvolvimento de atividades que combatam a apatia,
com a finalidade de desafio e inserção para o grupo. Deve ser
demonstrado pelo professor entusiasmo no ato de preparação
e proposição da atividade. Esse entusiasmo causa estímulo para
que o aluno queira jogar.

3. Condições ambientais – para que o jogo tenha sucesso, é


fundamental que o ambiente esteja organizado, assim como o
material que será utilizado e que eles sejam higienizados.

4. Fundamentos técnicos – os jogos necessitam ter começo, meio


e fim, não devendo NUNCA ser interrompido. Se o professor não
souber se a atividade será ou não concluída, ela não deverá ser
iniciada.

Deste modo, é possível ver a necessidade de um planejamento


cuidadoso, para que as atividades lúdicas possam ser utilizadas de forma
adequada. Sendo essas atividades planejadas e aplicadas da forma
correta, com as finalidades pré-definidas, elas acarretaram mudanças
significativas em diversos aspectos cognitivos, sociais e emocionais.
Neurociências e as Práticas Pedagógicas 23

RESUMINDO:

E então, gostou do conteúdo desse capítulo? Espero que


sim e que tenha compreendido tudo direitinho. Mas vamos
relembrar um pouco do que foi visto. Estudamos que é por
meio do ensino que são adquiridos hábitos e preferencias.
Assim, quando o professor ensina por meio do lúdico, ele
busca ensinar algo ao aluno. Deste modo, entendemos
que o professor por meio do lúdico busca desenvolver,
dentro do sistema educacional como um todo, e em
cada componente, um clima conducente ao crescimento
pessoal. Assim, o lúdico constitui em uma forma de
desvinculação da formalidade de ensino. O jogo, como
estratégia de ensino e de aprendizagem em sala de aula,
deve favorecer na criança a construção do conhecimento
científico, proporcionando a vivência de situações reais
ou imaginárias. Vimos ainda, as formas de ensinar em
cada disciplina por meio do lúdico, trazendo exemplos de
brincadeiras e os seus benefícios. Por fim, estudamos como
e quando utilizar as atividades lúdicas.
24 Neurociências e as Práticas Pedagógicas

O Cérebro e a Brincadeira

OBJETIVO:

Já sabemos a importância do lúdico e como essa atividade


pode ser utilizada para o desenvolvimento das crianças,
mas é importante conhecer como o cérebro funciona no
momento da atividade lúdica, para assim saber que pontos
estimular. Vamos lá?.

O Cérebro Durante a Brincadeira


Iniciamos nosso capítulo lembrando que é por meio da neurociência
que são desenvolvidos os estudos sobre a compreensão do cérebro
humano, como também o seu funcionamento e desenvolvimento. Essa
disciplina apresenta resposta sobre a aprendizagem humana, trazendo
meios para compreender o que é comum em todos os cérebros. Assim,
por meio desses conhecimentos se torna possível conhecer caminhos
novos para a educação, ocasionando uma reestruturação do ensino.

No decorrer da aprendizagem, o cérebro passa por diferentes


transformações físicas e químicas, havendo também influência de fatores
ambientais.

De acordo com Piaget (2004) no que tange o desenvolvimento do


cérebro, ele relata que o cérebro primeiro se prepara para as funções
motoras (pegar objetos, se arrastar, andar etc.). Em seguida, ele evolui
para as funções cognitivas. O mais importante para que a criança possa se
desenvolver mais rápido é que os estímulos aconteçam da forma correta.

Quando vemos uma criança brincando, comendo, conversando,


podemos enxergar que ela começa a se desenvolver de forma mais
rápida, isso acontece porque o cérebro gosta de brincar, sendo essas
ações responsáveis pelo desenvolvimento do sistema límbico.
Neurociências e as Práticas Pedagógicas 25

NOTA:

O sistema límbico é o responsável pela sensação de bem


estar.

A medida que a rede neural recebe informações significativas, as


sinapses são fortalecidas. Importante ser destacado que as sinapses
correspondem à comunicação entre os neurônios, fazendo com que eles
se conectem, melhorando as capacidades cognitivas de cada pessoa.

Levando em consideração todo esse contexto sobre neurociência,


vamos associá-la com o ato de brincar.

A “brincadeira” pode ser definida como a ação que a criança


desempenha ao concretizar as regras do jogo, ao mergulhar no momento
lúdico. Pode-se dizer que é o lúdico em ação. Dessa forma, brinquedo e
brincadeira relacionam-se diretamente com a criança e não se confundem
com o jogo.

A brincadeira resulta em estímulo ao desenvolvimento cognitivo,


físico, emocional, social e moral da criança. O papel do brinquedo é estimular
a representação e expressar imagens que lembram aspectos da realidade.

EXEMPLO:

As panelinhas de brinquedo podem representar o ato de cozinhar


que a criança vê em família, porém, com artefatos acessíveis ao universo
infantil. Desta maneira, ela representa o que vivencia e explora os fatos da
sua imaginação na brincadeira do faz de conta.

Você sabe o que acontece do ponto de vista neurológico, no


cérebro de uma criança, quando ela anda em um carrossel?

A brincadeira fica armazenada em uma parte profunda e primária


de nosso cérebro que é justamente a parte que governa as principais
habilidades de sobrevivência. Assim, a brincadeira corresponde a um meio
de interação da criança com o mundo, promovendo o desenvolvimento
da mesma.
26 Neurociências e as Práticas Pedagógicas

Desenvolvimento neuronal e comportamento lúdico


mantêm fortes correlações, importantes a serem
consideradas, desde a primeira infância. Todo nosso
comportamento, desde as mais simples às mais complexas
funções, depende do sistema nervoso, e a palavra sistema
é fundamental para a compreensão dos mecanismos
pelos quais sensação, percepção, memória, movimento
e ação, linguagem, pensamento, emoção resultam da
fina, adequada e harmônica integração de toda a rede
neuronal. (ANTUNHA, 2006, p. 53)

E, é por isso, que para os nossos cérebros, brincar é tão importante


quanto comer ou dormir.
Figura 7 - Brincar é essencial à sobrevivência humana

Fonte: Freepik

Mas brincar? Por que a brincadeira é tão intrínseca à vida que fica
guardada em uma parte tão profunda e primária do cérebro?

Durante décadas, cientistas se esforçaram para descobrir o


porquê. Descobriu-se que a evolução elimina sistematicamente qualquer
comportamento que limite a chance de sobrevivência de um animal, a
menos que sirva a um propósito vital. Embora as brincadeiras fiquem,
profundamente, enraizadas em nossos cérebros primitivos, os resultados
Neurociências e as Práticas Pedagógicas 27

do brincar parecem afetar o lobo frontal do cérebro que é a parte


mais sofisticada dele, modificando as conexões dos neurônios. Sem a
experiência de brincar, estes neurônios não são alterados.

O lobo frontal do nosso cérebro é anfitrião de uma ampla variedade


de funções, incluindo a tomada de decisão, planejamento, resolução de
problemas, razão, desenvolvimento social e emocional, ou seja, de todos
os processos vitais para a sobrevivência.

De acordo com Metring (2014)


O lúdico ainda é a melhor maneira de acessar o cérebro por
várias vias sensórias, pois desde muito cedo nosso cérebro
gosta de brincar. Isso vale para crianças, adolescentes ou
adultos. Na brincadeira, o sistema límbico permite maiores
impressões de prazer do que de desprazer. Portanto, ao
lúdico podemos associar conteúdos importantes para a
vida do aprendiz. (METRING, 2012, p.49)

No entanto, é necessário sempre lembrar que cada pessoa possui


uma forma particular de processamento de informações, não dependendo
apenas do cérebro, mas também do afeto no decorrer das relações e
ainda, a pessoa deve ser compreendida em sua totalidade. Deve-se levar
em consideração, também, que o processo de aprendizagem no cotidiano
escolar fica mais fácil quando existe a atuação de forma correta e eficiente
na estimulação da plasticidade cerebral (METRING, 2014).

Ainda, devemos destacar que no ato de brincar as crianças ficam


calmas e felizes, fazendo com que a serotonina (substância contida no
cérebro) entre em ação. A serotonina controla o equilíbrio do humor,
fazendo com que a criança fique mais feliz. Assim, a brincadeira ocasiona
uma redução de estresse e traz benefícios para a memória.

Vejamos a seguir o que acontece no cérebro humano ao brincar,


por exemplo, com um videogame, com brinquedos, com instrumentos
musicais etc.

•• O que acontece no cérebro ao brincar com videogame?

Os videogames são ferramentas poderosas para treinar o cérebro,


uma atividade que se assemelha ao treinamento físico.
28 Neurociências e as Práticas Pedagógicas

Figura 8 – Vídeogame

Fonte: Freepik

Os videogames também melhoram a capacidade do lobo frontal do


cérebro, que está particularmente ligado ao processamento da atenção
e das funções executivas. Estes recursos são muito úteis para planejar,
decidir e julgar moralmente.

Existem estudos científicos que explicam que o uso frequente (mais


de nove horas por semana) de videogame, em comparação com o uso
pouco frequente, pode beneficiar uma ampla gama de operações mentais.
O amplo uso das técnicas de neuroimagem, para observar a atividade
cerebral em tempo real, descobriu que os videogames mobilizam regiões
específicas do cérebro.

O brincar na infância, por exemplo, fornece o primeiro impulso


no desenvolvimento de uma vida saudável, tanto física quanto
psicologicamente.

Jogar videogames, por sua vez, ativa diferentes regiões do cérebro,


relacionadas ao prazer, como o circuito estriado ventral esquerdo, que
é uma área envolvida na antecipação de recompensas. Existem indícios
de que jogos melhoram a funcionalidade das funções executivas, o que
resulta em melhor desempenho escolar.
Neurociências e as Práticas Pedagógicas 29

Por outro lado, existem estudos que apoiam a hipótese de que o


uso de videogame, nas fases iniciais do desenvolvimento, é um fator de
risco em termos de aumento de comportamentos agressivos. Por isso, é
sempre bom utilizar o videogame com moderação.

•• O que acontece no cérebro ao brincar com instrumentos


musicais?

Tocar um instrumento musical envolve múltiplos componentes do


sistema nervoso central.
Figura 9 – criança brincando com música

Fonte: Pixabay

A prática musical pode aprimorar a neurogênese ligada à melhoria


da atividade de aprendizado e memória.

Estudos indicam que estimular o cérebro, brincando com


instrumentos musicais, pode produzir mais sinapses, que são as conexões
químicas entre neurônios, que formam circuitos que ocorrem durante o
curso do aprendizado.
30 Neurociências e as Práticas Pedagógicas

•• O que acontece no cérebro ao brincar com brinquedos


educativos?

Os chamados brinquedos educativos são populares há muitos anos,


e a maioria dos pais compra-os para dar aos filhos como forma de melhorar
o desempenho na escola. Mas os brinquedos educativos também podem
reforçar as partes do cérebro, usadas para tomar decisões mais tarde na
vida.
Figura 10 – brinquedos educativos

Fonte: Pixabay

As habilidades, aprendidas muito cedo pelas crianças, podem


desencadear mudanças permanentes na estrutura do cérebro, pois levam
os neurônios a construírem novas conexões que ainda funcionam na
idade adulta. Brinquedos estimulantes são vitais para ajudar o cérebro a se
conectar, adequadamente, durante a infância, quando tem a capacidade
de mudar sua estrutura.
Neurociências e as Práticas Pedagógicas 31

Por meio da brincadeira podemos desenvolver o sistema neurológico


completamente, e ainda, a brincadeira faz com que seja desenvolvida uma
das coisas mais importantes e que possibilita sonharmos: a imaginação. É
no brincar na infância que conseguimos na vida adulta criar possibilidades
e potencialidades para seguir caminhos novos.

RESUMINDO:

Finalizamos mais um capítulo, você gostou do que estudou


até agora? Espero que sim, mas é importante recapitular
um pouco do que foi estudado. Você deve ter visto que
é a neurociência que estuda o cérebro humano, desde o
seu funcionamento até seu desenvolvimento. Assim, essa
disciplina traz o que é comum a todos os cérebros. Diante
desse contexto, você deve ter compreendido que é por meio
da neurociência que podemos compreender as funções
do cérebro e como ele age com as atividades lúdicas,
sendo essa ação por meio da produção de serotonina (que
realiza o controle do humor) e um desenvolvimento mais
rápido. Vimos ainda, que a brincadeira fica armazenada
em uma parte profunda e primária de nosso cérebro que
é justamente a parte que governa as principais habilidades
de sobrevivência e que o lúdico ainda é a melhor maneira
de acessar o cérebro por várias vias sensórias, pois desde
muito cedo nosso cérebro gosta de brincar. Por fim, de
forma especifica, podemos estudar como o cérebro
funciona ao jogar videogame, brinquedos e instrumentos
musicais.
32 Neurociências e as Práticas Pedagógicas

Tipos de Jogos e Brincadeiras Lúdicas

OBJETIVO:

Existem diferentes tipos de jogos e de brincadeiras lúdicas,


cada uma com a sua forma de passar aos indivíduos uma
aprendizagem diferentes. Vamos conhecer alguns desses
tipos? Vamos lá!

Os Diferentes Tipos de Jogos e de


Brincadeiras Lúdicas
Os jogos e brinquedos lúdicos podem exercer grande influência
na vida das crianças, em especial quando falamos de desenvolvimento
cognitivo. A criança deve ter contato, desde muito cedo, com jogos e
brincadeiras lúdicas e é sempre importante ter um adulto por perto que
irá mediar as atividades.
Figura 11 - A criança deve ter sempre acesso ao lúdico

Fonte: Freepik
Neurociências e as Práticas Pedagógicas 33

O brinquedo pode simular a realidade, substituindo ou estando


presente no lugar de algo. Pode-se dizer que um dos objetivos do
brinquedo é dar à criança um substituto dos objetos reais para que
possa manipulá-los. O brinquedo é um estimulante material para fazer
fluir o imaginário infantil, tendo relação estreita com o nível de seu
desenvolvimento.

Diferente dos brinquedos, os jogos como xadrez e de construção,


por exemplo, exigem de modo explícito ou implícito, o desempenho
de habilidades definidas pela estrutura do próprio objeto e suas regras.
A função do jogo é construir cérebros pró-sociais, cérebros sociais que
sabem como interagir com os outros de maneira positiva.

Vejamos a seguir alguns exemplos de jogos e brincadeiras lúdicas.

•• Pintura

Nas atividades com pintura, as crianças podem não só desenvolver


a criatividade como também trabalhar a coordenação motora. Por isso, a
pintura é considerada uma atividade de muita utilidade.
Figura 12 - A pintura exercita a criatividade

Fonte: Freepik
34 Neurociências e as Práticas Pedagógicas

•• Pular corda

A brincadeira de pular corda é extremamente prazerosa, além de


estimular a coordenação motora. Por exigir muitos movimentos da criança,
os braços, as pernas e os pés são os maiores beneficiados.
Figura 13 - Pular corda estimula movimentos físicos

Fonte: Freepik

•• Amarelinha

O jogo da amarelinha pode promover o raciocínio lógico e o


desenvolvimento de movimentos corporais.
Neurociências e as Práticas Pedagógicas 35

Figura 14- Amarelinha estimula o desenvolvimento motor

Fonte: Freepik

•• Jogar bola

Jogar bola reflete-se nos músculos de todo o corpo. Além disso,


os jogos coletivos de bola como basquete, futebol, vôlei etc auxiliam na
socialização das crianças.
Figura 15 - Os jogos com bola coletivos auxiliam a socialização da criança

Fonte: Freepik
36 Neurociências e as Práticas Pedagógicas

•• Colorir

Desenhar e colorir figuras são atividades adoradas por todas as


crianças. São benéficas para o desenvolvimento da coordenação motora,
além de auxiliarem na integração da criança no espaço que está inserida.
Outro resultado positivo da atividade é que estimula o raciocínio e a
criatividade.
Figura 16- Desenhar estimula o raciocínio e a criatividade

Fonte: Freepik

•• Jogos lúdicos em plataformas digitais

Os smartphones, tablets e outras tantas ferramentas digitais são


essenciais para o desenvolvimento do raciocínio lógico dos pequenos.
Neurociências e as Práticas Pedagógicas 37

Há diversos aplicativos, voltados justamente para essas questões


pedagógicas-educativas.
Figura 17 - Existem muitos jogos digitais com função educativa

Fonte: Freepik

•• Massinha

O ato de brincar com massinhas é um ótimo estimulante dos


movimentos da coordenação fina. Amassar estes objetos é uma forma
lúdica de trabalhar os músculos das mãos.
Figura 18 - Massinha estimula os músculos das mãos

Fonte: Freepik
38 Neurociências e as Práticas Pedagógicas

•• Brincar de bolinha de gude

Embora esta brincadeira não esteja tão presente na vida das crianças
de hoje, nunca é tarde para apresentar a elas quão legal pode ser. Além
disso, a bolinha de gude é excelente para exercitar os movimentos dos
dedos.
Figura 19 - Bolinha de gude auxilia no estímulo dos músculos das mãos

Fonte: Freepik

•• Jogo da velha

O jogo da velha é uma brincadeira muito tradicional e tem função


de estimular o raciocínio lógico da criança e, ao mesmo tempo, trabalhar
a coordenação motora.
Neurociências e as Práticas Pedagógicas 39

Figura 20 - Jogo da velha

Fonte: Freepik

ACESSE:

Para conhecer mais exemplos de brincadeiras lúdicas


acesse o tema, clicando aqui.
40 Neurociências e as Práticas Pedagógicas

Além dos benefícios educativos dos jogos e brincadeiras, estas


atividades podem significar um ganho imensurável na vida de um
indivíduo, pois elas desenvolvem também a interação social. Uma criança
que pratica estas brincadeiras tende a fortalecer sua percepção das
coisas que estão ao redor e ser mais feliz.

RESUMINDO:

E então, gostou de mais um capítulo de estudo? Espero


que sim, mas é sempre importante relembrar tudo que
foi estudado. Após o estudo desta unidade, podemos
concluir que as brincadeiras, o brinquedo e os objetos
lúdicos são parte essencial do desenvolvimento infantil.
Por meio da ludicidade, os educadores podem transformar
um conteúdo de aula “chato” em algo mais prazeroso e as
crianças, por sua vez, aprendem brincando.

Adequar o tipo de brinquedo e brincadeira à faixa etária, é papel do


educador que deve levar em conta o poder da imaginação infantil e os
benefícios que cada atividade pode representar. Vimos então diferentes
tipos de brincadeiras, como colorir, jogar bola, amarelinha, jogo da velha,
cada uma delas auxiliando na aprendizagem de uma forma diferente.
Neurociências e as Práticas Pedagógicas 41

REFERÊNCIAS
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