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Johan Huizinga O Declinio acm ags Ceo E caPITULO W A IDEIA DA CAVALARIA, (© pensamento medieval estava na_guneralidade seturad occepedes de fé cristd, De igual modo, ¢ numa esfera mais Iida,» pensamento de todos aqueles que viviam nos eirculos ‘more ou dow eastclos estava impregnadb do ideal da cava- Fivie Todo o seu sistema de idcias se buseava na fiocio de que ve aluria governava o mundo. Esta consepcSo tende mesmo faradi 0 dominio do transcendente. © feito de armas primor~ ial de S. Miguel Arcanjo é glorificado po: Jean Molinet como vauioe feito de eavalaria ¢ d8¢ proezas cavalheirescas jamais fradon, Foi do arcanjo que «a cavalaria rerrestse € #3 Prot aizavalliirescasp extrairam a sua origem ¢ por isso imitam fas bostes angélieas em volta do trono de Deis ‘faa iusio da socedade buseads ne cavalaria brigade forma curiosa com a realidade das coisss. Os proprios cronista, fo desereverem a hist6ria do seu tempo, falam-nos muito mais a crueldade, da fria premeditagio, do bem com [prendido interese pessoal € da subsiers diplomética do. ave da caval claram eserever em Jes sobre 08 Seus PIO bravura e as virmdes da cavaloriay de Pinoriar gos nobres empreendimentos, conquistas, feitos beri- evnr guerrcirosn, cas grandes maravilhas ¢ os galantes, fltos qeavres que sacederam por causa das grandes guecras». A His- | pisitos de glorificar a ‘Gein para cles, € intecamente ilurainada por este ideal, Depois, ssito. © prdprio to excreverem, esquecerm mais ou metios @ Propss E Framaart, autor da super-roméntica epopea da cavalaria Méli~ ton narra traigdes e crucidades sem fim sem se dar conta da © | contradicfo existente entre as suas concepcées gerais € 0 com teido da narrativa. Molinct, na sua erénica, lembra-se de vez fem quando da apregoada intengio cavalheitesca ¢ interrompe a simples descricdo dos acontecimentos reais para falar deles em termos empolados, A concepcio da cavalaris constitwia para estes autores uma cespécie de chave magica com a ajuda da qual explicavam a si ‘mesmos os motivos da politica ¢ da Histéria, Sendo a imagem cconfusa da Histéria demasiadamente complicada para a com- reenderem, simplificaram-na, pode dizer-se, tomando a ficcdo da cavalaria como uma forca actuante (inconscientemente, claro). Ponto de vista fantéstico e demasiadamente superficial no esta diivida. Quanto mais vasto no é 0 nosso, abrangendo todas as espécies de forcas e causas sociais e econémicas! Toda- via, «sta visio dum mundo governado pela cavalaria, por mais superficial © errada que pudesse ser, era a melhor explicacio de {que dispunham para os problemas de ordem politica. Servia-Ihes como uma f6rmula de compreenderem a espantosa complexi= dade da marcha do mundo. O que cles viam era essencialmente violencia © confusio, A guerra no século XV tendia a ser um rocesso crénico de assaltos isolados e de incursées; # diplo- ‘macia era principalmente um método muito verboso € solenis- simo em que uma grande parte dos pormenores juridicos bri- gava com tradigdes muito gerais ¢ numerasos principios de hhonra, Faltayam-Ihes todas as nocdes que pudessem t-los habi litado a discernir um desenvolvimento social a0 longo da His- ria, Todavia mecessitavam de uma forma para as suias con- ccepcdes politicas ¢ a ideia da cavalaria surgiu-thes entio. Por meio desta ficedo tradicional conseguiram explicar a si mes ‘mos, tanto quanto puderam, os motivos ¢ 0 decurso da His- t6ria, que foi assim reduzida a0 especticulo da honra dos prin- cipes © da virtude dos cavaleiros, a um nobre jogo com regras edificantes e herdices, Como principio de historiografia este ponto de vista é bas- tante pobre. A Histéria, concebida deste modo, torna-se um sumirio de feitos de armas e de ceriménias. Os historiadores por exceléncia serio os arautus ¢ os reis-de-armas— assim pensa Froissert —, porque eles so as testemunhas destes feitos subli- ‘mes; sio peritos em assuntos de honra e de gloria, e & com 0 70 Fa honra €.a gloria que se escreve a Historia Os estatutos do Tosio de Ouro prescreviam que os feitos de armas dos cavaleiros fosser narrados, Tipos desta combinacio de arautos e de historidgrifos so os reis-de-armas do Tosio de Ouro, Lefivre de SaintRemy ¢ Gilles le Bouvier, chamado 2 «arauto Berry». A concepgia da cavalaria como forma sublime da vida se- como um ideal estético revestindo 0 hherdica © 0 sen~ timento roméntico, Mas 0 pensamento medieval nfo. permi formas ideais de nobreza independentes da religido. Por essa razio a piedade ¢ a virtude tém de ser a esséncia da vida do favaleiro. A cavalaria, porém, nunca viri a realizar perfeita~ mente esta fungio éica, A ‘sua origem terrenaimpede-Iho, Porque na origem da iia cavalheiresca esti 0 orgulho que tspira 8 beleza, € 0 orgulho formalizado di lugar & concepcio a honra, que é 0 cere da vida nobre. «O seatimento da honran, diz Burckhardt, «essa mistura estranha de conscigacia. € de egotismon € compativel com muitos vicios ¢ susceptivel de ilusées extravagantes; nfo obstante, tudo 0 que permaneceu, puro ¢ nobre no homem pode encontrar apoio nele ¢ dele extrair novas forcas. Nio foi quase isto o que Chastellain tentou dizer quando se exprimiu neste termos?: Honneur semont toute noble nature Diaimer tout ce qui noble est en son estre. Nobleste aussi y adjoint sa droiture. (*) E também: La gloire des princes pend en orgueil et en haut peril em~ prendvs; toutes principales puissances conviengnent en un point featroit qui se dit orgueil. (2) (A too inple tla 4 oie natueta A anise tudo 0 que & nob om (1A glia dor pciors rs no acy cvgulbo wh atthcartmse grande a ‘Segundo o célebre historiador suico, a procura da gléria ine dividual era 0 atriburo cara:teristico dos homens do Renasci- mento, Segunda ele; a Idsde Media apenas conhecey a hones € a gloria sob a forma colectiva, como honra devida a grupot ‘© @ ordens da suciedade: @ honra do cli, da classe ou da pro- fissio. Foi na Itilia, pensa ele, sob a influéncia de modelos ai tigos, que teve origem a puixio pela gloria individual. Aqui, como noutros passos, Burckhardt exagerou a distincia que 3 para a Itilia dos paises ocidentais eo Renascimento da Idade Média A sede de honras de gliria to caracteristica do homem do Renascimento no difere muito da ambicéo cavalheiresca dos tempos anteriores, ¢ & de origem francesa, Simplesmente, liber- tou-se da sua forma medieval e revestiu-se de um garbo mais lissica, © desejo apaixonads de ser louvado pelos contempor Fineos ou pela posteridade tra tio caracteristico do cavaleiro da corte do século XII € do rude capitio do século XIV como dos Beaux esprits do Quattro-ento. Quando Beaumanoie © Ram borough fixaram as condivies do fumoso vombate dos Tinta, (© capitéo inglés, segue‘ Proissart, exprime-se nestes termos! WE esforcemo-nos agui com tanto ardor que as gentes falem do caso em tempos futuros nas salas, nos palicios, nas praces Piiblicas © por todos 05 cantos do mundo». © dito pode nio ser auténtico mas elucida-nos acerca do que pensava Froissart. ‘A conquista da gloria ¢ sis honras vai a par com o culto do heréi, 0 que pode também significar o prentincio do Renas- cimento. A revivescéncia um tanto ficticia do esplendor da ca- valaria que se encontra por toda parte nas cortes da Europa depois de 1300 esti ligada a0 Renascimento por lacos palpaveis, B um prelidio ingéno. Ao fazerem reviver a cavalaria, 0: poe tas ¢ 08 principes supunham regressar aos antigos tempos. Nos espiritos do século XIV a visio da antiguidade mal se encon- trava ainda desliguda da esfera dos contos de fadas da Tavola Redonda. Os herdis clissicos andavam ainda colorides com as tintas do romance. Por um lado a figura de Alexandre tinba entrado hi muito na esfera da cavalaria, por outro admitia-se ‘que a cavalaris tinha uma origem romana. «E ele mantinba a trarca, fora da Itélia, no € de modo algum 0 Poel dos Sonetos Fou do Trionfi, mas um fildsofo moralista um Cicero cristic 329 dominavam. Em vez do rico estilo, da alegria e da barr somitrdcar du Tile le Ramueineaos 0 us exist al a pompa um tanto birbara, as formas sobrecarrepadas, as fan tas sem novidade « una amferamelnecn « prev £ enascenento nascente que pode deixar de aotar-se, na ae que pode deixar de notar-se, no Na literatura as formas clissicas podem surgir sem que @ expt teabn mundo, 0 ntrse pao equate do et I tino foi o bastante, 20 que parece, para dar lugar a bumani mo. A prova disto énos dada por um grupo de letrados nod ano de 1400. Compunha-se de eclesisticos e de magistrados Jean de Mostcuil, cénego de Lille © sereirio do re Nicola de Clemanges, 0 famoso acusador dos abusos da greia, Pierre © Gontier Col, o milanés Ambrose de Mills, secretirios re Também, As epistolas giaves ¢ clegantea que trocavam entre em neu spect so fares wo girs epistolar dos bi tas ulteriores —na varia generilidade de pensamento, na i portincia afectada, nas frases rebuscadas jou no gosto das fut lidades. Jean de Montreuil desfia longas dissertagdes a respei da ortografia latina. Defende Cisero ¢ Visgilio das exticas : seu amigo Ambrose de Mills, que acusava 0 primeiro de oo tradigdes e preferia Ovidio a Virgilio. Noutra ocasiio escrevel Glemanges: «Se nio vindes em meu avsilio, querido mest iemfo, perderei a reputagio ¢ seri como uma sentengs de mort Reparei agora que na minba dltima carta a meu senhor e pad bispo de Cambray, escrevi proximior em vez. de proprion dewuidada € minha pena. Por favor rectficai, pois de out modo 0s nossos detractores fario libelos difamatérios. ‘Ha possagens mais agradaveis na correspondéncia: por ext plo, na descricio do Mosteiro d= Charlieu, proximo de Sen nde fala dos pardais que vém dcbiear na_comida dos mo da carriga que comprara 20 abade, € por fim no burro do dineiro, que pede a0 autor que nio se esqueca de falar dele carta. Hesitamos entre classificar isto de ingenuidade med ou de elegincia humanista. Basta recordar que encontremos Jean de Montreuil ° 328 © DECLINIO DA IDADE MBDTA Num campo mais limitado Boccacio exerceu ums influés semelhante 2 de Petrarca, Também a sua fama era ¢ dum fil sofo moralista, e de modo nenhum provinha do Decamteroy Ele era considerado como co doutor da paciéncia na advers daden, como o autor de De casibus Garis mulieribus, Devido @ estes estranhos trabslhos acerca inconstincia do destino humano «messire Johan Boccace» nou-se uma espécie de empresdrio da Fortuna. Assim 0 ve tellain, que deu o nome de Le Temple de Boccace ao extra gante tratado com que pretende consolar @ rainha Margari Gepois da sua fuga de Inglaterra, e onde Ihe conta uma sf dde trigicos destinos do seu tempo. Reconhecendo em Bocea jum espirito marcadamente medieval, semelhante ao deles, est pensadores borgonheses do século seguinte nijo erravam mul 0 alvo. (© que distingue 0 nuscente humanismo francés do ital éa diferenya de erudicéo, de gosto ¢ de saber, mais do que tom e 2 aspiracdo, Para transplantar 0 sentimento © @ foi gatigos na literatura nacional os franceses tinham de dor mais obsticulos do que 0 povo nascido sob o cfu da Tose ou & sombra do Coliscu. A Franca tinba também os seus cl Tigos cultos, que escreviam em latim, ¢ que foram capazes d mais cedo ainda, se erguerem & eltura do estilo epistolar. Tnisturar 0 classicismo ¢ 0 medievalismo em forma vernict Como o conseguiu Boccacio, foi impossivel em Franga por mi algum tempo ainda. As antigas formas eram muito fortes Guitura geal no tinba ainda a proficiéncia na mitologia € histéria antiga que eram correntes na Itilia, Mackaut, apesar, ser clérigo, desfigura lamentivelmente os nomes dos sete sib Chastellain confunde Peleus com Pelias, La Marche Prote com Pirithous. © autor da Pastoralet fala do «bom rei Ci de African, Mas ao mesno tempo o tema inspira-lhe uma ctigio do deus Silvanus e uma oracdo a P4, em que 8 pot imaginagio do Renascimento parece querer nascer. Os cro ‘experimentavam ja 2 pena nos discursos & maneira de Tito Li Qe suas tentativas no dominio do classicismo mem sempre €F bem sucedides. Jean Germain, descrevendo o Congreso ‘Aras, de 1435, produz uma auténtica caricatura da pit 330 - tiga flinebre de Carlos, 0 Temerdrio, em Nan “ga inimiga morto, vestido «np estilo antigos, isto é usando vena barba dourada e tio comprida que lhe chegava 20 cinto. F assim, como representante dum dos Nove Bravos, rezou dur ante um quarto de hora. runt illustrium € de Dé de 1400 pertencia 20 mesmo grupo de ideins representadas Por whétorique, orateur, poésie. Ninguém pensaria em aplicar @ PA there. peisie a uma balada ou a uma cancéo do velho modelo ter ee ista palavra clissica, que evocara a ideia da edmirada erteigio dos antigos, signficava acima de tudo ume forma arti- weir emogses passionais em forma simples, mas quand dee tmpregam termos Tatinos pretensiosos ¢ sentem-s= cretdricoss. © ADYENTO DA NOVA FORMA 'A visio da antiguidade era ainda muito bizarra, No ser © conquista- da cidade, o duque da Lorena, veio prestar homenagem 20 "A. palavra cantiquen tal como os franceses a concebiam cert aL Os poetas desta Epoca sio perfeitamente capazes dee vyjam atingit um nivel de beleza superior recorrem & mitologia, Christine de Pisan distingue expressamente entre as sits obras fama peca mitokigica a que chama «balade pouétiquey. Eustache Deschamps envioa as suas obras a Chaucer, se confrade € admirador, ¢ juntou-lIhes os seguintes versos: (© Socrates plains de philosophic, Seneque en meurs et Anglux en pratique, Ovides grans en ta poeterie Bries en parler, saiges en rethorique iAigles tres hauls, qui par ta théorique Enlumines le regne @Encas, | Lisle aux Geans, ceuls de Bruth, et qui a Semé les fleurs et planté le rosicr, “Aux ignorans de la langue pandra:, Grant translatcur, noble Geoffroy Chaucer! Uh toi pour ce de la fontaine Heyle Requier avoir un buvraige autentique Dont la doys est du tout en ta bailie, 331 1 © ADVENTO DA NOVA FORMA i the apareceram numa visio ¢ The disseram I ra correspondéncia desejads pot © DECLINIO DA IDADE MEDIA Pour rafrener delle ma soif ethiawe, $B] Profunders, ete» gue Qui en Gaule seray paralitique que oe interessasse por conse Fusques a ce que tu miabuveras (*)- Ropertet. Em resposta aos cumprimentos poiticos € retéricos fue se seguiram Chastellain escreveu Yet ‘per s6brios, com Marados com as hiperbélicas efustes de Robertett fo comeco, ainda modesto, ‘¢ Rabelais satirizaram. Esta maneira insuporti pre que os autores oe eforcam Dorset brillantes, em dedi Froppé en Vocit d'une clarté terrible re iGjscursos ou correspondéncia litertia, Chastelisin, com vitetnt ax coeur eloquence incrédible cero posto, escrevera: «ottre tes humble et obéissante “A humain sens difficile & produire, 7 ancelle, ta ville de Gand», wa viscérale intime douleur et Tout offusquié de lumicre incendible Gulation» (2). La Marche wnostre francigine locution et lang Outre percant de rey presqu'impossible aaremten (ds Molinet «abreuoé de la doulce et meliflue lig quers serr corps qui jamais ne peut Ini, procédant de la fontaine caballinen, sce ‘vertucux duc scipo Ravi, abstrait me trouve en mon déduires fuer, gens de mulizbre couragen (*)- En extase corps gisant a la terre, Tota afectada retérica revela a0 mesmo i Tible experit perplex & voye engwer7? com nuacdo lteriria ¢ um ideal de estilo. Como os antisns cour trovver View et oportune yssue coarerg. os retgricos € os bumanistas cultivaram a Teratirs 3 Du pas estroit of je suis mis em sere oe eeig rats quramour eraye a tissue (°)- Yeon de jogo de rods. A correspondéacia literiri de Sapécie estranha aparece entio. Um admirados fervoros0 4 Y stestes termos descreve ele as sensades BNE 9 recepefo duma , continuando, em Prost, Per” Tuurellan, Jean Robertet, secretirio de trés d 1s reis de Franca, procurou trocar borgonhesa at arta de Chastellain Ihe causot f gunta ao seu amigo Montfcrent (a quem chema «amigo dos satay imortais, amado dos homens, alto Pa ulissiano, chelo i. de meliflua eloquéncia): «N’est-ce “resplendeur équele au curre yea lira de Orfeu? e cla tube d'Am ‘Argus?n «OH est Toeil Georges C! de Bourbon e de tré pondéncia com o poeta-historiador da core aoe bons oficios dum tal Montferrant, que ¥! Este, para comover o velho autor, inci Fenwado, recorren 20 artificlo da alegor Phoebus?» Nao ultrape: damas da retérican Ciéncia, Floquéncia, Gravidede de Sentig F phion, la Mereuriale flute aut endormit capable de tel object visible, Toreille pour ouyr le haut sor. ar- uae one Fe eentin et tintinabule dorm» cm te Orisa an tan ot, a Chastellsin mostrou certo cepticisma quanto a este furioso “foun exc, cue pet ; cot na, Ngo tardou que destiase fechar porta que tio Gina oe Boor : Targamente abriza A eDama Vaideder- eRobertet quase me €2- Pa aoa 3b Tormern douarks = re De i, por i, © dx fote do poder © auedeto, Pare mitieat & ‘acivel elutes. Difel fe me des de bebet ‘s eidade de Gand: A tidy por Yor ince, via em Brug [ingido no coracfo. Por ‘completamente obscure 30 Memaertivels is, Nam compe stro Tati me enconio eo na. inka dec pace eapinit perdese para it por win ithe terial, Hiojle Eo te poco oma aut 7 hs ’ 0) Impresionadoe 08 los a0 hemano espicte, Ea que aa Gali de tad A vores bomilde @ obedieate cart, Pentrando Intertina mdgae © tbolacT, Encantado, a! ) A powa francesz TocusT @ verfcal " é do na chzo, Me () Teado brbide © doce © mtiigg Heo : ot "die oportona, Da, esreita passage jrdadero amor 37003 viatwoso duquesiniénico. Povo de cor 332 © ADVENTO DA NOVA FORMA (© DECLINIO DA IDADE MEDIA yer em latim conspurcaram o seu francés com formas latini- | fadas, ele, sendo um consumado latinista, desdenhava os efeitos etdricos a0 escrever na lingua francesa. O seu Débat du Labou- four, du Prestre et du Gendarme, medieval quanto 20 motivo, f também medieval no estilo, & simples e vigoroso como a poesia de Villon ¢ as melhores paginas de Deschamps. Quem sio os auténticos modernos da literatura francesa do xoulo XV? Sem dirvida aqueles cujas obras estiio mais proxi fnas das mais belas que o século seguinte produziu € nfo, segu- Famente (quaisquer que seiam os seus miéritos), as graves € pomposss produces do estilo borguinhiio, Nao Chastellain, La Marche, Molinet. As novidades de forma que afectavam cram bastante superficinis, as raizes do scu pensomento de essén excessivamente medieval, as suas extravagincias muito ingé~ fuss, Deveria ver-se 0 elemento moderno no requinte da forma? Por veres esta forma, conquanto muito artificiel, tem clodia nos faz esquecer a vacuidade “charcou com a sua nuvem, a5 gotas da qual, teado-se conge! tornaram as minhas roupagens brilhantes como pérolas; mas: Teer serve isto 30 corpo escuro que esti debaixo, se 28 enganam quem as vé? «Por isso ele que deixe de escrever daqu modo ou Caastellain lancari ao fogo as suas cartas sem as Se ele quiser falar como é préprio de amigos pode ficar cef da afeicio de George Chastellain». caetraetes desta expésie de modo nenhum nos dio a i de madida © de harmonia,propris do Renascimento. P cem-nos antiquadas no sentimento ¢ no estilo, Nio ba divi src ge que estes espirites se consideram modernos, Robe tinha estado em Itilia «um pais faminto de renovagiio. as condigées do clima facilitam a eloquéncia € para onde’ atraem todas as suavidades elementares para st fundirem Heniay, Ele acreditava, evidentemente, que se5redo prrenis vesidia no diseurso eloquentey e que para riva somos do clasoicismo, Ora na Itdlia, onde a lingua e © pea siete nunca haviam sido intsiramente alheios co puro latino, 0 ambiente social ¢ & propensio do espirito eram mug sae eeptivos as tendéncias humanisticas do que em Frag Ri lisaeto Ttaliana tinho-se desenvolvido naturalmente se © tipo humanista. A linguagem italiana nio estava, como a fr# Venez, venez, de fers mal pares rez cesa, corrompida por um influxo de latinismo; absorveu-0 Leurs bledz emilez, ayuns souf conduit vuyd, dificuldade, Em Franca, pelo contririo, os fundamentos La nuit leur nuit; la mort qui destruit rut ‘vais da vida social eram ainda sélidos; a linguagem, muito Leur fruit s’en fuit venant aperte perte: afastada do latim do que a italiana, resistia & latinizacio. Se Mais Pan nous tient en asseurance experte (7). Thglatera os Tatinismos eruditesiriam encontrar um acess devia-se isso a0 facto de que a linguagem io era ali de o1 Jatina de modo que nenhuma incongruéncia de express fazia sentir. Na medida em que os: hhumanistas franceses do século- ‘escreviam em latim pouco se evidenciava o subsolo medieval sua cultura. Quanto mais perfeitamente s¢ imitava o estilo a Sa clin Quan als pment iis 9 S05 GMM We ue he a Teese re ai cn de Robert Gaguin nao se distinguiam das obras dos out rome come ee arse fant Rte 70 uros de Robert Gaia 20S emer tipo, tm poeta FMM Sine von wm cw aie mo wn, A nats ees was mo cés de inspiracio medieval ¢ de estilo inteiramente nacional Jdestraldsra avanca. © seu fritto foge. sare a completa ruina, Mas PE amparanes Passo que os que nao escreviam nem porventura podiam ‘sabia proteccto. 334 tanta graca que a doce } do significado, Plusiers bergiers sont en Ia Heurtez, boutes, que pou leur déduit duyt. Et leurs moutons en maue fortunes eZ, | Isto foi escrito por Jean Lemaire de Belges. Muito mls pods F dizer-se acerca desta elaboraedo de beleza puramente formal em poesia, Mas, tudo considerado, mio ¢ ai que reside o futuro da literatara, Se por modernos entendemos aqueles que mais afini- 5 © ADVENTO DA NOVA FORMA dades mostram com 0 desenvolvimento, posterior da litera shonneur Inumble, imspartis oi qu'ils. soie france, of mademnos so Villon, Carlos de Orleées ¢ © BE homer hai oe Oe 7 de L'Amant Rendu Cordelicr, ow precisamente aqueles ave, a - fbefos a0 classicismo, se mantiveram e que nfo se esforc por encontrar requintadas formas, O cardcter medieval dos Prtivos nada Thes rouba do scu aspecto juvenil ¢ promete Za rspontancidade da expressio que os torna modernos. fp eica embalar pels sua indignacdo politica On o classicismo nio era 0 factor dominante no adi joes encontrat © paganismo nfo necessitavam 05 poetns do do ong spits da, Hteratura, Nem 0 paganismo, © uso fggigh fin da Idade Média oP Sebuscar na literatura cléssica. O espi- quente de expressoes pags ou tropos tem sido muitas veces

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