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Aula 05

Direito Empresarial p/ Prefeitura de Niterói - Fiscal do Tributos

Professor: Gabriel Rabelo

03403168700 - VALTER M S BARROS


Direito Empresarial para ISS Niterói
Teoria e exercícios comentados
Prof. Gabriel Rabelo – Aula 05

AULA 05 – TÍTULOS DE CRÉDITO: PRINCÍPIOS GERAIS, LETRA DE


CÂMBIO, DUPLICATA, CHEQUE, CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO, LETRA
E CÉDULA DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO.

SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO ........................................................................................................ 1
2 TÍTULOS DE CRÉDITO: PRINCÍPIOS GERAIS ................................................................. 2
3 ALGUMAS CARACTERÍSTICAS INERENTES AOS TÍTULOS DE CRÉDITOS ........................... 3
4 PRINCÍPIOS DOS TÍTULOS DE CRÉDITO ...................................................................... 4
4.1 LITERALIDADE ....................................................................................................... 4
4.2 CARTULARIDADE ................................................................................................... 4
4.3 AUTONOMIA .......................................................................................................... 5
5 CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO ................................................................ 5
5.1 QUANTO À ESTRUTURA .......................................................................................... 6
5.2 QUANTO AO MODELO ............................................................................................. 6
5.3 QUANTO À CRIAÇÃO .............................................................................................. 7
5.4 QUANTO À CIRCULAÇÃO ......................................................................................... 7
6 ENDOSSO ................................................................................................................ 8
7 AVAL ..................................................................................................................... 12
8 PROTESTO ............................................................................................................. 15
9 DISPOSIÇÕES DO CÓDIGO CIVIL SOBRE OS TÍTULOS DE CRÉDITO .............................. 16
10 LETRA DE CÂMBIO ............................................................................................... 22
11 CHEQUE .............................................................................................................. 27
12 DUPLICATAS ....................................................................................................... 33
12.1 ACEITE NAS DUPLICATAS .................................................................................. 35
12.2 COBRANÇA DA DUPLICATA................................................................................. 38
12.3 LIVRO REGISTRO DE DUPLICATAS ...................................................................... 39
13 CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO ........................................................................... 40
14 LETRA DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO .......................................................................... 47
15 CÉDULA DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO ........................................................................ 50
16 QUESTÕES COMENTADAS ..................................................................................... 53
16.1 AVAL, ENDOSSO E PROTESTO ............................................................................ 56
16.2 DUPLICATAS .................................................................................................... 67
16.3 LETRA DE CÂMBIO ............................................................................................ 73
16.4 CHEQUE........................................................................................................... 77
16.5 OUTROS TÍTULOS DE CRÉDITO .......................................................................... 84
17 QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA .................................................................. 89
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18 GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA ............................................ 97

1 APRESENTAÇÃO

Olá, meus amigos. Como estão?! É com um imenso prazer que estamos aqui,
no Estratégia Concursos, para ministrar mais uma aula da disciplina de
Direito Empresarial para o concurso de Auditor Fiscal da Prefeitura de
Niterói.

Prova chegando, meus amigos. Desde a publicação do edital, confesso que não
há uma noite sequer em que parei de trabalhar antes das 2h da manhã, sempre
trabalhando arduamente para fazer o melhor na preparação de vocês.

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Esperamos o mesmo afinco daqueles que querem estar no pelotão de frente


deste concurso.

Pessoal, deixei o meu Periscope nas minhas redes sociais. E o que é o


Periscope? É um aplicativo para celular em que vocês podem acompanhar, em
tempo real, os vídeos que estou gravando. A partir de agora, começarei a
postar dicas de reta final para a prova. Antes que alguém reclame, são vídeos
curtos, que estou fazendo por iniciativa própria para ajuda vocês. Não faz parte
do curso e não é pago. É totalmente gratuito. A conta é gabrielrabelo87.
Acompanhem! Será interessante. Mas, ressalto, não faz parte do curso.

Hoje, conforme prometido, falaremos sobre os títulos de crédito.

CRONOGRAMA
Aula 05. Títulos de crédito: princípios gerais, letra de câmbio, duplicata,
cheque, cédula de crédito bancário, letra e cédula de crédito imobiliário.

O fórum de dúvidas está funcionando.

Atenção! Aviso! Pessoal, quando eu programei o curso, calculei mal a


quantidade de aulas. Foi uma falha minha! O curso foi mais em conta
para vocês, pois calculei uma aula a menos. Porém, o lado negativo, é
que precisarei de mais uma aula para encerrar o curso. Essa aula de
hoje era para ser a última. Contudo, precisarei de mais um encontro. O
único assunto que falta para fecharmos o ciclo é contratos mercantis,
tema que será visto na próxima e derradeira aula. Ok? Já pedi
desculpas no fórum, mas é melhor um curso completo do que um curso
breve e mal formulado.

Meu e-mail, para dúvidas: gabrielrabelo87@hotmail.com

Tá ok?! É isso! Vamos começar a nossa batalha?! Forte abraço!


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GABRIEL RABELO

2 TÍTULOS DE CRÉDITO: PRINCÍPIOS GERAIS

O mundo hoje é vive eminentemente do crédito, do consumo. Não mais


consegue andar a sociedade sem que as pessoas (físicas ou jurídicas) se
utilizem, com toda a voracidade, de operações mercantis. O crescente desuso
da moeda em papel, manual, torna muito mais célere a mobilização da riqueza,
exigindo-se, para isso, documentos representativos.

Mas o crédito pode ser apresentado de várias maneiras, seja contratual, seja
por título, escritura.

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Contudo, o título de crédito, dentre todos os modos, é o que propicia maiores


vantagens em sua emissão, dada a simplicidade, baixo custo e facilidade de
cobrança.

Mas o que vem a ser o título de crédito?! O conceito, emanado por Cesare
Vivante, é o que melhor responde a pergunta. Tanto que o Código Civil
encampou sua doutrina para narrar:

Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito


literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os
requisitos da lei.

Portanto, o conceito mais recorrentemente cobrado em provas é o seguinte:


título de crédito é o documento necessário para o exercício do direito,
literal e autônomo, nele mencionado (Cesare Vivante).

Segundo Fábio Ulhoa, os títulos de crédito são documentos representativos


de obrigações pecuniárias. Não se confundem com a própria obrigação, mas
se distinguem dela na medida em que a representam.

Assim, deste conceito, devemos destacar:

- O título é um documento.
- O título é literal, isto é, os valores exigidos só podem ser aqueles ali,
expressamente firmados.
- O título é autônomo, isto é, se desvincula da relação que lhe deu origem.

3 ALGUMAS CARACTERÍSTICAS INERENTES AOS TÍTULOS DE


CRÉDITOS

Diversas são as características que podem ser atribuídas aos títulos de crédito.
Listemos algumas:

- Agilidade ou celeridade: por ser título de formalidade mais simples, se


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comparado a outros instrumentos de dívida, e, também, por ser um título


executivo, de fácil cobrança.
- Liquidez da obrigação: a obrigação é conhecida, determinada.
- Caráter quesível da obrigação: os títulos de crédito, em regra, são
quesíveis, isto é, deve o credor buscar a satisfação no domicílio do devedor.
- Caráter pro solvendo: o título de crédito, de modo geral, tem característica
pro solvendo. E o que é isso? Significa que, em regra, a simples tradição, ou
entrega do título, não necessariamente implica o pagamento, pois há uma
dilação do prazo para pagamento. Os títulos pro solutos são aqueles que devem
ser quitados quando houver a entrega do título.

Isso foi cobrado na prova de Procurador da Fazenda Nacional, pela ESAF,


em 2015, com a seguinte assertiva (item incorreto):

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(ESAF/Procurador da Fazenda Nacional/2015) Os títulos de crédito são


documentos representativos de obrigações pecuniárias de origem cambial ou
extracambial e, como regra, têm natureza “pro soluto”.

4 PRINCÍPIOS DOS TÍTULOS DE CRÉDITO

Três são os princípios que se relacionam aos títulos de crédito. Os principais


consagrados em nosso direito pátrio são:

PRINCÍPIOS DO REGIME CAMBIAL

1) Literalidade  Só vale no título o que tiver nele escrito.


2) Cartularidade  O exercício do direito ao crédito só vale se o seu
beneficiário apresentar o documento (proíbe-se cópias).
3) Autonomia  As obrigações são autonomas, umas em relação as outras.

4.1 LITERALIDADE

Por este princípio, só vale no título o que estiver nele escrito. Sendo o título de
crédito um documento, somente aquilo que nele estiver circunstanciado valerá
como obrigação, sua data, valor, titular, entre outros dados.

Se João é beneficiário de um cheque emitido por Maria no valor de R$


10.000,00, não poderá alegar que o valor correto a lhe ser pago pela instituição
financeira seria de R$ 15.000,00, pois, pelo princípio da literalidade, só vale
no cheque o que estiver nele contido.

A FCC, em 2015, cobrou este item, com a seguinte questão:

(FCC/Julgador Administrativo Tributário/SEFAZ/PE/2015) Nos títulos de


crédito, ensina-se que o devedor não é obrigado a mais, nem o credor pode
querer outros direitos, que não aqueles declarados só expressamente no título.

Esta lição refere-se aos efeitos da: 03403168700

a) literalidade.
b) autonomia.
c) abstração.
d) incorporação.
e) causalidade.

O gabarito é a letra a.

4.2 CARTULARIDADE

Pelo princípio da cartularidade, o direito à cobrança somente pode ser exercido


mediante a apresentação do título.

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Ainda, no mesmo exemplo citado acima, imagine-se que o cheque não foi pago,
por insuficiência de fundos. Todavia, João perdeu o documento. Porém, astuto
que é, providenciou a fotocópia do título. Poderá promover a cobrança com a
apresentação de cópia? Não! Pois, segundo o princípio da cartularidade,
deve-se apresentar o documento para se exercer o direito.

Doutrina vem apontando o princípio da cartularidade como um daqueles que


vem sofrendo ligeira relativização, dada a crescente utilização de títulos
eletrônicos. De todo o modo, o que há, na verdade, é a substituição de títulos
“manuais” pelos eletrônicos.

4.3 AUTONOMIA

Quanto ao princípio da autonomia, quando se diz que os títulos de créditos


são autônomos, tal autonomia não se refere à relação de débito e crédito que
lhe deu origem, e sim ao relacionamento entre o devedor e terceiros. Há uma
independência dos diversos e sucessivos possuidores dos títulos de crédito em
relação a cada um dos outros.

Cite-se um exemplo. Se X emite uma nota promissória a favor de Y, que a


transfere a Z, por meio de endosso. Z será seu legítimo beneficiário, podendo
receber o valor na data do vencimento.

Não poderá X, no vencimento do título, alegar contra Z que não a paga por ser
Y seu devedor de igual ou superior soma, pois, uma vez sendo os títulos
cambiários autônomos, o possuidor de boa fé exercita um direito próprio, que
não pode ser restringido ou desconfigurado em virtude das relações existentes
entre os anteriores possuidores e o devedor. Cada obrigação que deriva do
título é autônoma em relação às demais.

O princípio da autonomia, por seu turno, se desdobra em dois:

SUBPRINCÍPIOS DERIVADOS DO PRINCÍPIO DA AUTONOMIA


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1) Abstração: qualquer título de crédito colocado em circulação se desvincula


da relação originária que lhe deu causa.

2) Inoponibilidade das exceções pessoais aos terceiros de boa-fé: uma


vez que as relações cambiais são autônomas entre si, não pode o devedor
original do título alegar em juízo as exceções (defesas) pessoais que possui
contra o credor original, opondo-as ao portador de boa-fé.

5 CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO

Os títulos de crédito se classificam de quatro modos distintos, a saber:

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5.1 QUANTO À ESTRUTURA

Neste aspecto, pode ser o título de crédito ou ordem ou promessa de


pagamento.

O título que configura ordem de pagamento é aquele que em que existem três
pessoas: aquele que dá a ordem (sacador) ao devedor (sacado), para que o
título seja pago a alguém (tomador, beneficiário).

Por exemplo, o cheque é emitido pelo sacador (emitente) contra o sacado


(instituição bancária), em favor próprio ou de terceiro, e que incide sobre
fundos que o sacador dispõe em poder do sacado.

A duplicata, cheque e letra de câmbio são exemplos de ordens de


pagamento.

As promessas de pagamento possuem apenas dois pólos: aquele que promete


pagar e o beneficiário do pagamento.

Um exemplo de promessa de pagamento é a nota promissória.

1) Ordem de pagamento (duplicata, cheque,


Estrutura letra de câmbio)
2) Promessa de pagamento (nota promissória)

A ESAF abordou o assunto, no concurso para Auditor Fiscal da Receita Federal


do Brasil, com a seguinte assertiva:

Isso foi cobrado no AFRFB/2009 (item correto):

(ESAF/AFRFB/2009) O cheque e a duplicata são ordens de pagamento, e a nota


promissória é uma promessa de pagamento.

5.2 QUANTO AO MODELO 03403168700

Os títulos de créditos podem ser classificados em dois aspectos quanto ao


modelo, modelo vinculado (cheque e duplicata) e modelo livre (nota
promissória e letra de câmbio).

1) Livre (nota promissória, letra de câmbio)


Modelo
2) Vinculado (cheque e duplicata)

Modelo livre são aqueles títulos para os quais a lei não trata
pormenorizadamente de seus detalhes, deixando que alguns detalhes possam
variar, mas sempre obedecendo aos requisitos básicos para figurarem como
título de crédito (a serem vistos a seguir).

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Modelo vinculado são os títulos para os quais a lei traz a forma exata de como
deve ser, tal como o cheque.

5.3 QUANTO À CRIAÇÃO

Quanto à forma de criação, ou surgimento, o título pode ser causal ou não


causal (ou abstrato).

O título é causal quando a lei determina a causa de sua emissão, surgimento.


Por exemplo, a duplicata é o título de crédito emitido com base em obrigação
proveniente de compra e venda comercial ou prestação de certos
serviços. Rege-se pela Lei 5.474/1968.

É conhecida por ser um título causal, ou seja, encontra-se vinculada à relação


jurídica que lhe dá origem que é a compra e venda mercantil.

Contudo, tão logo emitida, a duplicata deixa de ter nexo com o negócio que lhe
deu origem, tornando-se independente. Essa distinção deve estar clara: não
obstante se perfaça em título de crédito causal, assim que emitida,
deixa de ter nexo com o negócio jurídico que lhe deu origem.

Os títulos não causais são aqueles que podem ser emitidos em diversas
hipóteses, tal como a nota promissória, cheque e letra de câmbio.

1) Causal (duplicata)
Criação 2) Não causal (nota promissória, cheque, letra de
câmbio

5.4 QUANTO À CIRCULAÇÃO

Quanto à circulação, os títulos podem ser nominais, nominativos ou ao


portador.

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Os títulos nominais, por sua vez, apresentam subdivisão, podendo se


classificar em à ordem, não à ordem.

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O título nominal à ordem permite a transferência através do endosso.

O título nominal não à ordem é aquele que não permite o endosso, por
conter cláusula expressa “não à ordem”. Neste caso a transferência deve ser
feita através de cessão civil do crédito.

O título nominativo, por fim, é definido pelo Código Civil como:

Art. 921. É título nominativo o emitido em favor de pessoa cujo nome conste no
registro do emitente.

Basta lembrar das ações nominativas expedidas pelas sociedades anônimas,


assunto tratado nas aulas precedentes.

Os títulos nominativos diferenciam-se dos títulos à ordem, pois os títulos à


ordem podem ser transferidos pelo simples endosso, sem qualquer outra
formalidade.

Outro detalhe. A lei 8.021/1990 proíbe a emissão de títulos ao portador.


Igualmente dispõe o artigo 907 do Código Civil:

Art. 907. É nulo o título ao portador emitido sem autorização de lei especial.

Porém, como se vê, o CC ressalva a hipótese de lei especial prever de modo


diverso. Para o cheque, a lei 9.069/95, art. 69, confere o direito de emissão
de cheque ao portador, desde que o valor seja inferior a R$ 100 (cem
reais).

Falaremos agora dos diversos atos ou declarações cambiários.

6 ENDOSSO

Endosso é o ato mediante o qual se transfere a propriedade de um


título. 03403168700

Juridicamente falando, é um ato unilateral, solidário e autônomo, pelo


qual se transferem os direitos emergentes de um título. O endosso, além
de transferir o título, é uma garantia.

Suponhamos que Gabriel emite uma Nota Promissória a Lucas, passando a


dever a ele o valor de R$ 100,00. Lucas, por sua vez, deseja efetuar uma
compra no valor de R$ 300,00, mas só possui R$ 200,00 em numerários. O que
poderá fazer? Poderá endossar o montante de R$ 100,00 constante de seu
título de crédito, transferindo os direitos ao vendedor.

De acordo com o Código Civil:

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Art. 893. A transferência do título de crédito implica a de todos os direitos que


lhe são inerentes.

Se A emite cheque a B, como pagamento de determinada obrigação que possui,


e B resolve endossar este cheque para C, por possuir dívida com C no mesmo
valor, transmite-se o direito a ele não só de receber o título de crédito,
originário de A, mas também o direito de cobrar em juízo, por exemplo, caso o
título não seja quitado.

Com efeito, diz-se que a transferência do título implica a transferência


igualmente de todos os direitos que lhe são inerentes. Se C quisesse endossar
novamente o título, poderia fazê-lo. E assim por diante.

Outra pergunta interessante é se o endossante continua responsável pelas


obrigações constantes do título. Vejamos:

Art. 914. Ressalvada cláusula expressa em contrário, constante do endosso,


não responde o endossante pelo cumprimento da prestação constante do título.

Seguindo a inteligência do artigo 914, o endossante não responde, via


de regra, pelo pagamento da obrigação. Porém, não podemos olvidar que o
Código Civil é norma geral e pode ser excepcionado por norma especial. Tanto o
é que, de acordo com as legislações especiais, o cheque, duplicata, nota
promissória e letra de câmbio, são títulos que mantêm o endossante
como devedor solidário.

Esse tópico foi abordado no concurso para Fiscal de Rendas do RJ/2007,


realizado pela FGV, (item correto), com o seguinte teor: De acordo com as
disposições do Código Civil, o endossante de título à ordem não responde pelo
cumprimento da prestação constante do título, salvo se este contiver cláusula
expressa em contrário.

Temos:
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O endosso ocorre com a assinatura do endossante na própria cártula, que pode


ocorrer com a indicação do nome do novo beneficiário (endossatário),
caracterizando o chamado endosso em preto, ou sem a indicação do
beneficiário, o denominado endosso em branco.

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Importante:

Endosso em preto  Indica o novo beneficiário.


Endosso em branco  Não indica o novo beneficiário.

Art. 910. O endosso deve ser lançado pelo endossante no verso ou anverso do
próprio título.

Outro detalhe trazido pelo Código Civil, mas que costuma ser bem cobrado em
prova, é o seguinte:

Art. 910. O endosso deve ser lançado pelo endossante no verso ou anverso do
próprio título.
§ 1o Pode o endossante designar o endossatário, e para validade do endosso,
dado no verso do título, é suficiente a simples assinatura do endossante.

Então, o endosso pode ser dado no verso ou anverso (frente) do título.

Observem que o parágrafo primeiro trouxe que para a validade do endosso no


verso é suficiente a simples assinatura do endossante. Ora, o parágrafo falou
sobre o anverso? Não! Concluímos, em interpretação a contrario sensu, que a
simples assinatura para endosso feito no anverso não é suficiente para a
transferência do título.

Devemos expressamente dizer que se trata de endosso, sob pena de ser


reputado como aval.

Art. 898. O aval deve ser dado no verso ou no anverso do próprio título.
§ 1o Para a validade do aval, dado no anverso do título, é suficiente a simples
assinatura do avalista.

Sempre cai em prova!!! Simples assinatura:


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- No anverso (frente): Aval (Se feito no verso deve indicar expressamente ser
aval).
- No verso: Endosso (Se feito no anverso deve indicar expressamente ser
endosso).

Outro aspecto importante é diferenciar o endosso da cessão civil de crédito. De


acordo com o Código Civil:

Art. 919. A aquisição de título à ordem, por meio diverso do endosso, tem efeito
de cessão civil.

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Endosso Cessão civil do crédito


É o ato pelo qual o credor de um É o ato pelo qual o credor de
título de crédito com a cláusula à um título de crédito com a
ordem transmite os seus direitos cláusula não à ordem transmite
à outra pessoa. os seus direitos à outra pessoa.
Quem transfere o título de Quem transfere o título de
crédito responde pela existência crédito só responde pela
do título e também pelo seu existência do título, mas não
pagamento. responde pelo seu pagamento.
O devedor não pode alegar O devedor pode alegar contra o
contra o endossatário de boa-fé cessionário de boa-fé exceções
exceções pessoais. pessoais.

Sobre os tipos de endosso, divide-se ele em próprio ou impróprio.

O endosso próprio ou puro e simples transfere a propriedade imediata do


título e torna o endossante responsável solidariamente (lembre-se: segundo o
CC, apenas se contiver cláusula expressa, todavia, a legislação especial que
rege os diversos títulos previu a responsabilidade solidária) pelo pagamento do
crédito.

O endosso impróprio é o que não transfere a propriedade do título,


permitindo apenas ao endossatário exercer direitos relativos à cártula. Da
espécie endosso impróprio resultam as espécies endosso-mandato e endosso-
caução.

A FGV, no concurso para Procurador do TCM-RJ, 2008, explorou este assunto,


com a seguinte sentença: O endosso impróprio transfere o exercício dos direitos
inerentes à cambial.

O item deve ser analisado com muita cautela. O endosso impróprio


transfere, sim, os direitos inerentes à cártula, exceto a transmissão da
propriedade. Gabarito, portanto, correto.
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Do genero endosso mandato resultam os endossos do tipo mandato ou


procuração e caução ou pignoratício.

Endosso-mandato ou endosso procuração é aquele através do qual o


endossatário atua em nome do endossante, não possuindo a posse sobre o
título. Com a morte ou a superveniente incapacidade do endossante, não perde
eficácia o endosso-mandato (CC, art. 917, §2º). Ademais, o título poderá ser
novamente endossado, desde que nos mesmos poderes recebidos e, também,
na qualidade de endosso-procuração.

Sobre a responsabilidade no endosso-mandato, segundo o Egrégio STJ, “só


responde por danos materiais e morais o endossatário que recebe título de
crédito por endosso-mandato e o leva a protesto, se extrapola os poderes de

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mandatário ou em razão de ato culposo próprio, como no caso de apontamento


depois da ciência acerca do pagamento anterior ou da falta de higidez da
cártula”.

Portanto, se o banco recebeu uma duplicata para cobrar e extrapolou os limites


que lhe foram concedidos, responderá pelos danos.

O endosso caução, endosso garantia ou endosso penhor é utilizado quando o


endossante deposita ou dá o título, perante o endossatário como garantia de
uma dívida.

O título endossado em garantia permanecerá com o endossatário até que haja a


liquidação da dívida. Com o inadimplemento do endossante, o endossatário
passará a ter a efetiva propriedade do título.

Existe, ainda, o endosso após o vencimento do título, que é conhecido como


endosso póstumo. Produzirá efeitos tal como tivesse sido feito antes do
vencimento, salvo se feito após o protesto por falta de pagamento ou após a
expiração do prazo para protestar.

Por fim, temos de nos perguntar: pode o endosso ser parcial? Segundo o
Código Civil:

Art. 912. Considera-se não escrita no endosso qualquer condição a que o


subordine o endossante.

Parágrafo único. É nulo o endosso parcial.

Portanto, com espeque do Código Civil, temos que o endosso parcial é nulo.
A justificativa para a proibicão do endosso parcial é no sentido de que o
endosso, em regra, transfere a cártula, e não há possibilidade de se transferir
só “meio título de crédito”.

7 AVAL 03403168700

Falemos agora sobre o instituto do AVAL. Não raramente, vocês, quando já


houverem passado nos certames que desejam, cheios de dinheiro, deverão se
deparar com o seguinte pedido de um amigo: “Fulano, seja meu avalista na
compra de tal coisa?”.

Mas o que vem a ser o aval? Pois bem, Fábio Ulhoa Coelho o define como “ato
cambiário pelo qual uma pessoa (avalista) se compromete a pagar
titulo de crédito, nas mesmas condições do devedor deste titulo
(avalizado)”. Vejamos também a explicação do Código Civil:

Art. 897. O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar


soma determinada, pode ser garantido por aval.

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Parágrafo único. É vedado o aval parcial.

Um aspecto importantíssimo para a prova é também o seguinte: o avalista


responde solidariamente (ou seja, sem benefício de ordem) com o
devedor principal. Assim, se o título não for pago no vencimento, o credor
poderá cobrar diretamente do avalista, se quiser.

Aval  Responsabilidade Solidária.

Veja-se, ainda, que, segundo o Código Civil, é vedado o aval parcial. Atente-
se, contudo, para o fato de que a regra que veda o aval parcial não vale para
os títulos que contenham legislação específica prevendo de forma contrária. E,
de fato, as legislações especiais dos mais diversos títulos de crédito prevêem a
possibilidade do aval parcial.

Neste escopo, a FGV perguntou aos candidatos do concurso para Procurador do


TCM RJ o seguinte: O Código Civil não admite o aval parcial (O item está
correto, pois faz clara remissão ao CC).

A ESAF, nos idos de 1996, questionou sobre o aval, se tido ou não como
obrigação acessória. Ora, a responsabilidade do avalista é solidária juntamente
com o avalizado. Trata-se, portanto, de obrigação principal, autônoma, no título
de crédito.

Ainda, caso se dê o aval posteriormente ao vencimento do título a produção de


efeitos se dará tal como tivesse sido prolatado antes de seu vencimento. Assim
prevê o CC:

Art. 900. O aval posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do


anteriormente dado.

Ao avalizar determinado título, o avalista passar a ser devedor solidário. O


aval, como dito, não é garantia acessória, posto que, como já propagado em
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diversos julgados do STJ, é autônomo e independente.

O aval, em regra, deve ser feito na frente do título (anverso) – CC, art. 898. Se
for feito no anverso, basta que o avalista assine. Se for feito no verso, contudo,
deverá ser indicado expressamente que se trata de aval, junto da assinatura. É
o que se extrai da leitura dos artigos seguintes do Código Civil:

Art. 898. O aval deve ser dado no verso ou no anverso do próprio título.
§ 1o Para a validade do aval, dado no anverso do título, é suficiente a simples
assinatura do avalista.

Aval

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Se feito no anverso (frente): basta assinatura!


Se feito no verso: deve se indicar expressamente tratar-se de aval.

O aval, tal como o endosso, pode indicar ou não a pessoa do avalizado.


Indicando, será classificado como aval em preto. Não o fazendo teremos
caracterizado o aval em branco.

De acordo com o Código Civil:

Art. 899. O avalista equipara-se àquele cujo nome indicar; na falta de


indicação, ao emitente ou devedor final.
§ 1° Pagando o título, tem o avalista ação de regresso contra o seu avalizado e
demais coobrigados anteriores.
§ 2o Subsiste a responsabilidade do avalista, ainda que nula a obrigação
daquele a quem se equipara, a menos que a nulidade decorra de vício de
forma.

Assim, de acordo com o artigo 899, §2º, se um negócio jurídico praticado com
simulação é avalizado por Beltrano, não poderá ele alegar eventual nulidade no
aval, uma vez que o verdadeiro prejudicado com tal situação é o credor.

Existe, perfeitamente, a possibilidade de mais de uma pessoa ser avalista de


um devedor. É o que a doutrina ousa chamar de aval simultâneo.

Um exemplo proposto por José Paulo Leal: Numa nota promissória, “A” é
emitente e “B” o beneficiário. No anverso há assinaturas de “C” e “D”, “E” e “F”.
Não há restrição alguma, apenas assinaturas; portanto, avais em branco.
Presume-se que todos avalizaram “A”.

Difere, todavia, do aval sucessivo, que se dá quando o avalista posterior


avaliza o anterior.

Aval sucessivo e aval simultâneo


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Aval simultâneo  B, C, D, E e F avalizam A.


Aval sucessivo  B avaliza A, C avaliza B, D avaliza C, E avaliza D e F avaliza E.

Pois bem, feitas as devidas considerações sobre a figura do aval, passemos a


distingui-la de outro instituto parecido, qual seja, a fiança.

Aval Fiança
Regulado pelo Direito
Regulado pelo Direito Civil
Comercial
Obrigação autônoma Obrigação acessória
Responsabilidade Solidária Responsabilidade Subsidiária
Deve estar contido no título Pode estar em instrumento

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de crédito em separado
Não pode o avalista opor as
As exceções pessoais do
exceções pessoais do
afiançado podem ser alegadas
avalizado para se defender do
pelo fiador.
credor de boa-fé
Necessita de autorização do Necessita de autorização do
cônjuge, salvo no regime de cônjuge, salvo no regime de
separação absoluta separação absoluta

8 PROTESTO

Se o devedor original de um título não o paga, o credor poderá cobrar dos


demais coobrigados, efetuando antes o protesto do título.

Conceito de protesto

Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o


descumprimento de obrigação originada em títulos e outros
documentos de dívida (art. 1.º da Lei 9.492/1997).

O protesto realiza-se no Cartório de Protesto de Títulos. Sua função é


constituir em mora o devedor, fazendo prova sobre a impontualidade do
devedor.

Segundo a Lei da Protestos:

Art. 21. O protesto será tirado por falta de pagamento, de aceite ou de


devolução.

Agora o principal aspecto quando o assunto é protesto:

Sempre cai em concurso!!!


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Cobrança contra o devedor principal e seu avalista: desnecessário o


protesto. Diz-se que o protesto é facultativo.
Cobrança contra os demais coobrigados: necessário o protesto.

A ESAF cobrou o assunto no concurso para AFTN, há mais de 10 anos, em


1996, com a seguinte redação: Nos títulos de crédito, a falta do protesto
necessário, nos prazos legais, exonera os coobrigados. O item está correto. A
execução dos coobrigados depende da realização do protesto.

Mais um detalhe que também pode ser cobrado sob o protesto:

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Nos títulos de crédito pode existir cláusula denominada “sem protesto” ou


“sem despesas”. A aposição desta cláusula dispensará o portador de protestar
o título para exercer seu direito de ação contra os coobrigados.

A cláusula pode ser aposta pelo sacador ou por um endossante ou avalista,


nesta última hipótese só produzirá efeito em relação a esse endossante ou a
esse avalista (art. 46 da LUG e art. 50 da Lei 7.357/1985).

A FCC cobrou o tema em provas da seguinte forma:

(Juiz Substituto TJ-PI/2001/FCC) Somente o sacador pode lançar na letra de


câmbio a cláusula sem despesas ou sem protesto.

Ora, tanto o sacador como os endossantes ou avalistas podem lançar a cláusula


sem despesas ou sem protesto nos títulos de crédito. Item incorreto.

Uma vez que o título esteja pago ou haja acordo com o credor, o protesto deve
ser cancelado. Segundo o artigo 26 da Lei de Protestos, não há necessidade
de ordem judicial para cancelamento do protesto:

Art. 26. O cancelamento do registro do protesto será solicitado diretamente no


Tabelionato de Protesto de Títulos, por qualquer interessado, mediante
apresentação do documento protestado, cuja cópia ficará arquivada.

Saliente-se que o cancelamento difere da sustação do protesto. A sustação é


uma medida preventiva, que evita o protesto seja feito, em casa de flagrante
equívoco, em que se saiba que o credor pretende efetuar protesto, por
exemplo.

9 DISPOSIÇÕES DO CÓDIGO CIVIL SOBRE OS TÍTULOS DE CRÉDITO

Os principais títulos de crédito hoje existentes são: cheque, duplicata, nota


promissória e letra de câmbio. Esses configuram os chamados títulos de
crédito próprios. 03403168700

Pois bem. O Código Civil apenas traz NORMAS GERAIS sobre o assunto, não
tratando pormenorizadamente de qualquer deles.

Assim dispôs o artigo 903:

Art. 903. Salvo disposição diversa em lei especial, regem-se os títulos de


crédito pelo disposto neste Código.

Com efeito, não havendo previsão na lei que rege o título, devemos aplicar as
normas do Código Civil.

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Art. 888. A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua
validade como título de crédito, não implica a invalidade do negócio jurídico que
lhe deu origem.

Negócio jurídico, segundo a doutrina, é toda ação ou omissão humana cujos


efeitos jurídicos - criação, modificação, conservação ou extinção de direitos -
derivam essencialmente da manifestação de vontade. Exemplos de negócio
jurídico são os contratos e os testamentos.

Os títulos de crédito são NEGÓCIOS JURÍDICOS ABSTRATOS, pois produzem


efeito independentemente da causa que lhes deu origem.

O artigo 888 determina que se faltar algum requisito legal para a validade do
documento como título de crédito, ele não anulará o negócio como um todo.
Perderá o documento tão-somente sua validade como título de crédito.

Perde o título o seu caráter cambiário, mas continua vigendo conforme o direito
civil.

Art. 889. Deve o título de crédito conter a data da emissão, a indicação precisa
dos direitos que confere, e a assinatura do emitente.

O título de crédito deve conter como REQUISITOS ESSENCIAIS:

- DATA DA EMISSÃO: composta por ano, dia e mês.


- INDICAÇÃO DOS DIREITOS QUE CONFERE: Trata-se da importância a ser
paga. Por exemplo, uma duplicata que tenha por objeto a venda de 100
mercadorias a R$ 10,00, deverá narrar esta quantia. O valor deve ser certo.
Não podendo ser indeterminado.

Ademais, devem ser indicados também a pessoa do devedor e do credor.

- ASSINATURA DO EMITENTE.
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Art. 889 (...)

§ 1o É à vista o título de crédito que não contenha indicação de vencimento.

§ 2o Considera-se lugar de emissão e de pagamento, quando não indicado no


título, o domicílio do emitente.

§ 3o O título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em computador


ou meio técnico equivalente e que constem da escrituração do emitente,
observados os requisitos mínimos previstos neste artigo.

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A data de vencimento do título não é requisito obrigatório. Porém, se o


título não contiver a data em que a obrigação vence, será considerado à vista
(parágrafo primeiro).

O parágrafo segundo traz, outrossim, outro requisito não essencial, a saber, o


lugar de emissão e de pagamento do título de crédito. Quando o local não
estiver circunstanciado no documento considerar-se-á como tal o DOMICÍLIO
DO EMITENTE.

Sobre o parágrafo terceiro, apenas legitima a possibilidade de emissão de


títulos de maneira informatizada.

Art. 890. Consideram-se não escritas no título a cláusula de juros, a proibitiva


de endosso, a excludente de responsabilidade pelo pagamento ou por despesas,
a que dispense a observância de termos e formalidade prescritas, e a que, além
dos limites fixados em lei, exclua ou restrinja direitos e obrigações.

Assim, são consideradas não escritas:

- Cláusulas de juros;
- Cláusula que proíba endosso;
- Cláusula que exclua a responsabilidade pelo pagamento ou despesas;
- Cláusula que dispense a observância de termos e formalidades prescritas;
- Cláusula que exclua, restrinja direitos ou obrigações.

Lembre-se de que se houver lei prevendo em sentido contrário, é ela quem


prevalecerá. Lei especial prevalece sobre a lei geral. Por exemplo, a Lei
Uniforme de Genebra, que regula as notas promissórias e letra de câmbio
prevê:

Art. 49 – A pessoa que pagou uma letra pode reclamar dos seus
garantes:
1 – A soma integral que pagou;
2 – Os juros da dita soma, calculados a taxa de 6 por cento, desde a data em
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que a pagou;
3 – As despesas que tiver feito.

Art. 891. O título de crédito, incompleto ao tempo da emissão, deve ser


preenchido de conformidade com os ajustes realizados.

Parágrafo único. O descumprimento dos ajustes previstos neste artigo pelos


que deles participaram, não constitui motivo de oposição ao terceiro portador,
salvo se este, ao adquirir o título, tiver agido de má-fé.

Expliquemos o artigo 891. Se duas pessoas, ao emitirem determinado título de


crédito, acordam que a cláusula X ou Y será preenchida posteriormente, estão
formando o chamado pacto adjeto.

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Pacto adjeto ou acessório é a denominação dada a toda cláusula inserida em


acordo, formando uma convenção acessória dentro de uma convenção principal,
com a finalidade de garantir seu adimplemento ou modificar seus efeitos.

Por exemplo, um pacto no sentido de o portador preencher corretamente o


título do qual é beneficiário, de acordo com o que fora acordado.

Assim, se ao receber o título, agir em desacordo com a avença poderá o


portador ser acionado judicialmente pelo emitente do título. Todavia, se
posteriormente esse título de crédito preenchido com má-fé pelo portador é
repassado a terceiro, este terceiro terá direito a receber o crédito da forma
como consta no título, salvo se este último beneficiário também agir de má-fé.

Ademais, se o título for preenchido em branco ou com omissão, deverá ser


preenchido antes da execução ou do protesto. Este é o exato teor da Súmula
387 do STF, que propõe:

Súmula 387/STF: A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco,


pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto.

Essa súmula 387, vez ou outro, assola os concursos que cobram direito
empresarial.

Art. 892. Aquele que, sem ter poderes, ou excedendo os que tem, lança a sua
assinatura em título de crédito, como mandatário ou representante de outrem,
fica pessoalmente obrigado, e, pagando o título, tem ele os mesmos direitos
que teria o suposto mandante ou representado.

Exemplifique-se. Sabemos que o mandato é o instrumento que dá a uma


pessoa poderes para praticar atos em nome de outra.

Com fulcro no Código Civil:


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Art. 653. Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para,
em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. A procuração é o
instrumento do mandato.

Deste modo, imagine-se que João confere a Pedro procuração para que assine
título de crédito em seu nome, no período de 01.01.2011 a 05.01.2011. De má-
fé, Pedro emite determinado título em 07.06.2011, quando a procuração já não
era mais válida, para realizar a compra de determinadas mercadorias para a
empresa. Como Pedro não tem mais poderes para proceder à emissão,
responderá pessoalmente pela emissão.

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Se Pedro promover, no entanto, a quitação do título, terá a dívida extinta e,


também o direito a receber as mercadorias já que “pagando o título, tem ele os
mesmos direitos que teria o suposto mandante ou representado”.

Art. 893. A transferência do título de crédito implica a de todos os direitos que


lhe são inerentes.

É o caso típico do endosso. Se A emite cheque a B, como pagamento de


determinada obrigação que possui, e B resolve endossar este cheque para C,
por possuir dívida com C no mesmo valor, transmite-se o direito a ele não só de
receber o título de crédito, originário de A, mas também o direito de cobrar em
juízo, por exemplo, caso o título não seja quitado.

Com efeito, diz-se que a transferência do título implica a transferência


igualmente de todos os direitos que lhe são inerentes. Se C quisesse endossar
novamente o título, poderia fazê-lo. E assim por diante.

Art. 894. O portador de título representativo de mercadoria tem o direito de


transferi-lo, de conformidade com as normas que regulam a sua circulação, ou
de receber aquela independentemente de quaisquer formalidades, além da
entrega do título devidamente quitado.

Para explicar este artigo, precisaremos conhecer um pouco sobre dois títulos de
créditos ditos impróprios, quais sejam, o conhecimento de depósito e o warrant.

O warrant e conhecimento de depósito são títulos de financiamento da atividade


econômica. Fábio Ulhoa Coelho os define como títulos de créditos impróprios
(para o autor não se tratam, na verdade, de títulos de crédito, apenas se
aproximando do regime jurídico cambial), mais especificamente, na categoria
de títulos representativos.

Títulos representativos são aqueles que representam mercadorias custodiadas


(esta é a palavra chave!) e possibilitam, em algumas condições, a
negociação, pelo proprietário, do valor que elas têm.
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O warrant e conhecimento de depósito são regidos pelo Decreto 1.102/1.903.


Quem emite esses títulos é o armazém geral. Se o depositante solicitar, o
armazém os emitirá, em substituição ao recibo de depósito.

Os títulos são emitidos conjuntamente. O portador só terá direito à entrega da


mercadoria depositada se apresentar os documentos juntos, devidamente
quitados. Em síntese, é isso o que quer dizer o artigo 894 do Código Civil.

Art. 895. Enquanto o título de crédito estiver em circulação, só ele poderá ser
dado em garantia, ou ser objeto de medidas judiciais, e não, separadamente,
os direitos ou mercadorias que representa.

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O artigo 895 trata exatamente de um princípio que dissemos no início do estudo


dos títulos de crédito, qual seja, o princípio da autonomia. Exemplifiquemos.

Imagine-se que A compre um bem a prazo de B, no valor de R$ 1.000,00, para


pagamento em 30 dias, mediante a emissão de uma nota promissória (quem
emite a nota promissória é o devedor, A, pois se trata de uma promessa de
pagamento). B é o legítimo portador dessa nota promissória (beneficiário).

B, por sua vez, necessita fazer compra de matéria-prima com o fornecedor C, e,


não possuindo recursos, procede ao endosso da nota promissória para C, que
passa a ser o legítimo portador do título, tendo direito a receber, na data certa,
a quantia estipulada no título emitido por A.

Assim, no vencimento, não poderá A, por exemplo, dizer que não pagará C, por
estar o bem que comprou de B eivado de vício. Deve, em virtude do princípio
da autonomia, A proceder ao pagamento e, em seguida, exigir o ressarcimento
por parte de B.

Imaginemos a mesma situação. A compra um bem de B, emitindo (A) uma nota


promissória em favor de B (que é o portador do título). B tem uma dívida
perante C, mas não endossa o título. Ele, simplesmente, diz: C, tenho um bem
que vendi para A, e vou deixá-lo como garantia.

Poderá C fazer isso?! Não, é claro! Pois as mercadorias já se desvincularam do


título de crédito, não mais pertencendo a B, uma vez que houve a tradição
(entrega da mercadoria). Em síntese, é isto o que diz o artigo 895: a garantia
deve ser instituída sob o título e não sobre as mercadorias que dele são objeto.

Art. 896. O título de crédito não pode ser reivindicado do portador que o
adquiriu de boa-fé e na conformidade das normas que disciplinam a sua
circulação.

O que este artigo quer, em síntese, dizer é que, se uma pessoa é legítima
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portadora de um título, tendo agido de boa-fé para receber os direitos que lhe
são inerentes, não poderá ter seu direito prejudicado por relações travadas
anteriormente.

Art. 901. Fica validamente desonerado o devedor que paga título de crédito ao
legítimo portador, no vencimento, sem oposição, salvo se agiu de má-fé.

Parágrafo único. Pagando, pode o devedor exigir do credor, além da entrega do


título, quitação regular.

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O título que configura venda a prazo pode, tão-logo vença, ser exigido. O
pagamento quando efetuado implica a extinção da obrigação que o título
carrega consigo.

Assim, o pagamento pelo devedor desobriga todos aqueles que da relação


cambial tiveram parte. A exceção é a existência de má-fé por parte de quem
paga.

E mais, uma vez efetuado o pagamento do título, pode o devedor exigir que o
credor lhe entregue o título de volta.

Art. 902. Não é o credor obrigado a receber o pagamento antes do vencimento


do título, e aquele que o paga, antes do vencimento, fica responsável pela
validade do pagamento.

§ 1o No vencimento, não pode o credor recusar pagamento, ainda que parcial.

§ 2o No caso de pagamento parcial, em que se não opera a tradição do título,


além da quitação em separado, outra deverá ser firmada no próprio título.

Antes do vencimento, não precisa o credor aceitar o pagamento. Se o devedor o


fizer, e o fizer incorretamente, fica responsável pela validade do pagamento.
Afinal, como diz o brocardo jurídico, quem paga mal paga duas vezes.

Todavia, no vencimento, querendo o devedor fazer pagamento, ainda que


parcial, não pode o credor recusar.

Se o pagamento for parcial, o título não é entregue ao devedor. Nesta hipótese,


deve ser feita uma quitação em separado, para ficar de posse do devedor, e,
também, uma no próprio título, provando a quitação.

Vistas estas principais considerações gerais sobre os títulos de crédito,


passemos a falar sobre os títulos em espécie.
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10 LETRA DE CÂMBIO

Inicialmente, estudaremos a letra de câmbio. Ela é o título de crédito mais


antigo. Contudo, a letra de câmbio é título que aqui, em nosso país, se encontra
em franco desuso.

A seguir, um modelo de letra de câmbio:

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Fonte: http://www.segundoprotestosbc.com.br/sbc/img_up/letracambio.jpg

Suponha-se que Alberto deve uma quantia X a Carlos, e que Breno deve uma
quantia X a Alberto. Uma solução viável para Alberto é emitir uma letra de
câmbio, figurando como sacador, contra Breno (sacado), que passará a dever
a quantia perante Carlos (tomador).

Embora neste exemplo três pessoas tenham existido, pode ocorrer de na nota
promissória sacador e tomador ou beneficiário serem a mesma pessoa.

Um dos motivos que torna a letra de câmbio um título de difícil utilidade prática
é que depende ela do aceite do sacado, do devedor.

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No caso, enquanto Breno não aceitasse as condições de pagar a quantia para


Carlos não poderia ser de forma alguma responsabilizado nesta obrigação.

A letra de câmbio é regulada pela Lei Uniforme de Genebra e, uma vez emitida,
não nasce de imediato a obrigação cambial, sendo necessário que o sacador a
entregue ao sacado, a fim de que a aceite. Nasce a partir daí a obrigação.

Todavia, o aceite, por parte do sacado, é facultativo. Reprise-se: o aceite é


facultativo! Eis o grande motivo de essa figura cambial ser de raríssima
utilização no dia-a-dia.

São requisitos da letra de câmbio, segundo a Lei Uniforme de Genebra:

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Art. 1º - A letra contém:

1 - A palavra "letra" inserta no próprio texto do título é expressa na língua


empregada
para a redação desse título;
2 - O mandato puro e simples de pagar uma quantia determinada;
3 - O nome daquele que deve pagar (sacado);
4 - A época do pagamento;
5 - A indicação do lugar em que se deve efetuar o pagamento;
6 - O nome da pessoa a quem ou a ordem de quem deve ser paga;
7 - A indicação da data em que, e do lugar onde a letra é passada;
8 - A assinatura de quem passa a letra (sacador).

A letra em que se não indique a época do pagamento entende-se pagável à


vista (LUG, art. 2º).

Na falta de indicação especial, o lugar designado ao lado do nome do sacado


considera-se como sendo o lugar do pagamento e, ao mesmo tempo, o lugar do
domicílio do sacado (LUG, art. 2º). A letra pode ser pagável no domicílio de
terceiro, quer na localidade onde o sacado tem o seu domicílio, quer noutra
localidade (LUG, art. 4º).

A letra sem indicação do lugar onde foi passada considera-se como tendo-o sido
no lugar designado, ao lado do nome do sacador (LUG, art. 2º).

Toda a letra de câmbio, mesmo que não envolva expressamente a cláusula a


ordem, é transmissível por via de endosso (LUG, art. 11º). Quando o sacador
tiver inserido na letra as palavras "não a ordem", ou uma expressão
equivalente, a letra só é transmissível pela forma e com os efeitos de uma
cessão ordinária de créditos (LUG, art. 11º).

Segundo o artigo 11 da Lei Uniforme de Genebra:

Art. 11. Toda a letra de câmbio, mesmo que não envolva expressamente a
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cláusula a ordem, é transmissível por via de endosso.

Quando o sacador tiver inserido na letra as palavras "não a ordem", ou uma


expressão equivalente, a letra só é transmissível pela forma e com os efeitos de
uma cessão ordinária de créditos.

O endosso pode ser feito mesmo a favor do sacado, aceitando ou não, do


sacador, ou de qualquer outro co-obrigado. Estas pessoas podem endossar
novamente a letra.

Ainda sobre o endosso da letra, a lei uniforme de genebra prescreve o seguinte:

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Art. 12 - O endosso deve ser puro e simples. Qualquer condição a que ele seja
subordinado considera-se como não escrita.
O endosso parcial é nulo.
O endosso ao portador vale como endosso em branco.

Como já frisamos, a letra de câmbio necessita de aceite. A letra pode ser


apresentada, até o vencimento, ao aceite do sacado, no seu domicílio , pelo
portador ou até por um simples detentor (LUG, art. 21).

O aceite é escrito na própria letra. Exprime-se pela palavra "aceite" ou


qualquer outra palavra equivalente; o aceite é assinado pelo sacado. Vale
como aceite a simples assinatura do sacado aposta na parte anterior da letra
(LUG, art. 25).

O aceite é puro e simples, mas o sacado pode limitá-lo a uma parte da


importância sacada (LUG, art. 26).

A letra de câmbio pode ser:

- À vista.
- A dia certo.
- A certo termo da vista.
- A certo termo da data.

Expliquemos rapidamente.

- À vista: é o que já conhecemos.


- A certo termo da vista: vencimento começa a contar a partir do aceite.

Agora, para diferenciar o vencimento a certo termo da data do vencimento a dia


certo, vejamos um exemplo.

Alberto deve 1.000 reais a Bianca que deve 1.000 reais a Clarissa. Bianca emite
uma letra de cambio, ela recebe o nome de sacador. Alberto aceita (ou nao) a
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letra e recebe o nome de sacado. Clarissa que e a credora recebe o nome de


tomador.

Letra de cambio a dia certo: Bianca estipula um vencimento "simples", como,


por exemplo, dia 31/12.

Letra de câmbio a certo termo da data: Bianca estipula um prazo, por exemplo,
30 dias. Estes 30 dias começam a contar a partir da emissao do titulo.

A diferença fica mais clara com este exemplo prático.

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Se recusado o aceite, considera-se que há vencimento antecipado do


título. Portanto, gravem! O aceite é facultativo, mas, se recusado, considera-se
que há vencimento antecipado do título.

Um último aspecto interessante sobre a letra é o seguinte: em função do


princípio da cartularidade, o crédito existe na medida em que está contido
expressamente na cártula.

Contudo, segundo a LUG:

Art. 67. O portador de uma letra tem o direito de tirar cópias dela.
A cópia deve reproduzir exatamente o original, com os endossos e todas as
outras menções que nela figurem. Deve mencionar onde acaba a cópia.
A cópia pode ser endossada e avalizada da mesma maneira e
produzindo os mesmos efeitos que o original.

Art. 68. A cópia deve indicar a pessoa em cuja posse se encontra o título
original. Esta é obrigada a remeter o dito título ao portador legítimo da cópia.
Se se recusar a fazê-lo, o portador só pode exercer o seu direito de ação contra
as pessoas que tenham endossado ou avalizado a cópia, depois de ter feito
constatar por um protesto que o original lhe não foi entregue a seu pedido.
Se o título original, em seguida ao último endosso feito antes de tirada a cópia,
contiver a cláusula "daqui em diante só é válido o endosso na cópia" ou
qualquer outra fórmula equivalente, é nulo qualquer endosso assinado
ulteriormente no original.

Com efeito, o título se torna documento necessário ao exercício do direito nele


mencionado. Então, como poderia alguém tirar cópia de uma nota e transferi-la
por endosso, apoderando-se da via original? Não contrariaria o princípio
referido? Para a LUG não.

Essa questão foi abordada pelo CESPE no concurso para Juiz Substituto do TJ
SE, em 2008, do seguinte modo:
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(Cespe/Juiz Substituto/TJ/SE/2008) Alfredo emitiu nota promissória em favor


de Pedro e estabeleceu que seu vencimento se daria 6 meses após o
vencimento do título. Entretanto, esqueceu-se de apor este acordo no título,
que foi emitido sem data de vencimento. Pedro, por sua vez, negociou a nota
promissória, colocando-a em circulação. A respeito da situação hipotética
acima, assinale a opção correta.

a) Pedro pode tirar cópia da nota promissória e transferi-la por endosso, desde
que a cópia indique que o original encontra-se em sua posse.

Este item foi considerado correto pela banca. Embora remeta à nota
promissória, o tratamento legislativo também se encontra na LUG.

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11 CHEQUE

O cheque é uma ordem de pagamento à vista. O cheque é regido pela Lei


7.357/85 (Lei do Cheque), e emitido pelo sacador (emitente) contra o
sacado (instituição bancária), em favor próprio ou de terceiro, e que incide
sobre fundos que o sacador dispõe em poder do sacado.

Art. 3º O cheque é emitido contra banco, ou instituição financeira que lhe seja
equiparada, sob pena de não valer como cheque.

Art. 4º O emitente deve ter fundos disponíveis em poder do sacado e estar


autorizado a sobre eles emitir cheque, em virtude de contrato expresso ou
tácito. A infração desses preceitos não prejudica a validade do título como
cheque.
§ 1º - A existência de fundos disponíveis é verificada no momento da
apresentação do cheque para pagamento.

Ainda, segundo a Lei do Cheque:

Art. 32 O cheque é pagável à vista. Considera-se não-escrita qualquer menção


em contrário.

Os títulos de créditos podem ser classificados em dois aspectos quanto ao


modelo, modelo vinculado (cheque e duplicata) e modelo livre (nota
promissória e letra de câmbio).

Art. 1º O cheque contêm:

I - a denominação ‘’cheque’’ inscrita no contexto do título e expressa na língua


em que este é redigido;
II - a ordem incondicional de pagar quantia determinada;
III - o nome do banco ou da instituição financeira que deve pagar (sacado);
IV - a indicação do lugar de pagamento;
V - a indicação da data e do lugar de emissão;
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VI - a assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatário com poderes


especiais.

O cheque não admite aceite considerando-se não escrita qualquer declaração


com esse sentido (LC, art. 6º).

A seguir um modelo de cheque com as características citadas acima:

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Fonte: https://www.tcn.com.br/nastur/ajuda/chequemodelo.gif

O sacado (banco) não se obriga ao pagamento do cheque, sendo a


responsabilidade do emitente.

Art. 15º O emitente garante o pagamento, considerando-se não escrita a


declaração pela qual se exima dessa garantia.
Art. 6º O cheque não admite aceite considerando-se não escrita qualquer
declaração com esse sentido.

Levem para a prova: o banco sacado não responde pela inexistência ou


insuficiência de fundos.

A responsabilidade do banco se dá somente quando do processamento de


pagamento indevido, como creditamento a cliente errado, que não seja
beneficiário do título, ou ainda no caso de pagamento de cheque falso,
falsificado ou alterado, exceto se houver dolo ou culpa do correntista,
endossante ou beneficiário (LC, art. 39).

Outro aspecto que é sempre cobrado, é o seguinte:

Art. 39 O sacado que paga cheque ‘’à ordem’’ é obrigado a verificar a


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regularidade da série de endossos, mas não a autenticidade das assinaturas dos


endossantes. A mesma obrigação incumbe ao banco apresentante do cheque a
câmara de compensação.

Portanto, o banco (sacado) deve verificar a regularidade da série de endossos,


se eles atendem os requisitos formais, contudo, a autenticidade da
assinatura de cada endossante não é tarefa que cabe ao banco.

Continuemos! Dissemos que o cheque é uma ordem de pagamento à vista (LC,


art. 32). Nos dizeres do STJ “A emissão de cheque pós-datado,
popularmente conhecido como cheque pré-datado, não o desnatura
como título de crédito, e traz como única consequência a ampliação do
prazo de apresentação”.

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Desta forma, está incorreto o seguinte item apresentado no exame da Ordem


dos Advogados do Brasil/2004: O cheque é uma ordem de pagamento à vista,
sendo que qualquer menção em contrário o inutiliza como título de crédito.

Como bem salientou o E. STJ, a única consequência é a ampliação do prazo de


apresentação do título. Não será o cheque desnaturado como título de crédito!
A emissão do cheque pré-datado é aceita como praxe, não havendo alicerce
jurídico para tanto.

Então, o que temos de saber é o seguinte: o cheque é ordem de


pagamento à vista. Contudo, a emissão de cheque pré-datado é aceita
no Brasil, por ser praxe, trazendo como única consequência a
ampliação do prazo de apresentação, não o desnaturando como título
de crédito!

A Súmula 370 do STJ propõe que “caracteriza dano moral a apresentação


antecipada do cheque pré-datado".

Assim, encontra-se plenamente aceita em nossos tribunais pátrios a


possibilidade de emissão de cheque pré-datado, embora constitua verdadeiro
costume contra legem.

Agora, outro aspecto interessante. Imagine-se que determinado comerciante


emite cheque no valor de R$ 5.000,00 e o banco, quando da apresentação da
cheque pelo fornecedor, não efetua o pagamento, devolvendo o cheque, por
motivo não conhecido. Se o comerciante tinha saldo à época e mesmo assim o
pagamento não fora efetuado, caracterizado está o dano moral.

É o exato teor da súmula 388 do STJ: A simples devolução indevida de


cheque caracteriza dano moral.

Outro assunto interessante, diz respeito ao endosso dos cheques.


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Art. 18 O endosso deve ser puro e simples, reputando-se não-escrita qualquer


condição a que seja subordinado.

Importantíssimo agora:

Art. 18, § 1º São nulos o endosso parcial e o do sacado.

A lei que instituía a Contribuição Provisória sobre a Movimentação ou


Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira - CPMF,
qual seja a Lei 9.311/96, permitia tão somente um único endosso nos cheques,
com o intuito de proibir a circulação de cheques sem o devido recolhimento do
tributo. Ocorre que a referida lei não mais se encontra em vigor, podendo o
cheque agora ser objeto de mais de um endosso.

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Art. 20 - O endosso transmite todos os direitos resultantes do cheque. Se o


endosso é em branco, pode o portador:
I - completá-lo com o seu nome ou com o de outra pessoa (torna o endosso em
preto);
II - endossar novamente o cheque, em branco ou a outra pessoa;
III - transferir o cheque a um terceiro, sem completar o endosso e sem
endossar.

O detentor de cheque "à ordem’’ é considerado portador legitimado, se provar


seu direito por uma série ininterrupta de endossos, mesmo que o último seja
em branco. Para esse efeito, os endossos cancelados são considerados não-
escritos (Lei do Cheque, artigo 22).

Art. 23 O endosso num cheque passado ao portador torna o endossante


responsável, nos termos das disposições que regulam o direito de ação, mas
nem por isso converte o título num cheque ‘’à ordem’’.

Sobre o aval, temos que a Lei do Cheque prevê:

Art. 29 O pagamento do cheque pode ser garantido, no todo ou em parte, por


aval prestado por terceiro, exceto o sacado, ou mesmo por signatário do título.

Vê-se, pois, a possibilidade do aval parcial para o cheque.

Sobre a classificação dos cheques, existem diversos tipos de cheques, senão


vejamos:

- CRUZADO: é o cheque em que o emitente apõe dois traços paralelos


no anverso do título (LC, art. 44). A principal finalidade do cruzamento é
impedir que um cliente saque o cheque no caixa, permitindo-se apenas que se
pague através de crédito em conta corrente. O parágrafo primeiro do art. 44
dispõe que se diz geral o cruzamento que contenha as duas linhas em branco,
ou que apenas contenha a palavra banco (sem especificações) entre as suas
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linhas. Será especial o cruzamento se existir nome específico do banco entre as


linhas do cruzamento.

- VISADO: também é conhecido por cheque bancário, cheque de caixa ou


cheque comprado. Está previsto no artigo 7º da Lei 7.357/85 (Lei do Cheque),
é aquele em que o emitente solicita ao banco (sacado) que vise, certifique, o
cheque, atestando haver fundos para pagamento durante o prazo em que o
título será apresentado.

O CESPE, sobre o assunto, formulou a seguinte questão:

(Cespe/Defensor Público do Ceará/2008) Considere que, ao efetuar o


pagamento de um automóvel recentemente adquirido, Lucas tenha emitido

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cheque em que, no verso, havia sido lançada declaração do banco indicando a


existência de provisão de fundos para a sua liquidação, durante o prazo de
apresentação do título de crédito. Nessa situação, o cheque utilizado por Lucas
é considerado um cheque administrativo ou bancário.

O item está incorreto. Apontou-se na assertiva o conceito de cheque visado e


não de cheque administrativo.

- ADMINISTRATIVO: é o cheque emitido pelo próprio banco. A instituição


financeira figurará como sacador e sacado. Pode ser comprado pelo cliente em
qualquer agência bancária. O banco o emite em nome de quem o cliente
efetuará o pagamento.

- ESPECIAL: assim denominado porque o banco concedeu ao titular da conta


um limite de crédito para saque quando não dispuser de fundos. O cheque
especial é concedido ao cliente mediante contrato firmado previamente.

- VIAGEM/TURISMO: (traveler check) é um tipo de cheque emitido em


quantia prefixada, traz uma quantia expressa, em moeda estrangeira. Serve
para atender gastos em viagens internacionais, tendo a vantagem sobre o
dinheiro em espécie de ter proteção contra furto, roubo ou perda.

Outro ponto que vez ou outra aparece em provas de concursos é a possibilidade


da emissão de cheque ao portador, ou seja, que não contém o nome do
beneficiário. Essa possibilidade existe, desde que o cheque não exceda o valor
de R$ 100,00.

Falemos, agora, do prazo para apresentação do cheque.

O portador do cheque deve apresentá-lo para pagamento no prazo de 30 dias,


quando emitido no lugar em que for pago, ou 60 dias, se emitido em lugar
diverso ou no exterior (LC, art. 33) – isso tudo considerando que o cheque é
uma ordem de pagamento à vista.
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Adendo: se houver insuficiência de fundos ou divergência na assinatura


constante do cadastro da instituição financeira, poderá ser recursado o
pagamento.

Esvaído o prazo in albis [sem que seja apresentado] perde-se o direito de


executar os coodevedores.

Uma vez expirado este prazo, o beneficiário do cheque tem ainda o prazo de
6 meses para promover a execução (LC, art. 59) ou tentar receber do
banco.

Segundo a Lei do Cheque...

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Art. 59 Prescrevem em 6 (seis) meses, contados da expiração do prazo de


apresentação, a ação que o art. 47 desta Lei assegura ao portador.

Art. 47 Pode o portador promover a execução do cheque:

I - contra o emitente e seu avalista;


II - contra os endossantes e seus avalistas, se o cheque apresentado em tempo
hábil e a recusa de pagamento é comprovada pelo protesto ou por declaração
do sacado, escrita e datada sobre o cheque, com indicação do dia de
apresentação, ou, ainda, por declaração escrita e datada por câmara de
compensação.

Anote-se, pois, que o prazo para execução é contado a partir do término do


prazo de apresentação e não da data de emissão. Essa questão é recorrente em
concursos.

Continuando...

Art. 40 O pagamento se fará à medida em que forem apresentados os cheques


e se 2 (dois) ou mais forem apresentados simultaneamente, sem que os fundos
disponíveis bastem para o pagamento de todos, terão preferência os de
emissão mais antiga e, se da mesma data, os de número inferior.

Se o portador não apresentar o cheque em tempo hábil ou não comprovar a


recusa de pagamento na forma acima, perderá o direito de execução contra o
emitente, caso se comprove que este tinha fundos disponíveis durante o prazo
de apresentação e os deixou de ter, em razão de fato que não lhe seja
imputável (art. 47, § 3.º, da LC).

O protesto do cheque acontece pela ausência de fundos. Se a ação é


proposta contra o emitente e seus avalistas, não há necessidade de protesto.
Se proposta contra endossantes e respectivos avalistas, exige-se o protesto.

Protesto – cheque!! 03403168700

Cobrança dos endossantes e seus avalistas  necessário


Cobrança do emitente e seus avalistas  desnecessário

O protesto ou as declarações devem ser feitos no lugar de pagamento ou do


domicílio do emitente, antes da expiração do prazo de apresentação. Mas se a
apresentação ocorrer no último dia do prazo, o protesto ou as declarações
podem fazer-se no primeiro dia útil seguinte (art. 48 da LC).

Se, após o protesto, o cheque for pago, o protesto poderá ser cancelado, a
pedido de qualquer interessado, mediante arquivamento de cópia autenticada
da quitação que contenha perfeita identificação do cheque no Cartório de
Protesto de Títulos (art. 48, § 4.º, da LC).

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Cuidado! Algumas questões propõem o prazo de 6 meses para promover a


execução contados a partir da emissão. Está errado! O prazo é de 6 meses
após o transcurso dos 30 ou 60 dias (prazo de apresentação).

Olhem este item proposto no concurso para Juiz Substituto TRT 23ª, em 2008:
a ação de execução do cheque prescreve em seis meses contados da data de
sua emissão. Percebe-se que o item incidiu no exato erro que estamos
alertando.

O mesmo assunto foi cobrado no concurso para Juiz Federal da 5ª região


elaborado pelo CESPE, em 2009, item incorreto: O prazo prescricional do
cheque é de seis meses a contar da data da sua emissão.

Amigos, outro aspecto importante é o seguinte:

Após a prescrição do cheque (6 meses a contar a expiração do prazo para


apresentação) não é mais possível sua execução. Contudo, cabe, nesta
hipótese, uma ação de enriquecimento ilícito, também conhecida como
ação de locupletamento. O prazo para impetrar esta ação é de 2 anos a
partir do dia em que findar a prescrição da ação cambial.

Por fim, mesmo que prescreva a ação de locupletamento, caberá a ação por
cobrança ordinária, desde que se comprove a relação que deu causa à
emissão do cheque.

Art. 62 Salvo prova de novação, a emissão ou a transferência do cheque não


exclui a ação fundada na relação causal, feita a prova do não-pagamento.

Há que se salientar, ainda, que a morte do emitente ou sua incapacidade


superveniente à emissão não invalidam os efeitos do cheque (Lei do Cheque,
art. 37).

12 DUPLICATAS 03403168700

A duplicata é o título de crédito emitido com base em obrigação proveniente de


compra e venda comercial ou prestação de certos serviços. Rege-se pela
Lei 5.474/1968 - LD.

É conhecida por ser um título causal, ou seja, encontra-se vinculada à relação


jurídica que lhe dá origem que é a compra e venda mercantil.

Contudo, tão logo emitida, a duplicata deixa de ter nexo com o negócio que lhe
deu origem, tornando-se independente. Essa distinção deve estar clara na
cabeça: não obstante se perfaça em título de crédito causal, assim que
emitida, deixa de ter nexo com o negócio jurídico que lhe deu origem.

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Somente a compra e venda mercantil (e a prestação de serviços) permite o


saque da duplicata mercantil.

Art. 1º Em todo o contrato de compra e venda mercantil entre partes


domiciliadas no território brasileiro, com prazo não inferior a 30 (trinta) dias,
contado da data da entrega ou despacho das mercadorias, o vendedor extrairá
a respectiva fatura para apresentação ao comprador.

Art. 2º No ato da emissão da fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata
para circulação como efeito comercial, não sendo admitida qualquer outra
espécie de título de crédito para documentar o saque do vendedor pela
importância faturada ao comprador.

Percebam que a lei diz prazo não inferior a 30 dias para a emissão
obrigatória de fatura. Se o prazo for menor, torna-se facultativa a emissão.

De acordo com a lei, uma só duplicata não pode corresponder a mais de


uma fatura (LD, art. 2º, §2º).

Segundo a lei, a duplicata conterá:

I - a denominação "duplicata", a data de sua emissão e o número de ordem;


II - o número da fatura;
III - a data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata à vista;
IV - o nome e domicílio do vendedor e do comprador;
V - a importância a pagar, em algarismos e por extenso;
VI - a praça de pagamento;
VII - a cláusula à ordem;
VIII - a declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-
la, a ser assinada pelo comprador, como aceite, cambial;
IX - a assinatura do emitente.

A lei ainda prescreve que na duplicata poderão constar outras indicações, desde
que não alterem sua feição característica (LD, art. 24).
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Vamos ver um modelo de duplicata, com todos os requisitos expressos acima:

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Fonte: http://www.cosif.com.br/imgs/leisfn/dm.jpg

Nos casos de venda para pagamento em parcelas, poderá ser emitida duplicata
única, em que se discriminarão todas as prestações e seus vencimentos, ou
série de duplicatas, uma para cada prestação distinguindo-se a numeração
sequencial, pelo acréscimo de letra do alfabeto, também em seqüência (LD, art.
2º, §3º).

12.1 ACEITE NAS DUPLICATAS

Falaremos agora sobre o aceite. Vimos que entre os requisitos para emissão de
uma duplicata consta a declaração do reconhecimento de sua exatidão e da
obrigação de pagá-la, a ser assinada pelo comprador, como aceite, cambial.

Assim, com base nesse texto legal, tem-se que o aceite é o reconhecimento da
dívida pelo sacado (comprador/recebedor dos serviços). O aceite, na
duplicata, é obrigatório (na letra de câmbio é facultativo).
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Grave-se! Aceite:

Duplicata  Obrigatório
Letra de câmbio  Facultativo

Depois de emitida a duplicata deve ser remetida ao comprador para que se dê o


aceite, no prazo de 30 dias a contar da emissão.

Prazo para aceite  30 dias da emissão!

Art. 6º A remessa de duplicata poderá ser feita diretamente pelo vendedor ou


por seus representantes, por intermédio de instituições financeiras,
procuradores ou, correspondentes que se incumbam de apresentá-la ao

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comprador na praça ou no lugar de seu estabelecimento, podendo os


intermediários devolvê-la, depois de assinada, ou conservá-la em seu poder até
o momento do resgate, segundo as instruções de quem lhes cometeu o
encargo.

O comprador, por sua vez, deve devolvê-la em um prazo de 10 (dez) dias.

Como o aceite é obrigatório, em regra, o comprador não pode recusá-lo.


Todavia, a LD, arrola hipóteses em que caberá a recusa do aceite:

Importantíssimo - Hipóteses de recusa ao aceite na duplicata

Art. 8º O comprador só poderá deixar de aceitar a duplicata por motivo de:

I - avaria ou não recebimento das mercadorias, quando não expedidas ou não


entregues por sua conta e risco;
II - vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das
mercadorias, devidamente comprovados;
III - divergência nos prazos ou nos preços ajustados.

Portanto, caso o comprador receba uma duplicata está obrigado a aceita-la.


Ressalvando-se as hipóteses:

- De avaria ou não recebimento da mercadoria.


- De vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou quantidade das mercadorias.
- De divergências nos prazos ou preços ajustados.

O assunto foi cobrado pela FCC com o seguinte teor (item incorreto):

(Promotor/MP CE/2009/FCC) Quanto aos títulos de crédito, é correto


afirmar que a divergência nos prazos ou nos preços ajustados com o vendedor
não é motivo de recusa de aceite de uma duplicata mercantil pelo comprador.

Temos, portanto, o seguinte esquema: 03403168700

Emissão de Envio para aceite: Devolução: 10 dias


duplicata 30 dias
(obrigatório)

Pode rejeitar por:

1) Avaria/não recebimento da mercadoria;


2) Vício, defeito, diferença nos produtos;
3) Divergência no prazo/preço ajustado.

O aceite da duplicata pode ocorrer das seguintes formas:

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Formas de aceite da duplicata

a) aceite expresso ou ordinário: resultante de assinatura lançada no título


pelo comprador;
b) aceite por comunicação: resultante de retenção da duplicata pelo sacado,
autorizado por instituição financeira cobradora, e de comunicação escrita do
aceite (LD, art. 7º, § 1º);
c) aceite tácito ou presumido: resultante da prova de recebimento das
mercadorias, da falta de recusa justificada do aceite, no prazo de 10 dias, e do
protesto do título (LD, art. 15, inc. II).

Dessa forma, a Fundação José Pelúcio, no concurso para AFTE RO em 2006,


apresentou o seguinte enunciado: Dos títulos de crédito abaixo relacionados,
aquele que admite o instituto do denominado aceite presumido é (...). Ficou
fácil inferir que a resposta correta é duplicata.

Mas, e se a duplicata for enviada para aceite e, no meio do caminho, houver


perda, extravio? Neste caso, o vendedor deve lançar mão da triplicata,
prevista no artigo 23 da LD:

Art. 23. A perda ou extravio da duplicata obrigará o vendedor a extrair


triplicata, que terá os mesmos efeitos e requisitos e obedecerá às mesmas
formalidades daquela.

Sobre o pagamento da duplicata, é lícito ao comprador resgatar a duplicata


antes de aceitá-la ou antes da data do vencimento (LD, art. 9º). Este é o
denominado pagamento antecipado.

A prova do pagamento é o recibo, passado pelo legítimo portador ou por seu


representante com poderes especiais, no verso do próprio título ou em
documento, em separado, com referência expressa à duplicata (LD, art. 9º,
§1º).
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Constituirá, igualmente, prova de pagamento, total ou parcial, da duplicata, a


liquidação de cheque, a favor do estabelecimento endossatário, no qual conste,
no verso, que seu valor se destina a amortização ou liquidação da duplicata
nele caracterizada (LD, art. 9º, §2º).

No pagamento da duplicata poderão ser deduzidos quaisquer créditos a favor do


devedor resultantes de devolução de mercadorias, diferenças de preço,
enganos, verificados, pagamentos por conta e outros motivos assemelhados,
desde que devidamente autorizados (LD, art. 10).

Art. 11. A duplicata admite reforma ou prorrogação do prazo de vencimento,


mediante declaração em separado ou nela escrita, assinada pelo vendedor ou
endossatário, ou por representante com poderes especiais.

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12.2 COBRANÇA DA DUPLICATA

Caso o pagamento não seja efetuado deverá ser procedida à cobrança da


duplicata.

A cobrança não necessita ser efetuada pelo banco. Pode ser feita diretamente
na via judicial.

A duplicata precisa conter o aceite (assinatura) do sacado/devedor, para que se


comprove que os valores foram aceitos e que a mercadoria foi devidamente
entregue.

Se o aceite foi devidamente realizado, o título não precisa necessariamente ser


protestado para sua execução judicial.

Contudo, o portador que não tirar o protesto da duplicata, em forma regular e


dentro do prazo de 30 (trinta) dias, contado da data de seu vencimento,
perderá o direito de regresso contra os endossantes e respectivos avalistas.

Se a duplicata não contiver o aceite, para execução da duplicata serão


necessários 3 procedimentos cumulativamente:

Execução de duplicata sem aceite

1 – Protesto;
2 – Documentos que comprovem a entrega e recebimento da mercadoria, e
3 – Verificar se o sacado/devedor recusou o aceite pelos motivos descritos nos
arts. 7.º e 8.º da Lei das Duplicatas.

O protesto é o ato formal e solene pelo qual se comprova a inadimplência e o


descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de
dívida. Protesta-se a duplicata por falta de aceite, de devolução (obrigatório
por parte do devedor/sacado) ou de pagamento (LD, art. 13).
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Repetimos. A duplicata pode ser protestada por:

1) Falta de aceite;
2) Falta de devolução;
3) Falta de pagamento.

Perde o direito de crédito contra endossantes e respectivos avalistas aquele que


não protestar a duplicata em até 30 dias após o vencimento (LD, art. 13, §4º).

Atente-se, também, para o fato de que a cobrança do devedor principal


(comprador/sacado) independe de protesto, desde que o aceite tenha ocorrido.

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Duplicata – Protesto

Endossante e respectivos avalistas  Protesto em 30 dias


Devedor principal e respectivos avalistas  Independe de protesto – se
ocorrido o aceite

O assunto prescrição está disposto no art. 18 da Lei de Duplicatas.

O prazo para propor ação contra o sacado e seus avalistas é de 3 anos


da data do vencimento.

O prazo para propor ação contra os endossantes e seus avalistas é de 1


ano da data do protesto. Se ação for movida por um coobrigado, há direito
de regresso.

Neste caso, o direito de ação contra outros extingue-se no prazo de um ano a


partir da data do pagamento.

Sobre o vencimento da duplicata, deve ela ser à vista ou à data certa.

Não se pode emitir duplicata com vencimento a certo termo de vista (a letra de
câmbio pode). Título a certo termo de vista é aquele em que o vencimento é
computado a partir da data do aceite, ou, na falta deste, do protesto.

Vejamos como dispõe a LD sobre o assunto:

Art. 2º No ato da emissão da fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata
para circulação como efeito comercial, não sendo admitida qualquer outra
espécie de título de crédito para documentar o saque do vendedor pela
importância faturada ao comprador.
§ 1º A duplicata conterá:
III - a data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata à vista;

Portanto, a duplicata deve conter a data certa do vencimento quando enviada


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para o aceite ou constar que se trata de título à vista.

Não se pode contar o vencimento da duplicata quando do aceite ou protesto.

12.3 LIVRO REGISTRO DE DUPLICATAS

Segundo a Lei de Duplicatas:

Art. 19. A adoção do regime de vendas de que trata o art. 2º desta Lei obriga o
vendedor a ter e a escriturar o Livro de Registro de Duplicatas.

§ 1º No Registro de Duplicatas serão escrituradas, cronologicamente, todas as


duplicatas emitidas, com o número de ordem, data e valor das faturas

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originárias e data de sua expedição; nome e domicílio do comprador; anotações


das reformas; prorrogações e outras circunstâncias necessárias.
§ 2º Os Registros de Duplicatas, que não poderão conter emendas, borrões,
rasuras ou entrelinhas, deverão ser conservados nos próprios estabelecimentos.
§ 3º O Registro de Duplicatas poderá ser substituído por qualquer sistema
mecanizado, desde que os requesitos deste artigo sejam observados.

Portanto, o livro de registro de duplicatas é obrigatório para o vendedor que


efetua vendas com prazo igual ou superior a 30 (trinta) dias.

13 CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO

Pessoal, a cédula de crédito bancário – CCB - está prevista na Lei 10.931/2004.


É uma das nossas apostas para uma questão neste concurso!

Vamos estudar a lei, tecendo comentários sobre os seus principais pontos.

Art. 26. A Cédula de Crédito Bancário é título de crédito emitido, por pessoa
física ou jurídica, em favor de instituição financeira ou de entidade a esta
equiparada, representando promessa de pagamento em dinheiro, decorrente de
operação de crédito, de qualquer modalidade.

§ 1o A instituição credora deve integrar o Sistema Financeiro Nacional, sendo


admitida a emissão da Cédula de Crédito Bancário em favor de instituição
domiciliada no exterior, desde que a obrigação esteja sujeita exclusivamente à
lei e ao foro brasileiros.
§ 2o A Cédula de Crédito Bancário em favor de instituição domiciliada no
exterior poderá ser emitida em moeda estrangeira.

Portanto, vamos começar o estudo da CCB pelo seu artigo 26. A cédula é título
de crédito impróprio e suas características principais são:

Principais características da cédula de crédito bancário:


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- Emitido por pessoa física ou jurídica. Na verdade, quando contratamos uma


operação de crédito, empréstimos, é emitido contra si uma CCB.
- A CCB é emitida contra instituição financeira (do SFN) ou equiparada.
- É uma promessa de pagamento, pela contratação de crédito de
qualquer modalidade. Por exemplo, ao pegarmos um crédito consignado na
Caixa Econômica Federal, há emissão de uma CCB.
- Pode ser emitida contra instituição no exterior (inclusive em moeda
estrangeira), mas o foro é necessariamente no Brasil.
- Pode ser emitida na forma cartular (papel mesmo) ou escritural (sistema).

Art. 27. A Cédula de Crédito Bancário poderá ser emitida, com ou sem garantia,
real ou fidejussória, cedularmente constituída.

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Parágrafo único. A garantia constituída será especificada na Cédula de Crédito


Bancário, observadas as disposições deste Capítulo e, no que não forem com
elas conflitantes, as da legislação comum ou especial aplicável.

Aqui dois pontos importantes. A CCB pode ser com ou sem garantia. A
garantia, se existente, é real ou fidejussória.

O que é garantia real? O que é garantia fidejussória? A garantia é real quando


recai sobre determinado bem, já a fidejussória é pessoal (como aval, fiança,
caução).

A garantia da Cédula de Crédito Bancário poderá ser fidejussória ou real, neste


último caso constituída por bem patrimonial de qualquer espécie, disponível e
alienável, móvel ou imóvel, material ou imaterial, presente ou futuro, fungível
ou infungível, consumível ou não, cuja titularidade pertença ao próprio emitente
ou a terceiro garantidor da obrigação principal.

Art. 28. A Cédula de Crédito Bancário é título executivo extrajudicial e


representa dívida em dinheiro, certa, líquida e exigível, seja pela soma nela
indicada, seja pelo saldo devedor demonstrado em planilha de cálculo, ou nos
extratos da conta corrente, elaborados conforme previsto no § 2o.

§ 1o Na Cédula de Crédito Bancário poderão ser pactuados:

I - os juros sobre a dívida, capitalizados ou não, os critérios de sua incidência e,


se for o caso, a periodicidade de sua capitalização, bem como as despesas e os
demais encargos decorrentes da obrigação;
II - os critérios de atualização monetária ou de variação cambial como
permitido em lei;
III - os casos de ocorrência de mora e de incidência das multas e penalidades
contratuais, bem como as hipóteses de vencimento antecipado da dívida;
IV - os critérios de apuração e de ressarcimento, pelo emitente ou por terceiro
garantidor, das despesas de cobrança da dívida e dos honorários advocatícios,
judiciais ou extrajudiciais, sendo que os honorários advocatícios extrajudiciais
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não poderão superar o limite de dez por cento do valor total devido;
V - quando for o caso, a modalidade de garantia da dívida, sua extensão e as
hipóteses de substituição de tal garantia;
VI - as obrigações a serem cumpridas pelo credor;
VII - a obrigação do credor de emitir extratos da conta corrente ou planilhas de
cálculo da dívida, ou de seu saldo devedor, de acordo com os critérios
estabelecidos na própria Cédula de Crédito Bancário, observado o disposto no §
2o; e
VIII - outras condições de concessão do crédito, suas garantias ou liquidação,
obrigações adicionais do emitente ou do terceiro garantidor da obrigação, desde
que não contrariem as disposições desta Lei.

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§ 2o Sempre que necessário, a apuração do valor exato da obrigação, ou de


seu saldo devedor, representado pela Cédula de Crédito Bancário, será feita
pelo credor, por meio de planilha de cálculo e, quando for o caso, de extrato
emitido pela instituição financeira, em favor da qual a Cédula de Crédito
Bancário foi originalmente emitida, documentos esses que integrarão a Cédula,
observado que:

I - os cálculos realizados deverão evidenciar de modo claro, preciso e de fácil


entendimento e compreensão, o valor principal da dívida, seus encargos e
despesas contratuais devidos, a parcela de juros e os critérios de sua
incidência, a parcela de atualização monetária ou cambial, a parcela
correspondente a multas e demais penalidades contratuais, as despesas de
cobrança e de honorários advocatícios devidos até a data do cálculo e, por fim,
o valor total da dívida; e
II - a Cédula de Crédito Bancário representativa de dívida oriunda de contrato
de abertura de crédito bancário em conta corrente será emitida pelo valor total
do crédito posto à disposição do emitente, competindo ao credor, nos termos
deste parágrafo, discriminar nos extratos da conta corrente ou nas planilhas de
cálculo, que serão anexados à Cédula, as parcelas utilizadas do crédito aberto,
os aumentos do limite do crédito inicialmente concedido, as eventuais
amortizações da dívida e a incidência dos encargos nos vários períodos de
utilização do crédito aberto.

§ 3o O credor que, em ação judicial, cobrar o valor do crédito exeqüendo em


desacordo com o expresso na Cédula de Crédito Bancário, fica obrigado a pagar
ao devedor o dobro do cobrado a maior, que poderá ser compensado na própria
ação, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e danos.

O artigo 28 basicamente reúne informações que devem constar da CCB, quando


de sua cobrança.

Primeiro, ele diz que a cédula de crédito bancário é título executivo


extrajudicial, ou seja, ela não depende de autorização, aval do juiz, para que
seja cobrada. 03403168700

Ademais, ela é dívida em dinheiro, certa, líquida e exigível, seja pela soma nela
indicada, seja pelo saldo devedor demonstrado em planilha de cálculo, ou nos
extratos da conta corrente. Portanto, podemos comprovar o montante devido
numa cédula de crédito bancário:

- Pela própria cédula.


- Por planilha de cálculo.
- Por extrato de conta corrente.

O parágrafo primeiro traz informações que devem constar de um CCB, como,


por exemplo, juros, multas, condições de garantia, obrigações do credor, etc.

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Os juros podem ser prefixados, flutuantes (utilizando DI e SELIC, por exemplo),


pelo índice de preços ou até mesmo por variação cambial, quando cabível.

Se o credor cobrar valor indevidamente em juízo, será obrigado a ressarcir o


dobro do que está cobrando a maior, o que pode ser apurado na mesma ação.

Art. 29. A Cédula de Crédito Bancário deve conter os seguintes requisitos


essenciais:

I - a denominação "Cédula de Crédito Bancário";


II - a promessa do emitente de pagar a dívida em dinheiro, certa, líquida e
exigível no seu vencimento ou, no caso de dívida oriunda de contrato de
abertura de crédito bancário, a promessa do emitente de pagar a dívida em
dinheiro, certa, líquida e exigível, correspondente ao crédito utilizado;
III - a data e o lugar do pagamento da dívida e, no caso de pagamento
parcelado, as datas e os valores de cada prestação, ou os critérios para essa
determinação;
IV - o nome da instituição credora, podendo conter cláusula à ordem;
V - a data e o lugar de sua emissão; e
VI - a assinatura do emitente e, se for o caso, do terceiro garantidor da
obrigação, ou de seus respectivos mandatários.

Esses são os requisitos básicos de uma cédula de crédito bancário.

Art. 29. § 1o A Cédula de Crédito Bancário será transferível mediante


endosso em preto, ao qual se aplicarão, no que couberem, as normas do
direito cambiário, caso em que o endossatário, mesmo não sendo instituição
financeira ou entidade a ela equiparada, poderá exercer todos os direitos por
ela conferidos, inclusive cobrar os juros e demais encargos na forma pactuada
na Cédula.

Aqui, muito importante, a cédula somente pode ser transferida por


endosso em preto, que indica expressamente o nome do beneficiário
(vejam, a legislação não fala do endosso em branco). Não necessariamente o
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endosso será feito a instituição financeira.

Art. 29. § 2o A Cédula de Crédito Bancário será emitida por escrito, em tantas
vias quantas forem as partes que nela intervierem, assinadas pelo emitente e
pelo terceiro garantidor, se houver, ou por seus respectivos mandatários,
devendo cada parte receber uma via.

§ 3o Somente a via do credor será negociável, devendo constar nas demais vias
a expressão "não negociável".

Portanto, a via do credor é negociável, já que poderá endossa-la. As


demais devem ter a expressão "não negociável".

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Art. 29. § 4o A Cédula de Crédito Bancário pode ser aditada, retificada e


ratificada mediante documento escrito, datado, com os requisitos previstos no
caput, passando esse documento a integrar a Cédula para todos os fins.

Art. 30. A constituição de garantia da obrigação representada pela Cédula de


Crédito Bancário é disciplinada por esta Lei, sendo aplicáveis as disposições da
legislação comum ou especial que não forem com ela conflitantes.

Art. 31. A garantia da Cédula de Crédito Bancário poderá ser fidejussória ou


real, neste último caso constituída por bem patrimonial de qualquer espécie,
disponível e alienável, móvel ou imóvel, material ou imaterial, presente ou
futuro, fungível ou infungível, consumível ou não, cuja titularidade pertença ao
próprio emitente ou a terceiro garantidor da obrigação principal.

Art. 32. A constituição da garantia poderá ser feita na própria Cédula de Crédito
Bancário ou em documento separado, neste caso fazendo-se, na Cédula,
menção a tal circunstância.

Atenção! A garantia pode ser na própria CCB ou em documento separado!

Art. 33. O bem constitutivo da garantia deverá ser descrito e individualizado de


modo que permita sua fácil identificação.

Parágrafo único. A descrição e individualização do bem constitutivo da garantia


poderá ser substituída pela remissão a documento ou certidão expedida por
entidade competente, que integrará a Cédula de Crédito Bancário para todos os
fins.

Art. 34. A garantia da obrigação abrangerá, além do bem principal constitutivo


da garantia, todos os seus acessórios, benfeitorias de qualquer espécie,
valorizações a qualquer título, frutos e qualquer bem vinculado ao bem principal
por acessão física, intelectual, industrial ou natural.

§ 1o O credor poderá averbar, no órgão competente para o registro do bem


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constitutivo da garantia, a existência de qualquer outro bem por ela abrangido.


§ 2o Até a efetiva liquidação da obrigação garantida, os bens abrangidos pela
garantia não poderão, sem prévia autorização escrita do credor, ser alterados,
retirados, deslocados ou destruídos, nem poderão ter sua destinação
modificada, exceto quando a garantia for constituída por semoventes ou por
veículos, automotores ou não, e a remoção ou o deslocamento desses bens for
inerente à atividade do emitente da Cédula de Crédito Bancário, ou do terceiro
prestador da garantia.

Art. 35. Os bens constitutivos de garantia pignoratícia ou objeto de alienação


fiduciária poderão, a critério do credor, permanecer sob a posse direta do
emitente ou do terceiro prestador da garantia, nos termos da cláusula de
constituto possessório, caso em que as partes deverão especificar o local em

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que o bem será guardado e conservado até a efetiva liquidação da obrigação


garantida.

§ 1o O emitente e, se for o caso, o terceiro prestador da garantia responderão


solidariamente pela guarda e conservação do bem constitutivo da garantia.

§ 2o Quando a garantia for prestada por pessoa jurídica, esta indicará


representantes para responder nos termos do § 1o.

Art. 36. O credor poderá exigir que o bem constitutivo da garantia seja coberto
por seguro até a efetiva liquidação da obrigação garantida, em que o credor
será indicado como exclusivo beneficiário da apólice securitária e estará
autorizado a receber a indenização para liquidar ou amortizar a obrigação
garantida.

Art. 37. Se o bem constitutivo da garantia for desapropriado, ou se for


danificado ou perecer por fato imputável a terceiro, o credor sub-rogar-se-á no
direito à indenização devida pelo expropriante ou pelo terceiro causador do
dano, até o montante necessário para liquidar ou amortizar a obrigação
garantida.

Art. 38. Nos casos previstos nos arts. 36 e 37 desta Lei, facultar-se-á ao credor
exigir a substituição da garantia, ou o seu reforço, renunciando ao direito à
percepção do valor relativo à indenização.

Art. 39. O credor poderá exigir a substituição ou o reforço da garantia, em caso


de perda, deterioração ou diminuição de seu valor.

Parágrafo único. O credor notificará por escrito o emitente e, se for o caso, o


terceiro garantidor, para que substituam ou reforcem a garantia no prazo de
quinze dias, sob pena de vencimento antecipado da dívida garantida.

Art. 40. Nas operações de crédito rotativo, o limite de crédito concedido será
recomposto, automaticamente e durante o prazo de vigência da Cédula de
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Crédito Bancário, sempre que o devedor, não estando em mora ou


inadimplente, amortizar ou liquidar a dívida.

Portanto, por exemplo, numa operação de abertura de crédito, o banco


deverá recompor o limite de modo automático, na vigência da cédula,
quando o devedor amortizar ou liquidar a dívida!

Art. 41. A Cédula de Crédito Bancário poderá ser protestada por indicação,
desde que o credor apresente declaração de posse da sua única via negociável,
inclusive no caso de protesto parcial.

Assim, o protesto é, em regra, instrumento necessário para cobrar a dívida do


endossante e seus avalistas. Todavia, a própria lei dispensa o protesto para

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cobrar dos endossantes e seus avalistas (art. 44). Então, o protesto servirá
para formalizar a dívida. Se, por algum motivo, o credor não tiver de posse das
vias assinadas, poderá fazê-lo por indicação, com a sua via, comprovando que
houve a operação, mas que o devedor não cooperou para a operação se
completar.

Art. 42. A validade e eficácia da Cédula de Crédito Bancário não dependem de


registro, mas as garantias reais, por ela constituídas, ficam sujeitas, para valer
contra terceiros, aos registros ou averbações previstos na legislação aplicável,
com as alterações introduzidas por esta Lei.

Com efeito, para que uma CCB tenha efeito, não é necessário o registro. Regra,
todavia, que não é válida para as suas garantias, as quais devem obedecer à
legislação aplicável.

Art. 43. As instituições financeiras, nas condições estabelecidas pelo Conselho


Monetário Nacional, podem emitir título representativo das Cédulas de Crédito
Bancário por elas mantidas em depósito, do qual constarão:

I - o local e a data da emissão;


II - o nome e a qualificação do depositante das Cédulas de Crédito Bancário;
III - a denominação "Certificado de Cédulas de Crédito Bancário";
IV - a especificação das cédulas depositadas, o nome dos seus emitentes e o
valor, o lugar e a data do pagamento do crédito por elas incorporado;
V - o nome da instituição emitente;
VI - a declaração de que a instituição financeira, na qualidade e com as
responsabilidades de depositária e mandatária do titular do certificado,
promoverá a cobrança das Cédulas de Crédito Bancário, e de que as cédulas
depositadas, assim como o produto da cobrança do seu principal e encargos,
somente serão entregues ao titular do certificado, contra apresentação deste;
VII - o lugar da entrega do objeto do depósito; e
VIII - a remuneração devida à instituição financeira pelo depósito das cédulas
objeto da emissão do certificado, se convencionada.
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§ 1o A instituição financeira responde pela origem e autenticidade das Cédulas


de Crédito Bancário depositadas.
§ 2o Emitido o certificado, as Cédulas de Crédito Bancário e as importâncias
recebidas pela instituição financeira a título de pagamento do principal e de
encargos não poderão ser objeto de penhora, arresto, seqüestro, busca e
apreensão, ou qualquer outro embaraço que impeça a sua entrega ao titular do
certificado, mas este poderá ser objeto de penhora, ou de qualquer medida
cautelar por obrigação do seu titular.
§ 3o O certificado poderá ser emitido sob a forma escritural, sendo regido, no
que for aplicável, pelo contido nos arts. 34 e 35 da Lei no 6.404, de 15 de
dezembro de 1976.
§ 4o O certificado poderá ser transferido mediante endosso ou termo de
transferência, se escritural, devendo, em qualquer caso, a transferência ser

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datada e assinada pelo seu titular ou mandatário com poderes especiais e


averbada junto à instituição financeira emitente, no prazo máximo de dois dias.
§ 5o As despesas e os encargos decorrentes da transferência e averbação do
certificado serão suportados pelo endossatário ou cessionário, salvo convenção
em contrário.

Portanto, existe o que chamamos de possibiliade de emissão da CCCB, que são


os certificados da cédula de crédito bancário. É um título que é emitido, sob a
forma cartular ou escritural e negociado no mercado. O banco tem uma série de
cédula de créditos bancários, e pactuará a negociação desses títulos, emitindo,
para tanto, uma CCB.

Art. 44. Aplica-se às Cédulas de Crédito Bancário, no que não contrariar o


disposto nesta Lei, a legislação cambial, dispensado o protesto para garantir o
direito de cobrança contra endossantes, seus avalistas e terceiros garantidores.

Art. 45. Os títulos de crédito e direitos creditórios, representados sob a forma


escritural ou física, que tenham sido objeto de desconto, poderão ser admitidos
a redesconto junto ao Banco Central do Brasil, observando-se as normas e
instruções baixadas pelo Conselho Monetário Nacional.

§ 1o Os títulos de crédito e os direitos creditórios de que trata o caput


considerar-se-ão transferidos, para fins de redesconto, à propriedade do Banco
Central do Brasil, desde que inscritos em termo de tradição eletrônico constante
do Sistema de Informações do Banco Central - SISBACEN, ou, ainda, no termo
de tradição previsto no § 1o do art. 5o do Decreto no 21.499, de 9 de junho de
1932, com a redação dada pelo art. 1o do Decreto no 21.928, de 10 de outubro
de 1932.
§ 2o Entendem-se inscritos nos termos de tradição referidos no § 1o os títulos
de crédito e direitos creditórios neles relacionados e descritos, observando-se
os requisitos, os critérios e as formas estabelecidas pelo Conselho Monetário
Nacional.
§ 3o A inscrição produzirá os mesmos efeitos jurídicos do endosso, somente se
aperfeiçoando com o recebimento, pela instituição financeira proponente do
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redesconto, de mensagem de aceitação do Banco Central do Brasil, ou, não


sendo eletrônico o termo de tradição, após a assinatura das partes.
§ 4o Os títulos de crédito e documentos representativos de direitos creditórios,
inscritos nos termos de tradição, poderão, a critério do Banco Central do Brasil,
permanecer na posse direta da instituição financeira beneficiária do redesconto,
que os guardará e conservará em depósito, devendo proceder, como comissária
del credere, à sua cobrança judicial ou extrajudicial.

14 LETRA DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO

Vamos falar um pouco sobre a letra de crédito imobiliário, as chamadas LCIs,


títulos de crédito muito utilizados nos dias de hoje.

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Art. 12. Os bancos comerciais, os bancos múltiplos com carteira de crédito


imobiliário, a Caixa Econômica Federal, as sociedades de crédito imobiliário, as
associações de poupança e empréstimo, as companhias hipotecárias e demais
espécies de instituições que, para as operações a que se refere este artigo,
venham a ser expressamente autorizadas pelo Banco Central do Brasil, poderão
emitir, independentemente de tradição efetiva, Letra de Crédito Imobiliário -
LCI, lastreada por créditos imobiliários garantidos por hipoteca ou por alienação
fiduciária de coisa imóvel, conferindo aos seus tomadores direito de crédito pelo
valor nominal, juros e, se for o caso, atualização monetária nelas estipulados.

A primeira coisa que temos de ressaltar é que a letra de crédito imobiliário


representa a chamada LCI, que vemos em nossos bancos como opção de
investimentos. A LCI é um investimento do tipo "conservador" e tem sua
regulamentação na Lei 10.931/2004.

Portanto, a LCI pode ser emitida por instituições financeiras em geral,


autorizadas pelo Banco Central.

A LCI é lastreada por créditos imobiliários garantidos por hipoteca ou por


alienação fiduciária de coisa imóvel. Assim, você investe nesse título de crédito
e ele fomentará o mercado imobiliário. Os imóveis devem ser garantidos por
hipoteca ou mesmo alienação fiduciária, como forma de dar maior proteção ao
crédito.

Quem toma o crédito tem direito a receber juros e atualização (sendo o caso).

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O funcionamento é basicamente o posto acima.

Art. 12. § 1o A LCI será emitida sob a forma nominativa, podendo ser
transferível mediante endosso em preto, e conterá:

I - o nome da instituição emitente e as assinaturas de seus representantes;


II - o número de ordem, o local e a data de emissão;
III - a denominação "Letra de Crédito Imobiliário";
IV - o valor nominal e a data de vencimento;
V - a forma, a periodicidade e o local de pagamento do principal, dos juros e, se
for o caso, da atualização monetária;

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VI - os juros, fixos ou flutuantes, que poderão ser renegociáveis, a critério das


partes;
VII - a identificação dos créditos caucionados e seu valor;
VIII - o nome do titular; e
IX - cláusula à ordem, se endossável.

A LCI deve ser nominativa, isto é, será expedida em nome de determinada


pessoa, cujo nome está no registro do emitente. A LCI também pode ser
escritural. O que são títulos escriturais? São aqueles cuja transferência não
depende da existência do título. A transferência é feito em um livro ou em
sistema compenetre. A transferência se dá simplesmente por meio de ordem.
Não existe a necessidade de se estar com o título em mãos (forma cartular).

No caso da LCI, se ela for escritural, deverá estar registrada em sistema do


BACEN.

Art. 12. § 2o A critério do credor, poderá ser dispensada a emissão de


certificado, devendo a LCI sob a forma escritural ser registrada em sistemas de
registro e liquidação financeira de títulos privados autorizados pelo Banco
Central do Brasil.

Ademais, tal qual a CCB, somente poderá ser objeto de endosso em preto.

Art. 13. A LCI poderá ser atualizada mensalmente por índice de preços, desde
que emitida com prazo mínimo de trinta e seis meses.

Parágrafo único. É vedado o pagamento dos valores relativos à atualização


monetária apropriados desde a emissão, quando ocorrer o resgate antecipado,
total ou parcial, em prazo inferior ao estabelecido neste artigo, da LCI emitida
com previsão de atualização mensal por índice de preços.

Portanto, a CDI pode prever ao seu comprador que será atualizada pelo índice
de preços (que deve ser o IPCA), todavia, o comum no mercado é que seja ela
atrelada à CDI (certificado de depósito interbancário). Entretanto, somente
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poderá a LCI ser vinculada ao índice de preços se tiver prazo maior ou igual a
36 meses.

Art. 14. A LCI poderá contar com garantia fidejussória adicional de instituição
financeira.

Aqui, o que se quer dizer é que a LCI pode contar com uma garantia pessoal,
de outra instituição financeira, que não seja a emitente do título. Essa é uma
garantia adicional, já que o próprio título já é garantido pelos imóveis
hipotecados ou em alienação fiduciária.

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Art. 15. A LCI poderá ser garantida por um ou mais créditos imobiliários, mas a
soma do principal das LCI emitidas não poderá exceder o valor total dos
créditos imobiliários em poder da instituição emitente.

O banco tem créditos imobiliários a receber. Esses créditos garantem a emissão


da LCI. Todavia, o total de LCI emitidas não pode superar o total de créditos
imobiliários existentes.

Art. 15. § 1o A LCI não poderá ter prazo de vencimento superior ao prazo de
quaisquer dos créditos imobiliários que lhe servem de lastro.

§ 2o O crédito imobiliário caucionado poderá ser substituído por outro crédito


da mesma natureza por iniciativa do emitente da LCI, nos casos de liquidação
ou vencimento antecipados do crédito, ou por solicitação justificada do credor
da letra.

Art. 16. O endossante da LCI responderá pela veracidade do título, mas contra
ele não será admitido direito de cobrança regressiva.

Aqui, outra disposição importante para provas. A lei 10.931 exclui a


responsabilidade do endossante no cumprimento da obrigação. A
responsabilidade se dá somente pela veracidade do título.

Art. 17. O Conselho Monetário Nacional poderá estabelecer o prazo mínimo e


outras condições para emissão e resgate de LCI, observado o disposto no art.
13 desta Lei, podendo inclusive diferenciar tais condições de acordo com o tipo
de indexador adotado contratualmente. (Redação dada pela Lei nº 13.097, de
2015)

15 CÉDULA DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO

A cédula de crédito imobiliário é título de crédito também previsto na Lei


10.931/2004. Vamos estudar?
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Art. 18. É instituída a Cédula de Crédito Imobiliário - CCI para representar


créditos imobiliários.

Portanto, já estudamos a CCB, que é a cédula de crédito bancário, e tem


origem em crédito bancário. Agora, veremos a CCI, a cédula de crédito
imobiliário, que tem origem em crédito imobiliário concedido a alguém.

Quem emite o título é o credor! A sua vantagem em detrimento do contrato de


financiamento é a possibilidade de negociação no mercado, independentemente
de anuência do devedor.

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Art. 18. § 1o A CCI será emitida pelo credor do crédito imobiliário e poderá ser
integral, quando representar a totalidade do crédito, ou fracionária, quando
representar parte dele, não podendo a soma das CCI fracionárias emitidas em
relação a cada crédito exceder o valor total do crédito que elas representam.

Portanto, a CCI pode ser integral ou parcial. Se for parcial, não poderá a soma
das CCI ser maior que o crédito que elas representam. Se eu preciso de um
crédito imobiliário de R$ 100.000,00, não posso ter 10 CCI de R$ 11.000,00,
pois ultrapassou o total do crédito imobiliário.

Art. 18. § 2o As CCI fracionárias poderão ser emitidas simultaneamente ou


não, a qualquer momento antes do vencimento do crédito que elas
representam.

Portanto, determinada pessoa precisa de um crédito imobiliário de R$


200.000,00, num período de 3 anos. Ficou acordado que seriam emitidas 5 CCI
fracionárias. Se estivermos em 01.01.2015, as CCI podem ser emitidas a
qualquer momento antes de 01.01.2018.

Art. 18. § 3o A CCI poderá ser emitida com ou sem garantia, real ou
fidejussória, sob a forma escritural ou cartular.

Assim como a CCB e a LCI, a CCI pode ser escritural (em sistema de registro)
ou cartular (em papel).

Alguns outros artigos da legislação que podem ser objeto de cobraça.

Art. 18. § 4o A emissão da CCI sob a forma escritural far-se-á mediante


escritura pública ou instrumento particular, devendo esse instrumento
permanecer custodiado em instituição financeira e registrado em sistemas de
registro e liquidação financeira de títulos privados autorizados pelo Banco
Central do Brasil.

§ 5o Sendo o crédito imobiliário garantido por direito real, a emissão da CCI


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será averbada no Registro de Imóveis da situação do imóvel, na respectiva


matrícula, devendo dela constar, exclusivamente, o número, a série e a
instituição custodiante.

Art. 19. A CCI deverá conter:

I - a denominação "Cédula de Crédito Imobiliário", quando emitida


cartularmente;
II - o nome, a qualificação e o endereço do credor e do devedor e, no caso de
emissão escritural, também o do custodiante;
III - a identificação do imóvel objeto do crédito imobiliário, com a indicação da
respectiva matrícula no Registro de Imóveis competente e do registro da
constituição da garantia, se for o caso;

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IV - a modalidade da garantia, se for o caso;


V - o número e a série da cédula;
VI - o valor do crédito que representa;
VII - a condição de integral ou fracionária e, nessa última hipótese, também a
indicação da fração que representa;
VIII - o prazo, a data de vencimento, o valor da prestação total, nela incluídas
as parcelas de amortização e juros, as taxas, seguros e demais encargos
contratuais de responsabilidade do devedor, a forma de reajuste e o valor das
multas previstas contratualmente, com a indicação do local de pagamento;
IX - o local e a data da emissão;
X - a assinatura do credor, quando emitida cartularmente;
XI - a autenticação pelo Oficial do Registro de Imóveis competente, no caso de
contar com garantia real; e
XII - cláusula à ordem, se endossável.

Art. 20. A CCI é título executivo extrajudicial, exigível pelo valor apurado de
acordo com as cláusulas e condições pactuadas no contrato que lhe deu origem.

Parágrafo único. O crédito representado pela CCI será exigível mediante ação
de execução, ressalvadas as hipóteses em que a lei determine procedimento
especial, judicial ou extrajudicial para satisfação do crédito e realização da
garantia.

Art. 21. A emissão e a negociação de CCI independe de autorização do devedor


do crédito imobiliário que ela representa.

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16 QUESTÕES COMENTADAS

1. (FGV/Juiz/TJ/AM/2013/Adaptada) O Direito Cambiário dispõe sobre


as relações de créditos empresariais. Nesse contexto, assinale a afirmativa
correta.

a) O cheque é sempre uma ordem de pagamento à vista e, por isso, não será
admitido o aval.
b) Ao receber um cheque para pagamento, é responsabilidade de a instituição
financeira analisar a autenticidade das assinaturas dos participantes da cadeia
cambiária, sob pena de responsabilidade civil em caso de assinatura falsa.
c) na Duplicata, a instituição financeira endossatária do título por
endosso mandato só responde por danos decorrentes de protesto indevido se
extrapolar os poderes de mandatário.
d) O aval posterior ao vencimento não produz os mesmos efeitos do
anteriormente dado.
e) a Letra de Câmbio é uma ordem de pagamento dada pelo sacador ao sacado,
para que este pague uma determinada quantia em dinheiro ao beneficiário.
Enquanto não houver o aceite do sacado, o título de crédito em questão não
terá força executiva.

Comentários:

Comentemos item a item...

a) O cheque é sempre uma ordem de pagamento à vista e, por isso, não


será admitido o aval.

Vamos falar um pouco do cheque?

O cheque é uma ordem de pagamento à vista. O cheque é regido pela Lei


7.357/85 (Lei do Cheque), e emitido pelo sacador (emitente) contra o
sacado (instituição bancária), em favor próprio ou de terceiro, e que incide
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sobre fundos que o sacador dispõe em poder do sacado.

Sobre o aval, temos que a Lei do Cheque prevê:

Art. 29 O pagamento do cheque pode ser garantido, no todo ou em parte, por


aval prestado por terceiro, exceto o sacado, ou mesmo por signatário do título.

O item está incorreto. De fato, o cheque é uma ordem de pagamento à vista.


Todavia, a própria lei do cheque admite o aval.

Vejam que a lei garante, inclusive, o direito ao aval parcial, o que é


expressamente vedado pelo Código Civil.

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Art. 897. O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar


soma determinada, pode ser garantido por aval.

Parágrafo único. É vedado o aval parcial.

b) Ao receber um cheque para pagamento, é responsabilidade de a


instituição financeira analisar a autenticidade das assinaturas dos
participantes da cadeia cambiária, sob pena de responsabilidade civil
em caso de assinatura falsa.

Item incorreto. Segundo a Lei do Cheque:

Art. 39 O sacado que paga cheque ‘’à ordem’’ é obrigado a verificar a


regularidade da série de endossos, mas não a autenticidade das assinaturas dos
endossantes. A mesma obrigação incumbe ao banco apresentante do cheque a
câmara de compensação.

Portanto, o banco (sacado) deve verificar a regularidade da série de endossos,


se eles atendem os requisitos formais, contudo, a autenticidade da
assinatura de cada endossante não é tarefa que cabe ao banco.

c) na Duplicata, a instituição financeira endossatária do título por


endosso mandato só responde por danos decorrentes de protesto
indevido se extrapolar os poderes de mandatário.

Sobre os tipos de endosso, divide-se ele em próprio ou impróprio.

O endosso próprio ou puro e simples transfere a propriedade imediata do


título e torna o endossante responsável solidariamente (lembre-se: segundo o
CC, apenas se contiver cláusula expressa, todavia, a legislação especial que
rege os diversos títulos previu a responsabilidade solidária) pelo pagamento do
crédito.

O endosso impróprio é o que não transfere a propriedade do título,


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permitindo apenas ao endossatário exercer direitos relativos à cártula. Da


espécie endosso impróprio resultam as espécies endosso-mandato e endosso-
caução.

Agora, para responder a questão, temos de saber o que é o endosso-mandato.

Endosso-mandato ou endosso procuração é aquele através do qual o


endossatário atua em nome do endossante, não possuindo a posse sobre o
título. Com a morte ou a superveniente incapacidade do endossante, não perde
eficácia o endosso-mandato (CC, art. 917, §2º). Ademais, o título poderá ser
novamente endossado, desde que nos mesmos poderes recebidos e, também,
na qualidade de endosso-procuração.

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Segundo o Egrégio STJ, “só responde por danos materiais e morais o


endossatário que recebe título de crédito por endosso-mandato e o leva a
protesto, se extrapola os poderes de mandatário ou em razão de ato culposo
próprio, como no caso de apontamento depois da ciência acerca do pagamento
anterior ou da falta de higidez da cártula”.

Portanto, se o banco recebeu uma duplicata para cobrar e extrapolou os limites


que lhe foram concedidos, responderá pelos danos.

d) O aval posterior ao vencimento não produz os mesmos efeitos do


anteriormente dado.

Segundo o Código Civil, caso se dê o aval posteriormente ao vencimento do


título a produção de efeitos se dará tal como tivesse sido prolatado antes de
seu vencimento. Assim prevê o CC:

Art. 900. O aval posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do


anteriormente dado.

Ao avalizar determinado título, o avalista passar a ser devedor solidário. O


aval, como dito, não é garantia acessória, posto que, como já propagado em
diversos julgados do STJ, é autônomo e independente.

O aval, em regra, deve ser feito na frente do título (anverso) – CC, art. 898. Se
for feito no anverso, basta que o avalista assine. Se for feito no verso, contudo,
deverá ser indicado expressamente que se trata de aval, junto da assinatura. É
o que se extrai da leitura dos artigos seguintes do Código Civil:

Art. 898. O aval deve ser dado no verso ou no anverso do próprio título.
§ 1o Para a validade do aval, dado no anverso do título, é suficiente a simples
assinatura do avalista.

e) a Letra de Câmbio é uma ordem de pagamento dada pelo sacador ao


sacado, para que este pague uma determinada quantia em dinheiro ao
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beneficiário. Enquanto não houver o aceite do sacado, o título de


crédito em questão não terá força executiva.

Suponha-se que Alberto deve uma quantia X a Carlos, e que Breno deve uma
quantia X a Alberto. Uma solução viável para Alberto é emitir uma letra de
câmbio, figurando como sacador, contra Breno (sacado), que passará a dever
a quantia perante Carlos (tomador).

Embora neste exemplo três pessoas tenham existido, pode ocorrer de na nota
promissória sacador e tomador ou beneficiário serem a mesma pessoa.

Um dos motivos que torna a letra de câmbio um título de difícil utilidade prática
é que depende ela do aceite do sacado, do devedor.

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No caso, enquanto Breno não aceitasse as condições de pagar a quantia para


Carlos não poderia ser de forma alguma responsabilizado nesta obrigação.

A letra de câmbio é regulada pela Lei Uniforme de Genebra e, uma vez emitida,
não nasce de imediato a obrigação cambial, sendo necessário que o sacador a
entregue ao sacado, a fim de que a aceite. Nasce a partir daí a obrigação.

Todavia, o aceite, por parte do sacado, é facultativo. Reprise-se: o aceite é


facultativo! Eis o grande motivo de essa figura cambial ser de raríssima
utilização no dia-a-dia.

Se recusado o aceite, considera-se que há vencimento antecipado do


título.

Gabarito  C.

16.1 AVAL, ENDOSSO E PROTESTO

2. (FGV/Exame/OAB/2014) Sobre a distinção entre endosso e cessão de


crédito, assinale a afirmativa correta.

a) A cessão de crédito é a forma de transmissão dos títulos à ordem, enquanto


o endosso é a forma de transmissão dos títulos não à ordem.
b) A cessão de crédito ao cessionário pode ser parcial ou total, enquanto o
endosso deve ser feito pelo valor integral do título, sob pena de nulidade.
c) A eficácia do endosso em relação aos devedores do título depende de sua
notificação; na cessão de crédito, a eficácia decorre da simples assinatura do
cedente no anverso do título.
d) O direito de crédito do endossatário é dependente das relações do devedor
com portadores anteriores; o direito do cessionário é literal e autônomo em
relação aos portadores anteriores.
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Comentários:

Comentemos item a item...

a) A cessão de crédito é a forma de transmissão dos títulos à ordem,


enquanto o endosso é a forma de transmissão dos títulos não à ordem.

O item está incorreto. A cessão de crédito é a forma de transmissão de títulos


não à ordem, enquanto o endosso é a forma de transmissão dos títulos à
ordem.

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b) A cessão de crédito ao cessionário pode ser parcial ou total,


enquanto o endosso deve ser feito pelo valor integral do título, sob
pena de nulidade.

A cessão de crédito, conforme estudado no direito civil, pode sim ser parcial ou
total. Todavia, o endosso não pode ser parcial, segundo o Código Civil:

Art. 912. Considera-se não escrita no endosso qualquer condição a que o


subordine o endossante.

Parágrafo único. É nulo o endosso parcial.

Este, portanto, é o nosso gabarito.

c) A eficácia do endosso em relação aos devedores do título depende de


sua notificação; na cessão de crédito, a eficácia decorre da simples
assinatura do cedente no anverso do título.

Os quesitos estão ao contrário.

Eficácia do endosso  simples assinatura do cedente no anverso do título.


Eficácia da cessão civil de crédito  depende de notificação.

d) O direito de crédito do endossatário é dependente das relações do


devedor com portadores anteriores; o direito do cessionário é literal e
autônomo em relação aos portadores anteriores.

Item incorreto. Os quesitos também estão invertidos. O direito do cessionário é


dependente das relações do devedor com portadores anteriores; o direito de
crédito do endossatário é literal e autônomo em relação aos portadores
anteriores.

Portanto, o direito do endossatário é, assim, literal e autônomo em relação aos


portadores anteriores. Todavia, o direito do cessionário depende das relações
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do devedor com portadores anteriores.

Gabarito  B.

3. (FGV/Exame/OAB/2012) Com relação ao instituto do aval, é correto


afirmar que:

a) é necessário o protesto para a cobrança dos avalistas do emitente e dos


endossantes de notas promissórias.
b) o avalista, quando executado, pode exigir que o credor execute primeiro o
avalizado.
c) o aval pode ser lançado em documento separado do título de crédito.

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d) a obrigação do avalista se mantém, mesmo no caso de a obrigação que ele


garantiu ser nula, exceto se essa nulidade for decorrente de vício de forma.

Comentários:

Comentemos item a item...

a) é necessário o protesto para a cobrança dos avalistas do emitente e


dos endossantes de notas promissórias.

- O protesto se faz necessário para cobrança dos endossantes e avalistas dos


endossantes.
- O protesto não se faz necessário para cobrança do devedor principal e
avalistas dos devedores do principal.

Item incorreto.

b) o avalista, quando executado, pode exigir que o credor execute


primeiro o avalizado.

Item incorreto. Não há benefício de ordem para o avalista. Vejam o que diz o
Código Civil:

Art. 899. O avalista equipara-se àquele cujo nome indicar; na falta de


indicação, ao emitente ou devedor final.

§ 1° Pagando o título, tem o avalista ação de regresso contra o seu avalizado e


demais coobrigados anteriores.

c) o aval pode ser lançado em documento separado do título de crédito.

Item incorreto. Segundo o Código Civil:

Art. 898. O aval deve ser dado no verso ou no anverso do próprio título.
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d) a obrigação do avalista se mantém, mesmo no caso de a obrigação


que ele garantiu ser nula, exceto se essa nulidade for decorrente de
vício de forma.

Este é o nosso gabarito. Nos termos do Código Civil:

Art. 899. § 2o Subsiste a responsabilidade do avalista, ainda que nula a


obrigação daquele a quem se equipara, a menos que a nulidade decorra de vício
de forma.

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Com efeito, ainda que a obrigação que eu tenha avalizado seja considerada
nula, a obrigação do avalista subsiste. Essa situação é excepcional se o vício for
de forma.

Gabarito  D.

4. (FGV/Procurador/TCM RJ/2008) Em relação aos títulos de crédito,


assinale a afirmativa incorreta.

a) O título de crédito emitido em branco ou incompleto pode ser completado


pelo credor de boa-fé, antes da ação de execução ou protesto.
b) O endosso parcial é considerado como não-escrito.
c) O saque de uma letra de câmbio é considerado declaração originária e
necessária à constituição do crédito.
d) O endosso parcial é considerado nulo.
e) O endosso impróprio transfere o exercício dos direitos inerentes à cambial.

Comentários:

Comentemos item a item...

a) O título de crédito emitido em branco ou incompleto pode ser


completado pelo credor de boa-fé, antes da ação de execução ou
protesto.

Se o título for preenchido em branco ou com omissão, deverá ser preenchido


antes da execução ou do protesto. Este é o exato teor da Súmula 387 do STF,
que propõe:

Súmula 387/STF: A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco,


pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto.

b) O endosso parcial é considerado como não-escrito.


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Art. 912. Considera-se não escrita no endosso qualquer condição a que o


subordine o endossante.

Parágrafo único. É nulo o endosso parcial.

Portanto, com espeque do Código Civil, temos que o endosso parcial é nulo.
A justificativa para a proibicão do endosso parcial é no sentido de que o
endosso, em regra, transfere a cártula, e não há possibilidade de se transferir
só “meio título de crédito”.

O item está incorreto, já que o endosso parcial é nulo, o que é diferente de


considera-lo não escrito.

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c) O saque de uma letra de câmbio é considerado declaração originária


e necessária à constituição do crédito.

O item está correto. Como dissemos, para que uma letra de câmbio tenha
origem, é necessário que uma pessoa (sacador) emita [ou saque] a letra
contra um devedor (sacado), a fim de que este pague o título de terceiro
(tomador ou beneficiário). Portanto, o saque é necessário à constituição do
crédito.

d) O endosso parcial é considerado nulo.

Item correto, conforme já explicado na assertiva b.

e) O endosso impróprio transfere o exercício dos direitos inerentes à


cambial.

O endosso impróprio é o que não transfere a propriedade do título,


permitindo apenas ao endossatário exercer direitos relativos à cártula. Da
espécie endosso impróprio resultam as espécies endosso-mandato e endosso-
caução.

Gabarito  B.

5. (FGV/Procurador/TCM RJ/2008) Assinale a afirmativa incorreta.

a) O aval posterior ao vencimento do título produz os mesmos efeitos que o


prestado anteriormente.
b) O Código Civil não admite o aval parcial.
c) O saque de uma duplicata de compra e venda pode ser escriturado em livro
próprio pelo vendedor da mercadoria.
d) O protesto de uma nota promissória é, em regra, condição especial da ação
cambial em face dos obrigados indiretos.
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e) Uma única duplicata pode englobar várias faturas.

Comentários:

Comentemos item a item...

a) O aval posterior ao vencimento do título produz os mesmos efeitos


que o prestado anteriormente.

Caso se dê o aval posteriormente ao vencimento do título a produção de efeitos


se dará tal como tivesse sido prolatado antes de seu vencimento. Assim prevê o
CC:

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Art. 900. O aval posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do


anteriormente dado.

b) O Código Civil não admite o aval parcial.

Segundo o Código Civil:

Art. 897. O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar


soma determinada, pode ser garantido por aval.

Parágrafo único. É vedado o aval parcial.

O Código Civil veda o aval parcial. Atente-se, contudo, para o fato de que a
regra que veda o aval parcial não vale para os títulos que contenham legislação
específica prevendo de forma contrária. E, de fato, as legislações especiais dos
mais diversos títulos de crédito preveem a possibilidade do aval parcial.

Item correto.

c) O saque de uma duplicata de compra e venda pode ser escriturado


em livro próprio pelo vendedor da mercadoria.

Art. 19. A adoção do regime de vendas de que trata o art. 2º desta Lei obriga o
vendedor a ter e a escriturar o Livro de Registro de Duplicatas.

Portanto, a legislação obriga a emissão do Livro Registro de Duplicatas, mas a


banca entendeu que o gabarito está correto, mesmo utilizando a palavra pode.

d) O protesto de uma nota promissória é, em regra, condição especial


da ação cambial em face dos obrigados indiretos.

O item está correto. Já dissemos na aula que o protesto é necessário para a


cobrança dos devedores indiretos, endossantes e seus avalistas.
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e) Uma única duplicata pode englobar várias faturas.

Item incorreto. Gabarito segundo a banca. Segundo a Lei de Duplicatas:

Art. 2º.§ 2º Uma só duplicata não pode corresponder a mais de uma fatura.

Portanto, o gabarito foi a letra E, mas a questão deveria ter sido anulada.

Gabarito  E.

6. (FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual/ICMS RJ/2010) Com


relação aos atos cambiais, analise as afirmativas a seguir.

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I. O aval garante o pagamento do título de crédito e não pode ser parcial.


II. O endosso possibilita o protesto do título de crédito.
III. O aceite é ato a ser praticado pelo sacado.

Assinale:

(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.


(B) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(D) se somente a afirmativa I estiver correta.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Comentários:

A afirmação I está correta porque o aval, que serve para garantir o pagamento
do título de crédito (artigo 14 do Decreto n.° 2.044/1908; art. 30 da LUG), não
pode ser parcial, nos termos do parágrafo único do artigo 897 do Código Civil.
Lembre-se de que as legislações especiais dos mais diversos títulos de crédito
preveem a possibilidade do aval parcial.

A afirmação II está incorreta porque o endosso serve para transferir a


propriedade do título de crédito (artigo 8.° do Decreto n.° 2.044, de 31 de
dezembro de 1908; artigo 11 da Lei Uniforme Relativa às Letras de Câmbio e
Notas Promissórias) e não para possibilitar o protesto do título.

A afirmação III está correta, pois o aceite é ato a ser praticado pelo sacado
(devedor). Artigo 21 da LUG.

Portanto, está correta a alternativa (B).

Gabarito  B.

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7. (FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual/ICMS RJ/2009) A respeito


da fiança e aval, é correto afirmar que:

a) tanto o fiador como o avalista podem opor ao credor as exceções extintivas


da obrigação que competem ao devedor principal.
b) tanto o avalista quanto o fiador não podem pleitear o benefício de ordem.
c) a fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica na ineficácia
total da garantia.
d) o aval é instituto jurídico com finalidade de garantir a satisfação de
obrigações contraídas por contrato.
e) a fiança é instituto jurídico com finalidade de garantir a satisfação de
obrigação assumida pelo devedor mediante emissão de um título cambiário.

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Comentários

O aval é o ato cambiário pelo qual uma pessoa (avalista) se compromete a


pagar titulo de crédito, nas mesmas condições do devedor deste titulo
(avalizado).

Aval Fiança
Regulado pelo Direito
Regulado pelo Direito Civil
Comercial
Obrigação autônoma Obrigação acessória
Responsabilidade Solidária Responsabilidade Subsidiária
Deve estar contido no título Pode estar em instrumento
de crédito em separado
Não pode o avalista opor as
As exceções pessoais do
exceções pessoais do
afiançado podem ser alegadas
avalizado para se defender do
pelo fiador.
credor de boa-fé
Necessita de autorização do Necessita de autorização do
cônjuge, salvo no regime de cônjuge, salvo no regime de
separação absoluta separação absoluta

Vamos à questão?

(A) tanto o fiador como o avalista podem opor ao credor as exceções


extintivas da obrigação que competem ao devedor principal.

Errado. O fiado pode opor, o avalista não.

(B) tanto o avalista quanto o fiador não podem pleitear o benefício de


ordem.

Errado. O avalista não pode pleitear o benefício de ordem, face a


responsabilidade solidária que lhe é peculiar. O fiador pode.
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(C) a fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica na


ineficácia total da garantia.

Correto. Este é o nosso gabarito. A fiança prestada sem autorização de um


dos cônjuges implica a ineficácia total da garantia. Este é o exato teor da
Súmula 322 do Superior Tribunal de Justiça.

(D) o aval é instituto jurídico com finalidade de garantir a satisfação de


obrigações contraídas por contrato.

O item está errado. O aval não tem por finalidade garantir satisfações
contraídas por contrato, mas, sim, as contraídas em títulos de crédito. A fiança

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sim tem a finalidade de satisfazer obrigações adquiridas em contrato (basta


lembrar-se do fiador quando do aluguel de um imóvel).

(E) a fiança é instituto jurídico com finalidade de garantir a satisfação


de obrigação assumida pelo devedor mediante emissão de um título
cambiário.

O examinador inverteu os conceitos nas letras d e e. Item incorreto.

Gabarito  C.

8. (FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual/ICMS RJ/2009) A respeito


do protesto, assinale a alternativa correta.

a) O cancelamento do protesto, por qualquer motivo, somente pode ser


realizado por determinação judicial.
b) O protesto é condição necessária para o pedido de falência do devedor
empresário.
c) O protesto pode ser requerido perante o Cartório de Protesto apenas para
comprovar a falta de pagamento.
d) O protesto é o ato formal pelo qual se prova a inadimplência de uma
obrigação cambiária e pode ser requerido para demonstrar a falta de
pagamento, a falta de aceite ou a não-devolução do título.
e) O protesto não tem nenhum efeito jurídico, servindo unicamente para
pressionar o devedor a pagar o que deve.

Comentários

O protesto é regulado pela Lei 9.492/92.

Segundo seu artigo 1o: Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a
inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos e outros
documentos de dívida. 03403168700

Segundo o artigo 26, não há necessidade de ordem judicial para cancelamento


do protesto:

Art. 26. O cancelamento do registro do protesto será solicitado diretamente no


Tabelionato de Protesto de Títulos, por qualquer interessado, mediante
apresentação do documento protestado, cuja cópia ficará arquivada.

O item a, portanto, está incorreto.

A letra b, igualmente, está incorreta. As hipóteses para as quais podem ser


decretada a falência de devedor estão arroladas no artigo 94 da Lei
11.101/2005. Dentre elas não consta o protesto como cláusula obrigatória.

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A letra c está incorreta.

Art. 21. O protesto será tirado por falta de pagamento, de aceite ou de


devolução.

A letra d está correta. Resulta do combinado entre o artigo 1o e o artigo 21 da


Lei 9.492/92.

A letra e está incorreta, posto que o protesto é um ato com efeitos jurídicos
apto a comprovar a inadimplência e o descumprimento de obrigações
cambiárias. Além de servir para que o título seja cobrado do endossante e seus
avalistas.

Gabarito  D.

9. (FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual/ICMS RJ/2010) Com


relação ao protesto, analise as afirmativas a seguir.

I. Protesto é o ato pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento de


obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida.
II. O protesto é imprescindível para a execução da nota promissória contra o
emitente.
III. O protesto, para o exercício do direito de crédito, não é necessário contra o
sacado da duplicata.

Assinale:

(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.


(B) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(D) se somente a afirmativa I estiver correta.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.
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Comentários

Se o devedor original de um título não o paga, o credor poderá cobrar dos


demais coobrigados, efetuando antes o protesto do título.

CONCEITO DE PROTESTO
Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o
descumprimento de obrigação originada em títulos e outros
documentos de dívida (art. 1.º da Lei 9.492/1997).

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I. Protesto é o ato pelo qual se prova a inadimplência e o


descumprimento de obrigação originada em títulos e outros
documentos de dívida.

A afirmação I está correta, nos termos do artigo 1.° da Lei n.° 9.492, de 10 de
setembro de 1997 (que define competência e regulamenta os serviços
concernentes ao protesto de títulos e outros documentos de dívida).

O protesto realiza-se no Cartório de Protesto de Títulos. Sua função é


constituir em mora o devedor, fazendo prova sobre a impontualidade do
devedor.

Agora o principal aspecto quando o assunto é protesto:

SEMPRE CAI EM CONCURSO!!!


Cobrança contra o devedor principal e seu avalista: desnecessário o
protesto. Diz-se que o protesto é facultativo.
Cobrança contra os demais coobrigados: necessário o protesto.

II. O protesto é imprescindível para a execução da nota promissória


contra o emitente.

A afirmação II está incorreta, pois o emitente é o principal devedor da nota


promissória, sendo, portanto, facultativo o protesto para o exercício do direito
de crédito contra o emitente.

III. O protesto, para o exercício do direito de crédito, não é necessário


contra o sacado da duplicata.

A afirmação III está correta porque contra o devedor principal da duplicata (o


sacado) não é necessário o protesto.

Existe um prazo previsto na Lei de Duplicatas para que se efetive o


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protesto, de 30 dias a contar do vencimento. Caso não seja observado


importará a perda do direito de regresso apenas contra os endossantes e
respectivos avalistas (art. 13, § 4.°, da Lei n.° 5.474, de 18 de julho de 1968,
que dispõe sobre as duplicatas).

Portanto, está correta a alternativa (B).

Gabarito  B.

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16.2 DUPLICATAS

10. (FGV/Exame/OAB/2014) Na duplicata de compra e venda, entende-se


por protesto por indicações do portador aquele que é lavrado pelo tabelião de
protestos

a) em caso de recusa ao aceite e devolução do título ao apresentante pelo


sacado, dentro do prazo legal.
b) quando o sacado retiver a duplicata enviada para aceite e não proceder à
devolução dentro do prazo legal.
c) na falta de pagamento do título pelo aceitante ou pelo endossante dentro do
prazo legal.
d) em caso de revogação da decisão judicial que determinou a sustação do
protesto.

Comentários:

O protesto é o ato formal e solene pelo qual se comprova a inadimplência e o


descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de
dívida. Protesta-se a duplicata por falta de aceite, de devolução (obrigatório
por parte do devedor/sacado) ou de pagamento (LD, art. 13).

Ainda, na Lei de Duplicatas:

Art. 13. § 1º Por falta de aceite, de devolução ou de pagamento, o protesto


será tirado, conforme o caso, mediante apresentação da duplicata, da triplicata,
ou, ainda, por simples indicações do portador, na falta de devolução do título.
(Redação dada pelo Decreto-Lei nº 436, de 27.1.1969)

Assim, protesto por indicação é aquele que ocorre quando, por falta de aceite,
de devolução ou de pagamento, o devedor retém a duplicata. Deste modo,
trata-se do protesto - por falta de aceite, de devolução ou de pagamento - feito
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pelo sacador, quando o sacado recebe a duplicata para o aceite e a retém. Para
protestar, o sacador apresenta indicações, como documentos que provam que
a operação ocorreu. Tudo bem?

Gabarito  B.

11. (FGV/Exame/OAB/2012) Com relação aos títulos de crédito, assinale a


afirmativa correta.

a) No endosso de letra de câmbio após o protesto por falta de pagamento, o


portador tem ação cambiária contra o seu endossante.

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b) A cláusula não à ordem inserida no cheque impede sua circulação tanto por
endosso quanto por cessão de crédito.
c) O endosso de cheque poderá ser realizado pelo sacado ou por mandatário
deste com poderes especiais.
d) A duplicata pode ser apresentada para aceite do sacado pelo próprio sacador
ou por instituição financeira.

Comentários:

Comentemos item a item...

a) No endosso de letra de câmbio após o protesto por falta de


pagamento, o portador tem ação cambiária contra o seu endossante.
Item incorreto. Segundo a LUG:

Art. 20 - O endosso posterior ao vencimento tem os mesmos efeitos que o


endosso anterior. Todavia, o endosso posterior ao protesto por falta de
pagamento, ou feito depois de expirado o prazo fixado para se fazer o protesto,
produz apenas os efeitos de uma cessão ordinária de créditos.

Salvo prova em contrário, presume-se que um endosso sem data foi feito antes
de expirado o prazo fixado para se fazer o protesto.

O item está incorreto. Se a letra de câmbio já foi protestada por falta de


pagamento, a ação não será cambiária, posto que a transferência do título terá
efeitos de cessão civil de crédito.

b) A cláusula não à ordem inserida no cheque impede sua circulação


tanto por endosso quanto por cessão de crédito.

Item incorreto. Segundo a Lei do Cheque:

Art . 17 O cheque pagável a pessoa nomeada, com ou sem cláusula expressa ‘’


à ordem’’, é transmissível por via de endosso.
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§ 1º O cheque pagável a pessoa nomeada, com a cláusula ‘’não à


ordem’’, ou outra equivalente, só é transmissível pela forma e com os
efeitos de cessão.
§ 2º O endosso pode ser feito ao emitente, ou a outro obrigado, que podem
novamente endossar o cheque.

c) O endosso de cheque poderá ser realizado pelo sacado ou por


mandatário deste com poderes especiais.

Item incorreto. O sacado, no cheque, é o banco. E o banco não faz endosso


algum!

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d) A duplicata pode ser apresentada para aceite do sacado pelo próprio


sacador ou por instituição financeira.

Este é o nosso gabarito. Segundo a Lei de Duplicatas, artigo 6º:

Art . 6º A remessa de duplicata poderá ser feita diretamente pelo vendedor ou


por seus representantes, por intermédio de instituições financeiras,
procuradores ou, correspondentes que se incumbam de apresentá-la ao
comprador na praça ou no lugar de seu estabelecimento, podendo os
intermediários devolvê-la, depois de assinada, ou conservá-la em seu poder até
o momento do resgate, segundo as instruções de quem lhes cometeu o
encargo.

Assim, a duplicata pode ser apresentada para aceite do sacado pelo próprio
sacador ou por instituição financeira.

Gabarito  D.

12. (FGV/Exame/OAB/2010) Em relação aos Títulos de Crédito, é correto


afirmar que, quando

a) presente na letra de câmbio, a cláusula “não à ordem” impede a circulação


do crédito.
b) insuficientes os fundos disponíveis, o portador de um cheque pode requerer
a responsabilidade cambiária do banco sacado pelo seu não pagamento.
c) firmado em branco, o aval na nota promissória é entendido como dado em
favor do sacador.
d) não aceita a duplicata, o protesto do título é a providência suficiente para o
ajuizamento da ação de execução contra o sacado.

Comentários:

Vamos aos comentários! 03403168700

a) presente na letra de câmbio, a cláusula “não à ordem” impede a


circulação do crédito.

Item incorreto. Segundo a LUG:

Art. 11 - Toda a letra de câmbio, mesmo que não envolva expressamente a


cláusula a ordem, é transmissível por via de endosso.

Quando o sacador tiver inserido na letra as palavras "não a ordem", ou uma


expressão equivalente, a letra só é transmissível pela forma e com os efeitos de
uma cessão ordinária de créditos.

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O endosso pode ser feito mesmo a favor do sacado, aceitando ou não, do


sacador, ou de qualquer outro co-obrigado. Estas pessoas podem endossar
novamente a letra.

Portanto, poderá circular como cessão civil de crédito. Vejam que este
posicionamento é diametralmente oposto à questão comentada na parte de
letra de câmbio propriamente dito.

b) insuficientes os fundos disponíveis, o portador de um cheque pode


requerer a responsabilidade cambiária do banco sacado pelo seu não
pagamento.

Item incorreto. Obviamente, não cabe a responsabilidade ao banco por


insuficiência de fundos de um cheque.

c) firmado em branco, o aval na nota promissória é entendido como


dado em favor do sacador.

Este é o nosso gabarito. Segundo a LUG:

Art. 31 - O aval é escrito na própria letra ou numa folha anexa.

Exprime-se pelas palavras "bom para aval" ou por qualquer fórmula


equivalente; e assinado pelo dador do aval.
O aval considera-se como resultante da simples assinatura do dador aposta na
face anterior da letra, salvo se se trata das assinaturas do sacado ou do
sacador.
O aval deve indicar a pessoa por quem se dá. Na falta de indicação
entender-se-á ser pelo sacador.

Assim, quando avalizo alguém na nota promissória, devo dizer a quem se


refere. Na falta de indicação, entende-se que é para o devedor principal.

Observação: sacador, na nota promissória, é o devedor principal.


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d) não aceita a duplicata, o protesto do título é a providência suficiente


para o ajuizamento da ação de execução contra o sacado.

Item incorreto. Se a duplicata for aceita, mas não for paga, não se faz
necessário o protesto para cobrança.

Todavia, se a duplicata não for aceita, a lei de duplicatas manda sejam tomadas
as seguintes providências.

Art 15 - A cobrança judicial de duplicata ou triplicata será efetuada de


conformidade com o processo aplicável aos títulos executivos extrajudiciais, de

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que cogita o Livro II do Código de Processo Civil ,quando se tratar: (Redação


dada pela Lei nº 6.458, de 1º.11.1977)

l - de duplicata ou triplicata aceita, protestada ou não; (Redação dada pela Lei


nº 6.458, de 1º.11.1977)
II - de duplicata ou triplicata não aceita, contanto que, cumulativamente:
(Redação dada pela Lei nº 6.458, de 1º.11.1977)

a) haja sido protestada; (Redação dada pela Lei nº 6.458, de 1º.11.1977)


b) esteja acompanhada de documento hábil comprobatório da entrega e
recebimento da mercadoria; e (Redação dada pela Lei nº 6.458, de 1º.11.1977)
c) o sacado não tenha, comprovadamente, recusado o aceite, no prazo, nas
condições e pelos motivos previstos nos arts. 7º e 8º desta Lei. (Redação dada
pela Lei nº 6.458, de 1º.11.1977)

Portanto, se a duplicata não for aceita, para recebermos, devemos:

- Protestar,
- Juntas documentos hábeis que comprovem a operação,
- Demonstrar que não foi recusado o aceite pelo sacado (devedor).

Gabarito  C.

13. (FGV/Auditor Fiscal do Amapá/2010) A respeito da execução judicial


de duplicata assinale a afirmativa incorreta.

(A) A duplicata aceita, protestada ou não, configura-se como título executivo


extrajudicial.
(B) A duplicata não aceita, configura-se como título executivo extrajudicial
quando estiver protestada, acompanhada de documento hábil comprobatório de
entrega e recebimento da mercadoria, e o sacado não tenha,
comprovadamente, recusado o aceite pelos motivos previstos na lei.
(C) A triplicata não é considerada título executivo extrajudicial.
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(D) A duplicata não aceita ou não devolvida pode ser protestada mediante
indicação do credor ou do apresentante do título desde que tenha sido
protestada, esteja acompanhada de documento hábil comprobatório de entrega
e recebimento da mercadoria e o sacado não tenha, comprovadamente,
recusado o aceite pelos motivos previstos na lei.
(E) Prescreve em 3 anos a pretensão de executar a duplicata contra o sacado e
respectivos avalistas.

Comentários

(A) A duplicata aceita, protestada ou não, configura-se como título


executivo extrajudicial.

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A cobrança judicial de duplicata ou triplicata será efetuada de conformidade


com as regras processuais aplicáveis aos títulos executivos extrajudiciais,
previstas no Código de Processo Civil.

Para executar o devedor, o credor pode se valer (art. 15 da LD):

1) de duplicata ou triplicata aceita, protestada ou não;


2) de duplicata ou triplicata não aceita, contanto que, cumulativamente:

• haja sido protestada;


• esteja acompanhada de documento hábil comprobatório da entrega e do
recebimento da mercadoria; e
• o sacado não tenha, comprovadamente, recusado o aceite, no prazo, nas
condições e pelos motivos autorizados pela Lei (arts. 7.º e 8.º da LD.

Portanto, protestada ou não, a duplicata aceita configura título executivo


extrajudicial. A letra a está correta.

(B) A duplicata não aceita, configura-se como título executivo


extrajudicial quando estiver protestada, acompanhada de documento
hábil comprobatório de entrega e recebimento da mercadoria, e o
sacado não tenha, comprovadamente, recusado o aceite pelos motivos
previstos na lei.

A letra b está correta.

A duplicata não aceita configura-se como título executivo extrajudicial quando


estiver protestada, acompanhada de documento hábil comprobatório de entrega
e recebimento da mercadoria, e o sacado não tenha, comprovadamente,
recusado o aceite pelos motivos previstos na lei.

(C) A triplicata não é considerada título executivo extrajudicial.

A letra c está incorreta. À triplicata se aplica o mesmo regime jurídico das


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duplicatas, sendo, pois, considerada título executivo extrajudicial.

(D) A duplicata não aceita ou não devolvida pode ser protestada


mediante indicação do credor ou do apresentante do título desde que
tenha sido protestada, esteja acompanhada de documento hábil
comprobatório de entrega e recebimento da mercadoria e o sacado não
tenha, comprovadamente, recusado o aceite pelos motivos previstos na
lei.

A letra d está correta. Aplica-se o disposto na assertiva b também na hipótese


de duplicatas não aceitas e não devolvidas, desde que haja sido protestada
mediante indicações do credor ou do apresentante do título.

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(E) Prescreve em 3 anos a pretensão de executar a duplicata contra o


sacado e respectivos avalistas.

A letra e, por fim, está correta. O prazo para propor ação contra o sacado e
seus avalistas é de 03 anos da data do vencimento. O prazo para propor ação
contra os endossantes e seus avalistas é de 01 ano da data do protesto.

Gabarito  C.

16.3 LETRA DE CÂMBIO

14. (FGV/Exame/OAB/2013) Fontoura Xavier sacou letra de câmbio à


ordem no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) em face de Sales Oliveira,
pagável à vista na praça de Itaocara, indicando como beneficiário Rezende
Costa. Com base nos dados apresentados e na legislação sobre letra de câmbio,
assinale a afirmativa incorreta.

a) O vencimento da letra de câmbio ocorrerá na data de sua apresentação pelo


beneficiário ao sacado, Sales Oliveira.
b) Se o sacador, Fontoura Xavier, inserir a cláusula “sem despesas” será
facultativo o protesto por falta de pagamento.
c) O beneficiário e portador, Rezende Costa, pode inserir no título a cláusula
“não à ordem” antes de transferi-lo a terceiro.
d) Se o sacador, Fontoura Xavier, inserir na letra de câmbio cláusula de juros e
sua taxa, essa estipulação será considerada válida.

Comentários:

Comentemos item a item...

a) O vencimento da letra de câmbio ocorrerá na data de sua


apresentação pelo beneficiário ao sacado, Sales Oliveira.
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A única informação constante do enunciado é que a letra de câmbio é pagável à


vista. Segundo a LUG:

Art. 2º. A letra em que se não indique a época do pagamento entende-se


pagável à vista.

Art. 34 - A letra à vista é pagável a apresentação. Deve ser apresentada a


pagamento dentro do prazo de um ano, a contar da sua data. O sacador pode
reduzir este prazo ou estipular um outro mais longo. Estes prazos podem ser
encurtados pelos endossantes.

b) Se o sacador, Fontoura Xavier, inserir a cláusula “sem despesas”


será facultativo o protesto por falta de pagamento.

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Item correto. Segundo a LUG:

Art. 46 - O sacador, um endossante ou um avalista pode, pela cláusula "sem


despesas", "sem protesto", ou outra cláusula equivalente, dispensar o portador
de fazer um protesto por falta de aceite ou falta de pagamento, para poder
exercer os seus direitos de ação.

c) O beneficiário e portador, Rezende Costa, pode inserir no título a


cláusula “não à ordem” antes de transferi-lo a terceiro.

Art. 11 - Toda a letra de câmbio, mesmo que não envolva expressamente a


cláusula a ordem, é transmissível por via de endosso.
Quando o sacador tiver inserido na letra as palavras "não a ordem", ou uma
expressão equivalente, a letra só é transmissível pela forma e com os efeitos de
uma cessão ordinária de créditos.
O endosso pode ser feito mesmo a favor do sacado, aceitando ou não, do
sacador, ou de qualquer outro co-obrigado. Estas pessoas podem endossar
novamente a letra.

A nosso ver o item está correto, já que, segundo a LUG, o portador pode incluir
a cláusula não à ordem. Contudo, fazendo, a transferência terá efeito de cessão
civil de créditos.

Todavia, a banca entendeu como incorreto.

d) Se o sacador, Fontoura Xavier, inserir na letra de câmbio cláusula de


juros e sua taxa, essa estipulação será considerada válida.

Item correto.

Art. 5º - Numa letra pagável à vista ou a um certo termo de vista, pode o


sacador estipular que a sua importância vencerá juros. Em qualquer outra
espécie de letra a estipulação de juros será considerada como não escrita.
A taxa de juros deve ser indicada na letra; na falta de indicação, a cláusula de
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juros é considerada como não escrita.


Os juros contam-se da data da letra, se outra data não for indicada.

Gabarito  C (A questão deveria ter sido anulada!)

15. (FGV/Exame/OAB/2015) Uma letra de câmbio no valor de R$


13.000,00 (treze mil reais) foi endossada por Pilar com cláusula de mandato
para o Banco Poxim S/A. Não tendo havido pagamento no vencimento, a
cambial foi apresentada a protesto pelo endossatário-mandatário, tendo sido
lavrado e registrado o protesto pelo tabelião. Dez dias após o protesto, Rui
Palmeira, aceitante da letra de câmbio, compareceu ao tabelionato e
apresentou declaração de anuência firmada apenas pelo endossante da letra de

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câmbio, com identificação do título e firma reconhecida. Não houve


apresentação do título no original ou em sua cópia.

À luz das disposições da Lei nº 9.492/97 sobre o cancelamento do protesto, é


correto afirmar que o tabelião

a) não poderá realizar o cancelamento do protesto por faltar no documento


apresentado a anuência do endossatário-mandatário.
b) não poderá realizar o cancelamento do protesto, porque esse ato é privativo
do juiz, diferentemente da sustação do protesto.
c) poderá realizar o cancelamento do protesto, porque é suficiente a declaração
de anuência firmada pelo endossante-mandante.
d) poderá realizar o cancelamento do protesto, porque o pedido foi feito no
prazo legal (30 dias) e pelo aceitante, obrigado principal.

Comentários:

Sabemos que na letra de câmbio existem basicamente três figuras. A primeira


delas é a do sacador, que é quem emite a letra de câmbio. A segunda é o
sacado que é a quem a letra de câmbio é destinada. Por fim, temos uma
terceira pessoa, que é o beneficiário da letra de câmbio.

Portanto, A (sacador) emite uma letra de câmbio para B (sacado), a fim de que
pague determinada quantia a C (tomador).

Na situação em tela, houve endosso mandato para o Banco Poxim. Mas o que é
o endosso mandato?

“Nessa espécie de endosso, o credor de um título mantém a sua condição de


credor, realizando o endosso apenas para que o endossatário possa representá-
lo. Assim, o endossatário atua no interesse do endossante, podendo receber o
valor do crédito, mas, se o título for protestado, a declaração de anuência para
o cancelamento do protesto tem que ser feita pelo endossante”.
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Fonte: http://protestoibirite.com.br/?page_id=24

O título não foi pago, de forma que foi protestado. Lembremos que o protesto é
o ato pelo qual se prova a inadimplência do devedor, tendo basicamente duas
finalidade: constituir prova pública de que o devedor atrasou o pagamento e
resguardar o direito ao crédito.

Quando o título for pago, devemos proceder ao cancelamento do protesto.


Segundo a Lei de 9.492/1997:

Art. 26. O cancelamento do registro do protesto será solicitado diretamente no


Tabelionato de Protesto de Títulos, por qualquer interessado, mediante
apresentação do documento protestado, cuja cópia ficará arquivada.

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§ 1º Na impossibilidade de apresentação do original do título ou documento de


dívida protestado, será exigida a declaração de anuência, com identificação e
firma reconhecida, daquele que figurou no registro de protesto como credor,
originário ou por endosso translativo.
§ 2º Na hipótese de protesto em que tenha figurado apresentante por endosso-
mandato, será suficiente a declaração de anuência passada pelo credor
endossante.
§ 3º O cancelamento do registro do protesto, se fundado em outro motivo que
não no pagamento do título ou documento de dívida, será efetivado por
determinação judicial, pagos os emolumentos devidos ao Tabelião.

Portanto, para dar baixa no protesto, para “limpar o nome na praça”, o credor
deve apresentar o título original protestado. Contudo, não sendo possível, será
exigida a declaração de anuência, com identificação e firma reconhecida,
daquele que figurou no registro de protesto como credor, originário ou por
endosso translativo (art. 26, parágrafo primeiro).

Agora, vamos ver as assertivas (o tabelião...).

a) não poderá realizar o cancelamento do protesto por faltar no


documento apresentado a anuência do endossatário-mandatário.

O item está incorreto. Segundo o artigo 26, parágrafo segundo. É suficiente a


anuência do endossante, sendo desnecessária a do endossatário. Afinal, o maior
interessado é o endossante.

b) não poderá realizar o cancelamento do protesto, porque esse ato é


privativo do juiz, diferentemente da sustação do protesto.

Incorreto. Segundo o parágrafo terceiro, artigo 26. No cancelamento do


protesto temos o seguinte:

- Cancelamento por pagamento: pode ser feito pelo tabelião.


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- Cancelamento por outro motivo: feito pelo tabelião, mas por determinação
judicial.

c) poderá realizar o cancelamento do protesto, porque é suficiente a


declaração de anuência firmada pelo endossante-mandante.

Gabarito! Conforme parágrafo primeiro do artigo 26 da Lei de Protestos.

d) poderá realizar o cancelamento do protesto, porque o pedido foi


feito no prazo legal (30 dias) e pelo aceitante, obrigado principal.

Item incorreto. Esse prazo não consta do artio 26 da Lei 9492/1997.

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Gabarito  C.

16.4 CHEQUE

16. (FGV/Auditor Fiscal/ISS Cuiabá/2014) Rosário emitiu um cheque no


valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) em favor de Aquino no dia 11 de setembro
de 2012, pagável no mesmo lugar de emissão, em Sinop/MT. No dia 13 de
outubro de 2013, o beneficiário endossou o cheque para Carlinda, sem menção
na cártula à data do endosso. De conformidade com as disposições da Lei nº
7.357/85, que dispõe sobre o cheque, assinale a afirmativa correta.

(A) O endosso em favor de Carlinda tem efeito de cessão de crédito, haja vista
ter sido realizado após o prazo de apresentação a pagamento.
(B) O endosso em favor de Carlinda tem efeito de endosso, haja vista ter sido
realizado antes do decurso do prazo de seis meses após o término do prazo de
apresentação.
(C) O endosso em favor de Carlinda tem efeito de endosso, haja vista ter sido
realizado dentro do prazo de apresentação a pagamento.
(D) O endosso em favor de Carlinda tem efeito de cessão de crédito, haja vista
ter sido realizado após o prazo para o protesto por falta de pagamento.
(E) O endosso em favor de Carlinda tem efeito de endosso, haja vista não ter
sido datado; portanto, presumidamente ocorreu antes da expiração do prazo de
apresentação.

Comentários

Endosso é o ato mediante o qual se transfere a propriedade de um


título.

Juridicamente falando, é um ato unilateral, solidário e autônomo, pelo


qual se transferem os direitos emergentes de um título. O endosso, além
de transferir o título, é uma garantia.
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Suponhamos que Gabriel emite uma Nota Promissória a Lucas, passando a


dever a ele o valor de R$ 100,00. Lucas, por sua vez, deseja efetuar uma
compra no valor de R$ 300,00, mas só possui R$ 200,00 em numerários. O que
poderá fazer? Poderá endossar o montante de R$ 100,00 constante de seu
título de crédito, transferindo os direitos ao vendedor.

Passemos a tecer consideração sobre o cheque. Na emissão deste título de


crédito, existem dois prazos que devem ser observados:

- Prazo de apresentação, de 30 dias, a contar da data de emissão, para os


cheques emitidos na mesma praça do banco sacado; e de 60 dias para os
cheques emitidos em outra praça; e

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- Prazo de prescrição, que é de 6 meses decorridos a partir do término do prazo


de apresentação.

Após o prazo de apresentação, o cheque é pago se houver fundos na conta. Se


não houver, o cheque é devolvido pelo motivo 11 (primeira apresentação) ou
12 (segunda apresentação)..

Quando apresentado após o prazo de prescrição, o cheque é devolvido pelo


motivo 44, não podendo ser pago pelo banco, mesmo que a conta tenha saldo
disponível.

Visto este ponto, falemos sobre a questão do endosso. Segundo a Lei do


Cheque:

Art. 27 O endosso posterior ao protesto, ou declaração equivalente, ou à


expiração do prazo de apresentação produz apenas os efeitos de cessão. Salvo
prova em contrário, o endosso sem data presume-se anterior ao protesto, ou
declaração equivalente, ou à expiração do prazo de apresentação.

Portanto:

- Endosso posterior ao protesto ou expiração do prazo de apresentação  Efeito


de cessão civil.
- Endosso sem data: salvo prova em contrário, considerado feito antes do
protesto ou da expiração de data de apresentação.

No caso, consideramos que o endosso foi feito antes da expiração do prazo de


apresentação, tendo efeito de endosso.

Gabarito  E.

17. (FGV/Exame/OAB/2012) Com relação ao instituto do cheque, assinale


a afirmativa correta. 03403168700

a) O cheque pode ser sacado contra pessoa jurídica, instituições financeiras e


instituições equiparadas.
b) O portador não pode recusar o pagamento parcial do cheque.
c) O cheque pode consubstanciar ordem de pagamento à vista ou a prazo.
d) A ação de execução do cheque contra o sacador prescreve em 1 (um) ano
contado do prazo final para sua apresentação.

Comentários:

Comentemos item a item...

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a) O cheque pode ser sacado contra pessoa jurídica, instituições


financeiras e instituições equiparadas.

Segundo a Lei do Cheque:

Art. 3º O cheque é emitido contra banco, ou instituição financeira que lhe seja
equiparada, sob pena de não valer como cheque.

Portanto, o cheque não pode ser sacado contra qualquer pessoa jurídica, eis o
erro da questão.

b) O portador não pode recusar o pagamento parcial do cheque.

Item correto.

Art. 38 O sacado pode exigir, ao pagar o cheque, que este lhe seja entregue
quitado pelo portador.

Parágrafo único. O portador não pode recusar pagamento parcial, e,


nesse caso, o sacado pode exigir que esse pagamento conste do cheque
e que o portador lhe dê a respectiva quitação.

Portanto, se houver apenas a possibilidade de pagamento parcial do cheque, o


portador não poderá recursar.

c) O cheque pode consubstanciar ordem de pagamento à vista ou a


prazo.

Item incorreto. O cheque é uma ordem de pagamento à vista.

d) A ação de execução do cheque contra o sacador prescreve em 1 (um)


ano contado do prazo final para sua apresentação.

Item incorreto. 03403168700

Art. 59 Prescrevem em 6 (seis) meses, contados da expiração do prazo de


apresentação, a ação que o art. 47 desta Lei assegura ao portador.

Gabarito  B.

18. (FGV/Exame/OAB/2013) Laurentino recebeu um cheque nominal


sacado na praça de “Z” no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) e pagável na
praça de “A”. Vinte dias após a emissão e antes da apresentação ao sacado
foram furtados vários documentos da residência do tomador, dentre eles o
referido cheque. Com base nestas informações, assinale a afirmativa correta.

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a) A medida judicial cabível para impedir o pagamento do cheque pelo sacado é


a contra-ordem ou oposição, que produz efeito durante o prazo de
apresentação.
b) A medida extrajudicial cabível para impedir o pagamento do cheque pelo
sacado é a sustação ou oposição, que depende da prova da existência de
fundos disponíveis.
c) A medida judicial cabível para impedir o pagamento do cheque pelo sacado é
a sustação ou oposição, que produz efeito apenas após o prazo de
apresentação.
d) A medida extrajudicial cabível para impedir o pagamento do cheque pelo
sacado é a sustação ou oposição, que está fundada em relevante razão de
direito.

Comentários:

Segundo a Lei do Cheque:

Art. 36 Mesmo durante o prazo de apresentação, o emitente e o portador


legitimado podem fazer sustar o pagamento, manifestando ao sacado, por
escrito, oposição fundada em relevante razão de direito.

§ 1º A oposição do emitente e a revogação ou contra-ordem se excluem


reciprocamente.
§ 2º Não cabe ao sacado julgar da relevância da razão invocada pelo oponente.

Portanto, não há necessidade de medida judicial para sustação do cheque,


podendo o emitente e o portador sustar o pagamento, manifestando ao sacado
(banco) por escrito a razão pelo qual deseja a sustação.

Gabarito  D.

19. (FGV/Exame/OAB/2013) Um cheque no valor de R$ 3.000,00 (três mil


reais) foi sacado em 15 de agosto de 2012, na praça de Santana, Estado do
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Amapá, para pagamento no mesmo local de emissão. Dez dias após o saque, o
beneficiário endossou o título para Ferreira Gomes. Este, no mesmo dia,
apresentou o cheque ao sacado para pagamento, mas houve devolução ao
apresentante por insuficiência de fundos, mediante declaração do sacado no
verso do cheque.

Com base nas informações contidas no enunciado e nas disposições da Lei n.


7.357/85 (Lei do Cheque), assinale a afirmativa incorreta.

a) O apresentante, diante da devolução do cheque, deverá levar o título a


protesto por falta de pagamento, requisito essencial à propositura da ação
executiva em face do endossante.

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b) O emitente do cheque, durante ou após o prazo de apresentação, poderá


fazer sustar seu pagamento mediante aviso escrito dirigido ao sacado, fundado
em relevante razão de direito.
c) O prazo de apresentação do cheque ao sacado para pagamento é de 30
(trinta) dias, contados da data de emissão, quando o lugar de emissão for o
mesmo do de pagamento.
d) O portador, apresentado o cheque e não realizado seu pagamento, deverá
promover a ação executiva em face do emitente em até 6 (seis) meses após a
expiração do prazo de apresentação.

Comentários:

Analisemos...

a) O apresentante, diante da devolução do cheque, deverá levar o título


a protesto por falta de pagamento, requisito essencial à propositura da
ação executiva em face do endossante.

Item incorreto. Para cobrar do emitente e seus avalistas o protesto é


desnecessário. Todavia, para cobrar dos endossantes e seus avalistas, via de
regra, é necessário. Dizemos via de regra, pois comporta essa regra exceção.
Senão vejamos a Lei do Cheque.

Art. 47 Pode o portador promover a execução do cheque:

I - contra o emitente e seu avalista;


II - contra os endossantes e seus avalistas, se o cheque apresentado em tempo
hábil e a recusa de pagamento é comprovada pelo protesto ou por declaração
do sacado, escrita e datada sobre o cheque, com indicação do dia de
apresentação, ou, ainda, por declaração escrita e datada por câmara de
compensação.

Portanto, para cobrar do endossante ou de seus avalistas podemos fazer ou por


meio de protesto ou por declaração do sacado.
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Gabarito, letra a.

b) O emitente do cheque, durante ou após o prazo de apresentação,


poderá fazer sustar seu pagamento mediante aviso escrito dirigido ao
sacado, fundado em relevante razão de direito.

Item correto, conforme já estudado na questão anterior.

Art. 36 Mesmo durante o prazo de apresentação, o emitente e o portador


legitimado podem fazer sustar o pagamento, manifestando ao sacado, por
escrito, oposição fundada em relevante razão de direito.

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c) O prazo de apresentação do cheque ao sacado para pagamento é de


30 (trinta) dias, contados da data de emissão, quando o lugar de
emissão for o mesmo do de pagamento.

Item correto. Segundo a Lei do Cheque:

Art. 33 O cheque deve ser apresentado para pagamento, a contar do dia da


emissão, no prazo de 30 (trinta) dias, quando emitido no lugar onde houver de
ser pago; e de 60 (sessenta) dias, quando emitido em outro lugar do País ou no
exterior.

d) O portador, apresentado o cheque e não realizado seu pagamento,


deverá promover a ação executiva em face do emitente em até 6 (seis)
meses após a expiração do prazo de apresentação.

Item correto.

Art. 59 Prescrevem em 6 (seis) meses, contados da expiração do prazo de


apresentação, a ação que o art. 47 desta Lei assegura ao portador.

Gabarito  D.

20. (FGV/Exame/OAB/2012) A sociedade empresária Congelados da Vovó


Ltda., com sede na cidade de Montanha, realizou o pagamento a um fornecedor
por meio de cheque administrativo. Sobre esta espécie de cheque, assinale a
afirmativa correta.

a) É aquele sacado para ser creditado em conta, podendo ser emitido ao


portador até o valor de R$ 100,00 (cem reais).
b) É aquele que contém visto em seu verso, atestando a existência de fundos
durante o prazo de apresentação.
c) É aquele sacado contra o próprio banco sacador, sendo necessariamente
nominal qualquer que seja seu valor. 03403168700

d) É aquele sacado em favor de órgão ou entidade da administração pública


para pagamento de taxa ou emolumento.

Comentários:

Cheque administrativo é o cheque emitido pelo próprio banco. A instituição


financeira figurará como sacador e sacado. Pode ser comprado pelo cliente em
qualquer agência bancária. O banco o emite em nome de quem o cliente
efetuará o pagamento.

Deverá ser sempre nominal.

Gabarito  C.

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21. (FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual do Amapá/2010) Com


relação às regras relativas ao cheque, assinale a afirmativa incorreta.

(A) Caracteriza dano moral a apresentação de cheque pré-datado.


(B) A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral.
(C) Prescreve em 6 meses, contados da expiração do prazo de apresentação, a
ação de execução do cheque.
(D) Após o prazo de 6 meses decai o direito do portador de receber a quantia
aposta no cheque.
(E) Prescreve em 2 anos a ação de enriquecimento contra o emitente que se
locupletou, injustamente, com o não pagamento do cheque.

Comentários

(A) Caracteriza dano moral a apresentação de cheque pré-datado.

A letra a está correta, como já visto.

O cheque é uma ordem de pagamento à vista (LC, art. 32). Nos dizeres do STJ
“A emissão de cheque pós-datado, popularmente conhecido como
cheque pré-datado, não o desnatura como título de crédito, e traz como
única consequência a ampliação do prazo de apresentação.”

A Súmula 370 do STJ propõe que “caracteriza dano moral a apresentação


antecipada do cheque pré-datado".

(B) A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral.

A letra b está correta.

É o exato teor da súmula 388 do STJ: A simples devolução indevida de


cheque caracteriza dano moral. 03403168700

Imagine-se que determinado comerciante emite cheque no valor de R$


5.000,00 e o banco, quando da apresentação da cheque pelo fornecedor, não
efetua o pagamento, devolvendo o cheque, por motivo não conhecido. Se o
comerciante tinha saldo à época e mesmo assim o pagamento não fora
efetuado, caracterizado está o dano moral.

(C) Prescreve em 6 meses, contados da expiração do prazo de


apresentação, a ação de execução do cheque.

A letra c também está correta, como já dito anteriormente.

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(D) Após o prazo de 6 meses decai o direito do portador de receber a


quantia aposta no cheque.

A letra d está incorreta. Não há previsão deste prazo decadencial na Lei do


Cheque.

(E) Prescreve em 2 anos a ação de enriquecimento contra o emitente


que se locupletou, injustamente, com o não pagamento do cheque.

A letra e está correta. Após a prescrição do cheque (6 meses a contar a


expiração do prazo para apresentação) não é mais possível sua execução.
Contudo, cabe, nesta hipótese, uma ação de enriquecimento ilícito, também
conhecida como ação de locupletamento. O prazo para impetrar esta ação é de
2 anos a partir do dia em que findar a prescrição da ação cambial.

Por fim, mesmo que prescreva a ação de locupletamento, caberá a ação por
cobrança ordinária, desde que se comprove a relação que deu causa à emissão
do cheque.

Art. 61. A ação de enriquecimento contra o emitente ou outros obrigados, que


se locupletaram injustamente com o não-pagamento do cheque, em 2 (dois)
anos, contados do dia e em que se consumar a prescrição prevista noart. 59 e
seu parágrafo desta Lei.

Gabarito  D

16.5 OUTROS TÍTULOS DE CRÉDITO

22. (FGV/Auditor Fiscal/ISS Cuiabá/2014) Peixoto de Azevedo emitiu


Cédula de Crédito Bancário – CCB em favor do Banco Poconé S/A. Sobre esse
título de crédito (CCB), assinale a afirmativa correta.

(A) É título de crédito emitido por pessoa física em favor de instituição


financeira ou de entidade a esta equiparada, representando promessa de
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pagamento em dinheiro, decorrente de operação de crédito ao consumidor.


(B) Poderá ser protestada por indicação, desde que o credor apresente
declaração de posse da sua única via negociável, inclusive no caso de protesto
parcial.
(C) Nela poderão ser pactuados os juros sobre a dívida, desde que não
capitalizados os critérios de sua incidência e, se for o caso, a periodicidade de
sua capitalização, bem como as despesas e os demais encargos.
(D) Será transferível mediante endosso em preto ou cessão de crédito. Sendo a
transferência por endosso, aplicar-se-ão as normas do direito cambiário; sendo
por cessão, as normas do Código Civil.
(E) Poderá ser cartular ou escritural; no primeiro caso, será emitida por escrito,
em tantas vias quantas forem as partes que nela intervierem, e, no segundo,
serão aplicadas as normas referentes às ações escriturais.

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Comentários

Embora não saibamos, a cédula de crédito bancário é hoje um dos títulos de


crédito mais utilizados. Toda vez que contratamos uma operação de crédito com
determinada instituição financeira cadastrada no Sistema Financeiro Nacional, é
emitido este título de crédito.

Este título está instituído na Lei 10.931/2004.

Art. 26. A Cédula de Crédito Bancário é título de crédito emitido, por pessoa
física ou jurídica, em favor de instituição financeira ou de entidade a esta
equiparada, representando promessa de pagamento em dinheiro, decorrente de
operação de crédito, de qualquer modalidade.

Estudemos item a item...

(A) É título de crédito emitido por pessoa física em favor de instituição


financeira ou de entidade a esta equiparada, representando promessa
de pagamento em dinheiro, decorrente de operação de crédito ao
consumidor.

O item está incorreto, pois é título emitido por pessoa física ou jurídica.

(B) Poderá ser protestada por indicação, desde que o credor apresente
declaração de posse da sua única via negociável, inclusive no caso de
protesto parcial.

Segundo a Lei 10.931:

Art. 41. A Cédula de Crédito Bancário poderá ser protestada por indicação,
desde que o credor apresente declaração de posse da sua única via negociável,
inclusive no caso de protesto parcial.
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O protesto é por indicação quando o credor não tem uma via do título a ser
protestado. Este é o nosso gabarito.

(C) Nela poderão ser pactuados os juros sobre a dívida, desde que não
capitalizados os critérios de sua incidência e, se for o caso, a
periodicidade de sua capitalização, bem como as despesas e os demais
encargos.

Item incorreto. Segundo a Lei 10.931:

Art. 28. A Cédula de Crédito Bancário é título executivo extrajudicial e


representa dívida em dinheiro, certa, líquida e exigível, seja pela soma nela

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indicada, seja pelo saldo devedor demonstrado em planilha de cálculo, ou nos


extratos da conta corrente, elaborados conforme previsto no § 2o.

§ 1o Na Cédula de Crédito Bancário poderão ser pactuados:

I - os juros sobre a dívida, capitalizados ou não, os critérios de sua


incidência e, se for o caso, a periodicidade de sua capitalização, bem
como as despesas e os demais encargos decorrentes da obrigação;
II - os critérios de atualização monetária ou de variação cambial como
permitido em lei;
III - os casos de ocorrência de mora e de incidência das multas e penalidades
contratuais, bem como as hipóteses de vencimento antecipado da dívida;
IV - os critérios de apuração e de ressarcimento, pelo emitente ou por terceiro
garantidor, das despesas de cobrança da dívida e dos honorários advocatícios,
judiciais ou extrajudiciais, sendo que os honorários advocatícios extrajudiciais
não poderão superar o limite de dez por cento do valor total devido;
V - quando for o caso, a modalidade de garantia da dívida, sua extensão e as
hipóteses de substituição de tal garantia;
VI - as obrigações a serem cumpridas pelo credor;
VII - a obrigação do credor de emitir extratos da conta corrente ou planilhas de
cálculo da dívida, ou de seu saldo devedor, de acordo com os critérios
estabelecidos na própria Cédula de Crédito Bancário, observado o disposto no §
2o; e
VIII - outras condições de concessão do crédito, suas garantias ou liquidação,
obrigações adicionais do emitente ou do terceiro garantidor da obrigação, desde
que não contrariem as disposições desta Lei.

(D) Será transferível mediante endosso em preto ou cessão de crédito.


Sendo a transferência por endosso, aplicar-se-ão as normas do direito
cambiário; sendo por cessão, as normas do Código Civil.

Segundo o artigo 29, § 1º, da Lei 10.931, a Cédula de Crédito Bancário será
transferível mediante endosso em preto, ao qual se aplicarão, no que
couberem, as normas do direito cambiário, caso em que o endossatário, mesmo
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não sendo instituição financeira ou entidade a ela equiparada, poderá exercer


todos os direitos por ela conferidos, inclusive cobrar os juros e demais encargos
na forma pactuada na Cédula.

Lembrando que o endosso ocorre com a assinatura do endossante na própria


cártula, que pode ocorrer com a indicação do nome do novo beneficiário
(endossatário), caracterizando o chamado endosso em preto, ou sem a
indicação do beneficiário, o denominado endosso em branco. Item incorreto.

(E) Poderá ser cartular ou escritural; no primeiro caso, será emitida por
escrito, em tantas vias quantas forem as partes que nela intervierem, e,
no segundo, serão aplicadas as normas referentes às ações escriturais.

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A cédula de crédito bancário pode ser cartular ou escritural. Correto! O que é


um título cartular e o que é um título escritural?

O título de crédito é cartular quando representado propriamente pela cártula,


pelo documento mesmo. E será ele escritural quando emitido por qualquer meio
eletrônico.

Mas a questão tenta confundir o candidato. Como?

Além da própria cédula de crédito bancário, existe o certificado das cédulas de


crédito bancário, que é documento que visa a facilitar a negociação dos valores
representados pela cédula de crédito bancário. Para estes, a Lei 10.931 diz:

Art. 43. § 3o O certificado poderá ser emitido sob a forma escritural, sendo
regido, no que for aplicável, pelo contido nos arts. 34 e 35 da Lei no 6.404, de
15 de dezembro de 1976.

Os artigos 34 e 35 dizem respeito às ações escriturais da Lei 6.404. Vejam,


portanto, que o artigo diz respeito ao certificado da CCB e não às cédulas de
crédito bancário propriamente ditas.

Questão muito difícil. Com uma legislação tão esparsa no direito empresarial,
cobrar um item desses chega a ser covardia.

Gabarito  B.

23. (Questão inédita) Sobre as cédulas de crédito bancário, assinale a


alternativa incorreta.

a) a cédula de crédito bancário somente pode conter endosso em preto.


b) o protesto não é necessário para garantir o direito de cobrança contra
endossantes, seus avalistas e terceiros garantidores.
c) O credor que, em ação judicial, cobrar o valor do crédito exeqüendo em
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desacordo com o expresso na Cédula de Crédito Bancário, fica obrigado a pagar


ao devedor o dobro do cobrado a maior, que deverá ser compensado ação
específica, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e danos.
d) A Cédula de Crédito Bancário em favor de instituição domiciliada no exterior
poderá ser emitida em moeda estrangeira.
e) na cédula de crédito bancário, somente a via do credor será negociável,
devendo constar nas demais vias a expressão "não negociável".

Comentários:

a) Item correto.

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Art. 29. § 1o A Cédula de Crédito Bancário será transferível mediante endosso


em preto, ao qual se aplicarão, no que couberem, as normas do direito
cambiário, caso em que o endossatário, mesmo não sendo instituição financeira
ou entidade a ela equiparada, poderá exercer todos os direitos por ela
conferidos, inclusive cobrar os juros e demais encargos na forma pactuada na
Cédula.

B) Item correto.

Art. 44. Aplica-se às Cédulas de Crédito Bancário, no que não contrariar o


disposto nesta Lei, a legislação cambial, dispensado o protesto para garantir o
direito de cobrança contra endossantes, seus avalistas e terceiros garantidores.

C) Gabarito.

Art. 28, parágrafo terceiro. O credor que, em ação judicial, cobrar o valor do
crédito exeqüendo em desacordo com o expresso na Cédula de Crédito
Bancário, fica obrigado a pagar ao devedor o dobro do cobrado a maior, que
poderá ser compensado na própria ação, sem prejuízo da responsabilidade por
perdas e danos.

Portanto, poderá haver compensação na própria ação.

D) Item correto.

Art. 26, parágrafo 3 o A Cédula de Crédito Bancário em favor de instituição


domiciliada no exterior poderá ser emitida em moeda estrangeira.

Lembrando que:

Art. 26. A Cédula de Crédito Bancário é título de crédito emitido, por pessoa
física ou jurídica, em favor de instituição financeira ou de entidade a esta
equiparada, representando promessa de pagamento em dinheiro, decorrente de
operação de crédito, de qualquer modalidade.
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§ 1o A instituição credora deve integrar o Sistema Financeiro Nacional, sendo


admitida a emissão da Cédula de Crédito Bancário em favor de instituição
domiciliada no exterior, desde que a obrigação esteja sujeita exclusivamente à
lei e ao foro brasileiros.

e) Item correto.

Art. 29, parágrafo terceiro. Somente a via do credor será negociável, devendo
constar nas demais vias a expressão "não negociável".

Gabarito  C.

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17 QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

1. (FGV/Juiz/TJ/AM/2013/Adaptada) O Direito Cambiário dispõe sobre


as relações de créditos empresariais. Nesse contexto, assinale a afirmativa
correta.

a) O cheque é sempre uma ordem de pagamento à vista e, por isso, não será
admitido o aval.
b) Ao receber um cheque para pagamento, é responsabilidade de a instituição
financeira analisar a autenticidade das assinaturas dos participantes da cadeia
cambiária, sob pena de responsabilidade civil em caso de assinatura falsa.
c) na Duplicata, a instituição financeira endossatária do título por
endosso mandato só responde por danos decorrentes de protesto indevido se
extrapolar os poderes de mandatário.
d) O aval posterior ao vencimento não produz os mesmos efeitos do
anteriormente dado.
e) a Letra de Câmbio é uma ordem de pagamento dada pelo sacador ao sacado,
para que este pague uma determinada quantia em dinheiro ao beneficiário.
Enquanto não houver o aceite do sacado, o título de crédito em questão não
terá força executiva.

2. (FGV/Exame/OAB/2014) Sobre a distinção entre endosso e cessão de


crédito, assinale a afirmativa correta.

a) A cessão de crédito é a forma de transmissão dos títulos à ordem, enquanto


o endosso é a forma de transmissão dos títulos não à ordem.
b) A cessão de crédito ao cessionário pode ser parcial ou total, enquanto o
endosso deve ser feito pelo valor integral do título, sob pena de nulidade.
c) A eficácia do endosso em relação aos devedores do título depende de sua
notificação; na cessão de crédito, a eficácia decorre da simples assinatura do
cedente no anverso do título. 03403168700

d) O direito de crédito do endossatário é dependente das relações do devedor


com portadores anteriores; o direito do cessionário é literal e autônomo em
relação aos portadores anteriores.

3. (FGV/Exame/OAB/2012) Com relação ao instituto do aval, é correto


afirmar que:

a) é necessário o protesto para a cobrança dos avalistas do emitente e dos


endossantes de notas promissórias.
b) o avalista, quando executado, pode exigir que o credor execute primeiro o
avalizado.
c) o aval pode ser lançado em documento separado do título de crédito.

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d) a obrigação do avalista se mantém, mesmo no caso de a obrigação que ele


garantiu ser nula, exceto se essa nulidade for decorrente de vício de forma.

4. (FGV/Procurador/TCM RJ/2008) Em relação aos títulos de crédito,


assinale a afirmativa incorreta.

a) O título de crédito emitido em branco ou incompleto pode ser completado


pelo credor de boa-fé, antes da ação de execução ou protesto.
b) O endosso parcial é considerado como não-escrito.
c) O saque de uma letra de câmbio é considerado declaração originária e
necessária à constituição do crédito.
d) O endosso parcial é considerado nulo.
e) O endosso impróprio transfere o exercício dos direitos inerentes à cambial.

5. (FGV/Procurador/TCM RJ/2008) Assinale a afirmativa incorreta.

a) O aval posterior ao vencimento do título produz os mesmos efeitos que o


prestado anteriormente.
b) O Código Civil não admite o aval parcial.
c) O saque de uma duplicata de compra e venda pode ser escriturado em livro
próprio pelo vendedor da mercadoria.
d) O protesto de uma nota promissória é, em regra, condição especial da ação
cambial em face dos obrigados indiretos.
e) Uma única duplicata pode englobar várias faturas.

6. (FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual/ICMS RJ/2010) Com


relação aos atos cambiais, analise as afirmativas a seguir.

I. O aval garante o pagamento do título de crédito e não pode ser parcial.


II. O endosso possibilita o protesto do título de crédito.
III. O aceite é ato a ser praticado pelo sacado.

Assinale:
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(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.


(B) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(D) se somente a afirmativa I estiver correta.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

7. (FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual/ICMS RJ/2009) A respeito


da fiança e aval, é correto afirmar que:

a) tanto o fiador como o avalista podem opor ao credor as exceções extintivas


da obrigação que competem ao devedor principal.
b) tanto o avalista quanto o fiador não podem pleitear o benefício de ordem.

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c) a fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica na ineficácia


total da garantia.
d) o aval é instituto jurídico com finalidade de garantir a satisfação de
obrigações contraídas por contrato.
e) a fiança é instituto jurídico com finalidade de garantir a satisfação de
obrigação assumida pelo devedor mediante emissão de um título cambiário.

8. (FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual/ICMS RJ/2009) A respeito


do protesto, assinale a alternativa correta.

a) O cancelamento do protesto, por qualquer motivo, somente pode ser


realizado por determinação judicial.
b) O protesto é condição necessária para o pedido de falência do devedor
empresário.
c) O protesto pode ser requerido perante o Cartório de Protesto apenas para
comprovar a falta de pagamento.
d) O protesto é o ato formal pelo qual se prova a inadimplência de uma
obrigação cambiária e pode ser requerido para demonstrar a falta de
pagamento, a falta de aceite ou a não-devolução do título.
e) O protesto não tem nenhum efeito jurídico, servindo unicamente para
pressionar o devedor a pagar o que deve.

9. (FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual/ICMS RJ/2010) Com


relação ao protesto, analise as afirmativas a seguir.

I. Protesto é o ato pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento de


obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida.
II. O protesto é imprescindível para a execução da nota promissória contra o
emitente.
III. O protesto, para o exercício do direito de crédito, não é necessário contra o
sacado da duplicata.

Assinale:
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(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.


(B) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(D) se somente a afirmativa I estiver correta.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

10. (FGV/Exame/OAB/2014) Na duplicata de compra e venda, entende-se


por protesto por indicações do portador aquele que é lavrado pelo tabelião de
protestos

a) em caso de recusa ao aceite e devolução do título ao apresentante pelo


sacado, dentro do prazo legal.

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b) quando o sacado retiver a duplicata enviada para aceite e não proceder à


devolução dentro do prazo legal.
c) na falta de pagamento do título pelo aceitante ou pelo endossante dentro do
prazo legal.
d) em caso de revogação da decisão judicial que determinou a sustação do
protesto.

11. (FGV/Exame/OAB/2012) Com relação aos títulos de crédito, assinale a


afirmativa correta.

a) No endosso de letra de câmbio após o protesto por falta de pagamento, o


portador tem ação cambiária contra o seu endossante.
b) A cláusula não à ordem inserida no cheque impede sua circulação tanto por
endosso quanto por cessão de crédito.
c) O endosso de cheque poderá ser realizado pelo sacado ou por mandatário
deste com poderes especiais.
d) A duplicata pode ser apresentada para aceite do sacado pelo próprio sacador
ou por instituição financeira.

12. (FGV/Exame/OAB/2010) Em relação aos Títulos de Crédito, é correto


afirmar que, quando

a) presente na letra de câmbio, a cláusula “não à ordem” impede a circulação


do crédito.
b) insuficientes os fundos disponíveis, o portador de um cheque pode requerer
a responsabilidade cambiária do banco sacado pelo seu não pagamento.
c) firmado em branco, o aval na nota promissória é entendido como dado em
favor do sacador.
d) não aceita a duplicata, o protesto do título é a providência suficiente para o
ajuizamento da ação de execução contra o sacado.

13. (FGV/Auditor Fiscal do Amapá/2010) A respeito da execução judicial


de duplicata assinale a afirmativa incorreta.
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(A) A duplicata aceita, protestada ou não, configura-se como título executivo


extrajudicial.
(B) A duplicata não aceita, configura-se como título executivo extrajudicial
quando estiver protestada, acompanhada de documento hábil comprobatório de
entrega e recebimento da mercadoria, e o sacado não tenha,
comprovadamente, recusado o aceite pelos motivos previstos na lei.
(C) A triplicata não é considerada título executivo extrajudicial.
(D) A duplicata não aceita ou não devolvida pode ser protestada mediante
indicação do credor ou do apresentante do título desde que tenha sido
protestada, esteja acompanhada de documento hábil comprobatório de entrega
e recebimento da mercadoria e o sacado não tenha, comprovadamente,
recusado o aceite pelos motivos previstos na lei.

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(E) Prescreve em 3 anos a pretensão de executar a duplicata contra o sacado e


respectivos avalistas.

14. (FGV/Exame/OAB/2013) Fontoura Xavier sacou letra de câmbio à


ordem no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) em face de Sales Oliveira,
pagável à vista na praça de Itaocara, indicando como beneficiário Rezende
Costa. Com base nos dados apresentados e na legislação sobre letra de câmbio,
assinale a afirmativa incorreta.

a) O vencimento da letra de câmbio ocorrerá na data de sua apresentação pelo


beneficiário ao sacado, Sales Oliveira.
b) Se o sacador, Fontoura Xavier, inserir a cláusula “sem despesas” será
facultativo o protesto por falta de pagamento.
c) O beneficiário e portador, Rezende Costa, pode inserir no título a cláusula
“não à ordem” antes de transferi-lo a terceiro.
d) Se o sacador, Fontoura Xavier, inserir na letra de câmbio cláusula de juros e
sua taxa, essa estipulação será considerada válida.

15. (FGV/Exame/OAB/2015) Uma letra de câmbio no valor de R$


13.000,00 (treze mil reais) foi endossada por Pilar com cláusula de mandato
para o Banco Poxim S/A. Não tendo havido pagamento no vencimento, a
cambial foi apresentada a protesto pelo endossatário-mandatário, tendo sido
lavrado e registrado o protesto pelo tabelião. Dez dias após o protesto, Rui
Palmeira, aceitante da letra de câmbio, compareceu ao tabelionato e
apresentou declaração de anuência firmada apenas pelo endossante da letra de
câmbio, com identificação do título e firma reconhecida. Não houve
apresentação do título no original ou em sua cópia.

À luz das disposições da Lei nº 9.492/97 sobre o cancelamento do protesto, é


correto afirmar que o tabelião

a) não poderá realizar o cancelamento do protesto por faltar no documento


apresentado a anuência do endossatário-mandatário.
b) não poderá realizar o cancelamento do protesto, porque esse ato é privativo
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do juiz, diferentemente da sustação do protesto.


c) poderá realizar o cancelamento do protesto, porque é suficiente a declaração
de anuência firmada pelo endossante-mandante.
d) poderá realizar o cancelamento do protesto, porque o pedido foi feito no
prazo legal (30 dias) e pelo aceitante, obrigado principal.

16. (FGV/Auditor Fiscal/ISS Cuiabá/2014) Rosário emitiu um cheque no


valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) em favor de Aquino no dia 11 de setembro
de 2012, pagável no mesmo lugar de emissão, em Sinop/MT. No dia 13 de
outubro de 2013, o beneficiário endossou o cheque para Carlinda, sem menção
na cártula à data do endosso. De conformidade com as disposições da Lei nº
7.357/85, que dispõe sobre o cheque, assinale a afirmativa correta.

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(A) O endosso em favor de Carlinda tem efeito de cessão de crédito, haja vista
ter sido realizado após o prazo de apresentação a pagamento.
(B) O endosso em favor de Carlinda tem efeito de endosso, haja vista ter sido
realizado antes do decurso do prazo de seis meses após o término do prazo de
apresentação.
(C) O endosso em favor de Carlinda tem efeito de endosso, haja vista ter sido
realizado dentro do prazo de apresentação a pagamento.
(D) O endosso em favor de Carlinda tem efeito de cessão de crédito, haja vista
ter sido realizado após o prazo para o protesto por falta de pagamento.
(E) O endosso em favor de Carlinda tem efeito de endosso, haja vista não ter
sido datado; portanto, presumidamente ocorreu antes da expiração do prazo de
apresentação.

17. (FGV/Exame/OAB/2012) Com relação ao instituto do cheque, assinale


a afirmativa correta.

a) O cheque pode ser sacado contra pessoa jurídica, instituições financeiras e


instituições equiparadas.
b) O portador não pode recusar o pagamento parcial do cheque.
c) O cheque pode consubstanciar ordem de pagamento à vista ou a prazo.
d) A ação de execução do cheque contra o sacador prescreve em 1 (um) ano
contado do prazo final para sua apresentação.

18. (FGV/Exame/OAB/2013) Laurentino recebeu um cheque nominal


sacado na praça de “Z” no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) e pagável na
praça de “A”. Vinte dias após a emissão e antes da apresentação ao sacado
foram furtados vários documentos da residência do tomador, dentre eles o
referido cheque. Com base nestas informações, assinale a afirmativa correta.

a) A medida judicial cabível para impedir o pagamento do cheque pelo sacado é


a contra-ordem ou oposição, que produz efeito durante o prazo de
apresentação.
b) A medida extrajudicial cabível para impedir o pagamento do cheque pelo
sacado é a sustação ou oposição, que depende da prova da existência de
03403168700

fundos disponíveis.
c) A medida judicial cabível para impedir o pagamento do cheque pelo sacado é
a sustação ou oposição, que produz efeito apenas após o prazo de
apresentação.
d) A medida extrajudicial cabível para impedir o pagamento do cheque pelo
sacado é a sustação ou oposição, que está fundada em relevante razão de
direito.

19. (FGV/Exame/OAB/2013) Um cheque no valor de R$ 3.000,00 (três mil


reais) foi sacado em 15 de agosto de 2012, na praça de Santana, Estado do
Amapá, para pagamento no mesmo local de emissão. Dez dias após o saque, o
beneficiário endossou o título para Ferreira Gomes. Este, no mesmo dia,
apresentou o cheque ao sacado para pagamento, mas houve devolução ao

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apresentante por insuficiência de fundos, mediante declaração do sacado no


verso do cheque.

Com base nas informações contidas no enunciado e nas disposições da Lei n.


7.357/85 (Lei do Cheque), assinale a afirmativa incorreta.

a) O apresentante, diante da devolução do cheque, deverá levar o título a


protesto por falta de pagamento, requisito essencial à propositura da ação
executiva em face do endossante.
b) O emitente do cheque, durante ou após o prazo de apresentação, poderá
fazer sustar seu pagamento mediante aviso escrito dirigido ao sacado, fundado
em relevante razão de direito.
c) O prazo de apresentação do cheque ao sacado para pagamento é de 30
(trinta) dias, contados da data de emissão, quando o lugar de emissão for o
mesmo do de pagamento.
d) O portador, apresentado o cheque e não realizado seu pagamento, deverá
promover a ação executiva em face do emitente em até 6 (seis) meses após a
expiração do prazo de apresentação.

20. (FGV/Exame/OAB/2012) A sociedade empresária Congelados da Vovó


Ltda., com sede na cidade de Montanha, realizou o pagamento a um fornecedor
por meio de cheque administrativo. Sobre esta espécie de cheque, assinale a
afirmativa correta.

a) É aquele sacado para ser creditado em conta, podendo ser emitido ao


portador até o valor de R$ 100,00 (cem reais).
b) É aquele que contém visto em seu verso, atestando a existência de fundos
durante o prazo de apresentação.
c) É aquele sacado contra o próprio banco sacador, sendo necessariamente
nominal qualquer que seja seu valor.
d) É aquele sacado em favor de órgão ou entidade da administração pública
para pagamento de taxa ou emolumento.

21. (FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual do Amapá/2010) Com


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relação às regras relativas ao cheque, assinale a afirmativa incorreta.

(A) Caracteriza dano moral a apresentação de cheque pré-datado.


(B) A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral.
(C) Prescreve em 6 meses, contados da expiração do prazo de apresentação, a
ação de execução do cheque.
(D) Após o prazo de 6 meses decai o direito do portador de receber a quantia
aposta no cheque.
(E) Prescreve em 2 anos a ação de enriquecimento contra o emitente que se
locupletou, injustamente, com o não pagamento do cheque.

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22. (FGV/Auditor Fiscal/ISS Cuiabá/2014) Peixoto de Azevedo emitiu


Cédula de Crédito Bancário – CCB em favor do Banco Poconé S/A. Sobre esse
título de crédito (CCB), assinale a afirmativa correta.

(A) É título de crédito emitido por pessoa física em favor de instituição


financeira ou de entidade a esta equiparada, representando promessa de
pagamento em dinheiro, decorrente de operação de crédito ao consumidor.
(B) Poderá ser protestada por indicação, desde que o credor apresente
declaração de posse da sua única via negociável, inclusive no caso de protesto
parcial.
(C) Nela poderão ser pactuados os juros sobre a dívida, desde que não
capitalizados os critérios de sua incidência e, se for o caso, a periodicidade de
sua capitalização, bem como as despesas e os demais encargos.
(D) Será transferível mediante endosso em preto ou cessão de crédito. Sendo a
transferência por endosso, aplicar-se-ão as normas do direito cambiário; sendo
por cessão, as normas do Código Civil.
(E) Poderá ser cartular ou escritural; no primeiro caso, será emitida por escrito,
em tantas vias quantas forem as partes que nela intervierem, e, no segundo,
serão aplicadas as normas referentes às ações escriturais.

23. (Questão inédita) Sobre as cédulas de crédito bancário, assinale a


alternativa incorreta.

a) a cédula de crédito bancário somente pode conter endosso em preto.


b) o protesto não é necessário para garantir o direito de cobrança contra
endossantes, seus avalistas e terceiros garantidores.
c) O credor que, em ação judicial, cobrar o valor do crédito exeqüendo em
desacordo com o expresso na Cédula de Crédito Bancário, fica obrigado a pagar
ao devedor o dobro do cobrado a maior, que deverá ser compensado ação
específica, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e danos.
d) A Cédula de Crédito Bancário em favor de instituição domiciliada no exterior
poderá ser emitida em moeda estrangeira.
e) na cédula de crédito bancário, somente a via do credor será negociável,
devendo constar nas demais vias a expressão "não negociável".
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18 GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

QUESTÃO GABARITO
1 C
2 B
3 D
4 B
5 E
6 B
7 C
8 D
9 B
10 B
11 D
12 C
13 C
14 C
15 C
16 E
17 B
18 D
19 D
20 C
21 D
22 B
23 C

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