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Livro-Texto - Unidade III
Livro-Texto - Unidade III
Unidade III
7 A TÁTICA NO VOLEIBOL
A tática é a forma de organização da equipe que, baseada em suas características, busca o melhor
desempenho. Trata-se do conjunto de “planos de ação e de alternativas de decisão, que permitem
regular a atividade, tornando possível o êxito desportivo” (MARTIN; CARL; LEHNERTZ, 2001).
Ela pode ser individual ou coletiva. Tática individual é a forma como o jogador aplica uma técnica
no jogo, em função das informações disponíveis em cada momento e de sua capacidade em percebê-las
e analisá-las, escolhendo assim a melhor resposta motora para a jogada. “Tática individual, dentro de
um tempo disponível, é a análise, decisão e resposta de um jogador a uma situação de jogo, visando à
obtenção do melhor resultado” (CORDEIRO, 2008).
Quanto mais experiente um atleta, mais situações ele vivenciou e teoricamente mais
respostas possíveis ele possui. Por exemplo, uma bola é levantada para o atacante da posição 4.
Se ele for um jogador iniciante, vai realizar o movimento da cortada sempre da mesma forma,
podendo estar no tempo certo de ataque. Às vezes, saltará na distância certa da bola, mas outras
estará muito à frente ou muito atrás, ou mesmo mais à esquerda ou à direita. Se o atacante for
experiente, e o movimento da cortada estiver totalmente automatizado, ele irá fazer os ajustes
necessários em função do levantamento e, além disso, vai raciocinar devido ao bloqueio e à
defesa adversária, decidindo como irá atacar a bola: se vai aplicar toda a potência de ataque, se
vai atacar a bola mais ao fundo da quadra, na paralela ou na diagonal, se vai realizar uma largada
ou explorar o bloqueio. O ensino das técnicas, de acordo com o método Bojikian, vai permitir
que o aluno evolua para esse domínio, pois a partir da progressão da fase de automatização
aprenderá a aplicar as técnicas nas situações de jogo. No entanto, o domínio completo só virá
com anos de prática.
Observação
A tática coletiva é aquela na qual cada membro da equipe tem uma função específica que
complementa o todo. Trata-se do plano de ação da equipe como resposta ou decisão a uma situação de
jogo a fim de alcançar o êxito.
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VOLEIBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
Em uma formação defensiva, por exemplo, podem haver dois jogadores bloqueando, um na cobertura
esperando a bola largada e os outros três defendendo. Um atleta só não é capaz de cuidar da defesa da
equipe, mas todos juntos, cada um na sua função, se complementam.
Vamos estudar neste capítulo algumas formações táticas importantes para que a equipe consiga se
posicionar em quadra de modo a se defender e a organizar melhor seus ataques.
Para mostrar as diferentes formações táticas na quadra, utilizaremos sempre o número de cada
posição, que é a ordem de saque, como podemos identificar na figura a seguir.
4 3 2
6 1
5
Em primeiro lugar, vamos verificar o que e quais são os sistemas de jogo no voleibol.
Os sistemas de jogo, conhecidos também como sistemas de ataque, são as representações de como
a equipe está organizada em função do número de atacantes e de levantadores. São eles:
Não há especialização dos jogadores em termos de ataque ou levantamento. Esse sistema é o mais
utilizado por equipes, principiantes em qualquer idade, porque todos os indivíduos atacam e levantam.
Todo atleta, que no rodízio passar pela posição 3, será o levantador. É muito importante que na iniciação
nós preparemos o aluno para jogar em todas as posições. A especialização deverá vir posteriormente.
L3
4 2
6
5
1
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Unidade III
Observação
Esse sistema foi muito utilizado no passado, quando se colocava em quadra um jogador mais
alto, atacante e a seu lado um levantador, mais baixo, e assim formava-se a equipe. Ele já utilizava os
especialistas em suas funções, porém era um sistema com desequilíbrio entre as redes, pois se em uma
rede ficavam dois atacantes e um levantador, quando ocorria o rodízio, permaneciam dois levantadores
(baixos) e um atacante na rede.
At Lv
At Lv At Lv
At At Lv
Lv At
At
Ainda que o sistema 3x3 esteja ultrapassado, é possível utilizar seu conceito na montagem de
equipes iniciantes. Mesmo que se jogue no sistema 6x0 dificilmente haverá seis jogadores com estatura
e habilidade idênticas. Sendo assim, para manter o equilíbrio do time em todas as passagens do rodízio,
intercale os mais altos e os mais baixos, ou os que atacam melhor e os que levantam melhor. Lembre-se
sempre de deixar pelo menos um jogador na rede que possa bloquear em cada rodízio.
Esse sistema permite um equilíbrio total da equipe em termos de ataque, porque em todos os rodízios
vão haver dois atacantes e um levantador na rede, com igual configuração no fundo.
Passamos a ter uma especialização a mais dos quatro atacantes, pois dois são atacantes centrais,
jogam no meio da rede e dois são atacantes de ponta. Os atacantes centrais são especialistas e
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VOLEIBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
jogam nas posições 3 e 6, os atacantes de ponta nas posições 4 e 5 e os levantadores nas posições
2 e 1. Consta a seguir a montagem simples do sistema 4x2 para início da partida.
Observação
L1 L2 Levantadores
M1 M2 Atacantes de meio
P1 P2 Atacantes de ponta
M1 L1 P1
P2 L2 M2
Para que os jogadores possam atuar nas suas posições de especialidade, no sistema 4x2 (meio, ponta
e levantadores), precisam haver trocas. De acordo com a regra do jogo, quando uma das duas equipes
vai sacar, todos os jogadores devem estar em suas posições, mas no momento do contato do sacador
com a bola os atletas podem trocar de posição.
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Unidade III
Eles permanecem “trocados” enquanto a bola estiver em jogo. Assim que ela cair e a jogada
for encerrada, deverão voltar para suas posições e aguardar o saque para que possam efetuar uma
nova troca.
P1 M1 L1
P2 M2 L2
Figura 41 – Posicionamento dos jogadores no sistema 4x2 depois da troca (com a bola em jogo)
As trocas são realizadas pelos jogadores de rede entre si e pelos indivíduos do fundo entre si, porque
se por acaso alguém do fundo for para uma posição da rede, pela regra ele não poderá atacar, nem
bloquear, portanto não há sentido em fazê-lo.
Em equipes mais experientes, o treinador pode optar por alterar o posicionamento dos jogadores no
fundo e até mesmo usar o líbero, mas na frente a disposição relatada sempre se mantém, pois se trata
de uma preparação para a introdução do sistema 5x1.
M1
P1
L1 L2
M2 P2
Ensinar as trocas de posição não é uma tarefa fácil. Uma estratégia que auxilia a compreensão dos alunos
nessa transição de sistemas é após o início com o sistema 6x0 tradicional, com o levantador na posição 3,
começar a jogar o 6x0 com o levantador na posição 2, levantando para 3 e 4, sem trocas de posição.
Para ensinar o sistema 4x2 e suas trocas de posição, sugerimos posicionar os alunos na quadra e distribuir
coletes coloridos de acordo com a posição, por exemplo: vermelho para os atacantes centrais, amarelo para
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VOLEIBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
os atacantes de ponta e azul para os levantadores. Faça com que eles executem os rodízios até dar a volta
completa e perceberem que em algumas passagens serão necessárias a troca e em outras não.
É mais fácil explicar primeiro a troca de posição quando sua equipe saca. Depois de entendido o
procedimento, ensine a troca em todos os rodízios, inclusive quando sua equipe for receber o saque.
Nessa situação, o recomendado é que primeiro sejam executados a recepção e o ataque para fazer a
troca de posição apenas quando a bola for enviada ao adversário.
No momento que sua equipe saca e vai realizar uma troca, os jogadores deverão estar o mais próximo
possível uns dos outros, no centro da rede. O atacante central é o primeiro a se posicionar, porque a próxima
ação no jogo da sua equipe será o bloqueio, que é a principal função dos atacantes centrais. Os demais
estarão próximos a ele para facilitar a troca e ocupar o mais rápido possível sua posição.
Quando a equipe vai receber o saque, seu posicionamento vai depender da formação para recepção
de saque escolhida. Caso opte pela disposição de recepção de saque em “W”, ela ficaria como na figura
a seguir.
L2 L1
M1 P2 M2 L2 P1
L1
P2 M1
P1 M2
L2 L1
P1 M1 P2 P2 M2 P1
L1 M2 L2 M1
L1 L2
P1 M1 P2 L2 M2
P2
M1 L1
M2 L2
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Unidade III
Ao ensinar a troca no momento que a equipe adversária estiver sacando, será necessário ter
muito cuidado, pois os alunos não poderão estar correndo e trocando de lugar enquanto o saque
do adversário estiver chegando. Mesmo porque estamos falando de equipes principiantes, portanto
não será possível organizar a formação para recepção de saques com dois ou três jogadores. O que
se faz com principiantes é o posicionamento para recepção de saques em “W”, e só o levantador,
que não vai receber o saque, troca enquanto o saque adversário está viajando. Os outros irão
receber o saque, atacar da posição em que estão e quando a bola passar para o outro lado, aí sim
efetuar a troca definitiva.
O sistema 5x1 é mais ofensivo que o 4x2, pois trabalha com cinco atacantes; os mesmos quatro do
sistema 4x2, mais o atacante oposto, que em geral é o principal atacante da equipe. O atacante oposto
cruza com o levantador e joga habitualmente nas posições 1 e 2, sempre atacando. Ele é considerado o
atacante crucial do time.
L 1 Levantadores
Op 1 Atacante oposto
M1 M2 2 Atacantes de meio
P1 P2 2 Atacantes de ponta
P1 M1
L Op
M2 P2
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VOLEIBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
Op L
M2 M1
P2
P1
Op
L
M2 M1
P2
P1
P1
Op M1
L
M2
P2
M1
P1
Op
M2
P2
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Unidade III
Quando o oposto estiver na rede, ataca na posição 2 e o levantador infiltra (corre do fundo para a
frente a fim de fazer o levantamento e depois volta para o fundo da quadra) para fazer o levantamento
às posições 4, 3 ou 2.
Op L
M1
M2
P2
P1
L Op
M2 M1
P1 P2
Figura 51 – Sistema de ataque no 5x1 com o levantador na rede e o oposto atacando do fundo
Temos no sistema 5x1 três passagens do rodízio com dois atacantes na rede mais o levantador e três
outras com três atacantes na rede.
Esse sistema é utilizado por quase todas as equipes de médio e alto níveis. Ele é mais ofensivo que
o 4x2, mas por outro lado precisa de um levantador muito especializado, pois todas as bolas do jogo
passarão por suas mãos.
Trata-se de uma variação do sistema 4x2, nele há dois jogadores excepcionais que fazem as duas
funções: de ataque e de levantamento. Como no 4x2, sempre haverá um levantador na rede e outro no
fundo, no entanto, no 6x2 o levantador da rede torna-se atacante oposto e o do fundo fica responsável
pelos levantamentos. Isso se mantém até que o levantador que estava no fundo entra na rede em um
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VOLEIBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
rodízio, então ele passa a ser atacante e o seu colega, que está na posição 1, será o levantador enquanto
estiver no fundo da quadra. Sempre haverá a infiltração do levantador do fundo para executar os
levantamentos.
M1 M2 Atacantes de meio
P1 P2 Atacantes de ponta
L/A1
L/A2
M2 M1
P1
P2
Em razão dessas características, esse é o sistema mais ofensivo de todos, pois terá nas passagens do
rodízio três atacantes na rede. A equipe feminina de Cuba utilizou-o durante muitos anos.
Saiba mais
A especialização precoce é bastante estudada e discutida, sabe-se que é negativa para quem
se especializa antes do momento ideal, tanto escolhendo uma única modalidade em idade
precoce quanto se especializando em uma determinada função dentro de uma modalidade
(BOJIKIAN, 2002).
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Unidade III
Quando um jogador inicia o treinamento em voleibol, é fundamental que conheça e aprenda todas
as funções do jogo. Ele deve saber levantar e atacar, assim como defender e receber o saque em todas
posições. O sistema de jogo que permite ao atleta aprender a jogar em todas as posições e funções é o
6x0, uma vez que não há especialização em atacantes ou levantadores.
Quando o jovem inicia na prática do esporte, não se pode afirmar se ele será um levantador ou um
atacante. Grandes levantadoras, que foram consideradas melhores do mundo, como Fofão e Fernanda
Venturini, começaram suas carreiras como atacantes.
Lembrete
Saiba mais
8 FORMAÇÕES TÁTICAS
Em cada um dos sistemas de jogo vistos anteriormente, é preciso organizar a equipe em quadra
e prepará-la para todas as ações da partida. Para tanto, temos as formações táticas. Elas devem ser
escolhidas de acordo com as possibilidades de cada time. O voleibol tem um conjunto muito extenso de
formações táticas. Iremos abordar a seguir algumas delas, as mais básicas, que podem ser implementadas
em equipes de nível principiante e intermediário.
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VOLEIBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
No sistema 6x0 a formação ofensiva é a mais simples existente, o levantador joga na posição 3 e o
ataque acontece com dois atacantes na rede, nas posições 4 e 2. Não é recomendado jogar com ataques
do fundo com equipes principiantes, pois a sua mecânica de execução é um pouco diferente e pode
interferir na automatização do ataque de rede.
L3
4 2
6
5 1
Nos sistemas 5x1 e 6x2 são quase infinitas as possibilidades de ataque e muitas delas podem ser
aplicadas também no esquema 4x2. O atacante central (posição 3) normalmente é o responsável
pelo ataque de velocidade, ele corre e sobe para o ataque antes mesmo de a bola chegar à mão
do levantador, cujo ponto de levantamento fica entre as posições 2 e 3. A seguir você pode
ver algumas possibilidades de ataque apenas com os jogadores da rede. Existem também as
combinações com os atletas do fundo.
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Unidade III
P C Op
A bola principal desse atacante é a bola de tempo, em que o levantador toca baixa, acima de sua
cabeça, com altura suficiente para o ataque com o braço estendido. O objetivo dessa jogada é atacar
antes que o bloqueio adversário salte, ou segurá-lo, fazendo com que ele salte em frente ao atacante
para que o levantador possa enviar a bola para outros atacantes da equipe fazendo com que eles
ataquem sem o bloqueio do bloqueador central, que subiu no meio da rede.
Além da bola de tempo, existem diversas outras jogadas de velocidade que o atacante central executa
em combinação com os outros atacantes. São as combinações de ataque. Por exemplo, o atacante
central salta para o ataque de uma bola “chutada” no meio, ou “metro”, que é baixa, porém mais distante
do levantador que a bola de tempo. Nesse instante um jogador do fundo salta para atacar uma bola de
fundo, saltando da posição 6 para a 3. O bloqueio adversário fica confuso, pois não sabe se saltará no
primeiro ou no segundo atacante.
Formação para a recepção de saque é a distribuição dos jogadores em quadra para receber o saque
adversário. Esse esquema tem dois objetivos; impedir que o saque adversário caia diretamente na quadra
transformando‑se em ponto e obter uma boa recepção (passe) a fim de organizar um bom ataque.
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VOLEIBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
Em toda formação tática são utilizadas técnicas. Na recepção de saque os fundamentos mais
utilizados são manchete, deslocamentos e posição de expectativa. A posição de expectativa bem
executada responde, em grande parte, por um bom passe. A manchete de frente é a básica, porém
também se emprega a manchete lateral. Os deslocamentos são muito importantes, pois se o jogador
consegue se movimentar acompanhando a trajetória do saque adversário e se posiciona, equilibrado e
de frente para o levantador, o sucesso do passe será mais provável.
8.2.1 Formação para recepção de saque com cinco jogadores ou formação em “W”
Pensando no nível de domínio das técnicas que o jogador principiante tem, a melhor solução é
colocar o máximo de jogadores possível para recepcionar o saque, portanto o ideal é a recepção com
cinco jogadores, também conhecida como formação para recepção em “W”.
4 6 2
5 1
Jogadores principiantes ainda estão aprendendo a dominar a manchete, logo, uma formação para
recepção de saques com mais jogadores em quadra, como a em “W”, é mais indicada.
Em qual região da quadra deveremos posicionar nossos jogadores para efetuar a recepção?
E qual a distância que um jogador deve ficar da rede no momento da recepção? As bolas sacadas
dificilmente cairão na zona de ataque ou mesmo no primeiro metro da zona de defesa. Os saques que
caírem nessa área serão bolas altas (para poderem ultrapassar a rede) o suficiente para dar tempo aos
atletas que estão nas posições da frente do W deslocarem-se para efetuar o passe. O local na quadra
onde devemos distribuir os jogadores para recepcionar o saque chama-se zona de maior incidência de
saques. Ela tem 28 m² e está 1 m à frente da linha de fundo, 1 m atrás da linha dos 3 m e 1 m para
dentro das linhas laterais.
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Unidade III
O momento da recepção é delicado para alguém iniciante, porque a técnica deve ser muito bem
executada para que a bola chegue bem para o levantador poder trabalhá-la. O jogador sabe que se o seu
passe não for bem executado, o adversário pode fazer um ponto direto ou o seu levantador poderá não
conseguir realizar um bom levantamento, o que consequentemente compromete o ataque. A técnica de
recepção tem de ser muito precisa, pois qualquer irregularidade na posição dos braços ou de apoio pode
fazer a bola resvalar para longe.
É preciso que o professor trabalhe bastante com seus alunos, além das técnicas, a coragem e a
autoconfiança. O estudante deve encarar o erro como parte do aprendizado e ser incentivado a se
empenhar ao máximo para aprimorar a capacidade de recepcionar o saque.
Por causa das dificuldades, costumam acontecer situações no jogo em que o aluno “foge” da
bola em vez se deslocar em direção a ela. Portanto é muito importante determinar qual é a área de
responsabilidade de cada jogador na quadra. Conforme a figura a seguir, na recepção em “W” ou com
cinco jogadores, os atletas das posições 4, 6 e 2 serão responsáveis pelas bolas sacadas em cima deles e
à sua frente, e aqueles das posições 5 e 1 dividirão a obrigação pelas bolas caídas no fundo da quadra.
Todas as pessoas deverão estar na posição de expectativa quando o saque for executado. Os jogadores
das posições 4, 6 e 2 deverão deixar para os do fundo as bolas que passarem sobre suas cabeças. Os dois
atletas do fundo, por sua vez, deverão estar em posição de expectativa e deixar passar as bolas acima de
suas cabeças, pois irão cair fora da quadra.
L3
C4 6 C2
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VOLEIBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
Na iniciação, deve-se evitar que os alunos recebam o saque de toque, primeiro porque ele não terá
a força necessária para um bom passe e depois é necessário insistir bastante para que ele se movimente
e se posicione adequadamente para executar a manchete.
Outro ponto importante na recepção é tentar torná-la uma ação coletiva, fazendo com que os
jogadores colaborem uns com os outros, o que tira um pouco o peso da responsabilidade de um só
jogador e facilita a ação como um todo. Para isso, podemos utilizar a movimentação de proteção no
“W”. Ela funciona sempre que o saque estiver se direcionando para próximo do jogador da posição 6.
Além dele, também os atletas das posições 5 e 1 se aproximam em posição de expectativa, preparados
para recepcionar a bola, caso ela venha a ultrapassar a cabeça do jogador da posição 6. É primordial
também a comunicação entre todos, no sentido de que o indivíduo que estiver melhor posicionado para
o passe deva “pedir” a bola, avisando aos colegas que assumirá a responsabilidade do passe. Portanto, ele
pode falar: “minha”, “deixa”, por exemplo. Se o jogador pressente que não é melhor posicionado, deve
comunicar aos demais que não vai realizar o passe, gritando “vai”, ou “é sua”, ou chamando o colega
pelo nome.
L3
4 2
6
5 1
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Unidade III
L3
4 2
6
5 1
L3
4 2
6
5 1
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VOLEIBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
A comunicação entre os jogadores auxilia bastante a equipe na hora do passe. Se o saque estiver
se aproximando do jogador da posição 5, por exemplo, e a bola vier alta, o atleta se afasta para fazer o
passe, mas em determinado momento ele já não tem certeza de que a bola cairá dentro. Cabe ao jogador
da posição 1 orientá-lo e vice-versa.
Lembrete
Jogadores principiantes ainda estão aprendendo a dominar a manchete,
logo, uma formação para recepção de saques com mais jogadores em
quadra, como a em “W”, é mais indicada.
À medida que os jogadores evoluem técnica e taticamente, é possível montar a equipe com outras
formações para recepção, como aquela com quatro atletas.
Enquanto na formação em “W” temos o mesmo posicionamento em todos os rodízios, na tática com
quatro, dependendo do seu sistema de jogo, você terá uma formação diferente em cada rodízio. Na
figura a seguir, é possível observar uma disposição para recepção com quatro, com uma infiltração do
levantador, que está na posição 6. Nesse caso, nem três, nem seis farão o passe.
3
6
4 2
5 1
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Unidade III
Na recepção com três jogadores, eles dividem a responsabilidade por todo o espaço da quadra. Os
demais ficam livres do passe e podem se preparar para o levantamento e o ataque. O jogador oposto,
por exemplo, não participa do passe e, quando está no fundo da quadra, pode se deslocar para o ataque
enquanto os colegas estão recebendo o saque.
5 6 1
A formação para recepção de saques com dois jogadores é pouco utilizada, pois apenas dois
atletas devem proteger a quadra toda. Só pode aplicar tal tática a equipe que contar com dois
ótimos passadores.
Os saques de muita potência tornam arriscado esse posicionamento para a recepção, pois os
indivíduos não terão tempo de se deslocarem até a bola.
5 6
Uma equipe pode jogar com várias formações de recepção diferentes. O treinador deverá avaliar sua
equipe a cada rodízio e estudar quais os melhores esquemas em cada momento.
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VOLEIBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
É a organização dos jogadores em quadra para recuperar as bolas bloqueadas pelo adversário.
Trata‑se de uma tática importante porque o bloqueio adversário pode se converter em ponto e, caso
isso aconteça, abalará a confiança do atacante e de sua equipe, no entanto, a formação para a proteção
ao ataque permitirá à equipe realizar um novo ataque em caso de bloqueio.
As técnicas mais utilizadas no emprego dessa formação tática são a posição de expectativa e a
manchete. Podem também ser aplicados rolamentos, mergulhos e recuperação de bolas com uma das
mãos apenas, dada a velocidade com que a bola é remetida à quadra do atacante quando ele é bloqueado.
Uma equipe que realiza corretamente a formação para proteção ao ataque proporciona mais
tranquilidade e confiança ao seu atacante, pois ele sabe que se cometer um erro e for bloqueado,
seus colegas estarão prontos para recuperar a bola. Alguns jogadores muito experientes, e com grande
domínio das técnicas de ataque, usam essa condição de propósito, ou seja, quando o levantamento não
está adequado e está muito complicado fazer a bola passar pelo bloqueio adversário, atacam-na no
bloqueio propositalmente para que os colegas da proteção recuperem a bola e façam um novo passe a
fim de organizar um novo ataque.
Outra vantagem de uma equipe que realiza boas proteções ao ataque é o aumento do volume de
jogo, que é a capacidade de manter a bola “viva”. A equipe que consegue recuperar bolas bloqueadas e
se defender bem dos ataques afeta a confiança da equipe adversária e aumenta a sua.
Existem dois tipos de esquemas para a proteção ao ataque: a formação 3x2, com os três jogadores
mais próximos ao atacante, na figura a seguir, e a 2x3, com os dois indivíduos mais próximos ao atacante.
L3 L3 C2
C4 C2 6 1
C4
6
5
5 1
Figura 66 – Formação para a proteção ao ataque com os três jogadores mais próximos, com o ataque do jogador da posição 2
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Unidade III
L3 C4 L3
6
C4 C2 5
6 C2
5 1
1
Figura 67 – Formação para a proteção ao ataque com os três jogadores mais próximos, com o ataque do jogador da posição 4
3
4 2
5 1
Figura 68 – Formação para a proteção ao ataque com os três jogadores mais próximos, com o ataque do jogador da posição 3
2
3
1
4
Figura 69 – Formação para a proteção ao ataque com os dois jogadores mais próximos, com o ataque do jogador da posição 2
3
4
5
2
6 1
Figura 70 – Formação para a proteção ao ataque com os dois jogadores mais próximos, com o ataque do jogador da posição 4
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VOLEIBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
3
4 2
5 1
Figura 71 – Formação para a proteção ao ataque com os dois jogadores mais próximos, com o ataque do jogador da posição 3
A formação para a proteção ao ataque com os três jogadores mais próximos será facilmente executada
se a equipe utilizar a recepção em “W”, porque o atleta da posição 6 joga mais avançado. É claro que tudo
depende também da formação defensiva escolhida, mas todas as táticas têm relação entre si.
Formações defensivas são o que a equipe utiliza para se defender de um ataque do adversário.
Seus objetivos são: não permitir que o ataque do adversário se transforme em ponto e defender bem o
ataque do adversário de modo a dar à equipe um contra-ataque.
Nas formações defensivas há uma constante relação entre bloqueio e defesa, que se complementam
para o alcance dos objetivos e utilizam as técnicas de posição de expectativa, manchete, bloqueio e
eventualmente rolamentos e mergulhos.
As equipes que tiverem condições de bloquear sempre devem fazê-lo, pois para o atacante adversário
fica muito mais fácil atacar sem bloqueio do que com ele, ainda que não seja tão ofensivo. Só não é
recomendado bloquear ataques muito fora da rede ou os direcionados para cima.
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• de acordo com o número de bloqueadores: pode ser simples ou individual (uma pessoa bloqueando),
com bloqueio duplo (duas pessoas bloqueando) ou com bloqueio triplo (três pessoas no bloqueio).
A formação defensiva com bloqueio triplo deve ser utilizada somente por equipes experientes,
pois restam apenas três jogadores para defender toda a quadra.
• de acordo com o tipo de bloqueio: pode ser por posicionamento, quando a equipe tem um bom
bloqueio, alto e ofensivo, e forma o cone ou sombra dele. O cone ou sombra do bloqueio é o
espaço protegido pelo bloqueio de modo a não permitir que a bola atacada possa cair nesse
espaço. Se o bloqueio não chega a ser tão eficiente assim, a formação defensiva pode ser de outro
tipo, por jogo de campo.
O cone pode ser formado no centro da quadra, como na figura a seguir, ou nas extremidades (posições
4 e 2). Quanto mais eficiente o bloqueio, maior o espaço do cone.
Quando é formado o cone, os defensores têm um espaço menor a ser defendido, já que o bloqueio
é responsável pelas bolas direcionadas na área dele. Se o bloqueio não é tão eficiente, a área a ser
defendida fica maior e isso exige dos defensores maiores deslocamentos e uma defesa melhor.
• de acordo com a posição inicial defensiva: pode ser classificada como formação defensiva com o
centro avançado ou formação defensiva com o centro recuado. Em equipes de nível iniciante ou
intermediário, é necessário deixar um jogador atrás do bloqueio, em posição de cobertura, para
recuperar bolas largadas ou colocadas pelo adversário. Em times de alto nível, os atletas podem
ficar no fundo da quadra esperando para defender o ataque e, mesmo assim, eles conseguem
se deslocar para frente e recuperar uma bola largada antes que ela caia, porque são pessoas
que possuem maior velocidade e têm mais experiência, já que conseguem fazer uma leitura do
movimento do atacante e prever se ele largará a bola em vez de atacar, antecipando, dessa forma,
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VOLEIBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
o seu deslocamento. Nas formações com o centro avançado é o jogador do centro (da posição 6)
quem vai recuperar as bolas largadas. Já no centro recuado a recuperação de bolas largadas fica
por conta dos atletas das posições 5 e 1. Nas formações defensivas com bloqueio simples não se
utiliza o centro avançado, pois como só um jogador sobe no bloqueio, temos na rede outros dois
indivíduos que podem fazer a cobertura da bola largada, portanto não há sentido em deslocar
alguém do fundo para tal fim.
Formação defensiva com bloqueio simples, centro recuado e por jogo de campo
4 3 2 4 3 2
5 1
6 5 1
Figura 74 – Posição inicial com o centro (6) recuado Figura 75 – Posição inicial com o centro (6) avançado
Na posição inicial com o centro recuado, a colocação dos jogadores do fundo depende muito das
características da equipe e do tipo de ataque do adversário. Em equipes de maior nível, é comum o
ataque de primeira bola, a bola de tempo, ser muito rápido e direcionado para o chão, e na altura da
linha dos 3 m, portanto, nesse caso, os atletas das posições 5 e 1 devem ficar mais adiantados, bem
próximos da linha dos 3 m.
Vamos visualizar como ficam as formações defensivas de acordo com os três tipos de classificação.
4 3 2 3
4 2
5 1
5 1
6 6
Figura 76 – Posição inicial com o centro (6) recuado Figura 77 – Ataque do adversário na posição 3
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Unidade III
4 2
3 3
2
4
1
5 5 1
6 6
Essa formação é muito utilizada por equipes principiantes que precisam se defender de ataques que
são mais direcionados ao fundo da quadra.
4 3 2 3
4 2
1
5
5 1
6 6
Formação defensiva com bloqueio duplo, centro recuado e por jogo de campo
No ataque pelo centro, o jogador da posição 6 deverá se deslocar para a esquerda ou para a direita.
Ninguém da defesa deve se posicionar dentro do cone ou da sombra do bloqueio, a não ser quem pega
a bola largada.
4 2
3 2 3
4
1 5
6 6
5 1
112
VOLEIBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
4 3 2
5 1
Formação defensiva com bloqueio duplo, centro avançado e por jogo de campo
32 43
5
4 1 2
5 1
6 6
43 32
4
2 1
5 5 1
6 6
113
Unidade III
4 3 2
5 1
43 3 32
6
2 4 6
1 5
5 1
43 32
6 6
2
5 4 1
1 5
114
VOLEIBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
4 3 2
5 1
43 32
5 1
2 4
6 1 5 6
43 32
5 2 4 1
6 1 5 6
4 3 2
5 1
115
Unidade III
32 43
6
4 6 2
5 1 5 1
43 32
6 2 4 6
5 1 5 1
Formação defensiva com bloqueio triplo, centro recuado e por jogo de campo
4 3 2 4 3 2
5 1
5 1
6
6
Figura 100 – Posição inicial com o centro recuado Figura 101 – Formação com bloqueio triplo
Assim como temos um método indicado para a aprendizagem das técnicas, possuímos outro para a
aprendizagem das formações táticas.
Para a aprendizagem de todas as formações táticas que foram apresentadas, indicamos a aplicação
do recurso sintético-analítico-sintético.
116
VOLEIBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
Essa tática, também conhecida como método todo-partes-todo, consiste em iniciar o trabalho
com os alunos/atletas mostrando a formação que será trabalhada integralmente, de forma teórica,
explicando e justificando os posicionamentos, bem como definindo as funções de cada um na formação.
O professor/técnico pode utilizar-se de vídeos ou fotos e também colocar os alunos/atletas em quadra
para que, sem bola, conheçam o posicionamento correto e entendam o porquê dele. Trata-se da primeira
parte, a sintética do método, em que é obtido o conhecimento do todo.
Após essa etapa mais teórica, dá-se início à fase analítica ou em partes. Nela são aplicados exercícios
para que os alunos/atletas executem, em cada uma das seis posições, os deslocamentos e a ação
respectiva. Por exemplo: verifique a formação defensiva a seguir.
43
6
2
1
5
Todos os alunos/atletas precisam passar por exercícios que os preparem para a execução das funções
em cada posição. É necessário treinar os indivíduos das posições 4 e 3 para bloquearem, definir quem
marca a bola e como a ação de um deve complementar a do outro. Repare na seta tracejada que indica
o deslocamento do jogador da posição 6. Nessa fase será treinado o deslocamento do jogador, de acordo
com a linha tracejada, que deve se deslocar do ponto da posição inicial para recuperar bolas largadas
atrás do bloqueio e simultaneamente fazer um passe para o levantador. O jogador da posição 4 deve ser
preparado para, assim que o levantamento do adversário for definido para a posição dele, se deslocar
lateralmente e em posição de expectativa, até que ultrapasse a linha de ataque, para defender as bolas
atacadas na diagonal curta (ou menor).
Os deslocamentos devem ser realizados em velocidade. O ideal é que o atleta esteja na posição de
defesa quando o atacante adversário tocar na bola.
Se o sistema de jogo adotado for o 6x0, todos devem ser treinados em todas as posições. Caso haja
a troca de posições pela especialidade das funções, os jogadores devem ser preparados de acordo com
a posição da quadra que ocupam. Por exemplo: na rede, os atacantes de ponta jogam na posição 4, os
atacantes centrais na posição 3 e os levantadores e opostos na posição 2. O posicionamento no fundo
vai depender da estratégia adotada pelo professor/técnico.
117
Unidade III
Por fim, na etapa sintética final do método, coloca-se a equipe inteira frente a um ataque adversário
para que cada um realize sua função a fim de que a formação funcione como um todo e o time consiga
dar seguimento à jogada, executando um levantamento e um ataque.
É fundamental saber como preparar bem a equipe, mas deve-se dar importância a como dirigi-la em
uma competição.
Se você for participar de competições com seus alunos, há diversos pontos aos quais precisa
estar atento. Leia cuidadosamente as regras estabelecidas para a competição, quais as exigências em
termos de documentação a ser apresentada, os locais, os uniformes, selecione quem vai participar com
antecedência. Se a competição envolver partidas em locais diferentes, providencie o deslocamento.
Na montagem da equipe procure basear-se nas características físicas, motoras, técnicas, táticas
e psicológicas de seus jogadores. Você deverá procurar o máximo de equilíbrio possível; seu time, a
cada rodízio, necessitará estar equilibrado tanto nos fundamentos de rede como nos de fundo (passe
e defesa). A primeira preocupação será com a sua equipe, mas caso tenha alguma informação sobre o
modo de jogar do adversário, por exemplo, quem é o principal atacante, você pode ajustar o seu time
às condições. No entanto, se sua equipe for principiante, é melhor pensar apenas nos seus jogadores.
É obvio que você vai exigir no jogo apenas o que foi trabalhado no treinamento. Querer mudar para
uma tática não treinada apenas reforçará a ansiedade, o que não é produtivo.
Baixo
Baixa Alta
ansiedade
118
VOLEIBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
Em alunos/atletas que não estão habituados a competir, a ansiedade será grande. Para reduzir o
efeito, o professor/técnico pode:
• preparar seus alunos para tudo o que vai ocorrer, por exemplo: torcida contra ou a favor, presença
dos pais, erro da arbitragem, substituições etc.;
• realizar jogos amistosos e coletivos, se possível com outra pessoa, que não o professor apitando;
• chegar com antecedência ao local da partida para que os jogadores se habituem ao espaço;
• conversar com aqueles que são mais vulneráveis e explicar que a ansiedade é algo normal; com o
tempo aprendemos a controlá-la;
• manter contato com os pais, explicar o trabalho que está sendo realizado, para que eles o auxiliem
no processo e não cobrem de seus filhos o que ainda não estão preparados para oferecer;
• conservar uma linha comportamental, ou seja, se você é normalmente um professor rígido nos
treinamentos, cobra desempenho de seus alunos, se atuar dessa forma no jogo, não há problema,
pois seus discentes estarão acostumados. O que os deixa desnorteados é ver o treinador, que eles
estão habituados a ver brincando e sorrindo, se transformar e começar a gritar com todos quando
está perdendo uma partida;
• criar clima de guerra não é um bom negócio. Você não tem inimigos, mas adversários;
• utilizar desafios, tanto se sua equipe for muito mais forte quanto se for muito mais fraca. Escolha
desafios independentemente do resultado da partida, por exemplo: nossa equipe é bem mais
forte, eu sei que vamos ganhar o jogo, mas quero que vocês façam 3x0 e o adversário não tenha
mais do que 15 pontos por set; ou outro exemplo: nossa equipe é bem mais fraca, mas mesmo
perdendo a partida, nosso desafio será fazer mais de 15 pontos por set.
• escolher com antecedência o capitão da equipe. Se você não tiver muita certeza quanto ao
capitão, faça um rodízio entre os jogadores nas primeiras partidas;
119
Unidade III
• preencher e entregar a papeleta com a ordem de saque da sua equipe antes de cada set;
• comunicar-se constantemente com os jogadores. É importante uma conversa com o grupo antes,
e ao término da partida, faça uma análise rápida do jogo;
• pedir tempo quando a equipe estiver perdendo, e o adversário fizer vários pontos seguidos, para
acalmar a equipe, a fim de corrigir um erro técnico ou tático ou motivá-la. O técnico pode pedir
2 tempos em cada set. Eles são solicitados ao 2º árbitro e duram 30 segundos. Procure resumir o
que falar e terminar com uma palavra motivadora;
• substituir seis atletas por set. As alterações podem ser solicitadas quando um jogador estiver
errando muito, alguém se machuca, para trocar um jogador por outro com melhor bloqueio,
saque e recepção, acalmar um indivíduo, dar instruções e oportunidade a outros atletas, além de
quebrar o ritmo do adversário.
Resumo
Exercícios
A) Rodízio.
B) Técnica.
C) Finta.
D) Tática.
E) Cobertura.
A) Alternativa incorreta.
B) Alternativa incorreta.
C) Alternativa incorreta.
D) Alternativa correta.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: a cobertura é um movimento realizado pelos atletas com o objetivo de recuperar a bola
atacada pela equipe adversária, e, desta maneira, construir um contra-ataque.
Considerando essa situação, avalie quais dos objetivos apresentados a seguir a professora deve
priorizar no planejamento de suas aulas de voleibol.
III – Desenvolver noções táticas e técnicas que garantem a participação de todos para a fluência
do jogo.
A) I e II.
B) I e III.
C) III e IV.
D) I, II e IV.
122
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 1
Figura 2
Figura 3
Figura 4
Figura 5
Figura 6
Figura 8
Figura 11
BOJIKIAN, J. C. M.; BOJIKIAN, L. P. Ensinando voleibol. São Paulo: Phorte, 2012. p. 70.
123
Figura 12
BOJIKIAN, J. C. M.; BOJIKIAN, L. P. Ensinando voleibol. São Paulo: Phorte, 2012. p. 70.
Figura 13
BOJIKIAN, J. C. M.; BOJIKIAN, L. P. Ensinando voleibol. São Paulo: Phorte, 2012. p. 74.
Figura 14
BOJIKIAN, J. C. M.; BOJIKIAN, L. P. Ensinando voleibol. São Paulo: Phorte, 2012. p. 74.
Figura 15
BOJIKIAN, J. C. M.; BOJIKIAN, L. P. Ensinando voleibol. São Paulo: Phorte, 2012. p. 82.
Figura 16
BOJIKIAN, J. C. M.; BOJIKIAN, L. P. Ensinando voleibol. São Paulo: Phorte, 2012. p. 82.
Figura 17
Figura 18
BOJIKIAN, J. C. M.; BOJIKIAN, L. P. Ensinando voleibol. São Paulo: Phorte, 2012. p. 85.
Figura 19
Figura 20
BOJIKIAN, J. C. M.; BOJIKIAN, L. P. Ensinando voleibol. São Paulo: Phorte, 2012. p. 89.
Figura 21
BOJIKIAN, J. C. M.; BOJIKIAN, L. P. Ensinando voleibol. São Paulo: Phorte, 2012. p. 94.
124
Figura 22
Figura 23
Figura 24
Figura 25
BOJIKIAN, J. C. M.; BOJIKIAN, L. P. Ensinando voleibol. São Paulo: Phorte, 2012. p. 103.
Figura 26
BOJIKIAN, J. C. M.; BOJIKIAN, L. P. Ensinando voleibol. São Paulo: Phorte, 2012. p. 104.
Figura 27
BOJIKIAN, J. C. M.; BOJIKIAN, L. P. Ensinando voleibol. São Paulo: Phorte, 2012. p. 104.
Figura 28
Figura 29
Figura 62
125
Figura 72
REFERÊNCIAS
Textuais
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e estabilidade... e mudança. Rev. Bras. Educ. Fís. Esp., São Paulo, v. 20, p. 43-45, 2006. Disponível em:
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BOJIKIAN, J. C. M. Vôlei vs. vôlei. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 1, n. 1,
2002, p. 117-124. Disponível em: <http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/remef/article/
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BUNKER, D.; THORPE, R. A model for the teaching of games in secondary school. Bulletin of Physical
Education, London, v. 18, n. 1, p. 5-8, 1982.
DIETRICH, K.; DÜRRWÄCHTER, G.; SCHALLER, H. J. Os grandes jogos: metodologia e prática. Rio de
Janeiro: Ao Livro Técnico, 1984.
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MARTIN, D.; CARL, K.; LEHNERTZ, K. Manual de metología del entrenamiento deportivo. Barcelona:
Paidotribo, 2001.
RIBEIRO, D. A.; VASCONCELOS, C. M.; SANTANA, W. C. Idade de início da prática sistemática e vínculo
federativo de jogadores participantes da superliga nacional de voleibol masculino temporada
2010/2011. Conexões, Campinas, 11, n. 3, p. 75-85, 2013.
Sites
<http://2017.cbv.com.br/>.
<http://www.fivb.com/>.
<www.fpv.com.br>.
Exercícios
Unidade III – Questão 1: FUNDAÇÃO CESGRANRIO. Concurso Público 2011: Professor – Educação Física.
Questão 40. Disponível em: <http://www1.cesgranrio.org.br/pdf/seecrn0111/provas/03_EDUCACAO_
FISICA.pdf>. Acesso em: 16 nov. 2017.
128
129
130
131
132
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000