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A inovação dos Meios de Contraste iodados


de Alta Concentração

Evelyn E. Queiroz Fernando Poralla

• Graduada em Biomedicina pela FMU em 2008 • Doutor em Medicina pela Universidade de Saarland,
• Pós-graduada em Diagnóstico por Imagem pela FMU Alemanha
• MBA em gestão empresarial pela FGV • Diretor de Serviços Médicos e Assuntos Regulatórios,
• MBA em Marketing pela ESPM (cursando) Bracco América Latina
• Atuou na área hospitalar e laboratorial por 8 anos em grandes • Membro do Grupo de Estudos de Meios de Contrastes
centros renomados como Hospital Sírio Libanês e Grupo Fleury e da SPR
atualmente é coordenadora de aplicação na Industria farmacêutica
Italiana - Bracco Imaging.
Meios de contraste iodados

• Aprox. 75 milhões de exames são realizados por ano em todo o mundo.


• O átomo escolhido para construir um meio de contraste é o iodo devido à sua
alta capacidade de absorver raios-X e sua menor toxicidade.

P. 53

N: 74
Características de um meio de contraste iodado

• Estrutura química
• Ionicidade
• Viscosidade
• Osmolalidade
• Concentração
Características moleculares de meios de contraste iodados

• Estrutura química & Ionicidade

Adaptado de S. K. Morcos
Características físico-químicas de meios de contraste iodados

• Viscosidade
Características físico-químicas de meios de contraste iodados

• Viscosidade

• A força necessária para injetar a substância através de um


cateter aumenta geometricamente com a concentração da
solução e com o peso molecular
• Não iônicos diméricos tem maior viscosidade que não iônicos
monoméricos
• A viscosidade é menor quanto maior for à temperatura (por isso
que se deve aquecer gradativamente os meios de contraste não
iônicos à temperatura corporal antes de sua administração) *

* Paulo Rivelino, Radiologia médica - https://br.wordpress.com


Características físico-químicas de meios de contraste iodados

• Osmolalidade
Características físico-químicas de meios de contraste iodados
• Osmolalidade

• Função definida pelo nº de partículas de uma solução por


unidade de volume

• Os contrastes iônicos têm maior osmolalidade do que os


não iônicos porque dissociam cátions e ânions na solução *

* Paulo Rivelino, Radiologia médica - https://br.wordpress.com


Características físico-químicas de meios de contraste iodados

• Vicosidade & Osmolalidade


Meios de contraste iodados
Meios de Contraste p/ TC, RX, Hemodinâmica

iônicos não iônicos

Conray
Meios de Contraste p/ TC, RX, Hemodinâmica

iônicos não iônicos


Eficácia dos meios de contraste iodados

• Concentração

▪ A eficácia de um meio de contraste depende não apenas das propriedades farmacológicas


de sua molécula, mas principalmente de sua capacidade de atenuação de Raios-X

▪ A atenuação dos Raios-X por um agente de contraste depende da concentração de iodo,


da distância percorrida, pelo fóton de Raios-X através da solução iodada e ainda da energia
do fóton

▪ Quanto maior a concentração de iodo na solução, maior será sua capacidade de


atenuar Raios-X *

* Paulo Rivelino, Radiologia médica - https://br.wordpress.com


Eficácia dos meios de contraste iodados
• Concentração

Quanto maior a concentração,


MAIOR é o realce
e MELHORES são as imagens
Eficácia dos meios de contraste iodados
• Concentração

exemplos de MC iodados
e suas diferentes apresentações e concentrações

270 280 300 320 350 370 400

concentrações em mg I / mL
Diferenças de um meio de contraste iodado
• Concentração

30 gI, 2 mL/s, 3 diferentes concentrações

contrastação Aórtica (UH)


400 mgI/mL
350 mgI/mL
300 mgI/mL

UH +33% (300 p/ 400)


+48% (270 p/ 400)
+25% (320 p/ 400) exemplos
+17% (350 p/ 400)
+17% (300 p/ 350)
+8% (370 p/ 400)

UH : Unidades Hounsfield (em inglês: HU)


Diferenças de um meio de contraste iodado

• Concentração

outro
exemplo

UH : Unidades Hounsfield (em inglês: HU)


Benefícios da Alta Concentração de iodo
o Melhor qualidade diagnóstica.
Maior opacificação arterial, melhora detecções de pequenas lesões.
o Possibilidade de redução de volume de meio de contraste.
Redução de volume injetado (em mL’s) quando comparado com outro meio de contraste de
menor concentração. Maior economia.
o Possibilidade de redução de fluxo (velocidade de injeção).
A alta concentração permite reduzir o fluxo de injeção, trazendo mais conforto para paciente,
menor dor durante a injeção e menor risco de extravasamento.
o Possibilidade de redução da dose de radiação.
Permite reduzir a dose de radiação, útil em pacientes pediátricos, idosos e na oncologia. Sem
prejudicar a qualidade de imagem. Reduzir radiação significa investir na saúde do futuro.
o Menor risco de NIC.
Igual ou menor taxa de NIC (Insuf. Renal Aguda-PC) nos estudos comparativos.

UH : Unidades Hounsfield (em inglês: HU)


Meios de contraste iodado de alta concentração

▪ Permite utilização de menor dose de radiação

Conceito ALARA: As Low As Reasonably


Achievable

A dose de radiação deve ser mantida ao


mínimo desde que dando uma imagem de
qualidade suficiente para dar um
diagnóstico correto.
Benefícios da Alta Concentração do Meio de Contraste Iodado

Quando injetando o mesmo volume e mesmo


fluxo que utilizavam com o contraste de baixa
concentração.
Resultado: aumento da qualidade
Podemos trabalhar
diagnóstica
com o M.C. iodado de
alta concentração de
2 formas:
Reduzindo o volume injetado (mantendo a
mesma qualidade diagnóstica).
Resultado: economia $, menor volume de
contraste injetado no paciente (menor dano
renal (!!), menor risco de extravasamento)
Introdução para redução de volume de contraste

Sabemos que a subdosagem de meio de contraste resulta num


baixo realce e, por consequência, limita o diagnóstico preciso.

No entanto, a sobredosagem conduz ao aumento do risco de


IRA-PC [(AKI-PC) anteriormente chamada de nefropatia induzida
por contraste (NIC ou CIN)] e Reações Adversas, com
repercussões para a saúde dos pacientes, além de causar
desperdício de contraste.
Redução de volume de contraste
Para realizar a redução de volume de contraste precisamos analisar:

➢ Fatores relacionados ao paciente:


• Peso e altura
• Sexo
• Frequência cardíaca
• Calibre do acesso venoso

➢ Fatores relacionados ao equipamento:


• Quantidade de canais
• Tempo de aquisição

➢ Fatores relacionados ao contraste:


• Concentração
• Tempo da injeção
• Flush soro
• IDR (Taxa de entrega de iodo / iodine delivery rate)
Redução de volume do meio de contraste (M.C.)

• Sexo
A magnitude e o tempo do realce do M.C. são provavelmente um pouco
diferentes entre homens e mulheres, em parte por causa da sua diferença no
volume de sangue.

O volume sanguíneo de um paciente do sexo feminino é menor, entre


5 a 10 % (considerando um adulto médio) comparado à um paciente
do sexo masculino
Redução de volume de contraste
• Idade
A idade também afeta o realce produzido pelo meio de contraste, dada a
sua ligação com o débito cardíaco. As pessoas com idades mais avançadas, têm
tendencialmente débitos cardíacos mais baixos,
o que implica tempos mais elevados para atingir determinadas fases de realce.
• Peso
O peso corporal é, sem dúvida o fator biológico mais debatido e aquele que a maioria das
literaturas abordam.
Deve-se levar em conta apenas massa magra ou peso total do paciente
(massa magra + osso + gordura) para cálculo de volume de M.C.?
A gordura, é menos vascularizada que os órgãos e o músculo, logo tem uma menor
contribuição na distribuição do M.C. pelo sangue. Cria-se aqui uma problemática: deve o
volume de meio de contraste ser calculado proporcionalmente ao peso total?
Redução de volume de contraste

• Débito cardíaco
Quando o débito cardíaco diminui, a circulação do meio de contraste diminui.
O bolus de meio de contraste chega mais devagar e apaga-se lentamente,
resultando num atraso nas fases (arterial, portal, venosa).

Assim, quando o tempo é crítico, os tempos de espera


devem ser otimizados a cada órgão, utilizando, por
exemplo, técnicas de detecção automática de meio de
contraste, como o bolus tracking.
Redução de volume de contraste
• Injeção de solução salina
A injeção de solução salina ajuda na otimização do realce e na redução de quantidade de M.C.
Como é administrada seguidamente ao meio de contraste, impulsiona o bolus de M.C. na
corrente sanguínea, fazendo com que este se concentre na circulação central ao invés de
permanecer na circulação periférica.

Esta administração de solução


salina melhora a geometria do
bolus devido à diminuição de
dispersão intravascular do
mesmo, aumenta a eficiência
do meio de contraste e melhora
o realce dos tecidos.
Introdução para redução de volume de contraste
Existem 2 aplicações diferentes dos Meios de Contraste

Parênquima:
Tempo de injeção não é tão importante
• Abdômen Adaptar dose de iodo + peso corporal

Estudo dos Vasos:

• TC cardíaca Alta quantidade de iodo em um curto


período de tempo definido
• Aorta
• Artérias em geral
Introdução para redução de volume de contraste

Não é possível fazer a redução de volume de meio de contraste em todos os exames

Crânio Angiografia Coração Abdomen

Normalmente Depende do tempo de Utilizado na maioria Aqui é possível


se injeta um aquisição (corte) dos das vezes um realizar a redução
valor fixo de exames – então tem volume fixo de de volume
50mL’s que ser analisado caso 80mL’s. A intenção
calculando a taxa
a caso aqui é ganho de
qualidade diagnóstica
de iodo desejada
15seg x 4mL/s = 60mL’s
Protocolo TC de Parênquima
Redução de volume de iodo para TC Parênquima

No caso de uma TC de abdômen, podemos calcular o volume de contraste a ser


injetado pelo:

• Peso

• Adequando a concentração do produto usado tendo por base a dose de iodo


que queremos “entregar” na região de interesse

• Volume fixo de contraste (padronizado por exemplo 100mL’s de contraste


independente do peso do paciente, concentração do contraste e outras
variáveis)

Não recomendado
Redução de volume de iodo para TC Parênquima

TC de Parênquima

A contrastação do fígado é governada pela relação entre a dose de iodo total


(mgI) e o volume total de distribuição (intravascular e espaço intersticial).
Estudos demonstraram que temos que “entregar” uma dose total de iodo de
500 à 600mgI por Kg.

Dose de iodo atual utilizada na maior parte dos


serviços: 360mgI por Kg
Redução de volume de iodo para TC Parênquima

TC de Parênquima
I
600 (dose do iodo) / 300
Concentração (concentração do contraste) Concentração e
300mgI/mL 400mgI/mL
Injetar Injetar mL
2mL/kg 1,5mL/kg
alterados
60kg 60kg nesse slide

Concentração 300mgI/mL Concentração 400mgI/mL


60 x 2 = 60 x 1,5 =
120 mL’s de contraste 90 mL’s de contraste

Possível redução de 25% do volume de contraste


injetado apenas alterando a concentração do mesmo
Redução de volume de iodo para TC Parênquima

TC de Parênquima

Quantidade mgI/Kg / Concentração contraste = x mL/Kg

360 / 300 = 1,2mL/Kg

Peso 360 mgI/Kg


Paciente 300 320 350 370 400
50 Kg 60 mL 56 mL 51 mL 49 mL 45 mL
60 Kg 72 mL 68 mL 62 mL 58 mL 54 mL
70 Kg 84 mL 79 mL 72 mL 68 mL 63 mL
80 Kg 96 mL 90 mL 82 mL 78 mL 72 mL
90 Kg 108 mL 101 mL 93 mL 88 mL 81 mL
100 Kg 120 mL 113 mL 103 mL 97 mL 90 mL
x 1,2 x 1,12 x 1,02 x 0,97 x 0,9
Redução de volume de iodo para TC Parênquima

Mantendo a mesma
quantidade (gramas) iodo

300/400= 0,75 350/400= 0,87 370/400= 0,92

100ml x 0,75= 75mL 100ml x 0,87= 87mL 100ml x 0,92= 92mL

Até Até Até


- 25% - 13% - 08%
Protocolo Angio TC – Estudo de vasos
Redução de volume de iodo para AngioTC

Scan-time (tempo de varredura) determina a quantidade de Meio de Contraste que


devemos usar
Redução de volume de iodo para AngioTC

Angio Tomografia (estudo dos vasos)

O volume de contraste para angiografia será determinado


através do tempo de injeção.

FR: fluxo
Volume = FR x ID ID: duração da injeção

Volume = 4(mL/s) x 13 (seg)


Volume = 52 mL’s
Redução de volume de iodo para AngioTC

Determinando a quantidade de contraste necessária para uma Angio TC


Redução de volume de iodo para AngioTC

Scan-time pode ser visto depois da programação


Redução de volume de iodo para AngioTC

Exemplo – AngioTC Aorta Abdominal (16 canais)


Redução de volume de iodo para AngioTC

Exemplo – AngioTC Aorta Abdominal (64 - 80 canais)


Redução de fluxo de injeção

• Menor taxa de fluxo


Redução de fluxo de injeção pode ser realizado separadamente ou em conjunto
com a redução de volume. Depende do que o médico quer:
- Maior qualidade de imagem: mantenho mesmo fluxo → pico arterial maior
(alta taxa de entrega de iodo)
- Diagnóstico semelhante com contraste de concentração menor: reduzo
fluxo → pico arterial semelhante (mesma taxa de entrega de iodo)

Faço a mesma conta de


proporção

300/400 = 0,75
4,0 (mL/s) x 0,75 = 3,0 mL/s
Redução de fluxo de injeção

7 1.4 1.8 2.1 2.2 2.5 2.6 2.8

Fluxo de injeção (mL/s)


Menor fluxo de injeção: 6 1.2 1.5 1.8 1.9 2.1 2.2 2.4
Maior comodidade para 5 1.0 1.3 1.5 1.6 1.8 1.9 2.0
o paciente 4 0.8 1.0 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6
3 0.6 0.8 0.9 1.0 1.1 1.1 1.2
2 0.4 0.5 0.6 0.6 0.7 0.7 0.8

1 0.2 0.3 0.3 0.3 0.4 0.4 0.4


200 250 300 320 350 370 400
concentração (mgI/ml)

Uma alta taxa de entrega de iodo (IDR-iodine delivery rate) pode


ser obtida aumentando o fluxo de injeção ou usando um meio de
contraste com alta concentração.
Redução de fluxo de injeção

Definindo fluxo de injeção?

Duas importantes variáveis determinam o tempo de curso de uma


contrastação arterial:

➢ IDR: Taxa de entrega de iodo


➢ ID: duração da injeção

Para uma boa contrastação


arterial, a taxa de entrega de 1.2gI/s 1.6gI/s
iodo não pode ser menor que:
Redução de fluxo de injeção

Sabendo disto, como calculamos o fluxo (mL/s)?

FR = IDR IDR: Taxa de entrega de iodo


I: concentração do contraste
(I / 1000) FR: fluxo

FR = 1,6
(400 / 1000)

FR = 4,0 mL/seg

Quanto maior a concentração do contraste, menor o fluxo de injeção.


• Menor risco de extravasamento
• Menor dor durante a injeção
• Punção com calibre menor de agulha
Redução de fluxo de injeção

Sabendo disto, como calculamos o fluxo (mL/s)?

Fique atento para que o IDR nunca fique abaixo de 1.2(gI/s), caso contrário,
teremos um realce prejudicado.
Redução de fluxo de injeção
Paciente 75 Kg
Iopamiron 300 Iopamiron 400

6 segundos de diferença

Reduz fluxo de
injeção em 25%
Conclusão

• É possível realizar redução de volume de iodo desde que seja calculado paciente por
paciente levando em consideração todos os fatores acima mencionados.

• Quando temos um protocolo fixo de injeção, poderá ocorrer a sobredosagem ou a


subdosagem dependendo do paciente.

• Discutir com o médico radiologista responsável para definir qual o melhor protocolo para
sua instituição.
Benefícios da alta concentração – análise de alguns Estudos Científicos
Menor risco de NIC (Nefropatia Induzida por Contraste)
iomeprol (Iomeron) demostrou em TC uma menor taxa de NIC quando comparado com
iodixanol em um estudo comparativo
Benefícios da alta concentração – análise de alguns Estudos Científicos
Meios de contraste iodado de alta concentração

▪ Permite utilização de menor volume (em mL)


▪ Menor fluxo/velocidade de administração
▪ Menor radiação
▪ Menor ou similar risco para IRA-PC (NIC)
A inovação
dos Meios de Contraste iodados
de Alta Concentração

Evelyn E. Queiroz Fernando Poralla


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