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A

Brasil sustentável
Desafios do mercado de energia
A BRASIL SUSTENTÁVEL DESAFIOS DO MERCADO DE ENERGIA

Índice
Apresentação 3

Fator essencial no desenho do futuro 4

Conceitos fundamentais 7

Contexto mundial 10

Oportunidades de negócios 18
Apresentação
Esta é a terceira de uma série de cinco* Assim, este estudo considera tendências
publicações sobre os horizontes da de longo prazo em que os efeitos de crises
economia brasileira para as próximas duas como a atual, desencadeada no mercado
décadas, com atenção especial para os seus imobiliário norte-americano e que ganhou
setores mais estratégicos. Nesse contexto, dimensões mundiais, representam desvios
a energia, tema deste volume, ocupa um passageiros que historicamente são
posto decisivo, seja por sua importância compensados no horizonte de tempo
na viabilização do desenvolvimento considerado.
sustentável, seja pelos efeitos de longo
prazo das escolhas energéticas sobre o Por exemplo, por mais que variações
conjunto das atividades econômicas. abruptas no preço do petróleo dêem
Os temas abordados são os seguintes: uma ideia de grande incerteza com
relação a esse insumo, numa perspectiva
Potencialidades do mercado habitacional; de longo prazo predominam os aspectos
Crescimento econômico e potencial reais da economia, as grandes tendências
de consumo; históricas e os limites de recursos e
Desafios do mercado de energia; tecnológicos. O modelo de cenários
Horizontes da competitividade industrial; deve isolar os efeitos mais imediatos
Perspectivas do Brasil na agroindústria. da conjuntura, sejam eles especulações
quanto à diminuição da produção,
A abordagem leva em conta as que levam a elevações exageradas
potencialidades do Brasil em sua interação de preço, seja a perspectiva de
com o mercado mundial até 2030. Trata-se desaceleração da economia mundial
de um conjunto de dados que abrange por um período, que traz o preço do
um universo de cem países, analisados petróleo rapidamente para baixo.
não apenas em seu aspecto estritamente Ressalte-se que investimentos na área
econômico, mas também em sua dinâmica de energia contemplam um horizonte
demográfi ca, de qualidade de vida e de superior a 30 anos e a própria instalação
recursos humanos e naturais. do capital dura mais de cinco anos.

Este trabalho, um esforço conjunto da A oferta de energia competitiva


Ernst & Young Terco e da Fundação Getulio e sustentável é um requisito para
Vargas, procura também qualificar a o crescimento de qualidade. Trata-se
concepção de desenvolvimento para de um grande desafi o, tanto para
o Brasil nas próximas décadas. Mais o setor público quanto para o privado.
importante do que questionar se o País As condições para a sinergia públicoprivada
crescerá muito ou pouco é indagar se estão dadas, e esta publicação
* Esta publicação foi produzida crescerá bem, ou seja, explorando ao tem o objetivo de trazer elementos
em 2008. Desde então,
a série Brasil Sustentável conta
máximo suas possibilidades, mas de valiosos tanto para o debate da questão
com seis publicações. A última forma sustentável. como para o planejamento das instituições
delas, intitulada Brasil Sustentável - e empresas envolvidas na busca das
Impactos Socioeconômicos
Uma avaliação desse tipo deve melhores soluções para suprir a
da Copa do Mundo 2014,
foi lançada em 2010. transcender os limites da conjuntura. demanda por energia.
4 BRASIL SUSTENTÁVEL DESAFIOS DO MERCADO DE ENERGIA

Fator essencial no
desenho do futuro

Papel condicionante portanto, sua competitividade.


Em suma, as decisões relativas à
energéticos no plano internacional.
Tal perspectiva é decorrente também
matriz energética são cruciais para do cenário de referência projetado
Energia é um insumo fundamental o conjunto da economia em um para o crescimento econômico
para o funcionamento da sociedade. horizonte de décadas. mundial, detalhado na segunda
Analisar o desempenho do setor é, publicação desta série, em que se
portanto, crucial para visualizar as O mundo passa hoje por um pressupõe a consolidação dos fluxos
oportunidades e os obstáculos que momento de rearranjo das fontes internacionais de bens e serviços em
se apresentarão ao conjunto das energéticas em razão da alta um nível elevado, numa trajetória
atividades econômicas nas próximas persistente dos preços do petróleo. rumo à sustentabilidade.
décadas. Trata-se, sem dúvida, de um Nada indica que essa tendência venha
mercado repleto de oportunidades, a se modificar nos próximos anos.
mas para identificá-las e, sobretudo, A demanda crescente por energia,
Brasil, um grande
interpretá-las de modo correto exige-
se uma análise abrangente, em escala
que se reflete na elevação de preços, consumidor
impulsiona o desenvolvimento de
global, como se propõe neste estudo. alternativas. Desse modo, há espaço O modelo estatístico desenvolvido para
para fontes como areias asfálticas este estudo estima um crescimento da
A escolha de uma determinada e biocombustíveis. demanda mundial de energia da ordem
alternativa energética envolve de 2,6% ao ano, tomando como base
pesados investimentos, e Outro fator determinante é o o cenário de referência. Os países
seus efeitos sobre os padrões aumento da pressão por recursos que mais demandarão o insumo são
de produção e de uso ficam ambientalmente corretos, o que os que terão as maiores taxas de
consolidados por muito tempo, significa uma alteração na estrutura crescimento econômico, como a
condicionando o modelo produtivo de custos da produção de energia. China, com um aumento de consumo
dos países. Os investimentos em Essa demanda por fontes limpas – e de 4,9% ao ano, e a Índia, com 3,8%.
hidreletricidade realizados no Brasil infelizmente mais caras – deve se O Brasil será o sétimo maior
entre as décadas de 1960 e 1980, materializar em diferentes gradações consumidor de energia do mundo
por exemplo, propiciaram uma nas economias nacionais, de acordo (hoje ocupa a 11ª☺ posição), com
matriz de energia relativamente com a capacidade de interferência crescimento anual médio de 3,3%.
barata e limpa. No mesmo período, da opinião pública e também das Os componentes da taxa brasileira de
os investimentos em energia nuclear condições de sua implementação. expansão do consumo são:
na França introduziram um sistema
igualmente eficiente, mas com outra Levando em conta todos os fatores petróleo, derivados e gás natural,
configuração de custos e sujeito a mencionados acima, o cenário de com 2,5%;
maiores críticas dos ambientalistas. referência deste estudo considera
É importante notar que tais um mundo no qual a oferta de energia elétrica, com 4,4%; e
escolhas determinam até hoje energia será composta por um
toda a estrutura de consumo e mix de recursos competitivos, carvão e biocombustíveis,
de custos dessas economias e, resultante da ampliação dos fluxos com 3,6%.
A distribuição de energia elétrica passará por A
mudanças significativas, ligadas a novos padrões
habitacionais, com o aumento do número de
moradias e de eletrodomésticos.

Para a elaboração do cenário 3,9% ao ano. Para fazer frente ao Trata-se de um conjunto de
mundial também contribui a análise crescimento econômico de 4% ao informações capitais tanto para
de comportamento de diferentes ano, prevê-se um crescimento anual o planejamento empresarial
agentes. Em outras palavras, a de 5,1% no consumo de energia quanto para o balizamento
geopolítica da energia é fundamental dos setores industrial, comercial das diretrizes governamentais.
para mapear as alternativas que e de serviços. A expansão da No entanto, para a compreensão
serão adotadas e – importante – a economia baseada na recuperação da complexa problemática da
qual preço. Dessa maneira, o Brasil dos investimentos fará também energia, é necessário estabelecer
ganhará destaque não apenas como com que a demanda por produtos um conjunto de conceitos
consumidor, mas como um fornecedor intensivos em energia, como aço e capazes de identificar os principais
de energia – seja de recursos cimento, cresça a taxas de quase fatores condicionantes desse
tradicionais, com a viabilização 5% ao ano, pressionando o consumo mercado. A solidez do referencial
econômica das jazidas petrolíferas da nesses setores. Isso dimensiona os é o alicerce das projeções
Bacia de Santos, seja com a crescente grandes desafios que o setor elétrico apresentadas, como será visto
importância dos biocombustíveis. brasileiro terá de enfrentar. nas páginas seguintes.

Este trabalho mapeou também


as oportunidades de negócio do
setor no País, como se verá mais Consumo de energia e PIB no Brasil
detalhadamente nas próximas páginas. PIB
Por exemplo, o modelo indica um Energia, tep*
crescimento do consumo doméstico 2.500 2.255,7
de combustíveis de 3,3% ao ano.
O crescimento da produção, de 4,2% 445,6
2.000 400
ao ano nos próximos 23 anos, criará
US$ bilhões de 2007

excedentes de gasolina e etanol que


atenderão ao mercado externo. Esse
Milhões de tep

1.500 300
cenário prevê ainda uma acentuada
elevação da participação do etanol
no mix de combustíveis automotivos, 1.000 200
chegando a 45% em 2030.

500 100
A distribuição de energia elétrica,
por sua vez, passará por mudanças
significativas, ligadas a novos padrões
habitacionais. Com o aumento do 1981 a 1986 a 1991 a 1996 a 2001 a 2006 a 2011 a 2016 a 2021 a 2026 a
1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030
número de moradias e também
de eletrodomésticos, o consumo
Fonte: FGV
residencial crescerá a uma taxa de *tep: toneladas equivalentes de petróleo. Inclui o consumo de energia das próprias empresas do setor energético.
6 BRASIL SUSTENTÁVEL DESAFIOS DO MERCADO DE ENERGIA

A energia em 2007 e em 2030 371,8


371,8

2007***
2007***
2030
2030
Milhões de tep*
Milhões de tep*

177,0
177,0
141,4
141,4 138,1
138,1

92,3
92,3
80,4
80,4 62,5
62,5
34,1
34,1
Petróleo
Petróleo e
e derivados
derivados e
e gás
gás natural
natural Energia
Energia elétrica
elétrica Carvão
Carvão e
e biocombustíveis
biocombustíveis Consumo
Consumo final
final energético**
energético**
(%) ao ano
(%) ao ano
2,5%
2,5% 4,4%
4,4% 3,6%
3,6% 3,3%
3,3%
Fonte: FGV
(*) tep: toneladas equivalentes de petróleo. (**) Exclui o consumo do setor energético. (***) Estimativa.

Os maiores consumidores* de energia em 2007 e em 2030

2007** 2030
1º Estados
Estados Unidos
Unidos 2.388,2 1º China
China 5.347,9
1º 2.388,2 1º 5.347,9
2º China
China 1.760,8 2º Estados
Estados Unidos
Unidos 3.462,7
2º 1.760,8 2º 3.462,7
3º Rússia
Rússia 743,2 3º Rússia
Rússia 1.007,5
3º 743,2 3º 1.007,5
4º Japão
Japão 523,4 4º Índia
Índia 1.004,1
4º 523,4 4º 1.004,1
5º Índia
Índia 427,2 5º Japão
Japão 585,6
5º 427,2 5º 585,6
6º Canadá
Canadá 340,3 6º Canadá
Canadá 495,7
6º 340,3 6º 495,7
7º Alemanha
Alemanha 339,7 7º Brasil
Brasil 468,7
7º 339,7 7º 468,7
8º França
França 266,3 8º Alemanha
Alemanha 386,4
8º 266,3 8º 386,4
9º Grã-Bretanha
Grã-Bretanha 235,4 9º França
França 346,7
9º 235,4 9º 346,7
10º Coreia
Coreia do
do Sul
Sul 224,0 10º Coreia
Coreia do
do Sul
Sul 341,2
10º 224,0 10º 341,2
11º Brasil
Brasil 223,2 11º México
México 338,6
11º 223,2 11º 338,6
12º Itália
Itália 187,5 12º Grã-Bretanha
Grã-Bretanha 312,8
12º 187,5 12º 312,8
13º Irã
Irã 179,9 13º Irã
Irã 277,7
13º 179,9 13º 277,7
14º México
México 168,4 14º Indonésia
Indonésia 257,6
14º 168,4 14º 257,6
15º Espanha
Espanha 157,4 15º África
África do
do Sul
Sul 255,4
15º 157,4 15º 255,4
16º Indonésia
Indonésia 131,4 16º Itália
Itália 226,3
16º 131,4 16º 226,3
17º Austrália
Austrália 130,2 17º Espanha
Espanha 211,9
17º 130,2 17º 211,9
18º África
África do
do Sul
Sul 123,2 18º Austrália
Austrália 210,3
18º 123,2 18º 210,3
19º Holanda
Holanda 100,0 19º Turquia
Turquia 187,7
19º 100,0 19º 187,7
20º Turquia
Turquia 91,0 20º Tailândia 174,7
20º 91,0 20º Tailândia 174,7
Mundo
Mundo 9.974,7 Mundo 18.114,0
9.974,7 Mundo 18.114,0

Fonte: FGV
(*) Oferta primária de energia, em milhões de toneladas equivalentes de petróleo. (**) Estimativa.
7

Conceitos
fundamentais

Muito além da parte das vezes, o fator segurança


delimita as escolhas. A questão
de produção de energia. Essa reação
ambiental estabelece as condições
nomenclatura do gás natural na Europa ilustra o para uma matriz energética limpa,
problema. Hoje, 20% da eletricidade que gradativamente se torna o
Este capítulo traz uma apresentação gerada na União Europeia é padrão nas decisões tomadas
sucinta dos principais conceitos produzida a partir de gás natural pelas economias desenvolvidas.
presentes na discussão sobre os - e essa proporção deverá atingir A ampliação da oferta de
rumos dos mercados de energia. 27% em 2030. Com o declínio biocombustíveis e a utilização
Os fatores que condicionam a da produção do Mar do Norte, os de energia nuclear para suprir
formação da matriz energética e países-membros da União Europeia a demanda de eletricidade
as condições de oferta do insumo vêem com grande apreensão o atendem a esse critério, incluindo
combinam-se de forma complexa, crescimento de suas importações segurança energética e utilização
mas são orientados por grupos por gasodutos da Rússia, que de alternativas com baixo
de interesse bastante defi nidos. respondem por 40% de suas conteúdo de carbono.
Assim, o conhecimento dos importações de gás natural e 23%
principais temas em discussão de seu consumo diário. Para diluir
é um requisito para entender as gradualmente essa dependência e Mix competitivo
referências que frequentemente estabelecer condições de autonomia
condicionam as estratégias na negociação de novos contratos, Um recurso energético é
adotadas, tanto no âmbito regional a União Europeia está ampliando a competitivo quando seu preço
quanto no global. Como já foi dito importação de gás natural liquefeito, resulta da concorrência entre várias
no capítulo anterior, ações pautadas que pode ser fornecido por vários áreas de produção que apresentam
pela sustentabilidade vêm se países com unidades de liquefação, condições produtivas especiais, com
fi rmando na maior parte como os do norte da África e do diferenças de qualidade, custo e
dos mercados energéticos do Oriente Médio. localização. Isso pressupõe ausência
mundo. Para qualificar essa de intervenção dos governos de
tendência, no entanto, faz-se O segundo grande ponto países consumidores e diminuição
necessário conhecer os dois determinante da sustentabilidade da ação coordenada de países
grandes fatores que a condicionam. é representado pelas forças de produtores. A sustentabilidade
reação à agressão ambiental ou das escolhas energéticas requer
O primeiro deles é a segurança contra a mudança climática. que não haja dependência em
energética, relacionada a uma Esse fator, materializado relação a uma fonte específica, mas
conjunção de oferta e fornecimento marcadamente pela ação de diluição dos riscos de fornecimento
confi áveis. Todo planejamento ONGs e de entidades internacionais, mediante a diversificação dos
para o setor é pautado por é uma realidade em grande parte insumos energéticos. Em outras
esse conceito, que envolve a dos planejamentos governamentais palavras, deve estar fundamentada
diversidade tanto de fontes como e implica a redução das emissões de em um planejamento energético
de fornecedores, além da autonomia gases de efeito estufa, bem como a a partir de um mix competitivo de
no acesso aos recursos. Na maior implantação de sistemas efi cientes fontes e de fornecedores.
8 BRASIL SUSTENTÁVEL DESAFIOS DO MERCADO DE ENERGIA

A criação do Programa Nacional do


Álcool (Proálcool) pelo governo
Autonomia petróleo pesado) e diversidade de
origem para diluir a concentração
brasileiro em meados da década de (o poder de mercado e de controle
Até um passado recente, as
1970 representou uma iniciativa político) dos países produtores
questões relacionadas à segurança
pioneira no sentido da segurança de combustíveis. O aumento
energética tinham como principal
energética, em face da perspectiva na quantidade de alternativas
preocupação a auto-suficiência
de crise de fornecimento de energéticas resultará na formação
de recursos no âmbito nacional.
petróleo. Já a ameaça de apagão de um mix competitivo, com a
Trata-se de um conceito
em 2001 evidenciou a necessidade diluição dos riscos geopolíticos.
disseminado a partir da década
de diversificar as fontes de energia
de 1950, em grande medida
elétrica no País. Atualmente, em
contraposição à rigidez do comércio
inspirado nas políticas de Renegociação global
industrialização por substituição
do gás natural transportado por
de importações. É importante
gasoduto – como ilustram as Com o aumento persistente
notar que a auto-suficiência
relações entre a Bolívia e o Brasil –, dos preços do petróleo, os países
não significa necessariamente
o gás natural liquefeito se exportadores estão ampliando
segurança de fornecimento do
apresenta como uma solução que sua receita em US$ 700 bilhões
insumo. Se a produção doméstica
atende ao requisito de segurança, a US$ 900 bilhões por ano.
é toda centralizada, podem ocorrer
pois possui flexibilidade de origem, Ao mesmo tempo, as petrolíferas
eventos – de baixa probabilidade,
destino e volume. internacionais enfrentam aumento
mas grande impacto – que
nos custos de exploração e redução
resultem em colapso temporário
de suas margens, o que dificulta
no abastecimento.
a ampliação de reservas e a
realização de investimentos em
Autonomia é o conceito consagrado
desenvolvimento das jazidas. As
atualmente. Mais amplo do que
empresas estatais de petróleo
auto-suficiência, pressupõe
(mesmo com o apoio político de
flexibilidade, margem de manobra
seus governos para facilitar as
e de negociação, maximizando,
ações de exploração e produção)
em benefício dos consumidores,
encontram limites para a
as condições diferenciais da
materialização dos investimentos.
produção e da gestão das fontes
Com isso, haverá até 2030 uma
de energia. Com essa ampliação
redefinição nas relações entre
do leque de oferta e, portanto, da
países produtores, empresas
concorrência entre produtores e
privadas e países consumidores
comercializadores de energia, as
com a negociação de novos
condições de segurança energética
acordos de acesso aos recursos
melhoram substancialmente.
e à renda decorrente de sua
venda. Empresas estatais dos
Matriz sustentável países produtores devem ampliar
sua participação na estrutura de
Diversidade é a questão-chave distribuição de petróleo e gás
para o desenvolvimento da oferta natural dos países consumidores.
de energia rumo a 2030: A renegociação global que se
diversidade de recursos delineia para os próximos anos
energéticos (fontes renováveis, condicionará em grande medida as
biocombustíveis, energia nuclear, condições de oferta dos principais
areias asfálticas, xisto betuminoso, recursos energéticos.
9

Grandes tendências de sustentabilidade

Para o A situação Mudanças na rota


MUNDO em 2008 até 2030
Diversificação de • Vários países têm elevado grau de • Desenvolvimento de
fornecedores dependência externa no suprimento de fornecedores alternativos
energia. Há uma alta concentração das em um contexto de acordos
compras de um único país produtor. internacionais mais amplos.

Reação • Elevada participação de combustíveis • Busca pela ampliação de


ambientalista fósseis na matriz energética mundial, combustíveis renováveis, com
com impactos ambientais severos. reduzidos níveis de emissão de CO2.2.

Preço do • O preço do petróleo chegou em • Redução para um nível


petróleo 2008 ao maior nível histórico, intermediário, mas suficiente
pressionando custos e afetando o para viabilizar alternativas que
crescimento econômico mundial. ampliem a oferta global.

Para o A situação Mudanças na rota


BRASIL em 2008 até 2030
Biocombustíveis • A proteção comercial no mercado • Acordos bilaterais de redução
de etanol limita as oportunidades das tarifas de importação que
do Brasil na União Européia e nos permitam a ampliação da compra
Estados Unidos. da produção brasileira.

Sustentabilidade • O petróleo e seus derivados ampliaram • Esforços para ampliar as fontes


ambiental sua participação na matriz energética renováveis na matriz energética, que
do País nos últimos 15 anos. também trarão benefícios em termos
de competitividade internacional.

Autonomia • Há uma excessiva dependência da • Ampliação mais acentuada da


hidreletricidade (regime pluviométrico) geração térmica na produção de
e do gás natural da Bolívia. eletricidade e desenvolvimento da
importação de gás natural liquefeito.
10 BRASIL SUSTENTÁVEL DESAFIOS DO MERCADO DE ENERGIA

Contexto mundial

Geopolítica mercado mundial de energia serão


inevitavelmente ditadas pelos
orientados para Europa, Japão
e Estados Unidos. Prevê-se que
energética seguintes países e regiões: os países da região mantenham
a capacidade produtiva em um
Nas próximas duas décadas, Oriente Médio – A região ganhará nível mínimo para preservar o
o grande desafio será atender relevância nas próximas décadas, novo patamar de preços dos
ao substancial crescimento da pois concentra 56% das reservas hidrocarbonetos.
demanda energética diante mundiais de petróleo e manterá
da disponibilidade limitada de liderança na produção e nas Estados Unidos – Principal
recursos. Estima-se que serão exportações, com fluxos de consumidor de energia da
necessários investimentos petróleo e de gás natural atualidade, o país é também o
superiores a US$ 20 trilhões,
até 2030, para acompanhar o
consumo mundial. Os recursos
para o atendimento dessa demanda
serão provenientes não apenas
do desenvolvimento das reservas A dependência externa dos Estados Unidos na oferta
existentes de hidrocarbonetos
(petróleo e gás natural), mas
de petróleo
também da introdução de
alternativas que se tornarão Importações
economicamente viáveis em razão Milhões de barris/dia Produção doméstica
12
do alto patamar dos preços do
petróleo. O arranjo global para 10,0
10
levar a cabo essa tarefa será
condicionado por fatores regionais,
pelo nível de desenvolvimento 8
dos países e pelas condições
tecnológicas e de viabilidade de 6 5,1
mercado das principais fontes
energéticas, como será visto ao 4
longo deste capítulo.

2
Um primeiro requisito para
o desenho do cenário está
relacionado ao comportamento
1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005
das principais regiões produtoras
e consumidoras do planeta.
As mais fortes tendências do Fonte: Energy Information Administration.
A
A China será o maior consumidor mundial de energia
a partir de 2010 e a Rússia manterá sua condição
de grande player mundial, com o desenvolvimento
de campos de petróleo e gás natural.

maior comprador de petróleo: nos transportes deve reduzir as


importa 67% de sua demanda, importações de petróleo e melhorar
sendo 40% de países da Organização a segurança energética.
dos Países Exportadores de Petróleo
(Opep). Com a implantação de Rússia – Manterá sua condição
medidas de eficiência energética de grande player mundial, com
e a introdução gradual do etanol o desenvolvimento de campos
como combustível, os Estados de petróleo e gás natural. Haverá
Unidos passarão à segunda posição crescimento das exportações
mundial no consumo de energia ao longo do período para a
em 2030, mas serão cada vez mais União Europeia e também para
dependentes das importações outras regiões.
de petróleo e de gás natural do
Oriente Médio. Brasil – A demanda energética
crescerá 3,3% ao ano no País.
China – Será o maior consumidor Acima, portanto, da média
mundial de energia a partir de mundial, com uma necessidade
2010 e o principal emissor de de investimentos estimada em
gás carbônico a partir de 2015. US$ 750 bilhões até 2030. Nesse
Com a terceira maior reserva de cenário, 3,8% dos investimentos
carvão (96 bilhões de toneladas), mundiais em energia serão
a China deve utilizar essa fonte realizados no Brasil, com destaque
energética intensamente para a para a ampliação da oferta de
geração de eletricidade. Haverá petróleo, gás natural e geração
pressão crescente da comunidade elétrica. O País será o sétimo maior
internacional para que o país consumidor mundial de energia
reduza os níveis de emissão de em 2030, podendo se tornar,
gás carbônico. simultaneamente, fornecedor de
petróleo e gás natural. O modelo
União Europeia – Recursos em brasileiro deve seguir uma rota que
petróleo e gás natural do Mar garanta a segurança energética,
do Norte entrarão em declínio com possibilidade de participar
nas próximas duas décadas. do mercado internacional de
A dependência crescente da Rússia gás natural como fornecedor
nas importações de gás natural de GNL e viabilizar, por meio de
estimulará fluxos de gás natural suas exportações, o mercado
liquefeito (GNL) de outros países internacional de etanol. Haverá
para a União Europeia. O aumento restrições ambientais à expansão
no consumo de biocombustíveis da oferta de hidreletricidade.
12 BRASIL SUSTENTÁVEL DESAFIOS DO MERCADO DE ENERGIA

Eficiência e O aumento do consumo de energia no mundo


desenvolvimento
2007
Os países que já completaram seu 2030
Milhões de tep*
processo de industrialização passam 6.000
a um novo estágio, com tendência 5.347,9

à redução em seu consumo de 5.000


energia pela introdução de padrões
de uso mais efi cientes. No percurso
4.000
até 2030, esse processo deve se 3.462,7
acentuar nos países desenvolvidos
3.000
(União Europeia, Estados Unidos e
2.388,2
Japão) e sofrer pequena evolução
nos países em desenvolvimento. 2.000 1.760,8

1.007,5 1.004,1
O aumento da demanda mundial 1.000 743,2
de energia à taxa de 2,6% ao 427,2 468,7
338,6
223,2 168,4
ano, conjugado ao crescimento
econômico anual de 3,5%, projeta China Estados Rússia Índia Brasil México
ganhos de efi ciência energética Unidos
de 0,9 ponto percentual ao ano
Fonte: FGV
no período de 2007 a 2030. No (*) tep: toneladas equivalentes de petróleo.
cenário de referência, o crescimento
da demanda de energia nos países
desenvolvidos será de 1,4% ao
ano no período, atingindo 14,5
bilhões de toneladas equivalentes
de petróleo em 2030 (40% do total de efeito estufa. Resoluções terão uma expansão maior da
mundial), uma expansão menor governamentais asseguram demanda de energia, da ordem
que a da economia desses países o uso de biocombustíveis em de 3,7% ao ano. Em 2030, esse
(de 2% ao ano). É importante notar proporções crescentes de mistura conjunto de nações responderá
que os ganhos anuais de eficiência com derivados de petróleo, que por 60% do consumo mundial,
energética serão menores nos representarão 20% do consumo contra os atuais 47%.
países desenvolvidos – de 0,6 contra da União Europeia em 2020.
0,9 ponto percentual na média Nos Estados Unidos, uma nova lei No que se refere ao consumo
mundial –, mas sua contribuição introduziu medidas para ampliar de energia elétrica, haverá
para a economia global de energia a produção de etanol para 136 forte crescimento, com taxas
será maior, dada a elevada bilhões de litros em 2022. Hoje, de 4,1% ao ano. Nos países em
participação no consumo total. são produzidos 25 bilhões de litros. desenvolvimento, o crescimento
será maior (5,9%), em grande
Além de refl etirem o encarecimento
da energia no cenário mundial,
Ambiente e parte pelo incremento do uso
da eletricidade na China e
os esforços para obter ganhos subdesenvolvimento na Índia. A despeito de a maior
de efi ciência buscam atender a parte (76%) da demanda
medidas políticas tomadas para No cenário de referência, os países adicional das economias em
reduzir as emissões de gases em processo de industrialização desenvolvimento ser originada
13

nesses dois países, um grande Em 2030, a China terá o mais e localizadas em rotas de
contingente de mercados em elevado nível de emissão de gás exportação seguras.
desenvolvimento na Ásia e na carbônico do mundo, causando
América do Sul ingressará nesse grave problema ambiental, Os recursos de gás natural também
novo padrão de consumo. o que exigirá correção de rumo, são concentrados, com 56% das
em especial no que se refere à reservas mundiais situadas na
O conjunto das economias em produção de energia elétrica. Rússia, no Irã e no Catar. Com a
desenvolvimento, cujo PIB Embora alternativas venham sendo ampliação de seu comércio na
crescerá à taxa média anual de discutidas com o governo chinês por forma de gás natural liquefeito,
4,8%, terá ganhos mais intensos organismos multilaterais, o uso do deverá ser estabelecido um preço
(1,1% ao ano) de eficiência carvão continua intenso e não há internacional sensível às variações
energética por dois motivos: indicação de que será atenuado em do preço do petróleo. Nesse caso,
(a) o parque energético menos médio prazo. O controle e a redução há também boas perspectivas de
sofi sticado na atualidade, que das emissões de gás carbônico valorização do gás natural brasileiro
exigirá menores investimentos contrapõem-se à crescente demanda durante a próxima década. O GNL
para sua modernização; (b) o por energia barata, um fator de brasileiro limitará o poder de
uso de fontes de baixo custo competitividade das exportações. negociação da Bolívia, que hoje se
e efi cientes do ponto de vista benefi cia de um mercado cativo,
energético, mas com níveis de
emissões maiores.
Fontes e encontrará mercados em países
como a Argentina e o Chile.
convencionais
Pressionados pelos preços
da energia, os países em
Novo petróleo
Com o crescimento da demanda
desenvolvimento tenderão a mundial por energia, a competição A ação da Opep para manter um
utilizar os recursos mais baratos, por recursos se tornará acirrada, diferencial mínimo entre a produção
com aumento dos impactos elevando os preços das fontes efetiva e a capacidade de produção
ambientais. A China e a Índia, por existentes e abrindo novas fronteiras será decisiva para garantir elevado
razões de custo e de acesso, terão – tanto geográfi cas quanto nível de receita com a venda do
um crescimento da demanda de tecnológicas – de fornecimento. petróleo. Assim, o alto preço do
energia – de 4,9% e 3,8% ao ano, Todas as fontes são candidatas a produto levará à exploração e ao
respectivamente – a maior parte um espaço na matriz energética de desenvolvimento de recursos em
em consumo de carvão, ampliando transição ao futuro, desde que sejam novas áreas, em condições de
as emissões globais de gases de competitivas e tenham seu acesso produção mais custosas, bem como
efeito estufa. Combustível para garantido para o consumidor. ao desenvolvimento de recursos
isso não falta: 23% das reservas petrolíferos não convencionais,
mundiais de carvão são chinesas A maior parte do petróleo como o xisto e as areias asfálticas.
e 10%, indianas. O carvão será convencional está localizada no Uma cotação do petróleo a US$ 40,
utilizado na geração de energia Oriente Médio (56% das em dólares de 2005, torna atrativo o
elétrica e na indústria, por ser um reservas mundiais) e deverá investimento em fontes alternativas
recurso doméstico e abundante, seguir as restrições de produção no período 2008-2030 – no cenário
com vantagens econômicas para da Opep. Isso abre boas de referência deste estudo, o preço
seu consumo local. perspectivas comerciais para internacional do petróleo se manterá
essa fonte de energia em novas em um patamar de US$ 60 por barril
Mesmo com a pressão áreas, com reservas em fase de nas próximas décadas.
internacional, será difícil dimensionamento – como é o
“descarbonizar” o consumo de caso do Brasil –, particularmente Os recursos de petróleo não
energia desses dois países. se independentes da Opep convencionais são estimados
14 BRASIL SUSTENTÁVEL DESAFIOS DO MERCADO DE ENERGIA

em 4,4 trilhões de barris, dos impacto ambiental. As emissões do ponto de vista ambiental,
quais 38% em areias asfálticas de gás carbônico da gasolina mas também de segurança
(Canadá), 34% em xisto produzida a partir de petróleo do fornecimento. A disputa
betuminoso (Estados Unidos) não convencional são 30% mais por petróleo e derivados
e 27% em petróleo pesado elevadas do que as da gasolina para responder à demanda
(Venezuela). Os investimentos extraída no processo de refino crescente de energia faz com
para produção de petróleo não do petróleo convencional. que a substituição parcial da
convencional, da ordem de gasolina se torne um elemento
bilhões de dólares, requerem As maiores reservas de xisto crítico na gestão dos sistemas
um quadro regulatório estável betuminoso estão localizadas energéticos.
e, no cenário projetado, devem nos Estados Unidos (1,5 trilhão
ocorrer principalmente no Canadá de barris). A transformação O mercado internacional dos
e nos Estados Unidos, e menos do xisto em combustível biocombustíveis deverá se
na Venezuela. Além disso, na sintético custa cerca de desenvolver nos próximos
África do Sul, o carvão vem sendo US$ 30 por barril, mas não anos em razão das condições
convertido em gasolina e óleo deve se tornar uma fonte geopolíticas e econômicas.
diesel a um custo competitivo. relevante em curto prazo, Com a redução do consumo
em razão de seu signifi cativo de derivados de petróleo,
No Canadá, por exemplo, impacto ambiental. Após 2020, substituídos por fontes
projeções de viabilidade espera-se que haja condições energéticas situadas em
econômica das reservas mostram para implantação de sistemas países que não representam
que, com um preço do petróleo de Captura e Estocagem de CO² risco, ocorrerá diversifi cação
em torno de US$ 40, haveria uma (CCS, na sigla em inglês de dos fl uxos de energia e,
oferta de 6 milhões de barris/dia Carbon Capture and Storage), consequentemente, ampliação
de petróleo de areias asfálticas. com a função de minorar da segurança energética.
Para preços mais elevados do signifi cativamente os danos O mercado internacional de
petróleo, como prevê o cenário das emissões. biocombustíveis será sensível
de referência, a oferta chegaria aos preços do petróleo e deverá
a 37 milhões de barris/dia. A Venezuela tem recursos se expandir com a permanência
estimados em 1,2 trilhão de deste último acima de US$ 40
As reservas comprovadas de barris em petróleo pesado que por barril.
petróleo não convencional no poderiam ser extraídos a um
Canadá são de 174 bilhões de custo menor que o da extração Um dos elementos cruciais
barris, perdendo em magnitude das areias asfálticas do Canadá. da formação da oferta de
apenas para as reservas de Mas esse processo produtivo biocombustíveis é o ritmo
petróleo convencional da não é vantajoso em razão do de entrada da produção
Arábia Saudita (264 bilhões de grande estoque de petróleo do etanol de celulose em
barris). Caso não haja restrições convencional no país.. escala comercial. Avanços
à expansão de capacidade, a tecnológicos que permitam
produção dos projetos existentes a produção competitiva de
deve passar de 1,1 milhão de Biocombustíveis etanol de celulose deverão
barris/dia para 4,4 milhões alterar substancialmente a
de barris/dia em 2015. Cabe A inclusão de etanol e demais situação desse combustível.
salientar, no entanto, que a biocombustíveis na matriz O controle da tecnologia será
produção petrolífera baseada energética é um fator de o aspecto central do processo
em areias asfálticas tem forte extrema importância não só de produção, pois ampliará a
15

disponibilidade de matéria-prima e países. A oferta de capacidades para a expansão da capacidade


o volume de etanol produzido. adicionais de etanol dependerá da instalada. Isso deve ocorrer
articulação de diversos fatores, em economias que já dispõem
No período 2003-2005, o uso como as tecnologias de conversão de geração elétrica de origem
do etanol ganhou extraordinário ao etanol, disponibilidade de nuclear, em países que pretendem
impulso com a Diretiva 2003/30 matéria-prima e a localização das reduzir seu grau de dependência
da União Europeia e com o unidades de produção em relação em relação aos fornecedores
Energy Policy Act, de 2005, aos mercados. de gás natural e naqueles que
dos Estados Unidos, que definiu planejam reduzir a geração a
o padrão de combustíveis carvão – principalmente China,
renováveis. Essas medidas Energia nuclear Índia, Coreia do Sul e Japão.
estabeleceram cronogramas
para a introdução de volumes A sustentabilidade das escolhas
mínimos de consumo de etanol. energéticas exige políticas Carvão
Nos Estados Unidos, o volume consensuais em relação ao
enriquecimento de urânio e Embora seja o principal agente
de biocombustíveis, em sua
à não-proliferação de armas das emissões de gás carbônico,
maior parte etanol, a ser
nucleares. Assim, a energia o carvão continuará sendo
misturado à gasolina deve
nuclear deverá ampliar sua utilizado nos países que dispõem
chegar a 28 bilhões de litros
participação no mix energético de reservas porque não podem
em 2012 e a 136 bilhões de
por atender às políticas de prescindir dos empregos gerados
litros em 2022, de acordo com
mitigação de emissões e por ser na mineração. Adicionalmente,
a nova regulamentação do setor.
menos sensível aos aumentos de os países exportadores desse
Na Europa, os biocombustíveis
preço do petróleo. energético estão disseminados no
deverão substituir, em conteúdo
mundo, o que dá ao carvão uma
energético, 5,7% dos combustíveis
Os acidentes de Three Mile Island condição de fonte relativamente
fósseis até o fi m de 2010.
(em 1979) e Chernobyl (1986) segura, por diluir a dependência
provocaram uma retração na em relação ao petróleo e ao gás
Nessas duas regiões, o etanol
implantação de novas unidades natural, provenientes do Oriente
produzido localmente é subsidiado
de geração de energia elétrica de Médio e da Rússia.
para ser competitivo – os governos
aplicam impostos de importação origem nuclear. A conjugação de
fatores ambientais, econômicos No que se refere à sustentabilidade
para restringir a concorrência ao
e tecnológicos – materializados de longo prazo, a tecnologia
etanol de milho e ao de beterraba,
de CCS terá importância para a
respectivamente. Nos países em uma nova geração de reatores
inserção do carvão como fonte
estudados, os subsídios e os nucleares – tem valorizado essa
energética mais limpa. A CCS pode
impostos de importação serão fonte como uma alternativa
contribuir para reduzir as emissões
gradualmente retirados para viável. Além disso, a energia
de gás carbônico entre 20% e 28%
garantir a redução de custo nuclear oferece segurança na rota
até 2050. A localização de novas
dos biocombustíveis. de acesso ao urânio, disponível
termelétricas a carvão deverá
em países como Canadá, Austrália
levar em conta o potencial para
A capacidade de produção e Brasil, com baixo potencial de
implantação dessa tecnologia.
é fundamental para garantir risco de fornecimento.
participação na expansão da
demanda de etanol. Novos A elevação dos preços do gás
investimentos nessa área vêm natural fará com que muitos
sendo realizados em diversos países prefi ram a energia nuclear
A BRASIL SUSTENTÁVEL DESAFIOS DO MERCADO DE ENERGIA

Mapa-múndi da
ENERGIA
País
Estados Unidos 1,6% 1,2% 2,8%
México 3,1% 2,5% 4,5%

Nafta
1,7%
1,4%
Os 20 maiores consumidores de 2,8% América
petróleo e energia elétrica em 2030 Central
e Caribe
3,0%
Consumo de Consumo de 2,5%
petróleo em energia elétrica
barris/dia em TWh
3,7%
1º Estados Unidos 26.511,8 1º China 13.036,2
2º China 16.163,1 2º Estados Unidos 6.668,1
3º Japão 5.834,6 3º Índia 1.762,5
4º Índia 4.092,3 4º Rússia 1.163,8
5º Rússia 3.764,5 5º Brasil 1.072,8
6º Brasil 3.755,7 6º Japão 1.046,3
7º México 3.616,9 7º Canadá 878,2
8º Coreia do Sul 3.350,3 8º Coreia do Sul 616,7
9º Canadá 3.016,5 9º França 613,0 América
10º Alemanha 2.921,6 10º Alemanha 608,1 do Sul
11º França 2.391,2 11º África do Sul 556,4 3,1%
Grã-Bretanha 2.215,5 México 495,0
2,4%
12º 12º
13º Irã 2.176,2 13º Grã-Bretanha 494,3 Brasil
4,2%
14º
15º
Indonésia
Espanha
2.066,8
2.047,3
14º
15º
Austrália
Itália
411,3
370,1 3,3%
16º Itália 2.045,8 16º Espanha 354,0 2,5%
Tailândia 1.698,1 Turquia 343,1
4,4%
17º 17º
18º Singapura 1.420,6 18º Tailândia 282,2 País
19º Austrália 1.344,5 19º Indonésia 256,7 Argentina 2,6% 2,0% 3,5%
20º Holanda 1.204,9 20º Irã 243,9 Brasil 3,3% 2,5% 4,4%
Chile 3,1% 2,6% 4,2%
Venezuela 3,2% 2,3% 4,4%
Fonte: FGV
A

Mundo
2,6% Crescimento do consumo de energia

1,8% Crescimento do consumo de petróleo

4,1% Crescimento do consumo de energia elétrica

País
Grã-Bretanha 1,2% 1,0% 1,9%
França 1,2% 1,0% 1,8%
Portugal 1,0% 0,9% 1,3%
Espanha 1,3% 1,2% 1,9%
Alemanha 0,6% 0,7% 0,9%
Rússia 1,3% 1,4% 1,9%

Europa
1,3%
1,1% País
Japão 0,5% 0,6% 0,8%
1,8% China 4,9% 3,6% 7,7% Ásia e Oceania
Coreia do Sul
Índia
1,8%
3,8%
1,9%
2,2%
2,7%
5,4% 3,9%
Austrália 2,1% 1,9% 3,1% 2,4%
5,9%

Oriente Médio e
norte da África
2,2%
1,7%
3,2%

O petróleo
O preço do petróleo acima do patamar de US$ 55 por barril
África até 2030 viabilizará fontes alternativas de energia.
Subsaariana 80
3,5% 70
Preço de referência
2,8% para o cenário
US$ constantes (2005)

4,8% 60

50

40

30 Patamar de
20
viabilização
de fontes
10 alternativas
-
1980 85 90 95 00 05 10 15 20 25 2030
Fonte: FGV
18 BRASIL SUSTENTÁVEL DESAFIOS DO MERCADO DE ENERGIA

Oportunidades
de negócios

A demanda rumo as oportunidades nesse mercado.


Em 2030, o consumo energético
O consumo de petróleo, derivados
e gás natural deverá atingir 3,7
a 2030 no País será de 371,8 milhões milhões de barris por dia. O setor
de toneladas equivalentes de de transportes será o principal
PPara sustentar o crescimento petróleo, um crescimento anual consumidor dos derivados de
médio anual do PIB de 4% ao de 3,3%. Essa evolução relaciona-se petróleo, em especial de óleo
ano, conforme prevê o cenário ao crescimento da produção diesel. A ampliação da oferta de
traçado neste estudo, o Brasil tem industrial (tanto para o mercado biocombustíveis deverá diminuir
uma grande tarefa pela frente. doméstico quanto para exportação) o consumo interno de gasolina,
Mas, à magnitude dos desafi os, e à ampliação do nível de o que resultará em um fluxo
correspondem na mesma proporção consumo da população. de exportação deste combustível,

O balanço energético em 2030

Milhões de tep* 2007 2030 (%) ao ano


Consumo final energético**
Petróleo e derivados 80,4 141,4 2,5%
Energia elétrica 34,1 92,3 4,4%
Biocombustíveis e carvão 62,5 138,1 3,6%
Total 177,0 371,8 3,3%

Produção doméstica
Petróleo e derivados 110,8 210,0 2,8%
Energia elétrica 36,9 95,0 4,2%
Biocombustíveis e carvão 86,9 210,0 3,9%
Total 234,6 515,0 3,5%

Excedente
Petróleo e derivados 30,4 68,6 3,6%
Energia elétrica 2,8 2,7 -0,1%
Biocombustíveis e carvão 24,4 71,9 4,8%
Total 57,6 143,2 4,0%

Fonte: FGV
(*) tep: toneladas equivalentes de petróleo.
(**) Exclui o consumo do setor energético.
A
Restrições ambientais devem limitar a expansão
no fornecimento de energia hidrelétrica,
especialmente na Amazônia, onde se situam os
maiores potenciais de recursos hídricos.

em razão de seu preço no mercado de GNL. O volume efetivo dessas conta de um crescimento da oferta
internacional. jazidas determinará a ampliação de 4,2% ao ano. Apenas uma oferta
do mercado doméstico e possíveis residual será obtida a partir de
O consumo de energia elétrica exportações de GNL para os pequenas centrais hidrelétricas e
será de 1.073 TWh, um crescimento Estados Unidos, a Argentina e o de energia eólica.
de 4,4% ao ano de 2007 a 2030. Chile. As importações da Bolívia
devem manter-se no nível atual de No balanço fi nal do setor de energia,
Entre os fatores que explicam essa
30 milhões de m³/dia. haverá um aumento dos excedentes
alta demanda, cabe mencionar a da produção brasileira em relação à
evolução da produção industrial, demanda doméstica, que passarão
Espera-se um crescimento da oferta
a ampliação do setor de serviços de 57,6 milhões de tep, em 2007,
de petróleo, derivados e gás natural
e o acesso dos brasileiros a um para 143,2 milhões de tep, em
de 2,8% ao ano, o que elevará a
patamar mais elevado de uso de produção anual para 4,2 milhões de 2030. Nesse contexto, haverá
eletricidade, consequência de um barris por dia em 2030. O volume uma produção de biocombustíveis
padrão de consumo de bens e acima da expansão da demanda
previsto de investimentos até 2030
serviços mais elevado. (3,9% ao ano contra 3,6% ao ano
é de US$ 350 bilhões no setor de
respectivamente), o que se justifi ca
petróleo e de US$ 90 bilhões no de
Alternativas gás natural.
pelas oportunidades internacionais,
especialmente nos Estados Unidos,
de oferta na Europa e no Japão.
No que diz respeito à energia
O petróleo continuará sendo hidrelétrica, que continuará a
a principal fonte na matriz ser a fonte dominante na oferta Consumidores
de eletricidade, restrições
energética do Brasil em 2030,
ambientais devem limitar sua
industriais
impulsionado principalmente
pelos investimentos em exploração expansão, especialmente na Os setores de transporte e
Amazônia, onde se situam os industrial permanecem como os
e desenvolvimento de novas
maiores potenciais de recursos maiores consumidores de energia,
jazidas a partir de 2015. Entre os
hídricos. Haverá, ao longo do embora com diferenças de uso nos
combustíveis líquidos, a oferta de
período, recurso crescente à países em desenvolvimento e nos
etanol e de biodiesel implicará nova
termeletricidade. A energia nuclear desenvolvidos. Os transportes serão
estratégia para a distribuição de deverá ser mais intensamente mais eficientes nas economias
derivados de petróleo nos mercados utilizada, assim como a biomassa, maduras ao longo do período. Já na
doméstico e internacional. com a queima dos excedentes da indústria, as restrições ambientais
produção de etanol, e o carvão encarecerão a produção nos países
A oferta de gás natural será mineral. Serão necessários desenvolvidos, em comparação com
formada pelo desenvolvimento das investimentos de US$ 310 bilhões, os custos energéticos das nações
novas jazidas e pela importação até 2030, para o setor elétrico dar em desenvolvimento.
20 BRASIL SUSTENTÁVEL DESAFIOS DO MERCADO DE ENERGIA

Com o aumento dos preços de petróleo e gás natural para implementação de medidas
da energia e com as tensões a petroquímica. de economia e racionalização.
geopolíticas resultantes da Estima-se que, no Brasil, os grandes
concentração dos hidrocarbonetos A evolução da oferta de energia no consumidores de energia terão
em regiões com risco de ruptura Brasil até 2030 deverá ser marcada ganhos de eficiência da ordem de
de fornecimento, como o Oriente pelo novo patamar de preços do 0,7% ao ano entre 2007 e 2030,
Médio, as atividades intensivas em petróleo e da eletricidade. Estima- valor próximo ao padrão esperado
energia passarão gradualmente a se que o preço do petróleo fique para a economia norte-americana
se localizar em países com recursos em US$ 59,3 por barril, na média (0,8% ao ano).
energéticos, matérias-primas e do período 2008-2030, um valor
custos de produção competitivos. 117% superior ao preço médio dos
A China e a Índia apresentam últimos 17 anos. Por outro lado, O mercado de
essas características. O Brasil projeta-se também uma elevação de distribuição de
terá energia, mas seu custo não 31,2% no preço da energia elétrica,
será tão competitivo, em particular em razão do aumento dos custos de energia elétrica
o da energia elétrica. No período, investimento e ambientais.
a despeito do risco geopolítico, As empresas distribuidoras de
o Oriente Médio tende a ser A evolução desfavorável dos energia elétrica competirão
atrativo na oferta de derivados preços da energia fomenta a sobre uma base diversificada

Consumo residencial e por aparelhos de uso doméstico, 2007 a 2030


Por faixa de renda*, (%) ao ano
Energia elétrica
Aparelhos domésticos

10% 9,51
8,78

8% 7,20
6,60

6% 5,65
5,07
4,63
4,22
4% 3,52
3,22

1,82 1,99
2%

- 0,15 - 0,18
0%

-2%
até de R$ 1.000 de R$ 2.000 de R$ 4.000 de R$ 8.000 de R$ 16.000 mais de
R$ 1.000 a R$ 2.000 a R$ 4.000 a R$ 8.000 a R$ 16.000 a R$ 32.000 R$ 32.000

Fonte: FGV
(*) A preços de 2007.
21

de recursos para prover a


melhor composição a seus
O consumo das famílias deverá
crescer à taxa de 3,8% ao ano,
O mercado de
clientes. A oferta predominante acompanhando o aumento do combustíveis
ainda será proveniente da número de habitações à taxa de
geração hidrelétrica, acrescida 2,2% ao ano, como apontado na A oferta de combustíveis
da termelétrica a gás natural. primeira publicação desta série. veiculares no Brasil resultará
A bioeletricidade (a partir da Essas projeções indicam a tendência da disponibilidade de gasolina,
biomassa de cana-de-açúcar) de incremento do consumo médio etanol e gás natural veicular
deverá oferecer 10 MW de potência das famílias brasileiras, em razão (GNV) em proporções que
a partir de 2015 e a energia do maior uso de eletrodomésticos, dependerão, basicamente, do
nuclear ampliará sua parcela ao possibilitado pelo avanço da renda volume de etanol a ser exportado.
longo do período. Não haverá mais e pelo acesso facilitado à habitação. Até que se defina o volume de gás
mercado cativo, exceto em áreas O crescimento do consumo será natural a ser oferecido ao mercado
de pouca densidade, e as empresas mais intenso nas classes de renda doméstico a partir das jazidas
distribuidoras (que permanecem mais elevada, muito embora, descobertas na Bacia de Santos,
proprietárias das instalações em termos absolutos, a maior o GNV terá um espaço marginal,
de distribuição) estarão em contribuição (mais de 40%) sujeito à sazonalidade do sistema
concorrência em todos os mercados venha das famílias com renda elétrico, que poderá utilizar essa
por meio de comercializadoras. entre R$ 2 mil e R$ 8 mil. fonte para a geração termelétrica

Consumo de combustíveis e de veículos, 2007 a 2030


Por faixa de renda*, (%) ao ano
Combustíveis
Veículos

12% 11,76

10%
8,29 8,76
8%
6,25 6,63
6%
5,04 5,15
4,29
4% 3,70
3,27
2,04
2% 1,83

- 0,18 - 0,15
0%

-2%
até de R$ 1.000 de R$ 2.000 de R$ 4.000 de R$ 8.000 de R$ 16.000 mais de
R$ 1.000 a R$ 2.000 a R$ 4.000 a R$ 8.000 a R$ 16.000 a R$ 32.000 R$ 32.000

Fonte: FGV
(*) A preços de 2007.
22 BRASIL SUSTENTÁVEL DESAFIOS DO MERCADO DE ENERGIA

caso o regime de chuvas seja desenvolvimento e com a produção


desfavorável na estação úmida. do etanol de celulose.
Isso significa que sua expansão
poderá ser contida e sua As projeções consideram uma
participação, gradualmente reduzida taxa de crescimento de 3,3%
até o fim da próxima década. ao ano para o mercado de
combustíveis veiculares no
A oferta de gasolina deverá ser Brasil no período. Desse total,
ampliada com a expansão da o volume a ser atendido pelo
capacidade de refino no Brasil etanol seria de 45%, em razão do
prevista para 500 mil barris por aumento da frota e dos ganhos
dia. Os novos investimentos, bem de eficiência energética no uso
como a modernização do parque de combustíveis – espera-se
brasileiro de refino, produzirão que a frota brasileira tenha um
gasolina em condições técnicas rendimento de 10,4 quilômetros
que atenderão às exigências do por litro, considerado o mix
mercado internacional. Em razão de combustíveis. Com isso, o
da demanda crescente no mercado crescimento do mercado doméstico
mundial de gasolina com baixo de etanol será superior ao da
teor de enxofre e das restrições de gasolina: 4,3% contra 2,6%,
refino nos países desenvolvidos, respectivamente. Estima-se que
a gasolina brasileira deverá ser as exportações de etanol cheguem
exportada em volumes substanciais, a 17,4 bilhões de litros em 2030,
embora sujeita à concorrência um crescimento de 8,9% ao ano em
resultante da implantação de novas relação às exportações de 2005.
capacidades de refino em outros
países. Estima-se que o volume
de exportações atinja 9,3 bilhões
Para um PIB
de litros em 2030, o que significa ainda maior
um crescimento de 5% ao ano em
relação a 2005. Como foi visto no segundo volume
desta série, aperfeiçoamentos
O grande processo de expansão institucionais e de qualificação
da oferta de etanol, em curso do desenvolvimento humano
no Brasil desde 2005, foi possibilitam um desenvolvimento
determinado pela oportunidade sustentado com níveis mais
de substituição gradual da gasolina elevados de crescimento
nos mercados desenvolvidos. econômico. Nesse denominado
A produção brasileira do etanol cenário com avanços, está implícita
de cana-de-açúcar apresenta uma uma taxa de crescimento médio
vantagem competitiva em relação do PIB de 4,6% ao ano no período
aos demais sistemas de produção 2007-2030. Esse novo patamar
existentes, mas sua participação supõe desafios ainda maiores para
no mercado internacional deverá o setor energético.
concorrer com a entrada em
produção do etanol de cana- Assim, a demanda por energia
de-açúcar em outros países em cresceria à taxa anual de 3,9%, com
23

expansões maiores do consumo A partir de 2020, com o a Bolívia, tornando-se fornecedor


de eletricidade (4,9% ao ano) desenvolvimento das reservas para os países do Cone Sul.
e de petróleo, derivados e gás da Bacia de Santos, o Brasil
natural (3% ao ano). Para manter o passaria a exportar petróleo Ainda nesse cenário com avanços,
balanço entre oferta e demanda por leve e gás natural na forma de um aproveitamento maior do
petróleo, derivados e gás natural, gás natural liquefeito para a potencial da Bacia Amazônica e o
esse cenário considera a existência América do Norte, integrando a crescimento mais rápido da geração
de 5 bilhões de barris de petróleo Bacia do Atlântico ao mercado termonuclear seriam cruciais para
e 500 bilhões de metros cúbicos internacional de gás por uma o atendimento da expansão da
de gás natural na Bacia de Santos, rota segura, pelo Atlântico Sul. demanda de energia elétrica à taxa
exploráveis a custos de produção Ao mesmo tempo, o Brasil de 4,9% ao ano. Sem isso, o ritmo
compatíveis com os preços do redefiniria as relações de de crescimento do PIB de 4,6% ao
mercado internacional. importação de gás natural com ano não seria sustentado.

A energia em dois cenários

2007 a 2030
Indicadores 1990-2007 Cenário de
referência
Cenário com
avanços

Crescimento econômico (%) ao ano 2,8% 4,0% 4,6%

Preço do petróleo em US$/barril* 27,3 59,3 43,8

Consumo final de energia** (%) ao ano 3,1% 3,3% 3,9%

Consumo de petróleo e derivados (%) ao ano 3,3% 2,5% 3,0%

Consumo de energia elétrica (%) ao ano 3,8% 4,4% 4,9%

Consumo de carvão e biocombustíveis (%) ao ano 2,5% 3,6% 4,3%

Fonte: FGV
(*) A preços de 2007.
(**) Exclui o consumo do setor energético.
A Ernst & Young Terco

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*Dado referente a junho/2010

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