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Desafios Do Mercado de Energia
Desafios Do Mercado de Energia
Brasil sustentável
Desafios do mercado de energia
A BRASIL SUSTENTÁVEL DESAFIOS DO MERCADO DE ENERGIA
Índice
Apresentação 3
Conceitos fundamentais 7
Contexto mundial 10
Oportunidades de negócios 18
Apresentação
Esta é a terceira de uma série de cinco* Assim, este estudo considera tendências
publicações sobre os horizontes da de longo prazo em que os efeitos de crises
economia brasileira para as próximas duas como a atual, desencadeada no mercado
décadas, com atenção especial para os seus imobiliário norte-americano e que ganhou
setores mais estratégicos. Nesse contexto, dimensões mundiais, representam desvios
a energia, tema deste volume, ocupa um passageiros que historicamente são
posto decisivo, seja por sua importância compensados no horizonte de tempo
na viabilização do desenvolvimento considerado.
sustentável, seja pelos efeitos de longo
prazo das escolhas energéticas sobre o Por exemplo, por mais que variações
conjunto das atividades econômicas. abruptas no preço do petróleo dêem
Os temas abordados são os seguintes: uma ideia de grande incerteza com
relação a esse insumo, numa perspectiva
Potencialidades do mercado habitacional; de longo prazo predominam os aspectos
Crescimento econômico e potencial reais da economia, as grandes tendências
de consumo; históricas e os limites de recursos e
Desafios do mercado de energia; tecnológicos. O modelo de cenários
Horizontes da competitividade industrial; deve isolar os efeitos mais imediatos
Perspectivas do Brasil na agroindústria. da conjuntura, sejam eles especulações
quanto à diminuição da produção,
A abordagem leva em conta as que levam a elevações exageradas
potencialidades do Brasil em sua interação de preço, seja a perspectiva de
com o mercado mundial até 2030. Trata-se desaceleração da economia mundial
de um conjunto de dados que abrange por um período, que traz o preço do
um universo de cem países, analisados petróleo rapidamente para baixo.
não apenas em seu aspecto estritamente Ressalte-se que investimentos na área
econômico, mas também em sua dinâmica de energia contemplam um horizonte
demográfi ca, de qualidade de vida e de superior a 30 anos e a própria instalação
recursos humanos e naturais. do capital dura mais de cinco anos.
Fator essencial no
desenho do futuro
Para a elaboração do cenário 3,9% ao ano. Para fazer frente ao Trata-se de um conjunto de
mundial também contribui a análise crescimento econômico de 4% ao informações capitais tanto para
de comportamento de diferentes ano, prevê-se um crescimento anual o planejamento empresarial
agentes. Em outras palavras, a de 5,1% no consumo de energia quanto para o balizamento
geopolítica da energia é fundamental dos setores industrial, comercial das diretrizes governamentais.
para mapear as alternativas que e de serviços. A expansão da No entanto, para a compreensão
serão adotadas e – importante – a economia baseada na recuperação da complexa problemática da
qual preço. Dessa maneira, o Brasil dos investimentos fará também energia, é necessário estabelecer
ganhará destaque não apenas como com que a demanda por produtos um conjunto de conceitos
consumidor, mas como um fornecedor intensivos em energia, como aço e capazes de identificar os principais
de energia – seja de recursos cimento, cresça a taxas de quase fatores condicionantes desse
tradicionais, com a viabilização 5% ao ano, pressionando o consumo mercado. A solidez do referencial
econômica das jazidas petrolíferas da nesses setores. Isso dimensiona os é o alicerce das projeções
Bacia de Santos, seja com a crescente grandes desafios que o setor elétrico apresentadas, como será visto
importância dos biocombustíveis. brasileiro terá de enfrentar. nas páginas seguintes.
1.500 300
cenário prevê ainda uma acentuada
elevação da participação do etanol
no mix de combustíveis automotivos, 1.000 200
chegando a 45% em 2030.
500 100
A distribuição de energia elétrica,
por sua vez, passará por mudanças
significativas, ligadas a novos padrões
habitacionais. Com o aumento do 1981 a 1986 a 1991 a 1996 a 2001 a 2006 a 2011 a 2016 a 2021 a 2026 a
1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030
número de moradias e também
de eletrodomésticos, o consumo
Fonte: FGV
residencial crescerá a uma taxa de *tep: toneladas equivalentes de petróleo. Inclui o consumo de energia das próprias empresas do setor energético.
6 BRASIL SUSTENTÁVEL DESAFIOS DO MERCADO DE ENERGIA
2007***
2007***
2030
2030
Milhões de tep*
Milhões de tep*
177,0
177,0
141,4
141,4 138,1
138,1
92,3
92,3
80,4
80,4 62,5
62,5
34,1
34,1
Petróleo
Petróleo e
e derivados
derivados e
e gás
gás natural
natural Energia
Energia elétrica
elétrica Carvão
Carvão e
e biocombustíveis
biocombustíveis Consumo
Consumo final
final energético**
energético**
(%) ao ano
(%) ao ano
2,5%
2,5% 4,4%
4,4% 3,6%
3,6% 3,3%
3,3%
Fonte: FGV
(*) tep: toneladas equivalentes de petróleo. (**) Exclui o consumo do setor energético. (***) Estimativa.
2007** 2030
1º Estados
Estados Unidos
Unidos 2.388,2 1º China
China 5.347,9
1º 2.388,2 1º 5.347,9
2º China
China 1.760,8 2º Estados
Estados Unidos
Unidos 3.462,7
2º 1.760,8 2º 3.462,7
3º Rússia
Rússia 743,2 3º Rússia
Rússia 1.007,5
3º 743,2 3º 1.007,5
4º Japão
Japão 523,4 4º Índia
Índia 1.004,1
4º 523,4 4º 1.004,1
5º Índia
Índia 427,2 5º Japão
Japão 585,6
5º 427,2 5º 585,6
6º Canadá
Canadá 340,3 6º Canadá
Canadá 495,7
6º 340,3 6º 495,7
7º Alemanha
Alemanha 339,7 7º Brasil
Brasil 468,7
7º 339,7 7º 468,7
8º França
França 266,3 8º Alemanha
Alemanha 386,4
8º 266,3 8º 386,4
9º Grã-Bretanha
Grã-Bretanha 235,4 9º França
França 346,7
9º 235,4 9º 346,7
10º Coreia
Coreia do
do Sul
Sul 224,0 10º Coreia
Coreia do
do Sul
Sul 341,2
10º 224,0 10º 341,2
11º Brasil
Brasil 223,2 11º México
México 338,6
11º 223,2 11º 338,6
12º Itália
Itália 187,5 12º Grã-Bretanha
Grã-Bretanha 312,8
12º 187,5 12º 312,8
13º Irã
Irã 179,9 13º Irã
Irã 277,7
13º 179,9 13º 277,7
14º México
México 168,4 14º Indonésia
Indonésia 257,6
14º 168,4 14º 257,6
15º Espanha
Espanha 157,4 15º África
África do
do Sul
Sul 255,4
15º 157,4 15º 255,4
16º Indonésia
Indonésia 131,4 16º Itália
Itália 226,3
16º 131,4 16º 226,3
17º Austrália
Austrália 130,2 17º Espanha
Espanha 211,9
17º 130,2 17º 211,9
18º África
África do
do Sul
Sul 123,2 18º Austrália
Austrália 210,3
18º 123,2 18º 210,3
19º Holanda
Holanda 100,0 19º Turquia
Turquia 187,7
19º 100,0 19º 187,7
20º Turquia
Turquia 91,0 20º Tailândia 174,7
20º 91,0 20º Tailândia 174,7
Mundo
Mundo 9.974,7 Mundo 18.114,0
9.974,7 Mundo 18.114,0
Fonte: FGV
(*) Oferta primária de energia, em milhões de toneladas equivalentes de petróleo. (**) Estimativa.
7
Conceitos
fundamentais
Contexto mundial
2
Um primeiro requisito para
o desenho do cenário está
relacionado ao comportamento
1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005
das principais regiões produtoras
e consumidoras do planeta.
As mais fortes tendências do Fonte: Energy Information Administration.
A
A China será o maior consumidor mundial de energia
a partir de 2010 e a Rússia manterá sua condição
de grande player mundial, com o desenvolvimento
de campos de petróleo e gás natural.
1.007,5 1.004,1
O aumento da demanda mundial 1.000 743,2
de energia à taxa de 2,6% ao 427,2 468,7
338,6
223,2 168,4
ano, conjugado ao crescimento
econômico anual de 3,5%, projeta China Estados Rússia Índia Brasil México
ganhos de efi ciência energética Unidos
de 0,9 ponto percentual ao ano
Fonte: FGV
no período de 2007 a 2030. No (*) tep: toneladas equivalentes de petróleo.
cenário de referência, o crescimento
da demanda de energia nos países
desenvolvidos será de 1,4% ao
ano no período, atingindo 14,5
bilhões de toneladas equivalentes
de petróleo em 2030 (40% do total de efeito estufa. Resoluções terão uma expansão maior da
mundial), uma expansão menor governamentais asseguram demanda de energia, da ordem
que a da economia desses países o uso de biocombustíveis em de 3,7% ao ano. Em 2030, esse
(de 2% ao ano). É importante notar proporções crescentes de mistura conjunto de nações responderá
que os ganhos anuais de eficiência com derivados de petróleo, que por 60% do consumo mundial,
energética serão menores nos representarão 20% do consumo contra os atuais 47%.
países desenvolvidos – de 0,6 contra da União Europeia em 2020.
0,9 ponto percentual na média Nos Estados Unidos, uma nova lei No que se refere ao consumo
mundial –, mas sua contribuição introduziu medidas para ampliar de energia elétrica, haverá
para a economia global de energia a produção de etanol para 136 forte crescimento, com taxas
será maior, dada a elevada bilhões de litros em 2022. Hoje, de 4,1% ao ano. Nos países em
participação no consumo total. são produzidos 25 bilhões de litros. desenvolvimento, o crescimento
será maior (5,9%), em grande
Além de refl etirem o encarecimento
da energia no cenário mundial,
Ambiente e parte pelo incremento do uso
da eletricidade na China e
os esforços para obter ganhos subdesenvolvimento na Índia. A despeito de a maior
de efi ciência buscam atender a parte (76%) da demanda
medidas políticas tomadas para No cenário de referência, os países adicional das economias em
reduzir as emissões de gases em processo de industrialização desenvolvimento ser originada
13
nesses dois países, um grande Em 2030, a China terá o mais e localizadas em rotas de
contingente de mercados em elevado nível de emissão de gás exportação seguras.
desenvolvimento na Ásia e na carbônico do mundo, causando
América do Sul ingressará nesse grave problema ambiental, Os recursos de gás natural também
novo padrão de consumo. o que exigirá correção de rumo, são concentrados, com 56% das
em especial no que se refere à reservas mundiais situadas na
O conjunto das economias em produção de energia elétrica. Rússia, no Irã e no Catar. Com a
desenvolvimento, cujo PIB Embora alternativas venham sendo ampliação de seu comércio na
crescerá à taxa média anual de discutidas com o governo chinês por forma de gás natural liquefeito,
4,8%, terá ganhos mais intensos organismos multilaterais, o uso do deverá ser estabelecido um preço
(1,1% ao ano) de eficiência carvão continua intenso e não há internacional sensível às variações
energética por dois motivos: indicação de que será atenuado em do preço do petróleo. Nesse caso,
(a) o parque energético menos médio prazo. O controle e a redução há também boas perspectivas de
sofi sticado na atualidade, que das emissões de gás carbônico valorização do gás natural brasileiro
exigirá menores investimentos contrapõem-se à crescente demanda durante a próxima década. O GNL
para sua modernização; (b) o por energia barata, um fator de brasileiro limitará o poder de
uso de fontes de baixo custo competitividade das exportações. negociação da Bolívia, que hoje se
e efi cientes do ponto de vista benefi cia de um mercado cativo,
energético, mas com níveis de
emissões maiores.
Fontes e encontrará mercados em países
como a Argentina e o Chile.
convencionais
Pressionados pelos preços
da energia, os países em
Novo petróleo
Com o crescimento da demanda
desenvolvimento tenderão a mundial por energia, a competição A ação da Opep para manter um
utilizar os recursos mais baratos, por recursos se tornará acirrada, diferencial mínimo entre a produção
com aumento dos impactos elevando os preços das fontes efetiva e a capacidade de produção
ambientais. A China e a Índia, por existentes e abrindo novas fronteiras será decisiva para garantir elevado
razões de custo e de acesso, terão – tanto geográfi cas quanto nível de receita com a venda do
um crescimento da demanda de tecnológicas – de fornecimento. petróleo. Assim, o alto preço do
energia – de 4,9% e 3,8% ao ano, Todas as fontes são candidatas a produto levará à exploração e ao
respectivamente – a maior parte um espaço na matriz energética de desenvolvimento de recursos em
em consumo de carvão, ampliando transição ao futuro, desde que sejam novas áreas, em condições de
as emissões globais de gases de competitivas e tenham seu acesso produção mais custosas, bem como
efeito estufa. Combustível para garantido para o consumidor. ao desenvolvimento de recursos
isso não falta: 23% das reservas petrolíferos não convencionais,
mundiais de carvão são chinesas A maior parte do petróleo como o xisto e as areias asfálticas.
e 10%, indianas. O carvão será convencional está localizada no Uma cotação do petróleo a US$ 40,
utilizado na geração de energia Oriente Médio (56% das em dólares de 2005, torna atrativo o
elétrica e na indústria, por ser um reservas mundiais) e deverá investimento em fontes alternativas
recurso doméstico e abundante, seguir as restrições de produção no período 2008-2030 – no cenário
com vantagens econômicas para da Opep. Isso abre boas de referência deste estudo, o preço
seu consumo local. perspectivas comerciais para internacional do petróleo se manterá
essa fonte de energia em novas em um patamar de US$ 60 por barril
Mesmo com a pressão áreas, com reservas em fase de nas próximas décadas.
internacional, será difícil dimensionamento – como é o
“descarbonizar” o consumo de caso do Brasil –, particularmente Os recursos de petróleo não
energia desses dois países. se independentes da Opep convencionais são estimados
14 BRASIL SUSTENTÁVEL DESAFIOS DO MERCADO DE ENERGIA
em 4,4 trilhões de barris, dos impacto ambiental. As emissões do ponto de vista ambiental,
quais 38% em areias asfálticas de gás carbônico da gasolina mas também de segurança
(Canadá), 34% em xisto produzida a partir de petróleo do fornecimento. A disputa
betuminoso (Estados Unidos) não convencional são 30% mais por petróleo e derivados
e 27% em petróleo pesado elevadas do que as da gasolina para responder à demanda
(Venezuela). Os investimentos extraída no processo de refino crescente de energia faz com
para produção de petróleo não do petróleo convencional. que a substituição parcial da
convencional, da ordem de gasolina se torne um elemento
bilhões de dólares, requerem As maiores reservas de xisto crítico na gestão dos sistemas
um quadro regulatório estável betuminoso estão localizadas energéticos.
e, no cenário projetado, devem nos Estados Unidos (1,5 trilhão
ocorrer principalmente no Canadá de barris). A transformação O mercado internacional dos
e nos Estados Unidos, e menos do xisto em combustível biocombustíveis deverá se
na Venezuela. Além disso, na sintético custa cerca de desenvolver nos próximos
África do Sul, o carvão vem sendo US$ 30 por barril, mas não anos em razão das condições
convertido em gasolina e óleo deve se tornar uma fonte geopolíticas e econômicas.
diesel a um custo competitivo. relevante em curto prazo, Com a redução do consumo
em razão de seu signifi cativo de derivados de petróleo,
No Canadá, por exemplo, impacto ambiental. Após 2020, substituídos por fontes
projeções de viabilidade espera-se que haja condições energéticas situadas em
econômica das reservas mostram para implantação de sistemas países que não representam
que, com um preço do petróleo de Captura e Estocagem de CO² risco, ocorrerá diversifi cação
em torno de US$ 40, haveria uma (CCS, na sigla em inglês de dos fl uxos de energia e,
oferta de 6 milhões de barris/dia Carbon Capture and Storage), consequentemente, ampliação
de petróleo de areias asfálticas. com a função de minorar da segurança energética.
Para preços mais elevados do signifi cativamente os danos O mercado internacional de
petróleo, como prevê o cenário das emissões. biocombustíveis será sensível
de referência, a oferta chegaria aos preços do petróleo e deverá
a 37 milhões de barris/dia. A Venezuela tem recursos se expandir com a permanência
estimados em 1,2 trilhão de deste último acima de US$ 40
As reservas comprovadas de barris em petróleo pesado que por barril.
petróleo não convencional no poderiam ser extraídos a um
Canadá são de 174 bilhões de custo menor que o da extração Um dos elementos cruciais
barris, perdendo em magnitude das areias asfálticas do Canadá. da formação da oferta de
apenas para as reservas de Mas esse processo produtivo biocombustíveis é o ritmo
petróleo convencional da não é vantajoso em razão do de entrada da produção
Arábia Saudita (264 bilhões de grande estoque de petróleo do etanol de celulose em
barris). Caso não haja restrições convencional no país.. escala comercial. Avanços
à expansão de capacidade, a tecnológicos que permitam
produção dos projetos existentes a produção competitiva de
deve passar de 1,1 milhão de Biocombustíveis etanol de celulose deverão
barris/dia para 4,4 milhões alterar substancialmente a
de barris/dia em 2015. Cabe A inclusão de etanol e demais situação desse combustível.
salientar, no entanto, que a biocombustíveis na matriz O controle da tecnologia será
produção petrolífera baseada energética é um fator de o aspecto central do processo
em areias asfálticas tem forte extrema importância não só de produção, pois ampliará a
15
Mapa-múndi da
ENERGIA
País
Estados Unidos 1,6% 1,2% 2,8%
México 3,1% 2,5% 4,5%
Nafta
1,7%
1,4%
Os 20 maiores consumidores de 2,8% América
petróleo e energia elétrica em 2030 Central
e Caribe
3,0%
Consumo de Consumo de 2,5%
petróleo em energia elétrica
barris/dia em TWh
3,7%
1º Estados Unidos 26.511,8 1º China 13.036,2
2º China 16.163,1 2º Estados Unidos 6.668,1
3º Japão 5.834,6 3º Índia 1.762,5
4º Índia 4.092,3 4º Rússia 1.163,8
5º Rússia 3.764,5 5º Brasil 1.072,8
6º Brasil 3.755,7 6º Japão 1.046,3
7º México 3.616,9 7º Canadá 878,2
8º Coreia do Sul 3.350,3 8º Coreia do Sul 616,7
9º Canadá 3.016,5 9º França 613,0 América
10º Alemanha 2.921,6 10º Alemanha 608,1 do Sul
11º França 2.391,2 11º África do Sul 556,4 3,1%
Grã-Bretanha 2.215,5 México 495,0
2,4%
12º 12º
13º Irã 2.176,2 13º Grã-Bretanha 494,3 Brasil
4,2%
14º
15º
Indonésia
Espanha
2.066,8
2.047,3
14º
15º
Austrália
Itália
411,3
370,1 3,3%
16º Itália 2.045,8 16º Espanha 354,0 2,5%
Tailândia 1.698,1 Turquia 343,1
4,4%
17º 17º
18º Singapura 1.420,6 18º Tailândia 282,2 País
19º Austrália 1.344,5 19º Indonésia 256,7 Argentina 2,6% 2,0% 3,5%
20º Holanda 1.204,9 20º Irã 243,9 Brasil 3,3% 2,5% 4,4%
Chile 3,1% 2,6% 4,2%
Venezuela 3,2% 2,3% 4,4%
Fonte: FGV
A
Mundo
2,6% Crescimento do consumo de energia
País
Grã-Bretanha 1,2% 1,0% 1,9%
França 1,2% 1,0% 1,8%
Portugal 1,0% 0,9% 1,3%
Espanha 1,3% 1,2% 1,9%
Alemanha 0,6% 0,7% 0,9%
Rússia 1,3% 1,4% 1,9%
Europa
1,3%
1,1% País
Japão 0,5% 0,6% 0,8%
1,8% China 4,9% 3,6% 7,7% Ásia e Oceania
Coreia do Sul
Índia
1,8%
3,8%
1,9%
2,2%
2,7%
5,4% 3,9%
Austrália 2,1% 1,9% 3,1% 2,4%
5,9%
Oriente Médio e
norte da África
2,2%
1,7%
3,2%
O petróleo
O preço do petróleo acima do patamar de US$ 55 por barril
África até 2030 viabilizará fontes alternativas de energia.
Subsaariana 80
3,5% 70
Preço de referência
2,8% para o cenário
US$ constantes (2005)
4,8% 60
50
40
30 Patamar de
20
viabilização
de fontes
10 alternativas
-
1980 85 90 95 00 05 10 15 20 25 2030
Fonte: FGV
18 BRASIL SUSTENTÁVEL DESAFIOS DO MERCADO DE ENERGIA
Oportunidades
de negócios
Produção doméstica
Petróleo e derivados 110,8 210,0 2,8%
Energia elétrica 36,9 95,0 4,2%
Biocombustíveis e carvão 86,9 210,0 3,9%
Total 234,6 515,0 3,5%
Excedente
Petróleo e derivados 30,4 68,6 3,6%
Energia elétrica 2,8 2,7 -0,1%
Biocombustíveis e carvão 24,4 71,9 4,8%
Total 57,6 143,2 4,0%
Fonte: FGV
(*) tep: toneladas equivalentes de petróleo.
(**) Exclui o consumo do setor energético.
A
Restrições ambientais devem limitar a expansão
no fornecimento de energia hidrelétrica,
especialmente na Amazônia, onde se situam os
maiores potenciais de recursos hídricos.
em razão de seu preço no mercado de GNL. O volume efetivo dessas conta de um crescimento da oferta
internacional. jazidas determinará a ampliação de 4,2% ao ano. Apenas uma oferta
do mercado doméstico e possíveis residual será obtida a partir de
O consumo de energia elétrica exportações de GNL para os pequenas centrais hidrelétricas e
será de 1.073 TWh, um crescimento Estados Unidos, a Argentina e o de energia eólica.
de 4,4% ao ano de 2007 a 2030. Chile. As importações da Bolívia
devem manter-se no nível atual de No balanço fi nal do setor de energia,
Entre os fatores que explicam essa
30 milhões de m³/dia. haverá um aumento dos excedentes
alta demanda, cabe mencionar a da produção brasileira em relação à
evolução da produção industrial, demanda doméstica, que passarão
Espera-se um crescimento da oferta
a ampliação do setor de serviços de 57,6 milhões de tep, em 2007,
de petróleo, derivados e gás natural
e o acesso dos brasileiros a um para 143,2 milhões de tep, em
de 2,8% ao ano, o que elevará a
patamar mais elevado de uso de produção anual para 4,2 milhões de 2030. Nesse contexto, haverá
eletricidade, consequência de um barris por dia em 2030. O volume uma produção de biocombustíveis
padrão de consumo de bens e acima da expansão da demanda
previsto de investimentos até 2030
serviços mais elevado. (3,9% ao ano contra 3,6% ao ano
é de US$ 350 bilhões no setor de
respectivamente), o que se justifi ca
petróleo e de US$ 90 bilhões no de
Alternativas gás natural.
pelas oportunidades internacionais,
especialmente nos Estados Unidos,
de oferta na Europa e no Japão.
No que diz respeito à energia
O petróleo continuará sendo hidrelétrica, que continuará a
a principal fonte na matriz ser a fonte dominante na oferta Consumidores
de eletricidade, restrições
energética do Brasil em 2030,
ambientais devem limitar sua
industriais
impulsionado principalmente
pelos investimentos em exploração expansão, especialmente na Os setores de transporte e
Amazônia, onde se situam os industrial permanecem como os
e desenvolvimento de novas
maiores potenciais de recursos maiores consumidores de energia,
jazidas a partir de 2015. Entre os
hídricos. Haverá, ao longo do embora com diferenças de uso nos
combustíveis líquidos, a oferta de
período, recurso crescente à países em desenvolvimento e nos
etanol e de biodiesel implicará nova
termeletricidade. A energia nuclear desenvolvidos. Os transportes serão
estratégia para a distribuição de deverá ser mais intensamente mais eficientes nas economias
derivados de petróleo nos mercados utilizada, assim como a biomassa, maduras ao longo do período. Já na
doméstico e internacional. com a queima dos excedentes da indústria, as restrições ambientais
produção de etanol, e o carvão encarecerão a produção nos países
A oferta de gás natural será mineral. Serão necessários desenvolvidos, em comparação com
formada pelo desenvolvimento das investimentos de US$ 310 bilhões, os custos energéticos das nações
novas jazidas e pela importação até 2030, para o setor elétrico dar em desenvolvimento.
20 BRASIL SUSTENTÁVEL DESAFIOS DO MERCADO DE ENERGIA
Com o aumento dos preços de petróleo e gás natural para implementação de medidas
da energia e com as tensões a petroquímica. de economia e racionalização.
geopolíticas resultantes da Estima-se que, no Brasil, os grandes
concentração dos hidrocarbonetos A evolução da oferta de energia no consumidores de energia terão
em regiões com risco de ruptura Brasil até 2030 deverá ser marcada ganhos de eficiência da ordem de
de fornecimento, como o Oriente pelo novo patamar de preços do 0,7% ao ano entre 2007 e 2030,
Médio, as atividades intensivas em petróleo e da eletricidade. Estima- valor próximo ao padrão esperado
energia passarão gradualmente a se que o preço do petróleo fique para a economia norte-americana
se localizar em países com recursos em US$ 59,3 por barril, na média (0,8% ao ano).
energéticos, matérias-primas e do período 2008-2030, um valor
custos de produção competitivos. 117% superior ao preço médio dos
A China e a Índia apresentam últimos 17 anos. Por outro lado, O mercado de
essas características. O Brasil projeta-se também uma elevação de distribuição de
terá energia, mas seu custo não 31,2% no preço da energia elétrica,
será tão competitivo, em particular em razão do aumento dos custos de energia elétrica
o da energia elétrica. No período, investimento e ambientais.
a despeito do risco geopolítico, As empresas distribuidoras de
o Oriente Médio tende a ser A evolução desfavorável dos energia elétrica competirão
atrativo na oferta de derivados preços da energia fomenta a sobre uma base diversificada
10% 9,51
8,78
8% 7,20
6,60
6% 5,65
5,07
4,63
4,22
4% 3,52
3,22
1,82 1,99
2%
- 0,15 - 0,18
0%
-2%
até de R$ 1.000 de R$ 2.000 de R$ 4.000 de R$ 8.000 de R$ 16.000 mais de
R$ 1.000 a R$ 2.000 a R$ 4.000 a R$ 8.000 a R$ 16.000 a R$ 32.000 R$ 32.000
Fonte: FGV
(*) A preços de 2007.
21
12% 11,76
10%
8,29 8,76
8%
6,25 6,63
6%
5,04 5,15
4,29
4% 3,70
3,27
2,04
2% 1,83
- 0,18 - 0,15
0%
-2%
até de R$ 1.000 de R$ 2.000 de R$ 4.000 de R$ 8.000 de R$ 16.000 mais de
R$ 1.000 a R$ 2.000 a R$ 4.000 a R$ 8.000 a R$ 16.000 a R$ 32.000 R$ 32.000
Fonte: FGV
(*) A preços de 2007.
22 BRASIL SUSTENTÁVEL DESAFIOS DO MERCADO DE ENERGIA
2007 a 2030
Indicadores 1990-2007 Cenário de
referência
Cenário com
avanços
Fonte: FGV
(*) A preços de 2007.
(**) Exclui o consumo do setor energético.
A Ernst & Young Terco
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