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Segundo o Dicionário Terminológico, que é utilizado como base no que toca ao ensino

da gramática nos ensinos básico e secundário, as orações subordinadas estão divididas


em três grupos, sendo o tema deste trabalho as orações subordinadas adverbiais. Estas
encontram-se divididas em sete orações, sendo elas as orações subordinadas adverbiais
causais, finais, temporais, concessivas, condicionais, comparativas e consecutivas.

Em primeiro lugar, segue a oração subordinada adverbial causal. Ambas as referências


textuais remetem para uma definição semelhante desta oração, caracterizando-a então
enquanto uma oração que exprime uma relação de razão, motivo, causa/consequência
para com a oração subordinante.

Quanto à oração subordinada adverbial final, ambas as referências textuais concordam


numa única definição desta oração, sendo esta a de exprimir o propósito, a
intenção/finalidade e por isso possuem uma relação de dependência semântica entre as
duas orações. Não ficando por aqui, a Gramática distingue estas orações ainda em finais
hipotéticas e finais contrafactuais.

Relativamente à oração subordinada adverbial temporal, também se verifica uma


concordância quanto à sua classificação. São orações caracterizadas por estabelecerem
a referência temporal quanto ao intervalo de tempo em que se situa o estado da ação
descrito na oração subordinante.

As orações subordinadas adverbiais concessivas também apresentam uma definição


semelhante. Estas orações exprimem um conteúdo semântico/ideia de contraste com a
preposição subordinante, tendo em consideração o nosso conhecimento do mundo.
Estas subordinadas dividem-se ainda em concessivas factuais, concessivas
condicionais e, segundo a gramática analisada, podem também caracterizar-se como
concessivas hipotéticas, concessivas contrafactuais e concessivas intensivas.

Seguem-se agora as subordinadas condicionais, sendo estas caracterizadas como


orações que mantêm entre si uma relação de dependência semântica, ou seja, exprimem
uma condição em que se verifica o facto expresso pela oração condicional na
subordinante. Podem, ainda, ser classificadas em três tipos: factuais/reais,
hipotéticas/potenciais e contrafactuais/irreais. Neste caso, também, se verifica uma
classificação unânime entre as duas referências textuais.
Seguidamente, seguem orações subordinadas adverbiais comparativas. Segundo o
dicionário terminológico, estas subordinadas são consideradas uma construção de
graduação uma vez que exprimem o grau. São consideradas também como construções
elípticas, ou seja, construções em que algo está omitido, sendo esse algo normalmente a
forma verbal. Por outro lado, segundo a Gramática da Língua Portuguesa, estas orações
não apresentam estruturas adverbiais e por isso podem ser encaradas como orações
coordenadas ou até como frases relativas. Assim, aproximam-se mais das orações
coordenadas uma vez que não têm mobilidade, os seus conectores comparativos podem
associar constituintes frásicos e assigmáticos e, por último, é possível extrair um
elemento das suas estruturas se for feito em simultâneo com todos os termos
coordenados. Por fim, a Gramática revela ainda a existência de outras orações
comparativas, sendo estas as comparativas de superlativo, constituídas pelo
superlativo absoluto e relativo; as pseudocomparativas, que não estabelecem
comparação entre dois graus/quantidades apesar de usarem o mesmo tipo de estrutura,
que se dividem por sua vez em pseudocomparativas aditivas, truncadas e corretivas;
e as comparativas-temporais e comparativas-condicionais.

Em último lugar, segue-se a oração subordinada adverbial consecutiva. Assim como a


comparativa, a sua classificação segundo a Gramática da Língua Portuguesa difere da
classificação tradicional que é apresentada no dicionário terminológico. Deste modo, o
dicionário terminológico classifica esta subordinada enquanto uma oração que exprime
a consequência de um facto apresentado na oração subordinante. Pode exprimir também
a consequência do grau e por isso tal como a tradicional subordinada comparativa, é
considerada uma construção gradual. Contudo, pela perspetiva da Gramática da Língua
Portuguesa, as consecutivas são também orações coordenadas. Deste modo, são
caracterizadas por representarem também a consequência da intensidade de uma
qualidade e quantidade de um objeto ou processo. Designam-se, assim, como
consecutivas de intensidade, quando são iniciadas por que e exprimem a
intensidade/quantidade e como consecutivas infinitivas quando são precedidas por
expressões de quantidade como suficiente, bastante, demasiado e são iniciadas por
para.

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