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Efeito da radiação fotossinteticamente ativa no crescimento e

desenvolvimento de gramíneas forrageiras

Laurêncio Caetano da Silva Júnior(1), Wilson Jesus da Silva(2),


Fabiano Faria Bisinotto(1)

(1)
Bolsistas PIBIC FAPEMIG/EPAMIG, laurenciojr@hotmail.com, bisinotto@msn;
(2)
Pesquisador EMBRAPA/EPAMIG-Uberaba, wilson@epamiguberaba.com.br

Introdução

Algumas informações meteorológicas são geralmente utilizadas em


estudos sobre rendimento das culturas, modelagem de sistemas agrícolas,
análises agroambientais, estudos hidrológicos, etc.
Entre estas informações, a radiação fotossinteticamente ativa (RFA)
constitui um fator determinante para o crescimento das plantas.
A energia solar efetivamente disponível em cada hora do dia para as
diversas comunidades vegetais é um conhecimento extremamente importante
na agricultura moderna, principalmente em estudos fisiológicos relacionados
com o crescimento e o desenvolvimento de plantas. A energia na faixa de
comprimento de onda mais utilizável pelas plantas é a RFA (KARALIS, 1989).
Inúmeros estudos têm sido realizados com o objetivo de quantificar os
efeitos do ambiente sobre o crescimento, desenvolvimento e produtividade das
culturas. Entre os principais elementos do ambiente deve-se destacar o da RFA
(COELHO; DALE, 1980), objeto deste estudo, na determinação da matéria
seca (MS) de gramíneas forrageiras tropicais.

Material e Métodos

O experimento procedeu-se no Centro Federal de Educação Tecnológica


de Uberaba (Cefet Uberaba), a 790 m de altitude, localizado na latitude 19° 39’
43” S e longitude 47° 57’ 47” W.
O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso com seis
tratamentos e quatro repetições, com parcelas subdivididas no tempo que
constavam as épocas de corte, cada parcela media 5x10 m. Nas parcelas
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foram semeadas as seguintes forrageiras: Brachiaria decumbens, Brachiaria


brizantha cv. Marandu, Panicum maximum cv. Mombaça, Panicum maximum
cv. Tanzânia, Brachiaria brizantha cv. Xaraes, Cynodon dactylon cv. Tifton. E
nas subparcelas, nove épocas de cortes, em esquema fatorial 6x9 com quatro
repetições.
Os cortes foram feitos com alturas determinadas, ou seja, Brachiaria
decumbens, quando atingia 40 cm foi rebaixada para 20 cm; Brachiaria
brizantha cv. Marandu, quando atingia 40 cm foi rebaixada para 20 cm;
Panicum maximum cv. Mombaça, quando atingia 90 cm foi rebaixado a 40 cm;
Panicum maximum cv. Tanzânia, quando atingia 70 cm foi rebaixada a 30 cm;
Brachiaria brizantha cv. Xaraes, quando atingia 40 cm foi rebaixada para 20 cm;
Cynodon dactylon cv. Tifton, quando atingia 20 cm foi rebaixada para 10 cm.
A cada altura de corte, era pesada a matéria fresca de 3 m2 do interior da
parcela e três plantas, previamente identificadas e colhidas, eram levadas para
o laboratório, onde se determinava a massa fresca, número de perfilhos vivos e
mortos, comprimento dos perfilhos, largura das folhas e área foliar. Em
seguida, eram acondicionadas em saco de papel e submetidas à secagem a
65°C, por 72 horas em estufa com ventilação forçada. Após a secagem, o
material era resfriado por uma hora e pesado novamente, podendo, assim,
determinar sua MS. Em seguida, era moído e acondicionado em vidros para
análise bromatológica.
Após o corte, todas as parcelas eram adubadas com 225 g de nitrogênio
e 420 g de potássio.
Os dados meteorológicos utilizados foram obtidos em uma estação
automática situada junto ao experimento.
A unidade utilizada para a medida da RFA foi µ mol/m2/s. Esta unidade
encontra-se em um espectro de luz que é utilizado pela planta.

Resultados e Discussão

Os dados de RFA e de MS, utilizados nos Gráficos de 1 a 6, foram


acumulados nas épocas. Isto porque o aumento de MS representa acúmulos
da RFA. E, em todos os gráficos, os coeficientes angulares dos modelos
indicam que RFA representou a radiação do espectro total, no período de 30 de
novembro de 2007 a 27 de outubro de 2008.
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O resultado das correlações entre RFA e MS de todas as forrageiras foi


de reta, passando pela origem. Isto implica em uma relação direta entre a RFA
e MS de todas as forrageiras estudadas.
Com as informações obtidas, existe um forte indicativo de que a RFA
medida sobre as plantas possa ser utilizada para estimativa da MS destas
forrageiras em função do alto grau de correlação apresentado entre essas
variáveis. Contudo, deve-se considerar que as determinações foram feitas em
apenas um ano e somente para um ponto geográfico, recomendando
prosseguir com este estudo por mais tempo e em outras regiões.
A correlação entre estas duas variáveis foi significativa para os valores
acumulados não podendo ser confirmada para informações diárias.
Contudo, pode-se observar que houve diferença de produção entre as
forrageiras estudadas, pois cada uma responde diferentemente à RFA por
apresentar diferentes ângulos de inclinação de acordo com os Gráficos de 1 a 6.
Os Gráficos de 1 a 6 representam a dispersão dos valores da RFA em µ
mol/m2 e da MS em kg/ha ambos acumulados nas épocas.

Conclusões

Existe uma relação direta entre a RFA e a MS das forrageiras estudadas.


Pode-se estimar a produção das forrageiras estudadas, utilizando apenas a
RFA e alguns fatores de correção.
Em Brachiaria decumbens e Brachiaria brizantha cv. Xaraes, observou-se
maior resposta à RFA e em Panicum maximum cv. Tanzânia e Cynodon
dactylon cv. Tifton, observou-se menor resposta à RFA.

Referências

KARALIS, J.D. Characteristic of direct photosynthetically active radiation.


Agricultural and Forest Meteorology, v.48, n.3/4, p.225-234, Nov. 1989.

COELHO,D.T.; DALE,R.F. Na energy-crop growth variable and temperature


function for predicting corn growth and development: planting to silking.
Agronomy Journal, Madison, v.72, n.3, p.503-510, May/June 1980.
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Gráfico 1 - Decumbens Gráfico 2 - Marandu


NOTA: MS - Matéria seca; RFA - Radiação NOTA: MS - Matéria seca; RFA - Radiação
Fotossinteticamente ativa Fotossinteticamente ativa

Gráfico 3 - Mombaça Gráfico 4 - Tanzânea


NOTA: MS - Matéria seca; RFA - Radiação NOTA: MS - Matéria seca; RFA - Radiação
Fotossinteticamente ativa Fotossinteticamente ativa

Gráfico 5 - MG5 Gráfico 6 - Tifton


NOTA: MS - Matéria seca; RFA – Radiação NOTA: MS - Matéria seca; RFA – Radiação
Fotossinteticamente ativa Fotossinteticamente ativa

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