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A Sound Ear Alison Wright Read
A Sound Ear Alison Wright Read
A SOUND EAR II
OUVIR O SOM
A SOUND EAR II
SOBRE A ABO
Índice
71 Apêndice I
O controle de ruído no local de trabalho (Regulamentação 2006)
77 Bibliografia
PREFÁCIO
Ouvido
Porta da minha voz
Que te persuadiu
Amo‑te a ti
Que dás sentido à imagem
Graças à ideia
appollinaire, 1880‑1918
CONTEXTUALIZAÇÃO
RESUMO
10
tem impacto em quase todas orquestras profissionais. Os regulamentos
não são novos – existem controlos de ruído desde 1989 – mas afectam
mais os conjuntos que as orquestras porque as suas actuações dão‑se em
níveis mais baixos de exposição. As dificuldades particulares em contro‑
lar o ruído nas orquestras foram amplamente debatidas durante o dese‑
nho técnico da directriz da Uniao Europeia no qual os regulamentos se
baseiam. Foram concedidos às orquestras– em conjunto com a música
e a indústria de divertimento ‑ dois anos para a produção detalhada de
directivas em conformidade. Apesar das dificuldades, o controlo dos
riscos face à exposição ao ruído na música é imprescindível. Os músicos
são extremamente vulneráveis às consequências dos efeitos provocados
pela exposição ao ruído, pelo devemos protegê‑los.
Apesar de os auriculares ou protectores auditivos são sempre o último
recurso utilizado para controlar os riscos do ruído, o seu uso deveria
ser uma prioridade porque não é possível reduzir suficientemente esses
riscos por outro meio.
A protecção pessoal da audição tem de se tornar uma parte da vida
diária, uma rotina, para um maior número de músicos.
MITOS
11
OS MÚSICOS NÃO FICAM SURDOS
Sim, ficam. Talvez não tanto quanto o esperado (ver mais à frente), mas
sofrem lesões na sua audição que interferem tanto com a capacidade
para tocar convenientemente como com a capacidade de tolerar as largas
variações de dinâmicas comuns nas orquestras.
CONSENTIMENTO
É sugerido repetidas vezes que é possível assinar um acordo no qual esta‑
ria explícita a vontade de não se proteger em termos auditivos. Esta situ‑
ação, para além de ineficaz, é imprudente; em primeiro lugar porque
não se pode consentir ser‑se prejudicado no trabalho; em segundo lugar,
qualquer contrato seria ilegal, não só pela coacção eventual, mas também
porque seria evidente que ambas as partes estariam a ir contra a lei.
É importante não esquecer que a lei do Reino Unido relativa à
saúde e segurança, requer que os funcionários (incluindo os freelancers,
enquanto prestadores de serviço às orquestras) cooperem com as entida‑
des empregadoras no sentido de as levar a cumprir os seus deveres legais.
FINANCIAMENTO
Um das razões da existência de uma lei para a saúde e segurança é assegu‑
rar que os custos são, em grande parte, suportados pelo autor do factor de
risco em detrimento da sociedade. Embora algumas orquestras tenham
conseguido obter financiamento de concessão para programas importan‑
tes tais como tratamento acústico do fosso da orquestra, e o MBF tenha
financiado formação para as orquestras, não há nenhuma concessão
financeira especial nem para a saúde nem para os programas de segu‑
rança – é o custo de se conduzir o próprio negócio.
APLICABILIDADE
O controlo do ruído nas orquestras não é fácil – não podemos distanciar
os músicos do risco principal para a sua audição (o próprio instrumento)
e quase sempre cada medida que se toma para reduzir os riscos apresenta
efeitos colaterais. No entanto, uma boa direcção pode reduzir estes efeitos
colaterais e algumas medidas de controlo do ruído podem até criar um
som mais brilhante e mais preciso, conseguido com um risco mais baixo
de carreiras terminadas com lesões musculo‑esqueléticas.
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FREELANCERS
Grande parte dos músicos são profissionais liberais. Se não lhes for
exigido o cumprimento da lei, todo o campo de acção será prejudicado.
As leis da saúde e da segurança no Reino Unido aplicam‑se aos profis‑
sionais liberais e aos que contratam os seus serviços. A situação é, no
entanto, diferente em alguns estados de ue.
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Tempo que gasto a tocar Todo o meu Metade do meu Um ou mais dias Pelo menos
musica que detesto tempo de trabalho tempo de trabalho numa quinzena um dia por mês
% de músicos de Metais 5 13 38 55
% de Madeiras 2 18 52 64
% de Cordas Graves 1 10 41 57
% de Cordas Agudas 4 13 37 53
14
É possível que os músicos dos metais experienciem menos lesões
auditivas que o esperado, uma vez que se pensa que podem ter aprendido
subconscientemente a utilizar o seu reflexo auditivo1 quando estão pres‑
tes a tocar com a máxima intensidade. Esta capacidade declina o aumento
da lesão auditiva.
(1) Os três pequenos ossículos que transportam a onda sonora do tímpano até ao ouvido
interno estão ligados entre si por músculos. Quando esses músculos se contraem, em parti‑
cular o músculo do estribo, a intensidade de transmissão do onda sonora é reduzida em
cerca de 30dB
Frequência (Hz0)
250 500 1k 2k 3k 4k 6k 8k
0
10 40-45 anos
20 50-55 anos
Perda de Audição (dB)
30
60-65 anos Todos nós sofre‑
mos de alteração
40 do limiar auditivo
relacionado com
a idadem carac‑
50 terizada por uma
70-75 anos
perda crescente
das frequências
60 altas estendendo‑se
paras as frequências
80-85 anos médias.
70
15
relação da perda auditiva induzida pelo ruído com o tempo
Frequência (Hz)
muito altas-frequên‑
20 cias e muito notada
à volta de 4 kHz.
Quando nos músi‑
30 cos tem inicio a
perda de audição,
causada pela exposi‑
40
ção ao ruído, a inca‑
pacidade muitas
50 vezes centra-se nos
6 kHz, cerca de 3-4
oitavas acima de Lá
60 da afinação habitual.
Existem no entanto outras formas de lesão auditiva que podem ser ainda
de maior significado para os músicos. Estas situações incluem: perda
auditiva selectiva para determinadas frequências, dificuldades em
distinguir variações na intensidade sonora, acufenos, hiperacusia,
recobro, efeito de cocktail‑party e diplacusia.
Os estereocílios são o último elemento mecânico no mecanismo da
audição: localizados na cóclea, estão envolvidos por fluido e mergulha‑
dos nas células ciliadas.
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Há duas espécies de estereocílios: três filas em “v” que formam os este‑
reocílios externos (células ciliadas externas) que se relacionam com
uma única fila de estereocílios internos (células ciliadas internas). Cada
conjunto de células ciliadas externas tem uma frequência “favorita” e
move‑se energeticamente quando a recebe. Este movimento amplifica o
sinal que chega às células ciliadas internas que o envia até ao cérebro. Um
feixe de células ciliadas externas e internas funciona como um amplifica‑
dor de banda estreita (ver a curva a negro abaixo).
Uma lesão nas células ciliadas provoca uma redução na sensibilidade
(ver a curva vermelha), que é entendida pela maior parte das pessoas
como hipoacusia, perda auditiva ou surdez, que resulta numa redução
total em intensidade sonora.
17
Limiar de resposta selectividade frequencial e lesões dos estereocílios
Frequência
Frequência
18
Antes de se verificar qualquer mudança no limiar audiométrico, a
lesão nas células ciliadas externas pode ser de 50% e pode ir mesmo até
aos 75%. Assim, a primeira consequência da lesão induzida pelo ruído,
não é a surdez mas sim uma audição “turva”.
nb: as lesões nas células ciliadas externas podem ser avaliadas pelas
otoemissões acústicas (oea) e, apesar dos resultados das oea variarem
de indivíduo para indivíduo, as variações individuais ao longo do tempo
são úteis para um controlo mais subtil das lesões auditivas induzidas pela
exposição ao ruído.
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QUAL O IMPACTO DESTA SITUAÇÃO NOS MÚSICOS?
Metais 32 47 18
Madeiras 31 39 27
Cordas baixas 30 25 18
Cordas altas 34 31 10
20
caso dos 50 anos por secção
10
20
30
a análise aos audio‑
40 gramas dos músicos,
demonstra que dentro
50 da mesma faixa etária,
pelos 50 anos, os metais
60
(curva a vermelho) têm
70 a maior alteração de
limiar – misto de ruído
80 com a idade).
90
100
Todos 24 25 12 5
Mulheres 18 31 14 6
Homens 7 21 11 4
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OS ACUFENOS
HIPERACUSIA
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cérebros activam a informação de “som perigoso” – um mecanismo de
defesa – e faz com que o som pareça mais alto do que realmente é. Este
reflexo também pode activar um mecanismo que faz com que o músico
estremeça com o excesso de adrenalina e fique com os músculos tensos.
A hiperacusia não é apenas uma lesão auditiva, mas uma aprendizagem
das variações perceptivas que pode, com ajuda, ser “desaprendida”.
RECRUTAMENTO/RECOBRO
O efeito cocktail party ocorre quando a lesão auditiva torna difícil distin‑
guir um som particular, no meio de níveis mais altos de ruído de fundo.
Para muitas pessoas, esta situação é apenas uma incapacidade social mas,
para os músicos, significa que não conseguem ouvir um instrumento em
particular contra o som da orquestra.
A DIPLACUSIA
23
QUEM SOFRE MAIS?
24
QUÃO ALTO ESTÁ?
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Não existe muita pesquisa relativa à contribuição da prática particular
(pessoal) mas um estudo de Laitinen et al (acima mencionado) demons‑
trou a contribuição do próprio instrumento para a exposição à inten‑
sidade sonora. Atrás das madeiras a prática pessoal é mais forte do que
o ensaio ou concertos, reflectindo a baixa proporção do tempo dispen‑
dido tocando de facto, na maior parte dos concertos. A medição do
nível sonoro tem que ser adequada e no momento certo, de modo a que
o registo da exposição aos picos sonoros (a energia muito alta de picos
sonoros elevados e curtos causa lesão traumática) seja o correcto. Uma
regra geral, é suspeitar de um pico quando a medição do nível sonoro não
faz o registo de picos acima dos 125.
A lista que se segue de picos registados em orquestras, não sugere
necessariamente que o instrumento mencionado é a fonte desse pico; no
entanto, picos de exposição sonora foram registados durante o ensino dos
instrumentos das madeiras. A percussão excede certamente o limite de
exposição aos picos sonoros em certas ocasiões, no entanto esta é ainda
uma situação pouco estudada. Este assunto seria um excelente tema para
um trabalho (eventualmente experimental), ultrapassando o mero registo
de actividade durante um ensaio ou um concerto.
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PALAVRAS CHAVE: NÍVEL DE RUÍDO,
NÍVEL MÉDIO DE RUÍDO, EXPOSIÇÃO E RISCO
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ser extremo mas não há ninguém exposto a ele; se alguém entrar nessa
sala para desligar o sistema, sua exposição ao som pode ser baixa, mesmo
que o Leq “Equivalent Continuous Noise Level” seja alto. Se alguém ficar
dentro da sala, para trabalhar com o sistema de som, mas utilizar correc‑
tamente um bom sistema de protecção auditiva, a sua exposição pode ser
muito alta mas o risco pode ser baixo.
Qual é o período de exposição que utiliza? Se pagar a alguém por
uma sessão, pode ter uma média de exposição superior a 8 horas? Pensa
‑se que não. As orquestras com músicos essencialmente a tempo inteiro,
têm que ser capazes de obter médias relativas a um dia mas sugere‑se que
a sua média seja em relação ao tempo que paga. E se um músico já ultra‑
passou o seu tempo de exposição ao som para o dia, quando chega à sua
sessão? Poderia fazer uma reserva, de modo a que a sua sessão estivesse
já marcada no tempo de exposição do músico (e, assim, os riscos seriam
necessariamente controlados).
A maioria das leis da Saúde e Segurança, aplica os riscos para o espaço
exterior ou em ligação com o trabalho. No que diz respeito ao ruído, isto
quer dizer que os cálculos da exposição ao mesmo devem incluir a prática
individual particular, se ela for necessária para executar o trabalho. Não
há, actualmente consenso sobre esta matéria e todas as avaliações das
orquestras excluem a prática particular / pessoal.
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NOS NÍVEIS MAIS BAIXOS
Numa exposição diária individual ao ruído de 80dB(A) ou uma exposi‑
ção a picos de 135dB – o empregador deve:
- Avaliar os riscos; controlar os riscos (como acima); disponibilizar o
acesso voluntário à protecção auditiva; fornecer aos funcionários infor‑
mação conveniente e suficiente, instrução e treino.
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são efectuados automaticamente. Quando um músico freelancer faz
uma prestação de serviços para uma orquestra, passa a ser funcionário
da mesma (segundo a proposta da Saúde e Segurança) durante o tempo
dessa prestação; assim, um pequeno grupo musical com apenas dois
elementos, pode ter 600 “funcionários” ao longo de um ano. A respeito
da avaliação e controlo do ruído, os deveres cabem à gestão da orquestra
e não aos músicos. Mas, e em relação à vigilância, protecção auditiva indi‑
vidual e treino/formação? Claramente não faz sentido que cada orquestra
treine e equipe cada um dos seus músicos, embora seja necessário estabe‑
lecer uma linha de acção e um limite que são, no momento actual, ainda
uma incerteza.
VIGILÂNCIA DA SAÚDE
(3) Algumas pessoas, ao contrário destas não mostam nenhum sinal de dano auditivo.
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outras preocupações relativas à sua audição”. Como foi dito antes, esta
vigilância deverá ser aplicada a todos os músicos e a todos os grupos.
O objectivo sobre a vigilância da saúde, é que esta deve funcionar
preventivamente, ou seja: se o sistema de controlo da saúde auditiva
for eficaz, então a audição dos músicos deverá no mínimo ser estável.
Se algum músico tiver diferentes empregadores, este tipo de informa‑
ção pode fazer pouco sentido ou, pelo contrário, fornecer informações
úteis sobre um determinado sector. No entanto, mesmo nas situações
mais fragmentadas, esta vigilância traz vantagens, uma vez que aumenta
a responsabilidade individual em relação à própria audição e aumenta
significativamente a disponibilidade para as medidas necessárias para a
protecção auditiva. Com frequência os músicos receiam saber o estado
da sua audição, mas se ela estiver afectada, o facto de o saberem impedirá
que a negligência seja a razão para o final da sua carreira profissional.
As otoemissões acústicas (OEA) fornecem informações mais preco‑
cemente que a auditometria. Os testes de OEA são de fácil execução e
deverão fazer parte de um protocolo para a vigilância da saúde auditiva
dos músicos. Nas OEA não há resultados normais / não normais como na
audiometria, no entanto dão informações individuais fundamentais e os
resultados obtidos com testes a dezenas de milhares de músicos possibili‑
tará a criação de uma fonte de pesquisa e investigação.
32
FORMAÇÃO
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Atendendo a que estamos perante uma situação de saúde pública, um
esquema nacional deve emergir. Entretanto, espera‑se que as orquestras
liderem um plano de formação. Os freelancer não devem ser afastados da
formação, e os funcionários devem exigir (em tempo útil) a confirmação
de que os músicos receberam formação adequada.
MAESTROS
Nos locais onde já houver um comité de segurança, ele deverá ser consul‑
tado sobre a melhor forma de monitorizar e controlar o ruído. Será prefe‑
rível criar um subcomité dedicado ao ruído. Onde não houver comité de
segurança será o grupo do ruído a criá‑lo.
AVALIAÇÃO
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QUEM, COMO E QUANDO SE FARÁ?
“ Não é exigido que seja efectuada uma medição altamente precisa e defi‑
nitiva dos níveis de ruído a que o trabalhador está sujeito…A avalia‑
ção da exposição deve ser estimada com precisão suficiente para saber
se os valores de referência são excedidos. A sua avaliação só será segura
se forem usados dados representativos da exposição dos indivíduos. No
caso de não haver dados fiáveis e representativos, é esperado que se utili‑
zem dados de medições de ruído já existentes. Incertezas na avaliação
da exposição ao ruído podem variar com os níveis de ruído e exposição
ao mesmo. Se avaliarmos a exposição como próxima dos valores limite,
então deve proceder‑se como se tivessem sido excedidos, ou assegurar
‑se que a sua avaliação era suficientemente precisa para demonstrar que a
exposição era abaixo dos valores de referência.”
Num contexto de orquestra isto significa pensar nas peças dos
programas, e como o maestro vai querer que as mesmas sejam tocadas.
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Após a performance, poderá referir‑se a medição do ruído e deverá obter
‑se feedback de um grupo de especialistas acerca da efectividade e acei‑
tabilidade das diferentes medidas. Devido à quantidade de dados neces‑
sários e da diversidade de coisas a fazer, a avaliação do ruído será um
trabalho de uma equipa e não de um indivíduo isolado. O grupo traba‑
lhará em diferentes formações consoante os objectivos – por ex. o grupo
que vai estar ligado às implicações do ruído ou do planeamento a longo
prazo será diferente do grupo que se ocupará da avaliação do concerto de
hoje. E o grupo deverá ainda incluir, como membros efectivos ou como
consultores, músicos ou seus representantes. Contudo, o grupo deverá ter
um líder que assumirá a responsabilidade.
- Chefe executivo
- Maestro
- Gestor de palco
- Gestor artístico
- Representante da segurança
- Representante dos naipes
- Representantes dos teatros ou salas de concerto
36
- Conhecimento das pecas a interpretar – estilo do compositor, quão
forte e durante quanto tempo
- Conhecimento do local – espaço, restrições, acústica e recursos
- Medições válidas
- Análise das peças – grandes mudanças na dinâmica, concentração
significativa de energia, instrumentos que são mascarados, etc
- Conhecimento individual – maestro, solistas e músicos principais
- Sensação acerca das peças – penoso, desagradável, cansativo, alarmante.
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PLANOS DE ACÇAO
Alguns controlos de ruído são mais fáceis enquanto outros requerem maior
planeamento. Todos requerem esforço da direcção e comunicação com os
músicos e outros intervenientes. Será necessário desenvolver um plano de
prevenção de ruído que identifique o que é necessário fazer de novo bem
como o esforço, persuasão e recursos financeiros e Humanos requeridos.
A responsabilidade por uma revisão periódica do plano deve ser
incorporado na política de prevenção de ruído.
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- A introdução ao controlo do ruído é um desafio do projecto de gestão,
com todo o stress e resistência envolvidos.
- O que fazer quando as pessoas se recusam a utilizar protectores auditi‑
vos? Legalmente são obrigados a cumprir as instruções dadas e a recusa em
cumprir pode acarretar num processo disciplinar. Na prática é necessário
enfatizar os benefícios, providenciar treino e vigilância médica, trabalhar
com os mais facilmente persuadidos e preparar os canais de feedback.
Todos nos comprometemos com o futuro de uma forma leve, por isso,
damos pouca atenção ao que nos possa vir a acontecer, numa esperança
de sermos os sortudos. O controlo do ruído traz benefícios para o futuro,
uma vez que previne a deterioração da audição ou o aparecimento de
zumbidos.
- O controlo de ruído deverá eliminar o limiar auditivo temporário,
melhorando a qualidade da audição dos músicos
- A melhoria da projecção do instrumento é um dos mais importantes
efeitos na melhoria da exposição ao ruído. Isto permite ao músico produ‑
zir o mesmo efeito mas com menor esforço e ainda torna o som mais
claro. Os instrumentistas de metais raramente chegam a reforma, pois as
suas carreiras terminam cedo devido as lesoes provocadas por excesso de
exposicao.
- A partir de 2001 a situação alterou‑se, mas algumas orquestras desco‑
briram que o treino de ruído melhorou o relacionamento no seu seio,
dado que os músicos se aperceberam que se sentem menos angustiados
com o ruído dos outros.
- Os protectores auditivos podem, inclusivamente, melhorar a audição
nas passagens agudas.
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OPÇÕES PARA O CONTROLO DE RUÍDO
Cada uma das medidas de controlo que se seguem vão proporcionar uma
redução em algumas circunstâncias. A pior dose diária registada é 98dB4,
assim, a redução necessária não é muito significativa (embora difícil de
efectuar). Reduzir um pouco aqui e ali pode ser tudo o que é permitido e
tanto quanto necessário.
(4) Há inúmeros dias com exposicao de 97 e 96 mas, para ja, as restrições dos instrumentos
de sopro criaram um tecto de 98.
40
USAR INSTRUMENTOS MENOS SONOROS
— PRINCIPALMENTE OS METAIS
MELHORAR A PROJECÇÃO:
41
Assegurar que cada instrumento ruidoso tem uma clara
percepção por parte do público
Quando se tem espaço horizontal pode espalhar‑se a orquestra para que
o som passe entre os músicos e não através deles. Inicialmente esta forma
afecta o desempenho da orquestra mas as que experimentaram referi‑
ram que preferem esta forma. Mesmo em locais onde o espaço é mais
reduzido, pode conseguir‑se canais de som para os instrumentos mais
ruidosos.
42
PARTILHAR A DOSE DE RUÍDO COM DOIS
OU MAIS MÚSICOS
MARCAR O RESULTADO
Até um certo ponto, os músicos podem defender‑se do som forte dos seus
vizinhos. Podem ter tempo de colocar os protectores ou os dedos, ou no
mínimo podem preparar‑se psicologicamente para o efeito.
43
COLOCAR OS MÚSICOS RUIDOSOS NOUTRO LOCAL E
FAZÊ‑LOS OUVIR ATRAVÉS DE UM MICROFONE
MATAR A ACÚSTICA
44
pensarmos que o decibel é uma unidade logarítmica então uma exposição
reduziu‑se a metade enquanto a outra duplicou e o risco total aumentou.
A posição dos ecrãs para locais ruidosos deve ser cuidadosamente
escolhida.
45
Os tampões industriais também proporcionam demasiada protecção
para o trabalho de orquestra quando bem adaptados, embora possam ser
menos inseridos permitindo assim uma menor redução. O problema é
que não se sabe que redução será demasiada.
Os contrabaixistas e violoncelistas podem preferir tampões que lhes
permitam ouvir o seu próprio instrumento reduzindo os agudos dos
outros instrumentos. Ex. Guymark Blue. Tampões feitos por medida
podem possuir um venting para permitir também a passagem dos
sons graves. Os músicos de cordas preferem atenuação uniforme como
a permitida pelo EAR Ultratech, ou pelo ER 9, 15 ou 25. Estes tampões
introduzem o controlo da quantidade de amplificação dos agudos para
que a redução seja igual em todas as frequências. Estes tampões são ja
confeccionados enquanto os ER são moldados no próprio ouvido. A
vantagem destes tampões é que ao serem moldados no próprio ouvido
permitem uma maior protecção pois estão adaptados aquele canal audi‑
tivo (eliminando a ressonância no espaço entre o tampão e a membrana
do tímpano).
Tampões que são moldados no próprio ouvido dependem de uma
Filtros
Protector de silicone boa impressão. Alguns sugerem, inclusivamente, que o indivíduo deve
mexer o maxilar como quando toca, enquanto lhe fazem a impressão
para o tampão. Estes podem também ser feitos com a possibilidade de
trocar de filtros.
Os músicos que têm um contacto directo cabeça/instrumento (prin‑
cipalmente os metais e as madeiras de palheta dupla) experimentam
ruído que se propaga através do ouvido externo e do crânio. O ruído
transmitido através do crânio é de predominância grave pois o osso fino
que envolve os ouvidos elimina os tons agudos.
Provavelmente já aconteceu não reconhecermos a nossa própria voz
gravada por parecer demasiado metálica – na realidade o ruído que ouvi‑
mos está directamente relacionado com a transmissão craniana. Quando
usamos tampões nos ouvidos eles reduzem o som que atinge directa‑
mente a membrana do tímpano mas a transmissão craniana mantém‑se
constante. Como consequência, o equilíbrio de agudos/graves modifica
‑se e é até exacerbado porque o ruído dos graves interfere com a capa‑
cidade de ouvir os agudos. Assim, alguns músicos, conseguem ouvir
pouco ruído útil quando usam tampões. A distorção é minimizada se os
tampões oferecerem a protecção mínima necessária e se preencherem
o canal auditivo. Quando um tampão comprido de protecção ligeira se
revela inútil, uma diferente protecção poderá resultar. De notar que uma
46
diferente protecção só poderá ser eficaz se a exposição for suficientemente
alternada no que respeita os picos de som. Protecção sensível à amplitude
ou dependente da intensidade é desenhada para oferecer protecção negli‑
genciável a níveis moderados e eliminar os sons agudos (frequentemente
acima de 105/110dB). O efeito pode ser estranho – um músico pode ver
os percussionistas a tocar mas não ouvir o caixa de rufo ao lado – mas
permite menor interferência nos períodos musicais. A protecção depen‑
dente da intensidade sonora pode ser a melhor opção para os percus‑
sionistas, provavelmente para os metais e talvez para as madeiras. Rara‑
mente será boa protecção para os instrumentistas de cordas.
A protecção dependente da intensidade sonora está disponível em
tampões ja confeccionados, tampões moldados ao ouvido e abafadores.
Os abafadores podem também ser opção não envolvendo o problema
da ressonância de um tampão. Existem abafadores que possuem uma
versão com um controlo electrónico do som externo. Quando foram
ensaiados, os músicos ficaram satisfeitos com o som mas descobriram que
a electrónica introduzia um atraso no tempo. O atraso era insignificante
mas suficiente para os músicos estarem sempre atrasados no compasso.
Assim, correntemente só será solução se todos os músicos usarem.
47
RELUTÂNCIA
48
49
50
DEPOIS DE TODA A FORMAÇÃO, ONDE ESTAMOS AGORA?
ANTECEDENTES
Desde há vários anos que muitos músicos acreditavam que a sua audi‑
ção poderia estar em risco, simplesmente por fazerem o que gostavam, e
em A Sound Ear confirmaram os seus receios. Mas, outros nunca tinham
pensado nisso nesses termos e confessaram o gosto pelo “ruído” provo‑
cado pela música, rotulando secretamente os que se queixavam como
‘medricas “.
51
RESUMO DOS RESULTADOS
A boa notícia é que três anos depois das primeiras sessões oficiais de
formação em Leeds (Orchestra of Opera North) parece haver consenso
geral sobre a necessidade de implementar medidas. Muitas iniciativas já
foram tomadas e há um aumento do nível de boas práticas. Os músicos
foram percebendo que a lei existe para os proteger, e não para destruir
as orquestras, e têm partilhado com as direcções os seus pontos de vista
sobre a melhor forma de assumir o controlo dos problemas. Os mal‑en‑
tendidos têm sido resolvidos e a maior parte dos críticos conquistados
por um método de ensaio e experimentação. Há um pequeno risco de
que um número reduzido de pessoas com poder possa pensar que está
acima da lei e não tencione tomar medidas para proteger os seus músi‑
cos. Isso seria um ponto de vista arrogante e míope e poderia ser contra
os interesses de toda a classe. No entanto, o que se verifica é que parece
haver um movimento forte e extremamente positivo no sentido da forma‑
ção, compreensão e acção.
FORMAÇÃO
52
As quatro orquestras: Royal Opera House, Bournemouth
Symphony Orchestra, Northern Sinfonia e London
Philharmonic Orchestra.
53
“Como educar os maestros ... Penso que compete à administração
actuar muito antes do maestro colocar alguém próximo da orquestra. Por
causa da formação, as pessoas estão muito mais à vontade em confron‑
tar um maestro no ensaio do que no passado. Mas, não deveria nunca ser
necessário! Felizmante que longe vão os dias em que Solti nós disse num
ensaio da opera “Frau” “toque o que quiser desde que seja forte!”
“Houve alguma resistência, mas ajudou o facto de que um pequeno
grupo teve uma reunião preliminar com Alison Wright‑Reid.”
“Os nossos trompetistas foram para a formação com a disposição de
usar telas mas saíram a recusá‑las com o argumento de que eram peri‑
gosas. Não sei se era a menThe Sagem que era suposto ser passada na
formação...”
Evidentemente, muito trabalho foi feito também pela bbc com cada uma
das suas orquestras. Tem que se reconhecer que a questão das medições e
soluções tem sido um aspecto vivido pela bbc desde o início da década de
1990, quando Alison Wright Reid fazia parte da equipa bbc’s Health and
Safety em White City, onde desenvolveu o seu interesse nesta área. (ver
AR Woolf ‑ Radiodifusão e Regulamentos de ruído no local de trabalho ‑
1994 Boletim de Acústica).
54
ESTUDOS DE CASO
55
fortes reverberações na parede posterior quando a música tem intensida‑
des elevadas. É concebível que isto tenha pelo menos o efeito positivo de
diminuir o volume dos metais, excepto quando incentivados pelo maes‑
tro a atingir os limites.
Telas Standard Perspex também estão disponíveis, mas não são usadas
regularmente. Parece existir alguma confusão sobre a colocação de telas
e preocupação sobre os perigos de serem mal colocadas. Têm sido postos
à disposição de todos os membros exames audiométricos, e o método de
teste está em discussão. Estão a ser implementadas fortes ligações com
empresas externas para oferecer a prestação de rastreios e de outro tipo
de cuidados.
56
Na Royal Opera House existe uma gestão absolutamente determinada a
fazer um contrato com os músicos para acompanhar, registar e contro‑
lar a exposição individual aos níveis de ruído. Estão a ser tomadas medi‑
das para explorar e instalar os melhores e mais recentes níveis de protec‑
ção física na roh e é evidente que tudo o que se pode fazer está a ser feito.
Estão disponíveis exames audiométricos para todos os membros e está a
ser implementado um perfil confidencial de saúde.
57
um comentário honesto, mas as observações confirmam que o empenho
e a qualidade do trabalho que está a ser feito são impressionantes e que
isto não pode ser subestimado. Até mesmo os críticos na orquestra, e há
alguns, concordam que a gestão parece estar a fazer tudo o que é possí‑
vel para manter a dinâmica. Foi percorrido um longo caminho desde as
acções de formação da abo e estão a ter em conta ainda outros conse‑
lhos de profissionais de outras áreas. Eles não têm a uma equipa formal
de ruído, mas há pessoas dentro da orquestra que estão envolvidas desde
o início e continuam a fazer parte da equipa juntamente com os repre‑
sentantes eleitos e os profissionais de Saúde e Segurança no interior da
House.
58
Uma equipa, composta por músicos e funcionários, está envolvida no
processo de elaboração da política da Orquestra como resposta às consul‑
tas no Sound Advice, e foi publicado um novo manual contendo normas
gerais de trabalho e políticas de Saúde e Segurança. Uma política espe‑
cífica de gestão do ruído será incluída quando for obtido um acordo.
As questões em discussão incluem o amortecimento do som no Henry
Wood Hall (o espaço de ensaio da Orquestra principal), testes acústicos
em Glyndebourne, onde a orquestra é residente durante todo o verão,
e a exploração das possibilidades do palco da rfh quando os elevado‑
res hidráulicos já tiverem sido instalados. Está a ser realizada investiga‑
ção sobre os protectores auditivos mais eficazes e estão a ser comprados
diferentes tipos de auriculares. Um plano geral do posicionamento dos
músicos foi encaminhada para o rfh que irá, naturalmente, alterá‑la em
função das necessidades do repertório, mas no entanto, teve em conta
as áreas de elevada exposição e, tanto quanto possível, manteve alguma
distância e isolamento. O novo maestro principal da lpo compreende
estas questões e está disposto a cooperar para encontrar soluções.
Após um início lento a lpo está a levar muito a sério as questões do ruído
e no planeamento dos futuros horários é tida em consideração a neces‑
sidade de, sempre que possível ser dado um dia livre após um dia muito
ruidoso, para ajudar a reduzir a do The Sagem média do ruído. Também
ocorreram discussões sobre a importância da visita aos maestros para
falar sobre este assunto.
59
também incentivar o facilitismo, o que poderá igualmente representar
alguns perigos.
60
notado que, mesmo quando se utilizam quatro trompas e trombones,
toda a orquestra excepto o naipe dos trompetes se situa num unico nivel,
em frente dos estrados.
O valor das equipas de gestão de ruído foi questionado por mais de uma
orquestra durante o processo de avaliação. Houve uma opinião expressa
de que as equipas de ruído não são necessariamente a melhor maneira
de lidar com as questões de uma forma desapaixonada. Foi alegado que
apenas aqueles com um forte interesse são susceptíveis de se voluntariar,
enquanto que o grupo geral da orquestra, juntamente com a administra‑
ção e com os representantes eleitos de Saúde e Segurança, tenham prova‑
velmente mais autoridade e o respeito de toda a orquestra sobre esta ques‑
tão. É razoável concordar com esta opinião. Afinal, a ideia de uma equipa
de gestão de ruído era uma forma de responsabilizar um grupo especí‑
fico de pessoas pela monitorização do ruído. Estavam dispostos a acei‑
tar formação complementar quando se tornou disponível, e a aderir a um
61
código de boas práticas que poderiam insistir para que fosse seguido. Foi
concebida como uma forma de fazer com que os elementos da adminis‑
tração, músicos e maestros, colectivamente, assumissem o assunto como
sério. Se cada orquestra tiver encontrado a maneira mais eficaz para si
própria, deve ser incentivada a segui‑la.
62
8 — Acorde um plano seguro de distribuição de lugares com bastante
antecedência, discutindo este assunto com o maestro (ao qual deve
ser permitida uma opinião mas sem direito de veto!)
CONCLUSÕES
63
64
MEDIÇÃO DA EXPOSIÇÃO AO RUÍDO EM MÚSICOS
INTRODUÇÃO
65
EQUIPAMENTOS
66
Exemplos de equipamentos que cumpram os requisitos são:
— Cirrus RC: 110a doseBadge Medidor de Ruído Pesoal com RC: 110a
Unidade de leitura
MÉTODO DE MEDIÇÃO
67
de que eles não gravam conversas, apenas recolhem dados estatísticos. Se
os dispositivos são removidos durante essa interrupção, devem ser reco‑
locados no mesmo local antes de recomeçar a actuação.
Figura 1: Posições de
medição sugeridas
68
PÓS – PROCESSAMENTO
— Nome da orquestra
— Nome do maestro
Exemplos
Equipamento: exemplo
— Brüel & Kjær Type 2236 Precision Integrating Sound Level Meter
Os dosímetros são de acordo com a norma IEC 61252:1993 Personal
Sound Exposure Meters.
Resultados Exemplo
69
Resultados das medições:
intervalo
70
APÊNDICE 1
71
3. Valores limite de 4. Avaliação do risco para
exposição e valores de a saúde e segurança criada
acção pela exposição ao ruído no
local de trabalho
1. Os valores de menor acção de
exposição são: 1. Um empregador que exerça acti‑
vidades que são passíveis de expor
(a) uma exposição diária ou sema‑ os empregados ruído igual ou
nal pessoal ao ruído de 80 dB superior ao valor de menor acção
(A‑ponderado); e de exposição deve
(b) um pico de pressão sonora de fazer uma adequada e suficiente
135 dB (C‑ponderado). avaliação do risco que o ruído
exerce para a saúde e segurança
2. Os valores de máxima acção de desses trabalhadores, e a avaliação
exposição são: dos riscos deve identificar as medi‑
(a) uma exposição diária ou sema‑ das que devem ser tomadas para
nal pessoal ao ruído de 85 dB satisfazer as exigências
(A‑ponderado); e destes regulamentos.
(b) um pico de pressão sonora 137
dB (C‑ponderado). 2. A avaliação dos riscos deve
incluir:
3. Os valores‑limite de exposição (a) o nível, natureza e duração da
são: exposição, incluindo a exposição a
(a) uma exposição diária ou sema‑ picos de pressão sonora;
nal pessoal ao ruído de 87 dB (A (b) os efeitos da exposição ao ruído
ponderado); e sobre os trabalhadores ou grupos
(b) um pico de pressão sonora 140 de empregados cuja saúde está
dB (C‑ponderado). particularmente em risco face a tais
exposições;
4. É tido em conta a atenuação do (c) na medida do possível, qual‑
ruído efectuada pelos protectores quer efeito sobre a saúde e segu‑
auditivos na aplicação dos valores rança dos trabalhadores resultantes
limite de exposição; da interacção entre o ruído e o uso
de substâncias ototóxicas no traba‑
5. Tal não se aplica no cálculo dos lho, ou entre ruído e vibração;
valores de acção. (d) Efeitos indirectos sobre a saúde
e segurança dos trabalhadores
resultantes da interacção entre o
ruído e sinais de alarme audíveis
72
ou outros sons que precisam de ser 5. Eliminação ou controle
audíveis por forma a reduzir risco da exposição ao ruído no
de acidentes no trabalho; local de trabalho
(e) qualquer informação fornecida
pelos fabricantes dos equipamentos 1. O empregador deve assegu‑
de trabalho; rar que o risco de exposição dos
(f) a disponibilidade de equipa‑ seus trabalhadores ao ruído, deve
mentos alternativos destinados a ser eliminado na fonte ou, quando
reduzir a tal não seja razoavelmente possí‑
a emissão de ruídos; vel, reduzido a um nível tão baixo
(g) qualquer prolongamento quanto for praticável.
da exposição ao ruído no local
de trabalho para além do horá‑ 2. O empregador assegura que os
rio normal de trabalho, incluindo riscos para a segurança e saúde dos
a exposição em instalações de trabalhadores resultantes da expo‑
repouso são supervisionadas pelo sição ao ruído sejam eliminados ou
empregador; reduzidos ao mínimo, mediante ‑‑
(h) a informação adequada obtido (a) outros métodos de trabalho que
na sequência da avaliação da saúde, reduzam a exposição ao ruído;
incluindo, quando possível, infor‑ (b) escolha de equipamento
mações publicadas; e adequada de trabalho que emita
(i) a disponibilidade de protectores o menor ruído possível, tendo em
auriculares individuais com carac‑ conta o trabalho a ser executado;
terísticas de atenuação adequadas. (c) Concepção e disposição dos
locais de trabalho, estações de
3. A avaliação dos riscos deve trabalho e
ser revista periodicamente e, de instalações de descanso;
imediato se: (d) informação adequada e sufi‑
(a) há motivos para suspeitar que ciente e formação para os empre‑
a avaliação do risco deixou de ser gados, para que os equipamentos
válida, ou de trabalhos possam ser utilizados
(b) houve uma mudança signifi‑ correctamente, a fim de minimizar
cativa no trabalho para o qual o a sua exposição ao ruído;
avaliação diz respeito, e (e) redução do ruído emitido atra‑
(c) quando, como resultado da vés do uso de meios técnicos;
revisão, são necessárias alterações à (f) programas de manutenção
avaliação do risco, essas alterações adequada dos equipamentos de
devem ser feitas.
73
trabalho, local de trabalho e siste‑ 7 ‑ O empregador deve—
mas de trabalho;
(g) Limitação da duração e intensi‑ 1. assegurar que os seus colabora‑
dade da exposição ao ruído; e dores não estão expostos a ruído
(h) Horário de trabalho apropria‑ acima do
dos, com períodos de repouso valor limite de exposição; ou
adequados. 2. se um valor limite de exposição
for ultrapassado rapidamente ‑‑
6. Medidas de protecção (i) reduzir a exposição ao ruído
individual para um valor abaixo do valor
limite de exposição;
Caso não seja possível evitar por (ii) identificar o motivo pelo qual
outros meios os riscos da exposição o valor limite de exposição foi
ao ruído, o empregador deve provi‑ ultrapassado;
denciar equipamentos de protec‑ (iii) modificar as medidas de orga‑
ção individual de acordo com a nização e técnicas tomadas, para
legislação; prevenir que seja novamente
ultrapassado.
1 ‑ Deve: 3. Quando são disponibiliza‑
a) Colocar à disposição dos traba‑ das instalações de descanso aos
lhadores protectores auditivos trabalhadores,
individuais sempre que seja ultra‑ o empregador deve assegurar que
passado um dos valores de acção a exposição ao ruído nessas insta‑
inferiores; lações seja reduzida para um nível
b) Assegurar que os trabalhado‑ apropriados para a sua finalidade e
res utilizam os protectores audi‑ condições de utilização.
tivos individuais sempre que o 4. O empregador deve adop‑
nível de exposição ao ruído iguale tar qualquer medida tomada em
ou ultrapasse os valores de acção conformidade
superiores; com as exigências do presente
c) Assegurar que os protectores regulamento tendo em conta qual‑
auditivos escolhidos permitem quer empregado ou grupo de
eliminar ou reduzir ao mínimo o empregados cuja saúde possa estar
risco para a audição; particularmente exposta ao risco
d) Aplicar medidas para garantir a de exposição ao ruído.
utilização dos protectores auditivos 5. Os trabalhadores em causa ou os
e controlar a sua eficiência; seus representantes serão consul‑
tados sobre as medidas a serem
74
tomadas para satisfazer as exigên‑ avaliação da audição e a realização
cias do presente regulamento. de exames audiométricos de dois
em dois anos;
8. Vigilância Sanitária
5. Os audiómetros utilizados
1. Se a avaliação de risco indicar devem respeitar os requisitos de
que existe um risco para a saúde normalização em vigor e ser cali‑
dos seus empregados que são, ou brados periodicamente;
que sejam susceptíveis de estar
expostos ao ruído, o empregador 9. Informação, instrução e
deve assegurar que esses trabalha‑ treino
dores são colocados em condições
adequadas de vigilância de saúde, 1. Se trabalhadores estão expos‑
que incluirá a avaliação da sua tos a ruídos, que, provavelmente,
audição. possam ser iguais ou superiores ao
mínimo de exposição de acção, a
2. Esta vigilância da saúde deve: entidade patronal
(a) Detectar precocemente a rela‑ deve fornecer a esses trabalhadores
ção entre uma doença identificável e aos seus representantes informa‑
ou os efeitos nocivos para a saúde e ção, instrução e treino adequados e
a exposição ao ruído suficientes,
(b) Determinar a relação entre a
doença ou os efeitos nocivos para 2. A informação, instrução e treino
a saúde e as condições particulares ministrados no âmbito desse pará‑
de trabalho; grafo incluem:
(c) utilizar técnicas adequadas para (a) a natureza dos riscos de exposi‑
detectar a doença e os efeitos noci‑ ção ao ruído;
vos para a saúde; (b) as medidas técnicas e de orga‑
nização tomadas a fim de cumprir
3. Ao trabalhador que tenha estado os
exposto a ruído acima dos valores requesitos da regra 6;
de acção superiores, deve ser asse‑ (c) os valores limite de exposição e
gurada a avaliação da audição e a os valores superior e inferior de
realização de exames audiométri‑ exposição acção estão estabeleci‑
cos anualmente; dos na regulação 4;
(d) os resultados significativos
4. Assegurar ao trabalhador que da avaliação de risco, incluindo
tenha estado exposto a ruído acima quaisquer
dos valores de acção inferiores, a
75
medições efectuadas, com uma
explicação desses resultados;
(e) a disponibilização e entrega de
protectores auditivos individuais
nos termos da regra 7 e o seu uso
correcto de acordo com regula‑
ção 8 (2);
(f) porquê e como detectar e relatar
sinais de lesões auditivas;
(g) O direito à avaliação da saúde
nos termos da regra 9 e seus efeitos;
(h) Práticas de trabalho segu‑
ras para minimizar a exposição ao
ruído;
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