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190)
Posse em cargo público de candidato aprovado em concurso,
que esteja com os direitos políticos suspensos por condenação criminal
Relator
Fatos
Ministro Alexandre de
Moraes Trata-se de recurso extraordinário, com repercussão geral (Tema 1.190),
Votação em que a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) questiona
Maioria (7x2) decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que garantiu o direito
Voto que prevaleceu à posse em cargo público de candidato que estava com os direitos
Ministro Alexandre de políticos suspensos por condenação criminal definitiva.
Moraes
Órgão julgador No caso, pessoa condenada pela prática de crime foi aprovada em
Tribunal Pleno concurso público da FUNAI, mas impedida de tomar posse, apesar de já
Data do julgamento
ter cumprido os requisitos para sair da prisão em liberdade condicional
04/10/2023 (cumprimento de parte da pena com bom comportamento) e poder
exercer regularmente as funções do cargo.
Formato
Presencial
Questões jurídicas
Fundamentos da decisão
Votação e julgamento
Resultado do julgamento
Por maioria de votos, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que pessoas condenadas
criminalmente que sejam aprovadas em concursos públicos podem ser nomeadas e empossadas,
desde que não haja relação entre o crime cometido e a função a ser exercida, nem conflito de
horários entre a jornada de trabalho e o regime de cumprimento da pena.
O relator do recurso, ministro Alexandre de Moraes, afirmou que a suspensão dos direitos políticos
em caso de condenação criminal definitiva, enquanto durarem seus efeitos, não restringe o direito
ao trabalho. O relator ressaltou que a ressocialização dos presos no Brasil é um desafio que só pode
ser enfrentado com estudo e trabalho.
Por esses fundamentos, o STF negou provimento ao recurso da FUNAI, confirmando a decisão do
Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que garantiu o direito à posse do candidato aprovado em
concurso público.
Tese de julgamento:
“A suspensão dos direitos políticos prevista no artigo 15, III da Constituição Federal (“condenação
criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos”) não impede a nomeação e posse
de candidato aprovado em concurso público, em respeito aos princípios da dignidade da pessoa
humana e do valor social do trabalho (CF, art. 1º, III e IV) e do dever do Estado em proporcionar as
condições necessárias para a harmônica integração social do condenado, objetivo principal da
execução penal, nos termos do artigo 1º da LEP (Lei nº 7.210/84). O início do efetivo exercício do
cargo ficará condicionado ao regime da pena ou à decisão judicial do juízo de execuções, que
analisará a compatibilidade de horários.”
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