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Jéssica Leticia Brandão de Souza

RA: 201800182
Turma XII- 3º Semestre

PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

03/04/2019
1- Introdução

O presente trabalho irá fazer um breve resumo do que se trata A Pena


Restritiva de Direito, pretendendo assim, demonstrar que as penas restritivas
de direitos são as mais adequadas, com intuito de proporcionar uma mudança
de comportamento do condenado. Essa pena que substitui a pena privativa de
liberdade, evita, o encarceramento dos delinquentes nas infrações de menor e
médio potencial ofensivo, e estão dispostas no artigo 43 e seguintes do Código
Penal.
2. Conceito
Presente no Código Penal a pena restritiva de direito é a sanção penal imposta
em substituição á pena privativa de liberdade, que consiste na supressão ou
diminuição de um ou mais direitos condenados. São aplicadas aos crimes de
menor potencial ofensivo e grau de responsabilidade, com penas mais
brandas.

Espécies de Penas Restritivas de Direitos

Existem cinco espécies de pena restritiva de direito, e cada uma delas está
citada no art. 43, CP:

Art. 43. As penas restritivas de direitos são:


I - prestação pecuniária;
II - perda de bens e valores;
III - limitação de fim de semana.
IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas;
V - interdição temporária de direitos;

I- Prestação pecuniária:
Refere-se ao valor em favor da vítima, seus dependentes ou entidades públicas
ou particularidades com destinação social. O valor fixado pelo juiz é de 1 até
360 salários mínimos. Pode, conforme o caso transforma-se em prestações de
outra natureza.

II- Perda de bens e valores


Não muito aplicada no Brasil, a pena de perda de bens e valores consiste em
retirar do agente o seus bens (moveis e imóveis) como forma de pagamento da
pena.

III- Limitação de fim de semana

Consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por cinco


horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado,
podendo ser ministrados aos condenados, durante essa permanência cursos e
palestras, ou atribuídas a eles atividades educativas.

IV- Prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas

Considerada muito eficientes para a reeducação dos indivíduos, essa pena é a


realização de tarefas gratuitas em hospitais, entidades publicas ou programas
comunitários. O condenado irá trabalhar de acordo com sua aptidão física.
Essa pena alternativa devera ser cumprida durante 8h semanais e será
realizado aos sábados, domingos e feriados, ou em dias úteis, de modo a não
prejudicar a jornada normal de trabalho, nos horários estabelecidos pelo juiz.

V- Interdição temporária de direitos

É a mais autentica penas restritivas de direitos, pois tem por finalidade impedir
o exercício de determinada função ou atividade por um período determinado,
como forma de punir o agente de crime relacionado à referida função ou
atividade proibida, ou frequentar determinados lugares.

– Artigo 47, CP: As penas de interdição temporária de direitos são:

I – proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem


como de mandato eletivo;

II – proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que


dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder
público;

III – suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo.

IV – proibição de frequentar determinados lugares.

V – proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame


público.

Requisitos necessários para a substituição da pena


O art. 44, CP traz os requisitos necessários para que o juiz possa levar em
consideração a substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de
direitos. Os requisitos são considerados cumulativos, ou seja, todos devem
estar presentes para que possa se realizar a substituição.

Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as


privativas de liberdade, quando:
I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos
e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa
ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo;
II – o réu não for reincidente em crime doloso;
III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a
personalidade do condenado, bem como os motivos e as
circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.
§ 2º Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição
pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se
superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída
por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de
direitos.
§ 3º Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a
substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida
seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado
em virtude da prática do mesmo crime.
§ 4º A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de
liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição
imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será
deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o
saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão.
§ 5º Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por
outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão,
podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a
pena substitutiva anterior.

Entretanto, se o condenado preencher todos esses requisitos, o juiz é obrigado


a substituir a pena privativa de liberdade pela pena restritiva de direito, pois a
concessão de pena alternativa não é um mero favor que a justiça presta ao réu,
mas sim um direito se ele preenche os requisitos da lei.

Também de acordo com o artigo 44, nos crimes dolosos somente é possível a
pena alternativa se a pena final aplicada não ultrapassar quatro anos e se o
crime não envolve violência ou grave ameaça. Nos crimes culposos qualquer
que seja a pena aplicada, mesmo que seja superior a quatro anos é possível à
substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direito.

Apesar dessa regra geral no art. 44 parágrafo 3° a lei permite ao juiz conceder
pena alternativa a quem é reincidente doloso, desde que a reincidência não
seja pelo mesmo crime e a pena alternativa seja socialmente recomendável.
Descumprimento da pena restritiva de direito

Se for descumprida a pena restritiva de direito, de acordo com o parágrafo 4°


do artigo 44, a pena alternativa será convertida em prisão, sendo descontado
sobre a pena que resta cumprir o período que o condenado cumpriu a pena
alternativa até o momento de sua conversão.

Art. 44, CP

§ 4º A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade


quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No
cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o
tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo
mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão.

3. Considerações finais

Deste modo, o presente trabalho pretendeu demonstrar de forma resumida que


as penas restritivas de direitos são as mais adequadas para proporcionar uma
oportunidade de mudança de comportamento do condenado, além de
constituírem num modelo que respeita os direitos fundamentais do cidadão, e
de cumprirem a função de reprovação do crime ao realizarem os fins gerais e
especiais da pena. Foi demonstrado também que a justa sanção no Direito
Penal atual constitui-se da equilibrada cominação e criteriosa fixação, além da
execução eficiente das penas restritivas de direitos, nos crimes de pequeno e
médio potencial ofensivo, reservando-se a prisão para os condenados que
cometem crimes graves e para os criminosos perigosos.

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