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DISCIPLINA FAI 10ª CLASSE

TEMA: A PESSOA E A CULTURA FERNANDO DALA: 945 783 241


1.1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE FA
1.1.1 OBJECTO DE ESTUDO
1.1.2 OBJECTIVO DE ESTUDO DE FAI
1.1.3 IMPORTÂNCIA DE ESTUDO DE FAI
1.2 NOÇÃO DE PESSOA

1.1. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE FA

FAI (Formação de Atitude Integradoras) é uma disciplina ou ciência sociocultural que


estuda as normas que regulamentam a convivência dos indivíduos na sociedade. Tem
como objecto de estudo as actitudes comportamentais do homem em quanto ser social.

A disciplina de FAI como ciência sociocultural tem como objectivo a transmissão de


conhecimento, de valores éticos, morais e culturais tendo em vista o resgate dos valores.

1.1.3. IMPORTÂNCIA

1º Criar a capacidade de socialização;


2º Incentivar os valores morais éticos e culturais aos cidadãos;
3º Permitir o domínio na comunicação;
4º Contribuir para o desenvolvimento humano
5º Contribuir para uma sociedade equilibrada, que se adequa aos valores da sua
sociedade;
6º Permitir o domínio na sua área de formação;

Que no final do curso o homem seja um bom cidadão, acima de tudo patriota.

1.2. NOÇÃO DE PESSOA

“o vocábulo pessoa é derivado do grego prescon” (aspecto) os latinos denominavam como


pessoa as máscaras usadas pelos actores de teatro mais também chamaram os próprios
personagem.

A palavra latina persona conceituou-se no português pessoa, no galiano persoa, no


italiano e no espanhol dizem, persona no inglês person e finalmente no francês personne.
Consequentemente pessoa é todo ente dotado de personalidade para o direito, isto é,
acto para ser titular do direito objectivo.

A pessoa é o ser mais importante do universo protagonista a cultura e da história, mais


também o único sujeito com direitos e deveres. Constata-se que só a pessoa humana tem
o direito a nome próprio, é um ser consciente que se realiza nas relações (afectiva,
espiritual, política, cultural e económico). Segundo Bórcio a pessoa é definida como
uma sustância individual de natureza racional pelo que o individual concreto é visto
como um ser único e individual.

Ao conjunto de característica que permitem distinguir uma pessoa da outra denomina-se


por personalidade.
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Características essenciais e distintas da pessoa

1º Singularidade
2º Abertura
3º Projecto
4º Autonomia e liberdade
5º Dignidade verso valor

Abertura: cada pessoa é um ser aberto constante diálogo, interação com os seus iguais,
isto é pessoa como ela. Com a natureza e com todos os outros seres é transcendente, ou
seja, aprende tudo aquilo que esta além dos outros e da natureza.

Projecto: A pessoa não nasce pessoa feita e acabada. O ser humano é um ser fixo de
possibilidade, tem de escolher o que é certo ou errado.

Autonomia e Liberdade: Cada pessoa é um centro de decisão e doação, não são os a


decidirem por mim, eu tenho de me governar eu sou a lei de mim mesma com
nacionalidade e liberdade e responsabilidade.

TPC

Descreva a singularidade e a dignidade verso valore.

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1.3. A ESTRUTURA DA PERSONALIDADE

*NOÇÕES DE PERSONALIDADE:
Etimologicamente a palavra personalidade, “persona”, (per+sonare) vem do latim que
significa soar. Entende-se como o conjunto de características que diferenciam os
indivíduos; estes atributos são permanentes e dizem respeito a construção, temperamento,
caracter, aptidão e maneiras especificas de se comportar perante os restantes indivíduos.
Segundo alguns teóricos, personalidade significa “organização dinâmica dos aspectos
cognitivos afetivos, fisiológicos, e morfológicos do indivíduo”. Também podemos
definir personalidade como as actitudes, as tendências, os valores e os sentimentos dos
membros de uma determinada sociedade.
Segundo o medico austríaco/psicólogo Freud, a estrutura da personalidade é um dos
ramos fundamental da psicanalise. Assim sendo, e com basse nos seus pressupostos,
tentou ordenar a vida psíquica humana em três componentes básicas:
1. Id: é a instância inteiramente inconsciente.
2. Superego: possui aspectos consciente e inconsciente
3. Ego: é a instância consciente

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O id: é a parte, mas primitiva da personalidade, ou seja, aquele com que ele nasce; ele é
formado por instintos e impulsos orgânicos, é regido pelo prazer é herda do pais algumas
características.
Superego: representa os aspectos moral dos seres humanos; desenvolve-se através da
transmissão de normas/valores pelos pais ou adultos, as crianças da sociedade.
Ego: desenvolve-se apos o nascimento, quando a interação com o seu ambiente se inicia;
busca o prazer em contacto com a realidade e tem como tarefa garantir a saúde, segurança
e a sanidade da personalidade. A sua função é reduzir atenção do id e do superego e
manter o equilíbrio das duas forças, de modo a que o individuo possa procurar soluções
menos imediata e mais realistas.
Segundo Freud o superego tem como funções essências a consciências, auto-observação
e formação de ideias, é o veículo da tradição e do julgamento de valores transmitido de
geração em geração.
Segundo Kant a personalidade é caraterizado por quatro tipos de temperamentos citado
por Galero que são: sanguíneo caraterizado pela força, rapidez e emoções superficiais;
melancólico, designado pelas emoções intensas e vagarosidade das emoções; colérico
rapidez no agir; fleumático caraterizado pela ausência de reações emocionais
vagarosidade no agir.
O indivíduo é influenciado pelos seguintes aspectos: aspectos inconsciente, força do ego,
aspectos biológico, aspecto de dimensão cognitiva, aspecto de dimensão espiritual,
conjuntos de traços habilidades e pré-disposições especificas.
Em suma cada indivíduo apresenta uma personalidade diferente perante a sociedade,
ainda que o façamos intimamente e voluntariamente ou até inconscientemente, nenhum
de nós deixa de classificar as pessoas que conhecemos.

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1.3.1. GRANDES ETAPAS DE CONSTRUÇÃO DA PERSONALIDADE
*INFLUÊNCIAS BIOLOGICAS/ HEREDITÁRIAS:
Família, escola, amizade, solidão, sociedade no geral têm uma grande influência na
personalidade do indivíduo. Geralmente traumas na infância fazem as pessoas tronarem-
se más com a sociedade.

Infância: corresponde a um período em que em virtude da sua imaturidade biológica e


psicológica a criança depende inteiramente dos adultos. Maior autonomia psicomotora e
aparecimento no pensamento e da linguagem, do ponto de vista afetivo já existe uma
diferenciação entre o “EU” e o outro o que permite o aparecimento de relações
qualitativamente diferenciadas.
Adolescência: período de grande relevância para a construção da personalidade. Já a
velhice diminuição progressiva de algumas capacidades, balanço final e preocupação com
os outros.

INFLUÊNCIAS BIOLOGICAS / HEREDITÁRIAS


A influencia desafia constantemente a evolução biológica e hereditária do ser humano a
partir da compreensão de vida e da variedade dos seres vivos. Assim, torna-se
fundamental saber quantas espécies existem desde os primórdios, resultam em mudanças,
alterando os organismos e gerando novas vidas ao mundo, ainda assim, não podemos
afirmar que a modificação que ocorre no organismo se refere a um individuo sem
transmitir propriedade do antigo ou do novo.

Nos seculos XVII e XVIII, vários filósofos revelaram teorias evolucionistas em relação
a este tema. Aristóteles e Platão tentaram explicar a evolução biológica de acordo com as
influências filosófica do seculo XVI.

Hoje em dia ninguém ocupa um espaço territorial ocasionalmente, pelo que se considera
que um individuo herda as características dos seus descendentes e do seu meio ambiente.
Muitos são os exemplos no nosso meio e estes validam a afirmação de que a influencia
consiste na caraterização do individuo ou do grupo através de um determinado ambiente.

O FIXISMO
A teoria fixista determina o ser vivo como um agente fixo e imutável, pelo que a evolução
biológica nunca se verificou; segundo estes teóricos, os seres vivos actuais sempre
existiram na terra, desde os seus primórdios.
Proposta pelo naturalista francês George Cuvier (1762 - 1832) o fixismo foi aceite sem
contestação até no seculo XVII, fundamentando-se na ideia da criação dos seres vivos, a
partir de um poder divino. No entanto, a partir da segunda metade do seculo XVIII,
surgiram as teorias evolucionistas, transformistas que se opuseram a este modelo inicial.
Várias hipóteses foram usadas para a explicação desta teoria, destacando-se a geração
espontânea e a do criacionismo. A hipótese de geração espontânea foi proposta pelo
filosofo grego Aristóteles sob influência de Platão. Para Aristóteles os seres vivos seriam
formados constantemente, a partir de matéria não viva como o pó. Uma vez formados

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estes seres vivos permanecem imutáveis, originando descendentes semelhantes em todas
as gerações.
O criacionismo, comparações entre proteínas, o conceito de adaptação, evolução.

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1.3.2. INFLUENCIA DO MEIO E DA CULTURA

Quando a expressão Cultural Política referimo-nos ao conjunto de atitudes, normas,


crenças e valores políticos partilhados pela grande maioria dos membros de um
determinado país, incluindo as instituições políticas existentes, também integra este
conceito de cultura.

Como se pode verificar, a cultura política de uma determinada nação representa um vasto
e complexo campo na pesquisa social. Vasto porque apresenta uma multiplicidade de
factores que integram a cultura política, entre eles:

 O comportamento de apatia (alienação dos cidadãos);


 Os graus de confiança e tolerância
 As identidades partidárias;
 O modo como os conflitos políticos que surgem no sistema são percebidas e
solucionados;

Estes factores que envolvem práticas comportamentais direccionadas às esferas as acção


políticas podem ser agregados ao conceito de cultura política. Esta é também um campo
de pesquisa complexo devido ao facto de os padrões de crenças e valores não serem
fenómenos estáticos, ou seja, se estes se alterarem, a cultura política também sofre
modificação num determinado período de tempo. Além disso, uma configuração
predominante de valores, crenças e atitudes políticas, que são condicionadas por
diferenças das classes socias, religião, etnia e entre gerações.

No âmbito da ciência política, os primeiros estudos académicos sobre a noção de cultura


política, realizados no início do século XX, sofreram influências intelectuais provenientes
das pesquisas antropológicas, sobretudo da antropologia culturista.

Aliados a ausência de uma base de fundamentação sólida e empírica, os estudos


deterministas produziam resultados equivocados, que se traduziam em visões
preconceituosas acerca das sociedades estudadas, provocando até certas limitações.
Constate-se este mesmo facto na abordagem de raízes que indicavam a democracia, o
autoritarismo, o militarismo e a ditadura como sistemas políticos derivados de
determinadas culturas políticas. Consequentemente, supunha-se que as matrizes culturais
dos povos bloquearam qualquer tentativa de mudança de sistema político, facto que não
era verdadeiro.

Em suma, cultura é o conjunto de atitudes, normais crenças e valores políticos e não só,
partilhados pela grande maioria dos membros de uma determinada sociedade ou nação.

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1.4. A PESSOA E O MUNDO

1.4.1. A EXPERIÊNCIA CULTURAL E A CONSTRUÇÃO DA PESSOA

A construção da identidade reparte-se entre a ordem social como um projecto e, também,


a vida de cada elemento como um projecto. Assim, os esforços colectivos tornam-se
extremamente necessários, no sentido de assegurar um cenário de confiança estável e
duradouro, que possibilite a previsão dos actos e das escolhas individuais.

Ao discutir o conceito de hipermodernidade, Lipoyetsky (2004) aborda a necessidade


crescente da identidade comunitária bem como um novo modo de identificação colectiva.
Afirma ainda que, na sociedade tradicional, suprimindo as escolhas individuais. No
entanto, para este autor, este conceito terminou, pois, a a “filiação identitária é um
problema, uma reivindicação, um objecto de apropriação dos indivíduos”, ou seja, uma
maneira de se auto construir, autodefinir e autoafirmar. Se antigamente a identidade
cultural era institucional, actualmente podemos considera-la como uma questão
individual.

Para Lipoyetsky (2004), “JÁ não basta sermos reconhecidos pelo que fazemos na
condição de cidadão livres e iguais perante os outros: trata-se de sermos reconhecidos
pelo que somos em nossa diferença comunitária e histórica, pelo que nos distingue dos
outros grupos (…) um desejo de híper-reconhecimento que, recusando todas formas de
desdém, de depreciação, de inferiorização do eu, exige o reconhecimento do outro como
igual da diferença.

No mundo moderno, as culturas nacionais constituem-se como fontes de significados para


a identidade cultural nas quais as diferencias regionais e étnicas estão subordinadas ao
estado-razão. Cultural nacional é, então, “um discurso – um modo de construir sentido
que influencia e organiza tanto nossas acções quanto à concepção que temos de nós
mesmos.

A cultura nacional tem como intuito unificar os membros de uma sociedade numa
identidade cultural, suprimindo as diferenças de classe, género ou raça, como advogar a
ideologia de mestiçagem. Esta cultura “é também uma estrutura de poder cultural”.

A história demonstra-nos que unificação dos lugares ocorreu sob processos de conquista
violenta, forçando a supressão da diferença. Considerando que as nações são constituídas
por diferentes classes sociais e diferentes grupos éticos-sociais, Hall acredita que
deveríamos pensar a cultura racional como representação da diferença como identidade,
pois a idade de classificação trona-se, paulatinamente, mais complicada.

As nações modernas são híbridas e culturais, pois nenhum abrange uma única cultura,
etnia ou povo. No Brasil, o grupo hegemónico luta para manter essa ideia viva sob o título
de democracia racial. Entretanto, os grupos minoritários, principalmente os negros e
indígenas, organizam-se como objectivo de romper as barreias construídas
ideologicamente que os mantinham na periferia do sistema social. Assim, combate-se a
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ideia de identidade cultural única, do jogo do poder, das contradições e das formas de
diferença inerentes à mesma.

*CONSIDERAÇÃO FINAIS

Actualmete, na nossa sociedade, predomina o individualismo e, nas sociedades


contemporâneas mais complexas, a indiferença e a busca da felicidade pessoal bem como
a valorização da pessoa e dos grupos como identidades culturais são factres dominantes.

Em suma, a relação entre a cultura e a pessoa resulta na forma e construção da identidade


Nacional, refletindo-se na história dos povos e permitindo que as próximas gerações se
situem de acordo com os seus grupos étnicos-sociais. Desta forma, todos se sentirão
orgulhosos da sua cultura e identidade da diversidade nacional.
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1.4.2. A RELAÇÃO DA PESSOA CONSIGO PRÓPRIO E COM OS OUTROS

O termo relação aplica-se em vários domínios da matéria, da vida e do mundo. A relação


entre os seres humanos bem como a ligação entre estes e o Mundo é, naturalmente,
importante, mas exigente.

O conceito de pessoa aplica a acção independente: sou pessoa por que posso agir e por
mim, mas necessito de me relacionar com os outros para solucionar, satisfazer as minhas
necessidades, também me relaciono comigo mesmo para satisfazer as minhas
necessidades básicas e biológicas como comer tomar banho, vestir, ir a igreja, a escola
fazer sexo, etc.

Como ser social, o homem necessita de manter relações significativas verdadeiras e


profundas para viver. O ser para si e por ser para os outros é uma das verdades mais
importantes da existência humana: “a ética ensina-nos que o outro não é uma coisa, mas
sim um EU como EU. E eu até preciso do outro para viver, para ser feliz. O outro tem
valor e dignidade própria, tem uma dimensão ética tal EU. Não é uma coisa, não é um
adversário, não é um inimigo a abater, não é um sem importância, mas é alguém
importante nós”.

Nas relações familiares (pais, filhos, irmãos, marido, mulher) devemos procurar formas
de promover e proporcionar o crescimento mútuo. Por exemplo, um professor tem como
missão não só ensinar, mas também criar com os alunos uma relação significativa de
proximidade; um medico, ao escolher a sua profissão, transmite, indiretamente, o seu
desejo de desenvolver o bem-estar dos outros.
Em suma, a amizade estabelecida entre os seres humanos é um campo frutífero de ajuda
mútua, onde cada um de nós promove a mudança e o crescimento individual.

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1.4.3. AS DIFERENÇAS INTERPESSOAIS E INTERCULTURAIS.


“Eu e outros compartilhando diferenças construindo identidades”.
Homens e mulheres, na sua incompletude e na sua relação com o mundo e com outros
seres, buscando dar respostas aos desafios, às questões de seu contexto, constroem
conhecimentos. Para Paulo Freires, o conhecimento é resultado desse processo, dessa
construção coletiva. Homens e mulheres: negros, brancos, pobres, índios, portadores de
deficiências, homossexuais etc. todos educam; todos ensinam e aprendem. Por isso afirma
que “Ninguém educa ninguém.
Os homens se educam em comunhão” (FREIRE, 1981:79). Educação em Paulo Freire, é
a prática de uma teoria do conhecimento. Ao se deparar com um problema, o ser humano
se questiona, questiona outros seres humanos, pesquisa, busca resposta possíveis para
solucionar o desafio que está à sua frente, testa suas hipóteses, confirma-as reformula-as,
nega-as, abandona-se, retoma-as etc. Por meio deste movimento realiza o esforço da
aprendizagem para construir o seu saber, relacionamento conhecimentos anteriores aos
actuais, ampliando, construindo novos conhecimentos novos saberes.
A cada solução, novos problemas se impõe. Estas respostas, as experiências que vai
acumulando ao buscá-los, constituem o conhecimento de um individuo ou de um grupo.
Nesta concepção, o conhecimento nasce da acção, da relação entre os seres humanos e
destes com o mundo. Da sua intervenção no mundo, novos conhecimentos vão sendo
construídos.
Não há ser humano que não aja no mundo. Todos, de alguma forma, agem e buscam
respostas para suas necessidades, por isso não há ser humano vazio de conhecimento, de
cultura. Há graus e níveis de conhecimento e sabres diferenciados, mas não há quem nada
saiba.”

Nas relações humanas, todos se relacionam do núcleo básico da família para a sociedade.
A família transmite toda a gama de educação considerada como fundamental e primordial
na comunidade, de acordo com a cultura herdada dos seus progenitores e dos seus
antepassados; assim, o indivíduo encara a sociedade com realidade de conhecimentos,
comportamentos e de cultura.

Relativamente ao tema abordado, o sujeito enfrenta, com muita cautela e afinco, outas
culturas consideradas como desafio e esta situação representa a sua inserção ou aceitação
positiva/negativa no meio em que se relaciona; este meio apenas é positivo quando
interage como os outros e quando consegue interpretar profundamente a complexidade
dos problemas colocados pelos outros. Neste sentido, temos que encarar o ser humano
como um ser dotado de conhecimento e saberes, dependentes do nível de instruções de
cada indivíduo.
Não se deve esquecer o facto de que cada indivíduo pertence a um meio caracterizado por
hábitos e costumes peculiares, por isso, pode dizer-se que interagem na sociedade uma
multiplicidade de culturas, adquiridas por experiência/valores/práticas e formação
adquiridas. Constata-se que é essa diferença que enriquece e ergue a comunidade onde
todos participam e contribuem para o seu valor, em prol do seu bem-estar. Se vivemos no
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mesmo espaço geográfico devemos comunicar com todos os indivíduos pois encontram-
nos num mundo onde já ninguém vive solitário.

O um mundo está em permanente mutação e, muitas vezes, alguns indivíduos acham-se


detentores de uma legitimidade que, na realidade, não têm; marginalizam os outros e
tentam sobrepor as suas ideias, concepções e opções acima dos outos, mesmo quando a
grande maioria não partilha a mesma opinião. Estes indivíduos não se preocupam em
superar estas situações em prol do bem de todos; pelo contrário, mantêm as ideias
retrógradas que não promovem a mudança estrutural nas relações, mas favorece a sua
própria identidade.

“Educar para a inclusão é não separar lugar e tempo de aprender do lugar e do tempo de
ensinar. Onde e quando se aprende, também se ensina. E todos ensinam e aprendem.
Nesse processo, o papel educador é dar sentido a essa construção. A formação não pode
ser no vazio. (…)

Por outro, é importante que a formação continua e permanentes dos educadores e das
educadoras, seja realizado, na actualidade, com base no entendimento da
multiculturalidade enquanto criação histórica que, como tal, exige de todos nós o
estabelecimento democrático e coletivo de fins comuns para uma convivência ética.
Nessa perspectiva, a educação é instância propícia e espaço privilegiado para a realização
da convivência e das trocas entre as diferentes culturas, o que se torna possível com a
criação de espaços interculturais e intertransculturais, onde a multiculturalidade se fará
presente e, por conseguinte, estabelecerá, num primeiro momento, o que Freire chama
de “unidade na diversidade” (1994:157) e, num segundo instante, a luta pela construção
de uma sociedade que fala de paz mas que, para tanto, antes dela e mesmo como seu
pessuposto, faz justiça.”

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1.4.4. NOÇÃO DE ESTATUTOS E PAPEL


O estatuto define-se como um regulamento que rege um estado ou uma sociedade. Este
termo pode ser social, sendo considerado como o lugar, a posição o posto, a hora ou o
prestigio anexado à opinião colectiva do grupo, bem como com o conjunto dde
comportamentos que este individuo pode esperar dos demais em virtude do lugar que
ocupa.
Tendo em conta o que foi referido anteriormente o estatuto social aborda um conjunto de
privilegio e atributos ligados à posição que determinados indivíduos ou grupos ocupam
na estrutura social. Este conceito pode ser divido em duas formas:
 Status adquirido – quando depende do esforço pessoal para sua obtenção, através
das suas habilidades, conhecimentos e capacidades pessoais; assim, o individuo
pode alterar ou competir com outras pessoas ou grupos e triunfar sobre eles.
Exemplos: o médico, o professor, operário de fábrica, etc.
 Status atribuídos – quando, independentemente da sua capacidade para a sua
obtenção, este recebe o cargo logo à nascença. Exemplo: os herdeiros de
monarquias.
Papel social
As ciências Sociais definem papel social como o conjunto de deveres que condicionam o
comportamento dos indivíduos junto a um grupo ou dentro de uma determinada
instituição: estes papéis podem ser atribuídos ou conquistados, surgem da interação social
e são sempre resultado de um processo de socialização.
Segundo Alain Binoar “O papel social é o comportamento, a conduto ou a função
desempenhada por uma pessoa no interior de um grupo”, isto é, um papel apenas existe
em relação a outros papéis.
Exemplo: Professor/Aluno; Pai/Filho; Médico/Paciente.
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1.4.5. ATITUDES, PRECONCEITOS, CRENÇAS E RELIGIÃO COMO
REFUGIO
 Atitude: define-se como uma disposição favorável ou desfavorável,
relactivamente a objectos, pessoas, acontecimento ou em relação a alguns dos seus
despectivos atributos. Exemplo: “Eu gosto de manga”; “Trabalhar em
contabilidade é aborrecido”.
 Preconceito: define-se como um juízo pré-concebido que, geralmente, manifesta
uma atitude discriminatória perante indivíduos locais ou tradições consideradas
diferentes ou “estranhas”. As formas mais comuns de preconceitos são o social, o
racial e o sexual.

Habitualmente, o ponto de partida deste termo concebe-se a partir de uma


generalização superficial, que denominamos estereótipo (Exemplos: “Todos os
Angolanos são ricos”, “Todos os Norte-Americanos são irritantes”). Observar
características comum a grupos apenas se consideram preconceitos quando
disseminam agressividade ou descriminação; caso contrario, reparar em
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características sociais, culturais ou até mesmo de ordem física pode apenas
representar, deforma ilustrativa e educativa, os costumes ou aparência de
determinados povos e/ou regiões. Todo o sistema inerente ao preconceito é
transmitido de geração para geração, o que contribui, largamente, para a
persistência e para o aumento deste termo relactivamente a uma determinada
cultura.
Segundo Max Weber (1864-1920), “o individuo é responsável pelas acções que
toma. Uma atitude hostil, negativa ou agressiva em relação a um determinado
grupo, pode sr classificado com preconceito”.

Como combater o preconceito?


A nossa sociedade tem tendência para proliferar preconceitos; Todos nós possuímos
algum tipo de preconceito relativamente a alguém ou a alguma coisa que nos desagrada
ou que caminha na direcção oposta aos nossos valores. Cada ser humano pensa, age e
comporta-se de forma diferente e, tendencialmente, ninguém altera a sua opinião pela de
outro individuo; se assim fosse, a violência e os desentendimentos eram claramente
diminutos.

Este termo interliga-se à discriminação e à violência, atitudes justificadas a partir de


teorias racistas e etnocêntricas que defendem a prática da superioridade entre povos e
raças.

A partir do momento em que o homem se mentalizar que a igualdade é um direito para


todos mas que a heterogeneidade é um factor de socialização importante, a sociedade vai
evoluir neste campo. O mundo será menos violento quando as diversas personalidades,
gostos, hábitos e costumes forem aceites da mesma forma. O combate ao preconceito
inicia-se na consciência de cada elemento e se queremos uma sociedade livre de
preconceitos devíamos trabalhar a uma determinada raça, povo, cultura ou religião.

Crenças religião como refúgio


O termo religião advém do latim religio que, vulgarmente significa prestar culto a uma
divindade; é um conjunto de crenças sobre as causas da natureza, a finalidade da vida e
do universo. Quando é considerada como um agente sobrenatural funciona como uma
mensagem educativa no âmbito da solidariedade, perdão, paz e reconciliação, amor ao
próximo, respeito ao alheio, fé, não-violência, tolerância, irmandade, fidelidade,
esperança, perseverança, segurança, entre muitos outros valores.

Crença: define-se como um principio orientador, uma máxima, em relação a uma fé ou


paixão por alguma coisa; proporciona significados e direcções de vida variadas.

A religião é um refúgio a medida que homem, depois de caminhar em trilhos dolorosos e


cometer grandes pecados na sua vida, procura o caminho límpido para a sua salvação.
Este caminho é Jesus e constate-se que é o único amigo com quem podemos realmente
contar. As pessoas encontram em Deus e na religião um meio de as levarem à paz.

Desde os primórdios que os homens acreditavam que os fenómenos naturais como, por
exemplo, as trevas, o calor, o frio, a vida e a morte, eram controlados por deuses e
espíritos. Segundo as suas crenças, estes espíritos habitavam nas rochas, árvores ou rios

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e cada um deles possuía uma função diferente. Neste sentido, os crentes julgavam que
iriam receber a sua benevolência, através de oferendas como canções, danças, sacrifícios
e magia.

Se analisarmos a historia das antigas civilizações, como o Egipto, China, Grécia e Roma,
percebemos que estas eram politeístas, ou seja, possuíam vários deuses que eram temidos
pelos seus adoradores; estes esforçavam-se para não os ofender ou irritar, devido ao medo
que tinham em ser punidos. Sacerdotes, especialmente treinados para interpretar a
vontade divina, ensinavam ao povo como viver conforme a vontade dos deuses e,
também, como homenageá-los. Esta actividade permitia que os sacerdotes obtivessem um
grande poder.

Actualmente, grande parte dos religiosos acredita na vida para além da morte, onde o bem
é recompensado e o mal é punido. O individuo atingi um excelente nível ético quando
pensa por si mesmo e quando a sua conduta se dirige a um julgamento consciente e
correcto, demonstrando independência interior; a auto-nomia para definir o bem e o mal,
sem seguir formúlas sociais, é também uma de valorizar a crença e consolidar os valores
morais na nossa sociedade. Não devemos ser escravos das nossas crenças, pois elas
travam o nosso autoconhecimento.
As crenças foram o mundo social e agem como profecias auto-realizáveis. Como seres
humanos temos crenças sobre nós próprio, sobre os outros, sobre os nossos
relacionamentos, sobre aquilo que somos capazes e incapazes de realizar. As nossas
vivências ilustram perfeitamente o facto de a religião ser o verdadeiro refúgio da
humanidade. Em muitos casos, esta é assessora psicológica das vitimas e dos aflitos,
ajudando-os a lidar com a situação que enfrentam na actualidade.
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1.4.5.1. FORMAÇÃO, DESENVOLVIMENTO, MUDANÇA E FORMAÇÃO DE
ATITUDES
Formação Humana: considera-se todo principio básico da educação domestica, aliado
ao ensino escolar.
Desenvolvimento: define-se como um processo dinâmico de melhoria, que implica uma
mudança, uma evolução, crescimento e avanço. Em ciências sociais este termo é uma
noção qualitativa que se exprime ao nível de bem-estar de uma população e na sequente
sociedad, usando como referencia os indicadores sociais, políticos e económicos.
Mudança: significa tornar-se diferente física e mentalmente, tendo em conta o que se era
antigamente.
Atitude: “Do latin aptitudinem atitude, através do italiano attitudine significa uma
maneira organizada e coerente de pensar, sentir e reagir em relação a grupos, questões,
outros seres humanos, ou, mais especificamente, a acontecimentos ocorridos em nosso
meio circundante.” Kardec, 1978.
Atitude consiste na tendência, mais ou menos constante, para responder a objectos, tais
como a pessoa, um grupo social, uma instituição, uma situação, um conceito, etc. deste
modo, não devemos confundir atitude com comportamento porque o comportamento é
manifestado a partir da atitude.

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A atitude é constituída por três componentes:
1. Cognitiva: inclui um conjunto de ideias, juízos e crenças sobre o objecto.
2. Afectiva: relaciona-se com o sentimento positivo ou negativo relactivamente ao
objecto, estando ligado ao sistema de valores e possuindo uma dimensão
emocional.
3. Comportamental: é um conjunto de reacções de um individuo em relação ao
objeco da atitude.
As atitudes não são inatas, isto é, não nascem com o individuo; estas são adquiridas
durante o processo de integração na sociedade, em situações de convívio familiar e em
comunidade. É, geralmente, na infância que são moldadas com base nas crenças dos
progenitores. No decorrer da evolução intelectual do individuo, as influências familiares
vão diminuindo.
Já na adolescência, o individuo vai assumindo as suas atitudes, consoante os seus próprios
ideias. Ao longo do seu desenvolvimento das atitudes o individuo vai adquirindo uma
educação formal e informal, uma vez que esta é apreendida na instituição escolar, seno
este um factor constante e decisivo para o seu desenvolvimento.
As mudanças de atitude dependem, acima de tudo, de novas informações relactivamente
ao objecto. O individuo reage de várias formas a essas informações em função das atitudes
em causa.. deste modo, quanto menor for o sentimento e informação acerca do objecto,
mas facilmente se desencadeia uma mudança de atitude. Desta forma, será mais fácil
modificar uma atitude relactivamente a pessoas, situaçõesou objecto dos quais não façam
parte da experiência próxima e imediata do sujeito. Segundo Kardec (1978),” embora as
tentativas de modificar e substituir “atitude” assentem nos mesmos princípios de
aprendizagem, é evidentemente muito mais difícil mudar ou esquecer “atitudes” do que
aprendê-las”.
Uma experiencia traumática pode levar à formação ou modificação de atitudes; a
propaganda e a publicidade são também factores importantes para as atitudes e
comportamentos, na medida em que nos são passadas mensagens, com vistas a persuadir
as pessoas. Neste sentido, a mensagem tem de ser, obrigatoriamente, credível e necessita
de ter prestigio e poder.

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1.4.6. PADRÕES DE CULTURA E ACULTURAÇÃO (A MODA DE HOJE)
Abordando este tema, podemos definir cultura como um conjunto de elementos materiais
e imateriais que determinam, conjuntamente, o modo de vida de uma comunidade:
técnicas, linguagem, códigos e sistemas sociais, políticos e religiosos.
Em cada sociedade ou grupo social encontram-se padrões culturais comuns, que
representam os comportamentos esperados pelos seus membros. Estes referem-se ao
conjunto de hábitos e de comportamentos que são partilhados pelos membros de um grupo
social, tais como hábitos alimentares, cerimoniais, rituais, tipos de comprimentos entre
os indivíduos; diferem de comunidade para comunidade, isto é, o que molda e regula os
comportamentos e atitudes destes elementos varia conforme a sociedade onde se inserem.
Cada estrutura social e económica possui elementos comuns às diferentes culturas
existentes no mundo; neste sentido, destacam-se:
 A comunicação através de uma língua;
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 A classificação dos indivíduos de acordo com as seguintes categorias: idade, sexo,
casamento, ascendência e parentesco.
 A educação das crianças em algum tipo de estrutura familiar;
 A divisão do trabalho de acordo como sexo e a idade;
 As regras para o comportamento sexual;
 A distinção entre bons e maus comportamentos;
 A produção de arte.
A cultura material compreende todos os utensílios criado pelo ser humano, desde uma
“pedra lascada” até a um comportamento de ultima geração; este tipo de cultura é,
geralmente, apreciada pelos outros devido ao génio do individuo que idealiza e
materializa obra da sua autoria. Pelo contrário, a cultura imaterial refere-se a todos os
princípios adquiridos pela vivência em sociedade; são exemplos os valores, os recursos,
os costumes, as ideologias, entre outros.
Actualmente, verifica-se qua a globalização permite uma ampla formação e
conhecimento da diversidade de culturas que se enriquecem ou se adulteram tendo em
conta os interesses das classes sociais; este facto originou a perda de muitos valores e
traços culturais, refletindo-se na mistura de várias culturas e provocando a adulteração
dos seus valores originais, o que leva, consequentemente, ao desaparecimento da mesma.
Hoje em dia, a moda passou a ter várias propostas, deixando ser algo único; liga-se ao
comportamento e ao meio em que se vive, sendo marcada pelos grupos sociais existentes.
Neste sentido afirma-se que os anos oitentas um culminar da moda até aos nossos dias,
intensificando fortemente o fenómeno. As mini-saias, os casacos de malha, a camisola de
manga curta, os cabelos da índia e do Brasil, os tops, os sapatos, as botas os brilhantes,
os colares e brincos compridos, e a maquilhagem exagerada são bons exemplos de uma
moda que se vulgarizou. Todos os indivíduos que não incluírem estes elementos na sua
vida são considerados homens e mulheres fora da moda.
A globalização é processo irreversível, toda via é consequência da tecnologia e da enorme
facilidade de comunicação actual dos dias de hoje, permitindo, assim, um contacto
simples com qualquer ponto de planeta e afectando toda a actividade humana.

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1.5. EDUCAÇÃO EM ANGOLA
A educação engloba os processos de ensinar e aprender; define-se como um fenómeno
social que podemos observar em todas as sociedades e nos seus respectivos grupos.
Nas sociedades antigas, não existia a necessidade do espaço escolar, porque as crianças
aprendiam o necessário através do processo de observação tornando-se parte do que
estava a acontecer. Enquanto processo de socialização, a educação é exercida nos diversos
espaços de convívio social, tendo como objectivos fundamentais a adequação do
individuo à sociedade, do individuo ao grupo bem como dos grupos a sociedade. Neste
sentido, criaram-se escolas que motivaram a aquisição de conhecimento e habilidades
especificas e que não podiam ser obtidas, facilmente, através dos processos de observação
e ajuda.
Este termo é entendido como um processo que possibilita um desenvolvimento físico,
intelectual, cultural e moral (valores culturais inerentes a cada pessoa/grupo social, o
caracter que permite aceitar e respeitar os valores culturais, a abertura do espirito ao
ecumenismo).
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A nível institucional, a educação em Angola inicia-se num âmbito não obrigatório, com
as pré-escolas, destinadas a crianças com idades compreendidas entre os 0 os 5 anos. A
escolaridade obrigatória denomina-se ensino de base, tem a duração de nove anos e
compreende as idades dos 06 até aos 15 anos, organizando-se em três ciclos sequências:
1. Ensino Primário: 1ª à 6ª classe.
2. Ensino Secundário:
2.1. – 1º Ciclo: 7ª à 9ª classe.
2.2. – 2º Ciclo: 10ª à 12ª.
3. Ensino Superior.
Apesar de a Lei Angolana ser gratuita até aos oito anos, o governo afirma que uma
percentagem de estudantes não está matriculada nas escolas devido à falta de
estabelecimento escolares e professores.
A educação em Angola ainda enfrenta problemas de acesso dos cidadãos ao Ensino; as
disparidades entre as matrículas de jovens nas áreas rurais e urbanas são enormes. Em
1995, 71,2% das crianças com idade compreendidas entre os 7 e os 14 anos estavam
matriculadas na escola.
Para fazer face ao próprio problema de falta de professores, e de acordo com as novas
instituições e escolas construídas e abertas em todo território nacional, o Ministério da
Educação contratou cerca d quarenta mil professor em 2010 continua a implementar a
formação dos mesmos. Refere-se também que os recursos alocados às escolas para a sua
administração/funcionamento são parcos.
Apesar do conjunto estrutural mundial, o governo tem como dever atentar na igualdade
de género na educação bem como melhorar a qualidade de ensino, proporcionando
melhores condições para o bom trabalho dos professores e procurando novas estratégias
para o desenvolvimento escolar.
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1.6. ANAFABETISMO NO NOSSO PAÍS E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS
“As causas não determinam o carácter da pessoa, mas apenas a manifestação desse
carácter, ou seja, as acções”.
A Educação é o principio fundamental para o desenvolvimento de uma nação; através
dela edificamos o presente e garantimos o futuro, promovendo uma sociedade
democrática com condições para formar um povo consciente dos seus deveres e direito.
Uma sociedade com bons educandos permitira visualizar perpectivas e horizontes
benéficos no futuro, até porque “o futuro mora numa boa educação”.
A formação de indivíduos capacitados será um índice para o progresso e para uma elevada
compreensão dos fenómenos socioeconómicos, psicotécnico e principalmente, para
aprender as situações naturais e culturais que são inerentes ao nosso país (etnias,
tradições, línguas, hábitos e costumes).
 Analfabeto: individuo que, mesmo com a capacidade de descodificar letras e
números, não incrementa a destreza da interpretação de texto da realização das
operações matemáticas; também se consideram analfabetos todos elementos com
mais de quinze anos de idade e com um nível de escolaridade inferior a quatros
anos.
O analfabetismo não resulta de acções isoladas; considera-se uma responsabilidade
social, isto é, é uma responsabilidade de todos os elementos da sociedade (governo,
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instituições, analfabetos e sociedade em geral). Esta falta de capacidade para ler e
escrever é tratada a partir da identificação das causas e do levantamento do número e
tipo de pessoas analfabetas num determinando país.
Este problema em adultos e crianças em idade escolar é um dos maiores problemas
socioeconómicos em Angola; consequentemente, causa um intenso atraso no
desenvolvimento do país. As estatísticas demonstram que a taxa de alfabetização é
diminuta, com 67,4% da população acima dos quinze anos a saber ler e escrever
português; assim, a partir de estudos realizados em 2001, verificou-se que apenas 82,9%
dos homens e 54,2% das mulheres são alfabetizadas. A esperança de um país mais
letrados aumenta com o progresso de vários angolanos que se formaram em países como
Portugal, Brasil, África do Sul, Itália ou Espanha.
Como erradicar o analfabetismo?
O analfabetismo necessita de ser combatido para que o país se consiga desenvolver. Neste
sentido, o ponto de partida compete a politica do Estado que deve investir na investigação
da relação entre a população, a Escola e os recursos naturais existente e que tenha sido
implementado na área educativa. desta forma, identificar-se-ão as causas do baixo índice
de desenvolvimento humano na historia, das quais se destacam as seguintes:
 Guerra que assolou o país durante mais de vinte anos; consequentemente a fome,
miséria, destruição, luto, desintegração de famílias e locações forçadas foram suas
consequências.
 Pobreza.
 Falta de possibilidades/oportunidades.
 Preconceito.
 Ignorância.
 Baixo rendimento social.
 Assistência adequada a determinados focos de população.
No nosso país, o subsistema de ensino de adultos enquadra, no ensino geral, estudantes
trabalhadores, jovens raparigas e militares cuja idade não permita a sua entrada no sistema
regular e que, por várias razões, não obtiveram sucesso na caminhada dos seus estudos.
Também a nível de instituições, empresas e prisões se fazem grandes esforços. Pois são
dadas aulas com a metodologias adequadas a sociedade civil, as igrejas e as ONG
(Organizações não governamentais) trabalham continuamente para erradicar este flagelo.
Conclui-se, então, que o analfabetismo é uma responsabilidade de todos os agentes sociais
e só existe porque não há um esforço conjunto da sociedade para erradicá-lo. No entanto,
o antigo ditado dizia que “devagar se vai longe”, pelo que acredito nesta imensa e bela
pátria denominada por Angola; o governo esforça-se para combater este mal, apostando
nas oportunidades de formação para criar homens intelectuais e cultos.
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1.7. COMO CULTIVAR AMOR À LEITURA
Segundo Zina (1997), a leitura envolve, em primeiro lugar, a identificação dos símbolos
(letras e palavras) e o relacionamento destes cm os seus respectivos sons. No inicio do
processo de aprendizagem da leitura, o individuo deverá diferenciar visualmente cada
letra imprensa, percebendo e relacionando este símbolo gráfico com o seu correspondente
sonoro. Quando este entra em contacto com as palavras deve, então, diferenciar
visualmente cada letra de forma a palavra, associando-a ao seu respectivo com para a
formação de “unidade linguística significativa”.

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A leitura insere-nos num mundo mais vasto de conhecimento e significado e cria-nos
hábitos perspicazes a nível de decifração e de conteúdos.
Em angola, a sociedade actual vive uma gritante falta de amor à leitura. O índice de
analfabetismo faz com que os pouco letrados, envoltos num mar de não leitores, passem,
também, por influencia, a não praticarem a leitura. Face a esta situação perigosa, o
Ministério da Educação em Angola realiza a Feira internacional da Música e da Leitura
com o intuito de promover a leitura pública para crianças, jovens e adultos.
Aquando da realização de um intercâmbio entre os diferentes expositores internacionais
das músicas e da Leitura, de 23 a 29 de Setembro de 2010, Francisco do Espirito Santo
aconselhou a juventude a cultivar hábitos de leituras para moldarem e melhorarem a
percepção do mundo, de forma mais assertiva e complexa. A Ex-Governadora de Luanda
sentiu-se satisfeita com o evento e referiu que “o homem precisa de se cultivar, interagir
e compreender os fenómenos à sua volta, e a leitura é um dos meios que permite estar em
sintonia com os acontecimentos e conhecimentos”.
A leitura é um bem essencial para a juventude, pois torna-se melhor forma de adquirir
conhecimentos e de percepcionar o mundo a realidade de uma forma mais consciente. Se
difundirmos esses hábitos na nossa sociedade poderemos alargar os horizontes da nossa
cultura.
Bons motivos para ler
A leitura define-se como uma actividade básica na formação cultural de cada individuo,
pelo que uma narrativa bem urdida de um conto, crónica ou outro género literário constitui
uma valiosa actividade para os nossos momentos de lazer. Ler beneficia a saúde mental
e é considerada uma actividade neurológica, ou seja, reforça as conexões entre s
neurónios.
Tal como afirmou Sandroni Machado “O amor pelos livros não é coisa que apareça de
repente. É preciso ajudar a criança a descobrir o que elas podem oferecer”. Assim, a
família, a escola, o governo e todas as restantes instituições devem cultivar o hábito de
leitura, este passo será factor determinante na formação de cidadãos críticos e amantes da
vida: será um avanço para o conhecimento e uma forma de alinhamento que contribuí
para a consciência do ser humano.

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