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Quinta-feira, 16 de Abril de 2020 I Série— N° 50 ARIO DA REPUBLICA ORGAO OFICIAL DA REPUBLICA DE ANGOLA Prego deste numero - Kz: 850,00 Toa @ corespondtncia quer ical, quer SSINATORA ‘prev de cada Ta pico nos Deion felaiva a anuncio ¢ assinauras do «Distio faa (a neer seca sales issecnes da Republica, deve ser diigida & tmprensa | A te sien Kx. 73415940 | 2 3¢ séie Kz: 95.0, acrercido do respective Nacional - EP, om Luanda, Rua Henrique de Coaks isa cake Aisles Rand aoe | ALoaie Ke 43352400 | imposto do seo, dependendo a publicas4o da ‘wovimpeensamcional govao End. tea: | A2!séie Ke: 22699000 | série de depoito previo fectarnaterarca dngeensy AB sie Ke 18013320 | daimrensa Nacional “EP SUMARIO Havendo necessidade de definir, nos termos da Lei de Bases do Ambiente, o Regime Juridico das Areas de ‘Assembleia Nacional Conservagao € assegurar que 0 uso da sua flora © fauna selvagem se paute pelos principios constitucionais ¢ do eee direito intemacional relevantes, em especial os pr Fee de Comeensne ea pios do desenvolvimento sustentavel © da protec¢ao do Len 928 ambiente, através da exploragao sustentavel da diversidade Soro comes ae Lie eee biologica nas areas de conservagao ambiental, bem como Lain 1022: ‘Das Aces Encobertas para Fins de Preveneoelnvesiango Criminal ASSEMBLEIA NACIONAL Lein.* 8/20 ie 16 de Abit A Constituigo da Repiblica de Angola assegura, no seu artigo 39°, a proteceao do ambiente e consagra o direito € 6 dever dos cidadaos de viverem num ambiente sadio e nfo poluido, determinando, a obrigatoriedade do Estado adop- tar as medidas pertinentes para a protecgio do ambiente € do equilibrio ecol6gico, a exploragio racional dos recur- 0s naturais num quadro de desenvolvimento sustentavel € 1 punigo dos actos que ponham em perigo ou lesem a pre- servagao do ambiente Considerando que Angola aderiu as convengées inter- nacionais de grande importancia na definigao dos regimes juridicos dos recursos biolbgicos, das quais se destacam a Convengio sobre a Diversidade Biolégica, a Convengao sobre © Combate Desertificago, a Convengao sobre as, Espécies Migratérias ¢ a Convengio sobre 0 Comércio Intemacional das Espécies da Fauna e Flora Ameagadas de Extingto, das quais decorrem obrigagdes intemacionais do Estado Angolano no dominio da protecgao da biodiversi- dade, tendo para o efeito aprovado diversos diplomas para a concretizagao das medidas de protec¢ao do ambiente, regular as actividades relativas aos recursos faunisticos € da flora susceptiveis de serem desenvolvidas nas areas de conservacio ambiental, os regimes de concessio de direi- tos a eles relativos, no quado da salvaguarda de igualdade de oportunidaces ¢ da participagio de todos 0s eidadaos no procesto de desenvolvimento econémico e social do Pais; A Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo, nos termos da alinea b) do artigo 161.°, da alinea q) do n° 1 do artigo 1658, conjugado com a alinea d) do n° 2 do artigo 166°, todos da Constituigto da Republica de Angola, a seguinte: LEI DAS AREAS DE CONSERVACAO. AMBIENTAL, captruLo1 Disposisaes Gerais axmiao1 (Objeco) O presente Diploma tam como abjecto a defnigio do Sistama Nacional das Areas de Conservago Ambiental com Vista a estabelecer of crterios e rearas para a sua criag0, classficagto ¢ gestio através de principios que salvaguar= ddem a sua preservagio, conservago e uso sustentavel aKmiGo2 Canta de apes) [A presente Lei ¢ aplicivel as Areas de Conservagio Ambiental do territério nacional, bem como 4s actividades com elas relacionadas, 2888 DIARIO DA REPUBLICA ARTIGO 3° (Detiicoes) As expressdes, termos € conceitos utilizados, na presente Lei, tém o significado constante das definiges seguintes: @) «Acompanhamento», recolha, compilagao, analise © prestagdo de informagao sobre os recursos florestais, faunisticos e actividades a eles rela- cionades: 1) «crea de Conservego Ambientaby, espago 260- _rifico do tevterio nacional com caractristicas natura relevantes, defnido, dlimitado e pro- tegido por lei, que tem a fine80 de asseaurar a conservagio de longo prazo do patriménio natural € cultural, bem como os servigos eco- -sistémicos associados, ©) «rea Contiguay, terrenos que circundam uma Area de Conservacao Ambiental nos quais as actividades econémicas estio sujctas a um regime especial com vista a minimizar 0s seus mpactes negativos na area de Conservagio Ambiental; 4 diens do Dominio Piblicon, bens da propricdade do Estado, incluindo os do dominio publico das Autarquias Locais, que sto inalienveis,impres- ctitiveis ¢ impenhoraveis, sem prejuizo da sua concessio temporaria para a realizagto de fins de interesse piblico; ©) «Caza, perseguiga0, captura, apanha, muti 0, abate de espécies da Fauna Selvagem, em qualquer fase do seu desenvolvimento, ou a condugio de expedigdes para aqueles fins, SJ «Comunidades Locais», um grupo social coerente de pessoas residentes dentro ou nos arredores das areas de conservagao ambiental, 8) «Conservagion, protecgao,preservaga0, manuten- 80, reabilitaglo, restauragdo e melhoramento da flora e fauna selvagens, € seus recursos gené- ticos, bem como todas as medidas visando o seu uso sustentavel; A) «Conservacdo ex sitio», conservagio de compo- nentes da diversidade biolégica fora dos seus habitats natura, 4) «Conservagéo in sito», conservagio dos ec0s- sistemas, habitats naturais da flora ¢ fauna, Imanutengio e recuperayio de populagdes vié- veis de espécies no seu meio natural, {i «Desmateamenton, corte rso de ievores ou destri- ao total da vegetagao numa dada area; 4b) «Deserifcagiion, processo de desradacio de taras, natural ou provocado pela remogao da cobertura vegetal ou pela utilizagio predaterin que pode transformar essas terras em zonas ari- das ou desertos, 1 adicossistem>, um conjunto dinémico de conuni- dades vegetais, animais e de microrganismos € 0 seu ambiente nio vivo, que interaze como uma ‘nidade funciona: m) «cossistema Frégibs, aquele que, pelas suas caracteristcas naturaise sua localizagio geogri- fica, €susceptivel de ripida degradagio dos seus aributos ede dificil recomposiga0; 1) «Bicoturismon, seamento da acividade tu ‘que utiliza de forma sustentavel o patriménio natural e cultural, incentiva a sua conservagdo € interpretaglo, promovendo o bem-estar das ‘comunidades locais, 0) «Bspécies Ameagadas de Extingéion, espécies da faa € da flora que enfrentam wan risco muito levado de extingo no seu ambiente natural ‘num futuro préximo, incluindo as espécies cujos niimeros se tenham reduzido, drasticamente, a tum nivel critico ou cujos habitats tenham sido , gestio € aproveitamento dos recursos da flora € da fauna de tal modo que ino se esgotem ou se degradem, sejam mantidas as fimgbes ecolégicas da diversidade biolégica € que nto seja prejudicado o valor econsmico, social ¢ estetico dos seus ecossistemas para as ‘geragies presentes e futuras; g@) «Zonas Hiimidas», lugares onde a terra esta coberta de Agua pouco profiunda, corrente ou stitica, temporal, intermitente ou permanente, abrangendo zonas costeras, pintanos, albufei- ras e bragos de rios, quer naturais ou artificiais, inchuindo as areas adjacentes; hh) «Zoneamenton, definigdo de sectores ou zonas dentro de uma Area de Conservasio Ambiental, de acordo com um plano de gestao, objectivos e medidas especificos nele previsto, de modo a atinair os objectivos da area em causa. ARTIGO 4" (inaktades) A presente Lei tem as seguintes finalidades: 4) Promover a gestio sustentavel da flora e da fauna das Areas de Conservagio Ambiental que assegure 0 equilibrio cam a protecgio dos exos- sistemas e da diversidade biolégicw, ) Assegurar a contibuigio das Areas de Conserva- gio Ambiental, da sua diversidade biolégica, bbem como das actividades a elas relatives, para o desenvolvimento sustentavel, c) Contribuir para a satisfagao de necessidades basicas, na geragao de rendimentos € empregos ‘¢a progressiva melhoria da qualidade de vida das geragdes presentes € vindouras, tendo em considera¢ao 0 uso sustentavel dos recursos que constituem o objecto das Areas de Conservagio Ambiental, d) Estabelecer os principios € regras gerais de conser- ‘vacao da flora e fauna das Areas de Conservagao Ambiental e seus ecossstemas, e) Estabelecer os principios € critérios gerais de geste ordenamento dos recursos da flora e da fina das Areas de Conservasdo Ambiental para o apoio desenvolvimento dos aspectos biolégi- cos, tecnolégicos, econémicos, sociais, culturais ‘cambientais pertinentes; J) Promover a investigaglo cientifica nas Areas de Conservagao Ambiental relativa aos recursos da flora, da fauna, da diversidade biologica, dos ‘ecossistemas ea disseminaglo dos conhecimen- tos dela resultante. ARTIGO S> ringer eral) 1. As Areas de Conservagio Ambiental de Angola sto patriménio nacional cuja protecg%o © preservago cons- tituem obrigagbes do Estado, dos cidadaos ¢ das pessoas singulares e colectivas. 2. Os recursos da flora ¢ da fauna das Areas de Conser- vago Ambiental sio propriedade do Estado. 3, Para alem do previsto nos nimeros anteriores, devem, ainda, ser observados os seguintes principios @) «O Principio do Desenvolvimento Sustentével», ‘os recursos da diversidade biolégica nas Areas de Conservagao Ambiental devem ser avaliados, inventariados e utilizados de forma sustentavel, na perspectiva de uma abordagem ecossstemica para garantir a sun regeneragio ou reprodugso natural e conservago, 2560 DIARIO DA REPUBLICA 1) «O Principio da Consulta Pili consiste na auscultagio do cidado para a sua intesragio na tomada de decisto dos processos de eriag0 € requalificagdo das Areas de Conserva¢ao Ambiental, que pode ser representado por asso- ciages, comunidades cientificas,insttiigdes do poder local ou tradicional ou por outras formas de representagao; ©) «0 Principio da Valorizagéo das Areas de Conser- vagéio Ambiental», a gestio, © aproveitamento itl © efectivo das Areas de Conservagao Ambiental, feta de acordo com os pardme- tros fixados na lei, bem como tendo em conta a protecg’o do ambiente a utilizagio economi- camente eficiente e sustentavel dos recursos da diversidade bioléaica, @ «0 Principio do Acesso, Partitha Justa e Equi- tativa dos Beneficia», 0 envolvimento das comunidades locais nas actividades de explo- ragio das Areas de Conservagio Ambiental ¢ pemmitido, nos termos da presente Lei, sendo clas as guardias destes loca, de formas a obte- €) «O Principio da Prevengdo e da Precaucéion, a protecsio do ambiente implica que as actuagoes nas Areas de Conservagiio Ambiental sejam ava- liadas antecipadamente, de forma a eliminar ou mitigar efeitos adversos, fi «O Principio da Investigacéo Cientifica e Desen- volvimento Tecnolégico, consiste na promogao € ctiago do conhecimento sobre a gestio das ‘Areas de Conservagao Ambiental e dos recursos associados, As universidades e as instituigdes de investigagao devem promover, no seu seio, ‘temas de investigagao relacionados a estas areas; 8) «O Principio de Colaboragdo Institucionaby, tendo em vista a natureza multidimensional do ambiente e os seus aspectos econémicos, sociais, culturais, a gestio sustentvel das Areas de Conservacio Ambiental depende da cola- boragdo € coordenagao institucional entre os sectores responsiveis, tais como agricultura € florestas, ordenamento do territério ¢ habitacio, comeércio, turismo € outros intervenientes a fim de promover uma gestao representativa que art cule 08 interesses e necessidades de todos; 1) «O Principio do Poluidor Pagador», todo aquele que, licita out ilicitamente, de forma directa ou indirecta, voluntaria ou involuntariamente, pro- ‘voque danos nas areas de conservagao ambiental, deve ser obrigado a assumir 0 custo dareposigao da situagio anterior. O pagamento dos custos ‘no isenta 0 responsivel do cumprimento de utras normas ou sangdes que eventualmente the sejam aplicaveis; 1) «O Principio da Publicidade», as Areas de Con- servagao Ambiental devem ser publicitadas seja para a sua divulgagao junto das populagdes, seja para atrairturistas ou potenciais investidores, 4. Os principios estabelecidos no niimero anterior sao de ccaraicter obrigatério para todos os intervenientes na gestao da flora, da fauna selvagem e no uso de recursos existentes nas Areas de Conservagaio Ambiental, CAPITULO IL Categorias ¢ Gestiio das Areas de Conservacio: Ambiental SECCAOI Disposicoes Gerais ARTIGO 6° @alidades principio especies) © estabelecimento das categorias das Areas de Conser- vvagio Ambiental ¢ a definiclo das respectivas rearas de esti visa assegurar a conservagao da diversidade biolé- sica, considerando as seguintes finalidades ou prineipios especificos: a) A conservacio de ecossistemas, especialmente os

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