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Aluno: Eduardo Felipe Viana de Souza

IH679 DIREITO COMERCIAL E LEGISLAÇÃO SOCIETÁRIA

TIPOS DE ENDOSSO

1. Endosso em branco

O endosso em branco é classificado como aquele em que o endossante (pessoa que concede o endosso)
não identifica a pessoa do endossatário, não há especificação do seu beneficiário. Consiste na assinatura
do endossante, fazendo com que esse título nominal passe a circular como se fosse título ao portador,
pela tradição da cártula. Esse endosso costuma ser conferido na parte de trás do documento. O
endossatário pode tomar devidas três atitudes se receber um endosso em branco, tais como: I –
Transformá-lo em endosso em preto (será descrito logo abaixo), completando com seu nome ou nome
de terceiros; II – Endossar aquele título novamente, seja em branco ou em preto; ou III – Transferir esse
título sem praticar novo endosso, pela tradição da cártula (artigo 14 da Lei Uniforme e artigo 913 do
código civil). Caso o endossatário opte por usar a situação descrita em II, realizando assim um novo
endosso, passa a integrar a cadeia de endosso, responsabilizando-se pelo cumprimento da obrigação
que consta no título. Já no caso descrito em III, o endossatário transfere o título sem assumir nenhuma
responsabilidade pelo cumprimento da obrigação, já que não realiza um novo endosso de fato.

2. Endosso em preto

O endosso em preto é classificado como aquele que o endossatário é identificado ou mencionado de


fato. Sendo assim, só poderá circular novamente por meio de um novo endosso, que pode ser variado
entre o preto ou branco. O endossatário ao recolocar seu título em circulação novamente, assume as
responsabilidades do cumprimento do documento, uma vez que o mesmo está praticando um novo
endosso para repassar o atual. Esse endosso costuma ter endereçamento de pagamentos na frente ou
no verso do título, com indicações como: Pague-se a “fulano de tal” (nome do endossatário).

3. Endosso se garantia

Esse tipo de endosso pode ser entendido como aquele que demonstra pela sua presença no título de
crédito, que esse documento não está sendo garantido por terceiro (não está sendo garantido pelo aval,
por exemplo). Ou seja, esse tipo de endosso não vincula o endossante na qualidade de coobrigação.
Porém, para que seja validado, esta clausula tem de estar expressa e clara para o endossatário. Esse tipo
de endosso está previsto no artigo 15 da Lei Uniforme.
4. Endosso com cláusula de proibição de novo endosso

Também conhecido como “endosso com cláusula proibitiva”, que apesar de ter essa nomenclatura, esse
tipo de endosso não proibi de realizar novos endossos, apenas faz com que o endossante que a colocou
não garanta o pagamento das novas pessoas que posteriormente foram endossadas. Na cláusula
proibitiva de novo endosso, só quem pode cobrar daquele que inseriu tal cláusula é o seu endossatário,
e não os demais, caso existam.

5. Endosso tardio / posterior / póstumo

É o tipo de endosso que é realizado posteriormente ao vencimento do título. Antes da lei uniforme, era
entendido como um simples processo civil. Com o surgimento da Lei Uniforme de Genebra, o endosso
póstumo passou a produzir os mesmos efeitos dos endossos efetuados anterior ao vencimento do
título. Neste caso de endosso, produzirá efeitos civis de uma cessão ordinária de crédito, passando o
portador a ter o direito de exigir dos demais coobrigados a dívida. A execução desse tipo de endosso
está pautada no artigo 20 da Lei Uniforme e no artigo 920 do Código Civil.

6. Endosso procuração / mandato

Por meio desse tipo de endosso, o endossante confere poderes ao endossatário (uma instituição
financeira, por exemplo), para agir e tomar decisões como seu representante de fato, exercendo em
nome daquele o direito de cobrar, executar, protestar e etc. Pautado no artigo 18 da Lei Uniforme, terá
o endossatário poderes para realizar a cobrança e dar a quitação do título, sem dispor do valor do
crédito, o qual pertence ao endossante. O endosso-mandato se materializa no título pela inserção da
cláusula “por procuração” descrita no documento de endosso.

7. Endosso caução

Também chamado de “endosso pignoratício (pertinente ao contrato de penhor)”, não transfere a


propriedade do título. Está previsto no artigo 19 da Lei Uniforme (no mesmo sentido é o artigo 918 do
Código Civil), e caracteriza-se quando o endossante transmite o título como forma de garantia de uma
dívida contraída perante o endossatário. Nesse caso, o endosso-caução é feito com o uso das
expressões “valor em garantia”, “valor em penhor” ou outra que implique uma caução. Ou seja, o
beneficiário tem uma garantia real sob a quantia em dinheiro. Havendo esse tipo de endosso, o
endossatário não assume a titularidade de fato, tendo o documento apenas como uma garantia da
dívida contraída pelo endossante perante ele. Caso o endossante pague a dívida contraída, portanto,
resgata o título; caso, todavia, a dívida não seja honrada, o endossatário poderá executar a garantia e
passar, então, a possuir a titularidade plena do crédito.
REREFÊNCIAS

Carla Eugênia Caldas Barros, “Manual de direito empresarial, multifacetado volume II”.
Disponível em
https://www.jfpe.jus.br/JFPE/Biblioteca%20Livros%20OnLine/Biblioteca_Livros_OnLine/2021/
05/13/20210513titulosdecredito.PDF

André Luiz Santa Cruz Ramos, “Direito empresarial esquematizado”. Disponível em


https://direitounamablog.files.wordpress.com/2018/03/direito-empresarial-esquematizado-
2016_-andrc3a9-luiz-santa-cruz-ramos.pdf

Cícero José Albano, “Direito Empresarial”. Disponível em


http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/proeja/direito_empresarial.pdf

Banco Central do Brasil, “CONVENÇÃO PARA A ADOÇÃO DE UMA LEI UNIFORME SOBRE LETRAS
DE CÂMBIO E NOTAS PROMISSÓRIAS”. Disponível em
https://www.bcb.gov.br/pre/leisedecretos/Port/dec57663.pdf

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