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CONTEXTO GERAL Introdugio ‘A addoglo de boas préticas agyicolas contibui para a conserva .o do ambiente e para a produgéo de produtos agrcolas mais saudaveis. A certficardo dessas boas prticas aumenta a con- fianga dos consumidores no produto e abre caminho a sua valo rzagao ou, pelo menos, ametnoria co seu escoamento, Embora ‘2 implementagéo de algumae boas praticas acarrete um custa ‘ara o agricul, alongo prazo, as boas praticas tem um elevado potencial para mehorar 0 rencimento da exploracao. Producao de citrinos (0s pomares de citrinos em Portugal ocupam carca de 21 mil hectares distrbuidos por mais de 25 mi exploragoes. No Algarve onde se encontra a maioria da produgdo, concentrado-se ali (68% das areas de laranjeiras (que ¢ a espéce mais planiada, ‘ocupando uma drea de 83%) e 80% de tangerineras. © Alentojo 6 ja segunda regio produtora de ciinos. Segundo os dadios {do insttuto Nacional Ge Estatistica produzem-se neste momento ‘em Portugal perto de 400 000 toneladas (dacos de 2018), um numero que tem vindo a aumentar de ano para ano. Ha 33 anos ‘que Portugal nfo procuziatanios ciinos. Em 2018, produziram. ‘2 340 mil oneladas (t) de laranjas, seguindo-se a tangerina, ‘com 39 000 t, mao (26 mil), tangera (1408 1), e torenja, com 20, ‘As condigBes especiicas da regido algarva (de solo e de cia) ‘permitem que a laranja do Algarve seja ce indicayo Geogratica Protegida (IGP). De 2017 para 2018, veriicou-se um aumento de cerca de 7.5¥6na produgdo de laranjs, com a regio do Al: ‘gave a destacar-se como a mais forte em produga, Do total de ‘340 mil t de laranjas produzidas em terras nacionais em 2018, 292 mit sao provenientes da regido algarvia. Em segundo lugar fencontra-se a regio do Alentejo, ue produziu em 2018 mais de 26:mil {de laranjas. Area de produto de citrinos em 2018 (vectares) Espécies sigitcativas em Portugal Producto fends) on 2018 GeKeaG CONTEXTO GERAL Exporagao de civines Exponagao Perto de 20% da produpo total é exportada, sendo que a lana {do Algarve tem como prinipais destinos Espana, renga, Su (a, paises de Leste, Dubai, Arabia Saudia, Angola, Cabo Verde {© Mocamtique. No total des cirnos, o Pais expertou em 2018 185 ml toneladas, totalizando 143.281 mihoes de eures. Uma ‘subida em valor e em quantidade relatvamente ao ano de 2017, fara = [em que exportamos 123,588 milhOes de euras em crinos, resut {ado de 151 miltoneladas de ttuta. Os principas fomececores ce Imponagto de Chrinas citines a Pertugal sio Espanha e Atica do Su Gestio i960 1 Para que uma fiir produtiva seja sustentve € necessério que 95524187 todos 0s interveniantes sejan devidamente valerizados. Para Gelelzian conseguir essa valorzagao da produgdo dentro da fia dos ci ttinos deve haver uma cuidada negociacao com os fomecedores. dos fatores de produgio e com os compradores da uta, (© reconecimerto do valor da trabalho dos tenicos e dos opera ‘ios que intorvém na produgao 6 por vezes insufciete. S6 com ‘tabalhadores saistetos e motvados ¢ possivelimplemertar to das as outias boas praticas, 2018 2019 Produglo de citrinos em 2018 (veladas) reno wens 300i7 | S900 est 1008 a8 fimdownetine | ann | am | ae | im | 0 | 0 Meets == 2002 mito | ame | see | ame am | om | inhinie == aah team Wnijonoese iste aise sek moa evo mm mms | am) | oo are ee ee see se sm Madera 1035 | 10 | 70 (0s cirinos podem ser cutvados em clmas muito dferen tos, desde os tropicais até s zonas temperadas quentes. Porém, ¢nas zonas subtropicas quea produeao tem mais ‘qualidade. Iso deve-se ao facto de que, nos cites, a fotossintese tem uma temperatura ota relatvamente baixa(Kriedemann, 1968) €0sfrutos atingem uma melhor coloracio quando as nolies sio moderadamente tas. Temperaturas ababo de 12,5-13 °C contrbuem para essa boa coloragio, mas suprimem 0 crescimento vegeta. A temperatura cima para o erescimento da planta esta entre 05 28 °C 0 0s 34 C. Tomporaturas de 37-39 °C limita 0 cescimenta da devor. Deve-se evitar plantar citnas em zonas com elevado risco de geada, sobretudo se vamos plantar uma cultivar setOdia Isto para evitar que na época de mais provavel ccerténcia de geadas a divore esteja com fula. Arvores: bem nutidas e sem muta toleam melhor a geada, As zonas vertosas no séo adlequadas para a instalagso {e civnos, 0 efeto negativod vento pode dever-se a sua velocidade, & humidade do ar (ventos hdmidos e ventos cos) ou ainda a substincias que possa transportar (eal 0u areia). Erire os danos provocados pelo vento, pode: mos destacar a desidratagdo de rebertos novos, a rutura de pemadas ¢ a queda de futos efou fothas. (0 Solos mais adequados para ainsalacao de ciinos S40, cs de texura franco-arenosa e franco-argilo-arenosa, cam profundidade superior a 40 cm e bem drenados. No caso de solos de textura pesada ou siuados em zonas baivas, {as arvores dever ser plantadas em camalhdes, A cond tividade eltrica do extato de saturagso da solo deve ser inferior a2 dS/m. Os solas com valores de pH compreen: didos entre os 5.5 7.0 to 0s mats favordvets & cutura. Um pomar bem instalado tem um cultivo mas fll e eco- nérmico e permite obter mehores produgdes. No caso de ‘eplantagdes, deve-se deixar oso livede ctinos entre o arranque das érvores velhase aplantagio das novas. Du ‘ante esse periodo, que nao deve ser inferior a dois anos, © solo pode ser ocupado com outa cultura, por exemple, ‘uma cutura hortcola. Durante a planiicagao do pomar deve ser previstoo dmetro da copa, em funedo, sobretu- do, da variedade © do porta-enxerto. A distancia entre as ‘las de érvores deve permitr que na fase adulta do pomar haja espaco para passagem do trator, som provocar da- os na uta. Poda (0s citrinos tem tendéncia para formar uma copa equlibra- dda sem a intevenga0 de podador. Mesmo assim, pode {azer-se uma poda de formacao liga, para ndo atresar 0. desenvolvimento das drvores e a sua entada em produ (80, mas eliminando ramos mal inserdos que rao provo- car problemas mais tarde. Nos pomares adultos a poda 6 necessivia, para manter as copas aberias, com entradas de luz e com arejamento. Uma copa aberta permite pro- dduzir mai fruta e sabretudo de melhor qualidade, alm de melhorar a efcacia dos tatamentos ftossanitaios © faclltar a eaheta. A poda devo ser reaizada depois da calheta, para minimizar a perda de truta. Arvores recen ‘emente podadas sAo mais suscetive's & geada, pelo que. devemos evear podar antes de uma época com elevada probabiidade de geada, CClelo anual da culturaihabitos de trutfleagio Em Pertugal, eem zanas com elimas semelhantes, 08 <= trios tém cis de rebenlagio defnidos e o seu nimero Avi de tbs Avec de a] ase BOAS PRATICAS vatla de 2 a 5, serdo nommalmente 3 (primavera, vero © futon), em arvores aduitas. As eondigBes atmostricas de ‘cada ano ea técicas cutura’s podem fazer varier © nme rode rebentagdes e a sua intensidade, A rebentagdo mais, importante 6 que fem lugar no final do inverno ou principio de primavera, quando as arvores saem do suave repouso inveral. Nesta época, é frequente a produgao de um grar- de ntmero de rebentas com entrends cutase cresciment> ‘muito mitado. Em lranjeiras etangerneias, a rebentacso de primavera € aca que tem rebentos floras e miios, A segunda rebertagdo tem lugar a tnais de juno ou princ!- ios do julho, segundo 0 ano e a varedade,e conhace-so ‘como rebentacaa de verdo, A terceira ebentagao ou reben- tao de autono, tem lugar em setembra. Os febentos pro- \duztiosnessas dues rebentagbes S40 normalimente de ipo vegetato, menos numerosos que na primavera, mas tm ‘malor némera de entrens esa mais compos, © ceclo de futficagao dos ctrinos & relativamente longo (figura 1) A indugdo floral ocore durante 0 invemo, es- {imulada pelo trio. As flores abrem no final do inverno ou inicio da primavera eo processo de abscisao e vingamen- {odo fruto prolonga-se até junho. Seque-se o processo de desenvolvimento do fruto, que pode demorar ene 3 me~ 50s (variedades tempers) ou mais de um ano (vatieda- des seréclas). Durante a fase de maturagao, em algumas variedades, rincipalmerte do laanjeras de umbigo, Na Uma forte tendénca para a queda de trutos. Nutrigdo e rega da cultura ‘Arega localzada 6 aquela que garante uma boa produtiv= dade com 0 menor consumo de Agua. Alm disso, impor tante que a dose de rega sola determinada em tungao da fevapotranspiragso da planta e monitorizada com sondas. de humidade. cxcce recone Fase Fase crescents so mura Fig -c0 oe tuteagto tos eros BOAS PRATICAS 1a principal regido civicola do Pais, « Algarve, os perio- os de seca so frequentes. Nestas condiqSes a adocko {da rega defictéria contolada pode ser uma media mit- ‘dora da falta de aqua, Esta demonstrado que uma rega 250% da evapotranspiraedo da cultura na fase I do de ‘senvolimento do tuto, permite poupar aqua, sem perda de produtvidade nem de qualidade da produrso (Gonz4- lez-Altozano & Castel, 2003). ‘Anutigdo das plantas deve se feta por fertirega, em pe- Todos em que haja absorcdo racicular, evtando, potenio, ‘adubar durante oivemno, Porém, a adubagdo de outono é Important, sobretudo durante arebentagio dessa época ‘As doses de adubacao devem ser determinadas em fun- (fo da extraco e tendo em conta os niveis de nutientes no Solo e nas folhas. Se a agua de tega conver elevados rivals de ntratos, estes devem ser tos em conta n0cAl- culo da dose de adubagio, diminuindo assim a apleacio e adubos azotades. Principals pragas e doengas e medidas de protegao Nas laranjeras e angerineiras, a principal raga 6 a mos- cada fruta (Cerasts captata), devo ao facto de alacar 0 ‘ruto na fase de maturacao, levando a perdas muito oren- ses de produgio, O controlo desta praga deve eer plani- ‘icado e devera ser feito em artculazao com os vizinhos, {dado tratar-se de um insato com grande mobiidade (Paiva. eral, 2019). Além da mosca-da-tua, nao se pode negl- ‘enciar 0 controlo de acaros, cochonihas ¢ outras pra- ‘as. Uma paca adequada, mantendo a copa abertae ber arejada ajuda a contolar estas pragas, aumentando a icdcia dos vatamentos fkossaritarios, A manutongao de ‘coberturas vegetaisnas enveinnas, a plantagao de sebes sivas de determinadas espécies (Sebugueia, romazeia, ‘Alecrim e outas) e a instalagdo de botkis de insetos con- ‘buem para o aumento das populagdes de inimigos natu ras cas pregas e diminuem a necessidade de tratamentos ‘tossanitanis (igura 2) ‘Apesar do om algumas regides do Pals ja estar dissemi nada a Tisteza dos cirinos e de alguns fungos causarem danos na cultura, seja no sistema racicular ou na casca os ffutos, as doengas meis devastadoras dos citinos (nuanglongbing, clorose variegada, cancro cic e pinta negra) no estio ainda presentes em Portugal. Haverd {que tentarevitar a sua entrada. Nao impotar materia i fetado de zonas onde estas doengas existem é fundamen: tal Evtar a disseminacgo da psia aicana dos citrhos, ja presente em Portugal, vtor do huangiongoing é também ‘muito importante TN Gect ate pert esq) cotheita (Os crinos devem atingi @ sua plena maturagao no pomat, Para podormos ter um produto de alta qualidade, ha que fevlar coher truta que ainda nao atingiu a macuragao ov ‘que i ulrapassou essa fase e se encontra "envelhecida’ Para determinar 0 momento éptmo de cane, devemos fazer analises perodicas do estado de maturacao ntema o uta (teor de sélidos solivels, acidez ¢ indice de ma ‘uragao) No respeitante & maturacHo externa do fruto, ha que ter presente que mesmo para recorrer a desverdizacdo ati ‘aldo fruto, este deve ter um indice de cor minimo, © atraso da cohneita tem consequéncias negativas sobre 0 esiado vegetative da avore e sobre a colneta do(s) ano(s) seguinte(s) ‘colnet deve ser execuiada com os cudados nevessé fos para que no se daniiquem os frutos nem as plantas (igura 3), Uma calheta mal feta pode tornar imprestavel uma fruta Ge boa qualidade. Para evitar danas, cevem-se tomar as seguintes precaugbes: « Usar tesouras ce ponta redonda, para nao daniticar 0s frutos. € aconselhévelreslizar dois cores; um para retirar © fruto da arvore e outro para aparar 0 pedinculo bem junto ao rut, * Exige que 0s colhedores tenham as unhas aparadas, * Usar saca de colheia ou cabaz de borracha, | Na cother uta hii. Variedados (0s ctrinos mais cultivads em todo o mundo so a laren ‘a (Ctus x sinensis, a angerinira(C reticulata) 0 tei {C. limon) a toraneira(C. x paradis), Em algins paises ha ainda produgdes significatves de mas, tangeres © ou- ‘tos cits. No caso de Portugal a laraneira éclaramente © civino mais cutivado, As laanjeas comuns (Valencia, Late'e'D. 030) € as de umbigo (Naveina’, Newall, "La- nelate, "Rhode! e outras) sdo as mais importantes. De to- das elas, 'D. Jofo (igura 4) a tnicavariedace portugue- ssa. Em Pertugal as tangerneiras sto menos importantes {que na viziha Espenha e constituem um grupo bastante neterogéneo, Temes uma vaviedade portuguesa, a“Setu- tbalense, que esté a ser abandonada, apesar de ser uma das tangetinas mais saborosas (figura 5). Aalternancia de producées, a presenca de muitas sementes por frto e 0 ‘empolamento da casca, tém levado a que as cadelas co- merciaisarejetem. AEncore'foi muito cutvada no nosso paise tem étima qualidade, mas as manchas na casca © a presenga de sementes desvaloizam-na. Além disso, 8m ‘urgido novas variedades quase to serfdias como a En core, que tm feito arasar a sua coleta e desvabrizado © fruto. Algumas dessas novas vaiedades sto suporadas por fortes campanhas publciiras das empresas que de- ‘ém a sua patente: em alguns casos, 0 desenvolvimento das variedades ndo corresponds & publcHade que delas 6 fea. Anda no grupo das tangerineras, as clementinas Fina @ ‘Nules'continuam a ser importantes, sobretudo no Algarve. Sem perder de vista a exponagéo, ¢ importante {que tenhamos no campo as variedades que o nosso mer- ado interno preferee seria bom martermos algumas espe cifcidades que nos dstigam de outros paises produtores, Porta-enxertos © porta-enxerto tradicional em toda a bacia do Medien neo era até ha poucas décadas a laranjeira azeda. Devi do A suscetildade a uma vrose, a Tristeza dos citinos, ‘oi sendo subsituida por pora-enxertos tolerantes a esta ddoenca, sobretudo pelas ctranjeras ‘Troyer ‘Caria’, 4 agua ¢-Laeje'D. Ja BOAS PRATICAS Fa Tanger Seutalons nun neradotadcion apesar de estas néo estarem tao bem-adaptadas a0s so- los caleérios do Algarve. Entretanto foram introduzidos portacenxertos mais adaptados aos soles calcarios, como CCirus votkameriana, mas 0 seu efeto sobre a qualidade dda futa 6 negative. Ha outs porta-emertos que esto fa ser usados, mas cujo comportamento nas nossas con digdee & pouca conhecide, como é caso da citanjera ‘6-38’ ou da laranjeira azeda‘Gou Tou ‘Aescolha des porta-enxertos deve ser felta com base em \érios fatores. © Poncius iota ou o citumeleiro sia boas apedes em solos dcidos, Acraneira‘Carizo, sendo tum bom porta-enxori, di maus resutades em casos do replantagdes. O citumelei ‘Swingl’ ea laranjera azeda (figura 6) sto bons porta-erxertos para imoeiro. Como es tratégia de biodivessidade e de resiiénciafeme a amea- ‘as ftossanirias, & bom que se usem varios porta-enxer- tos nos nossos pomares, desde que hajablocos (sectores de rega) homogéneos, © "'Gopede-AtozanoP, & Cas ,R (2003), Roques dtc g. ten n-Cleraren de les cus toe 1 eda hut qual feos fang tur Yer. Spansh oa! Auta Meseue, 12)82 he UGelidologiosizusa/aouau2 28 “sedorar, P-€ (968) Sone pheesmee characterise of ous leaves usr Bol Se 21. 895.003 "Pate PE 8. Nat La Outs, A OL) eas de esto Mosse liraes ceva capiase Maza erwene Nova soodgem pre ‘ocahumpomguens apoine 336-62 Fea Ponca de maar

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