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// O CURRÍCULO DA

CIDADE DE SÃO PAULO


Uma experiência de atualização e implementação
curricular para o Ensino Fundamental a partir da BNCC

REALIZAÇÃO PARCERIA APOIO


// APRESENTAÇÃO
NO DIA 15 DE DEZEMBRO DE 2017, A BASE NACIONAL
COMUM CURRICULAR (BNCC) TEVE APROVADO O SEU TEXTO
FINAL. Pela primeira vez, o país passou a ter um documento
normativo que define o conjunto de conhecimentos
essenciais que todos os alunos devem desenvolver,
progressivamente, ao longo da Educação Básica. Prevista no
13 Diretorias 304 professores 43.655
Regionais de que participaram dos estudantes – 10%
Plano Nacional de Educação (PNE), a BNCC se tornou uma Educação (DREs) Grupos de Trabalho (GTs) do total de alunos do
referência comum para todas as redes de ensino e escolas que compõem a para redação do currículo, Ensino Fundamental
rede, atuando como representando os 31.610 da rede – que,
do país, públicas e privadas, elaborarem ou reverem seus braços da Secretaria, educadores do Ensino por meio de uma
currículos, de modo a proporcionar as aprendizagens a que nas várias regiões da Fundamental no município. pesquisa, forneceram
cada aluno tem direito. cidade, ao longo de Quase metade deste total informações sobre que
todo o processo. também respondeu a uma escola gostariam de ver
pesquisa online para ajudar refletida no currículo.
Na mesma data da aprovação da Base Nacional, o município a compor a estrutura
de São Paulo lançou o seu Currículo da Cidade, o novo do documento.

documento orientador da rede para o Ensino Fundamental.


A Secretaria Municipal de Educação de São Paulo (SME-SP) foi
uma das primeiras do país e realizar sua revisão curricular à
luz da BNCC, levando em conta a 3ª versão da Base Nacional
e todo o processo de discussão para sua elaboração. A
atualização do currículo municipal foi feita durante o ano de
2017 e a implementação teve início logo no início de 2018. 21 consultores 8 especialistas (pelo
externos que menos) que fizeram a
assessoraram leitura crítica do novo
Para se ter uma ideia do tamanho da empreitada, a a escrita do currículo, antes que fosse
experiência de São Paulo envolveu: documento. finalizada a sua redação.
Os esforços de todas essas pessoas – além de tantas outras, Para compor este relato, foram realizados, entre fevereiro
que serão citadas ao longo desta publicação – resultou em: e agosto de 2018:
• Cerca de 8.000 páginas escritas e publicadas nos anos de 2017 • Entrevistas com aproximadamente 90 pessoas, incluindo
e 2018, incluindo o currículo de nove componentes curriculares, a equipe da SME-SP e das DREs, assessores externos e
do 1º ao 9º ano, materiais de apoio para educadores e estudantes. professores que participam diretamente da elaboração
• Um primeiro ciclo de formações sobre o novo currículo do currículo e das formações sobre o novo documento.
ministrado a quase 5.000 professores de todos os • Acompanhamento de 9 encontros de formação e
componentes curriculares, nas Diretorias Regionais seminários realizados pela Secretaria, nos componentes
de Educação da rede. curriculares Língua Portuguesa, Matemática e Tecnologias para
Aprendizagem, e também a respeito de temas curriculares
Cerca de R$ 22.000.000,00 foram investidos na produção, comuns a todas as áreas (Matriz de Saberes, Objetivos de
impressão e implementação de todo o material curricular (20 Desenvolvimento Sustentável e Educação Inclusiva).
documentos curriculares e 57 cadernos com sequências de • Observação de 4 encontros de formação realizados
atividades), até agosto de 2018. em 3 Diretorias Regionais de Ensino – Itaquera (zona leste),
Pirituba-Jaraguá (zona oeste) e Freguesia-Brasilândia (zona norte).
Esta publicação traz um relato da experiência paulistana de traduzir • Visitas a 4 escolas, de 4 regiões diferentes da cidade, onde
as definições da Base Nacional em um currículo com a cara da rede, professores, coordenadores pedagógicos, diretores
além de dar início à sua implementação. O intuito é compartilhar e assistentes de direção foram entrevistados. Foram também
aprendizagens – sistematizar etapas, detalhar estratégias bem- presenciadas discussões coletivas dos educadores sobre
sucedidas, ressaltar fatores críticos e antecipar pontos de atenção o currículo e algumas aulas.
que podem ser úteis a outros gestores da educação. • Acompanhamento da criação de uma plataforma digital
com aplicações práticas do currículo.
Processos de atualização curricular, à luz da BNCC, estão acontecendo
em todo o Brasil – em muitos casos, por meio de regimes de
colaboração estado-município. A experiência de São Paulo, embora Esta publicação foi elaborada pelo Centro de
tenha ocorrido de maneira independente do estado, pode oferecer Excelência e Inovação em Políticas Educacionais (CEIPE),
referências a outras grandes cidades e também a redes estaduais, da Fundação Getulio Vargas, em cooperação com
já que a rede paulistana atua em uma lógica regionalizada, a SME-SP e apoio da Fundação Lemann.
em função de seu tamanho.
///// Contexto A REDE DE SÃO PAULO EM NÚMEROS (ENSINO FUNDAMENTAL)

Jaçanã/Tremembé Penha
38 escolas 38 escolas

13
DIRETORIAS São Miguel
REGIONAIS 52 escolas
DE ENSINO
555
ESCOLAS Pirituba/Jaraguá
(1º ao 9º ano) 60 escolas
Guaianases
SÃO PAULO
36 escolas
Freguesia/Brasilândia
Anos Iniciais 37 escolas
(1º ao 5º ano) Itaquera
30 escolas

230.950
ALUNOS Ipiranga São Mateus
Butantã 36 escolas 53 escolas
33 escolas
12.737
PROFESSORES

Campo Limpo
Santo Amaro
71 escolas
Anos Finais 35 escolas
(6º ao 9º ano)

197.395
ALUNOS Capela do Socorro
36 escolas

18.873
PROFESSORES

Fonte: Sistema e-SIC/SME-SP (dados de 2018); Pátio Digital.


///// Contexto A ESTRUTURA DA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE SÃO PAULO (SME-SP)

CONSELHOS CME | Municipal de Educação


SECRETÁRIO(A) CAE | Alimentação Escolar
SECRETÁRIO-ADJUNTO(A) CRECE | Representantes de Conselhos de Escola
FÓRUM MUNICIPAL CACS FUNDEB | Acompanhamento e Controle
DE EDUCAÇÃO Social do FUNDEB
GESTÃO

ASPAR NA ASCOM AJ
Assessoria Parlamentar Núcleo Administrativo Asessoria de Comunicação Social Assessoria Jurídica

COORDENADORIAS
COPED COCEU COGED CODAE CIEDU COAD COGEP COPLAN COTIC COTAC DREs
(Pedagógica) (Centros Educacio- (Gestão e (Alimentação (Informações (Administração, (Gestão de (Planejamento (Tecnologia da (Transparência (Regionais
nais Unificados e da Organização Escolar) Educacionais) Finanças e Infra- Pessoas) e Orçamento) Informação e Ativa e Contro- de Educação)
Educação Integral) Educacional) estrutura) Comunicação) le Interno)

NTA DIAP DIDEM DIEDAN DIAL DIDES DIACON DISIS Supervisão


Núcleo Técnico Divisão de Divisão de Divisão de Divisão de Divisão Divisão de Divisão de Escolar
de Avaliação Articulação Planejamento Educação Insumos, de Desen- Acompanha- Desenvolvi-
da Demanda Alimentar e Administração volvimento mento de mento de DIPED
NTC* Pedagógica Divisão
Escolar Nutricional e Logística Profissional Prestação Sistemas
Núcleo Técnico DIAC de Contas Pedagógica
de Currículo Divisão de DIPAR DILOG DICONT DICAR DITEC
Divisão de Divisão de Divisão de Divisão de DIOR Divisão de DIAF
Cultura Divisão de
NTF - Núcleo Gestão de Qualidade e Contabilidade Gestão de Divisão de Infraestrutura
Técnico de Formação DIESP Parcerias e Logística dos Carreiras Orçamento Tecnológica Administração
Divisão Convênios Alimentos DIGECON e Finanças
UniCEU - Universi- de Gestão Divisão de DITEM
dade nos CEUs DINORT DINUTRE Gestão de Divisão de DICEU
Democrática Divisão dos
e Programas Divisão de Divisão de Contratos Gestão de
DIEI - Divisão de Normatização Nutrição Tempo de Centros
Educação Infantil Intersecretarias DILIC Educacionais
e Orientação Escolar Serviço
DIESP Técnica Divisão de Unificados e
DIEFEM* DIFIR Licitações DIPAG Divisão de Educação
Divisão de Ensino Divisão
de Esporte, Divisão de de Gestão de Integral
Fundamental Finanças e DIOB Pagamentos
e Médio Corpo e Divisão de Obras
Movimento Repasses da
Alimentação
DIEJA Escolar
Divisão de Educação
de Jovens e Adultos DIORG
Divisão de
DIEE Orçamento
Divisão de Educação e Gestão de
Especial Contratos
CM
Centro de *Setores que coordenaram o
Multimeios processo de atualização curricular

UNIDADES EDUCACIONAIS

Fonte: SME-SP: https://bit.ly/2Hoo4GE


///// Em que fase
você está? 12
ELABORAÇÃO IMPLEMENTAÇÃO
Se a sua rede está na Se a sua rede já produziu um
etapa de (re)escrita do currículo que contempla as
currículo, à luz da BNCC, aprendizagens previstas na BNCC,
siga por aqui. pegue o caminho mais à frente.
LINHA DO
TEMPO

1
2
3
4
5

1 ELABORAÇÃO
Da composição da equipe de trabalho ao
lançamento do currículo, as principais ações
realizadas para atualizar o documento.
LINHA DO
TEMPO

1
2
3
4
5

DESDE O INÍCIO, DISSEMOS À REDE:


‘VAMOS CAMINHAR PARA FRENTE,
RESPEITANDO A NOSSA HISTÓRIA’.
ALEXANDRE SCHNEIDER, SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO DO
MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
///// O currículo (re)escrito
Em 2017, a rede municipal de educação de São Paulo revisou seu currículo,
LINHA DO
TEMPO

em diálogo com as discussões da BNCC, e produziu os seguintes documentos: 1


2
3
4
5

CURRÍCULO DA CIDADE ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS CADERNO DA CIDADE:


Com nove volumes – um por componente Material de apoio para os educadores, SABERES E APRENDIZAGENS
–, o currículo traz objetivos de aprendizagem contendo propostas de como organizar o Caderno com sequências de atividades
apresentados ano a ano para o 1º ao 9º cotidiano das aulas, em situações diversificadas e projetos para os estudantes, em
ano do Ensino Fundamental. Há uma parte de ensino que possibilitem a aprendizagem Português, Matemática e Ciências –
introdutória comum a todas as áreas, que dos objetivos definidos no currículo, além um para cada ano do Ensino Fundamental,
inclui uma Matriz de Saberes (na linha das de exemplos de práticas avaliativas. Foram totalizando 27 cadernos. A frequência de
competências gerais da BNCC) e temas produzidos 11 volumes, sendo um por uso fica a critério de cada professor, que
inspiradores trazidos dos Objetivos de componente – à exceção da Matemática, que segue tendo autonomia para utilizar livros
Desenvolvimento Sustentável (ODS), possui dois volumes – e um caderno dedicado didáticos e outros recursos. A versão do
pactuados na Agenda 2030 por países- ao coordenador pedagógico. As orientações professor para os chamados "cadernos dos
membros das Nações Unidas. O currículo de para professores dos três ciclos do Ensino alunos" indica como cada sequência deve
cada componente é único, ou seja, não há Fundamental – Alfabetização (1º ao 3º ano), ser trabalhada e dá sugestões para ampliar
cadernos separados para os anos iniciais e Interdisciplinar (4º ao 6º ano) e Autoral (7º ao 9º as discussões a partir de filmes e pesquisas,
finais do Ensino Fundamental. ano) estão concentradas no mesmo material. entre outros recursos.
LINHA DO
TEMPO

1
2
3
4
5
Os materiais de apoio direcionados a educadores e alunos –
coleções “Orientações Didáticas” e “Caderno da Cidade: saberes e
aprendizagens” – começaram a ser elaborados em setembro de 2017,
antes mesmo do lançamento do novo currículo, e finalizados em janeiro
do ano seguinte. Fazem parte das ações de implementação curricular.

O processo de revisão do currículo foi coordenado pela SME-SP e


realizado de forma colaborativa com a rede, envolvendo a
participação de professores, equipes gestoras das escolas, estudantes,
equipe pedagógicas das Diretorias Regionais de Educação, assessores
externos para os nove componentes curriculares e para as partes
comuns do currículo, além de leitores críticos do documento.

O PAPEL DE CADA SEGMENTO ENVOLVIDO SERÁ APRESENTADO


NAS PÁGINAS SEGUINTES, ONDE SERÃO DETALHADAS AS
PRINCIPAIS ETAPAS DO PROCESSO DE ELABORAÇÃO CURRICULAR.
///// Cronograma da elaboração 2017 LINHA DO
TEMPO

1
1º TRIMESTRE 2º TRIMESTRE 3º TRIMESTRE 4º TRIMESTRE
2
Janeiro-Março Abril 1 a 21 de julho Outubro 3
Composição de equipe Núcleo de Educomunicação da SME Finalização da 1ª versão do currículo: Diagramação do currículo. 4
e planejamento inicial. e alunos do programa Imprensa assessores e SME-SP consolidam 5
Jovem preparam pesquisa para ouvir os textos elaborados nos GTs. Novembro
Fevereiro-Março estudantes da rede. Impressão do currículo.
Seleção de representantes de 24 de julho
todas as Diretorias Regionais de 18 de abril Apresentação da 1ª versão do currículo, 15 de dezembro
Educação, incluindo professores, SME e DREs se reúnem para estruturar concomitante em todas as DREs, Lançamento do novo
para os Grupos de Trabalho (GTs), pesquisa online com professores para preparar a consulta à rede. documento curricular da rede.
responsáveis por elaborar os e gestores escolares.
objetivos de aprendizagem do 24 de julho a 24 de agosto
currículo de cada componente. 26 de abril a 5 de junho Análise da 1ª versão do currículo pelo
Pesquisa online com estudantes: Conselho Municipal de Educação.
3 de março “Que escola te faz aprender melhor?”
Evento inaugural da Cerca de 43.600 participantes. 31 de julho
atualização curricular. 1ª versão é disponibilizada no Sistema de
2 de maio a 2 de junho Gestão Pedagógica da rede (online) para
6 de março a 10 de junho Pesquisa com professores e gestores consulta a professores, gestores escolares,
Reunião quinzenal dos GTs escolares: “O que o currículo precisa profissionais das DREs e SME-SP.
dos nove componentes. ter para ajudar no planejamento das
aulas?”. Cerca de 16.000 participantes. 1 a 31 de agosto
Consulta à rede e leitura crítica de
Junho especialistas sobre a 1ª versão do currículo.
Compartilhamento com os GTs dos
resultados das pesquisas realizadas 4 de agosto a 15 de setembro
com alunos e professores. Catalogação, análise e assimilação de
contribuições da rede e dos leitores críticos.

1 a 29 de setembro
Ajustes finais na redação do currículo.
LINHA DO
TEMPO

1
2
3
4
5

Passo a passo da elaboração

1 PASSO

Composição
2 PASSO

Grupos de Trabalho
3 PASSO

Pesquisa
4 PASSO

Pesquisa com
5 PASSO

Consulta à rede,
de equipe e para a produção com estudantes educadores leitura crítica e
planejamento do currículo finalização do
inicial documento

Ações transversais ao longo do ano


COMUNICAÇÃO PLANEJAMENTO
Essas são ações fundamentais ao sucesso de várias etapas
E ENGAJAMENTO E MONITORAMENTO
da elaboração curricular. Toda vez que aparecer um destes
ícones, quer dizer que houve uma iniciativa dessa natureza.
///// 1
PASSO
 OMPOSIÇÃO DE EQUIPE
C
E PLANEJAMENTO INICIAL LINHA DO
TEMPO

1
2
3
4
5
Quem fez O que fez

Núcleo Técnico O processo de revisão do currículo começou com a composição
de Currículo das equipes do NTC e da DIEFEM, na nova gestão municipal.
(NTC/SME-SP) O núcleo especialista em currículo da SME-SP, apoiado por
assessoras, definiu:
 ivisão de Ensino
D
Fundamental e
c oncepções do documento (ex: não-linearidade, pluralidade);
Médio (DIEFEM/
nomes de assessores para a atualização do currículo de
SME-SP)
cada componente – foram, no total, 21 especialistas;
o modelo do processo de elaboração (colaborativo,
envolvendo a participação de professores em grupos de
trabalho para a elaboração dos objetivos de aprendizagem
de cada componente, por exemplo).

No planejamento inicial, a equipe de SME-SP,


ME
EJA NT
N também se dedicou a:
O
PLA

 rganizar etapas e cronograma de trabalho (a primeira


o
TO
MO

EN

N
IT O A M
R versão do texto ficou pronta em cinco meses; a versão
final, dois meses depois);
p
 rever desafios importantes e traçar estratégias
para superá-los;
organizar o orçamento para cumprir todo o planejado.

O primeiro momento foi de pensar: ‘O que a gente espera do nosso


currículo? O que a rede espera? E como podemos estabelecer um diálogo?’.
WAGNER PALANCH, DIRETOR DO NÚCLEO TÉCNICO DE CURRÍCULO (NTC) DA SME-SP
///// 1 COMPOSIÇÃO DE EQUIPE
E PLANEJAMENTO INICIAL
LINHA DO
TEMPO

1
2
3
4
5
Como fez
A
 s equipes do NTC e da DIEFEM foram brasileiros (ex: Sobral e Pernambuco) e exigido dos estudantes (ex: trabalho
compostas, essencialmente, por internacionais (ex: Portugal, Chile, Austrália coletivo com a turma, em duplas ou
professores e gestores que já atuavam e Hong Kong). Esse estudo foi realizado individualmente). Nessa lógica, o currículo
na rede e a conheciam bem, o que ajudou pelo NTC com ajuda de três assessoras prevê, por exemplo, que, já no 1º ano, o
a mapear demandas e a antecipar chances pedagógicas gerais. estudante inicie o estudo da álgebra (antes
de adesão a propostas pensadas na previsto apenas a partir do 6º ano), sendo
Com base nesse estudo, optou-se, por
Secretaria. O próprio Secretário Municipal levado a organizar e ordenar objetos por
de Educação, Alexandre Schneider, já havia exemplo, por organizar o currículo de cada meio da cor, do formato e da medida para
ocupado o cargo anteriormente. Foi um componente em volume único, e não aprender a identificar padrões ou regras de
ponto estratégico, numa revisão curricular dividido em dois volumes – anos iniciais e formação de uma sequência.
realizada de forma colaborativa e com anos finais do Ensino Fundamental –, como
prazo de apenas sete meses para conclusão. fazia o currículo anterior do município
(2007). O intuito da mudança é estimular
 contratação de assessores externos
A os professores a pensarem na progressão
foi feita com base em sua expertise na dos conhecimentos para além dos anos
escrita de documentos curriculares em que lecionam.
(ex: PCN, currículos municipais e estaduais)
Definiu-se, também neste momento, a ideia
e na condução de processos formativos
com professores. Além disso, foi de construir um currículo em espiral, que,
observado o alinhamento às concepções em vez de fatiar os conteúdos em blocos
educacionais da rede. e distribuí-los em períodos isolados da
escolaridade, prevê que os conhecimentos
 concepções do novo currículo foram
As sejam revisitados, aprofundados e
definidas pela SME-SP com base no estudo ampliados ano a ano, numa progressão que
do histórico curricular da própria rede, das leva em conta, além da complexidade dos /// As assessoras pedagógicas Edda Curi (de verde) e Célia Carolino
discussões da BNCC e de outros currículos conteúdos, também o grau de autonomia (ao lado, in memoriam) ajudaram a planejar a revisão curricular.
///// 1 COMPOSIÇÃO DE EQUIPE
E PLANEJAMENTO INICIAL
LINHA DO
TEMPO

1
2
3
4
5

Motivos de orgulho
O novo currículo foi publicado
dentro do prazo planejado, no final
de 2017, com alterações pontuais no
cronograma para atender demandas
da rede (ex: o período de consulta
sobre a 1ª versão foi estendido
ME
EJA NT
de 15 dias para um mês). “Nosso N

O
PLA
grande mérito foi o planejamento.

TO
MO

EN
N
A gente sabia exatamente onde IT O A M
R

queria chegar, quais seriam as fases


e os momentos de consulta”, avalia
o Secretário de Educação, Alexandre
Schneider. A SME-SP recebeu uma
demanda de consultoria para a
rede educacional de Teresina, que
também está revendo seu currículo
e se interessou em conhecer o
desenho do processo paulistano,
sobretudo em relação ao trabalho
conjunto de professores e
especialistas.

/// Para construir o novo currículo em apenas sete meses, num processo coletivo que envolveu especialistas em currículo, professores e
alunos, foi fundamental traçar um plano detalhado das etapas e ter uma equipe que atuasse como guardiã do cronograma.
///// 1 COMPOSIÇÃO DE EQUIPE
E PLANEJAMENTO INICIAL
LINHA DO
TEMPO

1
2
3
ATENÇÃO 4
5
Desafios LINKS ÚTEIS
O município tinha acabado de realizar Direitos de Aprendizagem OS MAIORES CUSTOS do processo de
uma revisão de seu currículo, em (documento curricular atualização curricular, em São Paulo, foram
2016. A equipe da SME-SP antecipou do município, 2016) com a contratação de assessores externos
resistências à nova mudança e traçou http://bit.ly/currículo2016 (21 especialistas, no total) e a gráfica. Para
a elaboração do documento, não houve
uma estratégia clara para viabilizá-la. No Orientações Curriculares
(documento curricular aumento no orçamento médio anual
evento que inaugurou o novo processo de
do município, 2007) – o processo foi feito com o orçamento
atualização curricular, em março de 2017,
http://bit.ly/currículo2007 calculado na gestão anterior, que não previa
onde estavam presentes professores, uma nova atualização curricular. Para o ano de
coordenadores pedagógicos e diretores BNCC (para download editável) 2018, o orçamento foi calculado segundo as
escolares, além de representantes das http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
demandas da implementação. No total, foram
Diretorias Regionais de Educação (DREs), Currículo de Sobral investidos cerca de R$ 22 milhões, incluindo
num total de 800 pessoas, o Secretário de http://bit.ly/curriculosobral a produção, impressão e implementação de
Educação, Alexandre Schneider, firmou Currículo de Pernambuco todo o material curricular (20 documentos
o compromisso de respeitar o histórico http://bit.ly/curriculope curriculares e 57 cadernos com sequências
de construção curricular do município, de atividades), segundo dado fornecido pela
Currículo da Austrália
considerando inclusive o documento http://bit.ly/curriculoau SME-SP em agosto de 2018.
que fora produzido no ano anterior. Nos Currículo do Chile
GTs para a elaboração do currículo, as http://bit.ly/curriculocl
referências curriculares mais recentes
Currículo de Portugal
da rede (2016 e 2007) foram levadas https://bit.ly/2fndZBC
em conta, junto com a BNCC e outros
Currículo de Hong Kong
documentos. “A gente respeitou o que
http://bit.ly/curriculohkareas
as várias gestões anteriores construíram.
Isso ajuda o educador a entender que
não está sendo objeto de uma nova
experiência”, diz Schneider.
LINHA DO
TEMPO

1
2
3
4
5

/// Evento no dia 3 de março de 2017 que, oficialmente, abriu o debate sobre a atualização do currículo do Ensino Fundamental na rede municipal de educação de São Paulo, à luz das discussões da BNCC. O Secretário
de Educação, Alexandre Schneider, firmou com as cerca de 800 pessoas presentes – professores, coordenadores pedagógicos e diretores escolares, além de representantes das Diretorias Regionais de Educação (DREs)
– o compromisso de respeitar o histórico de construção curricular do município, considerando inclusive o documento com direitos de aprendizagem que fora produzido no ano anterior.
///// 2
PASSO GRUPOS DE TRABALHO
LINHA DO
TEMPO

1
2
3
4
5
Quem fez O que fez

Equipe pedagógica Cada GT ficou responsável por elaborar os objetivos de
da SME-SP aprendizagem e desenvolvimento de um componente
 curricular, especificados ano a ano, para o 1º ao 9º ano
Diretorias Regionais
do Ensino Fundamental. Foram 12 a 15 encontros
de Educação (DREs)
quinzenais para cada grupo, com seis horas de duração,
Professores da rede de março a julho. Os encontros ocorreram durante
Assessores externos a semana e os professores participantes receberam
dispensa de ponto.

Os professores deram muitas contribuições: avaliaram a redação dos objetivos, discutiram


a progressão dos conhecimentos e sugeriram temáticas de interesse dos alunos” .
MARLY BARBOSA, ASSESSORA DO GT DE LÍNGUA PORTUGUESA
///// 2
1 CGRUPOS
OMPOSIÇÃO DE EQUIPE
DE TRABALHO
E PLANEJAMENTO INICIAL
LINHA DO
TEMPO

1 2 1
2
3
4
5

3 4
6

/// 1. Professores reunidos para atualizar o currículo de Arte. 2, 3 e 4. O diretor do Núcleo Técnico de
Currículo da SME-SP, Wagner Palanch, e a assessora de Língua Portuguesa, Telma Weisz, conversam com
professores que participaram da elaboração do currículo. 5. Chuva de ideias no GT de Tecnologias para
a Aprendizagem. 6. Professores trabalhando juntos no GT de Matemática. 7. GT reunido em junho de
2017, perto de concluir a primeira versão curricular.
///// 2 GRUPOS DE TRABALHO
LINHA DO
TEMPO

1
2
UNICAÇ
M
3

ÃO
CO
4

O
NT
N

E
GA E
JA M
5
Como fez
E
 stabeleceu-se que cada GT seria juntos na lógica da progressão curricular, a currículo. Ou seja, a atualização curricular
composto por, pelo menos, 13 professores Secretaria convidou alguns educadores para exigiu dos GTs um caráter formativo e não
com atuação em sala de aula – um fazer um intercâmbio, participando das apenas de execução. Cabia aos assessores
representante de cada DRE, selecionado discussões dos dois grupos. No caso do GT externos conduzir essas discussões, com o
pelas próprias diretorias regionais. Também de Matemática, adotou-se outra estratégia: auxílio de textos teóricos, vídeos com boas
foi aberta a possibilidade de participação os objetivos de aprendizagem formulados práticas de sala de aula e dos documentos
a coordenadores pedagógicos das para o 1º ao 9º ano foram apresentados nos curriculares tomados como referência
escolas, supervisores escolares e equipes dois grupos, nos dois últimos encontros do (currículos do município de 2016 e 2007
pedagógicas das DREs. O número de GT, para avaliar a coerência da progressão e a BNCC, entre outros).
participantes de cada GT variou de 19 a 55 ano a ano. Assessores de um mesmo
pessoas. O nome de cada integrante dos componente também trabalharam em O
 s técnicos da SME-SP, junto com os
GTs consta na ficha técnica dos currículos conjunto para garantir essa articulação. assessores, contribuíram para as discussões
de cada componente. No caso dos demais componentes, que e a escrita dos documentos, zelando por
são ministrados por um único especialista sua adequação ao contexto da rede. Além
 o caso dos componentes curriculares
N desde o 1o ano, foi formado um único GT. disso, cuidaram de toda a logística dos
Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, encontros – ex: compartilhar materiais de
Geografia e História, foram formados Para elaborar os objetivos de aprendizagem leitura e textos produzidos no próprio GT,
dois grupos – um para os anos iniciais do com os professores, foi necessário discutir através de uma pasta no Google Drive, M
UNICAÇ

ÃO
CO
Ensino Fundamental (1º ao 5º) e outro para conceitos e concepções específicos de cada ou enviar informações sobre horários e

O
NT
os anos finais do Ensino Fundamental (6º componente curricular, de modo que todos outras questões práticas, além de manter N G A J A M E

E
ao 9º). Para que os professores dos anos estivessem a par inclusive das discussões o engajamento dos professores, por meio
iniciais e dos anos finais pudessem pensar mais inovadoras que seriam abordadas no de grupos de WhatsApp e e-mail.
///// 2 GRUPOS DE TRABALHO
LINHA DO
TEMPO

1
2
CADA GT ESTABELECEU SUA PRÓPRIA » Os professores iam ditando o texto » Por fim, propunham ajustes, quando 3
METODOLOGIA DE TRABALHO. e um participante do GT anotava a julgavam necessário. 4
redação (ex: um professor ou um 5
• O grupo de Matemática, por exemplo,
optou pela escrita colaborativa, seguindo técnico da SME-SP). Assim, pôde-se investir mais tempo
uma dinâmica básica: na formação dos professores sobre tópicos
» Nesse processo colaborativo,
inovadores abordados e inclusive sobre o que
» A cada encontro, um eixo do currículo professores mais experientes, que já
é um currículo e como se organiza.
era trabalhado – ex: álgebra, números tinham participado de outros processos
ou geometria (conheça os eixos que de elaboração curricular, ajudavam os
organizam o currículo da Matemática e educadores menos experientes. UNICAÇ
M

ÃO
CO
também dos demais componentes, aqui.) » Entre um encontro e outro, os

O
educadores eram estimulados a mostrar

NT
N

E
GA E
» Os professores liam, antes do encontro, JA M

um texto teórico indicado pelos os textos redigidos a seus colegas, na


assessores sobre o tema daquele eixo. escola, e, no encontro seguinte, faziam
eventuais ajustes na redação, antes de
» Quando reunidos no GT, os educadores iniciar o trabalho em um novo eixo.
organizavam-se em grupos para analisar o
que estava apresentado, em relação àquele • Já no GT de Língua Portuguesa, também
eixo, tanto na BNCC, quanto nos dois foram feitos exercícios de escrita
documentos curriculares prévios da rede coletiva dos objetivos de aprendizagem,
(2007 e 2016). observando critérios de progressão, mas
» Cada grupo se dedicava a analisar um a maior parte dos objetivos foi redigida
período escolar específico – 1º ao 3º seguindo outra dinâmica:
ano, 4º ao 6º ano e 7º ao 9º ano –, e, à luz » As assessoras e a equipe da SME-SP
do referencial teórico, faziam anotações apresentavam propostas de redação
sobre o que consideravam mais adequado para cada objetivo.
de cada documento.
» Os professores analisavam criticamente
» Em seguida, expunham suas observações, esses textos, tendo em conta sua experiência
discutiam coletivamente e faziam, juntos, de sala de aula e os estudos feitos no GT.
a redação dos objetivos daquele eixo.
///// 2 GRUPOS DE TRABALHO
LINHA DO
TEMPO

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Motivos de orgulho
A construção dos currículos se deu,
de fato, de maneira colaborativa
com os professores, segundo relatos
de docentes, assessores externos
e técnicos das DREs entrevistados
– o que inclusive ajudou a diluir
eventuais resistências às mudanças.
“Ver nossas contribuições ali no texto
foi muito gratificante”, comentou
a professora Jucilene da Silva, que
participou do GT de Matemática e
depois se tornou professora-referência
nas formações de professores
polivalentes, na DRE Itaquera.

/// Cada GT estabeleceu sua dinâmica própria para discutir os tópicos que seriam abordados no currículo e escrever os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento.
///// 2 GRUPOS DE TRABALHO
LINHA DO
TEMPO

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ATENÇÃO
Desafios
No GT de Língua Portuguesa, Para Kátia Bräkling, assessora do GT
a terceira versão da BNCC foi deste componente, foi uma perda. A DEPENDER DO PERFIL das pessoas
abordada sob uma perspectiva crítica, “Isso importa muito para o professor. envolvidas e da quantidade de questões
pois, segundo as assessoras deste Pode ser a diferença entre ele entender que precisam ser discutidas para
componente, a Base estava defasada, ou não o objetivo”, analisa. subsidiar a redação do currículo, é
em relação às mais modernas concepções preciso avaliar a dinâmica de trabalho
mais produtiva: escrever coletivamente
sobre a linguagem e seu ensino. A versão A SME-SP considerou mais adequado
os textos do currículo ou fazer a
final da BNCC teve avanços em relação trazer os exemplos no material de
análise conjunta de textos
a críticas feitas à época. apoio aos professores (Orientações
redigidos previamente.
Didáticas). Além disso, foi desenvolvida
Também no caso do currículo uma plataforma digital sobre o
de Português, muitos exemplos currículo que propõe articulações
foram cortados do texto dos entre teoria e prática.
objetivos de aprendizagem.

LINKS ÚTEIS
Eixos do currículo de cada conhecê-los, acesse o currículo
componente curricular de cada componente)
https://bit.ly/2RkiUB6 http://bit.ly/currículo2017
Objetivos de aprendizagem Orientações Didáticas
formulados nos GTs (para http://bit.ly/orientacoes2018
///// 3
PASSO PESQUISA COM ESTUDANTES
LINHA DO
TEMPO

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5
Quem fez O que fez

Núcleo de Uma pesquisa com os estudantes da rede para incluir
Educomunicação da no novo currículo o olhar das crianças e adolescentes.
SME-SP Formulada com participação dos alunos do Imprensa
 Jovem, a pesquisa buscou responder os seguintes
Alunos integrantes
questionamentos:
do Imprensa Jovem,
programa voltado à
• O que os estudantes esperam da escola?
produção de notícias
• E o que consideram que a escola precisa ter para
proporcionar mais aprendizado?

Os resultados foram compartilhados com os GTs,


em junho.

Nenhum de nós, na Secretaria, sabe melhor que os próprios estudantes /// Os alunos do Imprensa
quais perguntas precisam ser feitas aos alunos da rede” . Jovem exercitam a busca e
o tratamento da informação.
CARLOS LIMA, COORDENADOR DO NÚCLEO DE EDUCOMUNICAÇÃO DA SME-SP
///// 3 PESQUISA COM ESTUDANTES
LINHA DO
TEMPO

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5
Como fez
• Presente em aproximadamente 75% das
escolas de Ensino Fundamental da rede,
o Imprensa Jovem envolve cerca de 4.000
crianças e adolescentes do 1º ao 9º ano,
distribuídos em 280 equipes de 15 alunos,
que produzem e publicam seus conteúdos
em diferentes mídias, como blog e rádio. /// Roda de conversa com alunos do programa Imprensa Jovem, que ajudaram a elaborar uma pesquisa com 43.655 estudantes da rede.

• Parte desses alunos foi convidada


a ajudar a formular as questões da • O questionário foi formatado num • Os professores das salas de informática
pesquisa, por meio da seguinte dinâmica: Formulário Google e disponibilizado a disponibilizavam tempo de suas aulas
rodas de conversa, chamadas “Estudante todos os alunos da rede através de um para que os alunos respondessem ao
tem Voz”, foram realizadas, no mês de aplicativo, que podia ser acessado no questionário, conforme orientação da
abril, em quatro escolas, onde alunos celular ou no computador, através de um SME-SP. E as equipes do Imprensa Jovem,
do Imprensa Jovem foram estimulados link enviado pela Secretaria às DREs e, nas escolas, utilizaram suas próprias
a falar sobre as aulas e o ambiente então, repassado às escolas. Esse app estratégias para engajar os colegas: alguns
M
UNICAÇ escolar. As conversas foram gravadas e, já era utilizado pelos alunos do divulgaram a pesquisa na rádio escolar,
ÃO
CO

entre todas as questões levantadas, o Imprensa Jovem desde 2017, para troca outros abordaram os colegas no recreio.
O

Núcleo de Educomunicação filtrou oito de informações nas coberturas Os alunos tiveram pouco mais de um mês
NT

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perguntas para compor o questionário jornalísticas, e foi construído com para participar da pesquisa, entre o final de
da pesquisa, com múltiplas alternativas ajuda de um site chamado Fábrica de abril e o começo de junho.
ou espaço para resposta livre (clique aqui Aplicativos, que, oferece, gratuitamente,
• Os alunos do Imprensa Jovem realizaram
para acessá-la). Posteriormente, as rodas modelos pré-prontos de apps, sem que
ainda uma coletiva de imprensa com
de conversa foram feitas em outras 28 sejam necessários conhecimentos de
o coordenador do Núcleo Técnico de
escolas, ajudando a validar as questões programação.
Currículo (NTC), Wagner Palanch, durante
formuladas.
a elaboração do documento.
///// 3 PESQUISA COM ESTUDANTES
LINHA DO
TEMPO

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5
Motivos de orgulho
A pesquisa teve a resposta de 43.655
estudantes – cerca de 10% de todos
os alunos do Ensino Fundamental da PERFIL DOS ALUNOS QUE RESPONDERAM À PESQUISA

rede. A maioria tinha entre 11 e 13


IDADE SEXO
anos de idade. Meninos e meninas
se engajaram na mesma proporção. 8 anos 964 2.2%
Segundo Wagner Palanch, as respostas 9 anos 1863 4.3%
ajudaram a embasar a formulação da
10 anos 3374 7.7%
Matriz de Saberes do currículo (na linha
das competências gerais da BNCC), 11 anos 8369 19.2% 21.722 // 49.8%
ALUNAS
além de contribuir para a elaboração 12 anos 10802 24.7%
dos objetivos de aprendizagem dos 13 anos 10599 24.3%
vários componentes curriculares e
14 anos 5372 12.3%
para a formulação das metodologias
apresentadas nas Orientações Didáticas 15 anos 1122 2.6%
(material de apoio do professor). 16 anos* 380 0.9%
17 anos* 139 0.3% 21.933 // 50.2%
ALUN0S
18 anos* 671 1.5%

*Alunos da EJA e de oito escolas de Ensino Fundamental e Médio que também responderam à pesquisa. Fonte: SME-SP
///// 3
1 CPESQUISA
OMPOSIÇÃO DE EQUIPE
COM ESTUDANTES
E PLANEJAMENTO INICIAL
LINHA DO
TEMPO

1 2 1
2
3
4
5

3 5

/// 1. O coordenador do Núcleo de Educomunicação da SME-SP, Carlos Lima (primeiro à esquerda da foto),
mediou as rodas de conversa com alunos do Imprensa Jovem. 2. As conversas foram gravadas e serviram
de base à elaboração de uma pesquisa com os demais estudantes da rede. 3. A SME-SP queria saber: “O
que os estudantes esperam da escola?”. 4. Cerca de 43.655 alunos responderam à pesquisa via aplicativo.
5 e 6. Crianças e jovens foram estimulados a falar sobre as aulas e o ambiente escolar e suas falas foram
transformadas em um questionário com oito perguntas.
///// 3 PESQUISA COM ESTUDANTES
LINHA DO
TEMPO

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3
4
5

Desafios
As rodas de conversa renderam um
volume enorme de material gravado
e foi preciso transformá-lo em número
pequeno de questões. “Se o questionário
fosse muito longo, os dados ficariam
fragmentados demais e seria difícil utilizá-
los”, explica o coordenador do Núcleo
de Educomunicação, Carlos Lima. Lima
tem a intenção de criar um portal para
reunir o rico material que ficou de fora.
“Levando em conta que o currículo ainda
está em processo de implementação e que
o estudante de São Paulo tem interesses
muito próximos aos de estudantes do
Amazonas, do Mato Grosso, ou da Paraíba
– sei porque fui a esses lugares –, essas
informações podem contribuir para colocar
o estudante no protagonismo das políticas
públicas de educação”, avalia.

/// O programa Imprensa Jovem foi uma das boas experiências da rede aproveitadas durante a
atualização curricular. Presente em 75% das escolas de Ensino Fundamental do município, envolve
cerca de 4.000 crianças e adolescentes do 1º ao 9º ano hábeis em fazer perguntas.
///// 3 PESQUISA COM ESTUDANTES
LINHA DO
TEMPO

1
2
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ATENÇÃO 4
5
LINKS ÚTEIS
Aplicativo Imprensa Jovem PARA FAZER UMA AMPLA CONSULTA aos
app.vc/imprensajovem alunos, é importante não começar do zero
– e, sim, aproveitar as boas experiências
Questionário utilizado na pesquisa da rede. No caso de São Paulo, os alunos do
https://bit.ly/2rbLxFb Imprensa Jovem tinham muito a contribuir
Resultados da pesquisa porque possuem a prática de fazer perguntas
http://bit.ly/pesquisalunos capazes de suscitar respostas interessantes,
(págs. 33-34) conhecem os interesses dos estudantes
Site Fábrica de Aplicativos da rede e compõem um grupo numeroso,
http://bit.ly/fabricaplicativos capaz de ajudar a articular os demais alunos.
Mas outros grupos de estudantes podem
colaborar – grêmios estudantis, associações
esportivas ou bandas musicais, por exemplo.
///// 4
PASSO PESQUISA COM EDUCADORES
LINHA DO
TEMPO

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UNICAÇ
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Quem fez O que fez

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SME-SP • Uma pesquisa online com
D
 iretorias Regionais professores e gestores
de Ensino (DREs) escolares, em que se buscou
subsídios para compor a
estrutura do currículo.

As respostas dos professores ajudaram a embasar a estrutura do currículo”.


WAGNER PALANCH, DIRETOR DO NÚCLEO TÉCNICO DE CURRÍCULO (NTC) DA SME-SP
///// 4 PESQUISA COM EDUCADORES
LINHA DO
TEMPO

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UNICAÇ
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Como fez
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• Em abril, a Secretaria convidou diretores • As respostas mostraram que o material • S


 egundo o diretor do Núcleo Técnico
das Divisões Pedagógicas (DIPEDs) de suas mais utilizado no planejamento das aulas de Currículo (NTC), Wagner Palanch,
13 regionais para montar um questionário eram os livros didáticos, seguidos do as respostas sinalizaram que era preciso
que desse conta de responder à seguinte currículo da rede de 2007. Para 90% construir um currículo que indicasse aos
questão: “O que o currículo precisa ter dos educadores, era fundamental que professores, de forma mais específica,
para ajudar o professor no planejamento o currículo apresentasse objetivos de o caminho a ser seguido nos processos
das aulas?”. O questionário com seis aprendizagem, enquanto 77% pediam de ensino-aprendizagem.
perguntas – algumas de múltipla escolha, um documento com orientações
com possibilidade de marcar mais de metodológicas.
uma opção, e outras com espaço para
respostas livres – foi estruturado num
Formulário Google. O convite para O QUE OS PROFESSORES DISSERAM
responder o questionário foi enviado As respostas mais citadas em duas perguntas da pesquisa
às escolas por e-mail.
Para elaboração dos planejamentos, Em relação aos documentos curriculares,
• A SME-SP sugeriu que os professores quais documentos/materiais o grupo é fundamental que o texto apresente:
se reunissem com colegas para discutir de professores utiliza?

as perguntas do questionário, nos Livros Didáticos Objetivos de Aprendizagem


horários reservados ao estudo coletivo 0 100
85,7%
0 100
89,8%
dos docentes, e, então, enviassem suas Orientações Curriculares e Proposição
respostas, frutos da reflexão conjunta. de Expectativas de Aprendizagem* Direitos de Aprendizagem
82,1% 83%
0 100 0 100

Diretrizes Curriculares Nacionais


para a Educação Básica Orientações Metodológicas
71,6% 77,2%
0 100 0 100

* Documentos curriculares anteriores da rede (2007/2008) Fonte: SME-SP


///// 4 PESQUISA COM EDUCADORES
LINHA DO
TEMPO

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2
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ATENÇÃO 4
5
Motivos de orgulho Desafios
A pesquisa foi respondida por Não identificados, neste caso. • AS RESPOSTAS NÃO PRECISAVAM
ter a identificação dos professores, somente
cerca de 16.000 educadores
da escola. Assim, os educadores ficavam mais
– metade dos professores do
à vontade para dar suas contribuições.
Ensino Fundamental da rede.
ME
Com a identificação da unidade escolar,
EJA NT
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a SME-SP tinha subsídios suficientes para

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monitorar o nível de participação em

TO
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EN
N
IT O A M
R cada região do município e solicitar às
DREs que entrassem em contato com
as escolas, pedindo maior engajamento,
quando necessário.

LINKS ÚTEIS
Formulário da pesquisa
e respostas dos educadores
https://bit.ly/2zxYuxM
///// 5
PASSO
CONSULTA À REDE, LEITURA CRÍTICA
E FINALIZAÇÃO DO DOCUMENTO LINHA DO
TEMPO

1
2
3
4
5
Quem fez O que fez

SME-SP A SME-SP disponibilizou a primeira versão do currículo,
 elaborada a partir dos GTs, para consulta a todos
Assessores externos
os educadores da rede, em agosto. Em paralelo,

Educadores da rede solicitou que oito consultores externos fizessem

Especialistas a leitura crítica dos documentos produzidos.
contratados Avaliada a pertinência das contribuições, foram feitos
os ajustes necessários e o texto do documento foi
finalizado, em setembro, seguindo para revisão,
diagramação, impressão e lançamento, em dezembro.

ME
EJA NT
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PLA

TO
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N
IT O A M
R

Em alguns casos, foi preciso modificar a linguagem ou transferir um objetivo


de um ano para outro – mas sempre respeitando o que foi discutido nos GTs”.
EDDA CURI, ASSESSORA PEDAGÓGICA GERAL E DO GT DE MATEMÁTICA
///// 5 CONSULTA À REDE, LEITURA CRÍTICA
E FINALIZAÇÃO DO DOCUMENTO
LINHA DO
TEMPO

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Como fez
• Finalizada a redação dos objetivos • A primeira versão do currículo foi O sistema de consulta foi desenvolvido
de aprendizagem, nos GTs, equipe publicada no Sistema de Gestão pelo NTC e pelo setor de Tecnologia da
técnica da SME e assessores passaram Pedagógica (SGP) da rede, um ambiente Informação da Secretaria.
duas a três semanas consolidando os online já acessado regularmente
• Ao longo do processo de consulta,
textos dos objetivos, além da parte pelos educadores para informar
os técnicos da SME já iam analisando
introdutória de cada componente seu planejamento de aula, dados de
as contribuições. Os relatórios eram
curricular, que apresenta concepções e frequência dos alunos, entre outros.
exportados para o Excel, onde a equipe
conceitos específicos do componente, O texto do currículo de cada componente
acrescentou uma aba para inserir
sua organização em eixos e abordagens foi disponibilizado na íntegra e, em cada
comentários que sinalizariam aos
metodológicas, entre outras informações. objetivo de aprendizagem ou tópico da
assessores externos a visão da SME sobre
parte conceitual, havia três botões:
• A equipe da SME-SP, então, fez uma força- cada contribuição (ex: “Contemplado
tarefa para preparar a consulta à rede. - exclusão: para sugerir a retirada de um nas Orientações Didáticas”, “Analisar”
Treze profissionais do NTC e do DIEFEM objetivo/tópico conceitual; ou “Tópico para formação”). Em seguida,
visitaram, no mesmo dia, as 13 DREs - sugestão: para sugerir alterações os relatórios brutos e as tabelas
para explicar como seria feita a consulta no texto ou o reposicionamento do comentadas foram compartilhadas com
e apresentar a versão preliminar do objetivo em outro ano escolar; os assessores de cada GT para que eles
documento nos diferentes componentes - inclusão: para sugerir um novo pudessem alterar o que fosse necessário.
(principalmente, as novidades teóricas objetivo/tópico conceitual. Segundo a SME-SP, foram feitas reuniões
levadas em consideração na escrita). • O próprio SGP gerava relatórios das com os assessores para alinhar o aceite das
Para esta reunião, foram convocados contribuições, em tabelas categorizadas contribuições. Uma sugestão recorrente,
os coordenadores pedagógicos das por componente curricular, ano escolar, por exemplo, foi simplificar a linguagem,
UNICAÇ
escolas de cada região. M
tipo de interferência (inclusão, exclusão para tornar os objetivos mais claros.
ÃO
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ou sugestão) e data do comentário.


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///// 5 CONSULTA À REDE, LEITURA CRÍTICA
E FINALIZAÇÃO DO DOCUMENTO
LINHA DO
TEMPO

1
2
• Aos leitores críticos, foram solicitados 3
pareceres técnicos que analisassem 4
principalmente: 5

- a estrutura do currículo;
- o diálogo entre a parte introdutória
geral do documento e os objetivos de
aprendizagem de cada componente;
- questões conceituais;
- abordagens metodológicas.
• Os pareceres também foram enviados
aos assessores para que o aceite das
contribuições fosse avaliado.

/// O sistema utilizado para a


consulta à rede sobre a primeira
versão do currículo gerava
relatórios das contribuições,
em tabelas categorizadas por
componente curricular e tipo
de interferência (inclusão,
exclusão ou sugestão de objetivos),
entre outras variáveis.
///// 5
1 CONSULTA
COMPOSIÇÃO
PLANEJAMENTO
E FINALIZAÇÃO
DE EQUIPE
À REDE, LEITURA CRÍTICA
DOINICIAL
DOCUMENTO
LINHA DO
TEMPO

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2
3
4
5

6
3 4

7
8
/// 1, 2 e 4. No lançamento do currículo, professores
que integraram os GTs receberam das mãos da equipe
da Secretaria o material que ajudaram a construir.
3 e 7. Integrantes da equipe da SME-SP que
coordenaram a atualização curricular. 5. Alunos
da escola Professor Mario Schönberg fizeram uma
apresentação cultural, interpretando o cantor Tim
Maia. 6. O estudante Kauã Cardoso também recebeu o
documento, representando os alunos. 8. Integrantes do
Imprensa Jovem fizeram a cobertura do evento.
///// 5 CONSULTA À REDE, LEITURA CRÍTICA
E FINALIZAÇÃO DO DOCUMENTO
LINHA DO
TEMPO

1
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ATENÇÃO 4
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Motivos de orgulho Desafios
A primeira versão do documento Houve uma dificuldade técnica para PARA O ACEITE OU NÃO-ACEITE das
foi lida por aproximadamente 9.000 contribuições dos educadores, a equipe
disponibilizar a primeira versão do
de SME-SP e os assessores levaram em
educadores (quase 30% do total dos currículo, na consulta. O sistema
conta a recorrência das sugestões, além da
professores de Ensino Fundamental ficou sobrecarregado e o documento coerência com o que foi discutido nos GTs.
da rede), que fizeram cerca de precisou de uma semana para ser E o encaminhamento não se resumia a acatar
2.550 contribuições. disponibilizado na íntegra. ou rejeitar as sugestões. Por exemplo: se os
professores entendiam que não era possível
desenvolver um objetivo em determinado ano
e as assessoras tinham convicção de que isso
era possível – com base em sua própria prática
docente, em estudos sólidos da área e conforme
demonstrado em vídeos com boas práticas
de professores, gravados em sala de aula e
utilizados nas formações dos GTs –, elas tratavam
de reescrever os objetivos de forma mais
clara e com exemplos para que os professores
pudessem compreender melhor como atingir
aquele objetivo, naquela etapa escolar.
LINKS ÚTEIS
Consulta do SGP
https://bit.ly/2Q2yUv1
///// 3 PESQUISA COM ESTUDANTES
LINHA DO
TEMPO

1
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3
4
5

Balanço da Elaboração
Criar ou atualizar um currículo envolve decisões em várias
frentes, incluindo a estrutura do documento e o modelo de sua
elaboração, tendo em conta variáveis como tempo e orçamento.
Cercar-se de uma equipe com bom conhecimento da rede e que
se comunique bem com seus educadores pode ajudar a resolver
esta equação e a alcançar o resultado desejado.
///// BALANÇO DA
ELABORAÇÃO
LINHA DO
TEMPO

1
Premissas 2
• É importante não partir do zero, no • Incluir professores, alunos, gestores subsidiar o processo de escrita. Em alguns 3
processo de atualização curricular. escolares e demais profissionais da casos, funciona bem pedir que o grupo faça, 4
Isso significa levar em conta as antigas rede na elaboração do currículo dá maior em conjunto, a escrita de cada objetivo; 5
orientações curriculares da própria rede, legitimidade ao processo e senso de em outros, pode ser melhor pedir que os
além de referências externas. Até os identidade com o documento, resultando participantes do GT analisem propostas
aspectos criticados podem proporcionar num currículo com maior chance de adesão. de escrita previamente elaboradas e
boas ideias – o município de São Paulo, proponham os ajustes necessários.
por exemplo, deixou para trás a divisão do
documento em anos iniciais e anos finais, Formação de equipe • É fundamental ter um trabalho de formação
que constava em seu currículo de 2007, e • P
 ara obter maior legitimidade junto aos para subsidiar a escrita coletiva do currículo.
adotou um volume único, do 1º ao 9º ano, professores da rede, é importante convidar Essas formações têm o objetivo de atualizar
para cada componente curricular, com o assessores que, além de excelência acadêmica todos os envolvidos sobre a teoria e a prática
intuito de proporcionar maior clareza na e expertise na elaboração de currículos, dos conteúdos que serão abordados.
progressão dos conhecimentos, ao longo de tenham experiência de sala de aula.
todo o Ensino Fundamental. É importante • É também importante que os professores
aproveitar as boas experiências da rede, não tenham a oportunidade de estudar o que
só em termos documentais, mas também Trabalho colaborativo é um currículo e como se organiza. Esses
em relação às pessoas – como no caso dos • Nos casos em que a escrita do currículo conhecimentos são importantes não só
estudantes do programa Imprensa Jovem, é feita em grupos de trabalho (GTs), é para quem tem a missão de escrever um
que, com sua expertise na formulação de preciso avaliar qual o processo de escrita documento curricular, mas também para
perguntas, colaboraram para a elaboração mais adequado. É importante considerar o aqueles que precisarão ler o documento,
de uma pesquisa com os alunos da rede a perfil do grupo, o tempo que se tem para compreendê-lo e colocá-lo em prática.
respeito da escola que gostariam de ver produzir o documento e a quantidade de Os encontros dos GTs são uma boa ocasião
refletida no currículo. questões que precisam ser estudadas para para fazer esse estudo.

Tem duas formas completamente diferentes de se fazer um currículo. Ou você divide os conteúdos em pequenas porções; faz, cumulativamente,
o professor dar aquelas aulas; e reza para, lá no final, o aluno ter aprendido; ou você tem alguns conteúdos que vão sendo reelaborados,
aprofundados e complexificados, ano a ano, e, lá no fim, o que o aluno tem que saber é: ler bem, escrever bem... Esta é a nossa linha”.
TELMA WEISZ, ASSESSORA DO GT DE LÍNGUA PORTUGUESA
///// BALANÇO DA
ELABORAÇÃO
LINHA DO
TEMPO

1
Logística 2
• Uma boa maneira de estruturar as atividades E o Formulário Google permite elaborar de outro, ele precisa oferecer instrumentos 3
dos GTs é organizar os encontros por eixo questionários de pesquisa que podem suficientes para que o professor consiga 4
do currículo, em cada componente curricular. ajudar a incluir um número maior de colocá-lo em prática. Incluindo nessa 5
alunos, professores e gestores escolares na equação os custos com a impressão do
• A frequência quinzenal dos GTs proporciona elaboração do currículo. material, a questão torna-se ainda mais
tempo para que os participantes leiam complexa. Mas é fundamental não perder
textos que serão usados para embasar as de vista que um bom currículo precisa estar
discussões em grupo, mostrem os textos O currículo escrito muito claro para o professor.
produzidos no grupo para outros colegas e • O uso de exemplos e indicações
captem impressões para propor ajustes, se metodológicas, na escrita dos objetivos
necessário. Ao mesmo tempo, não é uma de aprendizagem do currículo, ajuda os
Currículo sob consulta
periodicidade muito dilatada, contribuindo professores a compreenderem o que • Ao disponibilizar uma versão preliminar
para manter o grupo engajado. está sendo proposto. Por exemplo: um do currículo para consulta, é interessante
professor pode considerar inviável um começar a compilar, categorizar e analisar
• O uso de tecnologias simples e acessíveis objetivo que proponha a escrita de textos a pertinência das contribuições, antes
tem muito a contribuir para a organização por alunos que ainda não sabem ler. Mas, mesmo que a consulta se encerre. Assim,
do trabalho de elaboração curricular. A se o objetivo especifica que essa produção ganha-se um tempo precioso para as
ferramenta do Google Drive, por exemplo, textual será feita através de ditado do etapas finais – últimos ajustes no texto,
gratuita, permite compartilhar textos de texto pelo aluno para o professor, a diagramação, impressão, lançamento
consulta e de construção coletiva, de forma compreensão torna-se mais clara. e distribuição, além de liberar parte da
mais organizada e ágil que o e-mail. Os grupos equipe para a produção dos materiais de
de WhatsApp permitem uma comunicação • É difícil definir a extensão ideal do apoio ou para se dedicar a outras ações da
mais rápida para acertar questões práticas e currículo. De um lado, é interessante que implementação.
para manter o engajamento dos envolvidos. ele seja objetivo, enxuto, fácil de consultar;

Para discutir com os professores alguns conteúdos que iam entrar no currículo,
a gente tinha que primeiro fazer uma formação sobre aquele conteúdo”.
KÁTIA BRÄKLING, ASSESSORA DO GT DE LÍNGUA PORTUGUESA
LINHA DO
TEMPO

1
2
3

2
4
5
6
7
8

IMPLEMENTAÇÃO ESCOLAS
VISITADAS

Da entrega dos currículos nas escolas à formação


de professores, as principais estratégias para
colocar o documento em ação.
LINHA DO
TEMPO

1
2
3
4
5
6
7
8
OS PROFESSORES SÃO
PROTAGONISTAS DO PROCESSO
DE IMPLEMENTAÇÃO – SÃO ELES
QUE VÃO FAZER O CURRÍCULO ESCOLAS
VISITADAS

CHEGAR AOS ESTUDANTES”


WAGNER PALANCH, DIRETOR DO NÚCLEO
TÉCNICO DE CURRÍCULO (NTC) DA SME-SP
///// O novo currículo em ação
As ações relacionadas à implementação do Currículo da Cidade
começaram antes mesmo de o documento ser publicado.
LINHA DO
TEMPO

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3
EM SETEMBRO DE 2017, AO MESMO TEMPO QUE O A equipe da SME-SP também orientou que, durante todo o 4
CURRÍCULO ERA FINALIZADO, iniciou-se a elaboração de mês de março, as escolas dedicassem seus horários de trabalho 5
materiais de apoio à sua implementação – “Orientações pedagógico coletivo, com seis horas semanais, ao estudo 6
Didáticas”, voltadas a professores e coordenadores da parte introdutória do currículo, comum a todas as áreas. 7
pedagógicos, e a coleção “Caderno da Cidade: saberes e E sugeriu que, em 2018, o Projeto Especial de Ação (PEA) 8
aprendizagens”, com atividades para os alunos. A produção das escolas – voltado à formação em serviço dos professores,
desses materiais foi finalizada no início do ano seguinte. nas unidades escolares, focando um tema principal durante
Enquanto exemplares dos currículos eram entregues às todo o ano – fosse dedicado ao estudo do currículo. ESCOLAS

escolas, entre janeiro e fevereiro de 2018, os materiais de VISITADAS

apoio eram impressos para chegar os professores e alunos O primeiro ciclo de formações presenciais sobre o novo currículo,
até o fim do primeiro bimestre. promovido pela Secretaria, iniciou-se no final de fevereiro
e foi realizado com o apoio das 13 Diretorias Regionais de
A Secretaria orientou que os coordenadores pedagógicos Ensino (DREs) que compõem a rede, numa cadeia formativa:
das escolas conduzissem o estudo inicial do currículo, já
nos dois primeiros dias de planejamento geral do ano letivo, • Primeiramente, a Secretaria ofereceu formações por
previstos no calendário da rede. Para isso, a SME-SP organizou, componente curricular a representantes das 13 DREs.
em conjunto com suas diretorias regionais, uma pauta • Em seguida, esses representantes replicaram as formações
orientando o que olhar com mais atenção, no currículo de cada para professores selecionados das escolas de sua região,
componente curricular, nesse primeiro momento. Além disso, num total de quase 5.000 educadores – cerca de 15% dos
produziu vídeos de 15 a 20 minutos, nos quais os especialistas professores do Ensino Fundamental da rede.
que assessoraram a elaboração dos documentos explicam a • Por fim, estes professores receberam a incumbência de atuar
estrutura dos currículos, suas principais concepções e inovações como multiplicadores, em suas escolas, compartilhando com
(acesse os vídeos de Língua Portuguesa e Matemática). seus colegas os conhecimentos adquiridos.
Para descrever as ações da implementação curricular foram
realizadas entrevistas com a equipe da SME-SP, das DREs e
das escolas, e também com consultores externos contratados LINHA DO
TEMPO

pela Secretaria; acompanhamento de encontros formativos 1


promovidos pela própria Secretaria e por suas Diretorias 2
Regionais de Ensino; além de visitas a quatro escolas 3
de regiões diferentes da cidade, onde a implementação, 4
5
de fato, ocorre. Foram elas:
6
7
• Escola Zilka Salaberry de Carvalho (zona norte); 8
• Escola Edgard Carone (zona oeste);
• Escola Guimarães Rosa (zona leste);
• Escola José de Alcântara Machado Filho (zona sul).
ESCOLAS
VISITADAS

Ao final deste documento, traremos um breve relato


sobre estratégias realizadas, em cada uma delas, para
colocar em prática a implementação do novo currículo,
neste primeiro momento.
///// Cronograma da implementação 2017-2018
4º TRIMESTRE (2017) 1º TRIMESTRE (2018) 2º TRIMESTRE 3º TRIMESTRE
LINHA DO
TEMPO
Setembro-Janeiro Janeiro-Fevereiro 18 de abril 19 de outubro
1
Elaboração e Impressão dos materiais de apoio. Seminário sobre o currículo. Lançamento da Plataforma
diagramação dos do Currículo da cidade. 2
materiais de apoio Janeiro-Fevereiro Abril-Agosto 3
para professores e Distribuição dos currículos Formação de quase 5.000 professores AÇÃO PREVISTA 4
alunos (vol 1). para as DREs e escolas. multiplicadores, nas DREs. 2º semestre 5
Distribuição dos cadernos 6
Janeiro-Abril 2 de maio dos alunos (vol 2).
7
Elaboração das pautas de formação. Formação de profissionais da SME
e das DREs sobre a Matriz de Saberes. AÇÃO PREVISTA 8
Janeiro-Maio 2º semestre
Produção dos cadernos dos alunos (vol 2). 4 de maio a 6 de junho Formações de
Formação de todos os professores das aprofundamento por
1 e 2 de fevereiro salas de informática sobre o novo currículo componente curricular.
ESCOLAS
Estudo inicial do currículo, nas escolas, de Tecnologias para Aprendizagem. VISITADAS

nos dois dias de planejamento geral do ano.


17 de maio
Fevereiro Formação de profissionais da SME, DREs
Distribuição dos materiais de apoio do professor. e escolas sobre os ODS.

Fevereiro-Abril Maio-Julho
Distribuição dos cadernos dos alunos (vol 1). Diagramação dos cadernos dos alunos
(vol. 2 e vol. 1 - edição do professor).
Fevereiro-Maio
Formações de formadores das DREs. Maio-Agosto
Compartilhamento das formações pelos
Fevereiro-Maio professores multiplicadores, nas escolas.
Produção da versão do professor para
o caderno de atividades dos alunos (vol 1). Junho
Publicação online da edição do professor
Março para o caderno dos alunos (vol. 1).
Estudo da parte introdutória geral
do currículo, nas escolas, nos horários
de trabalho pedagógico coletivo.
LINHA DO
TEMPO

Passo a passo da implementação


1
2
3
4

1 2 3 4
5
6
PASSO PASSO PASSO PASSO 7
8

Produção dos Distribuição do Formação Formação de


materiais de currículo e dos de formadores professores
apoio materiais de apoio multiplicadores ESCOLAS
VISITADAS

5 PASSO

Formação de
6 PASSO

Formação sobre o novo


7 PASSO

Formação sobre temas


8 PASSO

Plataforma
professores nas currículo de Tecnologias e competências comuns do Currículo
escolas para Aprendizagem às áreas (Matriz de da Cidade
Saberes e ODS)

Ações transversais ao longo do ano


COMUNICAÇÃO PLANEJAMENTO
Essas são ações fundamentais ao sucesso de várias etapas
E ENGAJAMENTO E MONITORAMENTO
da implementação curricular. Toda vez que aparecer um destes
ícones, quer dizer que houve uma iniciativa dessa natureza.
///// 1
PASSO PRODUÇÃO DOS
MATERIAIS DE APOIO

LINHA DO
TEMPO

1
2
3
Quem fez O que fez 4

Divisão de Ensino Elaboração de materiais alinhados ao novo documento 5
Fundamental e curricular: Orientações Didáticas para os professores 6
Médio (DIEFEM/ (um para cada componente curricular, à exceção da 7
SME-SP) Matemática, com dois volumes) e coordenadores 8

 pedagógicos (um volume separado), além de cadernos


Assessores
com atividades para os alunos (chamados “Cadernos da
externos
Cidade: saberes e aprendizagens”), nos componentes Língua
Portuguesa, Matemática e Ciências Naturais, do 1º ao 9º ano ESCOLAS
VISITADAS

(27 cadernos). No total, foram cerca de 7.000 páginas de


materiais de apoio escritas entre setembro de 2017
e maio de 2018. Sequências de atividades para os demais
componentes estão sendo produzidas por especialistas,
com apoio de professores da rede, e devem ser
finalizadas ainda em 2018.

É o professor que organiza como vai usar os materiais de apoio”


MINÉA FRATELLI, DIRETORA DA DIVISÃO DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO (DIEFEM),
EM 2017, E DIRETORA DA COORDENADORIA PEDAGÓGICA (COPED) DA SME-SP, EM 2018.
///// 1 PRODUÇÃO DOS
MATERIAIS DE APOIO

LINHA DO
TEMPO

1
2
3
Como fez 4
Os materiais de apoio para professores, 5
coordenadores pedagógicos e alunos 6
começaram a ser produzidos em setembro 7
de 2017, enquanto o currículo era concluído. 8
SME-SP e assessores fizeram a escrita dos
materiais de forma colaborativa. Cerca de
10 pessoas da SME-SP fizeram adequações
à realidade da rede – verificando, por ESCOLAS
VISITADAS

exemplo, se livros recomendados para


leitura estavam disponíveis no acervo
da maioria das escolas municipais. No
caso específico dos materiais de apoio
da Matemática, houve a colaboração de
professores da rede ligados ao grupo de
pesquisa liderado por uma das assessoras.

/// A SME-SP optou por produzir


materiais de apoio à implementação do
currículo, voltados a alunos, professores
e coordenadores pedagógicos.
///// 1 PRODUÇÃO DOS
MATERIAIS DE APOIO

COLEÇÃO COMPLETA DO CURRÍCULO DA CIDADE

LINHA DO
TEMPO

1
2
3
4
5
6
7
COLEÇÃO COMPLETA DE ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS
8
Secretaria Municipal de Educação de São Paulo

Matemática vol. 2
Secretaria Municipal de Educação de São Paulo

Tecnologias para Aprendizagem


Orientações Didáticas ESCOLAS
VISITADAS
do Currículo da Cidade Orientações Didáticas
do Currículo da Cidade

ENSINO FUNDAMENTAL
Volume 2

Matemática

ENSINO FUNDAMENTAL
ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO FUNDAMENTAL

Tecnologias para Aprendizagem

COLEÇÃO CADERNO DA CIDADE: SABERES E COLEÇÃO CADERNO DA CIDADE: SABERES E COLEÇÃO CADERNO DA CIDADE: SABERES E
APRENDIZAGENS | CIÊNCIAS NATURAIS, 1º AO 9º ANO APRENDIZAGENS | MATEMÁTICA, 1º AO 9º ANO APRENDIZAGENS | LÍNGUA PORTUGUESA, 1º AO 9º ANO
///// 1 PRODUÇÃO DOS
MATERIAIS DE APOIO

LINHA DO
TEMPO

1
2
3
Motivos de orgulho Desafios ATENÇÃO 4
No caso dos cadernos dos alunos, Os cadernos dos alunos, no geral, tiveram 5
optou-se por dividir o material em sua qualidade elogiada por estudantes, 6
AS ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 7
dois volumes – um para o primeiro professores, coordenadores pedagógicos e
elaboradas para os professores tiveram 8
semestre do ano letivo e outro para o formadores entrevistados. Eles ressaltaram
seu uso pouco mencionado pelos
segundo semestre. Assim, a Secretaria a ênfase em pesquisa, atividades práticas educadores ouvidos neste trabalho. As
viabilizou a chegada do material no e trabalho coletivo, além da sugestão entrevistas realizadas indicam que, no
final do primeiro bimestre de 2018 e de temas modernos e um material primeiro semestre da implementação
ganhou tempo para finalizar o restante esteticamente atraente. Algumas críticas curricular, privilegiou-se o uso dos ESCOLAS
VISITADAS

das atividades. Há a previsão de unificar foram feitas, sendo a falta de certas obras cadernos dos alunos, como
os cadernos num só volume, em 2019. sugeridas, no acervo das salas de leitura material de apoio.
das escolas, a mais recorrentemente
percebida durante a apuração deste
ME
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EJA NT
trabalho. Segundo a SME-SP, a situação
O
PLA

já foi contornada com a compra do acervo.


TO
MO

EN

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IT O A M
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LINKS ÚTEIS
Orientações Didáticas
http://bit.ly/orientacoes2018
///// 2
PASSO DISTRIBUIÇÃO DO CURRÍCULO
E DOS MATERIAIS DE APOIO

LINHA DO
TEMPO

1
2
3
Quem fez O que fez 4
• Empresa Os currículos foram entregues às escolas entre 5
contratada os meses de janeiro e fevereiro de 2018. Já as 6
pela SME-SP Orientações Didáticas para professores e coordenadores 7
pedagógicos, além dos cadernos com atividades para 8
os alunos (vol1) chegaram às escolas entre os meses
de fevereiro e abril. A versão do professor para o
material de apoio dos alunos (vol 1) foi disponibilizada
apenas em versão online, no Sistema de Gestão ESCOLAS
VISITADAS

Pedagógica (SGP) da rede, em junho. As DREs, em geral,


receberam os materiais ao mesmo tempo que as escolas.

Os professores gostaram bastante de ter um caderno [“Caderno da Cidade:


saberes e aprendizagens”] por aluno, porque no PNLD nem sempre tem”
CLÁUDIA PEREZ, COORDENADORA PEDAGÓGICA DA ESCOLA
JOSÉ DE ALCÂNTARA MACHADO FILHO
///// 2 DISTRIBUIÇÃO DO CURRÍCULO
E DOS MATERIAIS DE APOIO

LINHA DO
TEMPO

1
2
3
Como fez Motivos de orgulho 4
 a primeira tiragem, quase 40.000
N professor – especialista ou polivalente A entrega dos currículos e materiais 5
exemplares do currículo foram impressos e – terá exemplares do currículo de uso de apoio foi feita a partir da gráfica. 6
distribuídos para as escolas, DREs e SME-SP. individual. O documento também Assim, a SME-SP ganhou agilidade 7
Foram entregues, no início do ano letivo, foi disponibilizado no portal da SME-SP na distribuição. Foi feito um controle 8
sete kits do currículo por escola – sendo para download. estrito da entrega, via recolhimento de
cada kit composto por nove volumes, um recibos pela empresa responsável, o que
 o caso das Orientações Didáticas, foram
N
para cada componente curricular. Para que permitiu à Secretaria sanar possíveis
impressos 46.188 exemplares e, depois,
houvesse exemplares de uso individual para falhas de comunicação. ESCOLAS
também foi providenciada uma nova VISITADAS

todos os professores, seriam necessários


tiragem para garantir exemplares de uso
82.500 exemplares, aproximadamente.
individual para todos professores. N
ME
EJA NT
Como não houve recursos suficientes para

O
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 uanto aos cadernos dos alunos, a
Q

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imprimir este volume total, num primeiro

MO

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IT O A M
momento – o orçamento recebido, no início quantidade de impressões foi calculada R

da gestão, em 2017, não previa o processo com base no número de matrículas do ano
de atualização e impressão do currículo anterior, com uma cota de reserva. Ainda
–, a orientação da SME foi de que os assim, a SME-SP planeja imprimir uma nova
documentos deveriam ser compartilhados tiragem para atender um número maior
pelos docentes para estudo, sobretudo de alunos que entrou na rede ao longo do
nos horários previstos para formação nas ano letivo. No total, serão 1,4 milhão de
escolas (seis horas semanais). A Secretaria exemplares para atender aproximadamente
providenciou novas levas de impressão, 430.000 estudantes.
de modo que, até fevereiro de 2019, cada
///// 2 DISTRIBUIÇÃO DO CURRÍCULO
E DOS MATERIAIS DE APOIO

1
LINHA DO
TEMPO

1
2
3
4
3 5
6
7
8

ESCOLAS
VISITADAS

4
5
/// 1. Os cadernos dos alunos possuem atividades
alinhadas ao novo currículo. 2. A frequência do uso
dos materiais de apoio fica a critério do professor.
3. Os cadernos de atividades são consumíveis, portanto,
novas impressões deverão ser feitas a cada ano.
4. Alunos do 4º ano da escola Edgard Carone utilizam
o material elaborado pela SME-SP na aula de
Matemática. 5. As Orientações Didáticas dão aos
professores sugestões para organizar o cotidiano
das aulas e exemplos de práticas avaliativas.
///// 2 DISTRIBUIÇÃO DO CURRÍCULO
E DOS MATERIAIS DE APOIO

LINHA DO
TEMPO

1
ATENÇÃO 2
Desafios LINKS ÚTEIS 3
O fato de a Secretaria ter optado 4
O currículo e o material
por um currículo em volume único de apoio para educadores SEGUNDO RELATOS colhidos em entrevistas 5
por componente para estimular um (por componente curricular) com educadores e gestores da rede, há uma 6
http://bit.ly/currículo2017 demanda geral dos professores pelo currículo 7
pensamento a respeito da progressão
impresso. Ainda que os documentos tenham 8
dos conhecimentos, ao longo dos nove
sido disponibilizados para download no site da
anos do Ensino Fundamental – e não um SME-SP, alguns professores apontam que a falta
volume separado para os anos iniciais de um exemplar em papel para cada docente
e outro para os anos finais –, criou uma dificultou o estudo e a consulta do documento
demanda maior de impressão, já que em sala de aula, no início da implementação.
ESCOLAS
VISITADAS

cada professor polivalente (1º ao 5º Por outro lado, houve professores que
ano) precisaria receber cinco volumes valorizaram o estudo do documento online,
do currículo, nos componentes Língua por questões de sustentabilidade.
Portuguesa, Matemática, Ciências
Naturais, Geografia e História. Como
não foi possível realizar um volume tão
grande de impressões de uma só vez
– além da questão orçamentária, havia
a necessidade de imprimir também os
materiais de apoio para os alunos e
professores –, a SME-SP sugeriu que
os currículos distribuídos, no começo
do ano, fossem considerados da escola
e compartilhados pelos professores
para estudo. Posteriormente, mais
exemplares do currículo foram
impressos e distribuídos.
///// 3
PASSO FORMAÇÃO
DE FORMADORES

« Quer voltar ao item Grupos


de Trabalho? Clique aqui LINHA DO
TEMPO

1
2
3
Quem fez O que fez 4
• Equipe técnica O primeiro ciclo de formações sobre o novo currículo foi 5
da SME-SP iniciado em fevereiro de 2018, numa progressão em cadeia. 6
7
• Assessores 8
• A SME-SP, com apoio dos mesmos assessores que
externos
conduziram os GTs de elaboração do currículo no
ano anterior, ministrou cursos para formadores das
13 regionais (DREs) que compõem a rede, em todos
os componentes do currículo. ESCOLAS
VISITADAS

• Os formadores das DREs, por sua vez, replicaram


essas formações para professores selecionados
das escolas de sua região.
• Por fim, estes professores receberam a incumbência
de atuar como multiplicadores em suas escolas,
compartilhando com seus colegas os conhecimentos
adquiridos.

O primeiro ciclo de formações de Tecnologias para


Aprendizagem seguiu um modelo diferente – todos
os professores das salas de informática foram
convocados para uma formação realizada pela SME,
em maio de 2018.

Toda inovação curricular traz uma demanda grande de formação”


SUZETE BORELLI, ASSESSORA PEDAGÓGICA GERAL E DE MATEMÁTICA
///// 3 FORMAÇÃO
DE FORMADORES

LINHA DO
TEMPO

1
2
3
Como fez 4
ORGANIZAÇÃO GERAL História –, eles deveriam atuar em dupla das pautas e textos de apoio, envio de 5
com os formadores especialistas de suas materiais via Google Drive, projeção de 6
• Entre fevereiro e maio, foram realizados 7
DREs, que participaram das formações slides e vídeos, etc.
quatro a cinco encontros dedicados 8
de seu componente específico.
aos formadores para cada componente • P
 ara acomodar mais de uma formação
do currículo. Cada DRE tinha, ao menos, • Os professores-referência também ao mesmo tempo, a SME-SP solicitou a
um representante de cada componente foram orientados a atuar em duplas com cessão de salas de aula e auditórios em
nessas formações – seja um formador formadores das DREs, que deveriam instituições de ensino particulares. A
ESCOLAS
de professores da própria DRE ou um ajudá-los com a adequação das pautas, a maior parte dos encontros foi realizada em VISITADAS

professor-referência, selecionado de uma preparação de materiais e outras questões uma faculdade localizada a três quadras da
escola da região para suprir a eventual que fossem necessárias, em razão da Secretaria. Os pedidos de uso dos espaços,
ausência de formador (alguns desses eventual falta de experiência desses sem custos, foi feita via ofício.
professores haviam participado dos GTs professores em mediar formações.
para elaboração no currículo, no anterior). • A
 organização das formações da SME-SP
Os professores-referência receberam se deu em um modelo semelhante ao dos
dispensa de ponto para frequentar as GTs do ano anterior: um ou dois assessores
formações. Os encontros ocorreram conduziam as discussões, em parceria com
durante a semana, das 9h às 16h. um técnico da Secretaria. Além de zelar por
• Os formadores do 1º ao 5º ano foram situar as conversas no contexto da rede,
orientados pela Secretaria a participar, a equipe da SME-SP ficava responsável
prioritariamente, das formações de também pelas providências práticas –
Língua Portuguesa. Na hora de replicar articulação das datas dos encontros;
as formações dos outros componentes comunicação com o grupo via e-mail UNICAÇ
M
– Matemática, Ciências, Geografia e ou WhatsApp, impressão e distribuição

ÃO
CO

O
NT
N
E

GA E
JA M
///// 3 FORMAÇÃO
DE FORMADORES

LINHA DO
TEMPO

1
2
3
Como fez 4
PAUTA E METODOLOGIA frequência foi a “tematização da prática”: dos resultados, de forma que cada 5
a partir de vídeos gravados em situações participante pudesse levar sínteses e 6
• As pautas dos cursos foram elaboradas 7
reais de sala de aula, as assessoras, análises prontas para suas formações na
em conjunto pela equipe da SME e pelos 8
em conjunto com os especialistas de LP DRE – ou seja, aproveitou-se o momento
assessores externos. O foco era facilitar a
da SME, iam pontuando e discutindo da formação para multiplicar os esforços
compreensão de novas nomenclaturas
as boas estratégias utilizadas pelos de trabalho dos formadores. A maioria
(ex: “objetos de conhecimento”, no
educadores para alcançar os objetivos fez seus registros em papel, fotografou as
lugar de “conteúdos”), concepções (ex:
desejados. Além de proporcionar anotações e passou o arquivo da foto para ESCOLAS
o currículo em espiral), estrutura dos VISITADAS

discussões complexas a partir de situações o técnico da SME-SP, que apresentou os


documentos (eixos organizadores de cada
cotidianas da sala de aula, a tematização resultados a todos, usando o retroprojetor,
componente; progressão dos objetivos
da prática permite mostrar como e depois compartilhou os arquivos via
de aprendizagem ano a ano; e articulação
certas propostas curriculares, por vezes Google Drive. Alguns participantes fizeram
da parte introdutória, contendo saberes
consideradas “fora da realidade”, seus registros em laptop pessoal, no
comuns às áreas, com os conteúdos
são perfeitamente viáveis. Foram utilizados formato de slides, e compartilharam o
específicos dos componentes curriculares), vídeos sobre leitura de textos antes do arquivo com o técnico da SME por meio
além das principais inovações. As domínio do sistema de escrita; escrita de um pen drive.
formações contemplaram coletiva de contos pelos alunos; trabalho
os conteúdos do 1º ao 9º ano. com nomes próprios a partir da lista de
chamada; entre outros. Boa parte dos
• As metodologias utilizadas nas vídeos faz parte do acervo pessoal das
formações de cada componente assessoras; um deles está disponível aqui.
curricular foram variadas:
» No caso da Matemática, utilizou-se
» No grupo de Língua Portuguesa, por bastante o recurso do trabalho em grupo,
exemplo, uma estratégia utilizada com com registro escrito e socialização
///// 3 FORMAÇÃO
DE FORMADORES

LINHA DO
TEMPO

1
2
3
4
3 5
4 6
7
8

ESCOLAS
VISITADAS

/// 1, 6 e 7. Representantes das 13 Diretorias


Regionais da rede participaram de quatro a
1 2
cinco encontros formativos organizados pela
5 6 Secretaria por componente curricular para
depois replicar as formações em suas regiões.
2, 3 e 4. Atividades em grupo, envolvendo
análise e síntese com registro escrito foram
muito utilizadas nas formações de Matemática.
5. A formadora em Língua Portuguesa, Telma
Weisz, usou o recurso da “tematização da
7 prática”, a partir de vídeos gravados em
situações reais de sala de aula. 6. A formadora
em Matemática Suzete Borelli circula
pelos grupos fomentando as discussões e
destacando pontos de atenção. 8. Formadoras
em Matemática, Edda Curi e Débora Pacheco.

8
///// 3 FORMAÇÃO
DE FORMADORES

LINHA DO
TEMPO

1
2
3
Motivos de orgulho Desafios 4
A equipe de SME-SP esmiuçou as pautas MUNICAÇ Na SME-SP, as formações foram realizadas 5
6

ÃO
A CADEIA FORMATIVA DA REDE

CO
utilizadas em suas formações e as com formadores de 1º ao 9º ano juntos,
7

O
disponibilizou às equipes das DREs, via N G A J A M E com quatro a cinco encontros para

NT
E
FORMAÇÕES NA SME-SP
Google Drive, para ajudá-las a estruturar cada componente. Já nas Diretorias 8
as formações voltadas aos professores Regionais, as formações foram organizadas 4 5
a encontros 1º ao 9º ano
multiplicadores. Os materiais de apoio separadamente para professores por componente
utilizados, como slides, vídeos e textos, especialistas (6º ao 9º ano), com cinco
Formadores
também foram compartilhados. Além encontros por componente, e para os ESCOLAS
VISITADAS

de oferecer subsídios práticos às equipes professores polivalentes (1º ao 5º ano),


das DREs, que teriam um volume grande com apenas um encontro por componente
de formações para organizar em pouco (à exceção de Língua Portuguesa, a que FORMAÇÕES NAS DIRETORIAS REGIONAIS

tempo, essa estratégia colaborou para se orientou dedicar dois encontros).


Ou seja, a formação dos professores
1 encontro 1º ao 5º ano
a unidade das formações na rede. por componente
Os materiais utilizados nas formações polivalentes oferecida pelas DREs precisou
Professores
de cada componente curricular estão ser concentrada num número muito PAUTA polivalentes
disponíveis no site do Pátio Digital, menor de encontros e acabou ficando REDUZIDA

iniciativa da SME-SP, em parceria com muito densa, na percepção de professores +


a Unesco, voltada a uma política e formadores ouvidos – ainda que a
de dados abertos. Secretaria tenha orientado um recorte das 5 encontros 6º ao 9º ano
pautas dos cinco encontros que organizou. por componente
Posteriormente, outras formações foram Professores
organizadas para atender a esta demanda especialistas
de aprofundamento, segundo a SME-SP.
///// 3 FORMAÇÃO
DE FORMADORES

LINHA DO
TEMPO

1
ATENÇÃO 2
3
4
É um desafio garantir a unidade e a qualidade • esclarecimento sobre o papel dos assessores 5
das formações, quando elas são feitas nessa externos e da equipe da SME, nas formações. 6
lógica em cadeia, frequentemente utilizada 7
em grandes redes de ensino, como São Paulo, > ORIENTAÇÃO QUANTO AO PERFIL DE 8
que possui cerca de 31.600 professores do PROFESSORES SELECIONADOS PELAS DRES PARA
Ensino Fundamental. Na busca de que as PARTICIPAR DAS FORMAÇÕES NAS REGIONAIS:
aprendizagens fundamentais chegassem • participação no horário de trabalho
até a ponta – ou seja, a todos os professores pedagógico coletivo (chamado na rede de ESCOLAS
em sala de aula –, a SME-SP preparou um “horário de JEIF” – Jornada Especial Integral VISITADAS

conjunto de estratégias. de Formação) – seis horas por semana de


estudo coletivo com os demais professores
> DOCUMENTO COM ORIENTAÇÕES e o coordenador pedagógico, na escola;
GERAIS SOBRE AS FORMAÇÕES, • preferencialmente, com aulas/turmas LINKS ÚTEIS
COM INFORMAÇÕES ÚTEIS, COMO: atribuídas; Material utilizado nas
• atribuições da SME (ex: elaboração e discussão • comprometimento para multiplicar formações de Matemática:
das pautas) e das DREs (ex: registro de suas a formação em suas escolas. • Pautas dos 4 encontros
formações e feedback para a SME); https://bit.ly/2VFcY8o
• número de encontros, carga-horária, > COMPARTILHAMENTO DE PAUTAS DETALHADAS
• Slides dos 4 encontros
periodicidade e quantidade de professores E MATERIAIS DE APOIO, COMO SLIDES, VÍDEOS E
https://bit.ly/2H4oO8N
requeridos nas formações de cada DRE; TEXTOS PARA SUBSIDIAR O PLANEJAMENTO DAS
• Atividades do 4º encontro
FORMAÇÕES NAS DRES.
https://bit.ly/2H6ePjz
• especificidades das formações para
os professores dos anos iniciais e finais Slides utilizados nas
do Ensino Fundamental; formações das demais áreas
• contatos das pessoas de referência na http://bit.ly/slides-formacao-
Secretaria, em cada componente curricular, SMESP
para o esclarecimento de dúvidas; Vídeo utilizado na formação
de Língua Portuguesa
http://bit.ly/escrita-coletiva
///// 4
PASSO FORMAÇÃO DE PROFESSORES
MULTIPLICADORES

LINHA DO
TEMPO

1
2
3
Quem fez O que fez 4
• Diretorias Formadores e professores-referência das 13 DREs passaram 5
Regionais de adiante o conteúdo do primeiro ciclo de formações sobre o 6
Ensino (DREs) novo currículo realizado pela Secretaria, em cada componente 7
da rede curricular. Os participantes das formações nas DREs foram: 8

• Um professor polivalente (1º ao 5º ano) por escola da região


• Um professor especialista (6º ao 9º ano) de cada
componente, por escola da região. ESCOLAS
VISITADAS

Esses professores foram indicados pela gestão escolar.


O número de escolas por Diretoria Regional varia entre
30 e 71. No total, quase 5.000 educadores – ou seja,
15% dos professores do Ensino Fundamental da rede –
participaram do primeiro ciclo de formações sobre
o currículo ministrados pelas DREs.

Os gestores escolares sabem que o professor vir para a formação não é perda /// Formação sobre
de tempo; é um ganho, apesar de onerar a escola momentaneamente” o currículo de Língua
Portuguesa na DRE
IRACEMA VASTAG, FORMADORA DE LÍNGUA PORTUGUESA DA DRE PIRITUBA-JARAGUÁ
Pirituba-Jaraguá
///// 4 FORMAÇÃO DE PROFESSORES
MULTIPLICADORES

LINHA DO
TEMPO

1
2
3
Como fez 4
ORGANIZAÇÃO GERAL • Seguindo orientações da SME-SP, as PAUTA E METODOLOGIA 5
regionais ofertaram a mesma formação 6
• As formações promovidas pelas DREs • As DREs estruturaram suas formações
em dois horários – de manhã e à tarde – 7
foram realizadas nas instalações das com base nas pautas elaboradas pela
para possibilitar a presença de professores 8
próprias regionais, entre o final do mês de SME. Segundo formadores entrevistados,
que dão aulas em períodos diversos. as metodologias mais valorizadas pelos
abril e o início de agosto (com pausa para
Isso significa que cada DRE organizou professores envolviam a realização ou
o recesso escolar, em julho).
92 encontros de formação inicial sobre criação coletiva de atividades práticas
• Para os professores do 6º ao 9 ano, o currículo, em cerca de três meses. ESCOLAS
que pudessem ser desenvolvidas VISITADAS
cada DRE organizou cinco encontros
• Cada encontro teve duração de depois com seus alunos.
para cada um dos oito componentes
4 horas. Os professores participantes • Por exemplo: em uma formação de
curriculares – Língua Portuguesa,
receberam dispensa de ponto, Ciências para professores do 1º ao 5º
Matemática, Ciências, Geografia,
no período da formação. ano, na DRE Itaquera (zona leste de São
História, Inglês, Arte e Educação Física.
As formações de Tecnologia foram • A SME-SP orientou as DREs a organizar o Paulo), os professores, divididos em grupos,
centralizadas pela Secretaria. calendário de formações de modo a não receberam caixas envoltas em papel de
tirar mais de um professor da escola por presente e a seguinte comanda: “Vocês são
• Para os professores do 1º ao 5º ano, cada
dia. Havia a preocupação de não conturbar cientistas. Sem abrir as caixas, descubram
DRE organizou seis encontros no total,
a rotina das aulas. o que há dentro delas”. Analisando o
sendo dois deles para Língua Portuguesa
peso, o barulho e o tipo de movimento do
e um encontro para cada um dos demais
conteúdo das caixas, cada grupo fez suas
componentes curriculares – Matemática,
análises, levantou hipóteses, anotou-as e
Ciências, Geografia e História. O mesmo
compartilhou com todos, depois. A proposta
professor polivalente indicado por cada
da atividade era introduzir um princípio-
escola participou dos seis encontros. ME
EJA NT
N
chave do currículo de Ciências – o estímulo
O
PLA

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///// 4 FORMAÇÃO DE PROFESSORES
MULTIPLICADORES

LINHA DO
TEMPO

ao pensamento científico – e demonstrar de avaliação apresentadas anteriormente • A participação nas formações da SME-SP foi 1
que é possível desenvolvê-lo com no encontro. Os grupos desenvolveram associada a uma pontuação que contribui 2
recursos simples, desde que as atividades propostas como esta, que, se esmiuçadas, para a progressão na carreira. A pontuação 3
sejam pensadas de forma a estimular a podem ser colocadas em prática nas suas ficou condicionada à presença em 100% dos 4
curiosidade, tenham a comanda certa escolas. encontros e à resposta de algumas questões 5
e uma dinâmica de sistematização sobre o conteúdo estudado no Pátio Digital,
• Além da metodologia mão-na-massa, a 6
própria das ciências. um portal da SME-SP que disponibiliza
troca de experiências foi um elemento 7
dados sobre a rede. Essas tarefas também
• Numa formação de professores das formações muito valorizado pelos 8
tinham como propósito verificar se os
especialistas em História, na DRE Butantã, professores participantes, que relatam ter
conteúdos da formação foram socializados
os participantes foram apresentados a um poucos pares do mesmo componente
na escola, já que algumas delas deveriam ser
mapa-múndi coberto por uma folha de curricular para dialogar, em suas escolas,
realizadas com o grupo de professores.
acetato transparente e solicitados a marcar e poucos momentos oportunos para o ESCOLAS
VISITADAS

com um pincel a trajetória geográfica estudo e trabalho coletivo com eles. • A Secretaria previu visitas às DREs para
de suas famílias até os dias de hoje. acompanhar as formações e, assim, poder
A atividade poderia ser transposta para orientar os próximos passos. Foram feitas
ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO
a sala de aula para introduzir o conceito algumas visitas, embora não tenha havido
de migração com os alunos. • A cada encontro, as DREs visitadas pernas para acompanhar todas as DREs.
solicitaram aos professores que
• Outro exemplo: em um encontro de • Na DRE Itaquera, dois supervisores
realizassem avaliações das formações,
formação de Matemática com professores escolares – profissionais das DREs que
de forma a colher subsídios para reorientar
do 6º ao 9º ano, na DRE Pirituba-Jaraguá atuam visitando as escolas regularmente
os encontros seguintes e levantar
(zona oeste de São Paulo), os participantes – também participaram das formações
demandas de aprofundamento para
foram solicitados a elaborar, em grupo, para ter maior embasamento na hora
cursos no segundo semestre. As avaliações
um projeto para desenvolver com seus de acompanhar os desdobramentos
eram curtas, com apenas três a quatro
alunos, envolvendo um ou mais eixos do do trabalho realizado nas escolas.
perguntas a respeito das contribuições
currículo de Matemática. Os participantes
do encontro e sobre o que poderia ser
deveriam prever conexões com outras
melhorado (em anexo, um exemplo
áreas, o trabalho com temas inspiradores
de avaliação).
do currículo (ODS) e a aplicação de rubricas
ME
EJA NT
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///// 4 FORMAÇÃO DE PROFESSORES
MULTIPLICADORES

1 3
LINHA DO
TEMPO

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3
4
5 5
2 6
7
8

ESCOLAS
VISITADAS

6
7
/// 1, 6 e 7. Vinte e oito professores de Língua
Portuguesa do Ensino Fundamental realizam leituras e
discussões em grupo, em encontro de formação sobre
o novo currículo, na DRE Pirituba. 2 e 3. O quarto de
cinco encontros foi dedicado a novas abordagens de
ensino da análise linguística. 4. A formadora Iracema
Vastag enfatiza que a análise linguística é uma etapa da
produção textual dos alunos, e não um conteúdo a ser
trabalhado de forma descontextualizada. 5. Calendário
de formações na DRE Pirituba.
///// 4 FORMAÇÃO DE PROFESSORES
MULTIPLICADORES

LINHA DO
TEMPO

1
2
3
Motivos de orgulho Desafios 4
1. Diretores pedagógicos de três DREs A clareza em relação ao perfil do que, além de ter uma prática exitosa 5
e gestores de quatro escolas visitadas professor-referência e ao seu papel no e um diálogo entre teoria e prática, se 6
disseram que, na grande maioria dos processo de implementação curricular foi sentissem à vontade para se posicionar 7
casos, foi possível seguir a orientação fundamental para que o envolvimento frente a seus pares”, explicou a diretora 8
da Secretaria de não tirar mais de um desses profissionais nas formações fosse da Divisão Pedagógica de uma dessas
professor da escola por dia, apesar ou não bem-sucedido. A ideia é que, tanto regionais. Em outra unidade, uma das
do grande volume de encontros quanto possível, esses professores tivessem formadoras ressaltou que a parceria com
formativos promovidos num curto participado dos GTs de elaboração do os professores-referência foi enriquecedora. ESCOLAS
VISITADAS

período de tempo. Cerca de currículo, no ano anterior, por já ter mais “Eu tenho certeza que planejar e realizar a
90% das escolas conseguiram intimidade com o documento. Além disso, formação junto com uma professora que
enviar representantes aos N
ME
EJA NT deveriam participar dos horários de estudo está todos os dias em sala de aula melhora
O
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encontros, estima a SME-SP. coletivo na escola (JEIF) para compartilhar o meu trabalho”, disse.
TO

seus aprendizados com os colegas (30% dos


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2. Nas DREs Itaquera e Freguesia- professores do Ensino Fundamental da rede Já em outra diretoria regional, a maior
Brasilândia, profissionais da área não participam da JEIF). parte dos professores que participaram
da Educação Inclusiva participaram dos GTs não se sentiram aptos a atuar
das formações, levando um olhar Em duas DREs visitadas, a parceria com como formadores depois ou tiveram
de diversidade para os cursos. os professores-referência funcionou bem. alguma eventualidade que os impediu de
“Nós já sabíamos, no ano passado, que dar seguimento ao processo. A solução
o professor do GT seria um multiplicador encontrada foi convidar formadores da DRE
sobre o currículo – ainda que não que atuam na área da Educação Inclusiva
soubéssemos exatamente qual seria o para assumir a formação dos componentes
modelo da ação dele. Então, na época, curriculares que ficaram descobertos.
mandamos e-mails para os gestores das
escolas pedindo indicação de professores
///// 4 FORMAÇÃO DE PROFESSORES
MULTIPLICADORES

LINHA DO
TEMPO

ATENÇÃO 1
2
3
O COORDENADOR PEDAGÓGICO (CP) é uma especialmente para os coordenadores 4
figura-chave na implementação do currículo, nas pedagógicos foi visto com bons olhos por 5
escolas. É ele o responsável por organizar o estudo educadores entrevistados. A coordenadora 6
coletivo dos professores sobre o documento. pedagógica Cláudia Perez, da escola José de 7
Pensando nisso, SME e DREs realizaram ações Alcântara Machado Filho (zona sul), que havia 8
especialmente voltadas a esses profissionais. assumido a coordenação da escola dois anos
antes, apenas, conta que adaptou uma ficha
Na DRE Itaquera, por exemplo, os CPs foram apresentada nas “Orientações Didáticas” para
demandados a se organizar em grupos para sistematizar as anotações feitas em observações /// Ficha de acompanhamento pedagógico adaptada
ESCOLAS
das Orientações Didáticas pela coordenadora pedagógica
estudar o currículo de um componente de aulas, por ela e pelos demais gestores da VISITADAS

Cláudia Perez.
específico e, depois, apresentar um seminário escola. A diretora da Divisão Pedagógica da DRE
para os demais. O objetivo era subsidiá-los com Freguesia-Brasilândia, Daniele Memoli, avalia:
conhecimentos dos currículos de todas as áreas “É um material simples, mas ajuda a organizar o
para que eles se sentissem seguros na hora de trabalho. E é um sinal de que ações estão sendo
orientar o estudo dos professores. pensadas para o coordenador pedagógico”.

Já na DRE Freguesia-Brasilândia, os CPs foram A Secretaria estuda, a partir de 2019, ter a


convidados a participar das formações sobre figura do Professor Orientador de Área (POA),
o currículo, em um componente de sua escolha, nas escolas, para apoiar o trabalho do CP.
junto com os professores da região, para ter A proposta é que este professor participe
a oportunidade de troca de experiência com regularmente de formações específicas de LINKS ÚTEIS
profissionais de outras escolas, além de sua área e compartilhe os conhecimentos
Materiais de formação de
ganhar repertório para a orientação de com os colegas, na sua escola. Além disso,
Matemática fornecidos pelo
seu corpo docente. a ideia é que organizem o planejamento formador Wesley Martins,
conjuntamente para qualificar essa ação. da DRE Pirituba-Jaraguá
O fato de a Secretaria ter elaborado um A figura do POA é inspiração da rede • Pautas dos 5 encontros
volume das “Orientações Didáticas” de Sobral (CE). https://bit.ly/2D00H7g
• Slides dos 5 encontros
https://bit.ly/2Rjk7wx
///// 5
PASSO FORMAÇÃO DE PROFESSORES
NAS ESCOLAS

LINHA DO
TEMPO

1
2
3
Quem fez O que fez 4
• Professores Completaram o primeiro ciclo de formações 5
multiplicadores sobre o novo currículo, compartilhando com 6
os demais professores de suas escolas aquilo 7
• Coordenadores 8
que aprenderam nas formações ministradas
pedagógicos
pelas DREs.
das escolas

ESCOLAS
VISITADAS
///// 5 FORMAÇÃO DE PROFESSORES
NAS ESCOLAS

LINHA DO
TEMPO

1
2
3
Como fez 4
• O compartilhamento das formações, nas • As DREs recomendaram aos professores relatos colhidos nas escolas, se, por um 5
escolas, ocorreu nos horários de estudo multiplicadores e equipes gestoras lado, essa forma de organização possibilita 6
coletivo dos professores, com carga-horária das escolas que realizassem o aos educadores ter uma visão global do 7
de seis horas semanais. Esses encontros compartilhamento das formações, currículo, por outro, pode não favorecer o 8
são chamados na rede de “horário de na JEIF, concomitantemente aos aprofundamento das questões específicas
JEIF”, em referência à Jornada Especial encontros de formação nas regionais, de cada componente curricular.
Integral de Formação. entre maio e agosto. Assim, além de
• As DREs também compartilharam com
fazer as informações chegarem mais ESCOLAS
• Em geral, há dois horários de JEIF nas os professores multiplicadores os slides, VISITADAS

rapidamente aos demais educadores,


escolas – na hora do almoço e no começo textos, vídeos, pautas e atividades que
eles poderiam colher dúvidas e demandas
da noite –, para possibilitar a participação desenvolveram para embasar seus cursos.
de seus colegas e levá-las aos encontros
de professores que dão aulas em turnos
seguintes nas DREs. No entanto,
diferentes e que trabalham em mais de uma
houve professores multiplicadores
escola. Cerca de 70% dos professores
que preferiram aguardar o fim das
do Ensino Fundamental da rede possuem
formações nas regionais para, no
essa jornada estendida para estudo coletivo.
segundo semestre, fazer um resumo
dos encontros, de acordo com o que
FORMAÇÃO DE PROFESSORES NAS ESCOLAS consideraram mais importante.
• As quatro escolas visitadas, assim como o
70% 30% restante da rede, organizaram o estudo
possuem possuem
jornada jornada coletivo com professores de todas as
estendida básica: não áreas juntos, incluindo os polivalentes
(JEIF): participam do 1º ao 5º ano, os especialistas do 6º
participam dos estudos
dos estudos coletivos. ao 9º ano e professores da educação de
coletivos. jovens e adultos (EJA). De acordo com
///// 5 FORMAÇÃO DE PROFESSORES
NAS ESCOLAS

LINHA DO
TEMPO

1
2
3
Motivos de orgulho Desafios aos professores que não possuem jornada 4
estendida (JEIF). “A leitura da ata faz parte 5
As diretorias regionais desenvolveram Uma fala recorrente, entre professores-
da hora-atividade. O professor lê e assina 6
mecanismos próprios para acompanhar multiplicadores entrevistados, é a dificuldade
ciência. Deixa as dúvidas por escrito ou tira 7
a qualidade das formações nas escolas. de compartilhar com seus colegas
com o coordenador pedagógico”, explica 8
A DRE Itaquera, por exemplo: do mesmo componente curricular os
Ana Paula Sadakane, uma das CPs da escola.
aprendizados que tiveram nas formações
A cada encontro de formação, um professor
• solicitou aos professores – seja porque alguns destes colegas não
fica responsável por fazer o registro.
multiplicadores que elaborassem conseguem participar dos estudos coletivos,
um relatório reflexivo, ao fim N
ME
EJA NT seja porque o fazem em horários diferentes. ESCOLAS
A coordenação da Zilka Salaberry também VISITADAS
O
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dos encontros que conduziram, organiza a grade da HA de modo que os


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As escolas visitadas têm buscado alternativas


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em suas escolas; IT O A M
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professores do 1º ao 5º ano e também os
para oferecer suporte aos professores
• organizou um calendário de visitas às professores de Português do 6º ao 9º ano
que não possuem jornada estendida (JEIF)
30 escolas de Ensino Fundamental consigam fazer um encontro por semana
para participar dos estudos coletivos.
da região, de junho até o fim do ano em conjunto com seus pares diretos. Assim,
Coordenadores pedagógicos relatam que
letivo. Cada dupla de formadores eles têm a oportunidade de estudar, juntos,
têm oferecido orientações nas reuniões
ficou responsável por visitar sete a as questões específicas dos currículos
pedagógicas bimestrais e na chamada
oito escolas, seguindo uma pauta que de seus componentes.
Hora-Atividade (HA) – janela na grade de
inclui conversas com o coordenador
aulas, no total de três horas por semana,
pedagógico e os professores. Na escola José de Alcântara Machado Filho
que os docentes usam para fazer seu
planejamento individual, corrigir atividades (zona sul), a gestão escolar negociou com os
dos alunos, atender pais de estudantes, professores multiplicadores que não possuem
entre outras responsabilidades. jornada estendida uma remuneração extra
previstana rede (Jornada Especial de
Na escola Zilka Salaberry de Carvalho Hora-Aula Excedente - JEX) para que eles
(zona norte) é feita também uma ata pudessem compartilhar as formações fora
da formação, que depois é repassada de seu horário regular.
///// 5 FORMAÇÃO DE PROFESSORES
NAS ESCOLAS
2

LINHA DO
1 TEMPO

1
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3
4
3
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7
8
5
6
/// 1 e 5. Escola Edgard Carone:
notas da coordenação pedagógica
sobre o novo currículo e caderno ESCOLAS
de registros do estudo coletivo VISITADAS

4 docente; 2, 3 e 4. O professor de
História, David Pereira, da escola
Guimarães Rosa, compartilha com
colegas o conteúdo das formações
de que participou e apresenta
sugestões de atividades alinhadas
ao novo currículo. 6. Questionário
criado pela coordenação
pedagógica da Guimarães Rosa
para colher dos professores
avaliações semestrais sobre
as formações.
///// 5 FORMAÇÃO DE PROFESSORES
NAS ESCOLAS

LINHA DO
TEMPO

1
ATENÇÃO 2
3
4
ALGUNS PROFESSORES entrevistados opinaram 5
que, para a maior efetividade do processo de 6
implementação curricular, seria necessário 7
o acesso de todos os professores da rede às 8
formações ministradas pelas DREs, de modo
que todos tivessem as mesmas condições de
formação e também a oportunidade de trocar
experiências com outros professores de seu
ESCOLAS
componente. Houve sugestão de que o ciclo de VISITADAS

formações do primeiro semestre fosse reaberto,


até que todos tivessem chance de participar.
Outros sugeriram que as aulas fossem suspensas
– ao longo de uma semana por ano, ou uma
vez por bimestre – para que todos, incluindo
/// A professora Camila Petrasso foi multiplicadora das formações de Português na escola Zilka Salaberry. Utilizou slides fornecidos
a gestão da escola, pudessem participar das
pela DRE Pirituba-Jaraguá, com adaptações para se comunicar com o grupo diverso de colegas (especialistas, alfabetizadores e EJA).
formações sobre o novo currículo. Na avaliação
do Secretário de Educação, Alexandre Schneider,
não há um modelo único de formação que
atenda a todas as necessidades da rede de uma
só vez. “Acho que o mais proveitoso é você
combinar o trabalho de formação na escola,
com organização da equipe gestora; a formação
específica oferecida ao professor fora da escola; LINKS ÚTEIS
e momentos coletivos das escolas na Diretoria Material de formação de Língua
Regional. O ideal seria que a gente conseguisse Portuguesa, fornecido pela
também ter formação efetiva de professores à professora Camila Petrasso, da
distância – o que ainda esbarra na qualidade da Escola Zilka Salaberry de Carvalho
conexão à internet nas escolas”, analisa. https://bit.ly/2Rqk428
///// 6
PASSO FORMAÇÃO SOBRE O NOVO CURRÍCULO
DE TECNOLOGIAS PARA APRENDIZAGEM

« Quer voltar ao item Formação


de formadores? Clique aqui LINHA DO
TEMPO

1
2
3
Quem fez O que fez 4
• Núcleo de Promoveu cinco encontros de formação sobre o novo 5
Tecnologias para currículo de Tecnologias para Aprendizagem, dirigidos a 6
Aprendizagem todos os professores das salas de informática das escolas 7
da SME-SP. de Ensino Fundamental da rede – os chamados POIEs 8
(Professores Orientadores de Informática Educativa)*,
em maio e junho de 2018. Dos 900 POIEs do município,
cerca de 800 participaram.
ESCOLAS
VISITADAS

Esta é a primeira vez que a rede constrói um currículo


específico para Tecnologia – e também a primeira rede
pública do país a fazê-lo, segundo a SME-SP. O documento
foi elaborado com base nas boas práticas da própria rede.

No final do primeiro semestre de 2018, os POIEs participaram


de encontros de formação “mão na massa” para aprender
a utilizar kits de robótica recebidos pelas escolas. Essa
formação foi mediada por um engenheiro contratado pela
Secretaria, que percorreu as 13 regionais de ensino.

(*) POIEs são professores com formação em áreas diversas – sejam polivalentes
ou especialistas – que assumem esta função com vocação interdisciplinar,
a partir da escolha dos conselhos das escolas.

/// Aluna da escola


Gosto mais das formações que envolvem mão na massa”. Edgard Carone na aula
de informática educativa.
GILMAR PEREIRA, POIE DA ESCOLA JOSÉ DE ALCÂNTARA MACHADO FILHO
///// 6 FORMAÇÃO SOBRE O NOVO CURRÍCULO
DE TECNOLOGIAS PARA APRENDIZAGEM

LINHA DO
TEMPO

1
2
3
Como fez 4
Cada um dos cinco encontros foi • Fala dos especialistas: Profissionais A mesma formação foi ofertada de manhã 5
dedicado a um tema específico: com expertise nos temas abordados e à tarde para permitir a participação dos 6
1. Os eixos do currículo de Tecnologias expunham estudos e experiências professores que trabalham na rede em 7
para Aprendizagem (programação, relativas a esses tópicos. diferentes turnos. 8
letramento digital e TIC). • Mesa redonda: POIEs e especialistas
2. Internet segura respondiam perguntas feitas pelos Para receber cerca de 400 POIEs por turno,
3. Metodologias ativas professores presentes no auditório. a SME-SP utilizou o auditório de uma
4. Movimento maker e robótica universidade particular, cedido para ESCOLAS
VISITADAS

5. Currículo em ação (as práticas O intuito de organizar as formações nestes o evento, sem custos.
das escolas) moldes foi deixar claro que as propostas do
currículo são possíveis de serem colocadas A Secretaria planeja publicar um e-book
As formações seguiram uma dinâmica em prática – e, inclusive, já estão presentes com o conteúdo da formação de Tecnologia,
em três tempos: em muitas escolas da rede. A participação incluindo a documentação das boas práticas
de escolas com perfis diversos – com mais apresentadas pelos POIEs. A previsão é que
• Relato de boas práticas dos POIEs: A cada ou menos infraestrutura – ajudou a mostrar o material fique pronto no final de 2018.
encontro, dois POIEs, em média, expuseram como o uso da Tecnologia pode ser adaptado
projetos que realizaram em suas escolas, aos diferentes contextos.
relacionados ao tema abordado naquele dia
de formação. Nesses relatos, apresentavam a Para fazer o levantamento de boas práticas
motivação para o desenvolvimento da ação, a dos POIEs, a SME-SP contou com o apoio
metodologia utilizada, a relação da atividade das diretorias regionais. Cada DRE solicitou
com o currículo, as produções dos estudantes às suas escolas que enviassem projetos que
e os desdobramentos do projeto. No total, envolvessem o uso de Tecnologias para
cerca de 20 professores apresentaram seus Aprendizagem e estivessem relacionados /// A formação sobre o novo currículo de Tecnologias teve
como base o relato de projetos desenvolvidos por professores
projetos, nos cinco encontros. às orientações do currículo. de informática da rede e o debate com estudiosos do assunto.
///// 6 FORMAÇÃO SOBRE O NOVO CURRÍCULO
DE TECNOLOGIAS PARA APRENDIZAGEM

LINHA DO
TEMPO

1
ATENÇÃO 2
3
Motivos de orgulho LINKS ÚTEIS 4
Diferentemente das outras áreas, Currículo de Tecnologias É FUNDAMENTAL olhar para as próprias 5
o primeiro ciclo de formação sobre para Aprendizagem experiências na hora de formular um currículo 6
http://bit.ly/curriculo-tec. como este, avalia Tânia Tadeu, assistente 7
o currículo de Tecnologias para
técnica educacional do Núcleo de Tecnologias 8
Aprendizagem foi oferecido pela Site da POIE Debora Garofalo,
para Aprendizagem da SME-SP. “É preciso
SME-SP a todos os professores da rede, que apresentou seu projeto
sobre segurança na internet cuidado para não trazer algo de fora, sem
de uma só vez. O fato de ser um currículo avaliar se faz sentido no seu contexto, e acabar
inteiramente novo fez com que a Secretaria http://bit.ly/debora-garofalo.
criando uma distância muito grande entre a
decidisse centralizar essa ação. E o fato Materiais utilizados pela proposta e a realidade da rede”, pondera.
ESCOLAS
VISITADAS

de que as escolas têm apenas um ou dois professora Débora em seu projeto:


Desde 2015, a rede municipal de educação
POIEs tornou mais simples viabilizá-la. • Cartilha de Segurança para Internet
http://bit.ly/cartilha-seguranca-web, de São Paulo possui um grupo fechado no
Facebook, composto por POIEs, em que os
• Vídeo “Que papo é esse: bullying”
professores compartilham seus projetos,
(http://bit.ly/video-bullying),
trocam experiências e tiram dúvidas,
• Vídeo “Você tem vida privada
alimentando um processo de aprendizagem
de verdade (nas redes sociais)?”
coletiva. Há subgrupos específicos para a
(http://bit.ly/video-privacidade-web).
área de robótica e programação. “Quando
Vídeo sobre cyberbulling, os professores mandam só os resultados dos
produzido pela Unicef, utilizado para projetos, a gente pede para eles mandarem
Desafios sensibilização, na formação da SME-SP também a documentação do processo”,
Não identificados, neste caso. http://bit.ly/video-unicef. diz Regina Gavassa, também do setor de
Matéria sobre 20 invenções criativas Tecnologias para Aprendizagem da SME-SP.
das crianças, utilizado na formação
para abordar a importância de se
desenvolver projetos a partir da
curiosidade genuína dos alunos
http://bit.ly/invencoes-criancas.
///// 7
PASSO FORMAÇÃO SOBRE TEMAS E COMPETÊNCIAS
COMUNS ÀS ÁREAS (ODS E MATRIZ DE SABERES)

LINHA DO
TEMPO

1
2
3
Quem fez O que fez 4
• SME-SP O novo currículo da rede municipal de São Paulo possui uma 5
parte introdutória comum a todas as áreas, que inclui uma 6
• Unesco (no caso 7
Matriz de Saberes (na linha das competências gerais da BNCC) e
dos ODS – Objetivos 8
temas inspiradores trazidos dos Objetivos de Desenvolvimento
de Desenvolvimento
Sustentável (ODS), pactuados por países-membros das Nações
Sustentável)
Unidas. ODS e Matriz de Saberes preveem o desenvolvimento
de competências-chave semelhantes – empatia, colaboração,
abertura à diversidade, pensamento científico e repertório ESCOLAS
VISITADAS

cultural, entre outras. O município de São Paulo é uma das


primeiras redes de educação do mundo a incorporar os ODS
em seu currículo. Para subsidiar o trabalho com essas questões
desafiadoras, foram realizados, no primeiro semestre de 2018:

• sensibilização do corpo técnico da Secretaria


para essas questões;
• um seminário com falas sobre os ODS e a Matriz de Saberes,
do qual participaram cerca de 500 profissionais
da rede, entre representantes das Diretorias Regionais
de Educação (DREs) e das escolas;
• formações de viés prático, das quais participaram
equipes das DREs, além de professores com atuação
em sala de aula;
• compartilhamento do roteiro detalhado da formação
sobre os ODS e dos slides de apoio com os participantes
/// O workshop sobre
do curso, para que eles possam atuar como os ODS teve abordagem
multiplicadores, em suas DREs e escolas; visual e trabalho
colaborativo prático.
///// 7 FORMAÇÃO SOBRE TEMAS E COMPETÊNCIAS
COMUNS ÀS ÁREAS (ODS E MATRIZ DE SABERES)

LINHA DO
TEMPO

OS ODS ORGANIZADOS EM CINCO P’s 1


OS CINCO P’S DA AGENDA 2030 2
— DO GLOBAL PARA O LOCAL 3
Erradicar a pobreza e a fome de todas as maneiras e garantir a dignidade e a igualdade

• elaboração de uma publicação intitulada 4


“Diretrizes de Aprendizagem em ODS 5
no Currículo da Cidade” (em fase de 6
Proteger os recursos naturais e o clima do
finalização), contendo uma compilação nosso planeta para as gerações futuras 7
de métodos de ensino favoráveis à 8
abordagem dos ODS e atividades
que os articulam aos objetivos de
aprendizagem dos vários componentes
curriculares e à Matriz de Saberes P
PLANETA
P
PESSOAS
Garantir vidas prósperas e plenas,
em harmonia com a natureza
ESCOLAS
VISITADAS

(incluindo projetos e programas


da própria rede e metodologias

P
internacionais); Desenvolvimento
• visitas a escolas para levantamento de
iniciativas relacionadas aos ODS, além
da disseminação de informações sobre
P
PARCERIAS
Sustentável
PROSPERIDADE

P
Implementar a agenda
as quatro dimensões propostas para a por meio de uma
parceria global sólida
implementação dos ODS no Currículo da PAZ
Cidade: espaço físico, relações humanas,
metodologias inovadoras e temas na
educação para a cidadania global. Promover
sociedades
pacíficas, justas
e inclusivas

FONTE: : http://jornada2030.com.br/2016/08/10/os-5-ps/

/// O município de São Paulo é uma das primeiras redes de educação do mundo a incorporar no currículo os Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS), da Unesco. A idea é incluir os ODS nas aulas como tema e como modo de fazer, que inclui colaboração e visão sistêmica.
///// 7 FORMAÇÃO SOBRE TEMAS E COMPETÊNCIAS
COMUNS ÀS ÁREAS (ODS E MATRIZ DE SABERES)

LINHA DO
TEMPO

A MATRIZ DE SABERES ELABORADA PELA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE SÃO PAULO 1


MATRIZ DE SABERES
2
Secretaria Municipal
de Educação - SP SABER: Acessar, selecionar e organizar o conhecimento com 3
curiosidade, pensamento científico, criticidade e criatividade; 4
5
PENSAMENTO
6
SABER: Desenvolver repertório cultural SABER: Descobrir possibilidades
e senso estético para reconhecer, CIENTÍFICO, CRÍTICO diferentes, avaliar e gerenciar, 7
valorizar e fruir as diversas identidades e E CRIATIVIDADE ter ideias originais e criar soluções,
manifestações artísticas e culturais e problemas, perguntas;
8
REPERTÓRIO RESOLUÇÃO
participar de práticas diversificadas de CULTURAL DE PROBLEMAS
produção sócio-cultural.
SABER: Utilizar as
linguagens verbal,
verbo-visual, corporal, ESCOLAS
VISITADAS
multimodal, artística,
SABER: Considerar a
matemática, científica,
perspectiva e os
EMPATIA E LIBRAS, tecnológica e
sentimentos do outro, COMUNICAÇÃO
COLABORAÇÃO digital para expressar-se,
colaborar com os demais
partilhar informações,
e tomar decisões coletivas;
experiências, ideias e
sentimentos em diferentes
contextos e produzir
sentidos que levem ao
entendimento mútuo;
SABER: Reconhecer e AUTOCONHECIMENTO
/// A Matriz de Saberes exercer direitos e deveres, RESPONSABILIDADE
E AUTOCUIDADO SABER: Conhecer e cuidar
tomar decisões éticas e E PARTICIPAÇÃO
prevê o desenvolvimento de seu corpo, sua mente,
responsáveis para consigo, suas emoções, suas
de competências-chave o outro e o planeta; aspirações e seu bem-estar
semelhantes às dos ODS – e ter autocrítica;
colaboração, pensamento ABERTURA À AUTONOMIA E
científico e repertório DIVERSIDADE DETERMINAÇÃO
SABER: Abrir-se ao novo, SABER: Organizar-se, definir
cultural, entre outras. Elas respeitar e valorizar diferenças metas e perseverar para
devem ser desenvolvidas de e acolher a diversidade; alcançar seus objetivos;
forma integrada a todos os
componentes do currículo.
///// 7 FORMAÇÃO SOBRE TEMAS TRANSVERSAIS
E COMPETÊNCIAS GERAIS (ODS E MATRIZ DE SABERES)

LINHA DO
TEMPO

1
2
3
4
5
6
7
8
3 6

/// 1. A consultora da Unesco,


Barbara Oliveira, ministrando workshop
sobre como abordar os ODS na prática. ESCOLAS
VISITADAS
2, 3 e 4. Participantes do workshop
compartilham experiências pessoais e
resultados de atividades desenvolvidas
em grupo. 5. A formação teve
abordagem visual e colaborativa, com
registro das contribuições em cartazes.
6. A especialista Anna Penido explica
4 a Matriz de Saberes, no seminário
“O Currículo da Cidade em Pauta”.
5

2
///// 7 FORMAÇÃO SOBRE TEMAS E COMPETÊNCIAS
COMUNS ÀS ÁREAS (ODS E MATRIZ DE SABERES)

LINHA DO
TEMPO

1
2
3
Como fez 4
• O seminário, realizado pela SME-SP em abril, já é feito – inclusive com mecanismos de oralmente suas propostas e a mediadora 5
deu início às ações de implementação com avaliação para identificar onde os alunos fez comentários e sugestões de 6
foco nesses conhecimentos comuns a todas estão avançando – e investimento naquilo abordagens metodológicas, através 7
as áreas. Em suas falas, as especialistas Anna que ainda não é trabalhado. de exemplos, numa dinâmica dialogada. 8
Penido e Barbara Oliveira (consultora da • Já as formações para equipes das DREs • No caso da formação sobre os ODS, com
Unesco) dedicaram-se a apresentar os temas e professores foram realizadas em maio, consultoria da Unesco, participaram cerca
de maneira introdutória – esmiuçando na Secretaria, em dois encontros – um para de 90 pessoas. A metodologia utilizada na
cada um dos nove saberes da Matriz ESCOLAS
a Matriz de Saberes e um para os ODS. formação envolveu atividades práticas e VISITADAS

e os 17 ODS com linguagem simples O objetivo foi avançar na discussão para coletivas que levaram os participantes a
e exemplos do cotidiano. As duas falas além do entendimento conceitual e discutir “exercitar o músculo dos ODS” – ou seja,
tiveram mensagens comuns: abordagens práticas na escola. praticar o planejamento de atividades
» A Matriz de Saberes e os ODS não • No caso da formação sobre a Matriz de
que prevejam o trabalho com os ODS, de
são conteúdos a mais para se ensinar, Saberes, com participação da especialista
forma articulada aos objetivos previstos
em aulas sobre “empatia”, “criatividade” ou nos vários componentes do currículo e
Anna Penido, participaram cerca de
“erradicação da pobreza”, e sim habilidades às competências propostas na Matriz
60 pessoas. Cada uma delas foi solicitada
e temas que devem ser desenvolvidos de de Saberes. Em grupos, os participantes
a anotar, em um post-it, qual das nove
forma integrada ao trabalho de todos os elaboraram projetos em que deveriam
habilidades mais sentiu falta de ter
componentes do currículo; especificar:
desenvolvido na escola, quando era
» Muito do que está sendo proposto estudante. Em seguida, elas deveriam - o ano escolar a que o projeto se destina;
já é prática na rede. A palestra sobre se reunir com os participantes que - componentes do currículo envolvidos;
os ODS trouxe, inclusive, exemplos apontaram a mesma habilidade e, - objetivos de aprendizagem integrados;
de projetos realizados nas escolas do em grupo, discutir propostas para - ODS focados;
município. Mas é preciso um trabalho de desenvolvê-la com os seus alunos. Na - habilidades da Matriz de Saberes
maior sistematização em relação ao que sequência, cada um dos grupos relatou priorizados;
///// 7 FORMAÇÃO SOBRE TEMAS E COMPETÊNCIAS
COMUNS ÀS ÁREAS (ODS E MATRIZ DE SABERES)

LINHA DO
TEMPO

- portas de entrada e resistências para nas paredes do auditório e ajudaram a construíram em sua realidade escolar, 1
o trabalho com os ODS na escola; compor um clima colaborativo de trabalho. tendo a oportunidade de fazer reflexões 2
- parceiros para a realização do projeto; e correlações entre as práticas já
• Os participantes receberam o roteiro da 3
- metodologia de desenvolvimento; existentes e o novo conteúdo relativo
formação e os slides de apoio, incluindo 4
- metodologia de avaliação. aos ODS exposto na formação.
orientações sobre parâmetros de 5
• Os grupos fizeram o registro de monitoramento do trabalho com os ODS • Ao propor que os participantes 6
suas propostas usando um template nas escolas e instrumentos de coleta identificassem, nos projetos que elaboraram, 7
pré-definido fornecido pela formadora de dados para avaliação. as portas de entrada para o trabalho com 8
e depois socializaram suas produções os ODS em suas escolas e as possíveis
com todos. resistências, buscou-se levá-los a encontrar
METODOLOGIA vias diretas de aplicação do conhecimento
• A formadora da Unesco recolheu os
construído durante a formação. ESCOLAS
registros do que foi produzido pelos grupos, • A metodologia desta formação sobre VISITADAS

com o objetivo de incorporar contribuições os ODS foi pensada a partir do ciclo de • A consultora da Unesco, Barbara Oliveira,
a uma publicação intitulada “Diretrizes de aprendizagem adulta de Kolb, que inclui: visitou 13 escolas da rede – uma de cada
Aprendizagem em ODS no Currículo da Diretoria Regional de Educação (DRE) –
- o caminho da experiência concreta (agir);
Cidade” (em fase final de desenvolvimento), para conhecer boas práticas escolares
- a observação reflexiva (refletir);
que apresenta mais de uma centena de em consonância com os ODS, além
- a conceitualização abstrata
atividades que podem apoiar os professores de fazer uma apresentação sobre o tema
(conceitualizar);
na integração dos ODS aos objetivos a diretores, coordenadores pedagógicos
- a experimentação ativa (aplicar).
específicos da sua área de ensino. e professores. Cada visita teve duração
de duas horas e meia.
• No geral, a formação teve uma abordagem Ou seja, na elaboração dos projetos
visual, com registro das contribuições feitas propostos, os professores se colocaram
pelo grupo em cartazes, que foram fixados em ação a partir das experiências que

É importante olhar para os ODS não só como tema, mas como uma forma de fazer, que é focada
em pensar junto, ter uma visão sistêmica, incluir a diferença e fazer as perguntas que interessam.
O trabalho com os ODS nas escolas tem potencial de deslanchar grandes mudanças sociais”.
BARBARA OLIVEIRA, CONSULTORA DA UNESCO JUNTO À SME-SP
///// 7 FORMAÇÃO SOBRE TEMAS E COMPETÊNCIAS
COMUNS ÀS ÁREAS (ODS E MATRIZ DE SABERES)

LINHA DO
TEMPO

1
ATENÇÃO 2
3
Motivos de orgulho Desafios 4
O fato de a rede municipal de São Paulo É importante uma maior integração A SME-SP E AS DREs ressaltaram, 5
ter sido uma das primeiras do mundo entre as formações sobre os ODS sistematicamente, em seus encontros de 6
e os diversos componentes formação, que muito do que é proposto na 7
a incorporar os ODS em seu currículo
curriculares, de forma a dar aos Matriz de Saberes e nos ODS já é realizado 8
despertou o interesse de outras redes
nas escolas, com o intuito de tranquilizar os
de ensino e entidades ligadas à professores maiores subsídios para
professores e afastar uma possível sensação
educação, no Brasil e no exterior. incorporar os ODS às suas aulas,
de sobrecarga de inovações do currículo. Em
O Secretário de Educação, Alexandre não só como tema, mas também
alguns momentos, no entanto, houve o cuidado
Schneider, apresentou o trabalho com como um modo de fazer que inclui de pontuar que, de todo modo, um trabalho
ESCOLAS
VISITADAS

os ODS no currículo na II Reunião Regional colaboração e visão sistêmica, por mais intencional e sistematizado em relação
de Ministros da Educação da América exemplo. Segundo a consultora da a esses tópicos precisa ser feito nas escolas.
Latina e Caribe, em julho de 2018. No Unesco, Barbara Oliveira, iniciar o “Se não, a gente cai no outro extremo – acha
Brasil, a Unesco já relatou a experiência trabalho de sensibilização para os que tudo já é feito – e não apresenta nada
à Secretaria Municipal de Educação ODS ainda na fase de elaboração de inovador”, pontuou o diretor do Núcleo
de Curitiba e à Secretaria Estadual do currículo pode ajudar a promover Técnico de Currículo, Wagner Palanch, durante
de Educação de Santa Catarina. essa integração com maior facilidade. formação sobre a Matriz de Saberes.

UNICAÇ
M

ÃO
CO

O
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GA E
JA M

LINKS ÚTEIS Dimensões e Desenvolvimento Roteiro da formação


das Competências Gerais da BNCC sobre os ODS no currículo
Educação para os Objetivos de
(Movimento pela Base Nacional Comum https://bit.ly/2TQLhYG
Desenvolvimento Sustentável:
e Center for Curriculum Redesign)
Objetivos de Aprendizagem (Unesco)
bit.ly/competenciasgeraisbncc
http://bit.ly/EDS-Unesco
///// 8
PASSO PLATAFORMA DO
CURRÍCULO DA CIDADE

« Quer voltar ao item Grupos


de Trabalho? Clique aqui LINHA DO
TEMPO

1
2
3
Quem fez O que fez 4
• DIEFEM e Pátio Digital, Desenvolveu uma plataforma na internet com as sequências 5
iniciativa da SME-SP, de atividades dos Cadernos da Cidade, articulando os 6
em parceria com a objetivos de aprendizagem previstos em cada componente 7
Unesco, voltada à curricular às competências da Matriz de Saberes e aos 8
inovação na educação. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. As atividades
foram retiradas dos cadernos de apoio dos alunos. Isto é,
uma plataforma digital que integra os conteúdos
do currículo e dos materiais de apoio em um só lugar. ESCOLAS
VISITADAS

A princípio, foram apresentadas apenas sequências de


atividades do ciclo de alfabetização (1º ao 3º ano).
Uma vez validados os usos e funcionalidades da plataforma,
após o lançamento, em outubro, o plano é incorporar
atividades também para os demais anos do Ensino
Fundamental (inclusive para componentes que ainda não
possuem caderno estruturado).

Numa versão mais desenvolvida da plataforma, o professor


poderá criar um perfil pessoal e montar sua própria lista
de sequências de atividades, ordenando-as por objetivos
de aprendizagem ou pelas habilidades da Matriz de Saberes
ou dos ODS que deseja trabalhar. “A plataforma vai oferecer

/// Equipe do Pátio


A ideia é que a plataforma seja também um apoio ao processo de colaboração Digital desenvolve
entre os professores, além de uma fonte de sequências de atividades“ protótipo para a
ALEXANDRE SCHNEIDER, SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO Plataforma do Currículo.
///// 8 PLATAFORMA DO
CURRÍCULO DA CIDADE

LINHA DO
TEMPO

1
2
3
um roteiro básico que o professor 4
pode usar, da maneira que quiser – e se 5
quiser – para organizar o ano de trabalho 6
dele”, explica o Secretário de Educação, 7
Alexandre Schneider. 8

Mais adiante, os professores poderão


também “seguir” as listas de atividades
dos colegas, como se faz em aplicativos ESCOLAS

de música. “A ideia é que a plataforma VISITADAS

seja também um apoio ao processo de


colaboração entre os professores, além
de uma fonte de sequências de
atividades“, diz Schneider.

Segundo Carolina Sciarotta,


coordenadora do projeto no Pátio Digital,
os conteúdos da plataforma são abertos
a qualquer pessoa. Já as funcionalidades
de coleção e interação entre os usuários
serão restritas aos professores da rede.

/// A Plataforma do Currículo da Cidade apresenta sequências de atividades que articulam objetivos de aprendizagem previstos
em cada componente curricular às competências da Matriz de Saberes e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
///// 8 PLATAFORMA DO
CURRÍCULO DA CIDADE

LINHA DO
TEMPO

1
2
3
Como fez 4
• A plataforma foi desenvolvida em dez • Em maio, as equipes do Pátio Digital e protótipo. A equipe do Pátio observou o 5
meses, entre janeiro e outubro de 2018, da COPED desenharam um protótipo da uso da plataforma feito espontaneamente 6
pela equipe do Pátio Digital, iniciativa da plataforma, em um sprint de três dias. por 12 pessoas e ouviu suas considerações 7
SME-SP, em parceria com a Unesco, voltada Novamente, professores foram convidados para refinar o produto. 8
a uma política de dados abertos e ao a participar – desta vez para testar o
• Em seguida, a equipe concluiu o
incentivo à inovação na educação. desenvolvimento, submeteu a versão final
• O modelo foi pensando colaborativamente a mais um teste e colocou a plataforma
ESCOLAS
por aproximadamente 50 pessoas – no ar, em outubro. O resultado foi o que VISITADAS

integrantes da equipe do Pátio Digital e se chama de MVP (sigla, em inglês, para


da Coordenadoria Pedagógica (COPED) da Produto Minimamente Viável) – uma
Secretaria, além de 30 educadores, que, em versão “enxuta” do produto final que,
março, participaram de duas oficinas para uma vez utilizada por um número maior
apontar o que consideravam importante de pessoas, terá seus usos e
em uma plataforma como esta (ex: a funcionalidades validados, aprimorados
possibilidade de criar perfis individuais). e ampliados – com atividades para os
demais anos do Ensino Fundamental
• A partir daí, foram sistematizados perfis de
e o compartilhamento de informações
professores – ex: a planejadora, o prático,
entre professores, por exemplo.
a criativa – que ajudaram a pensar a jornada
do usuário na plataforma e sua estrutura • Essa metodologia ágil de
de navegação. Foram também avaliadas desenvolvimento de produtos é
funcionalidades de outras plataformas utilizada por grandes empresas de
e aplicativos que poderiam ser úteis – tecnologia, como Facebook e Apple.
por exemplo, a criação de listas de conteúdo
e seu compartilhamento com outros usuários.
///// 8 PLATAFORMA DO
CURRÍCULO DA CIDADE

LINHA DO
TEMPO

1
ATENÇÃO 2
3
Motivos de orgulho LINKS ÚTEIS 4
A participação de pessoas que ocupam Plataforma do Currículo da Cidade É IMPORTANTE que a metodologia de 5
diferentes posições na rede de educação http://curriculo.sme.prefeitura.sp.gov.br trabalho dê condições de concretizar a 6
proposta de construção colaborativa e, ao 7
– incluindo professores e equipe da Site do Pátio Digital mesmo tempo, garanta a realização dos 8
Secretaria –, colaborando para o mesmo http://patiodigital.prefeitura.sp.gov.br/ resultados almejados. O engajamento das
objetivo, sem hierarquia e com liberdade
equipes envolvidas é fundamental para a
para dizer o que consideram mais sustentação das metodologias ágeis utilizadas
adequado. “Eu, quando vou a um encontro no projeto, que permitam lançar uma
do Pátio Digital, não sou o Secretário ferramenta como esta, em poucos meses.
ESCOLAS
VISITADAS

de Educação”, diz Schneider. Esse modo A utilização de softwares livres e códigos


de organização horizontal do trabalho abertos, permitindo adaptação e customização
colabora para que as pessoas sintam a qualquer tempo, sem dependência de
confiança para experimentar. empresas específicas ou licenças, também
é um ponto que merece atenção, segundo
Carolina Sciarotta.

Desafios
Não identificados, neste caso.
LINHA DO
TEMPO

1
2
3
4
5
6
7
8

Escolas visitadas
Para acompanhar a chegada do currículo às salas de aula, ESCOLAS
VISITADAS
visitamos quatro escolas da rede municipal de educação
de São Paulo, em diferentes regiões da cidade. A seguir,
pontuamos algumas estratégias utilizadas por elas para
fazer o currículo chegar a quem importa: os estudantes.

« Quer voltar à parte introdutória


da seção Implementação? Clique aqui
///// Escola Zilka Salaberry de Carvalho
LINHA DO
TEMPO

1
2
3
4
5
6
7
8

Região: Norte
DRE: Freguesia-Brasilândia
ESCOLAS
VISITADAS

Número de alunos (2017)


1º ao 5º ano: 655
6º ao 9º ano: 369

Ideb (2015)*
1º ao 5º ano: 5.6
(média nacional 5.3)

0 5 10

6º ao 9º ano: 4.7
(média nacional 4.1)

0 5 10

Fonte: QEdu | * Foram utilizados os dados do


Ideb 2015, pois algumas das escolas visitadas não
tiveram número suficiente de alunos participantes
no Saeb para ter os resultados de 2017 divulgados.
| Ideb 2017 (1o ao 5o ano): 5.8
Escola Zilka Salaberry de Carvalho

1
LINHA DO
TEMPO

ANA PAULA SADAKANE, uma das para se dirigir a seu grupo diverso de colegas. 1
coordenadoras pedagógicas da Zilka Salaberry, Utilizou uma linguagem informal e recheada 2
fala com orgulho sobre a estrutura que a escola de exemplos pessoais – inclusive quando 3
oferece aos professores para sua formação citou autores da área, como Bakhtin e Geraldi, 4
em serviço. A sala da coordenação, espaçosa, para explicar conceitos e concepções do 5
é utilizada por todo o corpo docente para suas novo currículo. Além disso, abordou de forma 6
atividades de planejamento e estudo. “A sala empática dificuldades da docência: “Usar 7
da coordenação é a alma da escola. Onde a produção textual como punição – ‘se vocês 8
gente prepara nossos caminhos”, diz. não ficarem quietos, vou dar redação’. Quem
nunca? Isso vai criando um ranço da redação
É nessa sala que foi feito o compartilhamento escolar”, ponderou.
das formações sobre o novo currículo pelos ESCOLAS
VISITADAS

2 professores multiplicadores. O “repasse” A gestão da escola Zilka Salaberry também


das formações das DREs ocorreu entre se preocupou em inteirar os pais sobre o
junho e setembro. processo de implementação do novo currículo
– por exemplo, justificando a ausência de
Acompanhamos uma formação de Língua professores, em dias de formação na DRE
Portuguesa, conduzida pela professora (ainda que os estudantes não tenham ficado
Camila Petrasso, que dá aulas para alunos do sem aula) e explicando que a ordem de
6º e 8º anos. Estavam presentes professores alguns conteúdos poderia ser alterada (pais
de diversas áreas e anos escolares, entre que possuem outros filhos na escola fazem
especialistas e alfabetizadores, além de perguntas, eventualmente, quando notam
educadores da Educação de Jovens e Adultos. alguma mudança, diz Ana Paula).

/// 1. A coordenadora pedagógica, Ana Paula Camila estruturou sua apresentação com base
Sadakane, busca casar os horários de planejamento nos slides que a Diretoria Regional de Educação
de professores do mesmo componente.
2. A professora Camila Petrasso alterou seu horário
forneceu aos professores multiplicadores, mas
para compartilhar informações sobre o currículo. fez as adaptações que considerou adequadas
///// Escola Edgard Carone
LINHA DO
TEMPO

1
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7
8

Região: Oeste
DRE: Pirituba-Jaraguá
ESCOLAS
VISITADAS

Número de alunos (2017)


1º ao 5º ano: 285
6º ao 9º ano: 133

Ideb (2015)*
1º ao 5º ano: 5.9
(média nacional 5.3)

0 5 10

6º ao 9º ano: 4.8
(média nacional 4.1)

0 5 10

Fonte: QEdu | * Foram utilizados os dados do


Ideb 2015, pois algumas das escolas visitadas não
tiveram número suficiente de alunos participantes
no Saeb para ter os resultados de 2017 divulgados.
| Ideb 2017 (1o ao 5o ano): 6.5
Escola Edgard Carone

LINHA DO
TEMPO

NA ESCOLA EDGARD CARONE, professores Os professores da Edgard Carone avaliam 1


das diversas áreas e ciclos têm feito a leitura como uma boa estratégia o fato de discutirem 2
e discussão coletiva do currículo nos horários as questões do novo currículo com professores 3
dedicados ao Projeto Especial de Ação (PEA), das diversas áreas e anos, em conjunto. 4
de formação em serviço nas escolas. O PEA “É bom porque aproxima o FUND I e o FUND II”, 5
ocorre na Edgard Carone duas vezes por observou uma das educadoras. Ou seja, 6
semana, das 12h às 13h30. há uma troca: os professores especialistas, 7
que tiveram formação mais longa sobre as 8
Para o estudo coletivo, trechos do novidades em seu componente curricular,
currículo são projetados no telão da sala contribuem para a formação dos professores
de informática; professores se revezam polivalentes; e os professores polivalentes
na leitura em voz alta; e, de tempos em sinalizam aos especialistas em que estágio ESCOLAS
VISITADAS

tempos, a coordenação pedagógica pede de aprendizagem estão os alunos que eles


uma pausa para comentários do grupo. irão receber, nos anos seguintes.

Dos 28 professores da escola, 16 participam


do PEA. “Com os outros, eu busco conversar
/// A coordenadora pedagógica, Andreza de sobre o currículo nos momentos de
Oliveira, aposta na leitura compartilhada do planejamento, na sala dos professores ou nas
currículo como forma de assimilar as mudanças.
reuniões pedagógicas bimestrais”, explica a
coordenadora pedagógica Andreza de Oliveira.
///// Escola Guimarães Rosa
LINHA DO
TEMPO

1
2
s 3
4
5
6
7
8

Região: Leste
DRE: Itaquera
ESCOLAS
VISITADAS

Número de alunos (2017)


1º ao 5º ano: 273
6º ao 9º ano: 193

Ideb (2015)*
1º ao 5º ano: 5.8
(média nacional 5.3)

0 5 10

6º ao 9º ano: 3.6
(média nacional 4.1)

0 5 10

Fonte: QEdu | * Foram utilizados os dados do


Ideb 2015, pois algumas das escolas visitadas
não tiveram número suficiente de alunos
participantes no Saeb para ter os resultados de
2017 divulgados.
Escola Guimarães Rosa

1
LINHA DO
TEMPO

NA GUIMARÃES ROSA, o quadro reduzido antes de tratar das inovações do currículo. 1


de professores exigiu da gestão escolar uma Além disso, preparou e apresentou duas 2
ginástica para possibilitar que os professores sugestões de atividades práticas, alinhadas 3
frequentassem as formações na DRE, no ao novo documento, para abordar o tema 4
primeiro semestre de 2018. “Todos os dias da recuperação de rios poluídos com alunos 5
faltam professores – às vezes, dois, três do 1º ao 3º ano e a questão da migração 6
no mesmo dia, por licença médica e outras com estudantes do 6º ano, a partir do uso de 7
questões. Eu acabo ficando muito em sala de fotografias. O professor também abordou 8
aula”, comenta a assistente de direção, Ana questões tratadas nos ODS, comuns a todas
Paula Pagano. as áreas, a partir de situações do contexto da
escola – a influência de questões emocionais
O compartilhamento das formações sobre no aprendizado de alunos estrangeiros, por ESCOLAS
VISITADAS

2 o novo currículo, nos horários de estudo exemplo.


coletivo da escola, começou a ser feito
concomitantemente às formações realizadas A coordenação pedagógica fez interferências
pela DRE. A coordenação deixou a cargo de pontuais para explicitar a estrutura da
cada professor definir quantos encontros formação e ajudar a fomentar as discussões,
seriam necessários, em cada caso. em temas controversos.

O professor David Pereira, de História, por


exemplo, fez uma síntese do que considerou
mais importante compartilhar com os
colegas, após três encontros de formações
na diretoria regional. “Não vou ficar lendo
/// 1. As coordenadoras Mônica Moreira e Silvana o currículo, porque isso qualquer um pode
Assunção consideram um ganho ter grupos de fazer sozinho”, adiantou. David utilizou
estudos de professores na escola para discutir a
realidade da sala de aula. 2. O professor David Pereira
cartazes para introduzir conceitos históricos
diz: “É importante estar amparado pelo currículo”. importantes para colegas das outras áreas,
///// Escola José de Alcântara Machado Filho
LINHA DO
TEMPO

1
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4
5
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7
8

Região: Sul
DRE: Butantã
ESCOLAS
VISITADAS

Número de alunos (2017)


1º ao 5º ano: 305
6º ao 9º ano: 209

Ideb (2015)*
1º ao 5º ano: 4.6
(média nacional 5.3)

0 5 10

6º ao 9º ano: 1.3
(média nacional 4.1)

0 5 10

Fonte: QEdu | * Foram utilizados os dados do


Ideb 2015, pois algumas das escolas visitadas
não tiveram número suficiente de alunos
participantes no Saeb para ter os resultados de
2017 divulgados.
Escola José de Alcântara Machado Filho

LINHA DO
TEMPO

NA ESCOLA JOSÉ DE ALCÂNTARA, os O currículo de cada componente curricular 1


professores preferiram aguardar o término ficou sob a responsabilidade de uma dupla de 2
das formações na DRE para ter uma visão professores, que teve 15 dias para se preparar 3
geral das novidades e, então, no segundo e apresentar suas considerações sobre as 4
semestre, compartilhar o que consideram mais novidades do currículo aos colegas. Em média, 5
importante com seus colegas. foram feitas duas apresentações por encontro, 6
durante o horário dedicado às formações em 7
Ainda assim, os estudos sobre o currículo vêm serviço do PEA (Projeto Especial de Ação). 8
ocorrendo, com a mediação da coordenação
pedagógica, desde o início do ano. Como alguns professores selecionados para
participar das formações na DRE não possuem
Além de seguir as orientações da Secretaria, jornada estendida – ou seja, não participam ESCOLAS
VISITADAS

quanto ao estudo da estrutura geral dos momentos de estudo coletivo dos


do documento, nos primeiros dias de professores – a escola utilizou um recurso
planejamento anual, e do estudo da parte previsto na rede de pagamento de hora-extra
introdutória, comum a todas as áreas, ao longo para que esses educadores possam ir à escola
de todo o mês de março, a escola organizou fora do horário de suas aulas e compartilhar
seminários por componente curricular, ao as formações com os colegas.
longo do primeiro bimestre letivo.

/// Os coordenadores Alexandre Lima e


Cláudia Perez organizaram seminários sobre
o currículo, apresentados por duplas de
professores de cada componente.
LINHA DO
TEMPO

1
2
3
4
5
6
7

Balanço da Implementação
8

Todo processo de revisão curricular demanda formação de


professores. É preciso planejar-se para atendê-la, num modelo ESCOLAS
VISITADAS

mais ou menos centralizado, a depender do tamanho da rede.


Também é importante proporcionar condições objetivas para o
estudo coletivo do documento, nas escolas, e prever um tempo
de transição, antes de mudar as avaliações externas.
///// BALANÇO DA
IMPLEMENTAÇÃO

Formação: questões partir situações concretas. Além disso, visual, sonora e digital), por exemplo – é LINHA DO

permite mostrar como certas propostas ainda um desafio para a maioria das redes
TEMPO

metodológicas 1
curriculares consideradas, a princípio, “fora educacionais. Em São Paulo, os primeiros
 s abordagens práticas e a troca de
A da realidade” são perfeitamente viáveis. encontros de formação do novo currículo 2
experiências estão entre os aspectos voltados a esse tipo de conhecimento vêm 3
mais valorizados pelos professores Apresentar projetos já realizados por se dedicando a estimular um raciocínio 4
nos cursos de formação. professores da rede, que sejam alinhados de conexão entre os componentes 5
às propostas do novo currículo, também curriculares e os diversos tipos de 6
P
 ropor aos professores que se coloquem pode ser uma boa estratégia para mostrar saberes. Além disso, vêm lançando mão 7
na posição de alunos e realizem atividades aos professores como é possível colocar de metodologias ativas, envolvendo 8
alinhadas ao novo currículo é o tipo em prática propostas inovadoras do os participantes em atividades de
de estratégia que, além de produzir documento, com as condições já existentes. autorreflexão, discussão em grupo
engajamento, oferece recursos imediatos A estratégia foi utilizada nas formações e elaboração de propostas coletivas,
para a implementação curricular – afinal, os de Tecnologias para Aprendizagem e num com exposição verbal e visual. ESCOLAS
VISITADAS
educadores, tendo já “testado” a qualidade seminário sobre os ODS, durante o primeiro
das propostas, podem desenvolvê-las com ciclo de formações sobre o novo currículo,
seus estudantes, fazendo as adequações em São Paulo.
que julgarem necessárias. Convidar os Formação: modelo
professores a criar, em grupos, seus descentralizado
Realizar formações que, de fato, subsidiem
próprios projetos em diálogo com o os professores a trabalhar temas e  arantir unidade e qualidade é um desafio
G
currículo, também pode render ideias competências comuns às várias áreas do para qualquer rede, quando se opta por
para colocar em prática com os alunos. conhecimento – capacidades de dialogar um modelo descentralizado de formações
e colaborar; recorrer à investigação, – ou seja, alguns profissionais participam
 chamada “tematização da prática” –
A reflexão, análise crítica, imaginação e de cursos oferecidos pela Secretaria e,
reflexão teórica sobre a prática docente criatividade; ou se expressar por meio de depois, passam adiante os conhecimentos
– proporciona discussões complexas a diferentes linguagens (verbal, corporal, adquiridos, em suas regiões. Compartilhar

Um programa de formação subentende que você tem que se colocar diante do professor e oferecer
informação a ele; daí, ele tem que ir para a sala de aula, fazer coisas construídas por ele – ou por
imitação do que viu – trazer de volta e analisar. É um vai e vem permanente”.
TELMA WEISZ, ASSESSORA EM LÍNGUA PORTUGUESA
///// BALANÇO DA
IMPLEMENTAÇÃO

pautas detalhadas e materiais de apoio Formação: recursos humanos Formação: questões LINHA DO

– slides, vídeos e textos, dentre outros –


TEMPO

Se a rede não possui um número suficiente de ordem prática 1


pode ajudar a superar essa dificuldade.
de formadores em todos os componentes  ecnologias simples e gratuitas, como
T 2
curriculares, pode ser uma boa estratégia o Google Drive, são úteis não apenas 3
 ornecer, por escrito, orientações
F
selecionar professores parceiros para na fase de elaboração, mas também 4
básicas para as unidades regionais que
ajudar a ministrar as formações. A durante a implementação curricular, para 5
irão multiplicar as formações – número
rede municipal de São Paulo utilizou compartilhar pautas, slides, vídeos, textos 6
de encontros, carga-horária, periodicidade,
este recurso, convidando os chamados e outros materiais utilizados nos encontros 7
atribuições de cada parte envolvida e
professores-referência para ministrar de formação. O WhatsApp também segue 8
contato de pessoas de referência para o
cursos em sua região, com o apoio de contribuindo para uma comunicação
esclarecimento de dúvidas, por exemplo –
formadores mais experientes das Diretorias mais rápida, além de ajudar a manter
também pode ajudar a organizar processos
Regionais de Ensino. É importante ter em o engajamento dos envolvidos.
formativos regionalizados.
mente um perfil de professores parceiros ESCOLAS
VISITADAS
que, além de uma prática docente exitosa,  a falta de espaço físico da própria
N
S
 e o modelo adotado para as formações
sintam-se confortáveis no diálogo com Secretaria de Educação ou de unidades
sobre o novo currículo for semelhante
os colegas e sejam comprometidos com regionais para a realização de formações,
ao de São Paulo – que só se completa
o compartilhamento dos conhecidos o pedido de cessão de auditórios e salas
com o compartilhamos dos conhecimentos,
adquiridos. Selecionar professores que de aula a universidades, de forma gratuita,
por professores multiplicadores, nas
tenham participado de maneira mais pode ser uma boa opção.
escolas – é fundamental que se encontre
próxima do processo de elaboração do
maneiras de garantir a participação de
currículo tende a facilitar o processo. É
 interessante avaliar a possibilidade de
todos os educadores nos momentos
de compartilhamento das informações. oferecer a mesma formação em mais
de um horário – de manhã e à tarde, por
exemplo – para viabilizar a participação
de professores que dão aulas em períodos
diversos e em mais de uma escola.

A formação continuada na escola é um grande ganho. É um grupo de estudos com


oportunidade de discutir questões reais e ampliar a reflexão sobre a prática. A troca de
experiências também é importante – muita coisa legal acontece na sala de aula e fica lá”.
SILVANA ASSUNÇÃO, COORDENADORA PEDAGÓGICA DA ESCOLA GUIMARÃES ROSA
///// BALANÇO DA
IMPLEMENTAÇÃO

 interessante organizar o calendário


É Caso os professores da rede não tenham proporcionar o encontro regular entre LINHA DO

de formações de modo que não sejam a cultura de consultar conteúdos em professores de um mesmo componente
TEMPO

retirados de sala de aula mais professores formato digital, é importante imprimir um curricular. Professores entrevistados na 1
do que as escolas são capazes de substituir. número suficiente de currículos e materiais rede municipal de São Paulo apontam a 2
Em São Paulo, as diretorias regionais foram de apoio para não dificultar o estudo necessidade de ter mais oportunidades de 3
orientadas a convocar para as formações e a implementação do novo documento. estudo conjunto e trocas de experiências 4
apenas um professor por dia, em cada com seus pares diretos, como forma de 5
escola, para não conturbar a rotina de A julgar pelo número sensivelmente maior ganhar mais repertório para aprimorar 6
estudos dos alunos. de menções dos professores entrevistados sua prática docente – sobretudo em 7
ao uso dos cadernos de atividades dos momentos de grandes mudanças, como o 8
alunos, em detrimento das Orientações da implementação de um novo currículo.
Recursos didáticos Didáticas produzidas para os educadores,
pode ser interessante fazer um trabalho  interessante aproveitar horários de
É
 e a rede opta por produzir materiais
S
mais focado no uso deste material de apoio. trabalho pedagógico coletivo já previstos ESCOLAS
VISITADAS
de apoio à implementação curricular,
na grade horária dos professores para
voltados a alunos e professores, o ideal
Desenvolver uma plataforma digital que aprofundar os estudos sobre o novo
é produzi-los em paralelo à finalização
contenha atividades práticas, articulando currículo e estimular o compartilhamento
do currículo. Assim, já no início do ano
as propostas do currículo, pode ajudar de experiências.
seguinte, professores e gestores escolares
os professores a compreender melhor o
terão subsídios para começar a colocar
documento e facilitar sua implementação.  importante informar os pais dos
É
o currículo em prática.
estudantes sobre o processo de atualização
curricular, sobretudo em relação ao que
E
 studantes de pós-graduação que
estejam habituados à linha de trabalho
Currículo nas escolas impacta a rotina de estudos dos filhos.
“Alguns pais já conhecem mais ou menos
dos assessores de redação do currículo Pode ser interessante avaliar que condições
a ordem dos conteúdos estudados em
podem somar esforços para a elaboração estruturais precisam ser oferecidas
alguns anos, porque têm outros filhos na
de atividades dos materiais de apoio. às escolas para que elas consigam
escola, e podem ficar sem entender alguma

Se precisar, os professores-referência dão conta de conduzir as formações sozinhos,


tranquilamente, porque acompanhamos a preparação muito de perto”.
SIMONE MANSANO, DIRETORA DA DIVISÃO PEDAGÓGICA DA DRE ITAQUERA
///// BALANÇO DA
IMPLEMENTAÇÃO

mudança”, pondera Ana Paula Sadakane, Demandar relatórios reflexivos – e não primeiras ações formativas não darão conta LINHA DO

coordenadora pedagógica da escola Zilka meramente descritivos – dos professores de contemplar todas as novidades de uma
TEMPO

Salaberry de Carvalho. responsáveis por multiplicar as formações só vez e que, num primeiro momento, a 1
nas escolas pode ser uma maneira de prioridade é ajudar o professor a entender 2
detectar o que, de fato, está chegando os pontos-chave do currículo e a criar 3
4
Monitoramento e Avaliação aos demais professores da rede, em termos intimidade com o documento para conseguir
de informação sobre o novo currículo. estudá-lo e usá-lo com autonomia. 5
P
 edir que os professores respondam 6
avaliações sobre cada encontro de 7
É
 preciso ser transparente também em
formação, por meio de questionários 8
Outras questões estratégicas relação ao tema das avaliações, nessa
simples, com apenas três a quatro perguntas
fase de transição – a avaliação externa
a respeito das principais contribuições  coordenador pedagógico (CP) é
O
do município de São Paulo seguirá sem
e sobre o que precisa ser melhorado uma figura-chave na implementação
mudanças, em 2018, e terá a matriz
(em termos de conteúdo, metodologia, do currículo, nas escolas. Por isso, é
adaptada para o novo currículo a partir de ESCOLAS
VISITADAS
logística, etc), é importante para reorientar importante subsidiá-lo com informações
2019. “Em sistemas muito grandes, o que
os encontros seguintes. Em São Paulo, suficientes para orientar os professores, por
as pessoas precisam é de previsibilidade.
alguns formadores das diretorias regionais meio de formações e materiais de apoio. O
Se a gente muda agora a avaliação, pode
buscaram enfatizar a abordagem prática fato de a SME-SP ter elaborado um volume
parecer que está exigindo do sistema algo
e dar um ritmo mais dinâmico a seus cursos, das “Orientações Didáticas” especialmente
que ele ainda não pode dar – à medida
a partir do feedback dos professores. para os coordenadores pedagógicos foi visto
que o documento foi entregue às escolas
com bons olhos nas escolas e DREs visitadas.
no início do ano e as primeiras formações
D
 estacar profissionais da Secretaria para
ainda estão acontecendo. O importante
acompanhar pessoalmente encontros É natural que o primeiro ano de
da avaliação é ajudar a melhorar a nossa
de multiplicação das formações, em implementação curricular gere muitas
prática; a avaliação não tem objetivo de
unidades regionais, ajuda a identificar expectativas e algumas angústias frente
ranquear, penalizar – já ficou provado que
demandas de aprofundamento formativo às mudanças. Por isso, é importante que a
isso não funciona.”, esclarece o Secretário
e de melhoria nas metodologias utilizadas. Secretaria de Educação tenha o cuidado de
de Educação, Alexandre Schneider.
aplacar ansiedades, deixando claro que as

É importante o professor estar amparado pelo currículo – até para não ter medo
de abordar alguns assuntos que, às vezes, geram questionamentos”.
DAVID PEREIRA, PROFESSOR DE HISTÓRIA DA ESCOLA GUIMARÃES ROSA
LINHA DO

Para mim, o mais importante, em qualquer processo como este, TEMPO

1
é garantir a coerência – coerência com a história do local onde está 2
se desenvolvendo o currículo; coerência entre aquilo que você propõe 3
e aquilo que você faz – não adianta dizer que o processo é colaborativo, 4
5
se você não proporcionar que ele o seja; e coerência do ponto de visa 6
pedagógico – garantir que as formações, os materiais de apoio e a 7
avaliação estejam alinhados ao currículo que você construiu. 8

A segunda coisa é garantir um processo participativo – não por mero


democratismo, mas porque ajuda os profissionais a identificarem aquilo
como algo deles e da rede. Além disso, à medida que os professores
ESCOLAS
VISITADAS

contribuem para o currículo, eles também estão se formando – e isso


vai prepará-los para o próximo passo, que é a implementação.
E, obviamente, é importante ter um planejamento claro do processo
e ter uma equipe que seja guardiã disso, porque uma gestão tem
apenas quatro anos, então, a gente precisa garantir que esse processo
de implementação aconteça ao longo desse período.”
ALEXANDRE SCHNEIDER, SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
LINHA DO
TEMPO

1
2
3
4
5
6
7
8

CONSIDERAÇÕES FINAIS ESCOLAS


VISITADAS

As principais lições aprendidas com as conquistas


e os desafios enfrentados pela rede municipal
de São Paulo, em sua transição curricular.
ESTE RELATO FOI CONSTRUÍDO COM BASE NA EXPERIÊNCIA professores que já atuam de forma articulada, na realização
DA REDE MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE SÃO PAULO de ações relacionadas à revisão curricular; e socializar projetos LINHA DO
TEMPO

de atualizar seu currículo, à luz das discussões trazidas pela escolares presentes na rede que sejam alinhados às propostas 1
Base Nacional Comum Curricular (BNCC). As ações aqui do novo currículo, nos cursos de formação. 2
apresentadas, obviamente, não são replicáveis em todo 3

2
e qualquer contexto. Afinal, a realidade de cada sistema O uso de tecnologias simples e acessíveis tem muito 4
educacional é única. Mas, certamente, há algo de comum a contribuir para o trabalho de atualização 5
6
no processo de traduzir a BNCC em um currículo local, e implementação curricular.
7
e, depois, colocá-lo em prática, que torna relevante este

3
8
compartilhamento de aprendizados. Na redação do currículo, o uso de exemplos e indicações
metodológicas ajuda os professores a compreenderem
Para encerrar este relato, compilamos 10 pontos que o que está sendo proposto. Por exemplo: um professor
pareceram centrais, nesta experiência, acompanhada ao longo pode considerar inviável um objetivo que proponha a escrita de ESCOLAS
VISITADAS

de seis meses. São pontos que resumem as estratégias bem- textos por alunos que ainda não sabem ler. Mas, se o objetivo
sucedidas colocadas em prática pelo município de São Paulo e especifica que essa produção textual será feita através de
também os desafios que a rede ainda está buscando superar. ditado do texto pelo aluno para o professor, a compreensão
torna-se mais clara.

1
Valorizar as experiências da própria rede ajuda a conferir

4
maior legitimidade ao processo de atualização curricular, Quando a rede opta por fornecer materiais de apoio
aumentando as chances de adesão ao novo documento. à implementação do currículo, é importante iniciar a
Isso significa, por exemplo, incluir professores, alunos, gestores produção desses materiais paralelamente à finalização
escolares e demais profissionais da rede na elaboração do do documento curricular. Assim, já no início do ano seguinte,
novo currículo; considerar currículos locais anteriores, no professores e gestores escolares terão subsídios para começar
processo de escrita; formar parcerias com grupos de alunos e a colocar as novas propostas em prática.
5 9
Todo processo de atualização curricular traz consigo O coordenador pedagógico é uma figura-chave na
uma demanda de formação de professores. É preciso implementação do currículo, nas escolas. Por isso, é LINHA DO
TEMPO

se planejar para atendê-la. Essa necessidade pode surgir, importante subsidiá-lo com informações suficientes para 1
inclusive, durante o processo de revisão do documento – orientar os professores, por meio de formações e materiais de 2
se a ideia é incluir os educadores na escrita do novo currículo, apoio especificamente pensados para sua função. 3
é necessário garantir que todos estejam atualizados sobre 4

10
a teoria e a prática dos conteúdos que serão abordados. É interessante que os pais e/ou responsáveis pelos 5
6
estudantes também sejam envolvidos no processo

6
7
As abordagens práticas e a troca de experiências de atualização curricular, tendo a chance de dizer que 8
estão entre os aspectos mais valorizados pelos escola desejam para suas crianças. Além disso, é importante
professores nos cursos de formação. Estruturar que sejam informados a respeito de mudanças significativas no
formações que também promovam conexões entre currículo e sobre questões que impactem a rotina das aulas (por
as áreas e os saberes é importante. exemplo, a substituição de professores nos dias em que estiverem ESCOLAS
VISITADAS

participando de processos de colaboração para construção do

7
É importante oferecer condições estruturais para que todos currículo ou de formações sobre o novo documento).
os professores tenham a oportunidade de se encontrar,
regularmente, com seus colegas do mesmo componente
curricular e com professores de outras áreas para estudar O processo de implementação do Currículo da Cidade segue,
coletivamente o novo currículo e trocar experiências nos próximos meses e anos, com a chegada dos materiais
sobre sua implementação. curriculares para todos os professores; a ampliação dos
acervos de leitura, com aquisição dos livros recomendados

8
Monitorar a qualidade das formações – por meio nos cadernos de apoio; e as formações de aprofundamento,
de questionários de avaliação, relatórios reflexivos entre outras ações. Tudo isso será fundamental para que
dos professores ou observação direta dos encontros, a implementação do documento seja consolidada nas
por exemplo – é importante para orientar correções salas de aula das 555 escolas de Ensino Fundamental
de rota e definir os próximos passos. da rede municipal de educação de São Paulo.
REALIZAÇÃO PARCERIA
Centro de Excelência e Inovação Secretaria
em Políticas Educacionais Municipal de Educação
(CEIPE) - FGV EBAPE de São Paulo (SME-SP)

PESQUISA
Supervisão APOIO
Talita Nascimento Fundação Lemann
Eduardo de Sá

Pesquisa de campo e edição


Naiara Magalhães

Fotos
Nathalie Artaxo e SME-SP

Projeto gráfico e diagramação


Estúdio Labirinto

Revisão
Raquel de Oliveira
REALIZAÇÃO PARCERIA APOIO

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