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Joachim de Posada e Ellen Singer -O MOTORISTA E O MILIONARIO Uma histéria sobre as escolhas que nos levam ao sucesso ou ao fracasso ‘Titulo original: Don’t Bat the Marshmallow... Yet! Copyright © 2005 por Joachim de Posada, Ph.D. ¢ Ellen Singer Copyright da tradugao © 2007 por GMT Editores Ltda. ‘Todos 0s direitos reservados. tradugdo: Marcia Claudia Reynaldo Alves prepare’ de originais: Virginie Leite revisdo: Sérgio Bellinello Soares e Tereza da Rocha projete grdfico « diagramiagéo: Marcia Raed capa: Miriam Lemer pré-impressiin: 0 de casa. impressdo ¢ aeabamento: Bartira Grafica e Editora StA CIP-BRASIL, CATALOGACAON SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVIOS, RU P887m Posada, Joachim cd ‘0 motorista ¢ 0 miliondrio / Joachim de Posada ¢ Ellen er; trudugdo de Maceia Claudia Reynaldo Alves, = Rio de Janeiro; Sextante, 2007, Tradugdo de; Don't eat the marshmallow... yet! ISBN 978-85-7542-207-4) 1. Finangas pessoais ~ Aspectos psicoldgivos: 2. Riqueza — Aspeetos pricolégicus. 3. Sucesso, 1 TL. Titulo. OS4OL 77. CDU 330.567.2 Todos os dircitos reservados, no Brasil, por GMT Editores Lida. Rua Voluntérios da Patria, 45/1.404— Botafogo 22270-000 — Rio de Janeiro — RJ Tel.; (21) 2286-9944 — Fax: (21) 2286-9244 E-mail: atendimento@esextante.com-br Para minha filha Caroline, que desde a primeira vez que ouviu essa doce teoria a adotou com p: dio, persisténeia e coragem. Ela é a melhor filha do mundo ¢ tenho muito orgulho de ser seu pai. JOACHIM As mulheres mais ineriveis e conhego — minhas filha: A sabedoria e a fibra delas sto fonte de inspiragao para todas as minhas realizagdes. ELLEN SUMARIO Antes da parabola 9 A panibola 17 1. Devorar todos os bombons é uma atitude autodestrutiva 19 2, Pessoas bem-sucedidas cumprem suas promessas 25 3. Treinando para resistir ao bombom: A importancia da confianga ¢ o poder da in uénecia a3 4, Q que as pessoas bem-sucedidas estao dispostas a fazer 42 5. A multiplicagao dos bombons; Obedecendo a regra dos 30 segundos 6. Uma mentalidade yeneedora: A recompensa da gratificagao adiada 65 7. A equagiio de bombom: Propésito + Paixdo = Paz de Esptrito 73 8. 0 lado sentimental do bombom 79 Depois da parabola a3 Nota do autor 103 Agradecimen 105 ANTES DA PARABOLA N ascide em bergo de ouro mas langado na pobreza durante vos do fra- aadolescéncia, aprendi muito mais sobre os casso do que sobre os segredos do sucesso, Embora meus pais tenham conseguido se reeuperar depois de perder tudo na meia- idade, eles jamais recobraram a mentalidade da prosperidade @ eu absorvi seus medos de uma forma muito intensa. Esses temo- wléncia financeira e, de res alimentaram meu desejo de indep certa maneira, me levaram a ganhar a vida ensinando as pessoas como ser hem-sucedidas. Passei a dar palestras motivacionais que influenciaram milhares de executives ¢ atletas profissionais a baterem suas metas aplicando valiosos princfpios do sucesso. ando de Contudo, n o percebi naquela ocasiao que estava dei lado um termo importantissimo da equagao. dos bombons ¢ minha vida Até que um dia eu li sobre a tear mudou — do mesmo jeito que a sua vai mudar — para sempre, Depois que minha fumflia perdeu tudo, as coisas nunca mais voltaram a ser como antes. Meus pais mudaram muito e eu tam © MOTORISTA EO MILIONARIO bém. Acho que papai vivia apavorado com a possibilidade de falir outra vex e, por conta disso, se tornou excessivamente eauteloso. Mesmo apés ter recuperado a fortuna, continuo dirigindo um velho Chevrolet, $6 se permitiu comprar uma Mercedes aos 81 anes (e mor la dois anos depois), No fun- eu de forma ro. Minha sentes, carros de do, eu compartilhava os mesmos medos, mas diametralmente oposta, esbanjando todo o me! vida era de opuléncia: viagens, mulheres, pr tillimo, 0, jdias caras. Nao poupava um centavo sequer e pas- tava mais do que ganhava. Devorava todos os meus bombons assim que botava as maos neles. Acsta altura, voré deve estar pensando por que meu pai nao me fez parar. Por que niio tentou inculir em min os valores finan- ceitos que havia aprendide? Ele nunea me ensinou o segredo das pessoas bem-suicedidas porque nao sabia qual era. Meu pai foi eapaz de pér em pnitica alguns prinefpios essenciais nao por conhecer a férmula do sucesso, mas por ter medo de perder tudo de nove. Quando yocé é rico e de repente fica sem um tostao, aprende importantes ligdes de yida, mas nem sempre sobra tem- po para pensar sobre elas ¢ muito menos para passd-las adiant Por isso, 0 sey redo do sucesso continuou sendo um mistério para mim —um mistérie que mais tapde resolvi d r. Queria nao 86 compreendé-lo como também ser eapaz de explicar: * Por que algumas pessoas chegam Ia e outras nao, * Por que algumas pessoas sfo bem-sucedidas enquanto ou- tras falham, 12 ANTES DA PARABOLA * Por que 90% das pessoas que chegam aos 65 anos nfo sie endentes financeiramente e tém de continuar trabalhando ind ou viver da previdéneia social ou rezar para que os filhos ler- nem a faculdade, arrumem um bom emprego ¢ possam ajuda- Jas na fase final da vida. vacionais hi mais ¢ Comecei a dar palestras ma N conte verfado, jé falei para platéias em cerca de 30 pai -ias para algumas das melhores empresas do mundo, tendo angariado uma longa lista de clientes. Também trabalhei na drea esportiva, motivande atletas da NBA —a Associagao Na- cional de Basquete dos Estados Unidos — e das Olimpiadas. E descobri que a questiio central é a mesma: por que alguns atle- tas chegam ao topo e outros nao? Evidentemente nao s¢ ta apenas de talento ou habilidade. O mundo esta cheio de atletas brilhantes que nunea foram bem-sucedidos e de outros menos talentosos que construfram earreiras vilorios 0 desejo de desvendar a segredo da sucesso me levau a pes- ‘onhecimento de quisar esse tema a fundo. Foi assim que tome um estudo comportamental realizado por um proeminente psic6- logo americano, Dr, Walter Mischel, lo neste momen- Nao vou entrar em detalhes sobre esse es! to, mas precisa lhe dizer uma coisa agora: ex descobri o segredo = ja sei por que algumas pessoas tém sucesso € outras uma ligdo tao importante que deeidi eserever este livro, Preste alengio no que vou lhe dizer: todo mundo tem de aprender a teoria do bombom. Compreendé-la pode signific: Me OO Se G@ MOTORISTA EO MILIONARIO diferenga entre ser rico ¢ ser pobre. O segredo do sucesso deve ser transmitido a todas as criangas do mundo. Ensinei-o a mi- nha filha. Agora quero passd-lo a yor, para que repasse aos seus filhos. Este livro é para empresdrios, funciondrias e colaboradores, para allelas © pessoas que querem vencer na vida, para profes- sores, que tém a enorme responsabilidade de eduear nossos jovens, e, sem diivida, para os adoleseentes que querem mudar de atitude, a fim de alcanar sucesso na vida. Mag. antes de comecar a leitura da parabola do bombom, reflita a respeilo desta histéria: trés ras desciam o rio em cima de uma folha, Uma delas decide mergulhar. Quantas ras perma~ necem em cima da folha? A maioria das pessoas vai responder “duas”. Errado. As trés ras continuam em cima da folha. Como assim? Ora, decidir pular e realmente pular sio duas coisas completamente diferentes. Quantas vezes vocé decidiu fazer dieta para perder peso e descobriu trés meses depois que os mimeros da bulanga nao se al- teraram? Quantas yezes resolveu parar de fumar, mas no resistiu e acendeu um cigarro na primeira vez que saiu com os amigos? Quantas vezes tomou a deci do de arrumar seu quarto no fim de semana, mas na segunda-feira a hagunga estava pior do que antes? Se isso soa familiar e gera algum sentimento de identificagao, espero que vocé realmente decida ler este livro e aplicar seus ensinamentos, a que lhe permitiré dar um salto para o sucesso. 0 filésofo e ensafsta inglés Francis Bacon declarou: “Saber é 14 ANTES DA PARABOLA poder.” Ele estava certissimo, mas faltou uma palavra para que Se vocé sabe mas nfo usa seu conhecimento, entio ndo sabe, sua afirmativa fosse & prova de erros: “Usar o saber é poder Simples assim. Leia o livro € pratique tudo o que aprender. Sua vida vai pas- sar por uma revolugao. Aprendi o segredo. Parei de devorar todos os meus bombons. Quando terminar esta leitura, vocé também terd parado de comer 0s seus. A PARABOLA 1 DEVORAR TODOS OS BOMBONS E UMA ATITUDE AUTODESTRUTIVA N onnalmente tranqdilo ¢ seguro de si, Jonathan Patient pare- cia um poueo abatido ao deixar uma tensa reunido de ne- gécios. Ao entrar na limusine, pode ver seu molorista enfiando na boea 0 diltimo pedago de hambiirguer coberto com ketchup, ~ Arthur, voo@ est4 comendo o bombom de novo! — disse, e tom de reprovagao, — Bombom? - Arthur ficou surpreso tanto pela rispidez do ehefe como por suas palavras, (O magnata do mercado de tec- nologia era conhecido por usar e abusar de metdforas.) — Para falar a verdade, era um Big Mac, Nao ligo muito para doces, Nem me lembro da tiltima vez que comi um bombom, Deve ter sido na Pascoa... ~Calma, Arthur, Sei que vocé nao estava camendo um bom- bom de verdade. Sé que passei a manha ao lado de “devoradores de bombons” © fiquei decepcionade ao ver voc® fazendo a mesma coisa. © MGTORISTA EO MILIONARIG. — Estou sentindo que vem uma histéria por af, Sr. Patient. — Isso mesmo, Arthur. Vou contd-la a caminho de casa. A Esperanza esta preparando uma magnifica paella, que vacé ado- ra, se me recordo bem. Pedi a ela que comegasse a servir as idir como 13 horas, ou seja, daqui a 20 minutos, o que vai coin ponto central da minha histéria, como vocé vera. 02 — Mas 0 que o bombom tem a ver com — Paciéncia, Arthur, Puciéneia. Logo, logo vocé vai saber. Arthur deu partida na luxuosa limusine Lineoln e se embre- nhou suavemente no irinsito do centro da cidade. Depois, enfiou exemplar do New York Times com as palavras cruzadas quase terminadas no pdra-sal do lado do carona. Jonathan Patient aco- modou-s¢ rio assento de couro do Banco traseiro ¢ comegou a falar. . . * — Aos quatro anos, participei de um estudo que mais tarde se tornou bastante conhecido, Nao que cu fosse uma crianga espe- cial. fazia MBA em Stanford, e um de seus professores estava pro- implesmente tinha a idade certa no momento certo, Meu pai curando meninos © meninas do préescolar para fazer parte de uma experiéncia sobre as efeitos da gratificacdo adiada. Basi- camente tratava-se do seguinte: eriangas como eu eram deixadas sozinhas numa sala. Um adulto entrava e colocava um bombom na nossa frente, Em seguida, dizia que precisava sair por 15 minutos € ayisava que, se 4 gente ndo comesse 0 doce enquanto ele estivesse fora, ganharia um segundo bombom na sua volta, 20 DEVORAR TODOS OS BOMBONS £ UMA ATITUDE AUTODESTRUTIVA — Dois por um. Um investimento com 100% de retornol Mes- mo para uma crianga de quatro anos, era uma siluagio bem in- leressante — comentou Arthur com hum — Com certeza. Mas, aos quatro anos, 15 minutos é um tempo muito longo. E, sem um adulto por perto para dizer nde, era tesistir 4 tentagaio — lembrou Jonathan. — Eo senhor comeu o bombom? — Nao, mas fiquei tentado uma diizia de vezes. Cheguei a lam- béto. Estava morrendo de vontade de saborear aquele hombom. Tentei cantar, danga qualquer coisa que me distraisse. Depois do que pareceu horas de espera, a simpatica mulher voltou. = E ela the deu mais um bombom? ~ Deu sim, E foram os dois melhores bombons que j comi na minha vida. — E qual era o propésito da experiéncia? Eles lhe disseram? — perguntou o motorista, — Nao na époea, S6 vim a saber muitos anos depois, Os mes- mos pesquisadores fizeram o possivel para encontrar o maior niimero de “criangas do bombom” — no primeiro estudo éramos cerca de 600, eu acho —e pediram aos pais que avaliassem os filhos em uma série de habilidades e care teristieas pesso: o que seus pais disseram a seu respeito? — Nada. Eles nunca receberam o questiondrio. Naquela altu- Mi, eu jd estava eom 14 anos ends haviamos nas mudado algu- mas vezes. Con do, 03 pésquisadores encontraram umas 100 y ‘ 3 ‘ famflias do hombom”, e os resultados foram impressionantes. Deseobriram que as eriangas que nio comeram o doce. ¢ até a1 © MOTORISTA EO MILIONARIO aquelas que resistiram a tentagdo por mais tempo, safam-se me- Ihor na escola, tinham mais facilidade para se relacionar social- mente ¢ administravam o-estresse melhor que as criang: devoraram o bombom assim que o adulto saiu da sala. Aqueles que — Vamos voltar ao comentério que cu fiz quando o vi comen- do aquele Big Mac. Ou melhor, tente lembrar o que vocé me disse hoje de manha sobre a paella da Esperanza. Ela nao tinha ‘pioaigiido wat prato’eapiiehiado pales voce comer io almnga? — Para falar a verdade, ela disse que reseryaria a melhor parie asm Agee Gent maid ago —teveloulAnthiineontinde-y mas nao era para eu lhe contar. — E, mesmo com toda essa mordomia, 0 que vocé estava fa- zendo 30 minutos antes de ela the servir a melhor paella da cidade? —Comendo um Big Mae... comet Jo bomhom! AgGmlenena). DEVORAR TODOS O8 ROMBONS & UMA ATITUDE AUTODESTRUTIVA = fsso mesnin, Preferiu a gratificagdo instantinea, em ver de — Puxa vida, © senhor tem toda a razaio. Mas ainda nfo enten= di a moral da histria. Serd que comer ou nao comer as bombons tem alguma relagao com o fato de o senhor estar sentado no baneo traseiro da limusine, relaxando, enquanto eu estou aqui, dirigindo? ~ Arthur, o que posso Ihe dizer é que acredito que @eapacis) Amanhii, no trajeto até o escritério, eu the explico um pouce mais sobre a teoria do bombom. Espero vocé as nove horas. Es- tou ansiosa pelo almogo delicioso que esta me esperando. E voc@, Arthur? O que vai fazer? — Ficar longe da Esperanza até que tenha apetite de novo. . . * Arthur saltou, abriu a porta do carro ¢ depois a da casa para Jonathan Patient. Além de lhe pagar um bom salério, o Sr 2 PESSOAS BEM-SUCEDIDAS CUMPREM SUAS PROMESSAS 4 D aaeeenesgeaamaameea Nao consigo parar de pensar nela, — You lhe explicar o maximo que for posstvel durante o traje- to alé o centro, mas podemas continuar conversando nos nossos préximos percursos ¢ tentarei esclarecer tuda 0 que vocé quiser saber. Pessoa bem-sicedidas eumprem suas promessas Arthur ~disse Jonathan, acomodando-se no banco de tras, enquanto 0 motorista seguraya a porta aberta. rrp histéria. Arthur? 25 OQ MOTORISTA EO MILIGNARIO. —Pois nao, Sr. Patient! — apressou-se o motorista, ainda segu- rando a porta traseira. — Se vocé entrar no carro, vai ouvir mais depressa a histéria do bombom, — Opa! Desculpe, Sr. Patient. O motorista ajeitou o quepe na cabega e, ligeiro, entrou no carro e ligou © motor. = Performance limitada. Falou bonito, Arthur! E por isse que voeé resolve palavras eruzadas com tanta facilidade. — Obrigado. Sempre fui bom com palavras, Pena que nao tenha muita chance de usé-las, — Se quiser. voeé pode mudar isso, Arthur. Vou lhe mostrar como, Mas, antes, tente se lembrar de seus tempos de devorador de bombons. Vamos comegar por quando vacé era jovem. Que lipo de carro dirigia? — Puxa, Sr. Patient, tinha o carro mais baeana de todos! Um Mustang vermelho, O xod6 das garotas. Até a menina que foi eleita miss da cidade deu uma volta de carro camigo. —E foi por isso que vocé escolheu o carro? — Para pegar as garotas mais bonitas? Claro! E funciona- va! Meu caderninho de telefone era recheado, de Angélica a Zélia, PESSOAS BEM-SUCEDIDAS CUMPREM SUAS PROMESSAS. — Eu acredito. E como conseguiu pagar 0 carro, Arthur? Poi um presente? — Nao, meu pai me deu um dinheiro quando fiz 18 anos que eu usei para dar a entrada. Depois tive de arranjar dois empregos: um para pagar as prestucdes e 0 seguro e outra para ter dinheire para gastar com as meninas que queriam sair comigo, Mas, se o carro precisasse ir para a oficina, a situagio se complicava. Eu era obrigado a fazer horas extras para conseguir consertar o carra antes do fim de semana, Estava no vermelho o tempo todo. uncatrordirijo@ seu, Quanto as mulheres, as mais sofisticadas certamente nao esido interessadas em um sujeito que usa quepe de motorista, & deprimente, Sr. Patient. Mas o sonho de todo mpaz nao € ter um carrao e as garolas mais bonitas? Nao acon- leceu o mesmo com o senbor? — Claro que eu também queria isso, Arthur, Morria de inveja de caras como voeé! Quer saber que carro eu dirigia naquela época? Um Fusea com 10 anos de uso, 9 earn mais barato que pude encontrar, Mas ele me levava para toda lado, do trabalhe para a faculdade, e ocasionalmente eu convidaya uma menina para dar um passeio. Nem eu nem o carro atrafamos as garotas mais espelaculares. Porém, preferi investir meu dinheiro na fa- O MOTORISTA EO MILIONARIO culate, pois aereditovs que’ as studs eram a chave: para eu a. — Milhoes de bombons, Sr. Patient. E tenho eerteza de que algumas doguras de sabor e aparéncia excepcionais... Quando o senhor era solteiro, é claro. — 1, tem razao, Arthur—disse Jonathan com um sorriso >, em bora esse nfo fosse 9 exemplo que cu tinha em mente, PRESte veria ter fieado com o délar, pois assim ganharia mais de 500. milhdes de délares. Contudo, vocé optou por um tinico milhio, — Nao é possfvel! Nao consige acreditar. Porém, como 0 se- nhor jamais mentiu para mim, deve ser verdade. PESSOAS BEM-SUCEDIDAS CUMPREM SUAS PROMESSAS de responder a todas as suas perguntas. Mas vou The dar unt dep TT PSNI quando reclamei que as pessoas que estavam ma reunido eran idggoeedorestlerbpatioeez] —Lembro, sim. Acho que foi a primeira vez que vi sua grava- ta fora do lugar, Sr. Patient. — Pois €, estévamas negociando com uma grande empresa da América Latina nossos cursos de lécnicas de venda via internet. Eles queriam comprar apenas um curso, 0 que mesmo assim repre- sentaria um negécio de | milhao de délares. por causa do tamanho da companhia. Como sempre, eu estava tentando vender um pacote mais completo de servigos, cursos ¢ semindrios, o que significaria 0 estabelecimento de um relacionamento de longo prazo com a empresa — um contrato de 10 milhdes de délares para comegar e uma promissora ligaedo com o mercado latino-americano. ~E 0 que foi que aconteceu? — Como o presidente da empresa nao eslava na cidade, seu vice entrou em contalo para marcar uma reuniao conosco. Nosso vice-presidente de vendas foi ao encontro ¢ fechou o negécio do jeito que o vice-presidente deles disse que queria: um pacote de: 1 milhao de délares. O/ que elewdeveria ter feito, Isso acontece o tempo todo, Arthur, em milhares de empresas no mundo inteiro. © MOTORISTA EG MILIGNARIO ~ Entao sua empresa fechou uma-venda de 1 milhao de déla- res, Nao exatamente o que o senhor queria, mas também nada de se jogar fora, né? — Nao assinamos nada até agora. E a situagao estd cada vex pior. Ontem o presidente da empresa me ligou, querendo saber por que hayfamos voltado atrds na nossa preposta de um rela- cionamento de longo prazo. — Sera que ainda da para contornar essa crise? — Eo que vou descabrir hoje, Arthur. Seja como for, este seri um longo dia, talvez uma longa noite também. Vocé pode valtar para casa, Ligarei quando precisar que venha me buscar. — Boa sorte, Sr. Patient. Vou fiear torcendo! — Obrigado, Arthur. * * O motorista volto para a propriedade dos Patient, estacionou na espacosa garagem — grande o bastante para seis carros — ese dirigiu para seu apartamento, na antiga casa do caseiro, onde an PESSOAS BEM-SUCEDIDAS CUMPREM SUAS PROMESSAS. Arthur respirou fundo e entrou no apartamento decorada com simplicidade, Pegou a caixa de bombons que havia comprado na véspera, abriu-a e ia coloeando um na boea quando, de repente, parou e © deixou em cima da mesinha-de-cabeceira. —Se ainda estiver af amanha de manha — falou para si mesmo —, vou comer dois. 3 TREINANDO PARA RESISTIR AO BOMBOM & IMFORTANGIA"DA’CONTTANGA'E 0) PODERIDATINFLUBNCIA| A: aeordar na manhd seguinte, Arthur tirau o segundo bom- bom da caixa e pensou em comer os dois. Depois, resolveu esperar. Poderia sabored-los quando veltasse para casa, & noite, ou comer quatre na manha seguinte. No momento, estava famin- to de informacdes que Jonathan Patient pudesse lhe dar e tinha um percurso de no minimo uma hora para consegui-las. O chefe havia pemoitado na cidade e estava & espera do motorista para levé-lo a uma reunio num local bem distante. — 0 senhor estdé com uma aparéncia 6tima. Matou alguns devoradores de bombons ontem & noite? ~ Nao, mas consegui converter alguns. Tive uma longa come) — Que maravilha, Sr, Patient! Estou impressionado. O senhor aa © MOTORISTA £ © MILIGNARIO . Sr, Patient. Esta r ~Claro ques vionada com a teoria dos bombons? — Primeiro eu lhe conto a | Arthur. Depois yore faz sua propria andlise ¢ me diz a que conclusdo chegou. — Esta bem. Sou todo ouvidos, ~ Ha muitos anos, tive 0 —_ de conhecer Arun Gandhi, neto do grande Mahatma Gandhi, teense 7 brineowr 0 moterista, — Com freqiiéncia. ele nao comia nuda, ee nial — Voeé esta certo, Arthur, E Mahatiia Gandhi era bem modes- to a respeito de suas conquistas pacific Sabe o que ele disse —N&o, mas o senhor vai me contar, no €? — 8e me lembro bem das palavras, foi algo assi “Asseguro a (PESlorgo e fi, 0 senhor acredita nisso? TREINANDO PARA RESISTIR AO BOMBOM = Acredito, sim, Sao caminhos mais longos para 0 sucesso. |porém mais promissores ¢ com maiores recompensas, — Bombons gigantes! Entao, o que aconteceu quando 4 senhor conheceu a neto de Gandhi —Ele tinha um respeito enorme por Mahatma, é claro. Seu pai o mandou passar uma temporada com o avd dos 12 aos 13 anos e meio. = Minha mae ter ia adorado poder me mandar para qualquer lugar quando eu tinha essa idade: —E... tenho certeza de que meu pai ee teria adorado. Meninos na pré-adolescéncia sao terrivei: |saro poderde form inieligenteyMahatma, por exemplo, pega va o dinheiro que recehia por seu-autégrafo (ele reconhecia 0 valor da sua assinatura) e o distribuia entre os pobres. Entre- tanto, Arun atribui ao préprio pai a ligdo mais importante que aprendeu na vida, aos 18 anas. Jonathan fez uma pausa e Arthur olhou para ele pelo retrovi- Sor, ansioso para ouvir o restante da histéria. — Arun me contou que certa vez seu pai Ihe pediu que o levas- se alé uma reuniao, depois colocasse o carro na oficina e esperasse 9 conserta fiear pronto para ir buscd-lo no escritéria. as cinco horas da tarde. no miximo. O pai de Arun disse que vinha trabalhando muito e frisou que, naquele dia, gostaria de sair as cinco em ponto. Arun prometeu ao pai que estaria 14 no hordrio combinado. Ele levou o carro para a oficina e ficou aguardando. Por volia das 13h30, quando ia sair para comer alguma eoisa, 0 meednico © MOTORISTA EO MILIONARID. lhe devolveu as chaves, dizendo que tinha acabado o serviga. - Humm, aposto que isso nao vai dar certo. Um rapaz sozinho com um carro durante tantas horas... — disse Arthur. — Vocé tem toda a razdo. Arun resolveu dar uma volta de carro para matar o tempo, parou para fazer um lanche e decidin ir ao ci- nema. Acabou se distraindo com o filme ¢ nao se lembrou de olhar para o reldgio até que a sesso te inou, as 17h30, Correu para o estacionamento e dirigin o mais répide que pode alé o escritério. Sozinhoe de pé,o pai esperava o filho na frente do prédio. Arun pu- lou do carro e pediu desculpas pelo atraso. O pai perguntou: “Filho, ‘9 que aconteceu com vocé? Fiquei muito preecupado. O que acon- teceu?” Arun respondeu: “Foram aqueles estipidos meednicos, pai. Nao conseguiam descobrir 9 que havia de errado com 0 carro e s6 terminaram o conserto ainda hd pouco. Vim assim que pude.” — E qual foi a reagao do pai? — Arthur quis saber. — Ele ficou calado. Nao contou ao filho que tinha telefonade para a oficina, sendo informado de que 0 carro estava pronto desde 0 infcio da tarde, Sabia que o filho havia mentido. Que altitude vocé@ acha que 0 pai tomou? — Deu uma tremenda bronea no garote? — Nao. Eu também pensei que ele tivesse feito isso, mas esta- va errado, — Colocou o filho de castigo por uma semana e 0 proibiu de usar 0 carro? — Nao. — Proibiu-o de ver a namorada, ou mesmo de conversar com ela por telefone, durante um més? 36 TREINANDO PARA RESISTIR AO BOMBOM foi que ele fez? — 0 pai entregou as chaves do carro para Arun e lhe disse: “Filho, va para casa de carro. Eu vou a pé” — 0 qué? — Arun ficou tao espantado quanto vocé e fez essa mesma per- gunta ao pai. Afinal, do escritério até a casa deles, era uma ca- minhada de 15 quilémetros! Agora, escute s6 a resposta do pai: —Sério? E o pai foi realmente caminhando até em casa? Ou s6 fez uma cena para deixar o garoto com sentimento de culpa? —0 pai comegou a andar. Arun entrou no carro, ligou 0 motor e foi dirigindo ao lado dele, implorando para que entrasse no carro. © pai no aceilou a oferta e continuou caminhando: “Nao, Avun foi dirigindo devagar, ao filho. Va para casa, va para cas Jado do pai, por todo o caminho, pedindo, implorando para que entrasse no carro, O pai continuou recusando a carona. Cerca de cinco horas depois, 4s 23h, os dois chegaram em casa. — Impressionante! Eo que aconteceu entio? — Nada, 0 pai entrou em casa e foi para a cama. Depois de au- | — Inerivel, Sr. Patient. a7 © MOTORISTA EO MILIONARIO — E mesmo, Arthur. Eu aprendi muitas ligoes com essa = 0 que 0 senhor aprendew? ~ Antes eu gostaria de saber o que voo@ aprenden, WeEWehd teou calado par varios minutos, 0 que era muito raro. Estavam quase chegando ao destino quando ele di ~ A sada mais fieil para. o problema teria sido aritar, ameagar © baler, ou seja, custigar o rapaz. Se eu fosse o pai, isso teria me Joa melhor coisa a fu pare Tnaquela hora. E me traria uma gra- aed imediata. Contudo, pensando na educagto slo gar, SS _alitude equivaletia @ comer o bombom, 0 © filho se arrependendo... Depois de algum tempo, nenhum dos dando uma bronva, dois se lembraria mais do incidente, Sinceramente, a [illo poderia Sea pa chegado atrasado © mentido, 9 menino se sentiria pur fies ter feito coisas piori ivesse dado uma surra nele por ter lo. Talvez se arrependido, ressentido ou amedrontado, mas 0 episédio acabaria senda considerado uma dessas “bobagens de adaleseen- m, Arthur, concordo cam vacé. A histéria poe em evidén- cia dois aspectos importantes: © tamanho da forga de vontade 38 {infpaMarsuperir O pai de Arun Gandhi persuadiu o filho a TREINANDO PARA RESISTIR AQ BOMBOM — Que outras ligdes 0 senhor aprendeu ser sineero pelo resto da vida. Eu conyenci o presidente da na a assinar um contrato de 10 milhdes empresa latino-americ: {luenciar meu viee-presi- de délares ¢ espero ter conseguido dente de vendas ¢ té-lo feito parar de comer bombens. — Muito interessante, Sr. Patient. Estamos quase chegando ao local de sua préxima reuniao. De certa modo, eu Limento que o iransito no estivesse mais engarrafade, O senhor teria tide a0 © MOTORISTA EO MILIONARIO tempo de me contar outras histérias. Ando fazendo anotagoes. Nao quando estou diriginde, é ébyio, mas ao chegar em casa. Poderia resur © que conversamos hoje? — Claro, Arthur. Anote af; (2SSGsS]H@HESHCeCiHS SIRO TAISS mais uma histéria para ilustrar a que aeahei de dizer. sa 6a minha filosofia. Prometo que amanha the contarei ° ° ° Assim que chegou em casa, Arthur viu os dois bombons em cima da mesinha-de-cabeceira e sorriu. Embora estivesse com fome, ndo se sentiu tentado a comé-los — queria ver quantos con- seguiria juntar. Pegou um caderno e escreveu as ligdes que havia aprendido até aquele ponto: + Nae coma o bombom loge de saida. Espere pelo mo- mento certo, assim podera comer mais hombens. * Pessoas hem-sucedidas cumprem o que prometem. * Um délar duplieado todo dia por 30 dias equivale a mais de 500 milhées de délares. Pense no longo * Para obter o que deseja das pessoas. é preciso que elas confiem em vocé ¢ queiram ajudé-lo. w TREINANDO PARA RESISTIR AO BOMBOM «A methor mancira de conseguir que as pessoas fagam © que vocé quer ¢ exercendo iniluéneia sobre elas. « Pessoas hem-sucedidas estio dispestas a fazer coisas que pessoas malsucedidas nie querem fazer. 4 O QUE AS PESSOAS BEM-SUCEDIDAS ESTAO DISPOSTAS A FAZER Fu Sr. Patient — Arthur foi direto ao assunto assim que Jonathan sentou-se no seu lugar de sempre, no bance tra- seiro da limusine ~ pode me daraleuns examaplosda que:sa nes; — Bom dia, Arthur. - Bom dia, Nao queria ser grosseiro, mas é que estou an- sioso para saber o que € preciso para se lornar uma pessoa bem-sucedida. — Fico satisfeite com seu entusiasmo, Arthur. Nao estou nem um pouco ofendido, Vou tentar lhe dar dois exemplos enquanto vocé me leva ao centro. ~ Obrigado, © MOTORISTA EO MILIONARIO. dos outros na quadea para execular um minueios# ritual, — Ritual? = ue hatia a bola bem devagar por toda a quadta, olhando para o piso o tempo inteiro. Por qué? Ele fazia questaa de cheear cada centimetro — cada centimetro — da quadra para ter certeza ae saberia onde estavam as imperfeigdes. Assim. caso estivesse com a bola ¢ seu time estivesse ganhando ou perden- do per um ponto, ele jamais perderia o controle da bola ao quicdta num determinado local que pudesse desvié-la. — Ele fazia isso em todos 0s jogos? Incrivel! iz y Bird tinha uma habilidade especial eo- mo jogador de basquete: arremessar a bola, Mas faltavam-lhe muitos dos atributos de um craque: ele nao saltava nem cortia muito bem, s6 sabia fazer cesta, Nao era melhor que ninguém em nenhum outro quesito, mesmo assim é considerado um dos 50 melhores jogadores da histéria do basquetebol. © QUE AS PESSOAS BEM-SUCEDIDAS ESTAG DISPOSTAS A FAZER jogadores naturalmente mais talentosas nio conseguiram chegar ld. Dizem que ele praticava 300 arremessos por dia apds o treino. — E mesmo depois de ter chegado ao topo ele manteve essa rotina? Quando. poderia ficar numa hoa, comendo caixas € mais caixas de bombons ¢ usufruindo seu salério multimilionaria? E realmente impressionante — disse 0 motorista. — Em vez de eur tir a aposentadoria, ele continuou dando duro. ~ Pois é, Para ele, cada jogo era como o primeira. Bird enca- — Serd que ha tempo para mais um exemplo, Sr. Patient? Se no se incomodar, é claro. —‘Tenho um outro exemplo tirado dos esportes. Ja vi voce usando um boné da New York Yankees. Torce por eles? _ Adoro heisebol. Sempre que di, vou ver os Yankees jogarem. — Jé ouvin falar do receptor Jorge Posada? Arthur halangou a cabega afirmativamente, — Quando Jorge era bem mais jovem, seu pai, Jorge Luis, per- guntou-lhe se gostaria de jogar na primeira divisdo de beisebal dos Estados Unidos. Jorge Lufs é “olheiro” do time Colorado Rockies e jé jogou na equipe olfmpica de Cuba, de mode que co- nhece muito bem nao s6 beisebol como também outros esportes. © rapaz respondeu que sim: “Claro, quero ser jogador profis- sional ¢ participar dos eampeonatos mais importantes.” O pai “Entao, a partir de amanha, vocé serd virou-se para ele ¢ dis receptor.” Posada protestou: “Mas, pai, sou defensor da segun- da base, nao receptor!” O jovem implorou ao pai que o deixasse © MOTORISTA EO MILIONARIO jogar na segunda base, mas ele foi categérico: “Se quiser jogar na primeira dlivisdo algum dia, voeé terd de ser receptor, Acro= dite em mim, sei do que estou falando.” — Eo rapaz aceitou? — perguntou Arthur, ~ Ele concordou e, no dia seguinte, comegou a jogar como receptor, O treinador do time em que atuava na época niio que- ria um receptor e expulsou-o da equipe. 0 jovem comegou a pro- curar outro time e, finalmente, um deles aceitou-o come reser- va. Um © titular da posigao machucou 0 joelho e Posada entrou para substitul-lo. Nao era muito bom, mas tinha a habili- dade necessiria, ¢ 0 treinador estava disposto a investir nele. Passado um tempo, Jorge Luis Perguntou de novo ao filho se ele queria participar dos times da primeira divisio. Quando Posada falou que sim, © pai surpreendeu-o outra ver: “Bem, entao amanhd vocé comega a rehater com a esquerda.” O rapaz argu- mentou que era destro e recebeu a seguinte resposta: “Se quiser chegar as grandes ligas, voce terd de se tornar um jogador que sabe rebater com as duas maos.” ~ Que loucura! — exclamou Arthur. — Pois 6, mas Posada eoneordou & eomegou a rebater com a esquerda, ‘Bem, em 1998. Jorge Posada imareou 19 homie runs, dox quals’ <0 iss do ses ine conse fig, 46 a CO QUE AS PESSGAS BEM-SUCEDIDAS ESTAD DISPOSTAS A FAZER Berra no recarde de maior niiinero de home runs mamcados por tum receptor na histéria dos Yankees. ’ pgp cto cutee ced ores aoa —Isse mesmo. Concerdou em ser receptor quando achava que ‘a ‘ devia estar na segunda hase, encarou o desalin de aprender rebaler com a esquerda embora fosse desiro. ‘Para ter sucesso, — = Sr, Patient. muito obrigado por me contar essas histérias. Tenho pensada em como aplicar essas ligges em minha ‘ids: Mas tenho uma diivida. Naquela pesquisa do bombom, as crian- cas linham de quatro a seis anos @ parece que ficou SomnpoNe: do que a fato de comerem ou nao os doces no passado foi deter- “nto, 0 que minante para aleangaremi o sucesso no future. Entde, oq) uu? Serd que po- acontece com devoradores de bombons como et demos mudar ¢ ser bem-sucedidos ou éstamos condenados a 5 2, pelo comer todos os bombons que aparecerem ma nossa frente, p resto de nossas vidas? L : = Sempre é possfvel mudar, Arthur, Se eu nao aereditasse nisso, nem perderia tempo lhe contando essas histérias. E claro O MOTORISTA EO MILIGNARTO que é mai | resistir aos bombons na fase adulta se voee liver treinade adiar sua gr: ‘ago a vida toc Mas também seria rebater com as duas mios senda ambidestro, em vez de destro ou eanhoto, O sucesso nto depende de circunstancias: mais [ae pior é qué 6 senhor naa estard por perto para esclarecer minhas dti- vidas. O senhor vai mesmo para Buenos Aires amanha de manha? Anthur anotou em seu caderno naquela noit © sucesso nao depende de vocé ter comido ou deixada de comer o bombom no Passade. O sucesso depende daquile que vocé esti disposie a fazer fornar bem-sucedido amanha. 44 1 QUE AS PESSOAS REM-SUCEDIDAS FSTAO DISPOSTAS A FAZER Arthur abriu a carteira e ficou surpreso ao descobrir que, véspera do pagamento semanal, ainda tinha quase US$ 200. Co saldrio, ele estava eri possfvel? [im geral, no dia em que depositavam seu US$ 20 no bolso — isso quando nio fiea- inha de eatar moedas espalhadas pelo earra, va sem um tostiie Normalmente ele fieava confuso, sem saber para onde o dinheiro tinha ido, Agora estava perplexo, sem saber para onde o di- nheire no tinha Ansioso por descobrir a razdo de ainda ter tanto dinheiro. 0 e fez uma lista: Arthur pegou o cade Dinheiro economizade comendo em casa: USS 70 Ele nao perdeu nenhuma das refeigdes preparadas por Espe~ ranza durante toda‘a semana, Ficou mais tempo em casa — muito mais —e estava sempre presente na hora do. almogo ¢ do jantar. 0 atual emprego oferecia uma mordomia e tanto: ele nie pre~ cisava pastar dinheiro com comida, Podia fazer todas as refeigdes na casa do Sr. Patient, ¢ o melhor é que os pratos cram preparados por uma cozinheira de mao-cheia. No entanto, pelo © MOTORISTA EO MILIONARIG menos duas vezes por dia, ele parava numa lanchonete para comer um “Se poupusse e Desde a compra do Mustang aos 18 anos, ele munca mais conseguira poupar grandes quantias. nduiche ou outra bobagem qualque Dinheiro economizade inde com menos freqiéncia a bares: US$ 50 Arthur nao era de beber muito, mas eostumava ir uma ou duas vezes por semana a algum hare 10. Gaslava, no minimo, USS 20 por noite — isso quando ndo pagava bebida para um colega ou uma mulher interessante. Esta semana tinha ficado tao envolvido pensando na teoria dos bombons, e em como parar de comé-los, que poupou US$ 50 sem nem mesmo tentar economizar. Se fizesse isso toda semana, teria USS 2.600 no final do ano. Dinheiro cconomizado deixando de jogar péquer por uma semana: USS 50 0 motorista ficou tao ecupade fazendo pesquisas na internet, no computador do Sr, Patient, na quinta-feira & noite, que sim- plesmente se esqueceu do jogo. Ele jogava poquer muito bem — nunca tinha perdido todo o seu saldrio, como alguns dos com- panheiros —, mas estaria se enganando dissesse que ganha- va sempre. Normalmente, chegava 14 com US$ 100. As vezes, © QUE AS PESSOAS BEM-SUCEDIDAS ESTAO DISPOSTAS A FAZER voltava para casa com US$ 200, Outras vezes. chegava de bol- sos vazios, Em média, gastava US$ 50 por semana jogando poquer. Entao, esta semana, ele havia poupado US$ 70 em comida, US$ 50 nos bares e mais US$ 50 no péquer. Somando os valores, dava US$ 170. Semana passada, teria ficado feliz da vida se ti- vesse US$ 30 na carteira na véspera do pagamento. Inacredi- tivel. A maior despesa de Arthur na semana tinha sido a eaixa de bombons! O que aconteceria se poupasse essa quantia todas as semia- nas? Seria possivel? Légico que sim, afinal ele havia acabado de eomprovar isso. Mas seria real Comer em casa seria ficil. Mesmo que nia estivesse li na hora da refeiedo, a cozinha sempre estava aberta para cle. Em pouces minutos ele podia preparar um bom bife og um omelete caprichado. Qual era a vantagem de gastar dinheiro com fast- food tendo a disposic¢ao uma saborosa comida caseira’ } E as despesas semanais de USS 50 em hares? Com certeza, continuaria indo a um barzinho de vex em quando, mas, S8(@i2 © MOTORISTA EQ MILIONARIO Eo péquer? Arthur adorava jogar e nfio queria abrir mao des- Se prazer, Arthur fez as contas: Economia com comida: USS 3.640 por ano Keenomia com bebida: US$ 1.560 por ano Economia com jogo de péquer: USS 1.300 por ano Total: US$ 6.500 por ano S6 de brineadeira, Arthur fez mais um célculo antes de fechar 0 cademo, Contou 25 bombons na eaixa que comprou. Ao prego de USS 2,70 a caixa, poderia comprar 2.400 caixas ou 60 mil bom= bons com sua poupanga anual! Ou, quem sabe, algo mais valioso.., A eabega de Arthur estava fervilhando quando ele foi se dei- tar. Ele nao conseguia parar de pensar no que o Sr. Patient Ihe dissera: (QWeS|limiitadas. O que foi mesma que va exalamente das palayras, mas era algo asaim: ele disse? Nao se lembra- © QUE AS PESSOAS BEM-SUCEDIDAS ESTAO DISPOSTAS A FAZER no aeroporto. Foi até uma papelaria ¢ comprou pincéis atémicos & um quadro branco. que penduron em seu quarte. Ent letras bem grandes, escreveu o que tinha aprendido na semana anterior: + N&o coma @ bombom loge de saida. Espere pelo mo- mento certo, pois assim podera comer mais bombons. + Um délar duplicade todo dia por 30 dias equivale a mais de 500 milhdes de délares. Pense no longo praze. + Para obter o que deseja das pessoas. 6 preciso que Mimrrandiechehiesbenncstcematatinee + A methor mancira de conseguir que as pessons facam Era gee creer ine RESET) | * 0 sucesso nado depende do passade nem do presente. o sucesso comecga quande vocé se dispde a fazer coisas que pessoas malsucedidas nao fariam. GO MOTORISTA £0 MILIONARIO Logo abaixo, ele fez a nte pergunta: © que estou disposto a fazer hoje Para fer sucesso amanha? E listou as seguintes respostas: * Fazer as reieicgées em casa. * Gastar menos em bares. * Jogar péquer duas vezes ae més, om vex de uma vex por semana. * Pensar a longo prazo. 5 A MULTIPLICAGCAO DOS BOMBONS OBEDECENDO 4 REGRA DOS 30 SEGUNDOS A rthur era o primeiro na fila das limusines, em frente ao se- tor de desembarque do aeroporto, quando Jonathan Patient relornou de Buenos Aires. Saltou do carro e segurau as malas do ehefe. — Bem-vindo, Sr. Patient! Fez boa viagem? Os argentinos (ra- laram o senhor bem? Deu tempo para dangar uns langos? — Esta tudo bem, Arthur, E com vecé? A yiagem a Buenos Aires foi étima, obrigado. Infelizmente, nao tive nenhuma opor- tunidade de dangar, Mas pensei sobre as nossas conversas du- rante a viagem, Na verdad, a tenia do bombo se aplica tanto. “a paises quanto @ pessoas, Os argentinos, por exemplo, estiio passando por um perfode muito dificil, — Como assim? — Bem, a Argentina é um pats muito rico em termos de recur- Sos naturais, no entante passou por uma grave crise econdmica. Ha muitos anos, 0 pafs era x oitava economia do mundo. Agora, O MOTORISTA EO MILIONARIO. agao ndo estd nada boa. Nao tio ruini quanto em Cuba ou no Haiti, mas em erise de qualquer maneéira, — Por qué? ~ E uma questo muito complexa. Sao viitias as tastes. Cor- Tupgao no governo é uma delas, émbara os argentinos estejam tentando combater esse problema, Outtos motivos sao a falta de Veja, por exemplo, Japio, Cingapura, Maldsia ou Coréia do Sul. O desenvolyimento deles fol muito superior ao de muitos pafses da América Latina. —E por qué? Fain[UHTOR|Aeles? Sou americano descendente de cubanos, por isso lamento profundamente pelos latino-americanos, Eles sido bons ¢ possuem hs condiges necessérias para ser bem-sucedi- dos, Juntos, detém cerea de 35% dos recursos do mundo, porém Sfo responsdveis por apenas 99 da produtiyidade mundial. Precisamos mudar isso, Arthur. Eli dos mes ObjeliveS HUG (Mleangaremmaiarsucesso, 0 uso da internet, que estd erescen- do de forma impressionante, sera fundamental para tird-los da dificil situagdo em que se encontram. ~ O senhor acha que os asidticos sio mais espertos do que os latino-americanos? ~ Nao, Arthur. Ha gente muito inteligente em ambas.us A MULTIPLICAGAQ DOS BOMBONS i i : cultura. regides, Acho que essas diferengas tém a ver com a cultura, — Falando nisso. Sr. Patient, lembra-se de que ha algum tempo osenhor disse que eu podia usar o computador do quarto de jogos? — Claro que sim, por qué? — Bem, espero que nao fique chateado, mas usei-o enquanto o senhor estava fora. Nao tinha certeza se a oferta ainda estava de pé depois de tanto tempo. Sinto muito, se fui inconveniente. —Se me lembro bem, eu the disse que poderia usar 0 compu- tador quando ninguém estivesse usando, desde que fizesse isso com responsabilidade. Nao foi isso? — Sim, senhor. — Vocé usou 6 computador para visitar sites pornograficas? — De jeito nenhum! — Fazer apostas? — Nao. — Entrar em sites de compra e venda para dar lances sem ter condicdes de pagar? - Nao, Sr. Patient, = Se yoc# agiu com responsabilidade, pode continuar a usd-lo. — Obrigado, Nao vai querer saber por que usei o computador? — Nao, Arthur, tenho certeza de que me dird na hora certa, Acho 6timo que se interesse por computadores. Eles sao uma fonte inestimavel de informacao. — Eo que estou deseobrinda, Sr. Patient. —Mais alguma coisa? Um pouco antes de viajar yore me per- guntou a respeito da capacidade de resistir aos bombons. Mais alguma diivida em relagdo a isso?

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