You are on page 1of 63

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS COMO

INSTRUMENTO DE APOIO A TOMADA DE DECISÃO: Um estudo


de caso numa empresa de venda de equipamentos industriais

Manuel Sambalanga Kapingala

HUAMBO/ 2020
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais, Avelino José kapingla e Victória Wambo.

Bernardo Manuel António


AGRADECIMENTOS

A realização desta pesquisa marca o fim de uma importante etapa académica da minha
vida. Como sempre, ninguém atinge a perfeição sem ajuda dos outros, por isso aqui vão
os meus profundos agradecimentos.

Primordialmente agradeço a Deus, o dador da vida, que iluminou o meu caminho durante
esta longa jornada visto que, sem ele nada seria possível que, mesmo com dificuldades
sempre esteve perto de mim; agradeço também pela saúde que incansavelmente têm- me
proporcionado.
SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS ................................................................................................. iii

LISTA DE SÍMBOLOS, ABREVIATURAS E SIGLAS .............................................. iv

RESUMO ..................................................................................................................... v

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1

Estrutura do Trabalho .................................................................................................... 3

CAPÍTULO I- REVISÃO DA LITERATURA .............................................................. 4

1.1.1. Conceitos e objecto da Contabilidade .......................................................... 4

1.1.2. Objecto da Contabilidade ............................................................................ 5

1.1.3. Objectivo da contabilidade .......................................................................... 5

1.2. A contabilidade como fonte de informação ..................................................... 5

1.3. Análise financeira ........................................................................................... 8

1.4. Análise do ciclo económico, financeiro e Operacional .................................. 10

1.4.1. Ciclo Económico ................................................................................... 10

1.4.2. Ciclo Financeiro .................................................................................... 12

1.4.3. Ciclo Operacional .................................................................................. 13

1.5. A gestão financeira e a Contabilidade ........................................................... 15

1.6. Analise das demonstrações financeiras no processo de decisão ..................... 15

1.6.1. Processo de decisão ............................................................................... 16

1.6.2. Técnica de análise .................................................................................. 17

1.7. Indicadores de análise ................................................................................... 20

1.7.1. Indicadores de endividamento ................................................................ 20

1.7.2. Indicadores de rentabilidade ................................................................... 21

1.7.3. Indicadores de liquidez .......................................................................... 24

1.7.4. Indicadores de riscos .............................................................................. 25

1.7.5 Análise do fluxo de caixa ....................................................................... 26

1.8. Tomada de decisões baseada nas demonstrações financeiras ......................... 27

CAPÍTULO II – METODOLOGIA DA PESQUISA ................................................... 29

i
2.1 Apresentação da empresa objecto de estudo .................................................. 29

2.2 Metodologia .................................................................................................. 29

2.1 Método de abordagem da pesquisa ................................................................ 30

2.2 Tipo de pesquisa quanto ao procedimento ..................................................... 30

2.2.1 Quanto aos seus objectivos .................................................................... 31

2.2.2 Quanto aos procedimentos técnicos utilizados ........................................ 31

2.3 Pesquisa quanto à Abordagem do Problema .................................................. 32

2.4.1 Pesquisa qualitativa................................................................................ 33

2.4.2 Pesquisa quantitativa .............................................................................. 33

2.5 Técnicas de tratamento de Dados .................................................................. 33

2.6 Horizonte Temporal ......................................................................................... 34

1.7 Instrumento de análise ....................................................................................... 34

CAPÍTULO III- APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS ...................... 36

3.1. Caracterização da Alfa ...................................................................................... 36

3.2. Analise dos indicadores ................................................................................ 37

3.3. Cálculos dos indicadores em análise ............................................................. 38

3.3.1 Comentários sobre os indicadores com base nos resultados calculados ........ 39

CONCLUSÕES .......................................................................................................... 43

LIMITAÇÕES ............................................................................................................ 45

RECOMENDAÇÕES ................................................................................................. 46

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 46

ANEXOS ...................................................................................................................... 1

ii
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Exemplo de Balanço .................................................................................... 18


Tabela 2: Exemplo do Balanço .................................................................................... 19
Tabela 3:Balanço em 31 de dezembro de 2018 e 2019 ................................................. 37
Tabela 4: Demonstrações de Resultados em 31 de dezembro de 2018 e 2019 .............. 38

iii
LISTA DE SÍMBOLOS, ABREVIATURAS E SIGLAS

AC – Ativo Corrente

AF – Autonomia financeira

AT - Ativo Total

D – Disponibilidades

DACP – Demonstração das Alterações no Capital Próprio

DR – Demonstração dos Resultados

DFC – Demonstração dos Fluxos de Caixa

E – Endividamento

EC – Estrutura Conceptual

GAF – Grau da Alavanca Financeira

GAO - Grau da Alavanca Operacional

GCA – Grau Combinado da Alavanca

LC – Liquidez Corrente

LI – Liquidez Imediata

LR – Liquidez Reduzida

PC – Passivo Corrente

PT - Passivo Total

RCP – Rendibilidade dos Capitais Próprios

RL - Resultado Líquido

RLV – Rendibilidade Líquida das Vendas

RO - Resultado Operacional

ROA- Rendibilidade Operacional do Activo

ROV – Rendibilidade Operacional das Vendas

RV – Rendibilidade das Vendas

iv
RESUMO

A análise das demonstrações financeiras permite extrair informações que podem auxiliar
na tomada de decisão. O objectivo principal do trabalho consiste em compreender a
análise das demonstrações financeiras como instrumento de apoio à tomada de decisões.
Portanto, constitui-se num processo de meditação sobre as demonstrações financeiras
objectivando uma avaliação da situação da empresa em seus aspectos operacionais,
económicos e financeiros. E para isso é fundamental ter em conta os índices. O estudo
dos índices é fundamental na análises, por representarem a relação entre contas das
demonstrações, que objectiva, evidenciar determinado aspecto da situação económica ou
financeira de uma empresa. Com base no esboço do estudo, utilizou-se a pesquisa
descritiva bem como uma abordagem qualitativa-quantitativa onde fez- se um estudo de
caso na empresa Alfa. Onde através das demostrações financeiras foi possível avaliar a
posição da empresa nos anos 2018 e 2019 através dos indicadores. Onde notou-se que o
índice de endividamento foi de 74% e 73% (2018 e 2019), o que quer dizer para cada 1
kz, 0,74 e 0, 73 era da dívida portanto, a empresa vem utilizando mais recursos alheios,
com uma AF de 26 e 27%. Quanto aos índices de Rentabilidade, demonstram a
capacidade da empresa em gerar lucro através de suas vendas, 11% em 2018 e 5% 2019
da RLV, 28% e 7% de ROV, 44% e 23% RCP. Verificou-se também que a empresa tem
liquidez de 105% e 107% em 2018 e 2019, de LG, 44% e 19% de LI e 71%, 64% de LR.

Palavras-chave: Análise das demonstrações financeiras, Processo de tomada de decisão


e Índices.

v
INTRODUÇÃO
O cenário actual que o mundo vive, bem como as oscilações económicas e incerteza do
futuro, é imprescindível focar em estratégias que tornem as empresas mais resistentes no
mercado acentuando seus diferenciais competitivos. Nessa perspectiva, a utilização de
ferramentas que aperfeiçoem o processo decisório chega a ser um determinante na busca
pelo sucesso empresarial (Basílio et al., 2014 citado por Castro e Cunha, 2013).

Pois, seguir ou não essas tendências e oportunidades é uma decisão que cabe
exclusivamente a cada organização para que possa sobreviver no futuro. Porém, a
realidade angolana em particular mostra que na maioria das vezes, as decisões de muitas
empresas são tomadas por impulso, de forma precipitada, sem levar em consideração
factores vitais para qualquer actividade empresarial, e o destino inevitável das empresas,
nesses casos, é o acúmulo de despesas inúteis que muitas vezes a leva à falência.

A tomada de decisões no âmbito das empresas é uma tarefa complexa que necessita
ser orientada por informações confiáveis, úteis e tempestivas. Neste sentido, a
Contabilidade pode, através das demonstrações financeiras e da aplicação das técnicas de
análise, propiciar tais informações que auxiliam na busca pelo aumento da eficiência e
competitividade das empresas. Uma vez que as empresas são criadas com objetivos de
aumenta os lucros e isto exige as mesmas pautarem por um planeamento financeiro seguro
e eficaz, é necessário que se saibam como e quando captar recursos, gerir pagamentos por
clientes, reduzir custos de compras, despesas e, ainda, lidar com as mudanças do mercado
(Nogueira, 2019).

E para isso, a Contabilidade constitui uma ferramenta que fornece o máximo de


informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa. Ela tem um papel
de grande importância na produção de informações de apoio à decisão no âmbito das
empresas. E de acordo com Barbosa (2010), afirma que as demonstrações financeiras são
utilizadas pela Contabilidade para realizar essa exposição a respeito da situação
económico-financeira da empresa e fornecer aos diversos usuários internos ou externos
as informações que servem de base para a tomada de decisões.

O autor afirma ainda que as demonstrações financeiras de uma empresa apresentam


informações que revelam suas operações por um período de tempo, e quando analisadas
permitem detectar quais são os aspectos fortes e fracos apresentados em suas atividades

1
operacionais e não operacionais, bem como suas potencialidades, auxiliando assim, a
tomada de decisão.

E sem dúvidas, que demonstrações financeiras nas empresas, estabelecem informações


sólidas e de relevância para a sobrevivência em meio a um mercado cada vez mais
competitivo, onde a eficiência e a eficácia das decisões tomadas são factores que
determinam o sucesso ou o fracasso das empresas.

JUSTIFICATIVA

As empresas aparentam não se preocuparem com controlos internos de suas actividades,


nem com registos contabilísticos que possam vir a auxiliar o seu negócio. Dessa forma,
muitos gestores aparentemente tomam suas decisões de olhos vendados, não têm a
mínima noção de como está verdadeiramente a situação da empresa.

És a questão da escolia do tema, de modo a incentivar aos responsáveis das empresas ou


aos gestores, de que análise das demonstrações financeiras constitui um apoio para a
tomada das melhores decisões e também como elemento de análise do desempenho
financeiro das empresas em determinado período. Uma vez que, análise das
demonstrações financeiras tem por objectivo observar e confrontar os elementos
patrimoniais e seus resultados das operações, visando o conhecimento minucioso de
modo a revelar os factores antecedentes e determinantes da situação actual, e também
servir de ponto de partida para o delinear o futuro da empresa.

PROBLEMÁTICA E PROBLEMA CIENTÍFICO

A escassez de recursos financeiros e o elevado custo dos mesmos aliado à falta de tomada
de decisões confiáveis, bem como o planeamento e controlo, têm contribuído para que
muitas empresas encerrem suas actividades. A tomada de decisões acertadas torna-se,
então, um dos factores cruciais para assegurar a sobrevivência, crescimento e
permanência da empresa no mercado. Para ajudar no processo da tomada de decisão com
o mínimo de erros é necessário saber a real situação atual da empresa, porém ainda muitos
gestores, acionista, fornecedores desconhecem a importância da análise das
demonstrações financeiras (Baessa, 2013).

E por outra, muitas empresas não têm feito o uso das análises das demonstrações
financeiras para lhes auxiliarem no processo de tomada de decisões, alegando não ser um
trabalho fácil, e requer muito tempo. E diante deste facto a questão que se levante é:

2
Que contributo análise das demonstrações financeiras fornece a empresa no processo de
decisões?

OBJECTIVOS

Objectivo geral

Compreender a análise das Demonstrações financeiras como instrumento de apoio à


tomada de decisões pelas empresas.

Objectivos específicos

a) Fundamentar teoricamente a análise das demonstrações financeiras como


instrumento de apoio a tomada de decisões;
b) Analisar os tipos de demonstrações financeiras em uso pela empresa objecto de
estudo;
c) Identificar os benefícios do uso das demonstrações financeiras na empresa;
d) Descrever o processo de tomada de decisões em uso baseadas na análise das
demonstrações financeiras.

Estrutura do Trabalho

Após a introdução, o presente trabalho está estruturado em (3) três capítulos. O primeiro,
faz menção à revisão da literatura, desde o conceito da contabilidade, análise financeira,
análise do ciclo económico, processo de análise, técnica de análise e indicadores de
análise. O segundo, descreve a metodologia da pesquisa com vista a alcançar os
objectivos da investigação. O terceiro, faz menção à apresentação e análise dos índices
através das demonstrações financeiras, e por último, têm-se as conclusões, Limitações
do estudo e recomendações.

3
CAPÍTULO I- REVISÃO DA LITERATURA

1.1.1. Conceitos e objecto da Contabilidade

“A palavra Contabilidade vem do latim, que significa contar, computar, calcular” de


acordo com (Silva, 2008, p. 13). Por essa razão se teve a ideia de contagem numérica ou
seja a Contabilidade representa ou conjunto de elementos quantificável numericamente.

O conceito da Contabilidade centra-se no património de uma entidade,


independentemente da sua actividade ou mesmo a sua dimensão.

Assim de acordo com Bachtold (2011), define a Contabilidade como uma ciência que
estuda e controla o património, demonstra-lo e evidenciar suas variações e servir também
como ajuda para a tomada de decisões de todos os sectores direita e indirectamente
envolvidos com a empresa. Diferente da afirmação de Campos, Cardadeiro & Esteves
que definem a Contabilidade como uma ciência de natureza económica cujas funções são:
o registo, a avaliação, a análise, a previsão e o controlo dos factos patrimoniais.

Ainda Pimentel (2010), define a Contabilidade como um conjunto de conhecimentos


organizados e orientados para a tomada de decisões, constituído por quatro características
fundamentais:

a) Fiabilidade – garantia do nível de confiança das demonstrações financeira, é a


garantia de que as demonstrações financeiras estão isento de erros e omissões;
b) Relevâncias – nas demonstrações financeiras estão todos os factos ou todos os
retratos dos factos patrimoniais que podem afectar a sua leitura;
c) Comparabilidade – permite a confrontação das demonstrações de cariz
Contabilístico no espaço (com as outras empresas) e no tempo (no sentido da
evolução da empresa);
d) Compreensível – o utilizador da informação financeira deverá possuir as
ferramentas e utensílios que lhe permitam extrair daí a informação que necessita
para a tomada de decisões.

Portanto, as definições acima apresentadas pelos diferentes autores, apesar de tudo, têm
um ponto comum, uma vez que ambos centram-se no controlo do património da
organização. Ainda assim, o conceito de Pimentel vai mas além em relação aos dois, este
enfatiza ainda as suas características que são indispensáveis para uma empresa.

4
1.1.2. Objecto da Contabilidade

A maioria dos autores afirma que o objecto da contabilidade é sempre o património de


uma empresa. Na mesma linha de ideias, afirma Pimentel (2010), de que objecto da
Contabilidade é o património de uma entidade, que é o conjunto de bens, direitos e
obrigações de uma empresa.

1.1.3. Objectivo da contabilidade

O objectivo da Contabilidade é fornecer informação de natureza económica e financeira


aos utilizadores internos e externos à entidade. Para isso, colecta os dados económicos,
avalia-os em unidades monetárias, regista-os e sumaria-os em relatórios para serem
comunicados e poderem contribuir para a tomada de decisões (Silva & Silva, 2011). E
Bachtold (2011) afirma que um dos objectivos da Contabilidade é gerar informações para
a tomada de decisões conhecida como Contabilidade de Gestão.

Contudo, quer isso dizer que é fundamental a existência de ferramentas que possibilitem
conhecer a real situação e atender a esta missão. Compete a contabilidade registar os
factos administrativos e produzir informações que possibilitem ao gestor planear e
controlar suas acções para traçar os objectivos da entidade. A grande maioria das
empresas visa resultados financeiros; outras buscam resultados sociais; outras buscam
expansão, mas no final, todas buscam atingir os objectivos traçados.

E de acordo com Bachtold (2011, p. 162) a firma que:

A contabilidade é indispensável para que a empresa realize negócios, por exemplo, com
órgãos governamentais (por meio de contratos e licitações), ou com os bancos, com
fornecedores, etc. E neste aspecto a Contabilidade se apresenta como o grande pilar na
veracidade da informação e, consequentemente na credibilidade da companhia perante seus
investidores.

1.2. A contabilidade como fonte de informação

A contabilidade assume, desde os primórdios da actividade empresarial uma significativa


importância no fornecimento de informação ao órgão de gestão e consequentemente
auxiliar na tomada de decisões (RODRIGUES, A. R., RODRIGUES, R., & BORGES, A.
B. , 2014).

Para isso, as empresas precisam de informações fidedignas que devem serem fornecidos
ao órgão de gestão para melhor desempenho empresarial, e para isso é necessário que as
empresas olhem para a contabilidade como um elemento indispensável no fornecimento
5
de informação para qualquer empresa, não importa qual é a sua finalidade, ou sua
dimensão (Silva, 2008).

O autor, realça que a Contabilidade regista, verifica e analisa os factos financeiros e


económicos que decorrem da situação patrimonial de uma determinada empresa,
mostrando aos usuários que tem interesse de avaliar a situação dessa entidade por meio
de demonstrações contabilísticas. É por meio da prática contabilística que se busca o
máximo de informações úteis na tomada de decisões dentro e fora da empresa (Pimentel,
2010).

O autor afirma que o objectivo da Contabilidade de registar e controlar as operações


resultantes da actividade comercial e, com base num processo evolutivo em relevar e
divulgar, fundamentalmente esta, tem procurado ir de encontro com a satisfação das
necessidades de todos os seus utilizadores.

Assim, num ambiente globalizado como o que caracteriza o momento presente, as


empresas devem não só estarem mais expostas como também mais pressionadas a
adaptarem-se às constantes mudanças (ao nível tecnológico, social, ambiental, económico
e financeiro, entre outros), o que as obriga a reestruturarem-se de maneira a
permanecerem no mercado. Para isso as empresas devem contar com a informação
contabilística de qualidade, fornecida em tempo útil para auxiliar no processo de tomada
de decisão (Berreza, 2012).

Ainda o mesmo autor afirma que a informação fornecida pela contabilidade assume aqui
um papel de particular relevância na medida em que ao constituir um dos principais
outputs da contabilidade que tem como principal objectivo oferecer um conjunto de
informação que traduza de forma apropriada a posição financeira e os resultados de uma
entidade e que possa auxiliar no processo de tomada de decisões de um conjunto
diversificado de utilizadores (stakeholders).

Portanto, a Contabilidade exerce um papel primordial no quotidiano, seja no das empresas


ou, no das pessoas em geral. Executivos, administradores e tomadores de decisão têm um
contacto muito próximo com as rotinas contabilístico de uma empresa. Em virtude disso,
a contabilidade é essencial para auxiliar esses grupos, produzindo todas as informações
de que eles necessitam (Duarte, S\D). E essas informações utilizadas de forma correcta e
eficaz auxiliam a empresa a obter maiores lucros.

6
Santos (2014) realça que, a Contabilidade desenvolve e proporciona dados para a área
financeira da empresa preparando demonstrações financeiras assentes em determinados
princípios. As demonstrações financeiras têm como objectivo facultar, aos seus diversos
utentes, informações úteis na tomada de decisões económicas.

A contabilidade fornece informações aos diversos usuários, levando-os ao conhecimento


da situação económico-financeira da empresa. Para Franco citado por Santos (2016),
afirma que a Contabilidade é que fornece e extrai o máximo de informações úteis e
detalhadas, concretas e verdadeiras que sejam efectivamente relevantes para auxílio na
tomada de decisão dentro ou fora de uma empresa.

De um modo geral, as informações produzidas pela contabilidade permitem ao credor, ou


qualquer outro usuário, saber qual é a capacidade que a empresa tem de honrar suas
obrigações e conhecer qual é o seu grau de endividamento. Para a gestão é uma ferramenta
que auxilia na tomada de decisão e de estratégica, e por fim permite aos investidores
conhecer a rentabilidade da empresa. A contabilidade é permitir que os diversos usuários
das informações produzidas possam analisar a situação económico-financeira da entidade
para tomar decisões presentes e futuras.

Ressalta-se então, que a grande missão da contabilidade é produzir informações que


atendam adequadamente aos usuários, seja internos ou externos e sejam revestidas das
seguintes características: contabilidade, relevância, compreensibilidade e
comparabilidade (Iudicibius e Marion citado por Duarte, S\D). O objectivo da
contabilidade é fornecer aos usuários informações úteis para a tomada de decisão e,
também, um registo de informações diferenciadas para cada usuário. Deste modo
observa-se a importância da contabilidade como fonte de informação para o processo
decisório.

O sistema de informação é de extrema importância para que o empreendedor consiga


controlar seu negócio e tomar decisões sobre a direcção que a empresa deve seguir.

Cruz & Soares (2014, p. 22) afirmam que:

O sistema de informação é utilizado como uma ferramenta crucial para a gestão das
grandes empresas, algo que não ocorre muito nas micro e pequenas empresas, muitas
vezes, devido às restrições de recursos, custos elevados de implementação que
impossibilitam que o processo ocorra de forma eficaz.

7
Neste entretanto, as informações contabilísticas são reportadas em relatórios onde se
expõe de forma sintetizada e ordenada o dado colectado pela contabilidade. Assim, as
principais informações fornecidas pela contabilidade destacam-se as seguintes:

 Balanço Patrimonial (BP);

 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE);

 Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA);

 Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC);

 Demonstração de Valor Adicionado (DVA).

1.3. Análise financeira

A globalização do mercado actual e a internacionalização das empresas em probidade da


concorrência nos últimos anos, exige das próprias empresas uma análise cada vez mais
profunda das suas actividades, no sentido de ter mais detalhes sobre a evolução do seu
progresso. E isso significa que as empresas que ficarem afastados a este elemento, ficarão
a mercê do fracasso.

De acordo com Kuhn & Lampert (2012, p. 10), afirma que “análise financeira de uma
empresa consiste num exame minucioso dos dados financeiros disponíveis sobre a
mesma, bem como das condições endógenas e exógenas que afectam financeiramente a
empresa”.

O autor realça que a análise financeira constitui-se num processo de meditação sobre as
demonstrações financeiras objectivando uma avaliação da situação da empresa em seus
aspectos operacionais, económicos, patrimoniais e financeiros. Análise financeira serve
para avaliar decisões que foram tomadas pela empresa em épocas passadas, bem como
fornece subsídios para o planeamento financeiro, referindo-se ao futuro.1

E de acordo com Silva & Castro (2009 ), realça que, a análise financeira de empresa é
uma tarefa muito complexa e de importância fundamental. O autor afirma ainda a define
analise como um processo de verificação e de reflexão com determinado fim. O autor
realça ainda que, para se proceder à análise, é necessário decompor um todo em partes,
examinando com particularidade cada uma das partes em busca de explicações ou do
entendimento do todo, da parte, ou de alguma característica ou anormalidade que se
pretende identificar. E as razões mais frequentes que levam ao desenvolvimento tendem
a ser de carácter económico - financeiro.
8
A análise financeira de uma empresa é baseada em suas demonstrações financeiras,
resultando os balanços publicados em uma das principais fontes de informações para os
analistas (Barbosa citado por Silva e Casto, 2009). Pois, o estudo dos índices tem papel
fundamental nessas análises, por representarem a relação entre contas ou grupo de contas
de tais demonstrações, que objectiva evidenciar determinado aspecto da situação
económica ou financeira de uma empresa.

A análise financeira é de grande utilidade, quando se busca o enfoque de gestão, serve


como base de informações para tomada de decisão dos gestores das nas empresas,
independentemente da sua dimensão. Quanto mais numerosas as informações filtradas
das demonstrações, maior também serão a possibilidade de se elaborar um planeamento
financeiro à empresa e consequentemente uma maior competitividade em relação a seus
concorrentes, contribuindo para um melhor desenvolvimento e crescimento económico
da empresa (Barbosa, 2010).

O autor afirma que é preciso analisar não só quantidade de informação, mas também sua
qualidade, uma informação em quantidade exagerada pode tornar-se inútil, uma vez que
a ferramenta de análise de demonstrações visa agilidade na tomada de decisões. Portanto,
informações objectivas têm maior valor ao micro e pequeno empresário, considera-se que
este, tomando um papel de analista, conhece a empresa, seus objectivos, suas
perspectivas, e os factores necessários para saber como e o que constar na análise
demonstrativa (Barbosa, 2010).

Na mesma linha de pensamento, Carvalho, et al., (2014), afirmam que, análise financeira
é indispensável para qualquer empresa para a tomada de decisão. Quanto mais
informações retiradas das demonstrações, maior a disponibilidade de elaborar um
planeamento financeiro.

A análise das demonstrações financeiras exige conhecimento do que representa cada


conta que nelas figura. Há uma infinidade de contas decorrentes de inumeráveis operações
realizadas por empresas das mais diferentes actividades. O exame das operações de uma
empresa, revela enorme profusão de contas, e sem uma noção do que estas representam,
a interpretação das demonstrações financeiras fica prejudicada. A análise de balanços visa
extrair informações para a tomada de decisão ( Matarazzo citado por Barbosa, 2010).

Analisar as demonstrações financeiras de uma empresa é uma tarefa que acrescenta


muitas informações relevantes para os usuários internos e externos ao respeito da situação

9
económica e financeira da empresa, como também, auxilia na previsão de futuros
resultados (Peruss et al., 2017). Os autores esclarecem que, para a realização deste, o
analista utiliza de cálculos matemáticos, que traduzem as demonstrações Contabilísticas
- finenceiras em indicadores e ressalta que o mais importante não é saber calcular ou
interpretá-los, mas possuir um conhecimento profundo a serem analisadas.

Algumas das ferramentas utilizadas para analisar as demonstrações são ressaltadas pelo
mesmo autor denominadas, análise horizontal, análise vertical e os indicadores
económico-financeiros (Peruss et al., 2017). A gestão das operações financeiras de uma
empresa envolve muitas actividades diferentes, como planeamento, operações e análises
financeiras, operações de tesouraria (captação de fundos e gestão de caixa), planeamento
fiscal e diversas outras que, como pode ser observado, envolvem tomada de decisões
constantes. Por isso, é importante que se conheça as mais diversas formas de análise, a
fim de que o administrador possa definir e adaptar a forma mais adequada à realidade de
sua empresa (Barbosa, 2010).

A análise financeira está vocacionada para a recolha, tratamento e análise de informação


de índole económico-financeira, com o intuito de fornecer dados e informações
financeiras fidedignas, que possibilitem uma tomada de decisão fundamentada por parte
dos gestores (Fernandes et al, 2012 citado por Cunha, 2013).

Em traços gerais, a análise financeira visa aferir a evolução da situação financeira e de


rendibilidade da empresa, detectar tendências futuras de evolução, facultar informações
fidedignas e importantes para a gestão e, ainda, propor medidas correctivas.

1.4. Análise do ciclo económico, financeiro e Operacional


1.4.1. Ciclo Económico

O cenário actual que o mundo vive, bem como as oscilações económicas e incerteza do
futuro, é imprescindível focar em estratégias que tornem as empresas mais resistentes no
mercado acentuando seus diferenciais competitivos. Nessa perspectiva, a utilização de
ferramentas que aperfeiçoem o processo decisório chega a ser um determinante na busca
pelo sucesso empresarial (Basílio et al., 2014 citado por Castro e Cunha, 2013).

O ciclo económico, de acordo com Lemes e Pisa, citado por Cunha) afirmam que recita
o giro dos estoques, isto é no caso 30 dias, inicia-se com a compra da matéria-prima, ou
mercadorias, e encerra-se com a venda do produto ou da mercadoria. De um modo geral
mostra o quanto à empresa demora em mudar seus estoques. O ciclo económico indica, o

10
prazo entre a compra da mercadoria e sua venda é de 30 dias, portanto sendo o prazo
médio de renovação de estoque (Silva, Oliveira, & Santos, 2017).

O autor acrescenta ainda, que quanto maior for esse prazo de mercadoria parada no
estoque mais lento é o giro do estoque, o que pode conduzir a empresa a procurar recursos
de terceiros para financiar suas actividades operacionais, já que estará com caixa
insuficiente, comprometendo sua liquidez.

E na mesma linha de pensamento apresenta-se (CAMPOS, 2005)) que ressalta que o ciclo
económico é o tempo em que a mercadoria permanece em estoque. O ciclo económico
mostra os eventos económicos no momento em que eles acontecem, bem como a sua
mensuração económica. É nele que se apura o resultado do desempenho das actividades
da empresa.

O autor afirma que, a interpretação deste ciclo de caixa é que como o estoque representa
ónus financeiro, logo, quanto menor seu nível e maior a rotação, melhor é o desempenho
da empresa.

O ciclo económico é o período que inicia-se com a compra da mercadoria e encerra-se


com a venda das mercadorias das mesmas, é o tempo que os estoques levam para serem
renovados. E se este estoque for em grande quantidade, ele ira demora mais para gerir
podendo levar ter insuficiência de caixa. E isto obriga a empresa a captar recursos de
terceiros (Cunha, 2013).

Assim, pode-se dizer que o ciclo económico só duro enquanto a mercadoria estiver em
estoque, a partir do momento em que ela é vendida encerra-se este ciclo. Neste ciclo
levam-se em conta apenas os factos que vão da compra da matéria-prima ou mercadoria
até a venda do produto acabado. É também nesse ciclo que se calcula o giro do estoque
(Souza, 2014).

Neste entretanto, a empresa dever primeiramente conhecer seus prazos médios para,
então, no sentido de criar seu ciclo económico, ciclo financeiro e mesmo ciclo
operacional. Assim, ainda deve se ter em consideração os prazos e índices como: prazo
médio de pagamento de compra e prazo médio de recebimento de vendas. Muitas
empresas obtêm mais tempo para pagar seus fornecedores, e no segundo obtêm menos
tempo para receber de seus clientes, gerando assim um prazo de vendas mais eficiente e
eficaz, garantindo um ciclo de caixa com prazo menor (Borges, Carneiro e Ribeiro citado
por Oliveira & Santos, 2017).

11
Ainda referencia-se outros factores importantes para a tomada de decisão nas empresas
fazem parte do ciclo financeiro e operacional: o prazo médio de renovação de estoque,
sendo desejável o menor tempo de giro de estoque; e o índice de posicionamento de
actividade que representa a folga de um fluxo de caixa. (Silva, Oliveira, & Santos, 2017).

Conforme Assaf et al., citado por Silva et al., 2017) a firma que, neste cíclo considera
unicamente as ocorrências de natureza económica, envolvendo a compra dos materiais
até a respectiva venda, sem por em consideração próprio ciclo, os reflexos de caixa
verificados em cada fase operacional e dos pagamentos dos gastos. E pode ser calculado
a partir da seguinte fórmula:

Ciclo Económico = Ciclo de Produção + PMr (prazo Médio de recebimento).

Neste sentido, cabe ao gestor possuir a capacidade de análise de modo a identificar cada
detalhe desse ciclo para melhor acompanhamento das actividades da empresas bem como
nos seus resultados.

1.4.2. Ciclo Financeiro


O ciclo financeiro mede exclusivamente as movimentações de caixa, abrangendo o
período compreendido entre o desembolso inicial de caixa (pagamento de materiais a
fornecedores) e o recebimento da venda do produto. Representa o intervalo de tempo que
a empresa irá necessitar efectivamente de financiamento para suas actividades (Assaf e
Tibúrcio citado por Ribeiro, Cintra, & Lemos).

Os autores realçam ainda que, o Ciclo Financeiro, ou Ciclo de Caixa, representa o


intervalo de tempo entre o pagamento dos fornecedores e a data do recebimento das
vendas a prazo.

O Ciclo Financeiro é o período em que a empresa financia suas operações sem a


participação dos fornecedores. Quanto maior for esse período, mais recursos próprios e
de terceiros, com excepção dos fornecedores, estarão aplicados nas operações,
provocando custos financeiro e afectando a rentabilidade. (Tófoli citado por Ribeiro at
al., 2016). E pode ser calculado da seguinte maneira:

Ciclo Financeiro = PMRE + PMRV – PMPC, onde:

PMRE: Prazo Médio de Renovação de estoque;

PMRV: Prazo médio de Recebimento das Vendas

PMPC: Prazo Médio de Pagamento das Compras.

12
Ou segundo (OLIVEIRA, 2016 ):

Ciclo Financeiro = Ciclo Económico – PMdpg (Prazo Médio de Pagamento de


Fornecedores)

Assaf e Lima citado por Ribeiro e tal., (2016) destacam algumas estratégias para a gestão
do ciclo económico:

a) Diminuir os investimentos em estoque, tendo o cuidado de não ocorrer perda de


vendas ou atrasos na produção;

b) Controlo eficiente sobre as contas a receber; e

c) Negociar maiores prazos de pagamentos aos fornecedores.

Ciclo financeiro caracteriza-se pelo prazo decorrido entre as saídas de caixa (pagamento
a fornecedores) e as entradas de caixa (recebimento de clientes). Corresponde ao processo
de efectivação financeira de cada evento económico em termos de Fluxo de Caixa.
Também conhecido como Ciclo de caixa é o tempo entre o pagamento a fornecedores e
o recebimento das vendas. Quanto maior o poder de negociação da empresa com
fornecedores, menor o ciclo financeiro Zanluca (2014). O autor afirma ainda que é
importante para a empresa, sempre buscar alternativas que resultem em ciclos financeiros
reduzidos.

Neste sentido, a empresa deve ter sempre reservas para suprir as necessidades de capital
de giro, caso isso não ocorra, a solução será a tomada de empréstimos com a menor taxa
de juros possível (Garcia, 2014).

1.4.3. Ciclo Operacional


A análise do ciclo operacional busca determinar a velocidade com que uma empresa gera
caixa dentro da rotação normal do negócio. Corresponde a todas as acções necessárias
inerentes a actividades da empresa, incluindo o planeamento, execução e controlo, bem
como o intervalo de tempo entre recebimento de matéria-prima até a cobrança das vendas
correspondentes (Cavala, Santos, & Rodrigues, 2011). Neste ciclo envolve tanto o
financeiro como o Ciclo Económico de uma empresa.

As fases operacionais possuem, dependendo do ramo trabalhado, determinada duração,


onde cada grau de variabilidade de cada fase operacional é determinado pela
especificidade dos processos de produção, da política de estocagem, dos critérios de
cobrança e pelas próprias condições tecnológicas (Santos citado por Cavala et al., 2011).

13
O Ciclo Operacional pode ser definido como o intervalo entre a compra de mercadoria
e o recebimento das vendas a prazo (Assaf &; Lima citado por Ribeiro, 2016). Representa
o período de tempo em que não ocorre o recebimento de vendas a prazo, sendo necessário
capital de giro para suprir esse período, capital este financiado pelos fornecedores que
concederam prazo para pagamento.

Sua fórmula de cálculo, conforme Tófoli (2012):

Ciclo Operacional = PMRE + PMRV

PMRE: Prazo Médio de Renovação de estoque

PMRV: Prazo Médio de Recebimento das Venda

Silva (2007) afirma que, as compras participam de toda a condição operacional dos
estoques, como: sua origem (de quem se compra e onde é realizada esta operação), de
qualidade (natureza e espécie do produto comprado), quantidade (número, medidas,
proporção), preço (valor adequado à quantidade e qualidade do produto), prazos
(parcelados, ou que ofereçam benefícios ao comprador) e do desempenho do giro, dos
volumes movimentados, dos lastros e reforços dos ciclos de estoques, correspondente a
rotação dos mesmos.

O autor realça que, embora os estoques contribuam principalmente para a formação do


custo das empresas comerciais, é o tratamento das compras a sua análise ajudam na
constituição dos mesmos, contribuindo para o ciclo de operação que será responsável por
uma boa ou má actividade financeira da empresa. Portanto a compra é responsável por
manter o giro e, consequentemente, os ciclos operacionais da empresa.

Pois, é importante referir que para uma melhor tomada de decisão, deve se ter em atenção
a análise dos ciclos. É essencial que se conheça os fatos relevantes que ocorrem em uma
empresa, visando aperfeiçoar as tomadas de decisões (Núbia e Lavor citado por Oliveira,
2007). E uma das ferramentas que auxiliam nestas decisões é a análise de balanços, que
avalia as mutações patrimoniais como um todo, verificando as suas causas e
consequências.

Assim, a análise de balanço assume fundamental importância para uma correcta tomada
de decisão e uma visão global do comportamento das vendas, compras, pagamentos e
rendimentos, elementos constitutivos dos Ciclos Operacional e Financeiro. (Oliveira,
2007).

14
1.5. A gestão financeira e a Contabilidade

A gestão financeira baseia-se principalmente em dados contabilísticos para atingir seu


principal objectivo, dessa forma as duas áreas possuem uma relação intrínseca, é com
base nesses dados que é feita a análise e, consequentemente, se tem a situação da empresa.

A análise das demonstrações financeiras constitui um dos estudos mais importantes da


gestão financeira, pois tais demonstrações fornecem uma série de dados sobre a empresa,
de acordo com regras contabilísticas. A análise transforma, por meios de ferramentas,
dados em informações e considerando a qualidade e contabilidade dessas informações é
que se pode medir a eficiência dessa relação entre a gestão financeira e a contabilidade
(Barbosa, 2010).

O autor afirma ainda que as actividades financeiras (tesoureiro) e contabilísticas


(controlo) estão intimamente relacionadas e com frequência se sobrepõem. Na verdade,
nem sempre é fácil distinguir entre a gestão financeira e contabilidade

Entretanto, existem duas diferenças básicas entre finanças e Contabilidade: uma está
relacionada à ênfase em fluxos de caixa, e a outra, à tomada de decisões.

1.6. Analise das demonstrações financeiras no processo de decisão

Actualmente, analise das demonstrações financeiras têm constituído um factor


indispensável no planeamento estratégico global, porque direcciona a organização num
caminho que assegure, a médio e longo prazo, vantagens competitivas, configurando os
seus recursos num ambiente de mudança contínua, de modo a satisfazer as necessidades
do mercado e a corresponder às expectativas dos interessados (Oliveira, 2007).

A análise das demonstrações financeiras busca extrair informações das demonstrações


contabilísticas, a fim de identificar as potencialidades e fragilidades operacionais e
financeiras da empresa e utiliza-os de forma estratégica nas mais variadas decisões
empresariais (Marion citado por Barbosa, 2010). O autor afirma ainda que, análise de
demonstrações financeiras visam investigar o desempenho económico-financeiro de uma
empresa, em um determinado período, a fim de servir na tomada de decisões, propondo
informações para tendências futuras.

A análise das demonstrações financeiras considera os aspectos internos e externos que


influenciam nas tomadas de decisões, como a sua estrutura e projectos para o seu
desenvolvimento, a economia, política do país, clientes e fornecedores (GITMAN, Citado

15
por Cunha, 2013). Este processo contempla desde a obtenção dos dados até a
transformação deles em informações, por meio de técnicas que interpretem os números
apresentados nas demonstrações.

Actualmente, as empresas enfrentam um desafio muito grande quer seja da


competitividade como da instabilidade da economia do mundo de modo geral. E isto faz
com que haja um nível de risco financeiro das empresas elevado, pelo que a busca da
estabilidade e da sustentabilidade a médio/longo prazo obriga a uma gestão muito
rigorosa, de forma a garantir que os recursos disponíveis são suficientes para atender às
necessidades da organização e financiar as actividades de desenvolvimento e crescimento
(Neves, citado por Cunha, 2013).

Por esse motivo, o conhecimento verdadeiro e real da situação financeira da empresa é


fundamental para tomar as decisões adequadas, tendo em conta a situação actual da
economia, a análise das demonstrações financeiras disponibiliza, então, a informação que
está na base do processo de tomada de decisão, conferindo-lhe um carácter racional,
sustentado na análise profunda da informação disponível (Cunha, 2013).

No entanto, esta informação não assume todo o seu potencial quando analisada de forma
isolada e fragmentada. É necessário contextualizá-la e interpretá-la num quadro global,
de acordo com a própria dinâmica interna da empresa.

Por outro lado, na análise de uma organização, não deve ser esquecido o contexto
específico em que esta se insere, pelo que se torna essencial explorar as interacções dessa
organização com o meio que a envolve, de forma a perceber as implicações daí
decorrentes (Neves e Rodrigues citado por Cunha, 2013).

Contudo estes aspectos, criam-se condições para a tomada de decisão fundamentada, que
contribui para optimizar o modelo de gestão da empresa, contribui para o delineamento
de estratégias adequadas às exigências que o contexto socioeconómico actual promove.
O esquema seguinte pretende sintetizar todo este processo.

1.6.1. Processo de decisão


Decisões são acções orientadas que afectam um curso de acção (Peleias 2002 citado por
Cunha, 2013).

Neste entendimento, Figueiredo e Caggiano citado por Cunha (2013) conceitua o


processo de tomada de decisão como uma sequência lógica de etapas que, racionalmente,

16
levam a uma solução. Assim, pode-se entender o processo decisório como fundamental
para a optimização de soluções para situações indesejadas.

Conforme Robbins e Bazerman citado por Cunha (2013) defendem, o processo de decisão
deve seguir um modelo racional fazendo assim, escolhas consistentes e bem embaçadas.
Neste ponto, a obtenção de informações completas e seguras passa a ser fundamental para
a chegada de uma decisão adequada e bem-sucedida (Castro & Cunha, S\D).

1.6.2. Técnica de análise


Tal como vimos, para um bom funcionamento das empresas, é necessário um conjunto
de informações e técnicas que ajudam para tomada de decisões. Há várias técnicas de
análise que são utilizadas para cada situação e para cada grupo de informações que se
busca nas demonstrações financeiras.

Para que haja uma boa análise financeira é necessário que as empresas tenham no mínimo:
Balanço Patrimonial, Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE) e Demonstrativo
de Fluxo de Caixa. Evidentemente estas demonstrações são de simples formulação e
oferecem informações básicas, porém muito importantes, para qualquer organização,
independentemente de tamanho ou facturação (Barbosa, 2010).

E as principais técnicas ou métodos utilizados na análise, destacam-se: a análise Vertical


e análise Horizontal. E de acordo com Kuhn & Lamnert (2012), afirmam que os métodos
de análise vertical e horizontal prestam valiosa contribuição à estrutura e à tendência dos
resultados da empresa. O autor realça ainda que por intermédio da análise vertical e
horizontal é possível conhecer pormenores das demonstrações financeiras que escapam à
análise genérica por meio de índices.

1.6.2.1.Análise Vertical
Em relação à análise vertical, Tófoli citado por Silva et al., (2011) afirma que é um estudo
sobre as alterações dos principais conjuntos de contas, ao longo de um período. De acordo
com o mesmo autor realça que, ao se analisar dessa maneira, observam-se indicadores
que facilitam a avaliação estrutural do Activo e Passivo. Isto é, o activo total ou passivo
total está para 100% e a conta analisada está para X%.

Segundo Silva (2011), afirma que o primeiro propósito da análise vertical (AV) é mostrar
a participação relativa de cada item de uma demonstração contabilístico em relação a
determinado referencial. O percentual de cada conta revela sua real importância no
conjunto. Este tipo de análise é importante para avaliar a estrutura da composição de itens

17
e sua evolução no tempo. Pois, O primeiro propósito da análise vertical é mostrar a
participação relativa de cada item de uma demonstração contabilístico em relação a
determinado referencial.

Para calcularmos os percentuais da coluna da análise vertical (AV), dividimos o valor da


rubrica que queremos calcular pelo valor base e multiplicamos o resultado por cem. Para
tanto podemos utilizar a seguinte fórmula de acordo com (Kuhn & Lampert, 2012):

Rubrica
AV = x 100
Base

AV = Análise Vertical

Rubrica = conta contabilística que queremos calcular (ex.: activo circulante)

Base = no BP usamos o activo total, na DRE usamos as Vendas Operacionais Líquidas.

Exemplo:

Tabela 1: Exemplo de Balanço

Balanço Patrimonial 20X1


Activo Total-AT 4.500.00
Activo Circulante-AC 3.200.00
Fonte: própria

3.200.00
AV = x 100 = 71,11%
4.500.00

Quanto ao exemplo pode se observar que a análise vertical toma o activo total como base
100%, de modo que o activo circulante representa 71, 11% do total do activo.

Neste entretanto, análise vertical baseia-se em valores percentuais das demonstrações


financeiras e para isso se calcula o percentual de cada conta em relação a um valor base.
No balanço, por exemplo, é comum determinar quanto por cento representa cada rubrica
(e grupo de rubricas) em relação ao activo total e na demonstração do resultado do
exercício calcula-se o percentual de cada conta em relação às vendas líquidas ou receitas
operacionais líquidas (Kuhn & Lampert, 2012).

1.6.2.2.Analise Horizontal
De igual modo ao da análise horizontal, verifica as tendências da organização. A diferença
está na situação que a análise vertical estuda a participação relativa de cada elemento.

18
Segundo Bednarski (2015) define a análise horizontal como um processo que permite
verificar a evolução de um item ou grupos de contas, relação a um período anterior, por
meio de número - índice.

Diferente da análise Vertical, na análise horizontal (AH), na opinião de Pereira da Silva


citado por Kuhn & Lampert (2012), o propósito é permitir o exame da evolução histórica
de cada uma das contas de uma série que compõe as demonstrações financeiras em relação
à demonstração anterior e/ou em relação a uma demonstração financeira básica,
geralmente a mais antiga da série. A evolução de cada conta mostra os caminhos trilhados
pela empresa e as possíveis tendências.

Para Iudícibus citado por Kuhn (2012 p. 47), “a finalidade principal da análise horizontal
é apontar o crescimento dos itens dos balanços e das demonstrações de resultados através
dos períodos, de modo a caracterizar tendências”.

O autor afirma ainda que os objectivos genéricos da análise horizontal são os seguintes:
mostrar a evolução de cada conta das demonstrações financeiras e, pela comparação entre
si, permitir tirar conclusões sobre a evolução da empresa. Em sentido específico, destaca-
se o seguinte objectivo da análise horizontal: analisar em detalhes a evolução e o
desempenho da empresa numa série de períodos (AH).

Para calcularmos os percentuais para análise horizontal (AH) dividimos o valor da rubrica
em análise em (Xn) pelo valor da mesma rubrica em (X1) e multiplicamos o resultado
por cem. Por tanto podemos utilizar a seguinte fórmula:

Rubrica em análise em xn
AH = x 100
Rubrica em análise em x1

AH = Análise Horizontal

Xn = Rubrica em 20xn

X1 = Rubrica em 20x1

Tabela 2: Exemplo do Balanço

Balanço Patrimonial 20x1 20x2


Activo Total 3.200.00 5.500.00

Fonte: própria

5.500.00
AH = x 100 = 171,86%
3.200.00

19
Quanto ao cálculo podemos observar que a análise horizontal toma o exercício mais
antigo como base 100%, calculando, a partir desse ponto, o crescimento dos valores nos
anos seguintes, isto é de 20X1 para 20X2 de 71,86% do total do activo. O que significa
que o activo total cresceu 71,86% no período.

1.7. Indicadores de análise

A análise dos índices é de tal importância para o pequeno empresário, que ele pode, em
alguns instantes, determinar a situação económica e financeira da empresa. Como é caso
por exemplo de liquidez seca, que determina a capacidade de pagamento em curto prazo
observando apenas as disponibilidades, sem considerar estoques (Barbosa, 2010)

O autor realça ainda que os indicadores são obtidos através de cálculos e comparações, a
análise de índices não inclui somente o cálculo de determinado índice, o mais importante
do que isso é a interpretação do valor desse índice.

De acordo Sodré (2010), acrescenta ainda que os índices são usados para mensurar e
entender qual e a situação da empresa diante do mercado, de modo a conhecer como anda
a situação da empresa é necessário três pontos indispensáveis são eles os indicadores de:
liquides rentabilidade e endividamento.

1.7.1. Indicadores de endividamento


“O indicador de endividamento tem como finalidade a medição do peso dos meios postos
à disposição da empresa por parte de terceiros no financiamento das suas actividades”
(Carmo, 2013, p. 25). Pois, avalia de forma rápida se a empresa possui condições para
endividar-se e se os capitais próprios conseguem financiar os capitais alheios de curto
médio e longo prazo.

O autor acrescenta ainda que, este indicador, dada a sua construção ser semelhante à da
autonomia financeira, de uma forma geral apresenta as mesmas vantagens,
essencialmente no que diz respeito à facilidade em inferir acerca da intensidade com que
a empresa recorre a capitais alheios. Este índice traça um perfil da dívida que a empresa
possui no curto prazo em relação à dívida total, verificando a necessidade de se gerarem
recursos em curto prazo para que se possam pagar as obrigações dentro do prazo
estabelecidas. Assim, destacam-se para o presente trabalho os seguintes indicadores
segundo (Sebastião, 2014):

 Endividamento

20
Na opção pela utilização deste rácio, o analista terá que ter especial atenção ao facto desta
fórmula incluir os passivos não remunerados (por exemplo, conta de fornecedores),
devendo retirá-los do numerador no caso de pretender analisar o endividamento apenas
com recurso a passivos remunerados (ex., empréstimos bancários, locações financeiras,
etc.). (Carmo, 2013)

Passivo Total
𝐸𝑛𝑑𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = × 100
activo total

 Autonomia financeira

Este indicador é um factor relevante na análise e na contratação de operações de


financiamento e é um elemento importante na avaliação do risco financeiro e global da
empresa. O autor realça que este indicador relaciona os capitais próprios com o total de
cativos aplicados (Sebastião, 2014).

Capitais Próprios
𝐴𝑢𝑡𝑜𝑛𝑜𝑚𝑖𝑎 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎 = × 100
activo total

Segundo Pinho e Tavares citado por Sebastião (2014, p. 19) este indicador é o
complemento do endividamento, visto que “quanto maior o valor deste indicador maior
a proporção de capitais próprios aplicados, o que implica dizer há menor risco de
insolvência a prazo”.

1.7.2. Indicadores de rentabilidade


Todas as empresas buscam lucro em suas actividades, esta é a única forma de mantê-las
em funcionamento. Actualmente, com o elevado nível de concorrência, as novas
tecnologias e o empenho de todas as empresas, a forma de obtenção dos lucros deixaram
de ser apenas com o processo de vendas de produtos (Brito, 2005). O autor realça ainda
que, as empresas passaram a dar atenção a outros componentes que também podem
aumentar o lucro, tais como redução de despesas e melhoramento de toda actividade da
empresa (Brito, 2005).

Na mesma linha de ideias encontra-se Iudícibus apud Martins, et at., (2016), que afirma
que os indicadores de rentabilidade conferem os resultados alcançados pela organização
com algum valor que expressa a dimensão relativa isto é, o valor das vendas, o activo
total, o património líquido ou o activo operacional. Saporito citado por Martins et al.,
(2016) considera importante o uso desses indicadores, uma vez que a avaliação de

21
desempenho de uma organização deve basear-se desses indicadores. Pois, a utilização dos
índices de rentabilidade permite transformar.

Assim, de acordo com Sebastião (2016), afirma que, os elementos dos indicadores de
rentabilidade mostram a rendibilidade dos capitais investidos. Permitem verificar o grau
de êxito económico da entidade e ver, também, o retorno dos investimentos efectuados.
Neste grupo de indicadores encontra-se: a rendibilidade líquida das vendas (RLV),
rendibilidade operacional das vendas (ROV) e a rendibilidade dos capitais próprios
(RCP).

 Rendibilidade líquida das vendas (RLV)

Este indicador visa informar o que se denomina de ganho ou lucro da entidade após a
dedução de todos os gastos da entidade, para Pinho e Tavares apud Sebastião (2005), este
é um indicador que relaciona o resultado líquido (RL) e o volume de negócios.

De maneira geral, quando mais alto o valor desse índice melhor a posição financeira da
organização.

Não é confortável para a entidade que este indicador seja baixo, pelo que quanto maior
melhor (Sebastião, 2014), analisa a relação entre os resultados líquidos e o volume de
negócios (Heliodoro, 2012).

Resultado Líquido
𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑎𝑠 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 = × 100
Volume de Negócio

 Rendibilidade Operacional das Vendas (ROV)

Este indicador relaciona o resultado operacional (RO) com o volume de negócios (VN)
(Sebastião, 2014). É muito importante para a entidade, sendo que quanto maior melhor é
a condição económica da entidade.

Analisa a relação entre os resultados operacionais e o volume de negócios, relaciona o


valor acrescentado gerado pela actividade das vendas antes dos encargos financeiros e
impostos. Uma melhoria deste índice pode reflectir uma alteração de preços, melhoria de
gastos dos factores utilizados no processo produtivo ou mesmo uma maior eficiência dos
mesmos (Saias apud Heliodoro, 2012).

Resultado Operacional
𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑎𝑠 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 = × 100
Volume de Negócio

22
 Rendibilidade dos Capitais Próprios - Return on Equity (ROE)

Este indicador relaciona o nível de resultados líquidos gerados pela entidade em função
do montante investidos pelos sócios ou accionistas (CP) segundo Nabais e Nabais citado
por Heliodoro (2012). Afirmam, ainda, que este indicador é muito utilizado pelos bancos
e pelos investidores. É um dos indicadores mais utilizados para medir a rendibilidade da
entidade, sendo que quanto maior melhor.(Sebastião, 2014).

Este é um dos indicadores mais frequentemente utilizado como medida da rentabilidade


de uma empresa. De uma forma simples, representa a remuneração dos capitais investidos
pelos sócios da empresa (Carmo, 2013).

Para além da facilidade de construção do indicador, este torna-se bastante útil aos agentes
económicos externos para medir a atractividade da empresa em questão, assim como à
própria empresa, para que tome conhecimento da imagem que transmite a possíveis
investidores.

De uma forma geral, permite avaliar a eficiência das políticas de financiamento e


investimento adoptadas pela empresa, emitindo sinais de alerta quando o seu valor se
encontra relativamente díspar do normal do sector de actividade (Carmo, 2013).

Resultado Líquido
𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜𝑠 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑖𝑠 𝑃𝑟ó𝑝𝑟𝑖𝑜𝑠 = × 100
Capitais Próprios

 Rendibilidade do activo

A rendibilidade do activo tem como objectivo transmitir informação quanto à capacidade


do activo da empresa gerar lucros face ao investimento que lhe está afecto. Poder-se-á
calcular esta rendibilidade antes dos encargos financeiros e do efeito fiscal (rendibilidade
operacional do activo), ou já depois de deduzidos estes encargos. Analisa a capacidade
que a empresa tem em gerar lucros, a partir do seu activo líquido, isto é, mede a eficácia
da gestão utilizada nos seus activos e é útil para avaliar a possibilidade de obtenção de
financiamento. (Heliodoro, 2012)

Resultado Operacional
𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑎𝑐𝑡𝑖𝑣𝑜 = × 100
activo

Este é um indicador muito útil para o acompanhamento da evolução ao longo do tempo


de uma empresa. A sua construção, análise e comparação é bastante vantajosa porque

23
permite medir a rendibilidade gerada com base nos investimentos no activo da empresa.
(Carmo, 2013).

1.7.3. Indicadores de liquidez


A liquidez é a capacidade que a entidade possui de fazer face aos compromissos com
terceiros, indica ainda o risco corrido pelos credores em resultado da concessão de
créditos a entidade (Sebastião, 2014).

O autor realça que, uma empresa com bons indicadores de liquidez tem de ter boa
capacidade de cumprir com as suas obrigações financeiras com terceiros, mas fá-lo,
obrigatoriamente, em função de outras factores como prazo, renovações de dívidas e as
vezes também por causa das políticas de gestão adoptadas.

A liquidez estuda a capacidade da empresa reembolsar as suas dívidas de curto prazo. Por
exemplo, quando os bancos estão a conceder empréstimos de curto prazo preocupam-se,
mais com a capacidade de reembolso dessa dívida do que com a forma de cobertura global
do activo, usando muitas vezes os indicadores de liquidez. (Heliodoro, 2012). Assim,
destacam-se deste grupo os seguintes liquidez de acordo (Sebastião, 2014):

 Liquidez corrente (LC)

A liquidez corrente, mostra a relação directa entre activo corrente (AC) e passivo corrente
(PC). Este indicador representa o quanto foi aplicado em bens e direitos e quanto a
entidade deve a curto prazo (Sebastião, 2014). Este indicador dá a cobertura das dívidas
exigíveis num horizonte temporal inferior a um ano por activos que se pretendam
transformar em meios líquidos no curto prazo (Carmo, 2013).

Activo corrente
𝒍𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑜𝑢 𝐺𝑒𝑟𝑎𝑙 =
Passivo Corrente

A principal vantagem no recurso a este indicador está no facto de permitir à empresa


antecipar-se e munir-se no que respeita a problemas de solvência futuros. O recurso a este
indicador poderá proporcionar informação relevante, nomeadamente indícios
relativamente à saúde financeira da empresa (Carmo, 2013).

 Liquidez imediata

Para Pinho e Tavares citado por Sebastião, (2014), afirmam que, este indicador mede a
capacidade financeira da entidade em pagar as suas dívidas imediatamente usando as
disponibilidades sem ter em consideração os outros elementos do activo corrente,

24
relaciona as disponibilidades com o passivo corrente. É evidente que o valor ideal
depende do sector de actividade em que a entidade se insere.

Disponibilidade
𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝑖𝑚𝑒𝑑𝑖á𝑡𝑎 =
Passivo Corrente

Este indicador detém vantagens imediatas na sua utilização, destacando-se apenas o facto
de permitir à empresa perceber se está a manter um nível elevado de meios financeiros
líquidos que poderiam ser aplicados de forma mais rentável (Carmo, 2013).

 Liquidez Reduzida

Este indicador tem como objectivo, apresentar a capacidade de pagamento da entidade


no curto prazo sem levar em conta os inventários (I), que são considerados como
elementos menos líquidos do activo corrente. Para Rosillón e Alejandra citado por Carmo
(2013), esta montra é a relação entre clientes e disponibilidades com o passivo de curto
prazo.

Activo Corrente − inventários


𝑙𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝑅𝑒𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎 =
Passivo Corrente

1.7.4. Indicadores de riscos


De acordo com Neves citado por Heliodoro, (2012), define risco como possibilidade de
perda. Segundo este autor, é possível fazer uma análise do risco com base em
determinados indicadores, fazendo-se a separação entre risco operacional e risco
financeiro. O risco operacional está associado à gestão da actividade da empresa,
enquanto o risco financeiro se relaciona com a estrutura de capital e os gastos inerentes
(Heliodoro, 2012).

Estes indicadores medem o risco que a empresa corre de não concretizar os seus
objectivos económicos e financeiros. Assim, destaca-se de acordo com Sebastião (2014),
o grau de alavanca operacional (GAO), o grau da alavanca financeira (GAF) e o grau
combinado da alavanca (GCA).

 Grau da alavanca operacional

Este indicador mede a variabilidade percentual dos resultados operacionais face a


variações percentuais unitárias do volume de negócios e se não há gastos fixos o grau da
alavanca operacional terá o limite de um, portanto, quanto maior o indicador maior é o
peso dos gastos fixos e maior o risco operacional da entidade (Nabais e Nabais, citado
por Sebastião, 2014).
25
Margem Bruta
𝐺𝑟𝑎𝑢 𝑑𝑎 𝑎𝑙𝑎𝑣𝑎𝑛𝑐𝑎 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 =
Resultado Operacional

Quanto maior for este indicador maior será o risco da entidade, ainda, que a entidade
tenha um grande volume de negócios.

 Grau de alavanca financeira

Este indicador, de uma forma sucinta, permite uma análise do risco associado à utilização
da dívida, concluindo-se se o endividamento está a ser benéfico ou prejudicial à
rendibilidade dos capitais próprios. Trata-se de um indicador de fácil construção e permite
analisar o impacto da variação dos resultados operacionais no resultado antes de impostos
(Carmo, 2013). E é comum o analista recorrer ao grau de alavanca financeira, destacando-
se este como principal indicador de risco financeiro.

Resultados Operacionais
𝐺𝑟𝑎𝑢 𝑑𝑎 𝑎𝑙𝑎𝑣𝑎𝑛𝑐𝑎 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎 =
Resultados antes dos Impostos

 Grau combinado de alavanca (GCA):

Este é o efeito combinado do GAO e GAF, sendo que “mede a variação percentual
ocorrida nos resultados correntes de variações percentuais unitárias no volume de
negócios (Pinho e Tavares citado por Sebastião, 2014).

O autor afirma ainda que, este indicador evidencia se os resultados da entidade se situam
a um nível inadequado ao cumprimento dos seus objectivos essenciais. Para o mesmo
autor o risco global será maior quanto mais elevados forem os seus gastos fixos, GAO e
GAF.

A análise destes indicadores permite, tal como referem Nabais e Nabais citado por
Sebastião (20114), estudar a situação económico-financeira da entidade através do estudo
dos documentos contabilísticos e dotar os responsáveis da organização e outras entidades
de informação financeira adequada para a tomada de decisão. E obtêm-se pela seguinte
fórmula.

GCA=GAO×GAF

1.7.5 Análise do fluxo de caixa


Fluxo de caixa refere-se recebimentos, entradas, pagamentos, saídas de caixa e seus
equivalentes.

26
Análise do fluxo de caixa, constitui um dos factores mais importantes principalmente para
os micros empresas, é por meio dele se conseguem informações sobre o passado
financeiro da empresa em determinado período e, conhecendo-se o passado do caixa, se
estabelecerá uma melhor projecção futura de activos disponíveis (Barbosa, 2010).

O autor afirma que, é uma demonstração definida como um utensílio de controlo de


gestão, com o objectivo de auxiliar o processo de tomada de decisão, buscando sempre o
cumprimento dos objectivos esperados pela empresa, contrapondo-se à incerteza
constantemente associada ao fluxo de recebimentos e pagamentos.

A demonstração de fluxos de caixa resume os movimentos de entrada e saída de caixa


durante o período considerado fornecendo uma visão dos fluxos de caixa operacionais,
de investimento e financiamento da empresa e concilia tais fluxos com as variações dos
saldos de caixa e aplicações em títulos negociáveis nesse período. (GITMAN, citado por
Barbosa, 2010).

O fluxo de caixa está directamente ligado à gestão financeira dos recursos das empresas,
buscando o equilíbrio entre os pagamentos e recebimentos, constituindo-se, desta forma,
em um factor fundamental ao processo de tomada de decisões da empresa. Assim, o fluxo
de caixa constitui um elemento de controlo de gestão indicado para analisar o desempenho
financeiro do período, bem como verificar as causas ocorridas no que foi planeado, a fim
de que a empresa mantenha-se alinhada com os objectivos e metas estabelecidas
(Barbosa, 2010).

Portanto, o fluxo de caixa além de essencial no contexto das pequenas empresas, presta
sua contribuição, principalmente no tocante à compreensão, por parte do empreendedor,
dos efeitos de suas decisões sobre os resultados obtidos.

1.8. Tomada de decisões baseada nas demonstrações financeiras

A decisão é o processo que determina o rumo quer da sociedade, quer do individuo e/ou
principalmente de uma organização.

Miglioli citado por Sebastião (2014, p. 20) defende que “as decisões de gestão afectam
directamente a sobrevivência das empresas assim como a vida de todos os que estão
relacionados com a mesma sejam eles empregados, acionistas, fornecedores, clientes ou
até a própria sociedade”. Por este motivo, o processo de decisão numa entidade é
importante a uma escala maior do que apenas para o seu ambiente interno.

27
E isso significa que é necessário que haja informações disponíveis para a tomada de
decisão, e sem dúvidas que cabe a Contabilidade em fornecer a tais informações. E para
que essa informação seja considerada útil na tomada de decisão deve ser relevante e
fiável, isto é, deve traduzir o verdadeiro estado da entidade e traduzi-la de forma ampla.
Pois, as decisões financeiras carecem de informações financeiras que, por sua vez, são
fornecidas pela contabilidade que funciona como um sistema de informação financeira.
Serem úteis para prever, comparar, avaliar a capacidade de uma entidade em gerar riqueza
futura e julgar a habilidade do administrador em utilizar os recursos da entidade com
eficiência no atendimento de seu objectivo principal.

Stroeher e Freitas, citado por Sebastião (2014), defendem ainda que a informação
financeira é apresentada de diversas formas tais como: demonstrações financeiras,
registos permanentes e sistemáticos, documentos, livros, folhas de cálculo, listagens,
diagnósticos e descrição crítica. Cada órgão de decisão deve determinar que tipo de
informação financeira lhe é útil (relevante e fiável) para o processo de tomada de decisão.
Deve saber que decisão pretende tomar; que informações são necessárias para o processo;
e deve acima de tudo ter a capacidade de processar as informações que tem na sua posse
(Sebastião, 2014).

O autor afirma ainda que, o processo de tomada de decisão exige algumas competências
entre as quais são de destacar as seguintes: “lucidez quanto ao problema, à sua
importância e prioridade, informação adequada, comunicação eficaz e controlo de
execução. Competências conhecidas como técnicas, humanas e conceptuais, que
permitem aos decisores terem maior sensibilidade sobre o que é melhor para a entidade.
Para que se tome bem uma decisão é necessário seguir determinadas etapas que variam
de autor para autor. Para Carvalho citado Sebastião (2014) essas etapas incluem:

 Definir o problema em função da inadequação da situação presente ou expectante;

 Identificar a causa do problema;

 Avaliar as medidas alternativas de decisão e suas consequências e por fim tomar


a decisão.

Portanto hoje a tomada de decisões é um dos processos mais complexos, que envolve um
conjunto de informações e critérios para que essa tomada de decisão seja útil para o
progresso da empresa.

28
CAPÍTULO II – METODOLOGIA DA PESQUISA

Este capítulo descreve a metodologia utilizada na parte prática deste trabalho, desde a
apresentação das empresas objecto de estudo, método, tipo pesquisa de investigação, o
tipo de estudo, a metodologia de recolha de dados, bem como os principais indicadores
que são objecto de análise do trabalho.

2.1 Apresentação da empresa objecto de estudo

De modo a fazer face o terceiro capítulo, isto é da análise e discussão dos resultados para
dar sustentabilidade do presente trabalho de investigação, foi utilizado documentos de
uma empresa de venda de equipamentos industrial.

As demonstrações financeiras utilizadas para o presente trabalho, foi de uma empresa


angolana privada do sector industrial, que iniciou a sua actividade em 1995 como
sociedade anónima integrando o património da antiga empresa criada em 1952. Com cede
em Luanda localizada na Av. Deolinda Rodrigues. E actualmente conta com cerca de 130
colaboradores a nível nacional.

Por uma questão de confidencialidade da empresa, e com respeito a este pedido, esta a se
usar um nome fictício denominado “Alfa”, porque a empresa não quer que essas
informações sejam públicas. Fora a este sigilo, e pelo respeito do mesmo, o estudo pauta
pela severidade, originalidade e coerência que se o estudo de caso exige.

Portanto a empresa “Alfa” disponibiliza uma gama de máquinas, equipamentos e


acessórios para actividade industrial como: Equipamentos e produtos de manutenção
industrial Consumíveis e acessórios industriais, Equipamentos de stockagem e logística,
Ferramentas manuais e eléctricos produtos para corte e desbaste entre outros.

2.2 Metodologia

A metodologia é a explicação detalhada, rigorosa e exacta de todo o acto desenvolvido


no trabalho científico. Pois, detalha o tipo da pesquisa, o rumo a ser seguido para obter
os dados a serem trabalhados.

Assim, de acordo com Silva e Menezes (2005), afirmam que a metodologia de pesquisa
corresponde ao estabelecimento das actividades práticas necessárias para a aquisição de
dados com os quais se desenvolverão os raciocínios que resultarão em cada parte do
trabalho final.

29
Assim, ʻʻPara que um conhecimento possa ser considerado científico, torna-se necessário
identificar as operações mentais e técnicas que possibilitem a sua verificação, ou em
outras palavras, determinar o método que possibilite chegar a esse conhecimento (GIL,
2008, p. 8).

Pois, o método pode ser definido como um conjunto das actividades sistemáticas e
racionais que, com maior segurança e económica, permite alcançar o objectivo, ou seja,
conhecimentos válidos e verdadeiros que permite traçar o caminho a ser seguido,
detectando erros e auxiliando as decisões do pesquisador (Marconi & Lakatos, 2003).

Ainda de acordo com Prodanov & Freitas (2013), definem o método como o caminho, a
forma o modo de pensamento. É a forma de abordagem em nível de abstracção de
fenómenos. É o conjunto de processos ou operações mentais empregados na pesquisa.

2.1 Método de abordagem da pesquisa

Quanto ao método de abordagem da pesquisa, para apresente investigação utilizou-se o


método dedutivo, uma vez que fez partimos de um estudo generalizado com relação a
análise das demonstrações financeiras como ferramenta de apoio à tomada de decisões
nas empresas, e com base nisso, fazer um estudo de caso que na empresa “Alfa” de modo
a chegar as conclusões específicas.

Prodanov & Freitas (2013) afirmam que os métodos esclarecem os procedimentos


lógicos que deverão ser seguidos no processo de investigação científica dos factos da
natureza e da sociedade. São, pois, métodos desenvolvidos a partir de elevado grau de
abstracção que possibilitem ao pesquisador decidir acerca do alcance de sua investigação,
das regras de explicação dos factos e da validade de suas generalizações. Podem ser:
dedutivo, indutivo, hipotético-dedutivo, dialéctico e fenomenológico.

2.1.1 Método dedutivo

O método dedutivo, de acordo com o entendimento clássico, é o método que parte do


geral e, a seguir, desce ao particular. A partir de princípios, leis ou teorias consideradas
verdadeiras e indiscutíveis, prediz a ocorrência de casos particulares com base na lógica
(Gil citado por Prodanov & Freitas, 2013)

2.2 Tipo de pesquisa quanto ao procedimento

A pesquisa classifica-se: quanto aos seus objectivos, quanto aos procedimentos técnicos
e quanto a abordagem do problema (Gerhardt & Silveira, 2009)

30
2.2.1 Quanto aos seus objectivos

O presente trabalho científico classifica-se como descritiva. Uma vez que descreveu-se
os factos de modo geral na revisão da literatura sobre análise das demonstrações
financeiras como um factor importante no processo de tomada de decisão.

A pesquisa descritiva observa, regista, analisa e ordena dados, sem manipulá-los, isto é,
sem interferência do pesquisador. Procura descobrir a frequência com que um facto
ocorre, sua natureza, suas características, causas, relações com outros factos. Assim, para
colectar tais dados, utiliza-se técnicas específicas, dentre as quais se destacam a
entrevista, o formulário, o questionário, o teste e a observação (Prodanov & Freitas, 2013)

Os autores afirmam ainda que na pesquisa descritiva, o pesquisador apenas regista e


descreve os factos observados sem interferir neles. Descreve as características de
determinada população ou fenómeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis.
Envolve o uso de técnicas padronizadas de colecta de dados: questionário e observação
sistemática

2.2.2 Quanto aos procedimentos técnicos utilizados

Quanto aos procedimentos técnicos, tendo em conta o tema em estudo, para a presente
investigação utilizou-se uma pesquisa documental e bibliográfica.

A pesquisa documental possibilitou consultar os documentos oficiais da empresa


principalmente das demonstrações financeiras (balanço, demonstração de resultados).

Bibliográfica permitiu a busca a partir de vários autores que abordaram questões


relacionadas com o tema em estudo (por meio de livros, artigos dissertações, etc.).

2.2.2.1 Pesquisa bibliográfica

De acordo com Prodanov e Freitas (2013), afirmam que a pesquisa bibliográfica é aquela
elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de: livros, revistas,
publicações em periódicos e artigos científicos, jornais, boletins, monografias,
dissertações, teses, material cartográfico, internet, com o objectivo de colocar o
pesquisador em contacto directo com todo material já escrito sobre o assunto da pesquisa.
Ainda Alves (2012), realça que a pesquisa bibliográfica utiliza fontes secundárias
(Estudos feitos por outros autores sobre o tema).

31
2.2.2.2 Pesquisa documental

Segundo Alves (2012), a firma que a pesquisa documental utiliza fontes primárias, isto é,
fontes de informação que ainda não receberam nenhum tipo de tratamento e nunca foram
publicadas como: documentos arquivados em instituições públicas ou privadas,
fotografias, certidões etc, e mesma linha de pensamento Prodanov & Freitas (2013), a
pesquisa documental baseia-se em materiais que não receberam ainda um tratamento
analítico ou que podem ser reelaborados de acordo com os objectivos da pesquisa.

2.2.2.3 Tipo de Estudo

A abordagem de investigação consiste num estudo de caso. Este tipo de estudo traduz-se
na exploração intensiva de uma unidade de análise, neste caso concreto, a empresa Alfa.

O estudo de caso é uma abordagem metodológica de investigação muito adequada quando


procuramos compreender, explorar ou descrever acontecimentos e contextos complexos,
nos quais estão simultaneamente envolvidos diversos factores.

Este tipo de estudo visa preservar o carácter único, específico, diferente e complexo do
caso, sendo que o investigador recorre obrigatoriamente a fontes múltiplas de dados e,
muitas vezes, a métodos de recolha também diversificados (Coutinho e Chaves citado por
Cunha 2013).

E na mesma linha de pensamento apresentam-se Prodanov & Freitas (2013), que afirmam
que o estudo de caso consiste em colectar e analisar informações sobre determinado
indivíduo, uma família, um grupo ou uma comunidade, a fim de estudar aspectos variados
de sua vida, de acordo com o assunto da pesquisa. É um tipo de pesquisa qualitativa e/ou
quantitativa, entendido como uma categoria de investigação que tem como objecto o
estudo de uma unidade de forma aprofundada, podendo tratar-se de um sujeito, de um
grupo de pessoas, de uma comunidade etc. os autores afirmam que para este estudo, é
necessário alguns requisitos básicos para sua realização como: severidade, originalidade
e coerência.

2.3 Pesquisa quanto à Abordagem do Problema

Quanto a abordagem do problema adoptou-se a pesquisa qualitativa e quantitativa.

Pesquisa qualitativa porque possibilita explorar o problema em estudo, através da sua


complexidade. O emprego da pesquisa qualitativa permitiu analisar os dados recolhidos
de forma detalhada, o que contribuiu, para a maior compreensão do fenómeno estudado.

32
E a quantitativa quantitativa porque permitiu realizar análise dos dados obtidos e
quantifica-los através das demonstrações financeiras, que foram fornecidas pelo gestor da
empresa em estudo.

2.4.1 Pesquisa qualitativa

Assis, (2014) afirma que a pesquisa qualitativa é uma pesquisa descritiva, cujas
informações não são quantificáveis; os dados obtidos são analisados indutivamente; a
interpretação dos fenómenos e a atribuição de significados são básicas no processo de
pesquisa qualitativa.

De acordo com Prodanov & Freitas (2013), consideram que na pesquisa qualitativa existe
uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável
entre o mundo objectivo e a subjectividade do sujeito que não pode ser traduzido em
números. A interpretação dos fenómenos e a atribuição de significados são básicas no
processo de pesquisa qualitativa. Esta, não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas.
O ambiente natural é a fonte directa para a colecta de dados, interpretação de fenómenos
e atribuição de significados.

Assim, o uso desse tipo de abordagem difere da abordagem quantitativa pelo facto de não
utilizar dados estatísticos como o centro do processo de análise de um problema, não
tendo, portanto, a prioridade de numerar ou medir unidades.

2.4.2 Pesquisa quantitativa

Esta pesquisa, considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em
números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de recursos
e de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente
de correlação, análise de regressão etc.) procurando traduzir em número os
conhecimentos gerados pelo pesquisador (Prodanov & Freitas, 2013).

2.5 Técnicas de tratamento de Dados

Quanto as técnicas de tratamento de dados Alves (2012) dizem que o tratamento de dados
pode ser feito através do programa Excel ou através do SPSS.

Mas para o presente trabalho os índices foram calculados a partir da planilha electrónico
Microsoft Excel versão 2007.

33
2.6 Horizonte Temporal

Os dados recolhidos da empresa em estudo para as devidas análises são dados de dois
2018-2019.

1.7 Instrumento de análise

De modo a avaliar o perfil económico-financeiro bem como a evolução da empresa em


estudo, foi necessário recorrer a técnicas de análise apropriadas, os mais usuais, recorre à
análise de indicadores ou rácios.

Assim, para a presente investigação fez-se uma análise em alguns indicadores de:
endividamento, rentabilidade, de liquidez e de riscos uma vez que estes indicadores alem
de nos permitir avaliar a situação económica financeira, também ajuda os gestores na
tomada de decisões.

Dito de outro modo, estes são índices de apoio que conseguem sintetizar, uma relativa
quantidade de informação e ajuda na comparação do desempenho económico-financeiro
das empresas, ao longo do tempo.

Assim, têm-se: E, AF, RLV, ROV, RCP, LG, LI, LR.

 Índices de Endividamento

Passivo Total
𝐸𝑛𝑑𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = × 100
activo total
Capitais Próprios
𝐴𝑢𝑡𝑜𝑛𝑜𝑚𝑖𝑎 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎 = × 100
activo total

 Indices de rentabilidade

Resultado Líquido
𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑎𝑠 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 = × 100
Volume de Negócio

Resultado Operacional
R𝑒𝑛𝑑𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑎𝑠 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 = × 100
Volume de Negócio

Resultado Líquido
𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜𝑠 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑖𝑠 𝑃𝑟ó𝑝𝑟𝑖𝑜𝑠 = × 100
Capitais Próprios

Resultado Operacional
𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑜𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑎𝑐𝑡𝑖𝑣𝑜 = × 100
activo

34
 Índices de Liquidez

Activo corrente
𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑜𝑢 𝐺𝑒𝑟𝑎𝑙 =
Passivo Corrente

Disponibilidade
𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝑖𝑚𝑒𝑑𝑖á𝑡𝑎 =
Passivo Corrente
Activo Corrente − inventários
𝑙𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝑅𝑒𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎 =
Passivo Corrente

 Índice de risco

Resultados Operacionais
𝐺𝑟𝑎𝑢 𝑑𝑎 𝑎𝑙𝑎𝑣𝑎𝑛𝑐𝑎 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎 =
Resultados antes dos Impostos

35
CAPÍTULO III- APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS

Este capítulo tem por objectivo análise dos indicadores de rendimentos, liquidez e de
riscos da empresa objecto de estudo, baseando-se das demonstrações financeiras (Balanço
e Demonstração de resultado).

3.1. Caracterização da Alfa

Alfa é uma empresa angolana privada do sector industrial, que iniciou a sua actividade
em 1995 como sociedade anónima integrando o património da antiga empresa criada em
1952. Com cede em Luanda localizada na Av. Deolinda Rodrigues e conta com cerca de
130 colaboradores a nível nacional.

A empresa tem uma presença a nível nacional muito forte no fornecimento de


equipamentos industrial como: • Equipamentos e produtos de manutenção industrial

• Consumíveis e acessórios industriais;

• Equipamentos de stockagem e logística;

• Ferramentas manuais e eléctricas;

• Produtos para corte e desbaste.

É uma empresa com valor essencial com uma estratégia orientada para os seus clientes,
com uma forte ambição de crescimento, que pauta na inovação, qualidade,
sustentabilidade e responsabilidade social e ambiental, a empresa ainda conta com uma
loja no Lobito.

36
3.2.Analise dos indicadores

Para calcular os indicadores de actividades, foram utilizados dados retirados do balanço


e da demonstração do exercício do ano 2019, conforme mostra as tabelas abaixo e com
base nisso calculou-se os indicadores, e a sua interpretação.

Tabela 3:Balanço em 31 de dezembro de 2018 e 2019

Designação Valores expressos em kwanzas


Exercícios
2019 2018
ACTIVO
Activo não corrente: 954 858 439 967 272 248
Imobilizações corpóreas 4 753 489 1 156 078
Imobilizações incorpóreas 66 497 914 56 489 264
Imobilizações em curso 0 0
Investimentos em subsidiárias e associadas 0 0
Outros activos financeiros 0 0
Outros activos não correntes
Total do activo não corrente 1 026 109 843 1 024 917 590
Activos correntes:
Existências, 1 507 821 794 1 170 317 071
Conta a receber 1 544 864 861,04 917 580 392
Disponibilidades 673 348227 1 505 771 417
Outros activos correntes 0 0
Total do activo corrente 3 726 034 882 3 593 668 880

TOTAL DO ACTIVO 4 752 144 725 4 618 586 470


CAPITAL PROPRIO E PASSIVO
Capital próprio
Capital 4 500 000 4 500 000
Reservas 76 290 030 76 290 030
Resultados transitados 899 289 894 374 712 695
Resultado do exercício 286 289 286 749 447 376
TOTAL DO CAPITAL PRÓPRIO 1 266 369 210 1 204 950 101
Passivo não corrente:
Empréstimo de médio e longo prazo
Impostos diferidos
Provisões para pensões
Provisões para outros riscos e encargos
Outros passivos não correntes
Total do passivo não corrente 0 0
Passivo corrente:
Provisões para depreciação de existências 15 217 982 5 851 585
Contas a pagar 3 170 557 533 3 407 784 784
Empréstimo de curto prazo 300 000 000 0
Parte corrente empréstimo de médio e longo prazo 0 0
Outros passivos não correntes 0 0

Total do passivo corrente 3 485 775 515 3 413 636 369

TOTAL DO PASSIVO 3 485 775 515 3 413 636 369


TOTAL DO CAPITAL PRORIO E PASSIVO
4 752 144 725 4 618 586 470
Fonte: próprio, elaborado de acordo com PGC com base nas DFs da Alfa.

37
Tabela 4: Demonstrações de Resultados em 31 de dezembro de 2018 e 2019

Designação Valores expressos em kwanzas


Exercícios
2019 2018
Proveitos por natureza:
Vendas 5 890 579 859 4 789 527 655
Prestações de serviços 120 405 971 47 350 801
Outros proveitos operacionais 0 0
Total dos proveitos operacionais 6 011 003 830 4 836 878 456
Proveitos e ganhos financeiros gerais
Outros proveitos e ganhos não operacionais 285 875 739 95 538 719
Proveitos e ganhos extraordinários 31 450 654 500 000
0 0
Total dos proveitos 6 328 330 222 4 432 917 175
Custos por natureza: 0 0
Variações nos produtos acabados e produtos em vias de fabrico 0 0
Trabalhos para própria empresa 4 205 451 613 2 323 711 797
CMV e MPC 799 401 984 701 506 094
Custo com pessoal 95 257 593 95 136 496
Amortizações 462 801 243 343 697 997
Outros custos e perdas operacionais
TOTAL DOS CUSTOS OPERACIONAIS 5 562 912 433 3 464 052 384
Custos e perdas financeiros gerais 274 350 870 686 033 204
Outros custos e perdas não operacionais 81 649 369 33 384 210
Custos e perdas extraordinárias 303 000 0
Total dos custos 5 919 215 672 4 183 469 799
Resultados operacionais 448 091 396 1 372 826 072
Resultados financeiros 11 524 869 -590 494 486
Resultados defilias e associados 0 0
Resultados não operacionais -50 198 715 -32 884 210

Resultados antes do imposto 409 417 550 749 447 376


Acréscimo ao lucro tributável 0 119 880
Imposto sobre o rendimento 122 825 265 224 870 177
Resultados líquidos das actividades correntes 286 592 285 524 577 199
Resultados extraordinários -303 000 0
Imposto sobre o rendimento 0 0
Resultados líquidos das actividades correntes -303 000 0

RESULTADO LIQUIDO DO EXERCÍCIO 286 289 285 524 577 199

Fonte: próprio, elaborado de acordo com PGC com base nas DFs da Alfa.

3.3.Cálculos dos indicadores em análise


 Indicadores de endividamento

3 485 77 515 3413636369


𝐸= 752 144 725
𝑋 100 = 73% ( 2019) 𝐸 = 4618586470 𝑋100 = 74% (2018)

1266369210 1 204 950 101


𝐴𝐹 = × 100 = 27%(2019) 𝐴𝐹 = 𝑋100 = 26% (2018)
4 752 144 725 4 618 586 470

38
 Indicadores de rentabilidade

286 289 285 524577199


𝑅𝐿𝑉 = × 100 = 5% (2019) 𝑅𝐿𝑉 = × 100 = 11% (2018)
6 011 003 830 4836878456

448 091 396 1372826072


𝑅𝑂𝑉 = 6 011 003 830 × 100 = 7% (2019) 𝑅𝑂𝑉 = 4836878456 × 100 = 28% (2018)

286289285 524577199
𝑅𝐶𝑃 = × 100 = 23% (2019) 𝑅𝐶𝑃 = × 100 = 44% (2018)
1266369210 1204 950 101

448 091 396 1372826072


𝑅𝑂𝐴 = × 100 = 9%(2019) 𝑅𝑂𝐴 = × 100 = 30% (2018)
4 752 144 725 4618586470

 Indicadores de liquidez
3 726 034 884 3593668880
𝐿𝐺 = 𝑋 100 = 107% (2019) 𝐿𝐺 = 𝑋 100 = 105% (2018)
3 485 775 515 3413636369

675 348 227 1505771417


𝐿𝐼 = = 19% (2019) 𝐿𝐼 = = 44% (2018)
3 485 775 515 3 41363669

3 726 034 884 − 1507821794 3593668880 − 1170317071


𝐿𝑅 = = 64% (2019) 𝐿𝑅 = = 71% (2018)
3 485 775 515 3 41363669

 Indicador de risco
448 091 396 1372826072
𝐺𝐴𝐹 = 409 417 550 = 109% 𝐺𝐴𝐹 = 749447376
= 183%

3.3.1 Comentários sobre os indicadores com base nos resultados calculados

3.3.2 Índices de Endividamento

Endividamento

Este índice demonstra o grau de endividamento da empresa, o quanto ela utiliza de


recursos externos para financiar o seu activo.

Desta feita de acordo com os resultados obtidos através dos cálculos feitos, foi possível
notar que a empresa estudada teve um índice da divida de 74% e 73% (2018 e 2019), o
que significa que a empresa utilizou mais os capitais externos de curto e longo prazo.

39
O Índice de endividamento evidência o quanto a empresa utiliza recursos de terceiros
num dado período de tempo para financiar o seu activo, indicando assim, a quantidade de
dívidas a curto ou longo prazo que poderá ser paga com o seu activo total.

Autonomia financeira

Este indicador relaciona os capitais próprios com o total de activos aplicados este
indicador é o complemento do endividamento, visto que “quanto maior o valor deste
indicador maior a proporção de capitais próprios aplicados, o que implica dizer há menor
risco de insolvência a prazo.

E de acordo com o resultado obtido a partir do cálculo feito verificou-se que a empresa,
teve uma autonomia financeira de 26% e 27% (2018 e 2019) o que significa que a empresa
tem pouco peso no financiamento dos seus activos.

3.3.2. Índices de Rentabilidade

Como já tratado anteriormente na revisão da literatura, a Rentabilidade das Vendas é


responsável por mensurar a lucractividade obtida por meio de suas vendas.

Rentabilidade líquida das vendas

Desta feita de acordo com os resultados obtidos através dos cálculos feitos, foi possível
notar que a empresa estudada representa uma rendibilidade líquida das vendas reduzida
de 5% em 2019 comparado com o ano anterior 11% em 2018.

Este indicador visa informar o que se denomina de ganho ou lucro da entidade após a
dedução de todos os gastos da entidade. É um indicador que relaciona o resultado líquido
(RL) e o volume de negócios.

Por tanto este índice indica o poder de ganho da empresa, fazendo uma breve comparação
do seu lucro liquido em relação as suas vendas, e quanto à empresa obteve de lucro líquido
para cada unidade monetária vendida.

Rentabilidade operacional das vendas

Este índice é responsável por avaliar o percentual do lucro operacional sobre as vendas
líquidas, levando em consideração todos os custos e despesas, com excepção das despesas
financeiras líquidas e impostos.

Desta feita, a empresa obteve uma rendibilidade operacional de 28% em 2018 e 7% em


2019. Nota-se uma redução das vendas operacionais.

40
Rendibilidade dos capitais próprios

Permite avaliar a eficiência das políticas de financiamento e investimento adoptadas pela


empresa, emitindo sinais de alerta quando o seu valor se encontra relativamente díspar do
normal da actividade, mede o percentual dos sócios de acordo com o investimento.

Quanto a retambibilidade notou- se Empresa conseguiu obter de lucro com cada unidade
monetária investida em 2018 de 44% e 23% em 2019 respectivamente.

Rendibilidade operacional do activo

E com relação a rentabilidade operacional das vendas a empresa estudada teve um indice
de retorno sobre o activo em 2018 de 30% e 9%, em 2019. O que indica que a empresa
gerou lucro de kz 0, 30 e 0,09 para cada kz 1,00 aplicado no seu ativo. Verifica-se que a
empresa conseguiu obter de lucro com cada unidade monetária investida.

3.3.3 Índices de Liquidez

Como já foi referenciado no primeiro capítulo, os Índices de Liquidez são conhecidos


pela relação que fazem dos bens e direitos com as obrigações da empresa, permitindo
medir sua folga financeira, capacidade que a entidade possui de fazer face aos
compromissos com terceiros, indica ainda o risco corrido pelos credores em resultado da
concessão de créditos a entidade.

Assim, de acordo com os resultados obtidos nos cálculos feitos anteriormente com relação
aos índices de liquidez da empresa observou-se o seguinte:

Quanto ao Índice de Liquidez Corrente ou Geral

Este indicador demonstra a saúde financeira da empresa a longo prazo, revelando o


quanto de seus compromissos de curto e longo prazo.

Verificou-se um ILG de 105% em 2018 e 107% em 2019. Nota-se uma evolução


comparadamente no ano anterior, o que representa que a empresa possui uma capacidade
financeira de saldar seus compromissos. P que significa que para cada 1 kz do passivo,
ela dispõe de1,05 e 1,07 para saldar os seus compromissos. Portanto a empresa consegue
saldar o seu Passivo e ainda dispõe de uma folga financeira.

Liquidez Imediata

Este é um indicador que representa a capacidade financeira da empresa em liquidar suas


dívidas de curto prazo, apenas com o que detém em disponibilidades.

41
A empresa Alfa apresentou um índice de liquidez imediata de 44% em 2018 e 19% em
2019. O que significa que para cada 1 kz de dívidas a curto prazo, a empresa possui de
disponibilidade 0, 44 e 0,19 kz. Portanto, o que indica que a empresa não possui recursos
suficientes para liquidar suas dívidas a curto prazo com o que possui em caixa e bancos.

No entanto, é comum que este índice seja baixo, uma vez que as empresas não têm
interesse em manter altos valores em seus caixas e bancos, devido a sua perda de valor.

Liquidez Reduzida ou Seca

Este indicador representa a capacidade que a empresa possui em liquidar seus


compromissos a curto prazo, utilizando-se do seu activo circulante, excluindo o seu o
inventário ou estoque, uma vez que não representam certeza de mudança em caixa.
Mesmo não considerando o valor do inventário, a empresa detém de recursos suficientes
para liquidar suas dívidas, sendo em 2018 foi de 71% e 64% em 2019.

3.3.4. Índice de risco

Grau de alavanca financeira

Quanto ao grau de alavanca financeira a empresa um valor percentual de 183% em 2018


e 107% em 2019.

Este indicador, de uma forma sucinta, permite uma análise do risco associado à utilização
da dívida, concluindo-se que o endividamento está a ser benéfico à rendibilidade dos
capitais próprios.

42
CONCLUSÕES

Com o presente trabalho de investigação, procurou-se dar um contributo para a


compreensão Compreender a análise das demonstrações financeiras para apoio à tomada
de decisões pelas empresas para o seu sucesso na sua actividade.

Assim, Com base na revisão da literatura de modo a compreender a análise das


demonstrações financeiras que apoia nas decisões das empresas concluir-se q ue:

a) Num mundo globalizado que está em constante mudança e com a crise que se
vive, como é caracterizado no momento actual, para que as empresas consigam
sobrevir a essas mudanças, exige das próprias empresas uma análise cada vez mais
profunda das suas actividades, no sentido de ter mais detalhes sobre a evolução
do seu progresso. E isso significa que as empresas que ficarem afastados a este
elemento, ficarão a mercê do fracasso. E por outra, é necessário que tenham
conhecimento da importância da analise das demonstrações financeiras e fazer
desta uma ferramenta indispensável em todo processo de tomada de decisão;
b) A análise das demonstrações financeiras busca extrair informações das
demonstrações contabilísticas, a fim de identificar as potencialidades e
fragilidades operacionais e financeiras da empresa e utiliza-os de forma
estratégica nas mais variadas decisões empresariais. A análise baseada nas
demonstrações financeiras, quando se busca o enfoque de gestão. Serve como
base de informações para tomada de decisão dos gestores das empresas,
independentemente da sua dimensão;
c) Para uma boa análise financeira é necessário que as empresas tenham no mínimo:
Balanço Patrimonial, Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE) e
Demonstrativo de Fluxo de Caixa. Estas demonstrações são de simples
formulação e oferecem informações básicas, porém muito importantes, para
qualquer organização, independentemente de tamanho ou facturação
d) Actualmente, analise das demonstrações financeiras devem ser um factor
indispensável no planeamento estratégico global, direciona a organização num
caminho que assegure, a médio e longo prazo, vantagens competitivas,
configurando os seus recursos num ambiente de mudança contínua, de modo a
satisfazer as necessidades do mercado e a corresponder às expectativas dos
interessados;
43
e) Por outro lado, a análise das demonstrações financeiras além de ser uma
ferramenta que auxilia nas tomadas de decisões, ainda auxilia os gestores a
acompanhar o crescimento da empresa, sua posição actual bem como perspectivar
o futuro como também auxilia na identificação de pontos fracos.

E relativamente a análise dos resultados do estudo feito da empresa objecto de estudo, foi
baseado nos indicadores financeiros e económicos, e através das demonstrações
financeiras com objectivo de dar mais sustentabilidade no trabalho e reforçar as
conclusões chegou-se as seguintes conclusões:

a) O índice de endividamento da empresa Alfa foi de 74% em 2018 e 73% em 2019.


O que significa que a empresa utilizou mais capitais externos de curto e longo
prazo, o que significa que para cada 1 kz, 0,74 e 0, 73 era da dívida portanto, e
isto significa que a empresa vem utilizando mais capitais alheios. E quanto a
autonomia financeira, a empresa teve 26% em 2018 e 27% em 209, o que significa
que a empresa tem pouco peso no financiamento dos seus activos;

b) Quanto aos índices de rentabilidade, demonstram a capacidade da empresa em


gerar lucro, através de suas vendas, ou do seu capital investido. Foi possível
verificar que em relação a RLV de 11% em 2018 e 5% em 2019. E quanto a ROV,
o seu valor foi de 28 em 2018 e 7%, 44% e 23% da rentabilidade dos capitais
próprios e 30% e 9% em 2018 e 2019 da rentabilidade do activo;

c) Quanto aos índices de liquidez, verificou-se a empresa Alfa teve um liquidez geral
de 105 em 2018 e 107% em 2019, portanto, é notável a saúde financeira da
empresa em curto e em longo prazo, a empresa tem capacidade de pagamento de
suas obrigações do Passivo Circulante e Passivo Não Circulante em relação ao
activo Circulante, 44% em 2018 e 19% em 2019, foi da liquidez imediata. Este
índice indica quanto à empresa consegue saldar de suas dívidas de curto prazo
com o disponível no momento e por outra a empresa teve 71% e 64% da liquidez
Reduzida em 2018 e 2019 respectivamente.

44
LIMITAÇÕES

De referir, contudo, e à semelhança de qualquer investigação, que este estudo não está
isento de críticas e limitações, que pensa-se poderem vir a ser colmatadas em trabalhos
futuros. Assim, destacam-se:

a) As limitações que decorrem da escassez de fontes de informação


disponíveis·sobre este assunto, como casam dos livros nas nossas bibliotecas;
b) Limitações que ouve por parte da empresa Alfa no fornecimento das
demonstrações financeiras, o que dificultou de certa maneira o dinamismo da
análise;
c) Ainda também houve grandes dificuldades no tratamento de dados, relativamente
na interpretação dos índices.

45
RECOMENDAÇÕES

As empresas são criadas com objectivo de continuarem no mercado pelo tempo


indeterminado, aumentando não só suas capacidades financeiras como também sua
dimensão. Neste entretanto, na revisão da literatura vários autores põem o acento tónico
a analise das demonstrações financeira como sendo indispensável em toda actividade da
empresa seja qual for, lucrativa ou não. Desta feita:

a) Recomenda-se de um modo geral as empresas que de modo a permanecerem num


mercado tão competitivo e dinâmico é necessário que as mesmas olhem para
análise das demonstrações financeiras como factor indispensáveis para a gestão e
consequentemente na tomada de decisões;
b) Recomenda-se ao gestor que as suas decisões devem ter como base as
demonstrações financeiras, uma vez que nos permite saber a situação real da
empresa;

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Alves, M. d. (2012). Metodologia Científica. Lisboa-Portugal: Escolar Editora.

Assis, M. C. (2014). Metodologia do Trabalho Cientifico. Lisboa.

46
Bachtold, C. (2011). Contabidade Básica. Curitiba. .

Baessa, E. J. (2013). Análise económica e financeira como ferramenta de apoio na


tomada de decisões das empresas:O Caso dos TACV Airlines. Cabo Verde.

Barbosa, H. M. (2010). A análise de demonstrativos financeiros como ferramenta para


tomada de decisão nas micro e pequenas empresas . S. Paulo.

Bednarski, M. (2015). ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS COMO


INSTRUMENTO DE APOIO NA TOMADA DE DECISÕES NO MERCADO
SHARBI LTDA . Fundasul.

BERREZA, D. (2012). Um estudo sobre a percepção de Gestores de médias empresas


da região metopolitana de recife sobre a utilização e importancia das
informações contabis no processo de tomada de decisão. Brazil. .

Brito, P. E. (2005). ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO: SUA IMPORTÂNCIA


NO RESULTADO DA EMPRESA. Brasilia.

CAMPOS, A. P. (2005). Contabilidade (3 ed.). Lisboa. Lisboa: Plátano Editora. .

Carmo, M. S. (2013). INDICADORES ECONÓMICO-FINANCEIROS . Coimbra.

Carvalho, K. W., Melo, M. d., Agostini, C., Barros, L. E., & Vale, C. R. (2014). A
Importância da Análise das Demonstrações Contábeis na Concessão de Crédito.
Brazil.

Castro, C. d., & Cunha, D. E. (S\D). A INFLUÊNCIA DA ANÁLISE DAS


DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS NO PROCESSO DECISÓRIO DAS MICRO
E PEQUENAS EMPRESAS. Brazil.

Cavala, V. E., Santos, D. F., & Rodrigues, S. V. (2011). ANÁLISE ECONÔMICA E


FINANCEIRA DAS EMPRESAS DE CAPITAL ABERTO DO SETOR
IMOBILIÁRIO. Paulista.

Cruz, D. C., & Soares, T. R. (2014). A utilização das informações gerada pelo sistema
de informação contabilística como auxílio à gestão. Rio de Janeiro.

Cunha, J. (2013). A Análise Financeira como ferramenta de apoio à tomada de decisão.


Covilhã,.

Duarte, J. Q. (S\D). A Contabilidade como fonte de informação na Gestão das micro e


pequenas empresas. Laranjeira do Sul-Brasil.

47
Fernandes, E. R., Pereira, F. C., Brito, u. S., Souza, C. A., & Dalfior, V. A. (2012). O Uso
do Sistema de Informação Contábil como Ferramenta para a Tomada de Decisão
nas Empresas da Região de Contagem - Minas Gerais. Brazil.

Garcia, T. C. (2014). ANÁLISE DOS CICLOS DE CAIXA: ECONÔMICO,


OPERACIONAL E FINANCEIRO DE UMA EMPRESA DE COMÉRCIO
VAREJISTA DE TECIDOS LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DE CRICIÚMA –
SC, NO PERÍODO DO ANO DE JANEIRO A JUNHO DE 2014. Criciúma.

Gerhardt, T. E., & Silveira, D. T. (2009). Métodos de Pesquiza (1ª ed.). Porto Alegre:
UFRGS.

GIL, A. C. (2008). Como elaborar um rojecto de pesquisa. S. Paulo: Editora Atlas.

Heliodoro, F. C. (2012). ANÁLISE ECONÓMICA E FINANCEIRA: O CASO DAS


EMPRESAS VITIVINÍCOLAS PORTUGUESAS. Setúbal-Portugal.

Kuhn, I. N., & Lampert, A. L. (2012). ANÁLISE FINANCEIRA. Rio Grande do Sul.

Marconi, M. A., & Lakatos, E. M. (2003). Fundamentos de Metodologia Científica (5


ed.). São Paulo: Atlas.

Martins, P. L., Carmo, G. d., Nunes, I. A., Andrade, L. C., & Silva, T. G. (2016).
Indicadores Financeiros: um estudo comparativo entre três organizações do setor
varejista de eletromóveis. S. Jesus.

Nogueira, C. (2019). Análise Financeira na Gestão Empresarial. Lisboa: Academia de


Pme.

Oliveira, G. I. (2007). Sistema de Análise para Gerenciamento do Ciclo Financeiro: o


Caso de um Grupo de Empresas Comerciais da Bovespa . Recife.

OLIVEIRA, J. K. ( 2016 ). NÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DA COMPANHIA


FORJAS TAURUS S.A. . CURITIBA.

Peruss, P. C., Golfeto, R. M., Aguiar, V. L., & Franchin, V. C. (2017). A INFLUÊNCIA
DOS DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS NA TOMADA DE DECISÕES . Brazil:
Conexão eletrónica.

Pimentel, D. (2010). Contabilidade Financeira. São Paulo.

Prodanov, C. C., & Freitas, E. C. (2013). Metodolgia do trabalho científico:Métodos e


técnicas da pesquiza e do trabalho científico (2ª ed.). Novo Hamburgo: feevale.

48
Ribeiro, C. A., Cintra, P., & Lemos, T. H. (2016). ANÁLISE ECONÔMICO-
FINANCEIRA COM ELABORAÇÃO DOS DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS. S.
Paulo.

RODRIGUES, A. R., RODRIGUES, R., & BORGES, A. B. . (2014). Elementos da


Contabilidade Geral (26 ed.). Liboa: Áreas Editora.

SANTOS, J. P. (2016). A importância da informação financeira para o processo de


tomada de decisão em empresas de estrutura familiar . Bragança-Porto.

Santos, M. M. (2014). A relevância e Utilidade das demonstrações Financeiras-


Percepção dos Gestores das PME. Lisboa-Portugal.

Sebastião, J. (2014). ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS COMO


FATOR DETERMINANTE NA TOMADA DE DECISÃO. Setúbal.

Silva, D. A., & Castro, S. M. (2009 ). ANÁLISE DE INSTRUMENTOS FINANCEIROS


PARA TOMADA DE DECISÃO. S.Paulo : LINS.

Silva, E. L., & Menezes, E. M. (2005). Metodologia da Pesquisa e Elaboração de


Dissertação. Florianópolis.

SILVA, E. P. (2011). (2011). Manual de Contabilidade. Lisboa. Lisboa: Reilivros.

SILVA, E. P. (2011). Manual de Contabilidade. Lisboa: . lisboa: Rei Livros. .

SILVA, J. E. (2008). Contabilidade Geral (2 ed.). Curitiba-Brazil: IESDE.

Silva, Kleiton Ribeiro; Cesar, Paulo Sousa. (Janeiro de 2011). Análise das
Demonstracoes financeiras como instrumento para tomada de decisões. R. de
Janeiro.

Silva, L. R., Oliveira, E. R., & Santos, G. C. (2017). CICLO ECONÔMICO,


FINANCEIRO E OPERACIONAL: UM INSTRUMENTO GERENCIAL. Goiania.

Sodré, E. X. (2010). A IMPORTÂNCIA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS NO


PROCESSO DECISÓRIO: ESTUDO DE CASO DA EMPRESA “X” LTDA. . São
Francisco .

Souza, C. F. (2014). Um estudo sobre a utilização do Capital de giro nas empresas


verejistas de produtos slimentícios da cidade de Monteiro. Monteiro.

49
Strassburg, U., Fiori, R., Parizoto, K. G., Bazzotti, C., & Fonseca, E. F. (2014). A
importância do sistema de informação contabilistico como fonte de informações
para tomada de decisões. S. Paulo.

50
ANEXOS
1. Demostrações financeiras da Alfa

1.1 Balanço
1.2 Demonstração de Resultados da Alfa
Tabela 1: Dados que permitiram para o cálculo dos indicadores analisados

DADOS 2019 2018

PASSIVO 3485775515 3413636369


ACTIVO 4752144725 4618586470
C.PROPRIO 1266369210 1204950101
R.LIQUIDO 286289285 524 577 199
VOLUME DE NEGOCIO 6011003830 4836878456
R.OPERACIONAL 448091396 1372826072
A. CORRENTE 3726034884 3593668880
P.CORRENTE 3485775515 3413636369
DISPONIBILIDADE 675348227 1505771417
INVENTÁRIO 1507821794 1170317071

R. ANTES DOS
IMPOSTOS 409417550 749447376
Fonte: própria

Tabela 2: dos resultados dos índices

INDICADORES 2019 2018


ENDIVIDAMENTO 73% 74%
AUTONOMIA FINANCEIRA 27% 26%
RLV 5% 11%
ROV 7% 28%
RCP 23% 44%
RENDIBILIDADE DO ACTIVO 9% 30%
L.CORRENTE 107% 105%
L. IMEDIATO 19% 44%
L. REDUZIDA 64% 71%
GRAU DE ALAVANCA
FINANCEIRA 109% 183%
Fonte: própria
1. Gama dos equipamentos fornecidos pela empresa Alfa

You might also like