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O que é a Agenda do Trabalho Digno?

A Agenda do Trabalho Digno reúne um conjunto de iniciativas e políticas que visam


garantir condições justas e adequadas para todos os trabalhadores. Esta nova legislação
vem reformular questões essenciais, como a valorização dos salários, a igualdade no
mercado de trabalho e o incentivo à partilha das responsabilidades familiares.

O que inclui a Agenda do Trabalho Digno?


1. O limite aos contratos temporários desce para 4 anos
O período máximo de renovações dos contratos de trabalho temporário passa de 6 para
4 anos. Findo este período, as empresas são obrigadas a integrar os trabalhadores nos
seus quadros.

2. Há novos limites para os recibos verdes


A Agenda do Trabalho Digno prevê que as empresas deixem de poder contratar
trabalhadores a recibos verdes para suceder a um trabalhador temporário no mesmo
posto ou atividade profissional.

3. A legislação das plataformas digitais também mudou


A Agenda do Trabalho Digno presume a existência de contrato de trabalho nas
plataformas digitais (como a Uber, Glovo ou TVDE), sempre que verificarem indícios
de relação laboral. Estes indícios são reconhecidos quando a empresa fixa uma
remuneração, supervisiona a prestação da atividade, controla o horário de trabalho e
outros aspetos relativos à organização de tarefas.

4. Novas regras para licenças parentais e de luto


A Agenda do Trabalho Digno aumenta o período de licença parental obrigatória do pai.
Passa assim a ser obrigatório que o pai goze a licença de 28 dias (seguidos ou
interpolados), nos 42 dias seguintes ao nascimento da criança, 5 dos quais de modo
consecutivo imediatamente a seguir ao parto.
Após estes 28 dias, o pai tem ainda direito a sete dias adicionais, desde que gozados em
simultâneo com a licença parental inicial por parte da mãe. Esta medida tem como
objetivo incentivar a partilha das responsabilidades familiares.
Há também alterações relacionadas com o falecimento de um familiar. Se o cônjuge
falecer, a licença passa a ser de 20 dias. Foi também criada a licença por luto
gestacional, que tem como limite máximo 3 dias.
Além disso, os pais de crianças com deficiência, doença crónica ou doença oncológica
passam a ter direito ao teletrabalho, sem necessidade de acordo por parte do
empregador.

5. O trabalho não declarado passa a dar direito a prisão


O trabalho não declarado passa a ser criminalizado com prisão até 3 anos ou multa até
360 dias.

6. Aumentam as bolsas de estágios de IEFP


A bolsa de estágio do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) para
licenciados beneficia agora de um aumento para 878 euros. Os estágios que não
beneficiem do apoio do IEFP têm acesso a regime de proteção social equiparado ao
trabalho por conta de outrem.

7. A ACT (Autoridade para as Condições de Trabalho) tem novos poderes para


acompanhar processos de despedimento
Também a ACT vê os seus poderes reforçados, tendo agora a autoridade de, por
exemplo, suspender processos de despedimento com indícios de irregularidade.

8. O estatuto dos cuidadores informais entra em vigor


É criada uma licença de 5 dias para cuidadores informais não principais reconhecidos,
além do direito a faltar 15 dias sem perda de direitos (exceto retribuição). De forma a
prevenir que o trabalhador seja prejudicado pelo exercício dos seus direitos, foram
introduzidas garantias especiais relativas a despedimento e à não discriminação.

9. Despesas adicionais do teletrabalho passam a ser pagas


A Agenda do Trabalho Digno prevê a fixação do valor das despesas adicionais do
trabalhador em caso de teletrabalho. Este valor deve estar discriminado no contrato de
trabalho. Quando isso não acontece, consideram-se despesas adicionais aquelas que não
existiam antes do contrato.

10. Horas extraordinárias passam a ser pagas até mais 75%


O valor das horas extraordinárias foi agora aumentado quando ultrapassam as 100 horas
anuais. Em dias úteis, o valor sobe de 25 para 50% na primeira hora ou sua fração e, nas
horas seguintes, passa de 37,5% para 75%. Em dias de descanso semanal, o aumento é
de 50% por cada hora ou fração.

11. Baixas médicas podem ser pedidas online até 3 dias úteis
As baixas médicas podem agora ser pedidas online, através da plataforma digital do
Serviço Nacional de Saúde, sem necessidade de o trabalhador se deslocar fisicamente a
um centro de saúde ou a um hospital.

12. Semana de quatro dias ainda em testes no privado


A Agenda do Trabalho Digno abriu um projeto-piloto livre e voluntário às empresas do
setor privado que queiram experimentar a implementação de uma semana de quatro
dias. Esta modalidade implica a redução de horas de trabalho semanais sem perda de
salário. Contudo, a jornada laboral diária pode ser aumentada.

https://www.cgd.pt/Site/Saldo-Positivo/trabalho/Pages/agenda-do-trabalho-digno.aspx

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