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Petrologia Magmática

Magmatismo Intermediário

2023
Dr. Otávio Augusto Ruiz Paccola Vieira
2

Sumário

• 1. Magmatismo Andesítico - Diorítico

• Gênese
• Classificação Química
• Ambiente

• 2. Magmatismo Alcalino

• Gênese
• Classificação Química
• Ambiente
MAGMATISMO MAGMATISMO
INTERMEDIÁRIO ULTRABÁSICO

ROCHAS
INTERMEDIÁRIAS
ROCHAS
MAGMATISMO ALCALINAS
ÁCIDO
INTERMEDIÁRIO
BASICO
Qz-toleíto Ol-toleíto Alcali ol Magmas
basalto
Primário
Hawaiito
Andesito rico em Fe Hawaiito
Hy normativo Ne normativo

Mugearito Mugearito Trachito


Traquito Hy normativo Hy normativo Ne normativo

Riolito Trachito Trachito Riolito


Qz normativo Qz normativo peralcalino

Qz. Basalto Basanito Nefelinito


Basalto Toleítico
Ol. Toleíto Mugearito Nefelinito
Ol. Basalto Ne normativo félsico

Alcali Basalto Magmas


Basalto Alcalino Fonolito Fonolito parentais
Quartzo basalto / Olivina basalto / Alcali basalto /
Basanito / Nefelinito
Associação Andesito Orogênico
ACIDEZ:
Intermediária 52 à 65% de SiO2
SÍLICA SATURAÇÃO:
Supersaturada
Saturada
Insaturada
RELAÇÃO DOS FELDSPATOS PRESENTES:
Sódico – Cálcica < 1/3 plagioclásio An<50
ÍNDICE DE COLORAÇÃO:
Holeucocrática 00- 05 %
Leucocrática 05 - 35 %
Mesocrática 35 - 65 %
ÍNDICE DE ALUMINA SATURAÇÃO (IAS):
Metaluminosa: Al2O3 > Na2O+K2O; < Na2O+K2O+CaO - I AS>1
(hornblenda, epidoto e melilita ou biotita + piroxênio; hornblenda + olivina).
ALCALINIDADE:
Normal
Miasquítica
Andesitos/Dioritos - Origem
1- O líquido andesítico é formado quando basalto é
extraído do manto da Terra e se instala temporariamente
em uma câmara subterrânea, enriquecendo em sílica, com
os minerais que se cristalizam enquanto o liquido se
esfria. Assim, em certo sentido, magmas andesíticos são
considerados os descendentes naturais de pais de basalto.
Andesitos/Dioritos - Origem
2- Argumenta-se que a rocha fundida com quantidade média
de sílica é muito rara para explicar como se formam as rochas
andesíticas. Sugerem que distintas formas químicas de andesito
resultam quando cristais de magmas ancestrais pobre em sílica
misturam-se com líquidos ricos em sílica. A explicação mais
provável é que o magmas andesíticos são uma mistura de um
líquido rico em sílica, com um resíduo de magmas de idade mais
antiga.

O basalto fundido sai do manto a uma profundidade de 30 a 40


Km, e instala-se sob a base da crosta continental. Neste ponto,
alguns cristais se cristalizam e o magma residual se transforma em
um magma mais enriquecido em sílica antes de reiniciar a sua
ascensão. Em sua jornada para cima o líquido rico em sílica encontra
os resíduos cristalinos do magma inicial.
A mistura resultante é o magma andesítico, característico dos
vulcões da zona de subducção. Lotes sucessivos de líquido seguem
o mesmo percurso e a interagir repetidamente com os resíduos de
magmas anteriores para se tornar um andesito.
O Daly Gap: onde estão os andesitos que estão faltando?

O 'Daly Gap "(Daly 1925) descreve a falta de composições de


rochas intermédias (ou seja, andesito, trachyandesito) em províncias
vulcânicas como as ilhas oceânicas, LIPs e arcos.
Mas em algumas províncias "aparentemente" magmas
intermediários nunca constituíram em erupção e permanecem como
intrusões sub-vulcânicas e são encontrados em xenólitos plutônicos.

Que condições causam a cristalização de andesito e


consequentemente a não entrarem em erupção?

Atividade vulcânica Pliniana dispersa a maior parte dos ricos


voláteis de riólitos e andesitos, de modo que as condições de
cristalizações permitam um registro próximos ?
Recentemente em trabalhos a imiscibilidade líquida, as
composições primárias variáveis, produção pontuada de calor e
conteúdo de água variável têm sido propostos como explicações do
Daly Gap.
“Daly gap”: ausência ou escassez de rochas
com composição intermédia (~ de 55 a 65 %
em SiO2) - Prováveis causas do “Daily gap”:
-Local de cristalização restrito
-Densidade semelhantes as rochas da crosta
-O processo de Cristalização Fracionada diminui o volume
dos líquidos de composição intermediria
-Estratificação das câmaras magmáticas favorecem a
erupção dos magmas mais evoluídos
-Nem todos os magmas evoluídos derivam propriamente
dos magmas basálticos
Definições Rochas Alcalinas 14

Shand (1922, 1933), Soresen (1974) e Almeida em 1983,


utilizaram a seguinte definição para rochas alcalinas:

“As Rochas Alcalinas são entendidas como as


rochas que apresentam feldspatóides e/ou
anfibólios ou piroxênios alcalinos.

• De suas associações podem participar dunitos,


peridotitos, carbonatitos, rochas cálcio-
alcalinas, kimberlitos, etc.”, constituindo as
Províncias ou Series Alcalina
Rochas Alcalinas
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Qz-toleíto Ol-toleíto Alcali ol Magmas
Subalcalinos
basalto
parentais
Hawaiito
Hawaiito
Andesito rico em Fe Hy normativo Ne normativo

Mugearito Mugearito Trachito


Traquito
Hy normativo Hy normativo Ne normativo

Riolito Trachito Trachito Riolito


Qz normativo Qz normativo peralcalino

Basanito Nefelinito

Magmas
Alcalinos
Mugearito Nefelinito
Primário Ne normativo félsico

Fonolito Fonolito
Quartzo basalto / Olivina basalto / Alcali basalto /
Basanito / Nefelinito
Q
Quartzolite
90 90

Quartz-rich
Granitoid

60 60

Q
Saturada Granite Grano-
diorite

Alkali Fs. 20 20 Qtz. Diorite/


Quartz Syenite Qtz. Gabbro
Quartz Quartz Quartz 60 60

Alkali Fs. Syenite Monzonite Monzodiorite


5 5 Diorite/Gabbro/
Syenite Syenite Monzodiorite
10 35 Monzonite 65 90 Anorthosite Rhyolite Dacite
A (Foid)-bearing (Foid)-bearing (Foid)-bearing P
Syenite Monzonite Monzodiorite
10 10 (Foid)-bearing
20 20
Diorite/Gabbro
(Foid)-bearing
Alkali Fs. Syenite Trachyte Latite Andesite/Basalt
35 65
(Foid) (Foid) A (foid)-bearing (foid)-bearing (foid)-bearing P
Monzosyenite Monzodiorite Trachyte Latite Andesite/Basalt
10 10

Insaturada
Phonolite Tephrite

60 60

(Foid)olites 60 60

(Foid)ites

F F
Séries Magmáticas - Lameyre & Bowden (1982)
ACIDEZ:
Intermediária 52 à 65% de SiO2
Básica 45% à 65% de SiO2
Ultrabásica < 45% de SiO2

SÍLICA SATURAÇÃO:
Supersaturada, Saturada, Insaturada

RELAÇÃO DOS FELDSPATOS PRESENTES:


Sódica, Potássica, Sódico – Cálcica, Cálcica – Sódica
ÍNDICE DE COLORAÇÃO:
00- 100 %

ÍNDICE DE ALUMINA SATURAÇÃO (IAS):


Metaluminosa, Subaluminosa, Peralcalina

ALCALINIDADE:
Normal
Equirítica, Miasquítica, Agpaítica
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Nomenclatura de algumas rochas alcalinas (maioria
vulcânica/hipoabissal)

Basanito-basalto com feldspatoide. Usualmente contém nefelina, mas pode


ter leucita + olivina
Tefrito-basanito sem olivina
Leucitito-rocha vulcânica que contém leucita + clinopiroxênio  olivina.
Tipicamente sem feldspato
Nefelinito-rocha vulcânica que contém nefelina + clinopiroxênio  olivina.
Tipicamente sem feldspato
Urtito-rocha plutônica com nefelina-piroxênio (aegirina-augita) com mais de
70% nefelina e sem feldspato
Ijolito-rocha plutônica com nefelina-piroxênio com 30-70% nefelina
Melilitito-predominantemente vulcânica - melilito - clinopiroxênio (se > 10%
olivina - são chamadas olivina melilitito)
Shoshonito-basalto rico em K com K-feldspato ± leucita
Phonolito-vulcânica alcalina félsica com feldspato alcalino + nefelina.
(plutônica = nefelina sienito)
Comendito-riolito peralcalino com molar (Na2O+K2O)/Al2O3 levemente > 1.
Podem conter Na-piroxênio ou anfibólio
Pantelerito-riolito peralcalino com molar (Na2O+K2O)/Al2O3 = 1,6 - 1,8.
Contém Na-piroxênio ou anfibólio
Lamproito-um grupo de rochas peralcalinas, ricas em volateis,
ultrapotássica, vulcânica a hipoabissal. A mineralogia é variável, mas pode
conter fenocristais de olivina + flogopita ± leucita ± K-richterita ±
clinopiroxênio ± sanidina.
Lamprófiro-um grupo diverso de rochas escuras, porfirítica, máfica a
ultramáfica hipoabissal (ou ocasionalmente vulcânica), comumente alto
potássio (K>Al). Eles são normalmente ricas em álcalis, voláteis, Sr, Ba e
Ti, fenocristais de biotita-flogopita e/ou anfibólio. Tipicamente ocorrem com
diques rasos, sills, plugs, ou stocks.
Kimberlito-um grupo complexo de rochas híbridas ricas em voláteis
(dominantemente CO2), potássico, ultramáfico com matriz fina e
macrocristais de olivina e de: ilmenita, granada, diopsídio, flogopita,
enstatita, cromita. Xenocristais e xenólitos são também comuns
Kimberlito-Grupo I é tipicamente rico em CO2 e menos potássico que o kimberlito do
Grupo 2
Kimberlito-Grupo II (orangeíto) é tipicamente rico em H2O e tem matriz rica em mica
(também com calcita, diopsídio, apatita)
Carbonatito-um grupo de rochas ígneas composta principalmente de
carbonato (principalmente calcita, ankerita, e/ou dolomita), e com algum
clinopiroxênio ou anfibólio alcalino, biotita, apatita e magnetita. O
carbonatito rico em Ca-Mg são tecnicamente não alcalinos, mas são
comumente associados com rochas alcalinas
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Ambiente: RIFTS INTRACONTINENTAIS
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Ambiente: RIFTS INTRACONTINENTAIS
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Ambiente: ILHAS OCEÂNICAS
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Ambiente: ILHAS OCEÂNICAS
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Ambiente: ILHAS OCEÂNICAS
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Ambiente: ZONA DE SUBDUCÇÃO
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Distribuição das principais intrusões
alcalinas do Brasil, com possíveis
ocorrências minerais, e a representação
dos principais lineamentos estruturais:
Azimute125,
Transbrasiliano,
Lancinha-Cubatão.
Lineamento 125AZ ou Azimute 125

• O Lineamento 125AZ ou Azimute 125, o qual foi definido por


Bardet (1977), corresponde ao Lineamento Alto Paranaíba, e se
localiza aproximadamente na fronteira entre São Paulo e Minas
Gerais, estendendo da costa do Rio de Janeiro, onde se
descreveu o Lineamento Magmático de Cabo Frio (Almeida,
1991) até o Estado do Acre.
• Ela é balizada ainda por extensos diques de vulcânicas
alcalino-ultrabásicas, brechas vulcânicas, assim como pelos
inúmeros plugs vulcânicos, kimberlitos e maciços alcalino-
ultrabásicos.
Lineamento Lancinha-Cubatão

• O lineamento Lancinha-Cubatão, de direção NE-SW, segue a


costa sudeste do país, entre os Estados do Paraná e Rio de
Janeiro.
• As principais ocorrências são os corpos de Mato Preto, Tunas
e Banhadão, no Paraná; Itapirapuã, Jacupiranga, Morro do
Serrote e Ipanema, em São Paulo e as intrusões próximas à
cidade de Resende, no Rio de Janeiro (Morro Redondo,
Tanguá, Rio Bonito e Morro de São João).
• Os complexos alcalinos de Lages e Anitápolis, em Santa
Catarina podem estar associados a esse lineamento. Os
trabalhos relatam estes complexos alcalinos como “Alinhamento
Blumenau”, localizado na inflexão entre o Arco de Ponta Grossa
(PR) e a Sinclinal de Torres (RS).
Lineamento Transbrasiliano

• Outro grande lineamento brasileiro conhecido é o chamado


Lineamento Transbrasiliano. Este lineamento possui uma
direção geral NE-SW e estende-se do Paraguai - Província
Alcalina do Leste do Paraguai até Fortaleza-CE - Província
Alcalina de Fortaleza (Vulcanismo Mecejana).
• Essa feição estrutural cruza o lineamento 125AZ no sudoeste
de Goiás, apresentando zona de interseção com vários
complexos alcalino-ultrabásicos mineralizados, tais como Água
Branca, Santa Fé, Morro do Engenho, Salobinha, Fazenda
Furnas e Rio do Boi.
• Rochas kimberlíticas também ocorrem na região de Picos
(PI) e rochas alcalinas são identificadas nas vizinhanças de
Fortaleza (CE).
Localização da
Província Ígnea do Alto
Paranaíba.
Adaptado de Gibson et
al. (1995a).

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