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IMIDOR Anatomia da madeira BIBLIOTECA CENTRAL = WR... ay : biol Sees Reneto da Siloa U DATA, Prefacio Jé desde o inicio da histéria do Brasil, a madeira desem- penhava um papel de destaque na vida do pais. O préprio nome “Brasil” originou-se de uma madeira: 0 pau-brasi Muitas delas se tornaram internacionalmente famosas: pi- nheiro-do-parand, jacarandd, mogno e outras. Ainda hoje 0 Brasil é 0 pats possuidor da maior reserva de floresta tro- pical timida do mundo. Dada a escassez de literatura em lingua portuguesa so- brea anatomtia da madeira, foi elaborada, durante o Con- vénio de Cooperaciéio Técnica entre a Universidade Fede- ral do Parand ea Universidade Albert Ludwig de Friburgo (Alemanha), a primeira versio de um texto diddtico sobre o assunto. O livro aqui apresentado destina-se a fornecer os conhecimentos basicos sobre anatomia da madeira aes- tudantes de engenharia florestal e de cursos tais como boté- nica, agronomia, arquitetura, engenharia civil, artes pldsti- cas, arqueologia etc., os quais abrangem e/ou requerem nogdes da referida especialidade. Dirige-se outrossim apes- soas leigase interessadas que trabalham com madeiras para que, conhecendo melhor este material tao nobre, saibam valorizd-lo e empregd-lo da methor forma posstvel. Nao seria justo encerrar esta apresentagdo sem agrade- cer aos professores Aracely Vidal Gomes e Lincoln Lopes Teixeira, do Curso de Engenharia Florestal do Setor de Ciéncias Agrérias da Universidade Federal do Parand, bem como a Verénica Angyalossy Alfonso, do Instituto de Pes- quisas Tecnoldgicas do Estado de Séo Paulo, pelas criticas e sugestdes apresentadas, a GTZ (Deutsche Gesellschaft fur Technische Zusammenarbeit), pelo apoio financeiro prestado, e a todas as pessoas que, de uma ou outra for- ‘ma, contribuiram para a concretizagao desta obra. Os autores Sumario INTRODUGAO 1, ESTRUTURA MACROSCOPICA DO TRONCO .. Casca Cambio .. Anéis de crescimento. Cerneealburno . Raios . Medula.. 2. FISIOLOGIA DA ARVORE. Crescimento .. Condugiio de liquidos...... Sustentagio do vegetal .......- ‘Transformacio, condugao e armazenamento de substancias nutritivas 3. PLANOS ANATOMICOS DE CORTE u 13 13 15 15 23 28 28 30 30 36 37 37 38 4, PROPRIEDADES ORGANOLEPTICAS DA MADEIRA Cor. , 7 ot Cheiro Grd direita (linheira ou reta) Gras irregulares Textura : Brilho Desenho Massa especifica . Dureza 5. GRUPOS VEGETAIS QUE PRODUZEM MADEIRAS... 6, ESTRUTURA ANATOMICA DA MADEIRA. Estrutura da parede celular Estrutura da madeira de gimnospermas ‘Traquedides axiais . Parénguima transversal (parénquima radial OU FaIOS) woseeese Traquedides dos raios (raquebides radiais) . Parénquima axial . Células epiteliai Canais resiniferos.., Traquedides em séries verticais. Estrutura da madeira de angiospermas dicotiledéneas....... eo Vasos .. Parénquima axial .. Fibras Parénquima transversal (parénquima radial su raios) 5 Traquedides vasculares ‘Traquedides vasicéntricos.. Caracteres (anatémicos) especiais.. Canais celulares e intercelulares . Células olefferas, mucilaginosas ete: Floema incluso ..... Estrutura estratificada. Fibras septadas. Espessamentos em espiré Identuras Cristais e silica Contetidos vasculares ¢ tilos...... Familias e géneros cujas estruturas anatémicas do xilema fogem as normas gerais..... 7. NOGOES DEMICROTECNICA PARA A MICROSCOPIA OTICA . Introdugao .. Maceragao Obtencdo e preparo de segdes delgadas de madeira .. Retirada das amostras Preparo do material... Microtomia ... Descoloracao Coloragao .. Montagem de laminas 8, DESCRICAO ANATOMICA DE MADEIRAS .. 9, IDENTIFICAGAO DE MADEIRAS Chaves de identificacao .. Cartées perfurados.... Computadores ... 10, RELACAO ENTRE A ESTRUTURA ANATOMICA DA MADEIRA E SUAS PROPRIEDADES ECOMPORTAMENTO TECNOLOGICO Massa especifica e resisténcia mecanica. Durabilidade natural, Permeabilidade ... Trabalhabilidade.. 88 90 90 90 1 ot 93 94 97 97 98 99 99 100 101 102 103 104 106 109 109 110 2 43 4 4S 116 17 118. omportamento em race aa colagem e aplicagao de revestimentos superficiais Fabrica¢o de polpa e papel Combustibilidade. Aparéncia decorativa . DEFEITOS DA MADEIRA. Defeitos na forma do tronco Aortuosidades... Bifurcagao ou aforquilhamento Conicidade acentuada . Sapopemas, contrafortes ou raizes tabulares, ; Sulcos Defeitos na estrutura anatémica da madeira . Gras irregulares Largura irregular dos anéis de erescimenio ,, Crescimento excéntrico... Lenho de reacao Lenho de compresso Lenho de tracao.. NOS ooeeeeeeeeeeees Tecido de cicatrizacao, Deteitos causados por estorcos mecénicos - Rachaduras : Falha de compressao (brittle heart). Defeitos causados por agentes biéticos ¢ climaticos.. . peceeeeee Alteracées da cor Apodrecimento e perfuragdes Tecido de cicatrizacao. ‘ Prejuizos causados pela presenga de substancias especiais . REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS. INDICE REMISSIVO DOS GENEROS E ESPECIES CITADOS INDICE DE ILUSTRAGOES .... 119 19 146 152 Introdugao Anatomia (do grego-anatomé: incisio, dissecagao, com sufixo latino ia) da miadeira € o estudo dos diversos tipos de células que constituem o lenho (xilema secundério), suas fungdes, organizagao e peculiaridades estruturais, com 08 objetivos de: * conhecer a madeira visando um emprego correto; jentificar espécies; a + distinguir madeiras aparentemente idénticas; « predizer utilizagdes adequadas de acordo comas caracte- risticas anatomicas da madeira; ; * prever e compreender o comportamento da madeira no que diz respeito a sua utilizacao. n 1, Estrutura macroscépica do tronco ‘A madeira é um conjunto heterogéneo de diferentes tipos de células com propriedades especificas para desem- penharem as fungdes vitais abaixo mencionadas: * conducao de iquidos; transformagdo, armazenamento e transporte de substan- cias nutritivas; « sustentaco do vegetal. Em uma segdo transversal deumtronco tipico, comexce- 80 do cimbio e em muitos casos dos raios, as seguintes partes se destacam macroscopicamente. (Figura 1.) Casca ‘Acascaéconstituida interiormente pelo floema, conjun- to de tecidos vivos especializados para a condugao da sei- vaelaborada, e exteriormente pelo cortex, periderme eriti- doma, tecidos que revestem 0 tronco. A casca é de grande 13 Medula Andis de crescimento 14 casca Figura 1 — Seeao de um tronco upico (adaptada; fonte desconhecida). é importancia na identificacao de arvores vivas, € 0 estudo da sua estrutura vem) despertando cada vez mais 0 interes- se da anatomia da madeira, por contribuir enormemente paraa distingdo de espécies semelhantes. Emboranamaio- ia das vezes desprezadas na industrializacdo, as cascas de algumas espécies-sto exploradas comercialmente, tais co- moa do catvalho (Quercus suber L. Fagaceae) na fabrica- gio dacortica, acdcia-negra (Acacia decurrens Willd.-Leg. ‘Mimosaceae), barbatimao (Stryphnodendron barbatimao (Vell.) Mart.-Leg. Mimosaceae), angico-vermelho (Para- piptadenia rigida (Benth.) Brenan Leg. Mimosaceae), angi- fo-preto (Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan ‘Leg. Mimosaceae), angico-branco (Anadenanthera pere- grina (L.) Speg.-Leg. Mimosaceae) ctc. na produgao de ta- nino, cinamomo (Cinnamomum zeylanicum (Garc.) Bl.-Lauraceae) na obtengao da canela ¢, enfim, em inime- ras outras utilizagdes, como alimento para gado, extenso- respara colas, produtos farmacéuticose de perfumariaete. "Além do armazenamento e conducdo de nutrientes exer- cidos pelo floema, a casca tem como fungao proteger 0 ve~ getal contra o ressecamento, ataques fingicos, injurias mecinicas e variagoes climaticas. Cambio O cambio é um tecido meristematico, isto ¢, apto a gerar novos elementos celulares, constituido por uma camada de células situada entre o xilema € 0 floema, sé sendo visi- vel ao-microscépic. Permanece ativo durante toda a vida do vegetal e éresponsavel pela formacdo dos tecidos secun- darios que constituem o xilema ea casca. A atividade cam- bial ésensivelmente influenciada pelas condig6es climaticas. Anéis de crescimento Em regides caracterizadas por clima temperado, os anéis de crescimento representam habitualmente o incremento 15 anual da arvore. A cada ano é acrescentado um novo anel go tronco, Tazo por que séo também denominados anéis anuais, cija contagem permite conhecer a idade do indi- viduo. Em um anel de crescimento tipico distinguem-se normal- mente duas partes: lenho inicial (lenho primaveril); « Jenho tardio (lenho outonal ou estival). O lenho inicial corresponde ao crescimento da arvore no inicio do periodo vegetativo, normalmente primavera, quando as plantas despertam do periodo de dorméncia em quese encontravam, reassumindo suas atividades fisio- Jogicas com todo vigor. As células da madeira formadas nesta ocasido caracterizam-se por suas paredes finas ¢ lu- mes grandes que Ihes conferem em conjunto uma colora- gdo clara, Com a aproximacao do fim do periodo vegetati- vo, normalmente outono, as células vao diminuindo paula- linamente sua atividade fisiolégica. Em conseqiiéncia des- te fato, suas paredes vao tornando-se gradualmente mais espessas € seus lumes menores, distinguindo-se do lenho anterior por apresentarem em conjunto uma tonalidade mais escura’E esta alternancia de cores que evidencia os anéis de crescimento de muitas ‘espécies, em especial das gimnospermas, vulgarmente conhecidas como coniferas (ver capitulo 5 — Grupos vegetais que produzem madei- ras). (Figura 2.) / Em madeiras de angiospermas dicotiled6neas, comumen- te designadas folhosas, os anéis de crescimento podem des- tacar-se por determinadas caracteristicas anatOmicas, tais como: + presenga de uma faixa de células parenquimaticas nos li- mites dos anéis de crescimento (parénquima marginal — Figura 3, ponto A), que aparece macroscopicamente como uma linha ténue de tecido mais claro. Exemplos: Liriodendron tulipifera L.-Magnoliaceaee mogno (Swie- tenia macrophylla King-Meliaceae); 16 Figura 2—Anelde crescimento de urna gimnosperma (Tsuga canaden (L.) Carr.-Pinaceae). Fonte: Brown, Panshin & Fors + alargamento dos raios nos limitesdos anéis decrescimen- to (aspecto apenas visivel sob microscépio — Figura 3, ponto A). Exemplos: Liriodendron tulipifera L.-Magno- liaceae e pau-marfim (Balfourodendron riedelianum (Engl.) Engl.-Rutaceae) etc.; * concentragaio ou maior dimensdo dos poros no inicio do periodo vegetativo (porosidade em anel — Figura 3, pon- to B). Exemplos: Catalpa bignonioides Walt.-Bignonia- ceae ¢ cedro (Cedrela fissilis Vell.-Meliaceae) etc.; * espessamento diferencial das paredes das fibras de for- ma andloga ao que ocorre nas gimnospermas (Figura 3, ponto C). Exemplos: pereira (Pyrus communis L.-Rosa- ceae) e bracatinga (Mimosascabrella Benth.-Leg. Mimo- saceae) etc. *alterago no espacamento das faixas tangenciais de um parénquima axial (reticulado ou escalariforme, ver Parén- quima axial) como em sapotaceas ¢ lecitidaceas. Exem- plos: ceru (Cariniana decandra Ducke-Lecythidaceae) 7 (Figura 3, ponto D). Este fenémeno pode vir acompanha- do adicionalmente por um menor numero ou auséncia de poros no lenho tardio (zona fibrosa). Conforme pode ser constatado acima, duas ou mais des- tas caracteristicas podem ocorrer simultaneamente na mes- ma madeira como em Liriodendron tulipifera L.-Magnolia- ceae (Figura 3, ponto A). Finalmente existem espécies cujos anéis de crescimento sao indistintos. Exemplo: umiri (Humiria floribunda Mart.-Humiriaceae). . ‘Além da caracteristica propria da espécie, é facil compre- ender que drvores de regides onde as estagdes do ano so bem definidas apresentam em regra aneis de crescimento nitidos. Ao contrario, as que crescem em locais de condi- des climaticas constantes tém habitualmente anéis de cres- cimento indistintos ou pouco evidentes. Para muitas érvo- res tropicais 08 anéis correspondem a periodos de chuva ¢ periodos de seca, queda das folhas e/ou simplesmente dor- méncia, podendo ocorrer dois ou mais ciclos em um ano. ‘Anéis de crescimento ndo sao portanto necessariamente anéis anuai . F Ecomum encontrarem-se em troncos anéis de crescimen- to descontinuos (que nao formam um circulo completo em torno da medula) e os chamados falsos anéis de cresci- ‘mento (quando se forma mais de um anel por periodo vege- tativo), que dificultam a determinacao exata da idade de uma drvore, Anéis de crescimento descontinuos ocorrem principalmente em arvores velhas que apresentam copa as- simétrica. O cambio em uma ou mais regides do tronco per- manece em dorméncia durante uma ou varias estades de crescimento, provocando a descontinuidade do anel. Fal- sos anéis de crescimento podem surgir em virtude da per- da temporaria da folhagem causada por geadas tardias, ataques ftingicos ou deinsetos, ou devido a estimulo de cres- cimento fora da época, motivado por condigdes favoravei uma primavera seca seguida de outono chuvoso, disponibi- lidade subita de nutrientes, eliminagdo de concorrentesetc. 18 Figura 3— Caracteristicas anatomicas que destacam os anéis de cresci- ‘mento em angiospermas: A — Parénquima marginal e alargamen- to dosraios no limite dos anéis de crescimento (Liriodendron tt -Magnoliaceae); B — Porosidade em anel (Catalpa bignonioi- des Walt,-Bignoniaceae); C — Espessamento diferencial das pare- des das fibras no fim do periodo vegetativo: bétula (pereira, Pycus communis L.-Rosaceae); D — Alteracao no espaamento das fai- xas tangenciais de parénquima axial (ceru, Cariniana decandra Ducke-Lecythidaceae). Fonte: B,C: Grosser, 197; D: autores Em uma anilise de tronco, estes anéis podem ser muitas vezes detectados por ndo apresentarem um limite to niti- do como o dos anéis verdadeiros. Microscopicamente, a camada de células de paredes espessas que determina o anel falso decresce gradativamente tanto para o interior como para o exterior do tronco, enquanto que em anéis 19 verdadeiros o limite entre o lenho tardio ¢ 0 inicial é sem- pre abrupto. Além das anormalidades dos anéis de crésci- jnento consideradas (anéis descontinuos e anéis falsos), res- ta citar os anéis excéntricos (ver Crescimento excéntrico) 08 anéis ondulados, que, como o préprio nome diz, apre- sentam um contorno sinuoso. A causa deste iiltimo nao foi esclarecida até hoje e madeiras com esta caracteristica sio especialmente procuradas pelas excelentes proprieda- des actisticas que apresentam. ‘A largura dos anéis de crescimento, de grande repercus- so nas propriedades tecnoldgicas da madeira, varia des- de uma fragao de milimetros a até alguns centimetros, de- pendendo de muitos fatores: duragao do periodo vegeta- tivo, temperatura, umidade, qualidade do solo, luminosi- dade e manejo silvicultural (espagamento, desbaste, con- corréncia etc.) Devido a grande importancia do estudo dos anéis de cres- cimento, varias técnicas para tornd-los mais nitidos e ava- lid-los foram desenvolvidas. Embora nem sempre com bons resultados, as mais conhecidas so * Aplicagdo de corantes: devido as diferengas estruturais dos lenhos inicial e tardio, ocorre muitas vezes uma ab- sorgao diferencial da solugdo corante, tornando os anéis mais evidentes. ‘* Imersdo em dcido: em coniferas, por exemplo, havera normalmente uma corrosdo mais intensa nas partes cor- respondentes ao lenho inicial, destacando-se os anéis por zonas mais asperas ou por ondulagdes. * Exposicdo & chama de um bico de Bunsen: 0s anéis se evi- denciarao por partes negras mais brilhantes. * Medi¢do da intensidade luminosa: atravessa um corte delgado de madeira ao longo dos anéis de crescimento. * Aparelhos tateadores: dotados de uma agulha que pene- tra a pequenos intervalos no lenho, permitem registrar mecanicamente o esforco requerido ou a profundidade de penetracao, mediante uma for¢a constante. * Exposigdo a raios X: é medida a intensidade de raios que atravessam o lenho ao longo dos anéis de crescimento. 20 A interpretagao dos diagramas obtidos nos trés uiltimos métodos permite a identificagao dos lenhos inicial e tardio econseqiientemente dos anéis de crescimento. ‘Uma anillise dos anéis de crescimento fornece informa- Ges importantes sobre a planta: se apresenta incremento rapido (anéis bem espacados) ou incremento lento (peque- no espaco entre os anéis), quais anos foram desfavoraveis a0 crescimento (espacos menores), quais os favoraveis (es- pacos maiores) etc. Além de trazer referéncias valiosas so- brea vida do vegetal, de grande interesse para a silvicultu- ra, silvimetria e ordenamento florestal, por permitir atra- vés de andlises de troncos a elaboracao de tabelas de volu- mee por fornecer bases para prognoses de produgo, 0 ¢s- tudo da largura dos anéis de crescimento, relacionado com a meteorologia, permite a avaliacdo de precipitagées havi- das durante os perfodos de atividade vegetativa ea identi cacao de variagGes climaticas de épocas passadas. Do estu- do dos anéis de crescimento desenvolveu-se uma ciéncia, a dendrocronologia, que tem colaborado enormemente com a arqueologia ea historia da técnica. A interpretagdo e comparacdo de diferentes curvas dein- cremento, tarefa atualmente executada por computadores, permite a localizacao das chamadas zonas desincronizacdo (Figura) e, por meio do método de sobreposi¢ao, a elabo- ago de uma dendrocronologia regional cobrindo deter- minado periodo de tempo no passado. Pela comparacao dos anéis de crescimento de pecas antigas de madeira, é possivel saber se as mesmas procedem desta regido e em caso positivo determinar a sua idade. (Figura 4.) Considerando-sea grande longevidade que podem alcan- sar individuos de algumas.espécies — tais como sequdia (Sequoia sempervirens (D. Don) Endl.-Taxodiaceae), 2.000 anos; sequéia-gigante (Sequoiadendron giganteum (Lindl.) Buchholz- Taxodiaceae), 3 000 anos; um exemplar de pinus (Pinus aristata Engelm.-Pinaceae), que com 4 600 anos é considerado o ser vivo mais velho conhecido na Ter- ra—, é facil compreender que seus troncos constituem do- cumentos histdricos de grande valor regional. 2 SY Ce

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