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Távora, Fabiano
14-13085 CDU-341.076
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direitos autorais é crime estabelecido na Lei n. 9.610/98 e punido pelo
artigo 184 do Código Penal.
Sumário
PREFÁCIO
APRESENTAÇÃO
EVOLUÇÃO DAS QUESTÕES POR ANO
1. Caráter Jurídico do DIP
1.1. FUNDAMENTO DE VALIDADE DA NORMA JURÍDICA
INTERNACIONAL
1.2. DIP E DIREITO INTERNO
1.3. DIP E DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
2. Fontes do DIP
2.1. A CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA E O art. 38 DO SEU
ESTATUTO
2.1.1. Costumes internacionais
2.1.2. Princípios Gerais do Direito
2.1.3. Tratados Internacionais
2.1.4. Jurisprudência e Doutrina
2.1.5. Equidade
2.2. ATOS UNILATERAIS DO ESTADO
2.3. DECISÕES DE ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
2.4. NORMAS IMPERATIVAS (jus cogens)
3. Sujeitos do DIP
3.1. ESTADOS
3.2. TERRITÓRIOS
3.3. POPULAÇÃO
3.4. GOVERNO E A CAPACIDADE DE ENTRAR EM RELAÇÕES
COM OS DEMAIS ESTADOS
3.5. DEPORTAÇÃO, EXPULSÃO E EXTRADIÇÃO
3.6. SURGIMENTO E RECONHECIMENTO (DE ESTADO E DE
GOVERNO)
3.7. RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL
3.8. SUCESSÃO
3.9. JURISDIÇÃO
3.10. DIPLOMATAS E CÔNSULES
3.11. ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
3.12. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU)
3.13. SANTA SÉ E ESTADO DA CIDADE DO VATICANO
3.14. INDIVÍDUO
3.15. CASO PRÁTICO
4. Solução Pacífica de Controvérsias Internacionais
4.1. MEIOS DIPLOMÁTICOS
4.1.1. Sistema de consultas ou bons ofícios
4.1.2. Inquérito
4.1.3. Mediação e conciliação
4.1.4. Arbitragem
4.2. MEIOS POLÍTICOS
4.3. MEIOS JURISDICIONAIS
5. Direito Internacional dos Direitos Humanos
5.1. PROTEÇÃO (ÂMBITO INTERNACIONAL E REGIONAL)
5.2. TRIBUNAIS INTERNACIONAIS
5.3. DIREITO INTERNACIONAL HUMANITÁRIO
5.4. DIREITO DO REFUGIADO
6. Direito da Integração
6.1. UNIÃO EUROPEIA
6.2. MERCOSUL
6.3. G7 e G20
6.4. BRIC
7. Direito do Comércio Internacional
7.1. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO (OMC)
7.2. GATT E A Solução de controvérsias
7.3. A RODADA DE DOHA E A ELEIÇÃO DO DIPLOMATA
ROBERTO AZEVEDO
7.4. DIREITO MARÍTIMO E A ORGANIZAÇÃO MARÍTIMA
INTERNACIONAL
7.5. UNIDROIT
7.6. OCDE
7.7. UNCITRAL
7.8. CÂMARA DE COMÉRCIO INTERNACIONAL
8. Cooperação Jurídica Internacional em Matéria Penal102
8.1. COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL em matÉria penal
8.2. JURISDIÇÃO No cÓdigo DE PROCESSO civil de 2015
8.3. COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL No cÓdigo DE
PROCESSO civil de 2015
8.3.1. Auxílio direto
8.3.2. Autoridade central
8.3.3. Carta rogatória
8.3.4. Homologação de sentença estrangeira
8.4. REDES DE COOPERAÇÃO JURíDICA INTERNACIONAL
8.4.1. OEA (penal)
8.4.2. OEA (família e infância)
8.4.3. CPLP
8.4.4. IberRede
8.5. FOROS INTERNACIONAIS
8.5.1. Organização das Nações Unidas (ONU)
8.5.2. Organização dos Estados Americanos (OEA)
8.5.3. Mercado Comum do Sul (Mercosul)
8.5.4. Cúpula Ibero-americana de Presidentes de Cortes Supremas e
Tribunais Supremos de Justiça
8.5.5. Grupo de Ação Financeira (GAFI)
8.5.6. Grupo de Ação Financeira da América do Sul (GAFISUD)
8.5.7. Conferência de Direito Internacional Privado da Haia (HCCH)
Referências Bibliográficas
1. CARÁTER JURÍDICO DO DIP
2. FONTES DO DIP
3. SUJEITOS DO DIP
4. SOLUÇÃO PACÍFICA DE CONTROVÉRSIAS INTERNACIONAIS
5. DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS
6. DIREITO DA INTEGRAÇÃO
7. DIREITO DO COMÉRCIO INTERNACIONAL
8. COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL EM MATÉRIA
PENAL
Direito tributário internacional
Questões do IRBr
1. CARÁTER JURÍDICO DO DIP
2. FONTES DO DIP
3. SUJEITOS DO DIP
4. SOLUÇÃO PACÍFICA DE CONTROVÉRSIAS INTERNACIONAIS
5. DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS
6. DIREITO DA INTEGRAÇÃO
7. DIREITO DO COMÉRCIO INTERNACIONAL
8. COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL EM MATÉRIA
PENAL
Autor e Coordenador
Fabiano Távora
Hoje, percebo que o primeiro passo para a carreira diplomática havia sido
dado em um momento anterior, quando comecei meus estudos de
preparação para o concurso. A preparação para a carreira diplomática exige
o desenvolvimento da capacidade de analisar politicamente a combinação
de diferentes fatores da sociedade. Essa capacidade pode ser adquirida pela
leitura atenta de diferentes pensadores e exposição a diferentes
manifestações artísticas, o que requer uma caminhada de constantes
descobertas.
Devo confessar que a minha caminhada foi bem difícil. Quando comecei a
me preparar para o concurso, poucas cidades brasileiras tinham estruturas
que guiassem os estudos dos candidatos para o concurso. Apesar de ter
certeza de que nunca nenhuma leitura é inútil, estou certo de que a
imensidão de pensadores e artistas que conformam o pensamento brasileiro
é difícil de ser abordada no momento de preparação para o concurso.
Lembro-me de que sempre busquei obras que me guiassem os estudos, mas
não tive a sorte de naquele momento haver publicações neste sentido.
Foi com muita alegria que recebi o convite para escrever sobre minha
experiência pessoal como jovem diplomata brasileiro em uma coleção que
ajudará na caminhada preparatória dos futuros diplomatas. Esta coleção
ajudará meus futuros colegas a seguir por caminhos mais rápidos e seguros
para encontrar o sentido da brasilidade e a essência do Brasil. Congratulo-
me com a Editora Saraiva, com os autores e com o organizador da coleção,
Fabiano Távora, pela brilhante iniciativa e pelo excelente trabalho.
Aos meus futuros colegas diplomatas, desejo boa sorte nessa caminhada.
Espero que se aventurem a descobrir cada sabor deste vasto banquete que é
a brasilidade e que se permitam vivenciar cada nota da sinfonia que é o
Brasil. Espero também que possamos um dia sentar para tomar um café e
conversar sobre o que vimos e, juntos, contar aos nossos amigos de outros
países o que é o Brasil.
Romero Maia.
APRESENTAÇÃO**
Indubitavelmente, o concurso para o Instituto Rio Branco, uma das escolas
de formação de Diplomatas mais respeitadas do mundo, é o mais tradicional
e difícil do Brasil. Todos os anos, milhares de candidatos, muito bem
preparados, disputam as poucas vagas que são disponibilizadas. Passar
nessa seleção não é só uma questão de quem estuda mais, envolve muitos
outros fatores.
Os livros foram escritos com base nos editais e nas questões dos últimos 13
anos. Uma análise quantitativa e qualitativa do que foi abordado em prova
foi realizada detalhadamente. Cada autor tinha a missão de construir uma
obra que o aluno pudesse ler, estudar e ter como alicerce de sua preparação.
Sabemos, e somos claros, que nenhum livro consegue abordar todo o
conteúdo programático do IRBr, mas, nesta coleção, o candidato encontrará
a melhor base disponível e pública para os seus estudos.
Ever since human beings began to organize their common life in political
communities they have felt the need of some system of rules, however
rudimentary, to regulate their intercommunity relations. Rules which may
be described as rules of international law are to be found in the history of
the ancient and medieval worlds. But as a definite branch of jurisprudence,
the system now know as international law is relatively modern. It dates only
from the sixteenth centuries. Its especial character was determined by that
of the modern European state system, which was itself shaped in the
ferment of the Renaissance and the Reformation. Some understanding of
the main features of this European state system is therefore necessary for an
understating of the nature of international law3.
Teoria da
Vontade
Coletiva O DIP se fundamenta na vontade coletiva e unânime dos
(CARL Estados, que se manifesta por meio de tratados-lei
HEINRICH (expressamente) ou costumes (tacitamente).
TRIEPEL -
1868/1946)
Teoria da
A obrigatoriedade do DIP estaria na Constituição de cada
Delegação do
Estado, ou seja, a submissão do Estado ao DIP teria como
Direito interno
base sua própria legislação (Direito Interno). Esta teoria
(MAX
se apresenta como um reflexo da teoria da autolimitação
WENZEL -
e, basicamente, nega a existência do DIP.
1879/1946)
Teoria do
Consentimento
Um Estado respeita o DIP porque este é a vontade da
das Nações
maioria dos Estados. Um consentimento mútuo é revelado
(HALL,
na vontade majoritária dos Estados.
LAWRENCE e
OPPENHEIM)
Teoria da
Norma Pacta
O DIP encontra-se alicerçado no princípio romano de pacta
Sunt
sunt servanda, que estabelece a obrigação de as partes
Servanda
respeitarem e cumprirem o que foi contratado.
(DIONISIO
ANZILOTTI)
Vertical. A organização do
Horizontal. Na teoria, por haver
Estado é hierarquizada. Há
uma igualdade entre os Estados,
Estrutura uma imposição funcional do
todos possuem o mesmo patamar
Estado para com os seus
hierárquico.
súditos.
Paulo Portela acrescenta ainda que autores como Yepes Pereira, Nascimento
e Silva e Hildebrando Accioly defendem a existência do DUALISMO
MODERADO, segundo o qual não é necessário que o conteúdo das normas
internacionais seja inserido em um projeto de lei interno, bastando apenas a
incorporação dos tratados ao ordenamento interno por meio de
procedimento específico, distinto do processo legislativo comum, que
normalmente inclui apenas a aprovação do parlamento e, posteriormente, a
ratificação do Chefe de Estado, bem como, no caso do Brasil, um decreto
de promulgação do Presidente da República, que inclui o ato internacional
na ordem jurídica nacional16.
Internacionalista - há a supremacia
do Direito Internacional sobre o
MONISMO interno.
Certo é que o Brasil ainda não firmou sua posição jurídica de forma clara, o
que se verifica por meio das normas constitucionais, das leis e dos
julgamentos dos tribunais, que ora revelam uma tendência ao monismo
internacionalista, ora ao monismo nacionalista. Entretanto, o STF vem se
posicionando no sentido de que, principalmente depois da EC 45/2004, os
tratados, para serem exigidos no Brasil, devem ser incorporados ao nosso
ordenamento requerendo um ato complexo, que termina com a
promulgação do decreto presidencial.
O art. 8º trata dos direitos reais e determina que se o bem estiver no Brasil
será regido por nossa legislação, exceto os bens móveis de estrangeiro não
domiciliado em nosso país e os penhorados. A aplicação típica do primeiro
caso é para os turistas e transeuntes internacionais.
Importante destacar que, na esfera privada, bem é tudo que pode ser
propriedade de alguém ou que é apto a constituir o seu patrimônio. E,
conforme o art. 1.228 do Código Civil, a propriedade dá ao proprietário
(pleonasmo para um melhor entendimento) a faculdade de usar, gozar e
dispor da coisa. Assim, tem o proprietário a liberdade de fazer o que quiser
com seu bem.
O art. 9º, que trata dos Direitos Obrigacionais, consagra o princípio locus
regit actum, que quer dizer que o ato será regido pelo local onde se deu o
fato. Portanto, sendo a obrigação constituída no Brasil, aqui deve ser paga;
e, sendo ela constituída no estrangeiro, mas para ser executada aqui, será
aplicada a legislação estrangeira somente quanto aos elementos do contrato.
Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que
nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os
tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça.
Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a
invoca prova do texto e da vigência.
Os requisitos elencados pelo art. 15 têm por objetivo dar uma maior
segurança jurídica às sentenças provenientes de outros países. O
reconhecimento e a execução de sentenças estrangeiras no Brasil devem
respeitar não só a esse dispositivo, mas todo o nosso ordenamento.
Quando se determina que a sentença deva ser proferida por juiz competente,
quer se ater a competência do magistrado, significando precipuamente a
faculdade que a lei concede a funcionário para decidir determinadas
questões. Dessa maneira, juiz competente é aquele que tem o poder
concedido pelo seu Estado para julgar determinada causa.
Diz o art. 483 do CPC que a sentença proferida por tribunal estrangeiro não
terá eficácia no Brasil senão depois de homologada pelo Supremo Tribunal
Federal. A homologação é a aprovação dada por autoridade judicial ou
administrativa a certos atos particulares para que produzam os efeitos
jurídicos que lhes são próprios.
Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a
lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se
qualquer remissão por ela feita a outra lei.
A título de exemplo, podemos citar o caso de uma lei alienígena que trate
sobre o casamento entre seu nacional e um estrangeiro e, em seu texto, haja
inúmeras remessas ao Código Civil daquele país. No Brasil, caso essa lei
seja invocada para um caso concreto, não poderá o juiz também utilizar o
Código Civil estrangeiro se assim não foi impulsionado pela parte
interessada.
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer
declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a
soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.
[...]
4. A homologação de sentença estrangeira reclama prova de citação válida
da parte requerida, seja no território prolator da decisão homologada, seja
no Brasil, mediante carta rogatória, consoante a ratio essendi do art. 217, II,
do RISTJ.
O Brasil adota o critério jus solis para determinar seus nacionais, ou seja,
para ser brasileiro nato é necessário nascer no território brasileiro. O outro
critério para determinar a nacionalidade seria o jus sanguinis, que
estabelece não importar o local de nascimento, mas a origem dos genitores.
Esse modelo é adotado em grande parte dos países europeus, região típica
de emigração.
Esse dispositivo trata da validade dos atos civis previstos no artigo anterior
enquanto a LINDB estiver vigente em nosso ordenamento. Remete, mesmo
que implicitamente, aos ditames previstos no Código Civil brasileiro que
regulam o casamento, a personalidade jurídica, dentre outros atos que
podem ser celebrados por autoridades consulares brasileiras no estrangeiro.
E mais, havendo algum impedimento legal que impossibilite
temporariamente o interessado de praticar o ato, este pode, superado o
empecilho, fazer a solicitação no prazo de 90 dias.
Fontes do DIP
A palavra “fonte” vem do latim, significa nascente, e pode ser entendida
como a origem de algo ou causa de onde provêm efeitos. No Direito, fonte
é aquilo que o produz, os motivos que levam ao aparecimento da norma
jurídica e podem ser materiais ou formais.
As fontes formais são o modo pelo qual se revela a norma jurídica, é a sua
exteriorização. A título de exemplo, poder-se-ia citar o Tratado de Westfália
e a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
7) Pacta Sunt Servanda - É lei entre as partes que por elas foi pactuada,
livremente negociada. Um Estado tem a obrigação de cumprir o que firmou
com outro Estado ou organização internacional.
[...]
[...]
Dois ou mais Princípios Gerais do Direito podem colidir, o que ocorre, por
exemplo, quando algo é proibido de acordo com um dos princípios e, de
acordo com o outro, permitido - um dos princípios terá que ceder. Isso não
significa, contudo, que o princípio cedente deva ser declarado inválido, nem
que nele deverá ser introduzida uma cláusula de exceção. Na verdade, o que
ocorre é que, naquele momento, e isso não significa que não possa ocorrer a
situação inversa, um dos princípios tem precedência em face do outro sob
determinadas condições27.
Art. 2º
Essa Convenção de Viena, no que pese ter destacada importância para todos
os Estados, somente entrou em vigor em 27 de janeiro de 1980, quando foi
atingido o quórum mínimo de 35 Estados-partes (art. 84, CVDT). O Brasil,
por meio do Poder Executivo, enviou o texto da Convenção de Viena de
1969 para o Congresso Nacional, para a necessária aprovação, em 1992.
Em 2009, houve a aprovação pelo Congresso e, no mesmo ano, em 25 de
setembro, data, então, da ratificação do tratado, o Brasil enviou seu
posicionamento oficial à ONU, e, posteriormente, o Presidente da
República sancionou o texto da Convenção de Viena sobre Direito dos
Tratados, que entrou em nosso ordenamento com o Decreto n. 7.030,
assinado em 14 de dezembro de 2009.
Ainda segundo o autor, esses atos compõem o que se denomina soft law
(droit mou), modo de formação bastante frequente no Direito Internacional
do Meio Ambiente, e que leva, não raro, à conclusão de instrumentos
solenes como o Código de Boas Práticas sobre o Movimento Internacional
Transfronteiriço de Rejeitos Radioativos, aprovado em Viena, em 27-6-
1990, e a Declaração sobre a Proteção do Meio Ambiente Ártico, aprovada
em Rovaniemi, em 14-6-1991.
NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS
O tratado pode ainda conter os limites de reserva que um Estado pode fazer,
restringindo-a a certos artigos, ou até mesmo proibir esse artifício, como é o
caso das convenções internacionais sobre o trabalho.
Terminado todo esse trâmite, não sendo mais aceito no direito internacional
cláusulas secretas ou tratados sigilosos desde a época do sistema da
Sociedade das Nações, todo o tratado deve ser registrado na ONU,
conforme coloca o art. 102 da Carta de São Francisco:
Tratados
• Agente capaz
Condições de
• Objeto lícito e possível
validade
• Consentimento mútuo
• Preâmbulo
A denúncia (art. 56, CVDT) é ato unilateral de uma das partes manifestando
o interesse de rescindir o pacto firmado e, embora não presente no art. 54 da
CVDT, é considerado uma forma de extinção do tratado. Esse
procedimento, em regra, também é determinado no texto do tratado. E, a
não ser que o tratado disponha diversamente, um tratado multilateral não se
extingue pelo simples fato de que o número de partes ficou aquém do
número necessário para sua entrada em vigor, conforme art. 55, CVDT.
2.1.5. Equidade
Quando, no inc. II, o art. 38 destaca que a Corte tem a faculdade de decidir
uma questão ex aequo et bono, se as partes com isto concordarem, significa
dizer que uma causa pode ser resolvida por equidade se assim as partes
desejarem.
A equidade pode ser usada quando uma norma jurídica é insuficiente para
resolver o caso concreto de modo satisfatório à luz do Direito ou quando
não existe norma que se aplique ao litígio em pauta. Portanto, equidade é
decidir um conflito à luz de outras normas, principalmente princípios, que
preencham o vazio eventual da completude legislativa internacional.
(...)
[...]
A teoria do jus cogens, tal como aplicada pela Convenção de Viena sobre o
direito dos tratados, é francamente hostil à ideia do consentimento como
base necessária do direito internacional. Ali se pretende que, tal qual no
domínio centralizado e hierárquico de uma ordem jurídica interna, regras
imperativas - geradas por voto majoritário ou consenso de assembleias, ou
deduzidas em cenário ainda menos representativo do interesse geral -
frustrem a liberdade convencional dos países não aquiescentes, numa época
em que o esquema de poder reinante na cena internacional desaconselha o
Estado, cioso de sua individualidade e de seus interesses, de arriscar parte
expressiva dos atributos da soberania num jogo cujas regras ainda se
encontram em processo de formação.
Convenções
Tratados internacionais
internacionais
Usos e A reiterada prática e aceitação de certos atos pela
costumes comunidade internacional faz com que os usos e costumes
internacionais sejam vistos como normas de Direito Internacional,
imbuídos de obrigatoriedade. Podem vir a se tornar
tratados.
Princípios
Valores fundamentais que a comunidade internacional,
gerais de
mediante consenso, decide proteger e preservar para
Direito
garantir sua própria existência. Ex.: repúdio ao terrorismo.
Internacional
Ainda em 1815, foi criada uma comissão fluvial internacional para tratar da
administração conjunta da navegação no Rio Reno. Em 1856, diante da
bem-sucedida experiência, criou-se a comissão fluvial internacional do Rio
Danúbio. Essa composição entre países avançou para outras áreas de
interesses comuns e criou a União Telegráfica (1865), a União Postal
Universal (1874), a União para a Proteção da Propriedade Intelectual (1883)
e a União das Ferrovias (1890). Esses mecanismos institucionalizados
facilitavam a cooperação técnica entre as potências europeias da época e
são os primeiros esboços do que entendemos hoje do que seja uma
organização internacional. Entretanto, no século XIX, não possuíam
personalidade jurídica internacional, como os Estados que as compunham.
Essa posição que se consolidou no século passado nos faz ter a certeza que,
embora, atualmente, sejam consideradas pessoas jurídicas de DIP somente
os Estados e as Organizações Internacionais, nada obsta que esse conceito
possa mudar, evoluir ou regredir. Os indivíduos propriamente constituem
uma grande divergência doutrinária, longe de um entendimento pacífico
sobre possuírem ou não personalidade jurídica internacional. O doutrinador
argentino Julio Barboza bem definiu esta dinâmica do Direito Internacional:
A Palestina, por ser um caso bem particular e muito debatido, merece muita
atenção. Em data de 3 de dezembro de 2010, o Brasil reconheceu a
existência do Estado da Palestina com as fronteiras de 4 de junho de 1967,
data anterior ao dia de início da Guerra dos Seis Dias, quando Israel
dominou o território da Cisjordânia e outros pontos estratégicos (península
do Sinai, já devolvida ao Egito, as colinas do Golan e a parte leste de
Jerusalém), além de impor uma dura derrota ao mundo árabe. Portanto, por
ter uma base territorial, o Brasil pode reconhecer o Estado Palestino. De
toda sorte, essa base territorial reconhecida pelo Brasil não é reconhecida
por vários outros países e nesse ponto encontramos a grande divergência
daquela região.
I - natos:
Esta alínea é uma necessária ressalva ao critério jus solis adotado no Brasil.
O Brasil adotou então o sistema jus sanguinis, de forma excepcional,
quando um brasileiro estiver a serviço do nosso país no estrangeiro e lá
tiver um filho.
Importante ainda destacar que basta um dos pais ser brasileiro e estar a
serviço do Brasil no exterior, o que facilita muito o registro do filho de
acordo com nossas leis.
II - naturalizados:
III - Boa conduta, posse de alguns bens e tempo de residência habitual, para
evitar o casualismo com procedimento tão importante;
Os estrangeiros que não são de países que falam o português devem passar
quinze anos residindo em nosso país para, somente depois de cumprir esse
prazo, poder solicitar a sua naturalização.
De toda sorte, ratificamos que a alínea a pode também ser utilizado pelos
portugueses, que passariam a ter a nacionalidade brasileira e perderiam a
originária. É diferente da equivalência prevista neste parágrafo, na qual os
portugueses adquirem direitos de cidadãos brasileiros sem perder a
nacionalidade originária.
V - da carreira diplomática;
O solicitante tem que possuir plena capacidade civil, seu ato ser voluntário
e incondicionado a nenhuma imposição. Se a naturalização ocorrer por
alguma imposição da norma estrangeira, assim como veremos, o brasileiro
nato ou naturalizado não perde a nacionalidade brasileira.
Caso essa naturalização não seja forçada, o brasileiro que solicitar outra
nacionalidade perde a brasileira, conforme nossa legislação.
A legislação brasileira já previu outras formas de naturalização, como
podíamos ver na Constituição de 1891, no art. 69, § 4º, que determinava:
“cidadãos brasileiros os estrangeiros que, achando-se no Brasil aos 15 de
novembro de 1889, não declararem, dentro de seis meses depois de entrar
em vigor a Constituição, o ânimo de conservar a nacionalidade de origem”.
Essa era a chamada naturalização tácita, que também foi prevista nas
Constituições brasileiras seguintes, mas foi suprimida da Constituição de
1988.
BRASILEIRO
Critério Jus
Solis ou Os nascidos na República Federativa do
Critério Brasil, ainda que de pais estrangeiros,
Territorial desde que estes não estejam a serviço de
(art. 12, I, a, seu país.
CF)
Os estrangeiros de qualquer
Naturalização nacionalidade, residentes na República
Extraordinária Federativa do Brasil há mais de 15 anos
(art. 12, II, b, ininterruptos e sem condenação penal,
CF) desde que requeiram a nacionalidade
brasileira.
TÍTULO I
Da Aplicação
TÍTULO II
CAPÍTULO I
Da Admissão
I - de trânsito;
II - de turista;
III - temporário;
IV - permanente;
V - de cortesia;
VI - oficial; e
VII - diplomático.
TÍTULO VII
Da Deportação
Art. 57. Nos casos de entrada ou estada irregular de estrangeiro, se este não
se retirar voluntariamente do território nacional no prazo fixado em
Regulamento, será promovida sua deportação. [...]
A primeira doutrina foi criada por Carlos Tobar, Ministro das Relações
Exteriores do Equador que defendeu ser a única hipótese de dificultar os
comuns golpes de Estados na América Latina à recusa da comunidade
internacional em reconhecer esses novos governos até a aprovação da
população daquele país para com o novo regime. A ideia era inibir os
constantes golpes na região, fato que instabilizava a América Latina,
provocava muitas mortes e prejudicava o desenvolvimento econômico.
Atingidas as condições impostas pela doutrina, o reconhecimento deveria
ser expresso e justificado.
A Doutrina Tobar sofreu grande desgaste por ser considerada invasiva e por
inúmeros exemplos de reconhecimentos que consideravam os novos
democráticos, embora fossem governos déspotas, somente por questões
econômicas.
A praxe internacional ainda aponta que grande parte das normas afrontadas
são princípios gerais e costumes internacionais e que os tratados oferecem
maior segurança jurídica por estabelecerem de forma muito clara suas
diretrizes. Em muitos casos, os princípios gerais e os costumes
internacionais, por não serem escritos, precisam da doutrina e da
jurisprudência para melhor interpretá-los, abrindo assim espaços para
maiores exercícios hermenêuticos ou distorções puras de sua essência.
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do
depositário infiel (grifo nosso).
[...]
§ 7º Ninguém deve ser detido por dívida. Este princípio não limita os
mandados de autoridade judiciária competente expedidos em virtude de
inadimplemento de obrigação alimentar.
O Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, por sua vez, assim
dispõe:
Art. 11. Ninguém poderá ser preso apenas por não poder cumprir com uma
obrigação contratual.
O Poder Judiciário falha quando não atende aos anseios dos cidadãos e da
comunidade internacional no que diz respeito a prestar um bom serviço e a
seguir as normas internacionais.
A Sra. Maria da Penha com o Centro pela Justiça pelo Direito Internacional
e o Comitê Latino-Americano de Defesa dos Direitos da Mulher (Cladem)
formalizaram uma denúncia à Comissão Interamericana de Direitos
Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA). O órgão
internacional considerou o caso como de violência doméstica, condenou o
Brasil a pagar uma indenização à vítima e a aprimorar a legislação interna
para coibir esse tipo de violência contra a mulher.
Quando ocorrer o dano e esse for considerado conduta ilícita, deve o Estado
faltoso indenizar o Estado vítima com uma reparação correspondente ao
dano, e que, mesmo que não seja ela paga em dinheiro, terá uma natureza
compensatória.
3.8. SUCESSÃO
O Estado é uma realidade fática formada por território determinado,
população relativamente estável e governo soberano. O princípio da
continuidade estabelece que essa realidade fática tende a se perdurar
durante o tempo.
Um Estado pode também não ter condições plenas de exercer o seu direito
de jurisdição exclusiva e geral sobre seu território e solicitar a ajuda de um
país vizinho. Esse fato já foi comentado anteriormente quando tratada a
hipossuficiência de alguns micro-Estados. O próprio conceito de soberania
sofre abalo nessas condições.
Artigo 2º
[...]
Artigo 4º
[...]
Artigo 22
[...]
Artigo 23
2. A isenção fiscal a que se refere este artigo não se aplica aos impostos e
taxas cujo pagamento, na conformidade da legislação do Estado acreditado,
incumbir às pessoas que contratem com acreditante ou com o Chefe da
Missão.
Artigo 24
[...]
Artigo 29
[...]
Artigo 31
[...]
Artigo 34
[...]
Artigo 42
[...]
Artigo 51
Artigo 2º
[...]
Artigo 5º
Funções Consulares
[...]
Artigo 12
Exequatur
[...]
Artigo 31
[...]
Artigo 36
Então, por ser uma criação jurídica nos termos acima mencionados, o ato
constitutivo de uma organização internacional é mais importante para ela do
que uma constituição para um Estado. Sem o ato constitutivo, que cria e
estabelece as regras de associação e seu funcionamento, não existe a
organização internacional, porém, sem a constituição, pode existir o Estado,
pois o papel da Carta Magna é de organização do ordenamento jurídico
pátrio e não de validação da existência do Estado.
1) Inaugurar pactos de paz, depois dos quais não deverá haver acordos
diplomáticos secretos, mas sim diplomacia franca e sob os olhos públicos;
Parte XII - Portos, vias marítimas e vias férreas (artigos 321 a 386).
A Liga das Nações, embora não tenha conseguido o êxito desejado, seja pela
ausência dos Estados Unidos, seja pelas duras penas impostas pelo Tratado
de Versalhes à Alemanha que motivaram a ascensão nazista e a Segunda
Guerra Mundial, foi o embrião da Organização das Nações Unidas (ONU).
• 1. Assembleia Geral;
• 2. Conselho de Segurança;
• 4. Conselho de Tutela;
• 6. Secretariado.
Cinco dos seis órgãos acima mencionados estão situados na sede da ONU,
em Nova York, sendo a única exceção o Tribunal Internacional de Justiça
(ou Corte Internacional de Justiça) que fica em Haia, na Holanda.
[...]
Article 20
Article 21
The Permanent Court shall be competent for all arbitration cases, unless the
parties agree to institute a special Tribunal63.
Article 22
An International Bureau, established at The Hague, serves as record office
for the Court.
It has the custody of the archives and conducts all the administrative
business.
O Brasil foi representado pelo jurista Rui Barbosa, que foi indicado pelo
Ministro das Relações Exteriores, Barão do Rio Branco, do governo Afonso
Pena. Sua atuação ganhou grande destaque na conferência, e, para muitos, o
discurso inicial de Rui Barbosa foi o responsável para que as potências
respeitassem o Princípio da Igualdade entre os países, independentemente
de sua força econômica ou extensão territorial.
Artigo 34
Artigo 35
2. Um Estado que não for Membro das Nações Unidas poderá solicitar a
atenção do Conselho de Segurança ou da Assembleia Geral para qualquer
controvérsia em que seja parte, uma vez que aceite, previamente, em
relação a essa controvérsia, as obrigações de solução pacífica previstas na
presente Carta.
Artigo 36
1. O conselho de Segurança poderá, em qualquer fase de uma controvérsia
da natureza a que se refere o Artigo 33, ou de uma situação de natureza
semelhante, recomendar procedimentos ou métodos de solução apropriados.
Artigo 37
Artigo 38
4.1.2. Inquérito
A decisão tem uma natureza técnica e não jurídica emitida por um experto
por meio de um processo de comprovação puramente técnico. A título de
exemplo, o objetivo aqui é saber a qualidade de um material utilizado na
construção de um hotel ou o rendimento de uma central de energia.
4.1.4. Arbitragem
Artigo 1
(ii) Qualquer lugar onde deva ser executada uma parte substancial das
obrigações resultantes da relação comercial ou o lugar com o qual o objeto
da disputa tenha vínculos mais estreitos; ou
(a) Se uma das partes tiver mais de uma sede, deve ser considerada a que
tiver vínculos mais estreitos com a convenção de arbitragem;
(b) Se uma das partes não tiver sede, a sua residência habitual deve ser
considerada.
Art. 5º A lei não proíbe senão as ações nocivas à sociedade. Tudo que não é
vedado pela lei não pode ser obstado e ninguém pode ser constrangido a
fazer o que ela não ordene.
Art. 7º Ninguém pode ser acusado, preso ou detido senão nos casos
determinados pela lei e de acordo com as formas por esta prescritas. Os que
solicitam, expedem, executam ou mandam executar ordens arbitrárias
devem ser punidos; mas qualquer cidadão convocado ou detido em virtude
da lei deve obedecer imediatamente, caso contrário torna-se culpado de
resistência.
Art. 10º Ninguém pode ser molestado por suas opiniões, incluindo opiniões
religiosas, desde que sua manifestação não perturbe a ordem pública
estabelecida pela lei.
Art. 11º A livre comunicação das ideias e das opiniões é um dos mais
preciosos direitos do homem. Todo cidadão pode, portanto, falar, escrever,
imprimir livremente, respondendo, todavia, pelos abusos desta liberdade
nos termos previstos na lei.
Art. 14º Todos os cidadãos têm direito de verificar, por si ou pelos seus
representantes, da necessidade da contribuição pública, de consenti-la
livremente, de observar o seu emprego e de lhe fixar a repartição, a coleta, a
cobrança e a duração.
Art. 15º A sociedade tem o direito de pedir contas a todo agente público
pela sua administração.
Art. 16º A sociedade em que não esteja assegurada a garantia dos direitos
nem estabelecida a separação dos poderes não tem Constituição.
Embora não seja um tratado, pois foi adotada pela Assembleia Geral da
ONU como uma resolução (não obrigatória) de forma unânime, a
Declaração Universal dos Direitos do Homem (DUDH) tornou-se
referência para o DIP e para todos os tratados que a sucederam, pois serviu
de fonte de princípios e normas internacionais sobre a matéria. A DUDH
detalha de modo amplo os princípios de Direitos Humanos; são utilizadas
apenas normas substantivas; e não institui nenhum órgão internacional para
garantir a sua eficácia.
[...] ali se estatui que todo homem tem direito à vida, à liberdade e à
segurança; a não ser jamais submetido à escravidão, à servidão, à tortura e a
penas cruéis ou degradantes; ao reconhecimento de sua personalidade
jurídica e a um processo judicial idôneo; a não ser arbitrariamente detido,
preso ou desterrado, e a gozar de presunção de inocência até que se prove
culpado; a não sofrer intromissões arbitrárias na sua vida particular, na
família, no domicílio e na correspondência; à livre circulação e à escolha de
seu domicílio; ao asilo quando perseguido por delito político; a uma
nacionalidade; ao casamento e à constituição de família; à propriedade
singular e em condomínio; à liberdade de pensamento, convicção política,
religião, opinião e expressão, reunião e associação pacíficas; a participar do
governo de seu Estado patrial e a ter acesso, em condições igualitárias, à
função pública79.
A teoria das gerações dos direitos humanos foi lançada pelo jurista francês
de origem tcheca, Karel Vasak, que, em Conferência proferida no Instituto
Internacional de Direitos Humanos de Estrasburgo (França), no ano de
1979, classificou os direitos humanos em três gerações, cada uma com
características próprias. Cada geração foi associada a um dos componentes
do dístico da Revolução Francesa: “liberté, egalité et fraternité” (liberdade,
igualdade e fraternidade). Assim, a primeira geração seria composta por
direitos referentes à “liberdade”, a segunda geração retrataria os direitos que
apontam a “igualdade”; finalmente, a terceira geração seria composta por
direitos atinentes à solidariedade social (“fraternidade”)81.
O Pacto de San José da Costa Rica segue as diretrizes do Pacto das Nações
Unidas sobre Direitos Civis e Políticos, de 1966, e determina o respeito dos
Estados aos direitos individuais, de primeira geração. Dentre outros, a
Convenção Americana defende o direito à vida, à integridade pessoal, veda
a submissão de qualquer pessoa à escravidão, estabelece que ninguém pode
ser preso por dívida, exceto de natureza alimentar e respeito ao princípio da
anterioridade, da não retroatividade penal (salvo exceções), da igualdade
perante a lei. O Pacto de San José entrou no ordenamento jurídico pátrio
por meio do Decreto n. 678, de 6 de novembro de 1992.
CAPÍTULO XIV
Artigo 93. 1. Todos os Membros das Nações Unidas são ipso facto partes do
Estatuto da Corte Internacional de Justiça.
2. Um Estado que não for Membro das Nações Unidas poderá tornar-se
parte no Estatuto da Corte Internacional de Justiça, em condições que serão
determinadas, em cada caso, pela Assembleia Geral, mediante
recomendação do Conselho de Segurança.
2. Se uma das partes num caso deixar de cumprir as obrigações que lhe
incumbem em virtude de sentença proferida pela Corte, a outra terá direito
de recorrer ao Conselho de Segurança que poderá, se julgar necessário,
fazer recomendações ou decidir sobre medidas a serem tomadas para o
cumprimento da sentença.
O Estatuto do TPI, conforme seu art. 25, determina que o Tribunal julgará
indivíduos e não Estados. Entretanto, são os Estados que aceitam a
competência do TPI sobre os crimes acima mencionados. O TPI somente
exerce sua competência de julgar um indivíduo com autorização do Estado
onde ocorreu a conduta criminosa (incluindo transportes - navio e
aeronaves - com sua bandeira) ou o Estado de que seja nacional a pessoa a
quem é imputado o crime. E, sua atuação deve ser provocada por um
procurador, Estado ou pelo Conselho de Segurança da ONU.
Qualquer Estado que não tenha ratificado o Estatuto de Roma pode fazer
uma declaração aceitando a competência do TPI. No caso do Brasil, o
Estatuto de Roma foi recepcionado por nosso ordenamento por meio do
Decreto n. 4.388, de 25 de setembro de 2002, e a Emenda Constitucional
45, de 30 de dezembro de 2004, conforme já destacado acima, incluiu o TPI
no texto constitucional.
Por sua vez, a Corte Interamericana é exclusiva dos Estados, que tem que
declarar aceitar a sua competência, e não é acessível às pessoas, mesmo que
em grupos ou por entidades não governamentais, ou instituição privadas. A
Corte profere sentenças fundamentadas, definitivas e inapeláveis, conforme
determina o Pacto de San José.
O Brasil aderiu ao Pacto de San José em 1992. Fazem ainda parte desse
Pacto, Argentina e México, dentre outros países. Os Estados Unidos ainda
não o ratificaram e, por questões políticas e legais internas, tais como a
utilização da pena de morte em alguns Estados, tem-se por quase certo a sua
não adesão a esse tratado.
5.3. DIREITO INTERNACIONAL
HUMANITÁRIO
O Direito Internacional Humanitário, ou, simplesmente, Direito
Humanitário ou Direito de Genebra, é o ramo do Direito Internacional dos
Direitos Humanos que tem por objetivo reduzir a violência dos conflitos
armados e a proteção às vítimas de guerras, alicerçado na dignidade
humana. Foi construído com o passar dos séculos, e, antes de ser
codificado, conforme ensina Francisco Rezek, já aceitava como normas
costumeiras: a) a proteção dos feridos e enfermos, que deveriam ser
tratados como os do próprio exército que os capturasse, sendo devolvidas
em seguida - e não retidos como prisioneiros de guerra; b) o não
aprisionamento de médicos, enfermeiros e capelães; c) a imunidade dos
ataques aos hospitais devidamente identificados; d) a troca de prisioneiros
de guerra, sem ônus para nenhuma das partes, quando do final do conflito;
e) preservação da população civil que não participasse do conflito
armado84.
No ano seguinte, em 1864, houve a reunião não oficial que deu origem à
Primeira Convenção de Genebra, ou Convenção para a Melhoria da Sorte
dos Feridos e Enfermos dos Exércitos em Campanha, evento este
considerado como o marco inicial do Direito Humanitário. A convenção,
em dez artigos, codificou as normas costumeiras vigentes à época (acima
destacadas) e estabeleceu como símbolo uma cruz vermelha sobre um
fundo branco.
Para esse fim estão e ficam proibidos, em qualquer momento e lugar, com
respeito às pessoas mencionadas acima:
b) a detenção de reféns;
As partes em luta esforçar-se-ão, por outro lado, para pôr em vigor, por
meio de acordos especiais, o todo ou partes das demais disposições da
presente Convenção.
O Refúgio não pode ser confundido com o Asilo. O conceito jurídico desse
instituto, para a América Latina é originário do Tratado de Direito Penal
Internacional de Montevidéu, de 23 de janeiro de 1889, que contou com a
presença de Argentina, Bolívia, Uruguai, Paraguai e Peru. O asilo ainda foi
regulamentado pela Convenção sobre Asilo, VI Conferência Pan-americana
de Havana, em 1928; Convenção sobre Asilo Político, VII Conferência
Internacional Americana de Montevidéu, em 1933; pelo Tratado sobre Asilo
e Refúgio Político de Montevidéu, em 1939; e pela Convenção sobre Asilo
Diplomático, X Conferência Interamericana de Caracas, em 1954.
REFÚGIO ASILO
Perseguição
religiosa, racial,
MOTIVAÇÃO Perseguição política
étnica,
nacionalidade, social
Ameaça
MOMENTO Perseguição concretizada
fundamentada
AMPLITUDE Universal Regional (principalmente na América
GEOGRÁFICA Latina)
Perseguição atinge a
AMPLITUDE um número elevado
Perseguição individualizada
HUMANA de pessoas, mais
generalizado
Convenção sobre o
BASE Tratado de Direito Penal
Estatuto dos
JURÍDICA Internacional de Montevidéu (1889)
Refugiados (1951)
• 2. União Aduaneira;
• 3. Mercado Comum;
• 5. União Política.
6.1. UNIÃO EUROPEIA
Quando do final da Segunda Guerra Mundial, a Europa encontrava-se
destruída, com uma série de problemas decorrentes do grande conflito.
Entretanto, diante do exemplo do pós-Primeira Guerra Mundial, o
sentimento existente era o de que a solução das mazelas do continente
passava pela união dos países, e mesmo a Alemanha e a Itália, grandes
derrotados do conflito bélico, mas países tradicionalmente fortes, teriam
que participar ativamente dessa reconstrução.
Grave erro histórico seria não falar que a Declaração obteve sucesso por
interferência direta de Jean Monnet, experiente negociador e assessor de
Schuman no Plano para a Modernização e Equipamento da Economia
Francesa, que construiu o modelo da Declaração, embora desejasse uma
articulação menor do que o acordo que foi posteriormente celebrado.
Monnet chegou a dizer que “a Europa não se reerguerá de imediato, nem
será uma construção simultânea, se fará através de realizações concretas”.
Essas duas comunidades foram mais um importante passo para a união cada
vez mais estreita dos povos europeus. O doutrinador espanhol Ricardo
Alonso comenta esse avanço quando escreve
Não demorou muito para o passo mais ambicioso desde o Plano Schumam:
a criação da União Europeia. Na cidade holandesa de Maastricht, em 7 de
fevereiro de 1992, foi assinado o Tratado da União Europeia, inicialmente
destituída de personalidade jurídica, que criou uma nova organização
fundamentada nas Comunidades Europeias. Inclusive, os Títulos II, III e IV
do Tratado de Maastricht são dedicados à reforma das Comunidades
Europeias; os demais Títulos são dedicados a outros assuntos de demasiada
importância para a União Europeia, que são a Segurança Comum (Título
V), Assuntos de Justiça e de Interior (Título VI).
6) Europol
Quantos países?
Entrada
Organização Tratado em Países-membros
vigor
CECA França,
Tratado de
Alemanha, Itália,
Paris 1952
(Comunidade Europeia do Carvão e Holanda, Bélgica
(1951)
do Aço) e Luxemburgo
Dinamarca
Irlanda
Grécia (1981)
Portugal (1986)
Espanha (1986)
Áustria (1995)
Finlândia (1995)
Suécia (1995)
República Checa
(1-5-2004)
Chipre (1-5-2004)
Eslováquia (1-5-
2004)
Eslovênia (1-5-
UE Tratado de 2004)
Maastricht
(União Europeia) (1992) Hungria (1-5-
2004)
Letônia (1-5-
2004)
Malta (1-5-2004)
Polônia (1-5-
2004)
Bulgária (1-1-
2007)
Romênia (1-1-
2007)
6.2. MERCOSUL
A criação de um mercado econômico na América Latina iniciou-se com a
Associação Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC), em 18 de
fevereiro de 1960 (Tratado de Montevidéu).
MERCOSUL
Quantidade
Quatro países (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) + 2
de Estados-
Estados associados (Chile e Bolívia).
membros
Personalidade
Concedida pelo Protocolo de Ouro Preto de 1994, que lhe
jurídica de
conferiu personalidade jurídica distinta da de seu signatário.
DIP
4. Secretaria
6.3. G7 e G20
Embora não presente no Edital, dois grupos de países são de grande
importância O Grupo dos 20 (ou G20) é um grupo formado pelos ministros
de finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do
mundo mais a União Europeia. Foi criado em 1999, após as sucessivas
crises financeiras da década de 1990. Visa a favorecer a negociação
internacional, integrando o princípio de um diálogo ampliado, levando em
conta o peso econômico crescente de alguns países, que juntos
compreendem 85% do Produto Nacional Bruto mundial, 80% do comércio
mundial (incluindo o comércio intra-UE) e dois terços da população
mundial.
• O BRIC na ONU
• Dois membros do BRIC (Rússia e China) são membros permanentes do
Conselho de Segurança das Nações Unidas. Os outros dois membros do
BRIC (Brasil e Índia) integram as Nações G4, cujo objetivo é ter um lugar
permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, conseguindo o
apoio de alguns países-membros, mas não tendo o apoio dos países
regionais, como o México, a Argentina (contrariando o Brasil) e o
Paquistão (contrariando a Índia).
• Perspectivas do BRIC
• A China deve ser, em 2050, a maior economia mundial, tendo como base
seu acelerado crescimento econômico sustentado durante todo o início do
século XXI. Dada a sua população e a disponibilidade de tecnologia, sua
economia deve basear-se na indústria. Grande potência militar, a China se
encontra atualmente num processo de transição do capitalismo de Estado
para o capitalismo de mercado, processo que já deverá estar completado em
2050.
1 China 70.710.000
3 Índia 37.668.000
4 Brasil 11.366.000
5 México 9.340.000
6 Rússia 8.580.000
7 Indonésia 7.010.000
8 Japão 6.677.000
10 Alemanha 5.024.000
11 Nigéria 4.640.000
12 França 4.592.000
Importante ainda destacar que o Brasil sediou, nos dias 14, 15 e 16 de julho
de 2014, a VI Cúpula de Chefes de Estados e de Governo do BRICS, que
ocorreu nas cidades de Fortaleza e Brasília. O tema desse encontro foi
“Crescimento inclusivo: soluções sustentáveis” e gerou os seguintes
documentos: 1) a Declaração de Fortaleza; 2) o Acordo constitutivo do
Novo Banco de Desenvolvimento; e 3) Tratado para o estabelecimento do
Arranjo Contingente de Reservas do BRICS. A Declaração de Fortaleza, de
15 de julho de 2014, assim determinava:
(...)
12. O Banco terá capital inicial autorizado de US$ 100 bilhões. O capital
inicial subscrito será de US$ 50 bilhões, dividido igualmente entre os
membros fundadores. O primeiro presidente do Conselho de Governadores
será da Rússia. O primeiro presidente do Conselho de Administração será
do Brasil. O primeiro Presidente do Banco será da Índia. A sede do Banco
será localizada em Xangai. O Centro Regional Africano do Novo Banco de
Desenvolvimento será estabelecido na África do Sul concomitantemente
com sua sede. Instruímos nossos Ministros das Finanças a definir as
modalidades para sua operacionalização.
(...)92
23 Países
1949
2ª rodada: Annecy - Tarifas
13 Países
1950-1951
3ª rodada: Torquay - Tarifas
38 Países
1955-1956
4ª rodada: Genebra - Tarifas
26 Países
1960-1961
5ª rodada: Dillon - Tarifas
26 Países
1964-1967 - Tarifas
6ª rodada: Kennedy
62 Países - Dumping
1973-1979 - Tarifas
7ª rodada: Tóquio
102 Países - Cláusula de habilitação
- Serviços
- Propriedade intelectual
- Medidas de investimento
- OMC
A OMC, desde a sua gênese, corrigiu essa fragilidade do GATT e, por meio
do seu Sistema de Resolução de Controvérsias, criado para solucionar
conflitos decorrentes da aplicação das regras comerciais por ela
estabelecida, determinou procedimentos fixos, bem estruturados, com
etapas muito bem regulamentadas, embora com alguns trâmites flexíveis, e
prazo máximo para findar um processo. A título de exemplo, um processo
que siga seu curso completo, até a resposta da apelação, se a tiver, dura
cerca de 15 meses.
7.2. GATT E A Solução de controvérsias
O GATT continua a existir como tratado e é muito utilizado no âmbito da
OMC, que também utiliza as rodadas de negociações com os seus membros.
Atualmente, o que se debate é a rodada de Doha (Agenda de
Desenvolvimento de Doha - Doha Development Agenda - DDA), que teve
início em 2001, e até o início do ano de 2015 ainda não havia findado. Doha
tem como tema a abertura dos mercados agrícolas e industriais.
Quando de sua candidatura, que não foi apoiada pelos EUA e pela Europa,
Roberto Azevedo adotou como uma de suas propostas finalizar a Rodada de
Doha. Azevedo é o representante do Brasil na OMC desde 2008 e acumula
vasta experiência em economia internacional e assuntos de política
comercial, características que o credencia a fazer uma excelente gestão à
frente desta organização (2013-2017)97.
No ano de 2013, na cidade de Bali (Indonésia), três meses após estar sob
novo comando, foi assinado entre os países integrantes da OMC um acordo,
o primeiro em 12 anos, que ficou conhecido como “Doha Light”, pois
correspondia a apenas 10% das ambições iniciais. Essas negociações
compreendiam três pilares: 1) agricultura - os países signatários assumiram
o compromisso de reduzir os subsídios às exportações; 2) tarifas
alfandegárias - o acordo prevê uma isenção crescente das tarifas
alfandegárias para os produtos originários dos países menos desenvolvidos;
3) fronteiras - fomentar o intercâmbio entre os países objetivando reduzir a
burocracia nas fronteiras.
Arts. 3º
Definição do mar territorial e zona contígua.
e 33
Arts. 34 Regime jurídico das águas que formam os estreitos utilizados para
a 45 navegação internacional.
Arts. 46
Estados arquipélagos.
a 54
Arts.
121 a Definição do regime das ilhas e mares fechados ou semifechados.
123
Arts.
Direito de acesso ao mar e a partir do mar dos Estados sem litoral
124 a
e liberdade de trânsito.
132
Arts.
150 a Definição das atividades na área a serem desenvolvidas.
155
Seções
2 e 3 da
Regras para a realização de pesquisas científicas e transferência de
Parte
tecnologia marinha e solução de controvérsias.
XV e
art. 264
Art.
Obrigação de solucionar controvérsias por meios pacíficos.
279
Art.
Utilização do mar para fins pacíficos.
301
I. Mar territorial (territorial sea): faixa do mar sobre a qual o Estado exerce
sua soberania, com algumas limitações determinadas pelo direito
internacional;
II. Zona contígua (contiguous zone): consiste em uma segunda faixa de mar,
adjacente ao territorial;
A OCDE, até 2015, possuía 34 membros e, embora o Brasil não faça parte,
esses países detêm 60% do PIB mundial. Os países fundadores foram:
França, Dinamarca, Suíça, Suécia, Grécia, Portugal, Áustria, Bélgica,
Islândia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Noruega, Holanda, Reino Unido e
Turquia. Posteriormente, Estados Unidos, Alemanha, Espanha, Japão e
outros países passaram a compor essa organização. Os países integrantes,
em regra, possuem um alto IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e
todos são considerados desenvolvidos.
Seriam estes, findando com a CCI, único desses destacados que não é
organização internacional e que é de origem privada, os principais
protagonistas das normas de DCI, ou da nova lex mercatoria.
Cooperação Jurídica Internacional
em Matéria Penal102
A cooperação jurídica internacional encontra-se diretamente ligada à
premissa do Direito Internacional segundo a qual todos os Estados são
soberanos. Portanto, dentro do seu território, nenhum outro Estado pode
intervir nas decisões dos órgãos competentes. Esse poder que tem o Estado
de exercer influência exclusiva sobre as pessoas, os bens e as circunstâncias
que lhe estão sujeitas denomina-se jurisdição.
O Código de Processo Civil de 1973 traz apenas três artigos que tratam de
Direito Internacional. O art. 88 determina que seja competente a autoridade
judiciária brasileira quando: I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade,
estiver domiciliado no Brasil; II - no Brasil tiver de ser cumprida a
obrigação; III - a ação se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no
Brasil. Esses dispositivos devem ser aplicados em compasso com a LINDB
e permitem uma interpretação extensiva, mais ampla, dos três incisos.
O art. 24, CPC/2015, traz a redação do art. 90, CPC/73, de forma mais
ampla e objetiva, destacando o respeito que deve haver do ordenamento
pátrio aos tratados internacionais e aos acordos bilaterais em vigor no
Brasil. O artigo determina que a ação proposta perante tribunal estrangeiro
não induz litispendência e não obsta a que a autoridade judiciária brasileira
conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as
disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em
vigor no Brasil. O parágrafo único ainda esclarece que a homologação de
sentença estrangeira não pode ser impedida por pendência de causa no
Brasil.
IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO - Tratados Internacionais estabelecem
imunidade de jurisdição (de processo e/ou de execução) para os sujeitos
primários (Estados) e secundários (Organizações Internacionais) de Direito
Internacional. Portanto, estes, mesmo quando estão em território nacional,
quando acontece algum fato abrigado pela legislação brasileira, são
exceções ao princípio da territorialidade e não podem ser processados ou
executados. O STF (Supremo Tribunal Federal) já julgou casos de
imunidade de jurisdição e respeitou o tratado internacional.
O art. 26 supracitado ainda conta com quatro parágrafos que trazem regras
fundamentais para a cooperação internacional. O primeiro e o segundo
parágrafos possibilitam que na ausência de tratado, a cooperação jurídica
internacional poderá realizar-se com base em reciprocidade, manifestada
por via diplomática. Essa reciprocidade não será exigida para homologação
de sentença estrangeira que, em verdade, é simplesmente uma decisão do
Poder Judiciário de outro Estado que tem repercussão no Brasil. O terceiro
parágrafo ratifica outros dispositivos legais, tais como a Constituição
Federal e a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, que na
cooperação jurídica internacional não será admitida a prática de atos que
contrariem ou que produzam resultados incompatíveis com as normas
fundamentais que regem o Estado brasileiro. E, para findar, o quarto
parágrafo diz que o Ministério da Justiça exercerá as funções de autoridade
central na ausência de designação específica.
A carta rogatória carrega em seu bojo atos não decisórios e atos decisórios
não definitivos. Por meio da carta rogatória, a autoridade judicial, e
somente ela, solicita ao Estado requerido que execute ato jurisdicional já
proferido, de modo que não cabe àquele outro Estado exercer qualquer
cognição de mérito sobre a questão processual.
O art. 15, LINDB, diz que “será executada no Brasil a sentença proferida no
estrangeiro, que reúna os seguintes requisitos: a) haver sido proferida por
juiz competente; b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente
verificado à revelia; c) ter passado em julgado e estar revestida das
formalidades necessárias para a execução no lugar em que foi proferida; d)
estar traduzida por intérprete autorizado; e e) ter sido homologada pelo
Supremo Tribunal Federal”.
O novo CPC disciplina a matéria nos arts. 960 a 965. Logo no primeiro
artigo sobre a matéria, o CPC/2015 determina que a homologação de
decisão estrangeira seja requerida por ação de homologação de decisão
estrangeira, salvo disposição especial em sentido contrário prevista em
tratado, mas sempre obedecendo ao que dispuserem os tratados em vigor no
Brasil e o Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça.
- Art. 90 - Litispendência.
- Art. 24 - Litispendência.
1. OEA (Penal)
2. OEA (Família e Infância)
3. CPLP
4. IberRede
8.4.3. CPLP
• Angola;
• Brasil;
• Cabo Verde;
• Guiné-Bissau;
• Moçambique;
• Portugal;
• Timor-Leste.
8.4.4. IberRede
Reuniões Plenárias
Sessão Diplomática: reunião plenária que acontece a cada quatro anos, para
a negociação e adoção das convenções.
Resposta: C - E - E - C - C
Resposta: E - E - E
2. FONTES DO DIP
1. (IRBr 2015) A par de constantes mudanças verificadas na sociedade
internacional, com o surgimento de novos atores e de renovadas demandas,
também o direito das gentes se atualiza em terminologias e em conceitos, de
modo a abranger novas fronteiras, como o comércio, o meio ambiente e os
direitos humanos. No que concerne a esse fenômeno, julgue (C ou E) o item
a seguir.
Resposta: C
Resposta: C - C - E
3. (IRBr 2012) Considerando as fontes de direito internacional público
previstas no Estatuto da Corte Internacional de Justiça (CIJ) e as que se
revelaram a posteriori, bem como a doutrina acerca das formas de
expressão da disciplina jurídica, assinale a opção correta.
Resposta: Alternativa B
Resposta: E - C - E - E
b) com salvaguardas.
Resposta: Alternativa B
( ) Pacta sunt servanda e res iudicata são princípios gerais de direito aceitos
pela CIJ e discutidos em casos a ela submetidos.
Resposta: E - E - C - C
Resposta: Alternativa C
3. SUJEITOS DO DIP
1. (IRBr 2015) A par de constantes mudanças verificadas na sociedade
internacional, com o surgimento de novos atores e de renovadas demandas,
também o direito das gentes se atualiza em terminologias e em conceitos, de
modo a abranger novas fronteiras, como o comércio, o meio ambiente e os
direitos humanos. No que concerne a esse fenômeno, julgue (C ou E) o item
a seguir.
Resposta: E
Resposta: E
Resposta: C - E - C - E
Resposta: E - E - C - C
Resposta: Alternativa E
Resposta: Alternativa A
7. (IRBr 2011) Presentes em todos os continentes, as organizações não
governamentais (ONGs) desempenham importante papel na defesa de
causas de interesse comum da humanidade. Acerca da atuação dessas
organizações, julgue (C ou E) os itens que se seguem.
Resposta: E - E - E - E
Resposta: E - C - C- E
( ) Não haverá extradição nos casos em que não houver processo penal
contra o extraditando ou pena a ser por ele cumprida.
Resposta: C - E - C- E
Resposta: Alternativa C
Resposta: Alternativa B
12. (IRBr 2004) Fritz, casado com Helga, é, há cinco anos, cônsul da
República da Gemênia no Brasil. Ambos são gemênicos, ou seja, têm a
nacionalidade daquele país e têm um filho de quatro anos, chamado Hans,
nascido em território brasileiro. Para cuidar do filho Hans, o casal
contratou, em julho de 2003, uma empregada, chamada Helen, que passou a
fazer o trabalho de babá na residência do cônsul. Helen, atualmente com 17
anos de idade, nascida na Gemênia, casada no Brasil, é filha de pais
brasileiros, sendo que nenhum deles esteve naquele país a serviço da
República Federativa do Brasil. Em fevereiro de 2004, Helen vendeu a
Helga um relógio alegando ser de ouro legítimo. Posteriormente, Helga
descobriu que o relógio era falsificado e não era, sequer, de ouro de baixa
qualidade. Helen, ao efetuar a venda, tinha pleno conhecimento de que o
relógio era falso. Foi, então, demitida do seu emprego no consulado, sem
receber seus direitos trabalhistas.
Ante a situação hipotética descrita acima e considerando que a República da
Gemênia não seja um país de língua portuguesa e adota o jus sanguinis
como critério de atribuição da nacionalidade originária, julgue os itens a
seguir.
Resposta: E
Resposta: E - E - C
4. SOLUÇÃO PACÍFICA DE
CONTROVÉRSIAS INTERNACIONAIS
1. (IRBr 2014) Acerca dos tribunais internacionais e dos mecanismos de
solução de controvérsias, julgue (C ou E) os itens a seguir.
Resposta: E - C - C - E
( ) Caso nenhum juiz da CIJ seja nacional dos dois Estados em questão,
esses Estados poderão indicar juízes ad hoc previamente aprovados pelo
Conselho de Segurança.
( ) Julgada a causa, a sentença é obrigatória para as partes em litígio.
Resposta: E - E - C - E
a) negociação direta
b) mediação
c) conciliação
d) sistema consultivo
e) bons ofícios
Resposta: Alternativa E
Resposta: Alternativa E
( ) Foi solucionado pelos bons ofícios do Papa Paulo VI, que atuou como
amicus curiae junto ao Tribunal Canônico do Vaticano.
Resposta: Anulada - E - E - E
Resposta: Alternativa C
5. DIREITO INTERNACIONAL DOS
DIREITOS HUMANOS
1. (IRBr 2015) A par de constantes mudanças verificadas na sociedade
internacional, com o surgimento de novos atores e de renovadas demandas,
também o direito das gentes se atualiza em terminologias e em conceitos, de
modo a abranger novas fronteiras, como o comércio, o meio ambiente e os
direitos humanos. No que concerne a esse fenômeno, julgue (C ou E) o item
a seguir.
Resposta: E
Resposta: C - C - E
Resposta: Alternativa E
( ) O direito de Haia, assim chamado por ter seus fundamentos nas quatro
convenções internacionais ocorridas nessa cidade, destina-se à proteção das
vítimas de conflitos armados - feridos, enfermos, prisioneiros de guerra,
náufragos, população civil e militares que estejam fora de combate.
Resposta: E - E - C - E
Resposta: E - E - C - C
Resposta: E - C - C - E
Resposta: E - E - C - E
6. DIREITO DA INTEGRAÇÃO
1. (IRBr 2015) Em prol da preeminência do direito na ordem internacional e
da solução pacífica de conflitos, o moderno fenômeno da multiplicidade de
tribunais internacionais abrange as mais diversas e sofisticadas áreas. Ao
alastrar a jurisdição internacional, o fenômeno pode, no entanto, resultar em
conflitos interjurisdicionais, não desejáveis sob o prisma da segurança
jurídica. Considerando a moderna atuação de tribunais internacionais,
julgue (C ou E) o item que se segue.
Resposta: E
Resposta: E - C - E - C
3. (IRBr 2008) Segundo a doutrina da integração regional, que se
desenvolve com a disseminação e o aprofundamento dos blocos
econômicos, o MERCOSUL recebe a classificação de união aduaneira
imperfeita. Tal classificação justifica-se porque
Resposta: E - C - E - E - E
7. DIREITO DO COMÉRCIO
INTERNACIONAL
1. (IRBr 2015) A par de constantes mudanças verificadas na sociedade
internacional, com o surgimento de novos atores e de renovadas demandas,
também o direito das gentes se atualiza em terminologias e em conceitos, de
modo a abranger novas fronteiras, como o comércio, o meio ambiente e os
direitos humanos. No que concerne a esse fenômeno, julgue (C ou E) o item
a seguir.
Resposta: E
Resposta: Alternativa C
Resposta: E - E - E - C
Resposta: E
( ) Nessa situação, é correto afirmar que, se o Brasil viesse a editar uma lei
proibindo a importação de pneumáticos remodelados, esse ato caracterizaria
descumprimento da referida decisão arbitral e, portanto, configuraria ilícito
internacional que acarretaria para a República Federativa do Brasil o dever
de indenizar o Estado uruguaio por eventuais danos advindos da proibição
de importação de pneumáticos remodelados imposta pela referida lei.
Resposta: C - E
8. COOPERAÇÃO JURÍDICA
INTERNACIONAL EM MATÉRIA PENAL
1. (IRBr 2009) Conhecida do judiciário brasileiro desde o Império, a
cooperação jurídica internacional tem adquirido importância crescente nos
últimos anos, ao permitir a tutela jurisdicional, mesmo quando elementos
indispensáveis ao processo se encontrem em jurisdição estrangeira. À luz da
prática brasileira de cooperação jurídica internacional, julgue (C ou E) os
itens a seguir.
Resposta: C - C - E - C
* As opiniões deste Prefácio são de cunho pessoal, não refletindo
necessariamente as posições do Ministério das Relações Exteriores.
*** Nas tabelas, o “0” significa que não foi cobrada nenhuma questão do
assunto e o “-” significa que a disciplina não constava no Edital.
1 Disponível em:
<http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/07/150714_iraeuaacordo_e
bc>.
21 Idem.
22 Idem, p. 18-19.
31 Idem, p. 38.
41 Idem.
47 Idem.
49 Idem.
50 Idem.
54 Enciclopédia Britânica.
70 Idem.
74 Disponível em:
<http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/Documentos-anteriores-
%C3%A0-cria%C3%A7%C3%A3o-da-Sociedade-das-
Na%C3%A7%C3%B5es-at%C3%A9-1919/declaracao-de-direitos-do-
homem-e-do-cidadao-1789.html>.
76 Idem, p. 47.
88 Disponível em:
<http://www.acnur.org/t3/portugues/recursos/estatisticas/>.
91 Idem.
97 Disponível em:
<https://www.wto.org/english/news_e/news12_e/biography_robertoazevedo
_brazil_e.pdf>.
98 SCHIRATO, Vitor Rhein. Transporte aquaviário. Fernando Herren
Aguillar (coord.). São Paulo: Saraiva, 2012, p. 17 (Coleção Direito
Econômico).