Professional Documents
Culture Documents
Apostila Filosofia Eja
Apostila Filosofia Eja
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:
MITO E FILOSOFIA
ÉTICA
ESTÉTICA
FILOSOFIA POLÍTICA
O QUE É A FILOSOFIA?
A pergunta já foi feita por várias gerações nas mais diversas sociedades. Afinal,
o que significa a palavra filosofia? A palavra filosofia deriva das palavras
gregas Philo (amor) e Sophia (sabedoria), tratar-se esta do gosto pelo conhecer.
PORÉM, O QUE É REALMENTE A FILOSOFIA?
• É o questionamento da realidade, procurando as causas e os princípios
das coisas: é a procura do saber.
• É o ato de pensar livre e racionalmente, no qual se reflete sobre toda a
realidade.
• Surge da necessidade do Homem explicar o mundo e o sentido da sua
existência, pelo que não se satisfaz com respostas imediatas e superficiais,
procurando sempre, sem cessar, melhorar todo o seu saber.
Assim, a Filosofia surge como uma reflexão crítica sobre o conhecimento
e sobre o mundo. É um “conjunto de respostas” aos problemas que se
colocam, pelo que nenhuma resposta é definitiva ou totalmente correta.
Você mesmo pode construir o seu próprio significado de filosofia, desde
que seja construído com base em conceitos bem solidificados e com
sentido e não meras bases desequilibradas.
MOTIVOS INCRÍVEIS PARA ESTUDAR FILOSOFIA!
1. APRENDER A ARGUMENTAR
Argumentar não é vencer alguém, forçá-lo a aceitar a nossa verdade. Seja na
escola, na política, no trabalho ou numa simples conversa, saber argumentar é,
primeiramente, saber compreender o raciocínio do outro. Argumentar é também
conseguir o que desejamos, mas de uma forma construtiva e num sistema de
conversa, onde devemos sempre ouvir o que o outro tem para dizer. O principal
objetivo da argumentação é passar a nossa verdade para a verdade do outro.
2. SER ABERTO A NOVAS IDEIAS
Estima-se, atualmente, que a população humana seja superior a 6,8 bilhões de
pessoas. Embora os nossos cérebros funcionem todos da mesma maneira, cada
indivíduo pensa de uma forma completamente diferente. A filosofia estimula a
investigação, não desprezando a realidade, mas nos tornando capazes de ir
além dos conceitos e dos preconceitos presentes na sociedade, para que
possamos ser abertos a novas ideias ou novas formas de pensamento.
3. DESENVOLVER A CAPACIDADE CRÍTICA
3
O MITO
A definição dada pelos dicionários, grosso modo, é a de que "mito quer dizer
história ou conjunto de histórias que fazem parte da cultura de um povo e tentam
explicar fenômenos incompreendidos ou sem resposta comprovada, como a
criação do mundo, o sentido da vida humana e morte" (História ilustrada da
Grécia antiga, p.58). O mito, isto é, o pensamento mítico busca por meio de uma
crença alcançar uma verdade; procura encontrar o sentido da vida; tenta dar
explicações que perpetuamente inquietam o ser humano.
O mito expressa o mundo e a realidade humana, além de ser sempre uma
representação coletiva, ou seja, ele se refere à história de um grupo, de um povo,
nunca de um único indivíduo. E os mitos são transmitidos de geração em
geração, como uma espécie de herança que deve ser levada e passada adiante.
4
O PENSAMENTO FILOSÓFICO
LÓGICA
ÉTICA E MORAL
Isso é certo ou errado? Bom ou ruim? Devo ou não devo? Provavelmente você
já deve ter feito alguma dessas perguntas na hora de tomar uma decisão ou fazer
uma escolha. Essas perguntas permeiam a reflexão sobre dois
termos: ética e moral.
É muito comum esses termos serem confundidos como se significassem a
mesma coisa. Embora estejam relacionados entre si, moral e ética são conceitos
distintos.
A palavra “ética” vem do grego ethos. Em sua etimologia, ethos significa
literalmente morada, habitat, refúgio. O lugar onde as pessoas habitam. Mas
para os filósofos, a palavra se refere a “caráter”, “índole”, “natureza”.
Sócrates coloca o autoconhecimento como a melhor forma de viver com
sabedoria. E seguindo a máxima de Aristóteles em “Ética a Nicômaco” e em seu
pensamento moral de forma geral, “somos o resultado de nossas escolhas”.
Aristóteles acreditava que a ética caracteriza-se pela finalidade e pelo objetivo a
ser atingido, isto é, que se possa viver bem, ter uma vida boa, com e para os
outros, com instituições justas. Já Platão entende que a justiça é a principal
virtude a ser seguida.
Neste sentido, a ética é um tipo de postura e se refere a um modo de ser, à
natureza da ação humana, ou seja, como lidar diante das situações da vida e ao
modo como convivemos e estabelecemos relações uns com os outros. É uma
postura pessoal que pressupõe uma liberdade de escolha.
O que estamos fazendo uns com os outros? Quais são as nossas
responsabilidades pessoais diante do outro? Uma postura ou conduta ética pode
ser a realização de um tipo de comportamento mediado por princípios e valores
morais.
A palavra “moral” deriva do latim mores, que significa “costume”. Aquilo
que se consolidou ou se cristalizou como sendo verdadeiro do ponto de vista da
ação. A moral é fruto do padrão cultural vigente e incorpora as regras eleitas
como necessárias ao convívio entre os membros dessa sociedade. Regras estas
determinadas pela própria sociedade.
Na época medieval, por exemplo, a moral era muito atrelada a crenças religiosas.
A sociedade buscava na religião um meio para orientar o homem a agir de
acordo com valores éticos. Após a Idade Moderna, o Estado passou a estimular
6
RESPONDA:
1.. Para Aristóteles, ser ético significa viver conforme a razão. O que ele quer
dizer com isso? De acordo com o pensamento aristotélico, os comportamentos
adotados pelo homem deveriam ser racionais, na medida que contivessem
finalidades práticas, intelectuais para que assim, tivéssemos princípios que
guiariam todo o campo de nossa conduta moral.
ESTÉTICA
8
1. Qual a diferença
de arte para
Indústria Cultural?
2. De exemplos de
músicas que podem
ser entendidas
como produtos da
Indústria Cultural.
3. O que Indústria
Cultural tem a ver
com “alienação”?
TRABALHO E ALIENAÇÃO
Alienação
14
Trabalho alienado
Será que o trabalho aliena o indivíduo? Para Marx existe sim o trabalho
alienado. Este seria o trabalho que a sociedade industrial criou, a sociedade
dominada pela produção de mercadorias. O trabalho que rompe a ligação entre
o homem e sua atividade vital.
Marx descreveu algumas características do trabalho alienados, que aqui estão:
"a alienação e o caráter fortuito do trabalho em relação ao sujeito trabalhador";
"a alienação e o caráter fortuito do trabalho em relação ao objeto dele";
"a determinação absoluta do trabalhador pelas necessidades, já que o trabalho
(...) não tem para ele outro significado que ser uma fonte de satisfação de suas
necessidades, enquanto ele só existe para elas como escravo de suas
necessidades";
"resumir o trabalhador à luta pela subsistência, fazendo com que ele (...) destine
sua vida a adquirir meios de vida".
Estão aí as características do trabalho alienado segundo Marx. Características
estas que separam o homem de sua naturalidade.
Quem nunca assistiu ao filme "Tempos Modernos" de Charles Chaplin? Este
filme mostrava explicitamente o trabalho em sua forma de alienação. O indivíduo
trabalhava em uma fábrica de peças e fazia sempre a mesma coisa: apertava
roscas. Mas não sabia para quê? Qual era a finalidade daquilo? Ele era um
escravo do trabalho. Não havia uma finalidade para que estivesse fazendo
aquilo, a não ser receber o salário no final do mês.
Logicamente, o exemplo é de um filme, mas que não foge da realidade de hoje.
Veja nas indústrias. Trabalhadores fazendo repetições sem conhecer muitas
15
vezes o produto final daquele parafuso que ele aperta incansavelmente todos os
dias. Sua realidade torna-se limitada e esse trabalho acaba por desumanizar o
indivíduo, fazendo-o trabalhar como escravos de suas necessidades.
Podemos disso tirar uma conclusão que, num cenário amplo, a sociedade
capitalista aliena o ser humano.
O trabalho realmente pode alienar um indivíduo e, por consequência disto, pode
alienar-se do mundo por estar vivendo dentro de um espaço limitado. Seu
conhecimento pode não ir mais longe do que apertar um simples parafuso. E
será que um trabalhador como esse consegue discernir a realidade social em
que vive?
Ou seja, o Trabalho alienado, e aquele trabalho em que o indivíduo passa
despercebido por ele, e pelo que acontece a sua volta e um indivíduo que segue
uma rotina capitalista que de tanto estar acostumado com a rotina ele esquece
da vida, ele só espera o a semana acabar para poder voltar a mesma rotina.
Lazer alienado
O processo de alienação na sociedade industrial afeta também a utilização do
tempo livre destinado ao lazer.
A indústria cultural e de diversão vende peças de teatro, filmes, livros,
shows, jornais e revistas como qualquer outra mercadoria. E o consumidor
alienado compra seu lazer da mesma maneira como compra seu sabonete.
Consome os “filmes da moda” e frequenta os “lugares badalados” sem um
envolvimento autêntico com o que faz.
Agindo desse modo, muitos se esforçam e fingem que estão se divertindo,
pensam que estão se divertindo, querem acreditar que estão se divertindo. Na
verdade, “através da máscara da alegria se esconde uma crescente
incapacidade para o verdadeiro prazer”.
Consumo Alienado
O Tópico que provavelmente e o mais importante, o consumo alienado e o
indivíduo que compra certa mercadoria e não usa, geralmente compra Consumo
é o ato de a sociedade adquirir algo para atender as suas necessidades e seus
desejos. Quando a pessoa compra de uma forma para aliviar sua ansiedade ou
compra exageradamente e muitas vezes nem utiliza o produto, a pessoa se torna
alienada. Oneomania é uma doença que atinge principalmente as mulheres,
alguns dos sintomas que possam detectar a doença é o fato de a pessoa querer
comprar tudo o que vê pela frente, se tornando viciado (a) em compras. As
empresas devem estar sempre atentas e inovando a cada dia para atender as
necessidades e os desejos de seus clientes.
por estar na moda ou por influência das pessoas e da mídia. O Consumo
alienado também fala do indivíduo que usa o produto por estar na moda mesmo
não gostando do produto ele o utiliza, para ficar na moda e para demonstrar
diferença de status.
De acordo com Marx, capital e trabalho apresentam um movimento constituído
de três momentos fundamentais:
Primeiro, “a unidade imediata e mediata de ambos”; significa que num primeiro
momento estão unidos, separam-se depois e tornam-se estranhos um ao outro,
mas sustentando-se reciprocamente e promovendo-se um ao outro como
condições positivas;
16
DIVERSIDADE E SiMBOLOGIA
17
EXIERCÍCIO:
Entre nós [brasileiros], (...) a separação imposta pelo sistema de produção foi a
mais fluida possível. Permitiu constante mobilidade de classe para classe e até
de uma raça para outra. Esse amor, acima de preconceitos de raça e de
convenções de classe, do branco pela cabocla, pela cunhã, pela índia (...) agiu
poderosamente na formação do Brasil, adoçando ‑o (Gilberto Freire, O mundo
que o português criou).
[Porém] o fato é que ainda hoje a miscigenação não faz parte de um processo
de integração das “raças” em condições de igualdade social. O resultado foi que
(...) ainda são pouco numerosos os
segmentos da “população de cor” que conseguiram se integrar, efetivamente, na
sociedade competitiva (Florestan Fernandes, O negro no mundo dos brancos).
Considerando as atitudes expostas acima e os pontos de vista dos estudiosos,
é correto afirmar que:
A) A posição de Gilberto Freire e a de Florestan Fernandes demonstram o
conhecimento do senso comum diante da questão étnica no Brasil.
B) A posição de Gilberto Freire e a do turista estrangeiro demonstram a visão da
ciência antropológica diante da questão étnica no Brasil.
C) A posição do turista estrangeiro demonstra o conhecimento do senso comum
diante da questão étnica no Brasil.
D) Somente a posição de Gilberto Freire caracteriza a visão da ciência
antropológica diante da questão étnica no Brasil.
E) Somente a posição de Florestan Fernandes caracteriza a visão da ciência
antropológica diante da questão étnica no Brasil.
Resolução desta questão na Plataforma
REFERÊNCIA:
ADAS, Sérgio. Propostas de trabalho e ensino de Filosofia: especificidade: das habilidades; eixos
temático-históricos e transversalidade. Moderna. São Paulo, 2012