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Primeira República (1889-1930) - PDF
Primeira República (1889-1930) - PDF
(1889-1930)
REVISÃO – QUEDA DA MONARQUIA
PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA
(1889)
▪ No dia 15 de novembro de 1889, o marechal Deodoro da
Fonseca proclamou o fim do Império e o início da República
no Brasil. Desde então essa data foi instituída como feriado
nacional. Mas, qual é o real significado histórico da
Proclamação da República?
"José Murilo de Carvalho, usando o Rio de Janeiro como exemplo, demonstrou que na primeira eleição
presidencial, que contou com o voto direto para presidente e aconteceu em 1894, a capital do Brasil teve apenas
1,3% da população votando”.
ASSEMBLEIA CONSTITUINTE E O VOTO
Como analfabetos eram excluídos do direito ao voto,
a maioria esmagadora da população brasileira não
votava. Ou seja, muito pouco mudou no tocante ao
voto no primeiro momento na transição de
Monarquia para República.
A Proclamação da República não implantou um regime
DEMOCRÁTICO, mas sim um regime OLIGÁRQUICO.
Essa primeira fase da república brasileira pode ser dividida
em dois momentos, a saber, a República da Espada
(governada pelos militares) e República Oligárquica.
REPÚBLICA DA ESPADA (1889-1894)
OS PRIMEIROS EMBATES ENTRE MILITARES E OLIGARCAS
▪ Os primeiros presidentes do Brasil não foram eleitos pela população, mas
pelos membros da Constituinte. Era uma tentativa de fortalecer o poder
executivo em detrimento dos outros poderes.
▪ A primeira eleição teve Deodoro como representante dos militares e Prudente
de Morais como representante das oligarquias.
▪ Deodoro e seus oficiais leais ameaçaram um golpe caso não fossem eleito,
fechando o Congresso. Apesar de vitorioso, o governo de Deodoro não
resistiu às pressões e crescentes tensões, levando à sua renúncia em 1891.
▪ Seu vice de chapa, Floriano Peixoto, assumiu a presidência e também teve que
enfrentar turbulências decorrentes dessas mesmas disputas.
FIM DOS GOVERNOS MILITARES
Para combater as revoltas que ocorreram durante seu governo (Revolta Federalista, Revolta da
Armada), Floriano foi obrigado a recorrer aos cafeicultores paulistas, que dispunham de dinheiro
e homens para enfrentar os rebeldes.
Essa aliança possibilitou uma transição pacífica de um governo controlado pela oligarquia
paulista. Floriano devia sua presidência aos cafeicultores de São Paulo, já que fora eleito vice-
presidente graças à articulação liderada por eles no interior da Assembleia Constituinte.
Em troca, os cafeicultores exigiram indicar seu sucessor. Além disso, os militares estavam
desgastados pelas crises econômicas e divididos por disputas internas.
REPÚBLICA DAS OLIGARQUIAS (1894-1930)
A transição de um governo de militares “É de lá, dos estados, que se governa a
para a oligarquias não representou República, por cima das multidões que
avanço no tocante à inclusão do povo na tumultuam agitadas nas ruas da capital
política. Pelo contrário, os governos da União. A política dos estados é a
oligárquicos consagraram a profunda política nacional” – Campos Sales
exclusão de todos os que não eram (quarto presidente do Brasil)
grandes proprietários, isto é, homens,
brancos e ricos. Ao lado, vejamos o que
disse um dos presidentes do Brasil no
período. Uma demonstração da falta de
apreço pela participação do povo nas
decisões políticas do país. (CARVALHO, J. M. Os Bestializados: o Rio de Janeiro e a
República que não foi. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.
CORONELISMO E VOTO DE CABRESTO
• A dominação oligárquica estava assentada sobre um
fenômeno típico da Primeira República: o
coronelismo. Tratava-se do poder exercido pelos
grandes fazendeiros (chamados de coronéis). A
figura do “coronel” era muito comum durante os
anos iniciais da República, principalmente nas
regiões do interior do Brasil. O coronel era um
grande fazendeiro que utilizava seu poder
econômico para garantir a eleição dos candidatos
que apoiava
• As eleições eram controladas pelos grandes
fazendeiros, que impunham o voto de cabresto, pelo
qual os eleitores eram obrigados a votar nos
candidatos indicados pelos poderosos da região.
Assim, nessa prática, os coronéis fraudavam as
eleições a seu favor, através da compra de votos,
troca de favores ou mesmo fazendo uso da violência
e ameaças.
POLÍTICA DOS GOVERNADORES
POLÍTICA DO “CAFÉ COM LEITE”
A Política do Café com Leite foi um acordo firmado
entre as oligarquias estaduais e o governo federal para
que os presidentes da República fossem escolhidos
entre os políticos de SP e MG. Portanto, ora o presidente
seria paulista, ora mineiro.
Mas, por que especificamente MG e SP reversariam na
presidência? Estamos falando dos maiores produtores
de leite e café, respectivamente. Produtos altamente
importantes para a economia nacional. Além disso, MG
também possuía o maior número de eleitores dentre
todos os estados do Brasil.
Lembre-se, a Política do Café com Leite não significa
que apenas esses dois estados mandavam na política
nacional (outros estados, como RS, tinham atuação
considerável), mas revela que as oligarquias mineiras e
paulistas exerciam pressão fundamental nos rumos da
nação.
TESES DE “EMBRAQUECIMENTO” DO BRASIL
▪ No fim do século XIX, a elite política e intelectual brasileira teria sentido a necessidade de
“branquear” a população brasileira, já que as teorias raciais clássicas exaltavam a pureza racial
e pregavam que a mistura racial provocava necessariamente degeneração. (HOFBAUER, 2011).
Esta elite “preocupava-se” que o futuro do Brasil estivesse comprometido devido a presença
do grande número de africanos e afrodescendentes, os quais eles consideravam como uma
“raça inferior”. (HOFBAUER, 2011).
▪ A tese do branqueamento, surge então como uma possibilidade de transformar uma raça
inferior em uma raça superior. No entanto, alguns pensadores carregados da época, munidos
por ideologias racistas, acreditavam que o enobrecimento das raças inferiores só poderia ser
alcançado se fosse possível garantir uma predominância numérica de brancos em casamentos
interraciais. Esse foi o raciocínio que justificou uma política de Estado que objetivava trazer
mão-de-obra branca (portugueses, italianos dentre outros povos europeus) ao Brasil. Tais
políticas de embranquecimento foram muito bem recebidas pelos primeiros governos
republicanos do Brasil.
A ENTRADA DAS
TEORIAS RACIAIS NO
BRASIL