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Article 216871 1 10 20210705
Article 216871 1 10 20210705
8, e9810816945, 2021
(CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i8.16945
Resumo
O objetivo deste trabalho foi realizar uma pesquisa de mercado sobre consumo de paçoca de Munguba (Pachira
aquatica Aubl.), além de elaborar formulações variando a adição de gordura animal e avaliar sensorialmente. Para a
elaboração da paçoca, as sementes de Munguba foram secas em forno convencional e trituradas em multiprocessador.
Neste estudo variou-se a porcentagem de manteiga, sendo o tratamento 1 (T1) sem adição, tratamento 2 (T2) com
2,83% e tratamento 3 (T3) com adição de 5,65%. Realizou-se pesquisa de mercado sobre a Paçoca de amendoim e de
Munguba (Pachira aquatica Aubl.). A análise sensorial foi realizada de forma virtual, e foram utilizados o teste de
aceitação para os atributos cor e aparência, com julgadores não treinados, o teste de ordenação de preferência e uma
pesquisa sobre o produto ideal, nos três tratamentos e na amostra comercial de amendoim. Na pesquisa de mercado foi
possível notar que a paçoca do Munguba haveria aderência ao mercado. Pelo teste aceitação em relação a cor e
aparência tiveram medias de escores entre 5 e 7, enquanto a comercial ficou entre 8 e 9. Em relação à comparação de
paçoca ideal e as avaliações dadas as Paçocas de Munguba respectivamente no quesito cor teve boa aceitabilidade,
porém em relação à textura aparente e granulometria aparente devem ser realizados novos estudos. Conclui-se que é
possível elaborar paçoca do Munguba (Pachira aquatica Aubl.), no entanto é necessário melhorar a textura e conduzir
testes sensoriais de sabor, textura e odor, pois foi feito somente análises visuais.
Palavras-chave: Aceitabilidade, Intenção de compra, Pesquisa de mercado.
Abstract
The objective of this work was to carry out a market research on the consumption of Munguba paçoca (Pachira
aquatica Aubl.), In addition to elaborating formulations varying the addition of animal fat and evaluating sensorially.
To prepare the paçoca, the Munguba seeds were dried in a conventional oven and crushed in a multiprocessor. In this
study, the percentage of butter varied, with treatment 1 (T1) without addition, treatment 2 (T2) with 2.83% and
treatment 3 (T3) with addition of 5.65%. Market research was carried out on Peanut and Munguba Paçoca (Pachira
aquatica Aubl.). The sensory analysis was performed in a virtual way, and the acceptance test for the color and
appearance attributes was used, with untrained judges, the preference ordering test and a search for the ideal product,
in the three treatments and in the commercial sample of peanut. In the market research it was possible to notice that
the Munguba paçoca would have adherence to the market. The acceptance test in relation to color and appearance had
mean scores between 5 and 7, while the commercial was between 8 and 9. Regarding the comparison of the ideal
paçoca and the evaluations given to the Paçocas de Munguba respectively in the item color, it had good acceptability
in relation to texture apparent and granulometry apparent, further studies should be carried out. It is concluded that it
is possible to prepare paçoca do Munguba (Pachira aquatica Aubl.), However it is necessary to improve the texture
and conduct sensory tests of taste, texture and odor, as only visual analyzes were performed.
Keywords: Acceptability, Purchase intent, Market research.
Resumen
El objetivo de este trabajo fue realizar una investigación de mercado sobre el consumo de Munguba paçoca (Pachira
aquatica Aubl.), Además de elaborar formulaciones variando la adición de grasa animal y evaluando sensorialmente.
Para preparar la paçoca, las semillas de Munguba se secaron en un horno convencional y se trituraron en un
multiprocesador. En este estudio varió el porcentaje de manteca, con tratamiento 1 (T1) sin adición, tratamiento 2
(T2) con 2,83% y tratamiento 3 (T3) con adición de 5,65%. La investigación de mercado se llevó a cabo en Peanut y
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Research, Society and Development, v. 10, n. 8, e9810816945, 2021
(CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i8.16945
Munguba Paçoca (Pachira aquatica Aubl.). El análisis sensorial se realizó de manera virtual, y se utilizó la prueba de
aceptación de los atributos de color y apariencia, con jueces no capacitados, la prueba de orden de preferencia y una
investigación del producto ideal, en los tres tratamientos y en la muestra comercial de maní. En la investigación de
mercado se pudo notar que la paçoca Munguba tendría adherencia al mercado. La prueba de aceptación en relación al
color y apariencia tuvo puntuaciones medias entre 5 y 7, mientras que la comercial estuvo entre 8 y 9. En cuanto a la
comparación de la paçoca ideal y las evaluaciones dadas a Paçocas de Munguba respectivamente en el ítem color,
tuvo buena aceptabilidad, sin embargo, en relación con la textura aparente y la granulometria aparente, se deben
realizar más estudios. Se concluye que es posible preparar paçoca do Munguba (Pachira aquatica Aubl.), Sin embargo
es necesario mejorar la textura y realizar pruebas sensoriales de sabor, textura y olor, ya que solo se realizaron análisis
visuales.
Palabras clave: Aceptabilidad, Intención de compra, Investigación de mercado.
1. Introdução
Munguba cujo nome cientifico é (Pachira aquatica Aubl.), pertence à família Malvaceae ou Bombacaceae, nativa do
sul do México até o norte da América do Sul. Munguba é uma árvore que se adapta em ambientes úmidos e com muita
exposição de luz, se trata de uma árvore que se encontra a margens de rios e lagos (Peixoto & Escudeiro, 2002). No interior do
fruto existem sementes que possui amêndoas ricas em óleo e possui uma porcentagem relevante, sendo o teor lipídico de
46,62%, o proteico de 13,75% e na forma de torta apresentou um índice de 28,27% de proteínas (Silva, Azevedo & Azevedo,
2015). Sua humidade quando tostada é de 3,26% e sua fibra de 19,72% (Silva, Morais, Costa, Teles, Rodrigues, Santos,
Nascimento, Cantanhede Filha & Pires, 2020).
Segundo Lorenzi (1992), a Pachira aquática Aublet foi introduzida em arborização urbana na segunda metade do
século XIX pelo botânico e paisagista francês Glaziou. Nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro se expandiu graças aos
trabalhos paisagísticos de Roberto Burle Marx na década de 60. É uma árvore de rápido crescimento e nas condições
edafoclimáticas apresenta porte médio (Jorge & Luzia, 2012).
Por ser uma árvore frondosa é amplamente utilizada na arborização de cidades do interior do país, e atrai atenção por
suas flores exóticas. No México, infusões das cascas de Pachira aquatica são empregadas pela medicina popular no tratamento
de diabetes (Andrade-Cetto & Heinrich, 2005).
No Mato do Grosso do Sul, a árvore de Munguba (Pachira aquatica Aubl.) é frequentemente encontrado pelas ruas de
suas cidades. Grande parte das pessoas que o cultivam não tem o conhecimento de que o fruto contido na arvore é comestível,
sendo assim, grande parte desse fruto, no estado, é perdido devido à falta de informação.
A paçoca é um doce brasileiro, típico da região Sudeste, feito à base de amendoim torrado, moído e prensado, sendo
relatado como um produto de alta aceitabilidade (Wang, Cabral & Borges, 1999). Além do amendoim, outros ingredientes,
como farinha de trigo, fubá, açúcar, mel e gordura participam em maiores ou menores proporções. O processamento para
obtenção de paçoca é descrito por Wang et al. (1999) e Ribeiro (2006) como uma homogeneização dos ingredientes, com o
amendoim torrado e moído atuando como base das formulações, com posterior moldagem e prensagem.
Além disso, o Munguba (Pachira aquatica Aubl.) ao ser torrado tem sabor característico muito semelhante ao
amendoim.
Desta maneira objetivou-se realizar uma pesquisa de mercado sobre consumo de paçoca de Munguba (Pachira
aquatica Aubl.), além de elaborar formulações variando a adição de manteiga para verificar sua influência na textura e avaliar
sensorialmente os atributos visuais de cor e aparência.
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2. Metodologia
Os Mungubas (Pachira aquática Aubl.) foram coletados na cidade de Dourados – MS, quando o fruto estava maduro.
Neste estágio as sementes foram retiradas do fruto, conforme Figura 1 e armazenadas em sacos plásticos sob-refrigeração a –
23°C. Os demais ingredientes para a elaboração da paçoca foram adquiridos no mercado local.
Para este estudo foram realizados três tratamentos, onde variou-se a quantidade de manteiga de acordo com as
formulações e adquirido amostra comercial de paçoca de amendoim para fazer a comparação.
O produto foi elaborado e então feitos vídeos e fotos para conduzir a avaliação sensorial de forma virtual utilizando a
plataforma Google Forms®.
Fonte: Autores.
Para a elaboração da Paçoca de Munguba (Pachira aquática Aubl.), as sementes foram descongeladas e retiradas as
cascas, conforme apresentado na Figura 2a, pode-se observar que elas possuem textura parecida com cogumelo. Em seguidas
foram secas em forno convencional por 40 minutos à 180°C e ficaram conforme apresentado na Figura 2b. Após a secagem
foram trituradas em multiprocessador, Walita Master Plus, até atingir granulometria aparentemente fina, conforme apresentado
na Figura 2 c.
Figura 2 - Semente de Munguba (Pachira aquática Aubl.) sem casca (a), após a secagem (b), após trituração (c).
a b c
Fonte: Autores.
Para este estudo elaborou-se três tratamentos e as formulações das paçocas utilizando farinha de Munguba (Pachira
aquática Aubl.) encontram-se na Tabela 1.
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Tabela 1 - Formulações dos tratamentos de Paçoca elaborados com farinha de Munguba (Pachira aquática Aubl.).
Ingredientes T1 (%) T2 (%) T3 (%)
Farinha de Munguba 49,50 49,50 49,50
Água 29,65 29,65 29,65
Açúcar 20,00 20,00 20,00
Sal refinado 0,85 0,85 0,85
Manteiga 0,00 2,83 5,65
T1: Paçoca de Munguba sem adição de manteiga, T2: Paçoca de Munguba com adição de 2,83% de manteiga e T3: Paçoca de Munguba com
adição de 5,65% de manteiga. Fonte: Autores.
Para elaboração das paçocas a farinha de Munguba (Pachira aquática Aubl.) as quantidades dos ingredientes seguiram a
Tabela 1. O preparo da paçoca a farinha de Munguba foi misturada ao sal e em seguida adicionada uma calda onde a água e o
açúcar de cada formulação foi feito levada ao fogo médio com agitação constante até ficar visualmente espessa. Após a adição
da calda continuou-se a homogeneização até atingir a liga desejada. Nos tratamentos 2 e 3 foi adicionado manteiga, conforme
pode ser observado na Tabela 1, para verificar a diferenciação na textura aparente da paçoca. Em seguida esta mistura foi
enformada ficando em descanso até atingir temperatura ambiente, e então cortadas com arestas de 2,0 por 2,5 cm, seguindo os
parâmetros da amostra comerciais de Paçoca de Amendoim, conforme apresentado na Figura 3.
Figura 3 – Paçoca de Munguba sem adição de manteiga (a), Paçoca de Munguba com adição de 2,83% de manteiga (b),
Paçoca de Munguba com adição de 5,65% de manteiga (c) e Paçoca de amendoim (amostra comercial) (d).
a b c d
Fonte: Autores.
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3. Resultados e Discussão
3.1 Pesquisa de Mercado
A Figura 4 apresenta o gênero dos entrevistados que responderam à pesquisa de mercado sobre consumo de paçoca de
amendoim e Munguba (Pachira aquática Aubl) e a faixa etária dos entrevistados.
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Figura 4 - Percentual do gênero (A) e faixa etária (B) dos entrevistados que responderam à pesquisa de mercado sobre
consumo de paçoca de amendoim e Munguba (Pachira aquática Aubl).
(A) (B)
Fonte: Autoria própria através do formulário Google Forms®.
Observa-se na Figura 4 (A) que 67,6% dos entrevistados eram mulheres e 32,4% eram homens e que maior faixa etária
Figura 4 (B) foi com a idade entre 18 a 25 anos sendo 52% dos participantes, seguido por 28,4% entre 26 a 35 anos, 6,9% entre
36 a 45 anos, 5,9% entre 46 a 56 anos, 4,9% acima de 56 anos e 2% menor que 18 anos.
A Figura 5 apresentam respectivamente as respostas relativas à pergunta se consomem paçoca de amendoim (A) e a
qual a frequência de consumo (B).
Figura 5 – Porcentuais em relação consumo (A) e a frequência de consumo (B) de paçoca de amendoim.
(A) (B)
Fonte: Autoria própria através do formulário Google Forms®.
Observa-se na Figura 5 (A) que grande parte dos entrevistados, sendo 99% fazem o consumo de paçoca de amendoim.
De acordo com as respostas obtidas na Figura 5 (B) 45,1% consomem paçoca pelo menos uma vez por mês, 26,5% consome
uma vez a cada quinze dias, 15,7% uma vez por semana e 8,8% consome duas ou três vezes por semana.
A Figura 6 apresenta o resultado em porcentagem em relação ao conhecimento do entrevistado do fruto Munguba
(Pachira aquática Aubl.), se já tinha comido ou se comeria o Munguba.
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Percebe-se na Figura 6 que 36,3% não consumiram o fruto, 35,3% não conhecem o fruto e 28,4% já consumiram o
Munguba (Pachira aquática Aubl.).
Na Figura 7 (A) questiona ao entrevistado caso a Paçoca de Munguba tivesse sabor semelhante ao de amendoim, se
haveria interesse de consumir e na (B) considerando que o valor da Paçoca de Munguba não fosse problema, se haveria
intenção de compra.
Figura 7 - Valores percentuais apresentados ao interesse de consumo da paçoca de Munguba (Pachira Aquática Aubl.) (A) e
intenção de compra da Paçoca de Munguba (B).
(A) (B)
Fonte: Autoria própria através do formulário Google Forms®.
Notou-se na Figura 7 (A) que 83,3% dos entrevistados consumiriam a Paçoca de Munguba (Pachira aquática
Aubl.) se soubesse que o sabor seria semelhante com o de paçoca de amendoim, 14,7% talvez consumiriam a Paçoca de
Munguba e 2% não consumiriam. Já na Figura 7 (B) 88,2% comprariam a Paçoca de Munguba , 10,80% talvez compraria e
1% não compraria.
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Figura 8 - Termos descritores levantados elencados pelos participantes em relação ao que consideram ideal em uma paçoca.
Observa-se na Figura 8 que para grande parte dos entrevistados as características mais importantes para a paçoca
ideal em relação ao atributo textura foi “textura moderadamente esfarelenta” com 56,1 % Para o atributo sabor,
“moderadamente doce” com 76,3% e “levemente salgada” com 47,4% apresentaram maior quantidade de escolhas. Para
cor apresentam maiores porcentagens “cor característica de paçoca” com 75,4% e para odor 72,8% escolheram “odor
característico de paçoca”. No atributo granulometria, “granulometria média” apresentou maior quantidade de escolhas com
57,9 %.
Na Figura 9 são mostrados os valores com relação à atribuição de características para a amostra comercial.
Para a amostra comercial a característica cor aparente atribuída na Figura 9 apresentou 91,1% de escolhas para “cor
semelhante à de paçoca de amendoim”. Para o atributo aparência, houveram 73,3% de escolhas para “aparência semelhante à
paçoca de amendoim”. Em textura aparente, apresentou-se maior quantidade de escolhas “textura macia” com 40,2%. Para o
atributo granulometria aparente houveram 54,5% de escolhas para “granulometria média”.
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Em Figura 10 observa-se as características atribuídas ao tratamento 1 Paçoca de Munguba (Pachira aquática Aubl.) sem
adição de manteiga.
Figura 10. Características atribuídas a Paçoca de Munguba (Pachira aquática Aubl.) sem adição de manteiga.
Foi possível notar na Figura 10 que para o atributo cor aparente, obteve maior quantidade de escolhas “cor
moderadamente semelhante à cor de paçoca” com 44,7%. Para aparência com 37,7% de escolhas “aparência pouco semelhante
à paçoca de amendoim” foi a mais escolhida, em seguida, no atributo textura aparente para Paçoca de Munguba sem adição de
manteiga, a mais escolhido foi “textura esfarelenta” com 31,6%. Para granulometria aparente 47,4% escolheram
“granulometria grossa” para caracterizar a Paçoca de Munguba sem adição de manteiga.
A Figura 11 demonstra as características mais marcadas pelos entrevistados com relação ao tratamento 2 Paçoca de
Munguba com adição de 2,83% de manteiga.
Figura 11. Características atribuídas a Paçoca de Munguba (Pachira aquatica Aubl.) com adição de 2,83% de manteiga.
É possível verificar na Figura 11 para Paçoca de Munguba com adição de 2,83% de manteiga no atributo cor aparente
que apresentou 43,9% de escolhas para “cor semelhante à de paçoca de amendoim”. Para o atributo aparência, houveram
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35,1% para “aparência pouco semelhante a paçoca de amendoim” sendo a mais escolhida. Em textura aparente, apresentou-se
maior quantidade de escolhas “textura moderadamente esfarelenta” com 34,2%. Para o atributo granulometria aparente houve
43% de escolhas para “granulometria média”.
Na Figura 12 é possível analisar as características marcadas pelos provadores para o tratamento 3 Paçoca de Munguba
com adição de 5,65% de manteiga.
Figura 12. Características atribuídas a Paçoca de Munguba (Pachira aquatica Aubl.) com adição de 5,65% de manteiga.
Considerou-se a partir da Figura 12 para Paçoca de Munguba com adição de 5,65% de manteiga para cor obteve 46,5%
de escolhas para “cor moderadamente semelhante à paçoca de amendoim”. Para o atributo aparência o mais escolhido foi
“aparência semelhante à paçoca de amendoim” com 30,7% de escolhas. Em textura aparente para Paçoca de Munguba com
adição de 5,65% de manteiga, o mais escolhido com 48,2% foi “textura dura”. No atributo granulometria aparente, 45,6%
escolheram “granulometria grossa”.
A Tabela 2 apresenta os valores médios dos escores dos atributos sensoriais cor aparente e aparência pelo teste de
aceitação para a Paçoca de Munguba (Pachira aquática Aubl.) sem adição de manteiga, Paçoca de Munguba com adição de
2,83% de manteiga, Paçoca de Munguba com adição de 5,65% de manteiga e de Paçoca de amendoim (amostra comercial).
Tabela 2 - Teste de aceitação para os atributos sensoriais de cor aparente e aparência de Paçoca de Munguba (Pachira
aquática Aubl.) sem adição de manteiga, Paçoca de Munguba com adição de 2,83% de manteiga, Paçoca de Munguba com
adição de 5,65% de manteiga e de Paçoca de amendoim (amostra comercial).
Amostras Cor Aparência
Co: Paçoca de amendoim (Amostra comercial); T1: Paçoca de Munguba sem adição de manteiga; T2: Paçoca de Munguba com adição de
2,83% de manteiga; T3: Paçoca de Munguba com adição de 5,65% de manteiga. Letras diferentes na mesma coluna diferem
significativamente entre si, pelo teste de Tukey, ao nível de significância de 5 %. Fonte: Autores.
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Pela Tabela 2 nota-se que a paçoca de amendoim (amostra comercial) obteve médias de escores que variaram entre
“gostei muito” e “gostei muitíssimo” para os atributos cor e aparência. As médias dos escores da paçoca de farinha de
Munguba (Pachira aquática Aubl.) variaram de “gostei ligeiramente” a “gostei moderadamente” para o atributo cor e de “nem
gostei e nem desgostei” a “gostei ligeiramente” para o atributo aparência.
Em relação ao atributo cor (Tabela 2) houve diferença significativa (p<0,05) entre a paçoca de amendoim com as
demais amostras, que não diferiram entre si (p≥0,05). E para o atributo aparência as amostras T1 e T3 não diferiram entre si
(p≥0,05) e ambas diferiram das demais (p<0,05), que diferiram (p<0,05) entre si, conforme pode-se observar na Tabela 2.
Soares, Santiago, Campos, Carmo e Guerra (2015) em sua análise sensorial de paçoca de cumbaru com adição de
farinha de soja e linhaça em diferentes percentuais o qual foi aplicado teste de aceitação para 60 provadores, foram obtidas as
médias de notas das três formulações feitas, a cor obteve 7,92 e a aparência 8,02 obtendo diferença significativa nas amostras.
Para Lima, Garruti, Araujo e Garcia (2015) que elaborou paçoca com amêndoa de castanha de caju apresentou aceitação, com
valor hedônico médio de 7,3, que corresponde, na escala hedônica, a avaliações entre “gostei” e “gostei muito”. Valores
inferiores foram encontrados para Ribeiro (2006) para paçoca elaborada com resíduo da extração do leite de soja, que
apresentou valores para aceitação sensorial global variando de 5,0 a 6,5 (escala de 9 pontos).
A Figura 13 apresenta a intenção de compra da Paçoca de Munguba (Pachira aquática Aubl.) sem adição de
manteiga, Paçoca de Munguba com adição de 2,83% de manteiga, Paçoca de Munguba com adição de 5,65% de manteiga e de
Paçoca de amendoim (amostra comercial).
Figura 13. Intenção de compra da Paçoca de Munguba (Pachira aquática Aubl.) sem adição de manteiga, Paçoca de Munguba
com adição de 2,83% de manteiga, Paçoca de Munguba com adição de 5,65% de manteiga e de Paçoca de amendoim (amostra
comercial).
Co: Paçoca de amendoim (Amostra comercial); T1: Paçoca de Munguba sem adição de manteiga; T2: Paçoca de Munguba com adição de
2,83% de manteiga; T3:Paçoca de Munguba com adição de 5, 65% de manteiga. Fonte: Autores.
Pode-se observar pela Figura 13 que o somatório das intenções de compra de certamente com provavelmente
comprariam para a amostra comercial foi de 77%, para T1 Paçoca de Munguba sem adição de manteiga foi de 35 %, para T2
Paçoca de Munguba com adição de 2,83% de manteiga foi de 22 % e T3 Paçoca de Munguba com adição de 5,65% de
manteiga foi de 40%, com estes valores conclui-se que as paçocas elaboradas com farinha de Munguba (Pachira aquática
Aubl.) tiveram valores bem abaixo de intenção de compra, e dentro delas a T2 obteve o menor valor. Ao considerar os valores
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dos indecisos (Figura 13), os tratamentos T1 e T3 teriam intenção de compra acima de 70%, que poderia alcançar este público
com alteração do produto em relação a textura e com análise sensorial de sabor e odor.
Pela somatória das intenções de provavelmente não compararia e certamente não compraria observa-se na Figura 13
valores que variaram de entre 23% no T1 a 41% para T2, comprovando que as formulações devem ser modificadas para
aumentar a intenção de compra e este serem comercializados.
Na Tabela 3 demonstra o resultado referente ao teste de preferência das amostras de Paçoca de Munguba (Pachira
aquática Aubl.) sem adição de manteiga, Paçoca de Munguba com adição de 2,83% de manteiga, Paçoca de Munguba com
adição de 5,65% de manteiga e de Paçoca de amendoim (amostra comercial).
Tabela 3. Teste de ordenação de preferência para Paçoca de Munguba (Pachira aquática Aubl.) sem adição de manteiga,
Paçoca de Munguba com adição de 2,83% de manteiga, Paçoca de Munguba com adição de 5,65% de manteiga e de Paçoca de
amendoim (amostra comercial).
Amostras Somatório das ordenações de preferência
Co 292 a
T1 301 a
T2 249 b
T3 298 a
Co: Paçoca de amendoim (Amostra comercial); T1: Paçoca de Munguba sem adição de manteiga; T2: Paçoca de Munguba com adição de
2,83% de manteiga; T3: Paçoca de Munguba com adição de 5,65% de manteiga. Letras diferentes na mesma coluna diferem
significativamente entre si, pelo método de Friedman, ao nível de significância de 5 %. Fonte: Autoria própria através do formulário Google
Forms®.
Com base na Tabela 3 é possível observar que em relação à preferência dos julgadores, não houve diferença
significativa entre a amostra comercial, T1 e T3, porém a amostra T2 diferiu significativamente das amostras T1, T2 e da
amostra comercial (p<0,05), o que corrobora a intenção de compra quando se faz o somatório das intenções de certamente
com provavelmente compraria com talvez comprasse e talvez não comprasse.
4. Conclusão
Com relação à pesquisa de mercado demonstrou que o produto pode ter boa aderência na indústria de alimentos devido
à alta quantidade de pessoas que considerariam a compra do produto caso dinheiro não fosse um problema em questão.
Para o produto ideal em relação aos atributos mais escolhidos foram “textura moderadamente esfarelenta”,
“moderadamente doce”, “cor característica de paçoca”, “odor característico de paçoca” e “granulometria média”. Em
comparação com a paçoca de amendoim ideal, o tratamento 1 de Paçoca de Munguba sem adição de manteiga, a textura
aparente se assemelhou, no tratamento 2 de Paçoca de Munguba com adição de 2,83% de manteiga em relação a paçoca de
amendoim ideal a granulometria média foram as mais escolhidas para este atributo e para o tratamento 3 de Paçoca de
Munguba com adição de 5,65% de manteiga nenhum dos atributos de cor aparente, aparência, textura aparente e granulometria
aparentese assemelharam a paçoca ideal.
As Paçocas de Munguba (Pachira aquática Aubl.) em comparação com a amostra comercial elaborada com amendoim
apresentaram diferença significativa com relação a suas cores aparente e aparências pelo teste de aceitação, tento médias de
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escores menores, porém em relação à preferência das amostras pelo teste de ordenação a única que houve diferença
significativa com as demais amostras foi à amostra T2.
Conclui-se que é possível elaborar paçoca do Munguba (Pachira aquatica Aubl.), onde a amostra T1 de Paçoca de
Munguba sem adição de manteiga obteve maior preferência quanto a seus atributos aparentes mostrando que a mesma tem
características das quais pode ser facilmente introduzida no mercado, no entanto, são sugeridos para trabalhos futuros o
melhoramento da textura e conduzir testes sensoriais de sabor, textura e odor em todas os tratamentos de Paçoca de Munguba,
pois foi feito somente análises visuais devido a pandemia de COVID-19, com alteração possivelmente na formulação, além de
realizar outras analises para caracterização com análises químicas e físicas.
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