You are on page 1of 9
I SERIE —N° 64 —DE 14 DE MAIO DE 2019 3228 Tein 1219 0 Estado Angolano ¢ laico, reconhece ¢ respeita as dife- rentes confissbes religiosas, as quais sio livres de exereer as suas actividades, nos termos ¢ limites da lei A liberdade de religido e de culto ¢ inviolavel, nos ter- ‘mos do artigo 41.° da Consttuigio da Republica de Angola, sendo tarefa do Estado a tomada de medidas efectivas para a sua proteceio. Havendonecessidade de se adequar a legislacao sobre 0 Exercicio da Liberdade de Religiao e de Culto a actual rea- lidade social, bem como harmonizar 0 seu regime ju com as convengées ¢ tratados intemacionais de que Angola € Parte; A Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo, nos temos das disposigbes conjuzadas da alinea b) do autigo 161° da alinea b) do artigo 164°, ambos da Consttuisao da Republica de Angola, a seauinte: LEI SOBRE A LIBERDADE. DE RELIGIAO E DE CULTO CAPITULO Disposicdes Gerais, ARTIGO 1? (Objecto) A presente Lei estabelece os principios ¢ regras relativos ao exercicio da liberdade de religo € de culto, bem como 0 regime juridico de constituicto, modificacio e extinco das confissbes religiosas. __ARTIGO2* annie de apie 90) 1A presente Lei aplica-se a todos os cidadaos, em espe- cial 4s organizagies, comunidades e confissses religiosas, existentes na Repablica de Angola 2 Aliberdade de religio e de culto abrange a faculdade de uma pessoa singular ou colectiva adoptar € manifestar ‘uma crenga religiosa, pela pratica, pelo culto e pela obser- vancia, isolada ou colectivamente, em piiblico ou em particular ARTIGO 3° ‘wengoes) Para efeitos da presente Lei entende-se por: 4) «Confissdo Religiasc, instituigao que se caracte- riza por uma comunidade de individuos unidos or uum corpo de doutrina, sujeitos a um con- junto de normas expressas por conduta e ritos, exercidos sob a forma de crenga, culto, priticas b) «Culto Religiosoy, conjunto de atitudes ¢ ritos através dos quais se presta adoragio a0 que se considera divino ou sagrado com o fim principal de sustentagdo de uma doutrna religiosa; ©) «Doutrina», conjunto de principios emanados de ‘uu Tivro ou documento sagrado que serve de base a um sistema religioso, sendo passivel de divulzagio através de prezagses opinives,ensi- namentos, textos de obras, catequeses € outras formas de ensino e educagao, & cdgrejc, comnidade cerimonial religiosa bem defi- nda, ligada a um grupo preciso de crentes que no implica a exsténcia dev clera especializada; ©) «Lugar de Cultor, local considerado saarado que pode assumir a fonma de espaco, acidente geografico, construgio, monumento, para o cexercicio da liberdade de religiao e crenga; JP «Minisiro de Culto ou de Confissie Religiose», aquele que, de harmonia com a sta organizacio, cexerce sobre os fis jurisdicao e orientagao dafé, 8) «Organizacdo Para-Eclesidstica», entidade da sociedade civil que, nfo sendo constituida como confissto religiosa, visa a coopera centre as instituigdes religiosas, de forma inter- ~denominacional ou interconfessional, através do ectumenismo, 1h) «Pritica Religiosa», exercicio ou realizagio de actos e ritos inerentes 4 doutrina de uma deter- minada reigio; 1) aReligiée, conjunto de principios, valores morais, crengas ¢ préticas de doutrinas religiosas, basea- das em livros sagrados que unem seguidores ‘uma mesma comunidade chamada Tareja, J) «Fé, sentimento total e inquestionavel na crenga de realidades que nao sio tangiveis, mas de que se tem a conviegdo de que existem; 1) «Crenca, profunda conviegao de que algo ou alguém existe, constituindo uma verdade maior indiscutivel, Y sOrdem ¢ Moral Piblica, conjunto de valores, individuais ou colectives, que denotam bons costumes segundo os preceitos estabelecidos por tum determinado grupo social 1m) «Publicidace Erganos, defraudagto de toda a cespectativa legitima de outrem com recurso forma publicitéria que se socorram da inverdade, omissio, exagero ont ambiguidade ARTIGO4® Principio, A presente Lei rege-se pelos seauintes principios @) Laicidade, 2) Iaualdede;, ©) Legalidade; ) Cooperagao, ¢) Toleréncia; J Liberdade. 3226 DIARIO DA REPUBLICA, ARTIGO s* (Pvincinio da aicidade) 1. As confissbesreligiosas ¢ outros entes religiosos esto separados do Estado e sd livres na orzanizagio ¢ exercicio das suas actividades, nos termos da Constituigdo € da lei 2 Nos actos oficiais € protocolares do Estado € respei- tado o principio da lnicidade ARTIGO 6° (@rincipio da igualdade) ‘Ninguém pode ser prejudicado, privilegiado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razio da sua reliaito. ARTIGO 7" (Principio da lezalidade) A lei regula 0 exercicio da liberdade de reliaito € de culto, nos termnos € limites da Constituigao, no podendo 0 exercicio deste direito ser causa justificativa da pritica de ARTIGO 8° (Principio da cooperaea0) © Estado coopera com as instituigbes religiosas reco- uhevid, wo vista @ prounyay do» dicitus fudameutain, do desenvolvimento integral de cada pessoa, ds valores da paz, da liberdade, da solidariedade e da tolerancia. ARTIGO 3" (@rincipio da (terns) © Estado garante o respeito, a aceitagao e 0 reconhect- mento da diversidade religiosa, tendo em vista o principio de que toda pessoa tem a livre escolha de suas conviegdes € aceita que 0 outro desfrute da mesma liberdade. ARTIGO 10° @rincpio da thera © Estado assegura a inviolabilidade da liberdade de consciéncia, de crenga religiosa e de culto, sendo asseau- rado o livre exercicio de culto religioso, de acordo com a Constituigdo ea lei. ARTIGO 11° ‘Conti da tverdade de relihto ede culo) A liberdade de religio ¢ de culto compreende o direito de a) Ter, nto ter € deixar de ter religito; +) Adoptar uma religiio, ¢) Escolher, permanecer, mudar ou abandonar a stia renga religiosa; @) Praticar ou deixar de praticar, recusar, cultos ou rituais ligados a cultos da religido professada, «em privado ou em piiblico; ¢) Professar a crenga religiosa, exprimir € divulgar jwremente, por palavra, por imagem ou por outro meio licito, © pensamento em materi religiosa, J) Informar e ser informado, aprender © ensinar a religito; g) Reunir-se, manifestar-se e associar-se com outros fis, de acordo vom ay convieyoes relixiosas assumidas +h) Agi em conformidade com as normas da religitio professada, desde que nio contrarie a Constitui- cio ea lei: 1) Produzir obras cientificas,literdrias ot artsticas em. materia de religiao, 4i) Apresentar ou divulzar livremente. em piiblico out ‘em privado as obras constantes da alinea ante- sem prejuizo da necesséria autorizagao, ‘quando a lei o exisir. ARTIGO 12° (Conteidonegativo da iberdade de elise) 1 Ao abrigo da liberdade de reliiao e de culto ninguém pode: 4@) Ser obrigado a professar uma crenga religiosa, a praticar ou a assistir a actos de culto, a receber assisténcia on propaganda religiosa ') Ser coagido a fazer parte, a permanecer ou a aban- donar a confissio religiosa, sem prejuizo das respectivas nommas de filiagao ou de exchusao, ©) Sex privado do exercicio de qualquer direito civil, politico ou profissional nem sofier qualquer dis- criminagao no acesso a fungbes nas instituigdes piblicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras, por razdes religiosas, @) Sex questionado por qualquer autoridade acerca das suns convieséca relizioans ou priticas reli- siosas, salvo para recolha de dados estatisticos no individualmente idemtificaveis, ¢) Realizar propaganda enganosa, de qualquer tipo ot natureza, visando mobilizarfigis para o ingress0 ‘numa confissi0 religiosa, a pritica do respectivo cto ou a adesto a doutrina que professa, J Invocar a liberdade religiosa para a pritica de ‘acges ot omissdes que sejam incompativeis com a vida, a integridade fisica ou a dignidade da pessoa humana, a ordem e a satide publi moral, a liberdade de crenga, bem como os prin- cipios findamentais previstos na Constituicdo € demais legislagao ordinatia, 2. Aquele que obrigar alauém a associar-se a uma con- fissto religiosa ou a nela permanecer, é punido nos termos dali. ARTIGO 13 (Liber dade de conscéncia no Ambito da regio) A liberdade de consciéncia, no ambito da religitio, com- preende 0 direito de objectar 0 cumprimento de rearas que contrariem a consciéncia, cuja observancia implique uma ‘ofensa grave a integridade moral, devendo ser exercida nos limites dos direitos ¢ deveres impostos pela Constituiga0 € pela lei I SERIE —N° 64 —DE 14 DE MAIO DE 2019 3227 CAPITULO I Exercicio da Liberdade de Religito ¢ de Culto SECCAOT Regime Geral ARTIGO 14° (Simos ¢objectosretsioses 1. Os simbolos © objectos religiosos das confissGes religiosas legalizadas sio integralmente respeitados ¢ prote- dos © o Bstado adopta medidae de protecso nos casos de vulnerabilidade, profanacao ou perigo de destruigao. 2 Os abjectos e simbolos usados nas ceriménias religio- sas € as indumentirias distintivas da religido,utilizados em qualquer parte do corpo ou na cabera sio protegidos pela presente Lei, desde que nao contrariem a Constituigio, a legislagao em vigor € 05 usos € costumes nacionais. 3. 0 Estado e as confisdes religiosas devem assegurar que as ndumentartas utilizadas, permitam, sempre, a tdenti- ficagao do fel para efeitos civis e de seauranga, ARTIGO 15° (sino ¢disseminagto de materia reighoss) 1A educago religiosa € opcional e nao alternativa rela- tivamente a qualquer érea ou disciplina curricular, cabendo as confissdes e as organizagdes religiosas legalmente reco- hecidas a formagao dos professores, a elaboracio dos programas e do material didactico. 2 Os programas € 0 material didactico referido no ‘mimero anterior devem estar em harmonia com a lesislago angolana sobre o Sistema de Educagao ¢ Ensino. 3 As confissies religiosas podem distribnir grattitne ‘mente publicagdes com declaragdes, avisos ou instrugdes em materia religiosae afixi-las nos locais de culto. ARTIGO 16° (ehmne sobre actividad misslondria) © Estado garante e protege a actividade missionsria, incluindo o direito de sesuir, receber e compartihar infor- ‘magves ¢ ideias de cardcter religioso, independentemente das fronteiras, seja por via oral, escrita, ou por outra forma de comunicagao escolhida. ARTIGO 17° (Coma das actividades de elo) © Estado incentiva as confissbes e as comunidades reli- .giosas legalmente reconhecidas em Angola, utilizar nos seus cultos, a lingua portuguesa e as demais linguas de Angola. ARTIGO 18" (Actividades tants pieas das canissoes oa conmuidadesreligiosas) 1. As confissdes e as organiza¢des religiosas legalmente reconhecidas podem exercer actividades com fins nao reli- agiosos que Ihes sejam complementares nomeadamente: «) Eedificar eacolas para a educasao © ensine; +) Criar instituigdes sanitirias ¢ de acolhimento: ¢) Criar centros voltados para a promogo das expres- soes culturais, e da cultura em geral; @) Criar ou aderir a projectos sociais. 2. Para efeitos do mimero anterior, as confissdes religio- sas devein obter sis (ett da ei, as livenas © alan izes necessirias das entidades publicas competentes para o exerci cio legal e regular das actividades a que se propdem realizar. ARTIGO 19° (Eestatuto de wtidade pabliea) As confissGes reliziosas lezaliente revonhecidas podem adquiriro estatuto de pessoas colectivas de utilidade publica, desde que o requeiram ¢ sejam observados os requisitos € procedimentos definidos na lei ARTIGO 20° (inancament das confesdes eligoss) 1. As confissdes religiosas legalmente constituidas em Angola financiam-se mediante a contribuigdo voluntéria dos seus fieis ¢ liberalidades de pessoas colectivas publicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras, nos termos da lei 2. Anenhuma confissio religiosa é permitida a cobranga de bens, servigos ou valores pectnidrios a troco de promes- sas e béngios divinas, 3. AS confissoes religiosas devem adoptar medidas de transparéncia sobre a gestio € a aplicagao dos fundos arre- cadados, tais como manter a sua contabilidade orzanizada. 4, As confissdes religiosas devem declarar os bens que recebem a titulo de doagio, os quais devem estar reaistados, nos termos da lei 5. As liberalidades © as contribuigdes financeiras pro- venientes de pessoas singulares ou colectivas ptiblicas ou privadas no residentes cambiats, bem como as transte- réncias monetérias para o estrangeiro obedecem as rearas ¢estabelecidas pelo Banco Nacional de Angola. 6. A violagio do disposto nosn. 2 eS do presente artigo fazem incomrer 0 seu autor em responsabilidade criminal, nos termos do Cédigo Penal ¢ da Lei sobre o Branqueamento de Capitais € do Financiamento ao Terrorism, ARTIGO 2 (Exercci de actividades comerciais) 1. As confissdes religiosas esto proibidas de exercer actividades comerciais 2. Em situagdes excepcionais, as confissdes religiosas podem desenvolver projectos geradores de rendimentos para fins sociais nio lucrativos e para prestagao de servigos com- plementares no émbito da assisténcia humanitéria a terceiros «am situagio de vulnerabilidede, bem como para o sustento das suas actividades 3. Os projectos referidos no mimero anterior esti sujei- tos ao regime juridico das actividades comerciais € 20 regime fiscal em vigor. (Prestapesvlumtias dos Hs) As confissies € as organizagves religiosas podem, livremente a) Receber prestagdes voluntirias dos figis para 0 exercicio do culto ¢ ritos. bem como donativos para a realizagio dos seus fins com cardcter regular ou eventual, 3228 DIARIO DA REPUBLICA, b) Realizar colectas piblicas, designadamente den- uy ou a porta dus lovais de culty, asin nos edificios ou locais que lhes pertengam com caracter regular ou eventual, SECCAO TI xercclo da Liberdade de Culto ARTIGO 28° (Regime geal 1. A liberdade de culto integra a pritica de rituais, ceri ménias € demais actos directamente relacionados com a renga, inchuindo 0 uso de formulas rituais e objectos. 2 E livia e facultativa a pratica de culto religioso, nos termos da presente Lei 3. As confissées religiosas devem possuir Iugares de culto adequados a pritica religiosa. 4. Em nenhum caso, o exercicio de culto pode atentar contra a ordem € a moral piblicas, a paz social, eriar cons- trangimentos a liberdade de circula¢a0 ou violar as regras legais referentes & pohuiglo sonora. ARTIGO 24° (Caltos, eventos aliases similares) 1. Os eventos realizados dentro dos lugares de culto devem salvaguardar os direitos de terceiros, prevenindo 1 poluigo sonora, devendo os dros da Administrag0 iiblica tomar as medidas legais ¢ administrativas para asta regulagao, 2. A realizagao de cultos ecuménicos, procissbes, cor- tejos, eventos religiosos e demais actos similares fora dos recintoo destinados 90 exereicio de culto eats cujeita & auto rizagio prévia das entidades publicas competentes mediante requerimento dos interessados, 3. Os eventos realizados dentro dos lugares de culto dever salvaguardar os direitos de terceiros, prevenindo 11 poltigo sonora, devendo oF énios da Administrag0 Piiblica tomar as medidas legnis ¢ administrativas para asta reaulagao, ARTIGO 28° (Protect e segurana dos Hs) Os cultos ecuménicos, procissdes, cortejos, eventos reli- ‘2050s € actos similares previstos no n.° 2 do artigo anterior ever ser realizados mediante um plano de asseguramento policial e sempre que necessério, com servigos de protecg0 civil, bombeiros ¢ de emerséncias médica. (egmee protec de bens ives) 1. A construgio dos lugares de culto deve obedecer as disposiges da presente Lei e dos regimes juridicos sobre as edificagdes urbanas, sobre o ruido, os espectaculos ediverti- jeulus pablivus, bean amy as uutmas de sewn any 2 E proibido o estabelecimento de lugares de culto em recintos inadequados do ponto de vista urbanistico € do ordeniamento do territorio, bem como em edificios destina- dos a residéncias. 3. O Estado protege os lugares ¢ objectos de culto, desde que nay alentean vous # Cunstiuigay e @ orden pablica, devendo os érgiios da A dministragao Pablica tomar as medi- das adequadas para o efeit, 4. As confissbes rligiosas devem assegurar a existéncia de condigdes de habitabilidade dos lugares de culto, devendo cexecular as obras necessirias para corrigir mis condigOes de salubridade, seguranca, risco de incéndio € a producto de polticao sonora ARTIGO 27? (Atteracio do ugar de calto por razses de interesse piblico) 1. Os Oras da A dministragao Local podem promover a transferéncia, demoligao, requalificagao de espagos, requisi- 40 01 expropriagao por uilidade piblica do hngar de eutto, sempre que seja comprovada que a construgdo ameace ruina, atente contra a satide ptiblica ou coloque em risco a seau- ranga e ordem publicas. 2. Para efeitos do disposto no mimero anterior, os repre sentantes das confissdes religiosas so consultados em prévia audiéncia, nos termos das normas do procedimento ¢ da actividade administrativa ARTIGO 28° (Regine de aguisieo e fruiao de iméveis) ‘A aquisigéo ¢ fiuigéo de prédios risticos ou urbanos pelas confissses religiosas destinados ao exercicio das suas actividades obedecem a0 regime previsto na legislagdo em vigor. ARTIGO 29. (Atectas de empago para constr © licenciamento e as autorizagoes para a construgao out instalagio de templos ou lugares destinados a pratica do culto da competéncia dos Orgdos da A dministragao Publica. SECCAO MT ‘Comnssoes Religiosas tocal de eto) ARTIGO 30° (Liber dade de orsanizacaoe adminstracto das confssoesrelisiosas) AS confissdes religiosas legalmente reconhecidas so livres de regular, sobre @) A constituigio, a composigto, a competéncia ¢ 0 fincionamento dos seus radios; 1b) A desizniayao, as famgoes € os podleres dos seus representantes, ministros, missionarios © auxi- liares religiosos: ©) Os direitos e deveres religiosos dos crentes nos termos da lei: 4) A paticipacao na fundacao de federagdes ou ass0- ciagdes inter-religiosas, com sede em Angola ot no extrangeiro ot a adecio de mecmae, ARTIGO 31° ‘Aceditacao dos Ministros de Culto) 1, Os Ministros de Culto sto providos pela respectiva confissio religiosa I SERIE —N° 64 —DE 14 DE MAIO DE 2019 3229 2A qualidade de Ministro de Culto € certficada € credenciada pelos Onsios da respectiva confiss#o ou comu- nidade religiosa, devendo esta dar conhecimento a entidade piblica competente, para efeitos de regsto, 3. Os Ministros de Culto de nacionatidade estrangeira devem fazer prova da existéncia de requisitos para a sua acreditagao, entre os quais a formacio teolbzica ou biblica cettficada, a experiéncia missiondria e a sitwagao migrats- rig regulorizada, ARTIGO 32° (iets edeveres dos Minstros de Cult) 1. Os Ministros de Culto tam a liberdade de exercer 0 seu ministério em harmonia com a doutrina da confissa0 religiosa 2 Os Ministros de Culto devem abster-se de praticar actos religiosos que contrariem a Constituiglo e a lei. 3. 0 exercicio do Ministerio & considerado actividade profissional do Ministro de Culto quando the proporciona ‘meios de sustento e constitu a sua actividade principal 4. Os Ministros de Culto das confissdes ou comunidades relizivsas reconfiecidas (én acesso wy sistem de sexing social, nos termos da lei. 5. Os Ministros de Culto devem ser inscritos no Sistema de Seguranga Social pela respectiva confissdo religiosa 6. Os Ministros de Culto devem guardar segredo sobre 6s factos que thes tenham sido confiados em raziio do exer- cicio das suas fuangdes, ndo podendo ser inquiridos sobre os ‘meomos por nenhume auteridade, ARTIGO 33° (Permacto dos Ministros de Culto) As confissbes religiosas reconhecidas pelo Estado asse- ‘guram a formagio teolégica ou biblica certificado dos Ministros do respectivo culto, podendo eriar e grit estabe- lecimentos de ensino adequados a esse fim. CAPITULO IT Regime Geral de Constitui¢io, Reconhecimento, Recusa ¢ Extineo das Confissdes Religiosas SECCAOT Regime Geral ARTIGO 34° (ature jury As confiss6esreligiosas so pessoas colectivas de dreito privado, constituido por um substrato pessoal que, indepen- dentemente da sua denominagio ou designagao juridica, vvisam fins religiosos e possuem titilo valido de reconheci- _mento emitido pela entidade pibliea competente ARTIGO 38° ‘Ambitoy As confissdes religiosas podem ser de Ambito nacional ow internacional ARTIGO 36° Pinatidades As confiss6esreligiosastém como finalidade o livre exer- cicio da actividade religiosa, seusritos de culto e oensino da religio, podendo, contudo, prosseguir outros fins especifi cosnio religiosos, mas de cardicter complement, tais como as actividades filantropicas € de beneficen SECCAOT ‘Constituledo das Contes Relisoras em Teritrlo Nacional ARTIGO 37° (Constituicaoe aqusicao de personalidade juridiea) As confiss6es religiosas consideram-se constituidas € adquirem personalidade juridica em Angola, com 0 acto administrative de reconhecimento do estalulo de pessoa colectiva com fins religiosos. ARTIGO 38° satus) Os estatutos da confissio religiosa devem especificar 4) Denominagio, duragao € sede; +b) Ambito e finalidades; ©) Prineipios essencias da sua doutin 4) Diteitos e deveres dos membros, ¢) Forma de organizagao ¢ funcionamento dos érsios deliberativos e executivos; A Condigao para alteracio das disposigdes estatuté- rias e para a sua dissolucio, ARTIGO 39° Peneminnsto) 1. A denominagto das confissGes religiosas identifica, sempre que possivel. a sua doutrina, devendo distinguir- se, claramente, da denominagao de confissdes religiosas ja existentes, 2. Para efeitos do disposto no mimero anterior, a singularidade da denomina¢a0 ¢ comprovada mediante cer- tificado de admissibilidade, emitido pela entidade publica ‘competente. 3. A denominagao das confissdes religiosas no pode adoptar ou evocar denominagio de partidos politicos, de Estados estrangeiros, de tribo, de raga, de regio ou de orien- aya politica, assim wanw nitu sau pe ‘expresses ou formulagdes que possam induzir 0 cidadao & confisao ou engano, tides @ wilizayau de ARTIGO 40" CLogatips «sib ots) 1. 0 logotipo ¢ os simbolos de uma confissao religiosa no podem confimdir-se ou ter relagio grafica ou fonética com imagens ¢ simboles politicos ou de portides politicos. 2. 0 significado dos elementos constitutivos dos logo- tipos e dos simbolos adoptados pelas confissdes religiosas dever ser claros, obedecendo ao previsto pela legislagao sobre a propriedade intelectual 3230 DIARIO DA REPUBLICA, ARTIGO 41° Doutrinad 1. As confissdes religiosas fixam livremente a sta dou- trina, a qual nlo deve contrariar a Constituigao da Repiblica de Angola ea legislagao vigente. 2. Adoutrina religiosa deve especificar os principios sub- Jacentes a crenga © s pritivas religiosas que apregoa. SUBSECCAOL Reconbecimento de Confsses Relighoas ARTIGO 42° (@rocedinentos preiminares ao recenhecimento) 1. O processo de reconhecimento das confissbes reli- ziosas ocorre por iniciativa da Comissdo Instaladora das ‘mesmas, composta por um minimo de 7 € um maximo de 21 ‘membros, que se ocupa, no geral, dos preparativos de orga- nizacio das confissdes religiosas 2 Para o efeito, os requerentes solicitam a entidade piiblica competente, o seu credenciamento, devendo para 0 feito @) Identificar 0 seu fimdador, 0 ano € 0 local da dagto da confiesto r ‘) Informar se a mesma resulta de cis ou desmem- bramento; ) Mencionar o niimero provavel de fiis, @) Juntar a relagdo nominal dos membros da Comis- sao Instaladora a ser credenciada, acompanhada dos respectivos certificados de registo criminal e dae cépine dos bilhetes de identidade ou de pase saport, tratando-se de cidadios estrangeiros, €) Indicar os érgios directives da confissao ou agru- pamento religioso, nome ¢ nacionalidade dos Ministros de Culto e outras entidades que fagam parte da hierarquia da confissto religiosa, J Indicar os principais actos de culto que pretende praticar, _g) Informar sobre os lugares de culto € 0s respectivos horiios, 1 Apresentar documentos comprovativos da origem € da existéncia dos recursos financeiros € do patrimonio que possu para o inicio da sua acti- vidade, 1) Juntar os projectos de construao de possiveis husa- res de culto, se existrem. 3. Observadas as formalidades do mimero anterior, a entidade piblica competente decide sobre 0 pedido de ere- denciamento da Comissdo Instaladora e determina, em caso de deferimento, o praze para que confissio religioon om formagio requeira o seu reconhecimento. 4. Do indeferimento de pedido de credenciamento refe- rido no nimero anterior cabe reclamagao e recurso, nos termos da lei ARTIGO 43 edd de inseriedo) 1, O Coordenador da Comissio Instaladora formula, mediante requerimento, o pedido de reconhecimento da con- fissio religiosa, devendo integrar os seauintes documentos: a) Cattficado de admissibilidade da denominagao, 1) Estatutos; ©) Comprovativo da subscrigao de um minimo de £60,000 assinaturas com reconhecimento notarial de cidadios angolanos ou estrangeiros residen- tes, maiores de 18 anos, no pleno gozo dos seus direitos civis, devendo, de entre os requerentes, figurar pelo menos, 1.000 residentes em cada uma das provincias de Angola, Fotocopia atenticada pelo notitio teritorialmente competente, do documento de identidade de idadio nacional ou do cartio de residente de idadao estrangeiro, de cada subscritor; €) Documento que atesta a residéncia de cada subs- crtor, JP) Registo criminal dos Ministros de Culto; +2) Declaracao de bens dos Ministros de Culto, em envelope lacrado, 1h) Declaragio de aceitagao dos Ministros de Culto 2. A residéncia dos subscitores referida na alinea ¢) do rnimero anterior pode ser atestada pelos seguintes documentos: @) Atestado de residencia, +) Declaragto emitida pelas autoridades competentes da administracio publica, certificando que os idedios cuja identidade consta da mesma, resi dem na respectiva circunscriga0, ©) Averbamento, no verso da ficha individual de inscrigao, por parte das entidades referidas na linea anterior, de que o cidadao em causa reside no respectivo municipio ou provincia, 3. atestado individual de residéncia, a declaragio € © averbamento referidos no niimero anterior s80 datados € autenticados pelas entidades que os emitem. 4, Os nomes dos subscritores cujas assinaturas tenham sido consideradas vilidas devem ser publicados em editais afixados em locais adequados em todas as capitais de pro- vincias do Pais. ARTIGO4" econhectmento das contses rlishsns) © reconhecimento das confissdes religiosas ¢ realizado pela entidade publica competent SUBSECCAO TI Confsates Religions Consituidas no Estrangetro ARTIGO4S* eg gern AS confissdes religiosas constituidas no estrangeiro desenvolvem as suas actividades em territorio nacional, depois de obterem o reconhecimento da entidade publica competente, I SERIE —N° 64 —DE 14 DE MAIO DE 2019 3231 ARTIGO 46° (Preces0 de pela de reconbecinento 1. No acto da solicitagao do reconhecimento, as confis- s0es reliziosas consttuidas no estrangeiro devem apresentar os seguintes documentos: @ Requerimento no qual se solicita o reconheci ‘mento; 1b) Cépias autenticadas dos originais dos estatutos € da acta do acto de constituigao da confissi0 religiosa, redigidos ou traduzidos em lingua portuguesa; ©) Declaragao de idoneidade da confissa0 religiosa passada pela entidade piblica responsavel pelos assuntos religiosos do Estado em que tem a sua sede; @ Comprovativo da subscri¢ao de um minimo de 60.000 assinaturas, entre cidadios angolanos € estrangeiros residentes, maiores de 18 anos, no pleno gozo dos seus direitos civis, devendo, de entre os requerentes, figurar pelo menos, 1.000 residentes em cada uma das provincias de Angola; €) Cépia dos passapartes com vistos vilidos dos cida- 80s estrangeiros € respectivos comprovativos que atestam a qualidade de residentes; ‘A Registo criminal reconhecido pelo servigo consu- lar de Angola no pais de origem € declara¢ao de bens ¢ rendimentos dos Ministros de Culto, comprovados por documento com fé piblica; 8) Apresentagio de projecto de construgao de lugar de culto, 2 Sem prejuizo do disposto no niimero anterior, incumbe as entidades piblicas competentes a solicitacio de documen- tos informagées complementares,inchuindo sobre a doutrina as priticas de cultos adoptadas. SECCAO MI Recusa de Recenhecimento ARTIGO 47° (undamentos da recuss) 1. 0 pedido de reconhecimento de uma confissio reli ‘losa pode ser recusado, de entre curos, nos casos seguintes: 4) Seo requerimento nao for instruido com os documen- tos exigidos pela presente Lei. 'b) Sento preencher os requisitos essenciais previstos nna presente Lei; 6) Se existir confissio religiosa com idéntica deno- rminagao; Ad Sea confiscoreligioes, apecar de diferente nom ago, resultar de cso ou de desmembramento que seja susceptivel de confundibilidade com outrasjexistentes em Angola; ¢) Comprovagao da falsidade da doutrina 2. Const fundamento para a recusa do reconheci- rity @ vetifivayau Ue pidtivas © de Wouttina da woulissa religiosa que sejam consideradas contra a moral, a vida, a integridade fisica, a dignidade das pessoas, os bons costu- mes € a ordem piblica ou ainda que violem bens, valores ou interesses legal ou constitucionalmente protegidos. ARTIOU 48" ‘Revonacao do reconbeciento) © reconhecimento de uma confissao religiosa pode ser revogado, nos casos em que seja comprovada: a) Existéncia de violagdes graves dos direitos huma- ') Actividade ou priticas de incitagao a0 cometi- mento de crimes a0 édio e a violencia; ©) Que a sta constituigto resultou de cisto ou de des- membramento cuja finalidade foi a de eriar outra denominago com o mesmo nome € simibolos da confissto pré-existente, 4) Exercicio directo ou por interposta pessoa singular ‘1 colectiva, de actividades com fins hicrativos, €) Sustentagdo de actividade politica ou o financia- mento directo ou indirecto de partidos politicos ‘1 de grupos subversivos, incluindo o terrorismo dentro ¢ fora do teritorio angolan: A Actos que configurem branqueamento de capitis, £8) Trafico de seres humanos e de radios humanos, ‘A Ausilto 4 imigragio ilegal e @ criminalidade orza- nizada nacional ¢ transnacional 1 Pritien de actos @ ensinamentne epie ican euhjp- gar a consciéncia humana, a desestabilizagao familiar, bem como o recurso a métodos que «onduzam a processos nocivos a sociedade; J) A pritica de corrupgio e envolvimento directo ou indirecto em tafico de estupefacientes e subs- tincias psicotrépicas ARTIGO 49° impugn) © indeferimento do pedido, a recusa ou a revozagio do reconhecimento ¢ passivel de impuanagio, nos termos da kei ARTIGO 0° (Extingio da contssio rligiosa) 1.As confissdes religiosas extinguem-se: 4) Por deliberag80 dos seus érafios representativos; 1b) Pelo decurso do prazo, se tiverem sido constituidas por tempo determinado; 6) Pela verificagao de qualquer outra causa extintiva prevista no acto de constituiglo, nos seus esta- futon es & Por devisio judicial, com fundamento em viotagio dos deveres estabelecidos na presente Lei 2. A extingao da confissio religiosa implica o cancela- mento do respectivo resto. 3232, DIARIO DA REPUBLICA, CAPITULO IV Disposigses Processuais ARTIGO $1 (Conirolodategalidade) © controlo da levalidade da organizagio e actividade das confissdes religiosas compete ao Ministério Piblico, nos ter- ‘mos da legislagao em vigor. ARTIGO 32 ‘Gaspensio) 1. A Procuradoria Geral da Republica pode solicitar a0 tribunal competente a suspensio das actividades das conti ses religiosas sempre que haja fortes indicios da pratica de actos ilicitos, ofensivos a ordem e a moral piblicas, as bons costumes €lesivos a soberania, a unidade ea integridade ter ritorial da Republica de Angola 2 Para efeitos do disposto no mimero anterior, os 6raios © servigos competentes da Administrago Pibliea, tal como qualquer pessoa singular ou colectiva, ptblica ou privada, podem formular dentincia a Procuradoria Geral da Repiblica que deve, sempre que entender necessirio, desencadear 0 competente inquérito, nos termos da lei ARTI 5° tera e encerrament) A Procuradoria Geral da Republica no interesse da ordem. piblica © seguranga nacionais pode solicitar ao tribunal competente a interdigao de confissves religiosas, proibindo © exercicio das suas actividades no territorio nacional e © consequente encerramento dos respectivos lugares de culto, quando se verifiquem os seauintes factos: 1a) Niko estar reconhecida reaistadn nos termos da lei: by Tenha sido revogado 0 reconhecimento ou autori- zagao, os tennos da presente Lei, 6) Estar, a confissio religiosa, a prosseauir fins com provadamente contrérios aos seus estatutos. CAPITULO V Indiscrimina¢ao e Resolucso de Con titos ARTIGO st° (Prothicio de discriminaso) Ninguem pode ser privado do exercicio de qualquer direito civil, politico ou profssional, nem softer quaisquer diseriminagdes no acesso a func Ses em instituicdes publicas ou privadas por causa das conviegoes religiosas. ARTIGO $8° (eterna ner eit) 1. 0 Estado proibe qualquer distingao, exclusto, restri- ¢io ou preferéncia, baseada na religio ou conviego € que tenha como consequéncia a supressao ou a limitagio do reconhecimento, goz0 ou exercicio dos direitos fundamen- tals em condigoes de igualdade. 2. Os Ministros de Culto devem promover a sensibi- lizaga0 dos seus figis no sentido de cultivar 0 espirito de tolerincia e respeito miituo entre as diferentes confissbes religiosas e outras tendentes a promogio da cultura de paz. ARTIGO 6° (Prebige de tandamentaliene ou de vteemieme ralgoce) © Estado proibe os actos € omissdes cometidos por cidadios ao abrigo de uma confissio religiosa que venha a promover ot a divulgar a violencia ou 0 édio. ARTIGO 57° (Confites te reisosos) Os contflitos sobre a liberdade de reizio€ de cultoresol- vvern-sena base da tolerincia, de modo arespeitar a liberdade de cada um, sem prejuizo da intervengio do Estado para a proteccio e garantia dos bens, valores e interesses constitu- ional ¢ legalmente protegidos. ARTIGO 58° (Prlbigao de tortura ou tatamentes crus, desman, degradantes puis 30) ‘Nenhuma confissdo religiosa deve, independentemente 4a doutrina ou fundamento religiosos, exercer actividades de cura e rituais recomendo a praticas que ofendam os direitos findamentais e a dignidade da pessoa humana, em especial ‘© direito a vida, a mtegridade psiquica, tistca e moral ARTIGO 89° (Prstica aigoearbarendar ne cortne) As priticas das confissdes religiosas ou Ministros de Culto que se fimdamentam em valores ancestrais ou no dieito costumeiro devem respeitar a Constituisio, nto atentar contra a disnidade da pessoa humana ¢ estar em con- sondncia com os hibitos € costumes das comunidades CAPITULO VI Disposicdes Finais ¢ Transitérias ARTIGO 60? (@roecs40 expecta) © Estado adopta medidas especiais para a proteceo das criangas, das pessoas portadoras de deficiencia € dos idosos, sobre as priticasreligiosas que atentem contra os seus direi- tos fundamentais, dada a sua especial vulnerabilidade. ARTIGO 61 (vataga6 ae 1, Qualquer cidadao ou pessoa colectiva que viole o pre- visto na presente Lei incorre em responsabilidade civil © criminal por acgo ou omiss8o, nos termos da lei 2. Ano observancia das normas que regulam o exereicio da liberdade de religito e de culto previstas na presente Lei, que afectem a ordem ou a seauranca publicas, determina a tomada de medidas administrativas pelas entidades publicas competentes, incluindo a realizagao de inquéritos adminis- trativos € 0 encerramento provisério da confissdo religiosa, quando outra medida nao se julzar mais conveniente I SERIE — N° 64— DE 14 DEMAIO DE 2019 3233 ARTIGO 62 Ancitamento a veknciad E punido, nos termos da lei penal em vigor, o dirizente otto activista de organizagao ou confissio religiosa que, por escrito, por actos, por gestos ott por declaragao piblica, no exercicio ou por causa do exercicio das suas fingves: @) Incite 8 violencia ou a empresue contra a ordem constitucional ot legal vigentes; ) Atente contra a unidade nacional; ¢) Fomente otribalismo, oracismo, o regionalismo ou qualquer forma de diseriminagao dos cidadaios; @ Incite a violencia conta de alguma confissto reli qualquer cidadao. ARTIGO 63° Regine wansiri) 1. A presente Lei € aplicavel aos processos de creden- ciamento de comissdes instaladoras e de reconhecimento de confissdes religiosas no reconhecidas. que estejam penden- tes no Departamento Ministerial competente © que estejam em conformidade com a presente Lei 2 Aproverta-se, entretanto, para decisio, os elementos € documentos em posse do Departamento Ministerial com- petente que estejam em conformidade com a presente Lei. 3. As organizagGes religiosas nio reconhecidas devem, no prazo de 6 meses, reunir os documentos e preencher os requisitos estabelecidos na presente Lei para o seu reconhe- cimento junto do Departamento Ministerial competent. 4. Findo 0 prazo definido no niamero anterior. estas oroa- nizagbes sio consideradas extintas, devendo encerrar as suas instalagdes, bem como realizar o respectivo processo de liquidagao. 5. © processo de liquidagio deve ser decidido em Assembleia da Orzanizago ndo reconhecida que delibera sobre o destino dos bens que, em caso algum, podem ser dis- tribuides pelos membros. 6. Compete a0 Ministerio Publico em cotaboragao com. 0s Departamentos Ministeriais competentes, acompanhar € ‘zarantir 0 cumprimento do disposto no presente artigo. ARTIGO 64° (Regime subsiiirioe complementar) Aplica-se subsidiaria € complementarmente 4 presente Lei, entre outras, a seguinte lesislagao: 4) Codigo Civil 2) Codigo Penal ¢) Lei Geral do Trabalho; @) Lei da Nacionalidade, €) Lei sobre o Mecenato, J si sobre © Regime Juridico da Identificasio Civil € Emissio do Bilhete de Identidade de Cidadao Nacional: ‘@) Lei sobre o Regime Juridico de Cidadaos Estran- ‘zciros na Repiblica de Angola; mibro ou simpatizante josa ou ainda contra 1) Lei sobre o Direito de Asilo e o Estatuto do Refi- siado, 1) Lei das Actividades Comerciais, 3) Lei das Associngdes Privadas; 4) Lei Geral da Publicidad; 1) Lei do Patriménio Cultural; ‘m) Lei de Imprensa; 1) Lei das Transaressoes Administrativas, 0) Lei de Impugnagao dos Actos Administrativos; P) Lei sobre 0 Ordenamento do Territério ¢ do Urba- @ Lei de Terra, 1) Lei das Edificagies Urbanas; '8) Lei da Alienagao do Patriménio Imobilidrio do Estado: 1) Lei do Combate a0 Branqueamento de Capitais € do Financiamento a0 Terrorismo; 1) Decreto Presidencial sobre 0 Regime juridico sobre as Normas do Procedimento e da Activi- dale Adininistrativa, +) Decreto Presidencial sobre o Regime Juridico das Actividades de Espectaculos © Divertimentos Publicos; w) Decreto Presidencial sobre o Regime Juridico sobre a Protec¢ao Social Obrigatéria aos Mem- bros das Confissoes Rel x) Decreto Presidencial sobre o Reaulamento sobre o Regime Juridico de Estrangeiro ARTIGO 65° evozasto) F revogada a Lei n® 2/04, de 21 de Maio, sobre 0 Exercicio da Liberdade de Consciéncia, Culto ¢ Religito. ARTIGO 66° (@avidas¢omissoes As dhtvidas e as omissdes resultantes da interpretagao © da aplicagao da presente Lei si resolvidas pela Assembleia, ‘Nacional (Entrada em vig) A presente Lei entra em vigor a data da sua publicacdo. Vista aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda, 0s 23 de Janeiro de 2019. © Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedeade Dias dos Santas. Promulgada aos $ de Mato de 2019. Publique-se, © Presidente da Reptblica, Joko Manvrt. Gongatves Lounmsco, OE GS. 564 150e-INER-2019

You might also like