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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

CAMPUS AMILCAR FERREIRA SOBRAL – FLORIANO (PI)

CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

DISCIPLINA: CAF0264 BIOFÍSICA

DOCENTE: MARIANA CUNHA

DISCENTE: TAMIRES MACIEL

RELATÓRIO DE CROMATOGRAFIA EM PAPEL

FLORIANO-PI 2024
Introdução

A técnica de cromatografia em papel, concebida por Martin e Synge em 1941,


representa um avanço notável na cromatografia planar. Reconhecida com o Prêmio
Nobel de 1952, essa metodologia emprega o papel filtro como fase estacionária,
estabelecendo uma interação crucial entre a fase móvel (solvente orgânico) e a fase
estacionária (água na celulose).

A cromatografia em papel, caracterizada por uma camada delgada e plana,


aproveita a capilaridade para movimentar a fase móvel. A distribuição dos constituintes
na mistura, correlacionada com suas solubilidades relativas na fase móvel e
estacionária, facilita uma separação eficaz. Componentes menos solúveis na fase
estacionária deslocam-se mais rapidamente, enquanto os mais solúveis são retidos,
apresentando uma movimentação mais lenta.

Amplamente empregada na área de bioquímica para segregação de compostos


e fracionamento de componentes, a cromatografia em papel destaca-se por sua
abordagem simplificada e eficaz. Schuler (2010) ressalta que a fase móvel conduz a
amostra pela fase estacionária, sendo a velocidade média das partículas da amostra
dependente de sua natureza, resultando em chegadas distintas ao final da coluna.

Este método, fundamentado em princípios como adsorção, capilaridade e


mobilidade relativa, incorpora equações fundamentais, incluindo o fator de retenção
(Rf), crucial para a análise retrospectiva dos dados obtidos. Essa introdução, ao oferecer
um embasamento teórico sólido, contribui de maneira substancial para a compreensão
do leitor acerca dos princípios que norteiam a execução do experimento.

Objetivos

O experimento de cromatografia em papel busca compreensão prática dos


princípios, focando na separação de componentes e análise de resultados. Objetiva
promover entendimento das aplicações práticas e desenvolver habilidades,
consolidando teoria e prática.

Materiais

Os materiais utilizados no experimento de cromatografia em papel foram os


seguintes:

• Câmera Cromatográfica (Béquer Tampado com Placa de Petri)


• Almofariz e Pistilo
• Béquer de 300 Ml
• Placa de Petri
• Tubo Capilar
• Papel de Filtro
• Tesoura
• Régua
• Clips
• Reagentes: Acetona
• Amostras: folhas de espinafre
• Capela

Parte experimental

Ao ingressar no laboratório, a turma foi dividida em dois grupos pela professora,


que providenciou os materiais necessários. Sob orientação, procedeu-se à trituração
das folhas de espinafre em um almofariz, utilizando o pistilo, e adicionou-se acetona
para obtenção do extrato foliar cetônico

Após obter uma quantidade adequada do extrato, seguindo as instruções,


reservou-se o material, aguardando o período de 10 minutos. Durante essa espera,
dedicou-se ao preparo do papel filtro, cortando-o nas dimensões de 5 por 10 cm.

Enquanto aguardavam os 10 minutos, a equipe realizou o corte do papel filtro e


fez dobras em outro papel para adequá-lo ao funil, utilizado na filtragem do extrato após
o período de espera. O filtrado, um corante verde, foi transferido para a câmara
cromatográfica, composta por um Becker tampado com placa de Petri.

O papel filtro, devidamente cortado, permaneceu na câmara por 20 minutos.


Após o tempo decorrido, retirou-se o papel e o colocou-se para secar na capela,
preparando-o para a identificação dos pigmentos. A execução do experimento foi
conduzida com meticulosidade, buscando obter resultados confiáveis para análise e
discussão subsequentes.

Resultados e discussões

Ao observar as cores neste cromatograma, o verde azulado evidencia a


presença de clorofilas do tipo “a”, embora a coloração não seja muito nítida. O verde
amarelado mais acima demonstra a presença de clorofila do tipo “b” na amostra.

Notavelmente, a clorofila “a” apresentou uma distância percorrida maior do que


a clorofila “b”, enquanto para os carotenos, a distância foi ainda maior.

A análise da estrutura das clorofilas e carotenos permite justificar as cores


observadas. A clorofila a possui quatro anéis pirrólicos substituintes, incluindo um anel
reduzido, e um quinto anel não pirrólico. Já a clorofila b apresenta um grupo aldeído em
vez do grupo metila. Os carotenos, com suas ligações duplas conjugadas, são capazes
de absorver luz e transmitir éxcitons.

Quanto ao estado físico na cromatografia em papel, a fase móvel, composta


apenas por acetona, apresenta-se líquida. A fase estacionária, constituída pelo papel
filtro, atua como suporte sólido com grande área superficial, permitindo a separação dos
componentes da mistura.

A interpretação do cromatograma revela que as clorofilas, sendo polares,


apresentam menor fator de retenção, interagindo mais com o papel. Em contrapartida,
os carotenos, substâncias apolares, possuem maior fator de retenção, ocupando a parte
superior do papel. Essa diferenciação é crucial para a análise e identificação dos
pigmentos presentes nas folhas de espinafre.

A cromatografia em papel, apesar de ter sido em parte superada por técnicas


mais avançadas, demonstrou-se eficaz na separação de pigmentos foliares,
proporcionando um cromatograma que permitiu a interpretação visual das diferentes
bandas coradas. Este experimento, ao compreender e aplicar os princípios da
cromatografia em papel, contribui significativamente para o entendimento dos processos
de separação e análise de compostos em misturas complexas.
Conclusões

Com base nos resultados obtidos na cromatografia em papel das folhas de


espinafre, é possível destacar algumas conclusões relevantes. A observação das
distâncias percorridas pelas clorofilas “a” e “b”, assim como pelos carotenos,
proporcionou insights sobre a composição pigmentar da amostra.

A diferença nas distâncias percorridas pelas clorofilas indicou uma maior


mobilidade da clorofila “a” em relação à “b”. A análise estrutural das clorofilas e
carotenos contribuiu para a compreensão das cores observadas no cromatograma,
evidenciando as características específicas de cada pigmento.

A influência da polaridade nas interações com o papel, conforme discutido na


interpretação do cromatograma, revelou-se crucial para a separação eficaz dos
pigmentos. Enquanto as clorofilas, de natureza polar, interagiram mais com o papel, os
carotenos, sendo substâncias apolares, ocuparam uma posição superior.

A cromatografia em papel, embora considerada uma técnica superada em alguns


aspectos, demonstrou ser uma ferramenta eficaz para a análise de pigmentos foliares.
A compreensão dos princípios envolvidos na técnica e a interpretação visual das bandas
coradas contribuem significativamente para o entendimento dos processos de
separação e análise de compostos em misturas complexas.

Assim, as conclusões extraídas deste experimento fornecem uma base sólida


para a compreensão dos pigmentos presentes nas folhas de espinafre, destacando a
importância da cromatografia em papel como uma abordagem valiosa no campo da
análise de compostos complexos.

Referências

SCHULER, A. Cromatografia a gás e líquido, 2009. 01 p. Departamento de


Engenharia Química, Universidade Federal de Pernambuco

FOGAÇA, Jennifer Rocha Vargas. “Experimento de Cromatografia em Papel”;


Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/educacao/experimento-
cromatografia-papel.htm. Acesso em 31 de janeiro de 2024.

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