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Quimica Quimica Inorganica Descritiva Augusto Leite Coelho Quimica Quimica Inorganica Descritiva Augusto Leite Coelho 22 edicgdo Fortaleza - Ceara Be 2015 Pedagogia Copyright © 2015, Todos os crits reservados desta iodo & UAE/UECE. Nenuma parte deste material, pod préus eulonzagao, por escrito dos sulores. ser roproduzids, vensmiids © graveda, por qusiquer malo sletenico, por fotocopia @ autres. som = Eudora Filada & President da ‘Sr aa stro da Eaueaga0 nat Jone Dero Presidente a CAPES ares Aree Nose Dretor ce aucagso a Distant ca CAPES “SEin Mere Garcon tg Ccovernador do Estado do Ceara "Caio Seis Se Soames Retr da Universidade Eta do Gears ise Jocson Coco Sorpae Vee-aitor Hiebrndo dos Sane Soares Pro-Reltr de Pés-Gracuarso “enon Tene Ge Sez Coorgenador aa SATE e UABIUECE anccroPab Cane tec CCoordenadoraAdjunta UABIUECE oes Man Vial Direpéo do CEDUECE Jose Abe Matera de Ses Coordenagdo a Licenlatra em este ‘Denise Cnstins Bomtempo Geerdenagto de Tue ca Sttormeneteea Ector da EAUECE sero Whseo e Ccoordenadora Ector recy at de Ovo Projet Grain ¢ Capa ise Roberto Santos Diagramacor Frencige OWers ble eae Conseiho Editorial Antes Luciana Pontes Eduardo Daisy Bezera de Menezes Emanuel Angelo da Rocha Fragoso Francisco Horio da Sve Frova Francisco Josério Camel Parente Gesan Nazarene Mota Jucé ese Ferceire Nunes LLcuine Frias Aeide de Costa Lai Grangeire Cortez Luz Crz ume Manitedo Ramos Marcelo Gurgel Caos de Siva Merceny Siva Cunha Maris do Socoro Ferreira Osteme Mara Solete Bessa Jorge Sivia Mara Nébrega Therien Conzelho Consuitiva Anttnia Tents Menteneara (UFPE) ane P Zamith Eta (FGV) Homere Santiago (USF) Jase Maria as (ISP) Manuel Damingos Neto (UFF) Mata do Socoro Siva Braga (UFC) Mata Lida Calle de rato e Mendence (UNIFOR) Pier Salems (Universidade de Peis Vil) FRomeu Gomes (FIOCRUZ) Tilo Batista Franco (UFF) Dados Internacionss de Cstlogscao na Publicar ‘Sistema de Bblnecas Eiblotece Cena Prot Antrig Martins Filho ea Oivere -CRE-I304 Bidicosno asia Inc bibles (Cosho Augusto Late (uimcs inorgénice descritva / Augusto Lete Coelho Forsleze EAIECE, 2015, 136 p - 200emx 25 Sem, (Quimica) ISBN 976.85-7826.62-4 1 Quimica 2. Quimica inrgtrice.L Tuo. I. Séne 600.546 tora de Universidade Estadual o Ceara — EAUECE [Av Dr Sis Munguba. 1700 Campus 6 ape — Reftona Fortslezs Ceara ‘CEP. 60714803 Fone (@5) 3301-3893 Inwmnet wn.uece bt - Ema eduece @uece br Secretaria de Apoio ae Tecnolagies Edueacionais Fong (85) 3101-9962 Sumario Apresentagao sostnnnnnsnnnnnnsnnnnnns Capitulo 1 - Estrutura Atémica do Atomo. 1. Introducéo 9 2, Estrutura Atémice do Atomo 10 3. Mecénica Quéntica 16 4.0 Spin do Elétron, 25 5, ConFiguragao Eletronica dos Atomos 26 6. ConFigurago Eletronica dos ions 28 7. Célculo da Carga Nuclear Efetiva 28 Capitulo 2 - Tabela Periédica 1. Introducéo 2. Descrigao da Tabela Periécica 38 3, Propriedades periédicas 40 Capitulo 3 - Modelos de Ligac6es Quimicas nnn son 1. Introdugéo 51 2. Ligagées lonicas. 51 3, Ligagées covelentes. 52 4, Orbitais moleculares de molécules diatémicas homonucieares. 65 Capitulo 4— As propriedades dos elementos quimicos @ a tabela periédica. 1 Introdugao 2. Propriededes Fisices, 75 3, O.comportamento quimico e 0 estado de oxidacao 7 4, Abundéncie e ecorréncia dos elementos. 78 5, Hidrogénio 79 6. Metais Alcelinos ~ Grupo 1 86 7. Metais alcalinos terrosos — Grupo 2 89 8, Grupo do Boro - Grupo 13 94 9. Grupo do Carbone — Grupo 14. 101 10. Grupo do Nitrogénio - Grupo 15 110 11, Grupo do Oxigénio — Grupo 16. 7 12. Grupo dos Halogénios - Grupo 17 125 13. Grupos dos Gases Nobres - Grupo 18 132 Sobre o autor... Apresentagao Quando me propuseram escrever o material sobre Quimica Inorganica Des- critiva para 0 Curso de Licenciatura em Quimice - modalidade a cistancia - da Universidade Estadual do CeardiUniversidade Aberta, nao imaginei que, dominando 0 assunto, encontraria dificuldades na selecdo do que deveria ser contetido prioritério neste livro. Isto porque sua abordagem deveria ser para os iniciantes da QUIMICA INORGANICA. Para suprir esta dificuldade, dividi 0 livro em quatro unidades. Na capitulo |, abordei 0 que julguei ser imprescindivel para a Quimica Inorganica Descritiva. que sao os conheci- mentos sobre a estrutura atomica. Optel por fazer um breve relato sobre a histéria do desenvolvimento das teorias at6micas, procurendo enfatizer, dentro de teoria modema, tépicos ain- da nao abordados em estudos jé realizados em disciplines iniciais do Curso de Licenciatura em Quimica. Sendo o assunto uma abordagem descritiva dos elementos representativos, achei que seria importante, entéo, descrever. na capitulo Il, a Tabela Periédica. Em se tratando do estudo dos elementos quimicos e seus compostos, na capitulo Ill, discuti os diferentes tipos de ligagdes quimicas e as teorias de repub 0 do par de elétrons da camada de valencia, da ligagao de valencia e dos or- biteis moleculares desenvolvidas para explicer as estruturas € propriedades dos compostos moleculares. Na titima unidade, enalisei as diferentes propriedades fisicas ¢ quimicas de todos os grupos dos elementos representativos. Detive-me na descrigao detalhada sobre abundancia, ocorrencia € re- atividade destes elementos quimicos. Os compostos com hidrogénio, oxigé- nio, halogénios e nitrogénio, principalmente, foram discutides de forma clara @ acessivel aos leltores. Espero que, desta maneira, tenha possibiltado uma vis2o da Quimica Inorganica Descritva de maneira facil e agradavel para os que se interessem por esta érea do conhecimento Qautor EU _ Estrutura Atomica do Atomo Objetivos + Revisar o histérico do desenvolvimento de Teoria etémica: discutir a teoria ato- mica modema dando enfase as solugo da equagéo de ondas de Schrédin- ger. analisar qualitativamente as fungdes de onda radiais e anguleres: discutir © preenchimento dos orbitais cistinguindo entre orcem de preenchimento € or- dem de energia de cada orbital atémico; exempliicar 0 preenchimento usando 08 elementos do 4° periodo da tabela periédica: discutir os céiculos de carga nuclear efetiva com base nas regras de Slater. analisar as regras com base nas curves de densidade de probabilidade para as fungdes de onda radial 1. Introdugao Podemos considerar que @ Quimica Inorganica comegou a ser desenvolvida, mesmo antes da elquimia, quando reagdes quimicas foram usadas e seus produtos aplicados no nosso cotidiano. O ouro e o cobre, na sua forma meté- lica, foram talvez os primeiros metais a serem utiizados pelo homem. Temos informagées de que metais, tais como a prata, o antimSnio eo chumbo erem também conhecidos desde 0 ano 3000 AC. Vidros. cerémicas, ferro fundidos, 6xidos metélicos jé haviam sido introduzidos por volta de 1500 AC. Glidewell relata que textos datados do primeiro milénio AC demonstram um grande co- nhecimento de Quimica Inorganica pelos chineses. Apesar destes fatos sobre @ Quimica Inorgénica e de sempre procu- rarmos fazer uma associa¢éo com @ Quimica Organica jé entéo em pleno desenvolvimento, epenas no inicio do século XX € que foi concedido a um, quimico inorganico o primeiro prémio Nobel (Alfred Werner. 1913). Bailar em seu artigo sobre a historia de quimica inorganica na American Chemical So- ciety mostra que, em 1908, foi criada a diviséo de Fisico Quimica e Quimica Inorganica naquels Sociedade Cientifica e, somente em 1957, foi criada Diviséo de Quimica Inorganica. No Brasil, ¢ Sociedade Brasileira de Quimica foi fundada somente em 1972 € a diviséo de Quimics Inorganica criada em 1994. Nao podemos, entretanto, deixar de considerar a importancia desta area da Quimica que trata de todos os outros elementos quimicos, exceto co carbono. Por ser bastante abrangente, iniciaremos 0 nosso estudo com um, assunto que é primordial para o entendimento das propriedades dos elemen- tos, que é a estrutura atomica dos atomos Filho de Jean-Adam ‘A. Werner e Salomé Jeannette Thesché, Alfred ‘Werner nasceu em 12 de dezembro de 1866 feleceu em 15 de novembro de 1919, aos 53 anos. Em 1913, Werner tornou- se 0 primeiro quimico inorgnico a receber um prémio Nobel assim como também foi a primeira vez que um quimico recebia este prémio por trabalhos em Quimica Inorganica, © premio foi dado em reconhecimento pelos seus trabalhos sobre ligacdo de étomos em molécules em que lancou ume luz sobre velhos problemas © abriu novos campos de pesquisa, particularmente em Quimica Inorganica.” John Dalton nasceu em 5 de setembro de 1766, na aldeia de Eaglestield, ‘em Cumberland, na Inglaterra. Aos 11 anos, ele terminou seus estudos ¢ fundou ume escole. Em 1793, ele mudou-se para Manchester, ne Inglaterra , neste mesmo ano, publicou seu primeiro livro intitulado “Observacdes Meteorolégicas € Ensaios” (Meteorological Observations and Essays). tema que mais o cativou durante a sua vide. Dalton, quando tutor em Manchester, ensinou, tendo ‘como base o trabalho Elementos de Quimica de Lavoisier (Lavoisier’s Elements of Chemistry) Em 1799, deixouo ‘emprego para dedicar- se & pesquisa em tempo integral. Em 21 de outubro de 1803, apresentou o trabalho “Teoria Atémice da Quimica” na Sociedade Literéria © Filoséfice de Manchester. Tornou-se, em 1810, membro da sociedade cientifica mais importante da Inglaterra, @ Royal Society. 2. Estrutura Atémica do Atomo Com os desefios surgidos apés 0 conhecimento de alguns elementos quimi- cos € seus compostos, tornou-se preeminente a pergunta: Qual a perticula fundamental da matéria? O filésofo grego Leucippus de lonia (450 a.C.) re- alizou a experiéncia de dividir a matéria em pequenas particulas até que, na sua compreenséo, era impossivel obter uma por¢ae menor ainda. Ele entéo conceituou que 2 particula fundamental, a menor poreéo da matéria fosse chamada de atomo, ou seja. indivisivel. Este conceito foi aceito durante muitos anos, sem ter havido grandes evolugées em seu contetido e, somente em 1803, apesar de ainda considerar © tomo como indivisivel, John Dalton (1766 — 1844) escreveu os seguintes postulados que consideramos a primeira Teoria Atomica. 1. Toda a matétia € feita de &tomos, corpos indivisiveis € indestrutiveis que constituem as particulas finais da quimica: 2. Todos os atomos de um dado elemento so idénticos nao s6 quanto & mas- sa, mas também quanto as outras propriedades. Atomos de elementos di- ferentes tém massas e propriedade diferentes 3. Os compostos se formam pela combinagéo de duas ou mais espécies di- ‘ferentes de étomos na razao de ntimeros inteitos pequenos. Por exemplo. um tomo de uma substancia A combina-se com um tomo da substéncia B: dois dtomos de uma substéncia C combinam-se com um 4tomo de uma substancia D: 4, Os étomos séo as unidades des mudengas quimicas. Uma reacéo quimica envolve apenas combinagao, separacao € rearranjo de étomos, mas eles no sé0 criados, nem destrufdos, nem divididos ou convertidos em outras espécies durante uma reagéo quimica primeiro postulado afirma que 0 atomo é indivisivel, o que sebemos atuslmente ndo ser verdade. Quanto 4 dizer que toda matéria é constituida de &tomos é uma afirmacéo correta. O quarto postulado esté certo desde que nao consideremos as reacdes nucleares. 2.1. Evidéncias de Particulas Subatomicas No fim do século XIX € inicio do século XX, algumas experiéncias demons- traram a existéncia de particulas subatmicas e fenémenos que eviden- ciam a existéncia de perticulas outras que nao s&0 os chemados “étomos" A teoria de Dalton sobre o atomo ser indivisivel ainda continuou sendo aceita por alguns anos. Dentro de uma ordem cronolégica, podem-se citar as seguintes descobertas: a) + Eletrcidade: A existéncia de dois tipos de carges elétricas foi proposta por Benjamin Franklin (1706 — 1790), que es denominou carga positiva (+) carga negativa (.).A partir dos seus experimentos envolvendo eletrélise de acidos e sais em solugdes aquosas, Michael Faraday, em 1834, sugeriu pela primeira vez a existéncia de uma particula fundamental de eletricida- de. Em 1874, George J. Stoney sugeriu 0 nome ELETRINO para esta uni- dade de carga elétrica que Faraday anunciou. Posteriormente, este nome evoluiu para ELETRON. + Radicatividade: Em 1896, 0 fisico francés Henri Bequerel (1852 - 1908) descobriu que um minério de urénio emitia raios que podiam escurecer uma chapa fotografica, mesmo que a chapa estivesse protegida por um Papel negro. Em 1898, Marie Curie (1867 — 1934) e colaboradores isolaram © polénio e 0 radio, que emitiam a mesma espécie de raios provenientes do minério de urénio. Em 1899, Marie Curie sugeriu que os atomos das ‘substancias que emitiam tais raios, a0 fazé-lo, desintegravam-se. Este fe- némeno recebeu o nome de RADIOATIVIDADE. Esta observacao foi mais uma evidéncia de que os atomos nao eram indivisiveis + Experimentos De Crookes: Qutra evidéncia de que os atomos eram consti- tuidos por particulas menores foram os experimentos de Crookes. O fisico britanico Willian Crookes (1832 - 1919) construiu um tubo em que dois ele- trodos, colocados em extremidades opostas, eram ligados a uma fonte de alta voltagem. Quando se aplicava uma voltagem elevade entre os eletrodos, observava-se um feixe de particulas, chamado de “raio catédico”, que fluia do eletrodo com carga negativa (cétodo) para o eletrodo positivo (@nodo), Cs raios catédicos possuem @s seguintes propriedades: propagam-se em linha reta; provocam sombras nitidas; causam luminescéncia dos gases e de materiais fluorescentes: aquecem ao rubro os metais: podem ser des- viedos por campos magnéticos e séo atraidos por placas com carga positiva 2.1.1. Descoberta do Elétron Em 1897, Sir Joseph John Thomson (1856 -1940), usando um tubo de raios catédicos especial em que podie aplicer simultaneamente o campo elétrico © omagnético, calculou razéo carga/massa des particulas do feixe de rai catédico. Thomson, trabalhendo com 20 metais diferentes e com diversos gases, encontrou a mesma razéo carga masse (e/m = 1,75 x 10° grames/ Coulomb), Ele entéo sugeriu que essas perticulas que compunham o raio catédico erm os ELETRONS descritos nas experiéncias de Faraday. Os re- sultados sugerirem também que os elétrons estavam presentes em todas as espécies de materiais e que, possivelmente, existiam nos 4tomos de todos 98 elementos quimicos. @rrsinon Aunidade de carga elétrica no sistema internacional € 0 Coulomb, cujo simbolo € C. Particulas Alfa («) s80 particulae constituidas de dois protons e dois néutrons, obtidas pelo deceimento de substéncies radicativas. 2.1.2. Experiéncia de Millikan Em 1923, Robert Andrews Milken (1868 ~ 1953) recebeu o prémio Nobel de Fisica pelos seus trabalhos envolvendo a determinagao da carga do elétron e a comprovarao do efeito fotoelétrico. A experiéncia de Milikan consistiu em observar a queda de uma gota de dleo, através de um pequeno orificio. Simulteneamente, foi eplicado um campo elétrico varidvel, fazendo a force do campo elétrico variar até que fi- casse igual 4 atracao gravitacional. Pode-se entéo, através da fisica cléssica, determiner @ carga da particula. Realizando este experimento em diferentes situagées, detecta-se que os valores de carga da elétrica encontrados séo sempre miltipos inteiros de um valor menor que vem a sera carga do elétron, ou seja, 1,60 x 10° C. A carga do elétron tem como valor relative igual 2 -1. Desde que razo cargalmassa jé havia sido determinada foi possivel ento encontrar 0 valor de 9.11 x 10 g para a massa do elétron, Aexperiéncia original de Millikan ofereceu provas suficientemente con- vincentes de que 4 carga elétrica existe em unidades naturais basicas. Todos 08 métodos distintos subsequentes de medi a unidade basica de ponte de carga elétrica tm 0 mesmo valor fundamental. 2.1.3. Descoberta do Proton O primeiro indicio experimental sobre uma particule fundamental com cerga positiva surgiu no estudo dos “raios canal’ que se observave num tubo de raios catédicos especial, isto 6, ele tinha 0 catodo perfurado. Neste caso, além dos raios j4 observados em experiéncies anteriores. também se detec- tava raios que eram atraidos pelos eletrodos negatives, portanto deveriam ser cargas positives. Determinando-se a razéo carga/massa para os raios canal observou-se que a mesma dependia do gés presente no tubo de Crookes. O gés hidrogénio & que epresenta maior razio cargalmassa, significando que, para este elemento, 2s particules positivas epresentavam menor massa. Estas particulas, conside- radas fundamentais, posteriormente foram denominades por Emest Rutherford de PROTONS (da palavra grege que significa “o primario"). A massa do préton foi determinada, experimentalmente, com o valor de 1.672623 x 10g. Acarga do proton é igual 2 do elétron em velor absoluto, e 0 seu velor relative é +1 2.1.4, Descoberta do Néutron Como os elementos so néutrons, isto é, nao possuem carga elétrica (@ n+ mero de prétons € igual ao ntimero de elétrons em um étomo), ¢ @ maioria dos atomos tem massa maior do que a prevista para uma estrutura em que tivesse apenas elétron e protons, sugeria-se. que deveria existir outra particu- tata @ la responsével por este acréscimo de massa, mas que no possuisse carga elétrica, E, em 1932, 0 fisico inglés James Chadewick (1891 - 1974) provou através de experiencia bastante complicada, a existéncia desta particula. Sa- be-se hoje que o NEUTRON néo tem carga e possui massa igual a 1,6749286 x 10%g, portanto, um pouco maior do que o proton (mp = 1.672623 x 10 *) 2.1.5. O Nucleo do Atomo Joseph J. Thomson. apés 4 sua descoberta dos elétrons. propés um mode- lo para 0 atomo. Ele considerou que o tomo era constituido de uma esfera onde se localizava a carge positiva e dentro dela circulavam milhares de elé- trons em érbitas coplanares. Suas experiéncias futures nao foram conclusivas quanto & distribuicéo das cargas positives e negativas, mas ele reformulou sua teoria considerando que nao ceveriam existir tantos elétrons quanto ele ¢ seus colaboradores imaginavam. Em 1920, Emest Rutherford realizou ume experiéncie semethante & ide- alizade por Thomson: sé que, no lugar de usar elétrons para bomberdear uma lamina muito fina de ouro, ele usou patticules alfa (a). Emest Rutherford (1871 = 1937) — Nasceu na Nova Este experimento consistia de um emissor de particulas uw, uma lamina — Zelandia. Foi professor e de ouro e um anteparo de sulfeto de zinco, que funcionava como um detector Pesquisador em diversas . . inetituigoes na Nova de particuias a. Estas particulas, quando incidiem sobre o sulfeto de zinco. Zejandie na ingleterra € n0 emitiam cintlagées. A lamina de ouro foi entéo bombardeada por um feixe de Canadé. (httpy//nobelprize. particulas , oriundas do emissor. ¢ foi observado se havia mudengas na traje- _ofg/nobel_prizecichemistry! - 5 = le stes/1908/rutherford- trie do feixe. Como resultado desta experiéncia, fol observado que née havia fanny Foi cluno no desvio total do feixe de particulas a, apenas algumas eram desviadas, outras final do século XXVIle refletidas para trés e a grande maioria atravessava a placa sem sofrernenhum —°Ubstituity J.J. Thomson, ‘ em 1919. Pesquisou em desvio, Rutherford descreveu entéo sobre o inesperado resultado diferentes érees, tia como propriedades megnéticas ere to inacrecitavel como ce vocé disparacse um projétl de 15S yavisstivicece, e deu polegadas contra uma folha de papel e ele refietoce e viecse atingirlo’. grandes contribuigdes para o ecclarecimento sobre @ Desta experiéncia, Rutherford concluiu que 0 étomo devia ser consttuide _teoria atémica. Em 1912, deumnicleo onde ext ‘tcules poste Tomo dele oselétrone, ‘eve como companheiro, fe um ndicleo onde esteriam as perticulas positives e, emtomo dele, oselétrons. "s Fome compen Considerando o tamenho das particulas, ele afirmou que existe um grande va- Bohr, que adaptou oo : a ; 5 conhecimentos de io ene os elétrons e o ntcleo Esta fo também uma teora etomice, apeser de comnecimentos de | nao ter sido epresentado em termos de postulados, como as anteriores. quantica de Max Plancie desenvolveu @ teorie . a: atémice, que leve o seu 2.2. As Radiagées Eletromagnéticas nome. Rutherford, que ere Observendoc espectrocletromegnético verifcemosesdiferentestipesde "co ressbeu or 12080 prémio Nobel de Quimica radiago que ocorrem na natureze, Podemos verificar que ocomprimento Suis Noes ds Ouimice de onda é inversamente proporcional a frequencia, ou seja, elas possuem sobre desintegracao des energias diferentes. Em 1900, 0 fisico alemao Max Planck (1858-1947), _slementos ¢ @ quimica das ‘substancias radioativas. estudando 0 comportamento dos corpos aquecidos, mostrou que @ ener- gie de ume rediagéo é inversamente proporcional ao comprimento de onda desta radiagao. A constante de proporcionalidade recebeu o nome de constante de Planck, que é representada pelaletrahe¢ igual 6,626 x 10™ Joules.s. E=hclA ou E=h.v desde que Av=e Avariagéo da energie da radiagao cresce da esquerda para a direita, a a a a wah [ane lle ! 1 = |- c lot me ®t ant toto am wo! 1? 1 10 so 0 Cemornania ona (anges) Figura 1—Espectro eletromagnético telefone celular (kHz = 3000Hz) 194 108 208 20% 19! a0'4 1018 2018 2099 a0%7 s02% 1078 KHz = Miz GHZ FREQUENCIA radiacao nao-ionizante radiacao ionizante e201 owen Figura 2 - Espectro eletromagnético em fungao des suas aplicagoes ‘ww sobiologia com brFiguaslotava_serefondasS aif (12/08/2005) Podemos relembrer que uma onda possui as seguintes caracteristicas, Figura 3 — Elementos de uma onda - 1=Disténcia, 2=Deslocamento: 2=Comprimento de onda: y=Amplitude No final do século XIX, jé eram conhecidos os espectros atmicos de diferentes elementos. Pesquisadores, tais como Lyman, Balmer € Paschen sugeriram equagoes empiricas que estimavam a posigao das linhas do es- pectro destes elementos nas regides do ultravioleta, do visivel e do infraver- melho. respectivamente. Vamos considerar uma parte de espectro eletromagnético da chama- de de regiéo do visivel. Nas Figuras abeixo (Figura 4; Figura 5 € Figura 6) mostramos os espectros atomicos para os elementos quimicos H, He e C. respectivamente. A posicao das linhas de emissao no visivel foi esclarecida pela equacdo empirica desenvolvide por Balmer. Figura 4 — Espectro do Hidrogénia: Figura 5 — Espectro do Helio: Figura 6 — Espectro do Carbono: Q joule (simbolo: J) € 2 unidade de energia © trabalho SI, sendo definide WJ = 1kg.m2s-2 ‘Constante de Planck (h) h= 6 626068 x 10-34 m2 kg/s ou h = 6,62068 x 10-34 Joules. Com base nestas observagdes e nas experiéncias de Rutherford Niels Bohr (1885 ~ 1962) propés a sua teoria atémice contendo os seguin- tes postulados 1. Um elétron em um atomo move-se em uma érbita circular em torno do nicleo sob a influencia da atra¢o Coulombica entre o elétron e 0 préton obedecendo as leis da mecéinica cléssica, 2. Omomento orbital angular Lé quantizado. Portanto somentte certas érbitas 840 permitidas, L = myh = n\_, ou seja, o momento angular orbital (L) é um miiltiplo inteiro de | no lugar de uma infinidade de érbitas, como é previsto pela mecénica cléssica 3. Apesar de um elétron estar constantemente acelerado, um elétron moven- do-se em uma érbita permitida nao emite radiagao eletromagnética. Entao sua energia total é constante Um elétron pode mudar de uma érbita para outre através da emisséo de radiagao eletromagnética. Se, inicialmente, ele movia-se em uma érbita cuja energia total era E, passando para uma érbita de energia total E, a frequencia da rediacao emitida v é igual a: (E,— Eh onde h é a constante de Planck. Com base nos postulados acime citados, Bohr escreveu a conFigura- (980 eletronica dos atomos, por exemplo’ ..Na = K*L°ME. Ateoria atomica de Niels Bohr foi, em 1926, substituida pela teoria ato- mica modeme desenvolvida por Erwin Schrédinger e tendo como base os conceitos da mecanice quantica. 3. Mecanica Quantica 3.1. A relacao de “de Brogli Max Planck explicou que as patticulas do microcosmo (elétrons, niicleos. &tomos e moléculas) absorvem e emitem luz de maneira descontinua. Ele concluiu que no nivel atémico os elétrons sé absorvem ou emitem luz em pequenos pacotes de energia, que chamou de quantas de energia, Em 1905. Albert Einstein propés que a luz era transmitida de maneira descontinua, isto 6. era formada por pequenos pacotes. Por exemplo, uma particula de luz, 0 foton, tem uma energia definida por. E = hv. Em 1923, 0 fisico francés Louis de Broglie (1892 - 1987) sugeriu que a luz, sob condigdes apropriadas. poderia exibir aspectos corpusculares. Talvez as particulas da matéria, em circunstancias apropriadas, também pu- dessem exibir aspectos ondulatorios. Postulou entao que uma particule de massa me velocidade v é associada a um comprimento de onda 7. através da seguinte relagao. 2 = himy Esta equacéo € denominada de relagao "de Broglie’ ee Exemplo 1: Celcule o comprimento de onde que teria ume bola de mas- sa iguel a 0,145 kg movendo-se @ 96 knvh Resolucao: Aplicando a relacéo de “de Broglie” i. = himv 2. = 6,626 x 10-34Joule.s/(0,145kg x 27ms-1) portanto 2. = 1,69 x 10-34m Analisando este resultado, podemos concluir que é impossivel com os equipamentos de hoje detectar esta onda 8 Erwin Schrédingar nasceu 3.2. Fungées de Onda em 12 de agosto de 1887 A grande citerenca entre @ teoria proposte por Schrédinger a teoria de Bohr om Ercbergy, € que este Uitima previa que o elétron movia-se em érbite circuler perfeitamen- Filho dnico, te conhecida, ou seja, era possivel determinar a posigao € a velocidade do Belo ceu pai. Rudolf ; ; _ : ee a Schrédinger, até aos 11 elétron em tomo co nticleo. Pela mec&nica quéntica, o elétron néoocupauma anos de idade. Em 1927, 6rbita bem definida, mas determinamos a regiao do espaco onde existe a pro- magouse pare Bei bebilidade de se encontrar um elétron. Em 1927, Werner Heisenberg mostrou Shane atvigede cientifice pela mecénica quantica que era impossivel conhecer simultaneamente com que se fazie sentir na absolute exatidao. a posigao e a velocidade de uma particule, como o elétron. ceptel alema, partcipenco fe diveraos coléquios, Amecénice quantica nao nos permite descrever 0 elétron no étomo de palestras e conferéncies. hidrogénio como se movendo em uma érbita. O que nos permite é determinar _Substituiu Max Planck na : oe. : Universidade de Beri enunciados estaisticos sobre @ posi¢ao do elétron no tomo, Portanto, po- ss i555)« subicon demos calculer @ probabilidade de encontrar o elétron em uma determinada _algumas dao ota teoriac regido do espaco @ uma distancia r do nticleo. mais importantes, entre 2 quais a sua viséo de No desenvolvimento de teoria atomica atualmente aceita, Schrédinger —Mecanica Quantica, com i 0 HY = 4 idtogé base na equacdo de onda resolveu @ seguinte equacdo HY = EY para 0 étomo de hidrogénio. eee dees Ee Nesta equacao, H representa o operador Hamiltoneano que relaciona —viria @ revolucioner a teoria a energia cinética e @ potencial do sistema, que é constituido de um nucleo e guantce. Foi Profesor 4 um elétron, ou seja, um atomo de hidrogénio. ‘¥ é a fungéo de onda que sede- Studies de Dublin onde seja encontrar. Como ela é uma autofuncdo, a sua soluco seré um autovalor —permaneceu até o ano de E e a propria funcao de onda, 1955. Neste mesmo ano, aposentou-ce para ce A solugao desta equagao nao € muito simples e nao ¢ objetivo deste _ectabelecer em Viena, onde i é4 4 Viria @ felecer no dia 4 de livro resolvé-le, mas apenes discutirmos e analisermos @ sua solucéo. eee eas. Para resolver a equagao € mais fécil utiizarmos nao o sistema de coor trabalhos sobre mecénica denadas cartesianas. mas as coordenadas polares, ou seja, as coordenadas ndullatéria, recebeu, em 1933, em conjunto com 1,8, © definidas conforme a Figura 7. Paul Dirac, 0 Premio Nobel de Fisica. Figura 7 - Coordenadas poleres Estas coordenadas sao relacionadas com as coordenadas cartesianas de ecordo com as seguintes express6es: 2 rcos6 x= rsen6cosb y=rsenésend Esta transformacéo facilta a resolugéo de equacao de onda porque ela pode assumir a seguinte forma contendo tés partes: funeao de onde radial, R(P, € duas fungdes angulares ©(@) © (0) EG yzZ) = (8.0) = ROCCO) ‘As equagées de fungo de onda propostas para representar os elétrons devem ser real e finite e, pare isto ser verdade, os ntimeros quanticos assu- mem os valores mostrados no quedro 1. Quadro 1 Valores assumides pelos diferentes nimeros quanticos Nimero Quantico Simbolo Valores assumios ‘Signiticado Fisico 04,2.3.-m1 Para descrever um elétron, necessitames, portanto, do conhecimento dos trés niimeros quanticos n, €¢ m. Devemos ressaltar que estes ntimeros quénticos s20 todos inteiros. Seus velores no foram escolhidos eleetoriemente. © namero quantico principal n pode assumir qualquer valor inteiro de 1 até 0 infinito. Como 0 nome indica, ¢ 0 ntimero quantico mais importan- te, pois o valor de n é 0 principal fator determinante da energia do elétron O valor de n também esta associado as provaveis distancias ao nucleo de encontrar um elétron. Quanto maior o valor de n mais distante do nticleo seré a probabilidade de encontrar o elétron Os elétrons sao identificados pelo ntimero quantico principal e mais de um elétron pode assumir este mesmo valor, ou seja, estao na mesma camada O némero quantico do momento angular (( = 0, 1, 2, 3..., n-1). Este nlimero quantico representa a forma da subcamada que contém os elétrons de uma mesma camada. Analisando os valores que £ pode assumir, observa- mos que ele depende de n, isto é, quandon = 1, €= 0, ou seje, @ quantidade de subcamadas é igual a0 valor de n. Cade valor de € corresponde a uma forma diferente do orbital e, portanto, um tipo de diferente orbital. Podemos representar 0 niimero quéntico do momento angular pelos valores de 0.1.2.3... ou pelas letras s, p, d,f..., respectivamente. Nas Figuras ‘14.4, mostramos as formas e orientacées dos orbitais de ntimero quantico do momento angular que mais utilizem. Ontimero quantico magnético (m,= 0, +1, +2, +3..4€). Cada numero quantico magnétice incividualmente é chamado de orbital. Com este nimero, podemes verificar @ orientagao de uma determinada regiéo do espaco ocupa- da por um elétron. © ntimero maximo de orbitais por nimero quantico do mo- mento orbital ¢6 (2+ 1), ou seja, para um dado valor de ¢, 0s orbitais podem assumir os seguintes valores de —¢ @ + ¢passando pelo zero. Exemplo: Para o ntimero quéntico principal n=3, quantas subcamadas. 40 possiveis € para cada uma delas quanto e quais s4o os orbitais? Resolugao: Para n = 3, pode-se ter os seguintes valores de 0.1, 2, isto 6.08 valores de 0 até n-1, portanto pode-se ter 3 subcamadas. No quadro 2, resumimos informagdes sobre o ntimero quantico do mo- mento orbital e 0 ntimero quantico magnético. (in:shoina tein ) Quadro 2 imero quantico orbital e nimero a =o orbital ‘Simbolos para € Forma do orbital Forma de alte, send em nimero de 2 3.2.1. Fungo de onda Radial Pela solugéo de fungao de onda radial, podemos avaliar @ vatiacéo de energia do sistema em fungao de distancia 20 niicleo, sendo expressa pela equacéo 1. 2a°me* eq. En=~- Ee onde E, € 2 energie: n varia de 1. 2, 3, 4....: Mmessa do elétron; @ carga do elétron: h a constente de Plank. (n= 6,626 x 10* Js). A fung&o de onda radial depende ainda de ¢, que assume os valores de 0, 1, 2, 3....n-1. Da solugdo da equacao de onda radial, obtemos informacées sobre a energia Ee @ fungao de onda dos orbitais. Algumas funcdes de onda radial s8o mostradas na tabela 1 ale Rw) 1[o Zia Pree 2/0 WNL P22 - Zea’) e2? * 2 [1 VQNGVZia’P? (Za Jee? 3 | 0 | 20813 \aia > aGala’)- 1Stzual) =27]e2 © 3 L] 2N2USINE Zar FP [6- Zale yee jee= she USI Za ara pee Fungdes radials do hidrogénio Tabela 1 Fungées de onda radial pera o hidrogénio tata @ O gréfico destas fungdes versus r no epresentam uma interpretacéo com significado fisico, mas, quando usamos a densidade de probabilidede que € dada pelo quadrado do médulo de Y, obtemos a regiao do espaco que apresentam nés, ou seja, onde a fungao é zero e as regides de probabilidade maxima de encontrar um elétron. A Figura 8 apresenta um exemplo do forma- to dos dois gréficos pare fungdes de onda do hidrogénio, Ne Figura 9, trios @ curva de densidede de probabilidede pare os orbi- tais 2s e 2p. Vemos que o orbital 2s apresenta dois méximos de probabilidade € um n6, € no orbital 2p apenas um maximo. A posi¢do relativa destes trés maximos em rela¢do a distancia 2o nticleo, como podemos verificer, € que o maximo do orbital 2p esta entre os dois maximos do orbital 2s. Podemos entéo dizer que 0 orbital 2p est4 mais préximo do niicleo. O fato de o orbital 2s ter 0 seu segundo maximo mais préximo ainda do nUcleo, leva a concluir que ele & © orbital mais penetrante, Densidade de Probabilidade YW Fungo de onda Figura 8 — Graticos da densidad de probabilidade (1/2) da fungo de onda radial (#) versus or 2s Densidade de Probabilidade | tdstancia do ceo Figura 9 — Curva da densidade de probabilidade para os orbiteis 23 e 2p Ne Figure 10, apresentamos as curvas da densidade de probabilidede para os niveis 1, 2, e 3, Para os orbiteis s, 0 ntimero de méximos de probebil- dade é igual ao nimero quantico principal. Para os orbitals pe d, o ntimero de méximo seré dado por n-1 e n-2, respectivamente, Para o hidrogénio, a den- sidade de probabilidade é mostrada ne Figure10. Pera os étomos polieletroni- cos, devido & interagdes elétron-elétron, e curva fice ligeiramente mocificada ou seja, os maximos dos orbitais p e d apresentam-se em uma posigao do r maior do que 0 do orbital s g x = 3 i 3 2 om i ee é —— Sa, 108, ‘15a, 20a, 25a, Figura 10 - Distribuigdo radiel para elétrons 19, 2s, 2p, 39. 3p. 3d. Probalidade ‘_— Figura 11 — Distribui¢do radial pare elétrons 3de 4s, 3.2.2. Fungao de onda Angular A solucéo da parte engular da fungao de onde para o étomo de hidrogénio ¢ real e finita quando os niimeros quanticos orbital e magnético assumem os seguintes valores:€= 0.1.2, 3,....n-Lemé=4, .0...#1. Na tabela 2, apresenta- mos as fungdes de onda angulares para alguns valores de ¢ © mi. (0) ,, (0) (1/4)? (3/42) cose (3/8n)!senee® (3/8n)!?senoe (5/167)! (3cos?e-1) (15/8n)!? senocosee® (15/8n)!? senecosee** (15/321)? sen®oe2? -2 (15/321)! senoc%? m 0 0 [1 -l 0 1 -l 2 > P PREF E= Tabela 2 — Funcbes de onda angulares para 0 hidrogénio Fungdes angulares do hidrogénio Aanélise destas fungdes pode lever-nos as seguintes conclusdes. Para 0em,= 0a funcéo de onde é (U/4 )*, ou seja, ela nao tem nenhuma dire 40. Por este motivo afirmamos que os orbitais s essumem o contorno de uma esfera (Figure 12) Figura 12 — Orbital atémico s Como sabemos que os orbitais p so trés é de se esperar que os mes- mos orientem-se nas diregdes X, Y e Z (Figura 13). Atreavés des equagées das fungées de onda angulares, podemos demonstrar que esta suposi¢go verdadeira. A fungao de onde | = 1 e ml = 0 € (3/4 n)L/2cos0 e como 0 eixo Z € igual a reos0, podemos afirmar que este orbital esté orientado na diregao Z. Para as duas equagdes de onda angulares restantes para I=1, temos:|= Leml= +16 (/8n)L/2senbeip e I= Le ml=-1é (3/8x)L/2sen0 €-ip Estas equacdes, portanto, no podem representar uma regido reel do espago porque possuem um parte imaginéria eiip para l= Le mi = +1e ei paral=1eml=-1 Para que estes funcdes possam representar posigdes reais e finitas, devemos considerar uma combinacdo linear delas, ou seja, a direcao px seré igual a 1 2(p+1 + p-1) onde p+ significa a equagéo da fungéo de onda para | = Leml=+1ep-1é a equacao de onda paral = 1e mi=-1.Adirecéo py seré dada por U/ \2(p+1 - p-2). Figura 13 — Modelos dos trés orbitais atémicos p. py . px e pz. respectivamente Na Tebela 3, mostramos as combinagées lineeres que possibiltam a trans- formagéo das formas complexas des equagdes de onda para os orbitais p e d. FORMAS COMPLEXAS COMBINACOES LINEARES REAIS Orbitais p (3/8m)!2senbe* P= 12, + PD p,~ (/8n)"2c050 PP, p= G/8x)!2senbe B= NDP - Pa) Orbitais d dy — ($/16n)! (Beos?e-1) a.-4, 4, = (15/82)"? senecosee? a= 1a, +4) = (5/8)? senacosoe™ 4,,= 1N2(4., 4) 4, = (15/327)!? senreet dip U2, +4) a Said. 4) 1, = (15/32n)!? semee2? ae Tabela 3 — Combinagées lineares das equacbes das fungbes de onda angulares ped. Fungées radiais do hidrogénio Figura 14 Modelos dos orbitais atmicos dxy . dxz e dyz, respectivamente ee. Figura 15 — Modelos do orbital at6mico dx2-y2 e dz2, respectivemente 4. O Spin do Elétron Durante os anos de 1920, observou-se que os elétrons, quando submetidos a um campo magnético, interagiam com ele, significando, portanto, que o elé- tron devia possuir um movimento de rotacao em tomo de si gerando um cam- po magnético que interagia com o campo externo aplicado. Desta observacao Surgiu @ necessidade de definirmos um quarto ntimero quantico que recebeu ‘onome de ntimero quantico magnético de spin, cujo simbolo ficou sendo m, € assumia os valores de +1/2 e -1/2. Ainterpretacao fisica é que o elétron podia girar em tomo se si mesmo no sentido horario e no sentido anti-horério. 4.1. O Principio de Excusao de Pauli Wolfgang Pauli (1900 - 1958) com base na mecanica quantica formulou 0 principio de excluséo de Paull, que relacionava os trés ntimeros quanticos jé conhecidos ao némero quantico magnético de spin. Em um atomo, dois elétrons quaisquer néo podem ter o mesmo Conjunto dos quatro ntimeros quanticos (n. é, m, m,). Podemos provar pela mecnica quantica que. quando isto acontece. a funcao de onda as- sume um velor zero, ou seja, ela n&o existe. Este principio levou & outra concluséo importante: nenhum orbital atémico pode conter mais do que Wolfgang Pauli nesceu em 25 de abril de 1900, em Viena. Estudou em Viena, antes de estudar na Universidade de Munique, com Arnold Sommerfeld. Defendeu o seu doutoramento em 1921 e trabalhou durante um ano na Universidade de Gottingen, como ascistente de Mas Born e, no ano seguinte, com Niels Bohr, em Copenhague. De 1935 2 1936, foi professor Visitante no Instituto de Estudos Avancados em Princeton, New Jersey € também na Universidade de Michigan (1931 1941) e na Universidade de Purdue (1942). Ele retornou a Zurique no final a ll Guerra Mundial. Pauli ajudou na elaboracéo dae leis fundamentaio da teoria quéntica e participou ativamente nos grandes desenvolvimentos desta érea por volta de 1945. Ele desenvolveu o principio conhecide hoje de excluséio de Pauli. Wolfgang Pauli casou-se com Franciska Bertram em 1934. Ele recebeu o Prémio Nobel em Fisica em 1945 e morreu em 15 de dezembro de 1958, em Zurique Degenerados - de meema energia Preenchimento de orbitals p sB 17, 28%, 2px! © 182, 25%, 2px? 2py? 2N 25%, 25°, 2px’, 2py!, 2p {O 1st, 202, 2pr2, 2py!, 2pt dois elétrons. Podemos melhor entender esta efirmacgo considerando 0 seguinte exemplo: Se trés elétrons fossem colocados no orbital 3s, entao teriam os seguintes ntimeros quanticos n = 3, £= 0 e m,= 0. O valor de m, seria +1/2 e -1/2 para dois dos elétrons, portanto, nao estaria ferindo 0 Principio de excluséo de Pauli, Entretanto, o terceiro elétron a entrar neste orbital s6 poderia ter o valor de m, igual a +1/2 ou entéo -1/2, 0 que néo se- ria possivel porque jé temos dois elétrons neste orbitais com estes valores de m,. Concluimos, por conseguinte, que o terceiro elétron deveré ocupar um outro orbital. 5. ConFiguragao Eletrénica dos Atomos Amecénica quantica determinou que quanto maior o valor de ntimero quanti- co principal, n, maior seré @ energia das diferentes camadas. Em relagao a0 ntimero quantico orbitel, para um mesmo n teré maior energia equele orbital que possui o maior valor de ¢, Portanto, podemos escrever a seguinte ordem de energia: 1s < 2s < 3s < 3p < 3d < 4s < 4p < dd < df< 55 < 5p < Sd< Sf <65 assim por diante Para € igual a 1, teremos trés valores de m, (1, 0, +1), ou seja temos os ortitais p., p, @ p.. Eles possuem @ mesma energia, portanto, s20 degenerados. O mesmo acontece com os orbitais d. Os 5 orbitais tem @ mesma energia. Exemplo: Qual a conFiguragao eletronica para os elementos qui nitrogénio, ,N: sédio, ,.Na: enxofre, ..S? icos Nitrogénio 182,252 2p 48,252 2p8 35% 3p! ‘Observamos que @ ordem de preenchimento é igual & ordem crescen- te de energia cos orbitais, sempre obedecendo ao principio de exclusée de Pauli, isto €, no maximo dois elétrons por orbital. Para o preenchimento dos orbitais p. que so em ntimero de trés para cada valor de n. deve-se obedecer também & regra de multiplicidade maxima, ou seja, & regra de Hund. Este re- gra afirma que, para o preenchimento de orbitais de mesme energia, devemos ir adicionando um elétron de mesmo spin em cada um dos orbitais. Quando todos ja possuem elétrons, podemos dizer que estéo semipreenchidos. O pré- ximo elétron a ser adicionado deveré ter spin contrario, portento, formando um par com o elétron ja existente. Para os elementos quimicos com niimero atémico maior do que 19. verificamos que o preenchimento dos elétrons néo segue @ ordem de energia tata isto é, 0 orbital 4s é preenchido antes do orbital 3d, apesar de sua energia indi- vidual ser meior do que @ energia individual do orbital 3d (Figura 16). Nao exis- te uma explicago qualitativa para esta observacao, apenas tem-se conhe- cimento de que energia total do sisteme seré menor quando adicionarmos primeiro os elétrons no orbital 4s, para a6 entéo preenchermos os orbitais d. Para faciltar 0 preenchimento dos orbitais, sugeriu-se 0 uso do diagra- ma 1, conhecido como principio de “Aufbau” (principio da construgao) Beige KERR OS lh 27 Foo Zz Figura 16 — Niveis de energia individual dos orbitais atémicos versus o numero atémico ES Sf Observe que, neste Diagrame 1 Principio da Construpao Caufbau’) diagrama, eatdo mostrados apenas os orbitais pare 08 quais temos elementos quimicos cujos elétrons podem ocupé-los. @rwitm ‘Oboerve que, quando um ‘tomo perde ou ganha elétrons para formar uum cétion ou um enion, respectivamente, 0 eu ndmero atémico permanece ‘© meamo do tomo neutro. 6. ConFiguracao Eletrénica dos fons Boa parte da quimica dos elementos é a quimica dos respectivos fons. Para se ter um cétion a partir de um tomo neutro. a regra geral é a de que se remo- ve um ou mais de um elétron da camada den mais elevado. Se houver possi- bilidade de escolha entre as subcamadas de camada n, removern-se elétrons da subcameda de maior €. Estes sé0 08 elétrons de valencia do étomo. Assim, um ion sédio (Na*) € formado pela remoco do elétron 3s do étomo de sédio. fon aluminio (AP*) é formado pela remo¢éo de trés elétrons do étomo néu- tron. A conFiguragao eletrénica pera 0 aluminio e 0 fon Al* & 13A) 152, 282, 2p6, 362, 3p1 e 1313+ 152, 252, 296. Pera o ferro tem-se a formacéo de dois ions com as seguintes conFiguracées eletrénices: 26Fe 152, 2s2, 2p6, 352, 3p6, 346, 482: 26Fe2+ 1p2, 252, 296, 352, 396. 36: 26Fe3+ 152, 252, 2p6,352, 3p6. 35. s fons sédio (Na’) e aluminio (Ab) s&0 isoeletrOnicos, isto €, tem o mesmo niimero de elétrons. Outra interessante observagéo que se pode fazer com base na conFiguracao eletrénice é @ de que ambos os 4tomos de sédio& aluminio possuem um elétron desemparelhado, portanto s4o paremagneéticos. isto €, possuem um campo magnético permanente. Os fons destes elementos nao possuem elétrons desemparelhados, ou seja, sé diamagnéticos, isto é, nao possum um campo magnético permanente. 7. Calculo da Carga Nuclear Efetiva Oniimero de prétons de um niicleo at6mico é conhecido como carga nucleer. Sendo esta uma carga posttiva, ela exercerd uma forca de atracao sobre os elétrons que possuem carga negativa. Os nivels de energia dos étomos hidro- genoides so dados pela expresso En = -@22 *e'in*h*) onde Z é 0 nimero atémico, @ 2 carga do elétron, n niimero quantico principal e ha constante de Planck. A enetgia de um tomo é, portanto, uma fungao de Zin? as duas veriévels desta expresso. Analisando a energia de ionizagao do hidrogénio (El = 1312kJimol) € a do litio (620 kuimol), era de se esperar um valor bem maior para a energia de ionizaco do litio desde que 0 nimero atémico cresce em um perfodo da tabela periédice muito mais rapidamente do que 0 ntimero quantico principal. Esta observacdo pode ser atribufde a duas razées: 1. Oraio de um elétron 2s € maior do que um elétron 1s, 2. O elétron 2s no Iitio € repelido pelos elétrons 1s mais internos, tal que os primeiros s4o mais faciimente removidos. Outra maneira de analisermos esta repulséo entre os elétrons externos © 08 intemos € sob 0 ponto de vista de blindagem ou escudagem do niicleo tata que os elétrons intemnos fazem sobre os externos. Desse forme, o elétron sen- te ume carga nuclear efetiva resultante de biindagem parcial da carge nuclear pelo campo médio repulsivo devido aos outros elétrons, Podemos entao explicar 0 valor da energie de ionizacao do litio consi- derando que a energia néo é proporcionel a Z*, mas @ Z,? (,, carge nuclear efetiva) e que este valor néo cresce to rapidamente quanto o valor de Z Para calcularmos a carga nuclear efetiva a um nivel mais introdutério, poderiamos simplesmente considerar o valor unitario para cada elétron inter- no e subtrairmos a soma destes do niimero atémico. Para o litio, teriamos Z_, = 3-21. Entretanto, necessitamos de um célculo mais preciso, apesar de termos ainda outros métodos pare estudos quantitativos Usaremos 0 método descrito originalmente por Slater (John Clarke ‘Slater (22/12/1900 — 25/07/1976) com uma modificagao na regra 3-i feita por Waldron e colaboradores (2001), ‘Acarga nuclear efetiva é dada por. Z,2Z-S onde: S € 0 fator de Slater, que é calculado como uma somatéria de contribui- 0 de cada grupo para @ blindagem do enésimo elétron, ou seja, 0 elétron para o qual desejamos caloular Z,,. Para fazermos este céiculo, usamos as seguintes regras: 1. Escreva a conFiguracao eletrénica do elemento que deseja calcular a car- g2 nuclear efetiva, Organize esta conFiguragéo agrupando os orbitais at6- micos segundo a seguinte sequéncia: (1s) (2s2p) (3s3p) (3d) (4s4p) (44) (4f) Gs5p)... e assim por diante. 2. Os elétrons que esto & direita do grupo do enésimo elétron nao contr buem para 0 célculo, ou seja, 0 fator é zero: 3, Os elétrons acicioneis do grupo a que pertencem o enésimo elétron conti- buem com um fator de 0,35 + Olétron a ser blindado 6 um elétron s ou p: Os elétrons do grupo com ntuimero quantico principal n-1, onde n é o numero quéntico princi- pal do enésimo elétron, contribuem com um fator de 0,85 para os elé- trons s € p, 0.50 pera os elétrons d € 0,60 para os elétrons f + Oolétron a ser blindado 6 um elétron d ou f: Usamos um fator igual a 10 para todos os elétrons 4 esquerda do grupo. 4, Todos os elétrons com n < n-2 contribuem com o fator de 1,0 para a blinda- gem, ou seja, protegem totalmente o enésimo elétron. @ resin QU ce 1. Calcule carga nuclear efetiva para o elétron 4s € 3d do atomo do ferro. Solucao: Considerando que o ntimero atémico do ferro é 26, teremos a seguinte conFiguragao eletronica: 1s*, 2s*, 2p* 3s*, 3p*, 4s*, 3d®. Re-escrevendo @ con- Figuragao segundo a ordem da 1a regra de Slater, teremos: (1s"), (2s"2p"), Ge*3p*), Ga"), (45"4p). Para o elétron 4s S=0,0x0+0.35x1+050x6+085x8+10x10 S=00+0,35+30+68+100 8=20.15 Z, =Z-8 Z,,= 26-2015 Z,= 5.85 Para o elétron 3d $=0,00x2+0,35x5+10x18= 19.75 Analisaremos agora as regras de Salter sob 0 ponto de vista da densi- dade de probabilidade (Figura 17 e Figure 18) Para a 1° regra, observamos que 0 comportamento do orbital 1s é iso- lado, isto é, nenhum outro orbital possui maximo de probebilidade proximo ou semelhante @ sua densidade de probabilidade. Para os orbitais ns e np, temos uma curva de probabilidade muito semelhante, sugerindo, portanto, que per- tencam a um mesmo grupo. Os orbitais nd tém uma densidade de probabil dade bastante diferente do ns e np. Vejamos na Figure 10 que o orbital 3s tem trés maximos de probabilidade, 3p tem dois e 3d tem somente um. ‘A2° regra prevé um fator de protecao zero porque a probabilidade dos elétrons que se encontram & direita do i-ésimo elétron tem o seu maximo de probabilidade depois do maximo de probabilidade do i-€simo elétron, portanto nao pode oferecer protegéo. Podemos dizer que o fator de blindagem de 0,35 (3* regra) pera os elé- trons do mesmo grupo que esté 0 i-ésimo elétron deve-se ao fato de que todos esto sob a mesma densidade de probabilidade e, portanto, somente poderé dar uma pequena protegao. Observando novamente @ Figure 10, podemos ver porque é feita uma distingao entre 0 grupo nsnp e o nd e nf. Como jé haviemos chamado a aten- 640, a distribuigao de probabilidade mostra que os orbitals ns e np sao dife- rentes de nd 2 25 2d 3p Probabilidade Radial 4zr'R’,, 5a, 103, 18a, 20a, 25a, Figura 17 — Distribuicéo radiel pere elétrons 1s. 2s, 2p, 36, 3p. 3d. Figure 18 — Distribuico radial para elétrons 3d e 4s Sintese do Capitulo ‘Mostramos, nesta unidade, um breve resumo da historia do desenvolvimento da Teoria Atomica, introduzindo os conceitos fundamenteis sobre o assunto. Estu- demos 0 surgimento das particulas subatémicas e a sua importancia nas pro- priedades dos elementos quimicos. A Teoria Atomica modema é abordada sob a visdo des fungdes de onda radiais e angulares. Discutimos também as regras para o preenchimento dos orbiteis em diferentes étomos, dando énfese porque 08 orbitais ns s&0 primeiramente preenchidos que os orbiteis (n-1)d apés o nu- mero atémico 19. Finalmente. abordamos o célculo da carga nuclear efetive. segundo as regras de Sleter. Estas regras séo analisadas com base nas curvas de densidade de probabilidade pera as fungées de onde radial (in:shoina tein (x) OQ rine 1. Qualo comprimento de onda associado a um elétron de masse igual a 9,11 x 10-28g que se move @ uma velocidade de 4,19 x 106 m/s? Este seria um comprimento de onda a ser detectado 2. Para onimero quantico principal n= 5, quantas subcamadas sao possiveis ©. para cada uma delas, quantos e quais s&0 os orbitais? 3. Escreva a conFiguracao eletrénica para 2s seguintes espécies: Cobre, Co*, rutenio e Ru*. Qual 0 nimero atomico dos fons formados? CESAR http/www.ca.ufsc. briqmeaules Lanos/reiocatodico/raiocatodico. htm hitpi/for geocities. com/seladefisica 3aboretorio/rutherfordirutherford html hitpziwmw.dse.ufeg.edu.br/~gmecimafincerteza.himl acessado em 12/08/2009. aa BAILAR, John C., Jt. - A History of the Division of Inorganic Chemistry, American Chemical Society. J. Chem. Educ. 1989, 66, 537. DUARTE, H. A. - Carga nuclear efetiva e sua consequéncia para a Com- preensao da Estrutura Eletrénica dos Atomos. Quimica Nove na Escola. 2003, 17, 22-26 GLIDEWELL, C. - Ancient and medieval Chinese protochemistry: The earliest examples of applied inorganic chemistry. J. Chem. Educ. 1989. 66, 631 HUHEEY. J. E: KEITER E. 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Introdu¢gao Nenhum livro texto de quimica, material de sala de aula € laboratério de pes- quis esto completos sem uma cépia de ume tabela Periédice dos Elemen- tos. Desde os primeiros dias do estudo da quimica, tentativas tém sido feitas para organizar os elementos conhecidos, de maneira que as similaridades entre eles sejam relacionadas. Analisando a Tabela Periédica em ume pers- pectiva hist6rica, poderiamos iniciar com Lavoisier com o seu livro de 1789 “Traité Elémentaire de Chimie" (Tratado Elementar de Quimica), quando ele organizou os elementos segundo uma das seguintes classes: gases, metais, _Hélice teliirica de n&o metais € terra. Uma das criticas que podemos fazer a esta abordagem — Chencourtcis que hé uma grande veriedade de elementos quimicos que se enquadram —_yw.ce.mtu.edulfaculty! dentro de cada uma destas classes de elementos quimicos. sawalton/HPS200/pt.html Na época de Lavoisier, apenas 31 elementos eram conhecidos. Entre 1801 € 1833, passaram a ser conhecidos os elementos Ta, Rh, Pa, Ir, Os. K, Na, B, Mg, Ca, Sr, Ba, Ol, |, Li, Cd, Se, Si, Al, Br, Y, Ru, Th, e Ce, Os elementos descobertos entre 1833 e 1868 foram Le, Er, Cs, Rb, Ine He. Em 1829, apés a descoberta de elemento bromo, Johann Dobereiner idealizou a “lei das triades". Baseando-se na anélise das massas atémicas dos elementos, ele orgenizou varios grupos de trés elementos que tinham: como caracteristica 0 fato de que a massa atomica do elemento do meio era aproximadamente igual 4 media das massas entre o elemento mais leve € 0 mais pesado. Esta sua observacdo, entretanto. parecia aplicar-se @ apenas nove dos 54 elementos conhecidos e foi rejeitada por seus contemporaneos que consideravam esta observagao mera coincidéncia. Béguyer de Chencourtois (1862) foi um geélogo que muito contribuiu para a quimica e foi o primeiro cientista @ procurer uma periodicidade entre os elementos. Ele propés, em 1868, ¢ Hélice Teltiica (www.ss.mtu eduffaculty/ sawalton/HPS200/pt html) baseado na massa atémica dos elementos. @rowitm Le das Oitavas de Newands Colunas verticais em ordem crescente de masse atémica ww pseT1®-online daiZusatznfos/720-PSE_ History im Pelo menos um grupo destes era realmente muito similar — oxigénio, enxofte, selénio € teltiio. Neste grupo, as massas eram milipios de 16. Considerando 16 um padrao de referén- cia para a periodicidade, Chancourtois construiu um cilindro si- nuoso Cujo rio de curvatura era tal que os elementos similares ficaram alinhados verticalmente. Este cilindro € que se tornou conhecide como a Hélice Tellrica. © problema foi que. usando a frequéncia de 16 unidades de peso atémico, alguns elemen- tos que reconhecidamente tinham propriedades semethantes no ficavam na linha vertical na qual seus semelhantes estavam localizados e outros elementos quimicos cujas propriedades di feria dos cemais, pois ficavam na referida linha verticel John Newlands foi o primeiro a criar um sistema similar 4 forma da nosse moderne tabela periédica. Ele admitiu que. s€ 08 elementos fossem organizados em ordem crescente de massa atémica, cada elemento, teria um similar a ele, mesmo separado por sete elementos. ou seja. na citava posicdo. Para enfatizar esta observacao, ele criou uma tabela com sete colunes verticais. Os elementos com propriedade semelhantes eram colocados nestas colunas. Ele chamou esta organizacao de Lei das Citavas, em analogia com as notas musicais Ao ordenar os elementos conhecidos. ele teve que, em algumas vezes. co- locar dois elementos em um mesmo bloco. Newlands usou seu padréo para fazer predigdes acerca de elementos que ele sabia que ainda nao haviam sido descobertos, similarmente ao que fez Mendeleev, mas ele nao deixou 08 espagos vazios a exemplo do que fez Mendeleev. ae Rilmfls eee RR 7 YET R Eas et a sks “eye te yey sys T/H|S |S (8/8 1s ee ee so) Bow Rk “[S(S;E (8 Elo eee Lee Figural - Tabela Perodica de Mendeleev, 1871, incluindo mudangas a original de 1869 Em 2009, completou 140 anos Bos que foi epresentado & Sociedade Russa de Quimica, por Dimitri Ivanovich Men- ‘ deleey, juntamente com o seu colabo- o rador Nikolei Menshurtkin, um trabelho, % (S89 postulando a periodicidade nas proprie- % dades quimicas dos elementos quando wh [RAE organizados em ordem crescente de 7 massa atémica elm cr ‘A tabela proposte por Mendeleev : foi bem aceita pela comunidede cientifica 1 BHT. da época nao somente porque mostrava petiodicidade dos elementos conheci- : dos come também porque seu método de classificagao ilustrava a lei fundamental da natureza e mostrava onde os valores cor- et rentes de massa atomica néo se edequavam a sua formiulagéo. Ele também foi além fazendo previsao e citando es propriedades de elementos que ainda no eram conhecidos, como é o caso dos elementos com massa atémica 44. 69 € 72 (escndio, gélio e germénio), respectivamente, Quando estes elemen- tos foram descobertos, foi dada meior credibilidade ao seu sistema periédico. Ne Figura 1, mostramos a tabela reformulada por Mendeleev, em 1871. © modelo atual da tabela periédice eceito pela IUPAC € mostrado na Figura 2. sees [By comes Figura 2 — Tabela Periédica 2009 A tabela periédica mostrada acima contém 111 elementos. incluindo os descobertos e cujos nomes foram aprovados pela IUPAC e IUPAP. O elemen- to de némero atémico 112 néo consta ainda porque o nome Copérnico, em maio de 2009, einda nao havia sido aprovado. Para mais informagdes sobre os nomes de novos elementos podemos: consultar os seguintes sites: IUPAC - Unigo http/www.iupac.org/publications/paci74/5/0787; Internacional de | Quimica Pura e Aplicada httpywww.iupac.org/publications/paci81/7/1331: (international Union of Pure httpyAwww.iupac.orgiweb/int/2009-07-21_Namig_Element_112 ‘and Applied Chemistry) (lodos os sites acessados em janeito de 2010) IUPAP ~ Unido Inte I de Fis P O artigo de Roche-Filho e Chagas aborde a nomenclature em port Cavicada (International gués dos nomes dos elementos quimicos. Deve-se ressaltar que anomen- Union of Purce and Applied clatura usada pelos autores para os elementos de ntimero atémico 110, Physics) @rrsinm 111 e 112 foi reformulada nesta primeira década dos anos 2000. Outro er- tigo destes mesmos autores sobre o hist6rico de tabela periédica também deve ser consultada 2. Descri¢ao da Tabela Periédica A.conFiguracao eletrOnica dos elementos deriveada da teoria atomica moderna fornece uma explicacdo teérica para @ periodicidade proposta por Mendeleev na sua Tabela Periécica, seis anos antes do desenvolvimento da teoria eletrénice. ‘Como 0 comportamento quimico depende da interacao das nuvens de elétrons dos tomes e, principalmente, da parte mais externa desta nuvem de elétrons, étomos que tém seus elétrons externos no mesmo tipo de orbital poderiam ter comportmento quimico semelhante. Por exemplo, uma conFi- gutacao do tipo s’p” tem ume nuvem de elétrons independente do valor de n (nmero atémico principal), mas a extenséo da nuvem e, consequentemente, © raio atémico, dependem do ntimero at6mico do elemento. Os elementos de um GRUPO na tabela periédica tem @ mesma conFiguragao eletnica externa. ‘A forma da Tabela Periddica segue os valores dos niimeros quanticos como séo dados na Quadro 1 da Unidade |. Esta ordem permite entéo que a tabela seja dividida em diferentes blocos constituidos de elementos cujos or- bitais s, p, de f esto sendo preenchidos. A Tabela Periédica é constituida de PERIODOS denominados de 1, 2, 3, 4. 5,6, 7, que so os ntimeros quanticos principais da nuvem mais externa Exemplo:Litio 182251; Na 1s22s22p63s1 Metais representa: Semimetais fives Lantanidios Actinidios 1 Actinidios € lantanidios so conhecidos coletivamente como “metais-terro- 0s raros” 2. Metais alcalinos, metais alcalino-terrosos, metais de transi¢é0, actinidios & lantanidios so conhecidos coletivamente como “metais”: 3. Halogénios e gases nobres também séo néo-meteis. Swe zid SS LEL MURR Period 1 2 ng lou} Pal Podemos resumir que a tabela periédica pode ser dividida de diferentes maneiras. A divisao mais geral é a de classificar os elementos em metais, nao metais, semi-metais e gases nobres. A diviséo por blocos s, p. de fleva uma maior compressao da periodicidade dos elementos. Podemos também divicir a tabela em grupos e periodos. Na tabela 1, mostramos a nomenciatura de como os grupos de elementos podem ser chamados “Tabole 1 (ed ‘Metais alcalinos* U, Na, Rb Cs, Fr © MetisAeatnosTemsest BMG CSR BARA Caleogéiost 0,8 Se, Fe, PS @erwinom | Nomescomuns deGrposdeementos Gases Inertes ou Gases raros ou nobres* He, Ne, a, Kr, Xe, RN Terasrarast Szabo ‘Série Lantanidica* Laatéo Lu amas ou Lantanoidest= Craton ‘Série Actinidica® Dodcatéolr | ElementsTrsurricas* —Oselemerinsap6s OU ‘Metais de cunhagem Cu,Ag, AU Grupo daPitng ROS RIRPLPT ‘Metais Nobres Grupo da Platina, Au e algumas vezes incluimos Ag, Re e, até ‘mesmo, 0 Hg. Estes termes, pasar de iia, sao reconhcdos pela IUPAna sarao de Regras de Nemencistur de Quimica Inorganica. nape upec rg pubcaonsookspinciplesipnciples_ofnomencatue pat. gina 7 consutado em 1B/012020 ‘Além da nomenclature mostrada na tebela 1, os elementos so tam- bém reconhecidos como Elemento dos grupos representativos (grupos 1.2,13.14.15.16,17,18). Grupos que nao tem um nome trivial sao chamedos pelo nome do elemento mais leve do grupo, como, por exemplo, grupo do carbone, grupo do boro. Os elementos dos grupos 3-11 50.08 elementos de trensigao. O primeiro elemento, 0 hidrogénio, é andmelo e forme ume classe ele proprio, 3. Propriedades periédicas Denominamos propriedades periédicas as que seguem uma tendéncia defini- da na tabela de Mendeleev, isto , variam mais ou menos continuamente a0 longo de um periodo e um grupo. Discutiremos a seguir algumas das propriedades periédices mais im- portantes, 3.1. Energia de ionizagao Energia de lonizacao é a menor quantidade de energie necesséria para remo- ver um elétron de um 4tomo neutro ou molécula no seu estado fundamental. Assegunda energia de ionizacao de um atomo é a energia necesséria para re- tirar 0 segundo elétron de um étomo (energia para 0 seguinte processo acon- tecerX+ > X2+ + @-) (Green Book, 1994). As energias para remover o terceiro, 0 quarto elétron sao chamadas, portanto, de terceira, quarta energia

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