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Curso 275339 Aula 00 Prof Paulo Portinho 9082 Completo
Curso 275339 Aula 00 Prof Paulo Portinho 9082 Completo
Paulo
Portinho
CVM - Estrutura do Mercado de Valores
Mobiliários - 2024 (Pós-Edital)
Autor:
Amanda Aires, Paulo Portinho
19 de Janeiro de 2024
Amanda Aires, Paulo Portinho
Aula 00 - Prof. Paulo Portinho
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 2
2 – AÇÕES.............................................................................................................................. 12
3 – DEBÊNTURES ................................................................................................................... 19
INTRODUÇÃO
Divisão das matérias no edital
Na divisão das aulas proposta pela banca no edital, temos os seguintes temas
relacionados com valores mobiliários:
ATENÇÃO!
VALORES MOBILIÁRIOS
1 – CONCEITOS E DEFINIÇÕES
Neste tópico iremos analisar quais suas características, regime jurídico aplicável, o
papel da CVM na definição dos valores mobiliários e quais os tipos de valores
mobiliários existentes em nosso mercado de capitais.
Originalmente, a Lei 6385/76, utilizou um conceito mais restrito para valor mobiliário
e evitou delimitar características amplas que pudessem ser utilizadas como
referência para a sua caracterização. O legislador simplesmente listou o que se
deveria considerar como valor mobiliário e outorgou ao Conselho Monetário
Nacional competência para alterar a lista, quando necessário.
IV – as cédulas de debêntures;
VI – as notas comerciais;
Com isso, são valores mobiliários: (i) todos os listados nos incisos I ao VIII do artigo 2º
da Lei 6385/76; (ii) quaisquer outros criados por lei ou regulamentação específica,
como os certificados de recebíveis imobiliários – CRI’s, os certificados de
investimentos audiovisuais e as cotas de fundos de investimento imobiliário – FII,
entre outros; e (iii) quaisquer outros que se enquadrem no inciso IX da Lei, conforme
citado acima.
Percebe-se assim que a variedade de ativos que podem ser considerados valores
mobiliários é bem extensa, o que implica que a CVM tem competência sobre uma
grande variedade de ativos e sobre uma grande variedade de agentes que
colocam esses ativos no mercado.
(i) taxativo, quando define exatamente quais títulos são valores mobiliários
e, desta forma, estão no âmbito regulatório da CVM e podem ser
negociados no mercado de capitais – itens I ao VIII; e
1
Direito das companhias / coordenadores Alfredo Lamy Filho; José Luiz Bulhões Pedreira. Rio
de Janeiro: Forense, 2009. 2v.
Dada a sua natureza, os valores mobiliários permitem que esse processo se faça
publicamente, isto é, através da captação da poupança pública, gerada de
forma difusa pelos agentes da economia (famílias, empresas, instituições
financeiras, investidores institucionais etc.). Essa característica dos valores
mobiliários é muito importante, pois permite a captação de volumes mais elevados
de recursos, o que, consequentemente, proporciona vultoso financiamento à
expansão das mais diversas companhias.
Para tanto, o rol de valores mobiliários aumentou. Nesse sentido, novos títulos foram
definidos como valores mobiliários, como as cotas de fundos de investimento e os
derivativos, independentemente do ativo subjacente.
E, como é possível notar, esta espécie de valor mobiliário (valores emitidos para
financiar condo hotéis) não está taxativamente definida como valor mobiliário no
rol da Lei 6.385/76, mas sim possível de assim ser classificado de acordo com o
critério “exemplificativo”.
Ao considerar este título como valor mobiliário, a CVM atrai este título e seus
interessados às regras do mercado de capitais e supervisão e tutela da própria
Comissão de Valores Mobiliários.
2
Poder ser ofertado publicamente e gerar direito de participação, de parceria ou de
remuneração, inclusive resultante de prestação de serviços, cujos rendimentos advêm do esforço
do empreendedor ou de terceiros.
Resumindo:
3
Pontos baseados em apresentação realizada por Paulo Ferreira Dias da Silva, servidor da
CVM. Disponível em:
http://www.portaldoinvestidor.gov.br/portaldoinvestidor/export/sites/portaldoinvestidor/SemanaENEF/2015/Apresentac
oes/2015_03_10-RJ-EncontrocomInvestidores-EmpreendHoteleiroseMercadodeCapitais-PauloFerreiraDias.pdf
2 – AÇÕES
A ação é valor mobiliário emitido pela companhia que confere ao seu titular o
direito de participação societária na companhia, ou seja, a posição de acionista.
Como já analisamos em aula anterior, a Lei 6.404/76 (Lei das S.A.) dispõe que:
2.1 – Classificações
Para emissão:
Em primeiro lugar, precisamos saber que as classes das ações preferências são
definidas em função da preferência ou vantagem que proporcionam.
Se ela não for negociada, deve possibilitar ao menos uma das preferências: (i)
prioridade na distribuição de dividendo, fixo ou mínimo; prioridade no reembolso
do capital, com prêmio ou sem ele; ou acumulação das preferências e vantagens
citadas.
Um exemplo pode elucidar. Imagine que o lucro líquido tenha sido de R$ 100,00
e 25% dele será distribuído (R$ 25,00). O valor do patrimônio líquido por ação é
de R$ 1.000,00. Desta forma, os preferencialistas possuem prioridade no
recebimento de, no mínimo, 3% desse PL/ação (R$ 30,00). Como o total a ser
distribuído é de R$ 25,00 e os preferencialistas possuem prioridade até a
distribuição de R$ 30,00, isso significa que eles recebem todo este dividendo na
hipótese desta cláusula de preferência vigorar.
3 – DEBÊNTURES
As debêntures são emitidas em séries, sendo que cada uma delas confere aos seus
titulares os mesmos direitos e valor nominal.
Apesar de a lei ser omissa, e a maioria dos materiais educacionais divulgados pelas
instituições de mercado não indicarem claramente, as debêntures podem ter
garantia adicional fidejussória, onde uma terceira pessoa, normalmente um aval
de sócio ou controlador, entra na operação para garantir as obrigações que estão
sendo contraídas. Segue exemplo de debênture emitida pela Portobello
(companhia aberta negociada em bolsa) de 2021:
Forma:
Classe/tipo:
Espécie / Garantia:
Vencimento:
Emissões e séries:
Uma empresa pode efetuar várias emissões de debêntures, de acordo com suas
necessidades. Cada emissão pode ainda ser dividida em séries, de forma a adequar o
montante de recursos às necessidades da empresa ou à demanda do mercado. As
debêntures de uma mesma série deverão ter igual valor nominal e conferir a seus titulares
os mesmos direitos. As séries de uma emissão podem ter ou não a mesma data de
vencimento.
Repactuação:
Debêntures incentivadas:
A Lei n.º 12.431, de 24 de junho de 2011, dispõe sobre a incidência do imposto sobre a
renda nas operações de debêntures incentivadas de infraestrutura. As debêntures
incentivadas são aquelas emitidas por sociedade por ações, relacionadas à captação
de recursos com vistas a implementar projetos de investimento na área de infraestrutura
ou de produção econômica intensiva em pesquisa, desenvolvimento e inovação,
considerados como prioritários na forma regulamentada pelo Poder Executivo Federal.
IX - o desmembramento, do seu valor nominal, dos juros e dos demais direitos conferidos aos
titulares.
Antes de prosseguir, uma explicação para o que seria over collateral. Collateral,
falando em termos simples, seria a separação de algum ativo em garantia de uma
dívida, que poderá ser “chamado” para honrar o pagamento da mesma. Over
collateral, é quando a instituição ofecere MAIS garantias do que o valor da dívida.
Isso é comum em FIDCs, pois permite que o gestor do fundo troque créditos ruins
por créditos bons, pois tem mais direitos do que o valor da dívida.
4.2 – Securitização
É importante notar que alguns sites definem securitização pelo lado do passivo, ou
seja, do devedor. Mas é uma visão inadequada para a realidade brasileira, pois o
que se transfere REALMENTE é o direito de recebimento. Apesar de ser uma dívida
de alguém, normalmente quem empacota é quem tem direito de receber e não
de pagar.
Vejam o filme “A Grande Aposta”, pois há ótima discussão sobre CDOs e CDSs,
instrumentos que trataremos nessa aula.
Esse instrumento foi bastante criticado durante a crise do subprime nos EUA, pois
permitiu uma expansão muito rápida dessas hipotecas de alto risco.
Esses R$ 1 bilhão gerarão um fluxo anual de, digamos, R$ 100 milhões por ano.
Antes dos CDOs, para passarem esses créditos adiante, os bancos criavam uma
SPE (sociedade de propósito específico) que recebia os direitos de todos esses
créditos.
Essa SPE teria, então, o direito de receber o dinheiro dos mutuários e ainda levava
as garantias dos imóveis. O que fazia essa SPE? Emitia cotas, por hipótese, 1 milhão
de cotas e fazia um IPO (initial private offer) ou uma emissão privada, para captar
o dinheiro e repassar ao banco, como contrapartida da cessão dos créditos
(compra de carteira de créditos).
Para esse risco de crédito as pessoas aceitariam, por exemplo, receber 9% ao ano.
A SPE vende então as cotas e capta R$ 1,1 bi e paga ao banco esse valor. O banco
já tem um ganho de 10% (de R$ 1 bi para R$ 1,1 bi) e os cotistas da SPE ficaram
com o risco dos mutuários. O banco, com esse dinheiro, pode emprestar
novamente a outros mutários.
Uma cota dessa SPE é um ativo securitizado. É uma MBS (mortgage backed
security). Se na SPE houvesse outros ativos, como crédito estudantil, crédito privado
de longo prazo etc., suas cotas (ativos) seriam classificadas como ABS (asset
backed security).
Isso é interessante, mas não atendia a públicos que precisavam de mais segurança
(fundos de pensão) e também àqueles com maior apetite para risco (hedge
funds).
O CDO veio para transformar essa SPE num veículo que pudesse atender a diversos
públicos, diversos apetites por risco e retorno.
Imagine que a mesma SPE, porém, em vez de oferecer MBSs sem distinção entre
eles (todos com o mesmo risco, pagando 9% ao ano no máximo), conferisse às
cotas algum grau de prioridade no recebimento dos pagamentos dos mutuários.
Pensemos o seguinte. 40% das cotas estariam em uma tranche (divisão) Sênior, que
teria prioridade de recebimento em relação às outras. 40% das cotas estariam
numa tranche intermediária, chamada mezanino, e receberia após o pagamento
das cotas senior.
Por fim há uma tranche subordinada (20% das cotas), que é a primeira a arcar com
qualquer default ou crédito não performado.
A SPE tem todo o direito de fazer isso. Ela não é obrigada a vender cotas com
direitos iguais.
Se temos uma estrutura como essa e aqueles R$ 100.000.000 que vêm todo ano
têm uma estimativa média de apenas 3% de inadimplemento, quando é que as
tranches superiores vão parar de receber seus valores?
Praticamente nunca. Por isso elas eram classificadas pelas agências de risco como
AAA, ou risco baixíssimo. Como são AAA podem pagar, por hipótese, 6% ao ano e
podem ser vendidas para fundos de pensão, pois são de risco baixo e são aceitas
pelas regras desses veículos.
Então temos 40% das cotas vendidas para tranches senior, 40% para tranches
mezanino 20% para tranches subordinadas, junior ou equity.
Lembre-se que a SPE vendeu os títulos por R$ 1,1 bi (10% a mais do que o crédito
original, que foi o ganho do banco).
Vamos assumir que as cotas senior pagaram R$ 440.000.000 pelo direito, as cotas
mezanino R$ 440.000.000 e as cotas equity R$ 220.000.000, totalizando R$ 1,1 bilhão.
Cada cota tem um valor igual, porém direitos diferentes.
Dos R$ 100.000.000 por mês, quanto deveria ser destinado para cada tranche?
Não é o risco específico dos ativos ou dos empréstimos que “cria” as tranches AAA,
mas a diferenciação de direitos sobre o crédito DENTRO do próprio veículo
financeiro (SPE).
Por isso havia nos EUA CDO´s com tranches AAA mesmo que TODOS os seus
recebíveis fossem de baixa qualidade. Como a inadimplência, mesmo quando
muito alta, não passaria de 8% a 10%, as tranches superiores SEMPRE receberiam
seus direitos.
Aqui no Brasil os CRAs, CRIs e os FDICs costumam ter estrutura semelhante a essa.
Só que, como são muitas vezes ativos garantidos em recebíveis de uma empresa
do agronegócio ou incorporadora imobiliária, os próprios originadores do crédito
integralizam as cotas júnior, como forma de compromisso com a operação.
Assumem o primeiro risco de default.
Após a crise do subprime os CDOs passaram a ser vistos como veículos para fraude,
mas, como deve ter ficado claro, são apenas uma engenhosa forma de atender
diferentes públicos com um mesmo ativo, de risco homogêneo.
A LCI não pode ser resgatada a qualquer momento, mas é possível negociá-la no
mercado secundário. Em janeiro de 2024, o prazo mínimo de vencimento desse
ativo variava de acordo com o indexador que possui. São 36 meses quando o título
for atualizado mensalmente por índice de preços ou 12 meses se for atualizado
anualmente por esse indexador. Se não utilizar índice de preços, é de 90 dias. Esses
prazos devem ser contados a partir da data que um terceiro, pessoa física ou
jurídica, adquirir o título da instituição emissora. Nesses períodos, a instituição
emissora não poderá recomprar ou resgatar a LCI.
Na B3, o registro da LCI é feito pela instituição financeira emissora, responsável por
informar as condições da emissão e fazer a gestão dos créditos que lastreiam a
operação. Entre os tipos de lastro estão: financiamentos habitacionais garantidos
por hipoteca ou alienação fiduciária de bens imóveis, sejam eles contratados ou
não pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH); empréstimos garantidos por
hipoteca ou alienação imobiliária de bens imóveis residenciais; e outros
empréstimos ou financiamentos garantidos por hipoteca ou alienação fiduciária
de bens imóveis.
Uma coisa bem interessante é debater COMO as LCIs conseguem ter taxas tão
altas. Alguns bancos oferecem 103% do CDI, para prazos mais longos. Isso, sem
Imposto de renda, é uma maravilha para o investidor. Em bancos grandes esse
percentual cai bastante, entre 85% e 95% do CDI, a depender do valor e do prazo.
Mas quem já pegou financiamento imobiliário sabe que às vezes se paga, mesmo
fora do Sistema Financeiro de Habitação (que tem funding subsidiado), 80% a 85%
do CDI como taxa de empréstimo.
Como é possível que a instituição financeira capte a 95% do CDI e empreste para
quem vai repassar esse crédito a 85% do CDI (construtora ou incorporadora)?
Imagine que uma rede de supermercados contratou uma construtora para fazer
uma nova sede. A Construtora orça o prédio em R$ 100.000.000, e faz um contrato
Ela vai pagar ao banco, por exemplo, 16% ao ano, sobre R$ 40 milhões (R$ 6,4
milhões) e receberá R$ 9 milhões.
O contrato paga, por ano, R$ 9 milhões. O banco comprou esse direito por R$ 50
milhões. Isso significa juros da ordem de 18% ao ano.
É claro que, na prática, as coisas são mais amarradas e não há tanta margem
financeira assim. Mas é só para ilustrar como os instrumentos de venda e cessão de
créditos podem aliar taxas de captação e empréstimo tão díspares.
Onde entra a LCI nisso? O banco não usa dinheiro próprio para emprestar à
construtora, emite as LCIs com ótima rentabilidade, capta junto a investidores e
repassa os recursos “carimbados” ao setor imobiliário.
A LCA é um título emitido por uma instituição financeira. É utilizado para captar
recursos para participantes da cadeia do agronegócio. Criados pela Lei nº 11.076,
esses papéis têm como um de seus atrativos o fato de que os investidores pessoas
físicas têm seus rendimentos isentos de Imposto de Renda. Outro diferencial é o fato
de as LCAs emitidas a partir de 23 de maio de 2013 terem cobertura do Fundo
Garantidor de Crédito (FGC) até o limite estabelecido pelo Fundo para recursos
numa mesma instituição. O prazo mínimo varia de acordo com o indexador que
possui. Para a Taxa DI é de 90 dias.
Na B3, para registrar a LCA, a instituição financeira emissora deve fazer o devido
registro do lastro, sendo a responsabilidade pela gestão e suficiência dos lastros do
emissor do título.
O benefício desse do rol de títulos disponíveis para lastro de LCA contribui para o
desenvolvimento desse mercado.
Não há investimento mínimo, porém a maior parte dos CRIs possui valor unitário de
R$300.000,00.
Os CRIs podem ter por remuneração por taxa de juro prefixada; ou uma das
seguintes remunerações, ajustada para mais ou para menos, por taxa fixa:
• identificação do devedor;
• valor nominal de cada crédito que lastreie a emissão;
• identificação dos títulos emitidos; e
• indicação de outras garantias dos títulos, quando houver.
É comum que seja instituído o regime fiduciário, ou seja, os recebíveis: (i) são
separados do patrimônio da securitizadora e destinados exclusivamente à
liquidação dos CRIs, bem como ao pagamento dos respectivos custos de
administração e de obrigações fiscais; (ii) estão isentos de qualquer ação ou
execução pelos credores da securitizadora; e (iii) só responderão pelas obrigações
inerentes aos CRIs. Desta forma, a securitizadora não pode utilizar tais recebíveis
para outras finalidades que não as acima destacadas.
As pessoas jurídicas que investirem no papel, por sua vez, estão sujeitas às mesmas
regras de tributação definidas para títulos de renda fixa, com alíquota regressiva e
recolhimento direto na fonte. Criados em 2004, pela Lei 11.076, os CRAs não
contam com a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito.
Art. 7º Os CRA ofertados a investidores que não sejam considerados qualificados devem
cumulativamente:
I – contar com retenção substancial de riscos e benefícios do cedente ou de terceiros,
conforme definição disposta nas normas contábeis emitidas pela CVM para as companhias
abertas, salvo se o CRA estiver vinculado à dívida de responsabilidade de um único devedor
ou devedores sob controle comum;
II – ser constituídos por créditos considerados como performados no momento da cessão ou
subscrição pela companhia securitizadora;
III – possuir devedores ou coobrigados com exposição máxima de 20% (vinte por cento) do
valor da emissão, salvo se o devedor ou coobrigado for: a) companhia aberta; ou b)
instituição financeira ou equiparada; e
IV – ser constituídos por direitos creditórios cedidos por um único cedente ou cedentes sob
controle comum.
§ 1º A retenção de riscos referida no inciso I pode ocorrer, dentre outros, por meio da
emissão, para o cedente ou terceiros, de certificados de classe subordinada ou,
ainda, da assunção de coobrigação ou contratação de seguro.
§ 2º Por créditos performados referidos no inciso II entende-se aqueles em que o
produto objeto da compra ou venda já tenha sido entregue ou em que a prestação
de serviço já tenha ocorrido.
§ 3º Equiparam-se aos créditos performados os títulos de dívidas vinculados à
emissão, desde que os pagamentos devidos não estejam condicionados a qualquer
evento futuro.
§ 4º Para efeito do disposto no inciso III, equiparam-se ao devedor ou coobrigado o
seu acionista controlador, as sociedades por eles direta ou indiretamente
controladas, suas coligadas e sociedades sob controle comum.
§ 5º Somente os certificados que atendam ao disposto neste artigo na data de
registro da oferta podem ser adquiridos em mercados regulamentados de valores
mobiliários por investidores considerados não qualificados.
§ 6º Nos casos em que houver o cumprimento da obrigação de retenção de risco
por meio de coobrigação do cedente, nos termos do inciso I, não se aplica o limite
de exposição por coobrigado de 20% (vinte por cento) do valor da emissão.
A Oferta Pública a investidores não qualificados era vedada, mas a CVM colocou
condições em que o risco cai demais, como usar apenas créditos performados.
Um grande trader de commodities agrícolas (Louis Dreyfus - LD, por exemplo) tem
um grande número de produtores associados. Em vez de financiar diretamente
esses produtores ele faz um contrato de compra de produtos agrícolas para a
próxima safra. Uma promessa, por exemplo, de compra de R$ 100 milhões em sacas
de soja (pode ser em quantidade também).
O mundo real é mais complexo e tem contratos mais detalhados (além de que a
formação de preço dos CRA´s é feita pelo mercado), mas o modelo é
basicamente esse.
III - na fonte e na declaração de ajuste anual das pessoas físicas, os rendimentos distribuídos
pelos Fundos de Investimento Imobiliário e pelos Fundos de Investimento nas Cadeias
Produtivas Agroindustriais (Fiagro) cujas cotas sejam admitidas à negociação
exclusivamente em bolsas de valores ou no mercado de balcão organizado.
b) as notas comerciais.
c) as cédulas de debêntures.
d) os contratos derivativos.
III. O estatuto social não pode estabelecer limitação ao número de votos de cada
acionista nas deliberações da assembleia geral.
a) III e V.
b) IV e V.
c) I e II.
d) I e III.
e) II e IV.
b) Caso existam diferentes classes de ações preferenciais, elas não podem diferir
quanto à prioridade no recebimento de dividendos.
c) As ações preferenciais, caso não sejam distribuídos dividendos por três exercícios
consecutivos, conferem direito de voto a seus titulares.
A respeito da disciplina jurídica das sociedades por ações, julgue o item que se
segue.
Certo
Errado
b) dívida de médio e longo prazos, emitidos por sociedades anônimas, sem que
seja prevista a devolução compulsória de principal de rendimentos.
e) propriedade sobre as sociedades anônimas, com prazo mínimo de 360 dias para
sociedades anônimas de capital aberto, remunerados a taxas prefixadas.
a) de até 12 meses.
b) indeterminado.
c) de até 24 meses.
d) de até 36 meses.
e) de até 48 meses.
d) quirografárias.
e) subquirografárias.
Os juros sobre o capital próprio pagos pela companhia aos debenturistas têm,
segundo a jurisprudência dominante, a natureza jurídica de dividendos.
Certo
Errado
Tendo em vista que estudos do Banco Central do Brasil, com base em dados da
Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais
(ANBIMA), revelaram que, em 2017, as 277 empresas brasileiras que obtiveram
recursos no mercado de capitais tiveram custos menores que aquelas que se
financiaram por meio dos canais tradicionais de crédito bancário, julgue o próximo
item, relativo aos instrumentos de captação de recursos disponíveis no mercado
de crédito e no mercado de capitais para as empresas brasileiras.
Uma companhia de capital aberto pode captar recursos por meio de debêntures
— títulos de longo prazo, conversíveis ou não em ações, que podem oferecer aos
seus investidores as seguintes remunerações: juros, participação nos lucros e
prêmios de reembolso.
• Certo
• Errado
A) F – V – V – V – F.
B) V – F – V – V – V.
C) V – F – F – V – V.
D) F – V – V – F – F.
E) F – V – F – F – V.
A) Debêntures.
B) Letra de Câmbio.
A) Caderneta de poupança.
A) os bônus de subscrição.
B) as notas promissórias.
C) as letras hipotecárias.
D) as cédulas de crédito.
E) as debêntures.
19. Ano: 2019 Banca: CONSULPLAN Órgão: TJ-MG Prova: CONSULPLAN - 2019 - TJ-
MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção
atuação criou o Certificado de Recebíveis Imobiliários – CRI em seu art. 6º. Quanto
às características do Certificado de Recebíveis Imobiliários, assinale a correta.
20. Ano: 2023 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-DFT Prova: CESPE / CEBRASPE -
2023 - TJ-DFT - Juiz de Direito Substituto
b) as notas comerciais.
c) as cédulas de debêntures.
d) os contratos derivativos.
Questão direta.
Conforme definido, em sentido amplo, pela Lei 6.385/76, são valores mobiliários:
GABARITO: LETRA A
III. O estatuto social não pode estabelecer limitação ao número de votos de cada
acionista nas deliberações da assembleia geral.
a) III e V.
b) IV e V.
c) I e II.
d) I e III.
e) II e IV.
Itens comentados:
II. Certo. O limite para emissão de ações preferenciais é de 50% do capital social.
Segundo a Lei 6.404/76:
Art. 15. As ações, conforme a natureza dos direitos ou vantagens que confiram a
seus titulares, são ordinárias, preferenciais, ou de fruição.
III. Errado. Este item é complementar ao nosso estudo. Como sabemos, as ações
ordinárias possuem direito de voto (1 ação vale 1 voto). No entanto, pode ser
prevista limitação ao número de votos de cada acionista. Segundo a Lei 6.404/76:
Art. 110. A cada ação ordinária corresponde 1 (um) voto nas deliberações da
assembleia geral.
IV. Certo. O voto a distância é uma dos direitos dos acionistas das companhias
abertas. Ou seja, eles não precisam comparecer fisicamente à Assembleia para
exercer o direito de voto. Segundo a Lei 6.404/76:
V. Errado. O acionista inadimplente (aquele que não cumpre com seus deveres,
como integralizar o valor referente à aquisição da ação) pode ter seus direitos
suspensos pela assembleia geral. Segundo a Lei 6.404/76:
GABARITO: LETRA E
Comentando as alternativas:
d) Correto. Como vimos, para que sejam emitidas, as ações preferenciais precisam
oferecer ao menos uma das seguintes preferências:
GABARITO: LETRA D
Comentando as alternativas:
a) Errado. O direito a voto nas ações preferenciais é possível. O que ocorre é que
ele é limitado, mas pode se tornar integral no caso de não distribuição de
dividendos por 3 exercícios consecutivos.
GABARITO: LETRA B
b) Caso existam diferentes classes de ações preferenciais, elas não podem diferir
quanto à prioridade no recebimento de dividendos.
c) As ações preferenciais, caso não sejam distribuídos dividendos por três exercícios
consecutivos, conferem direito de voto a seus titulares.
Como foi salientado, as ações preferenciais, caso não sejam distribuídos dividendos
por três exercícios consecutivos, conferem direito de voto a seus titulares.
GABARITO: LETRA C
A respeito da disciplina jurídica das sociedades por ações, julgue o item que se
segue.
Certo
Errado
Questão capciosa.
GABARITO: ERRADO
b) dívida de médio e longo prazos, emitidos por sociedades anônimas, sem que
seja prevista a devolução compulsória de principal de rendimentos.
e) propriedade sobre as sociedades anônimas, com prazo mínimo de 360 dias para
sociedades anônimas de capital aberto, remunerados a taxas prefixadas.
c) Certo.
GABARITO: LETRA C
a) de até 12 meses.
b) indeterminado.
c) de até 24 meses.
d) de até 36 meses.
e) de até 48 meses.
Questão direta.
GABARITO: LETRA B
Comentando as alternativas:
a) São títulos de dívida do emissor com prazo de vencimento que pode ser
indeterminado.
GABARITO: LETRA C
d) quirografárias.
e) subquirografárias.
Os juros sobre o capital próprio pagos pela companhia aos debenturistas têm,
segundo a jurisprudência dominante, a natureza jurídica de dividendos.
Certo
Errado
As companhias podem distribuir seus resultados aos acionistas de duas formas: via
dividendos ou juros sobre o capital próprio.
Os Juros sobre Capital Próprio (JSCP) devem ser calculados sobre as contas do
Patrimônio Líquido da pessoa jurídica, através da aplicação da variação da Taxa
de Juros em Longo Prazo (TJLP), divulgada trimestralmente pelo Banco Central do
Brasil, com observância ao limite de 50% do lucro do exercício antes da
contabilização dessa despesa ou do somatório dos lucros acumulados com
reservas de lucros.
O JSCP não possui a mesma natureza dos dividendos, o que torna a questão
incorreta. Sua natureza é de despesa financeira, e não de distribuição de lucros,
conforme decisão citada adiante:
2. O art. 3º, V, das Leis nºs 10.637/2002 e 10.833/2003, em sua redação original,
permitiam o aproveitamento de créditos de PIS/PASEP e de COFINS calculados
em relação a despesas financeiras decorrentes de empréstimos, financiamentos
(contratos de mútuo).
5. A criação dos JCP teve por objetivo estimular que as matrizes estrangeiras
deixassem de aportar o volátil - "capital emprestado" - para aportar valores
diretamente no capital social - "capital de risco". Ou seja, a criação dos JCP se
deu justamente para fazer oposição aos tradicionais contratos de mútuo entre
matrizes estrangeiras e filiais brasileiras, reforçando a entrada de recursos através
dos contratos sociais e substituindo as taxas de juros arbitradas pela matriz pelos
JCP fixados em lei. Portanto, não há como identificar o contrato social que dá
origem aos JCP com os contratos de mútuo que dão origem às demais taxas de
juros, pois na própria origem os institutos se opõem.
GABARITO: ERRADO
Questão direta.
GABARITO: LETRA C
Lei 6404 - Art. 58. A debênture poderá, conforme dispuser a escritura de emissão,
ter garantia real ou garantia flutuante, não gozar de preferência ou ser
subordinada aos demais credores da companhia.
GABARITO: LETRA E
Tendo em vista que estudos do Banco Central do Brasil, com base em dados da
Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais
(ANBIMA), revelaram que, em 2017, as 277 empresas brasileiras que obtiveram
recursos no mercado de capitais tiveram custos menores que aquelas que se
financiaram por meio dos canais tradicionais de crédito bancário, julgue o próximo
item, relativo aos instrumentos de captação de recursos disponíveis no mercado
de crédito e no mercado de capitais para as empresas brasileiras.
Uma companhia de capital aberto pode captar recursos por meio de debêntures
— títulos de longo prazo, conversíveis ou não em ações, que podem oferecer aos
seus investidores as seguintes remunerações: juros, participação nos lucros e
prêmios de reembolso.
• Certo
• Errado
A) F – V – V – V – F.
B) V – F – V – V – V.
C) V – F – F – V – V.
D) F – V – V – F – F.
E) F – V – F – F – V.
A primeira é falsa, pois a classificação do risco não GARANTE que não ocorrerá
inadimplência na operação de crédito, apenas indica se o risco é alto ou baixo.
A) Debêntures.
B) Letra de Câmbio.
Essa, ainda que não lembrássemos da definição de letra de câmbio, seria a única
opção, pois quem emite debêntures são as companhias, não as sociedades de
crédito. Letra do Tesouro é emitida pelo Tesouro, o CDB é uma relação bancária, e
CDI é interbancária. Opção B.
A) Caderneta de poupança.
A, B e C são títulos de renda fixa, com juros definidos na hora da compra, ainda
que tenham um indexador. Os contratos futuros de opções estão ligados a ações
que é mercado de renda variável. Opção D.
A) os bônus de subscrição.
B) as notas promissórias.
C) as letras hipotecárias.
D) as cédulas de crédito.
E) as debêntures.
Os bônus de subscrição são títulos negociáveis emitidos por sociedades por ações,
que conferem aos seus titulares, nas condições constantes do certificado, o direito
19. Ano: 2019 Banca: CONSULPLAN Órgão: TJ-MG Prova: CONSULPLAN - 2019 - TJ-
MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção
20. Ano: 2023 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-DFT Prova: CESPE / CEBRASPE -
2023 - TJ-DFT - Juiz de Direito Substituto
Gabarito: E
IV – valor nominal;
c) Lei 14..430/2022, art. 21, § 1º O Certificado de Recebíveis pode ser garantido por
aval, hipótese em que é vedado o seu cancelamento ou a sua concessão parcial.
e) Lei 14.430/2022, art. 20. Art. 20. Os Certificados de Recebíveis são títulos de
crédito nominativos, emitidos de forma escritural, de emissão exclusiva de
companhia securitizadora, de livre negociação, constituem promessa de
pagamento em dinheiro, preservada a possibilidade de dação em pagamento, e
são títulos executivos extrajudiciais.