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Marisa Cotta Mancini INVENTARIO DE AVALIACAO PEDIATRICA DE INCAPACIDADE (PEDI) MANUAL DA VERSAO EYES aa Wye). esau ea RS a) NOTA A ESTA EDICAO Os graficos, quadros e tabelas contidos nesta obra foram adaptados da versao criginal norte-americana de texto Pediatric Evaluation of Disability Inventary (PED!) - Development, Standardization and Administration Manual, de Stephen M. Heley et a/. PED! Research Group. Department of Rehabilitation Medicine. New England Medical Center Hospital, n. 75 K/R. Boston, MA. As informag6es disponibilizadas foram obtidas de avaliagoes realizadas com eriangas brasileiras. AGRADECIMENTOS A publicago da versao brasileira adaptada do Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PED!) 6 resultado de um longo processo de trabalho, tendo contado com a valiosa colaboragao e participacao de diversas cessoas ¢ instituigoes, as quais, estendo aqui os meus sinceros agradecimentos. Acs autores da verséo original norte-americana do teste PEDI, mais especificamente ao Dr. Stephen Haley @ & Dra, Wendy Coster, com os quais tive ‘© privilégio de trabalhar diretamente no meu programa de doutorado na Boston University (Estados Unidos). A Dra. Wendy Coster foi minha orientadora e quem me apresentou ao teste PEDI, naquela época recentemente publicado nos Estados Unidos (1993). Com o Dr. Stephen Haley aprendi os procedimentos de andlise Rasch, que foram utilizedos como metodologia para transformacéo dos escores brutes cbtidos por criangas brasileiras nos escores normative e continuo. Estes dois autores colaboraram ativamente no processo de tradugao e de adaptagao cultural do teste PEDI no Brasil. Diversos alunos dos cursos de graduagao em Terapia Ocupacional e em Fisioterapia da Universidade Federal de Minas Gerais contribulram diretamente neste proceso, desenvolvendo trabalhos de concluséo de curso relacionados a este projeto € participando na coleta dos dados normativos de criangas brasileiras. Dentre estes alunos os meus agradecimentos a Maria Fernanda, Gisele, Patricia, Gerusa, Geérgia, Louise, Silvana, Ana Carolina, Carolina, Vanessa, Nayara e, em especial, & Raquel e 2 Luciana, bolsistas dedicadas que participaram intensamente do desenvolvimento © finalizaco deste manuat. Gostatia ainda de agradecer a grande colaboragao de Scott Kirkwood pelo empenho no desenvolvimento de uma versdo eletrénica deste teste Este trabalha culminou com a elaboragao do mariual {versao brasileira) & dos formularios de escore. Estes produtos contaram também com a colaboragso. de diversos profissionais de Terapia Ocupacional, Fisioterapia e Fonoaudiologia de clinicas particulares da cidade de Belo Horizonte e das sequintes instituigdes: Associagdo Mineira de Reabilitagao (AMR), Nucleo Assistencial Caminhos para Jesus, Centro Geral de Reabilitacao (CGR) e Associagao de Amigos da Crianga Deficiente (AACD, Sao Paulo), que utilizaram a versao traduzida, fizeram comentarios cuidadosas revisées no contedido, apresentando sugestées para o aprimoramento da verso traduzida do formulario de escore. Os meus sinceros agradecimentos ‘20s colegas docentes dos Departamentos de Terapia Ocupacional e de Fisioterapia da UFMG, pela constante colaboracao, participagdo e confianga e, em especial, ao ‘Sérgio. pelo apoio e parceria durante todo este processo. Por fim, nao poderia deixar de registrar a minha gratid&o as seguintes instancias, instituig6es e agéncias que apoiaram o desenvolvimento deste trabalho através de fomento e bolsas de iniciagao cientifica, que foram fundamentais para ‘© cumprimento de todas as etapas € tarefas definidas no projeto inicial: Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnolégico (CNPq), Fundagao de Amparo & Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG). Pré-Reitoria de Pesquisa e Pro- Reitoria de Graduagao da UFMG. Lista de Figuras 1 Critério esquematico para ilustrar as diferentes pontuagées dos 2 itens das escalas de Assisténcia do Cuidador, do teste PED! 2 Desorigo geral para avaliagao dos itens das escales de 51 Assisténcia do Cuidador (PEDI): Independéncia Lista de Graficos 1 Evolugéo dos escores continuos obtids por Jilia nas 4reas de 178 autocuidado, mobilidade e fungao social (Habilidades Funcionais} 2 —_Evolugéo dos escores'continuos obtidos por Julia nas reas de 179 autocuidado, mobilidade e fungéo social (Assisténcia do Cuidador) 3 _Evolugao dos escores continuos obtides por Samuel nas areasde 183 autocuidado, mobilidade e fungao social (Habilidades Funcionais) 4 —_Evolugao dos escores continues obtides por Samuel nas dreasde 184 autocuidado, mobilidade e fungdo social (Assisténcia do Cuidador| Lista de Quadros 1 Contetido das escalas de habilidades funcionais do Inventério'de 19 Avaliagao Pediétrica de Incapacidade (PED!) 2 Contetido das escalas de assisténcia do cuidador e de 20 modificagdes do Inventrio de Avaliaggo Pedidtrica de Incapacidade (PED!) 3 Critérios gerais de pontuagao para as trés partes do Inventériode 22 Avaliagae Pediatrica de Incapacidade (PED!) Lista de Tabelas 1 Distripuigao de freqiéncia da amostre normative de criancas 34 brasileiras por grupo etério 2 Distribuiego de frequéncia da amostra normativa de criancas 34 brasileiras por idade e sexo 3 Distribuigéo de frequiéncia da amostra normativa de criancas 35 brasileiras segundo 6 nivel socioecondmico das familias 4 Distribuigéo de freqéncia da amostra normativa de criencas 36 brasileiras por local de realizagao da avaliagéo 5 dale em que 10/25/50/75/90 por cento das criangas adquiriram as Habilidades Funcionais de Autocuidado ad 6 —_Idade em que 10/25/50/75/90 por cento das criangas adquiriramas 39 Habilidades Funcionais de Mobilidade 7 Idade em que 10/25/50/75/90 por cento das criangas adquiriramas 42 Habilidades Funcionais de Fungao Social 8 Idade em que 10/25/50/75/90 por cento das criangas se tornam 44 independentes nos itens de Assisténcia do Cuidador 9 Escore Padronizado Normativo — Habilidades Funcionais 140 10 Escore Padronizado Normativo - Assisténcia do Cuidador 160 11 Escore Padronizado Continuo — Habilidades Funcionais 174 12 Escore Padronizado Continuo - Assisténcia do Cuidador 176 13 Evolugao dos escores padronizados continuos obtidos por Julia 178 nas areas de autocuidado, mobilidade e fungdo social (HF) 14 Evolugdo dos escores continuos obtidos por Jtilia nas areas de 179 autocuidado, mobilidade e fungao social (AC) 18 — Evolugdo dos escores continues obtides por Samuel nas areas de 183 autocuidado, mobilidade e fungao social (HF) 16 Evolugdo dos escores continuos obtidos porSamuel nas dreasde 189 autocuidado, mobilidade e fungao social (AC) Lista de Abreviaturas e Siglas AC - Autocuidado . ACAC - Assisténcia do Cuidadér - Autocuidado ACFS - Assisténcia do Cuidador - Fungao Social ACMO - Assisténcia do Cuidador - Mobilidade HE - Habilidades Funcionais HFAC - Habilidades Funcioneis de Autocuidado HFFS — - Habilidades Funcionais de Fungo Social HFMO - Habilidades Funcionais de Mobilidade ICF International Classification of Functioning, Disability & Health ICC = Coeficiente de Correlacao Intraclasse OMS = - Organizagao Mundial de Satide PED| —- Inventério de Avaliagao Pedidtrica de incapacidade UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais WHO - World Health Organization SUMARIO PREFACIO (TRADUCAO) PREFACE INTRODUGAO Capitulo 1 Tradugao e Adaptagao Cultural Capitulo 2 Amostra Normativa da Versao Brasileira Capitulo 3 Administragao do Teste PEDI Capitulo 4 Critérios para Pontuagao dos Itens do Teste PEDI Capitulo 5 Interpretagdo dos Escores do Teste PEDI Capitulo 6 Tabelas para Transformagao de Escores Capitulo 7 Casos Ilustrativos REFERENCIAS ANEXO 23 31 45 53 135 139 77 185 187 PREFACIO Este manual representa muitos anos de trabalho cuidadoso realizado pela Dra, Mancini € seus alunos, com 0 objetivo de trazer 0 PEDI para os profissionais de salide no Brasil. Embora o PEDI tenha sido traduzido para muitos idiomas diferentes, esta 6 a primeira vez que sao incorporadas revisdes nos itens para torné-los culturalmente adequados a0 futuros usuérios, Estes itens revisados foram escritos de tal forma a se assemelhar © maximo possivel dos itens originais e foram testados cientificamente antes de serem inclufdos. Dra. Mancini consultou os autores do PEDI durante todo o processo de desen- volvimento, de tal forma que os usudrios podem estar certos de que o resultado ¢ fiel a0 objetivo do PED! original. © PEDI foi desenvaivida em resposta & nossa crescente conscientizagdo de que, embore a habilidade de participar ativamente em atividades de vida diaria seja 0 principal objetivo para criangas portadoras de deficincias e suas familias, n3o havis quase nenhuma instrumentagdo que pudesse mensurar estes ganhos eficientemente. Os instrumentos existentes freqiientemente enfatizavam o fato de a crianga estar melhorando seu desem- penho nestas atividades pelo uso de métodos tipicos, em vez de focar na melhora do desfecho final, independentemente dos métodos utilizados. Na verdade, a capacidade funcional verdadeira das criangas era geralmente subestimada, e os resultados funcionais de intervengées nao podiam ser completamente avaliados. Considerando-se que a boa instrumentagao 6 0 primeiro passo no desenvolvimento de intervengao adequada, nos nos empenhamos em desenvolver uma forma de coletar informagao sobre o desem- penho tipica da crianga que pudesse revelar suas habilidades, e no s6 suas limitacdes, # reconhecesse ainda que atividades didrias so realizadas em um contexto social, com cuidadores que fornecem suporte e orientam 0 desempenho. Uma década sé passou desde sua primeira publicacdo e nds estamos satisteitos em saber que 0 PEDI tem ajudado a facilitar a mudanca na rea da sade, que deixou de se basear na documentagao dos diagnésticos e deficiéncias, para centrar no que acontece na vida didria, Esta mudanga esté enfatizada no modelo recente da Organizag3o Mundial de Sade, denominado Classificagao Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Satide -ICF- (2001), com énfase na participagdo e atividade, e reconhecimento de como ambiente pode tanto suportar como limitar a fungao. © PEDI nao examina todos os aspectos da atual ICF — mais claramente, ele néo tem uma segao de Participagéo — en- tretanto, ele fornece um bom inicio que pode ser suplementade por observagao clinica criteriosa e discussdes com os familiares. A finalizagao desta tradugao poderd apoiar a aplicagéo de um processo de avaliagdo centrado ha fungao em criangas brasileiras com deficiéncias, Apesar do conceito de fungdo envolver atividades comuns da vida diéria, ele ndo & um construto simples de se mensurar. Eu estimulo os novos usuarios do PED! a lerem este manual cuidadosamente, para que possam compreender os critérios utilizados para pontuar os itens, bem como o significado dos diferentes escores que podem ser obtidos Desta forma, vocés estardo bem preparados para fazer o melhor uso do PED! em sua pratica clinica, Esperamos que vocé, as familias e as criancas com quem trabalham se beneficiem deste instrumento Wendy 1 Coster, Ph.D. Professora, Boston Univers, USA ‘Autora do PED! ‘Tadupso de Marsa Cora Marcin) INTRODUGAO Este manual constitui a versao brasileira do Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI), cuja versao original norte-americana (HALEY et a/., 1992) foi publi- cada em 1992 (versao 1.0). O teste PED! é um instrumento de avaliagao infantil que informa sobre o desempenho funcional de criangas na faixa etéria entre 6 meses 7 anos e 6 meses de idade. Este teste pode ser utilizado com criangas de idade superior ao limite indicado, desde que o desempenho funcional das mesmas esteja dentro desta faixa etaria. Nestes casos, determinado tipo de escore transformado e disponibilizado por este teste (i.¢., escore padronizado normativo) nao deve ser utilizado. 0 teste PEDI foi desenvolvido com os propésitos de fornecer uma descricao detalhada do desempenho funcional da crianga, predizer seu desempenho futuro e documentar mudancas longitudinais no seu desempenho funcional. (KIRSHNER; GUYATT, 1985). As trés partes do teste informam sobre aspectos importantes da. funcionalidade da crianga no seu ambiente doméstico, incluindo as habilidades da crianga (Parte 1), a influéncia do cuidador (Parte lI) e as caracteristicas do ambiente fisico (Parte Ill), Além de adotar um foco no processo de avaliagdo infantil que ultra- passa a crianga e seus componentes de desempenho, os construtos de mensura¢3o que originaram as escalas deste teste foram definidos com base nas abordagens desenvolvimental, contextual/ambiental e em uma verséo adaptada (COSTER; HALEY, 1992) do modelo de disfungao proposto pela Organizacao Mundial de Satide (OMS, 1980). Juntos, estas abordagens e modelo resultaram em dois construtos de mensurago, a saber: 1) Capacidade/realizagdo de habilidades funcionais discretas, 2) Desempenho de atividades funcionais em resposta ao ambiente, que fundamentaram © desenvolvimento dos contetidos das escalas contidas nas partes referentes as Habilidades Funcionais (Parte 1) ¢ & Assisténcia do Cuidador e Modificacoes (Partes ile Ill) (COSTER: HALEY, 1992: HALEY et a/., 1992). Os itens deste teste foram influenciados pela Classificagao Internacional de Deficiéncia, Incapacidade e Limit- ¢80 Social (ICIDH), incluindo conteidos como autocuidado, mobilidade elocomogao, comunicagéo, comportamento, entre outros. A administragao do PEDI pode ser realizada através de métodos ou formatos 16]. yon oe mauach eodrca manacioe eo MAKUAL Dk VERBAO SHASILENA ADAPTADK diferentes, incluindo entrevista estruturada com os pais ou cuidadores da crianga, julgamento clinico de profissionais que esto familiarizados com ela e conhecem seu desempenho funcional em casa, ou ainda observagées da crianga no desempenho das atividades incluidas no teste, O tempo necessério para a finalizagdo da adminis- tracdo do teste esta diretamente relacionado com a familiaridade do administrador com 0 contetdo e com os critérios de administragao definidos para os itens das diferentes escalas. Um examinador que esteja bem familiarizado com os critérios, definidos neste manual e que opte pelo formato de administragao, utilizando 0 seu julgamento clinico, pode levar cerca de 30 a 40 minutos para finalizar o preenchi- mento do teste. No formato de entrevista estruturada com os pais ou cuidadores da crianga, este tempo pode se estender para 60 minutos ou mais. Contetido O PEDI consiste de um questionario estruturado que documenta o perfil funcional de criangas entre 6 meses e 7 anos e meio de idade, Este perfil funcional informa sobre o desempenho de habilidades da crianga (Parte |), sobre a independéncia ou quantidade de ajuda fornecida pelo cuidador (Parte Il) € sobre as modificagoes do ambiente fisico doméstico utilizadas na rotina didria da crianga (Parte Ill). Cada parte do teste disponibiliza informagdes sobre trés areas de fungdo: autocuidado, mobilidade e fungao social. A primeira parte do teste (Parte |) informa sobre as habilidades funcionais da crianga para realizar atividades e tarefas de seu cotidiano, nas trés areas de fungao: autocuidado (73 itens ou atividades funcionais), mobilidade (59 itens ou atividades funcionais) e fungao social (65 itens ou atividadles funcionais). Cada uma destas reas constitui uma escala funcional que, a0 serem administradas, fornecem um escore bruto total. Na escala de autocuidado, o desempenho da crianga € documentado nas seguintes tarefas: alimentagao (14 itens); higiene pessoal (14 itens); banho (10 itens); vestir (20 itens); uso do toalete (5 itens) e controle esfincteriano (10 itens) Os 59 itens de habilidades funcionais da escala de mobilidade so agrupados nas seguintes atividades: transferéncias (24 itens); locomogéio em ambiente interno (13 itens); |ocomogao em ambiente externo (12 itens) e uso de escadas (10 itens). Na escala de funcdo social, 0s 66 itens ou habilidades funcionais séo assim agrupados ‘compreensdo funcional (10 itens): expressao funcional (10 itens); resolugao de pro- bblemas (6 itens); brincar (15 itens); auto-informagao (6 itens); orientagso temporal (Bitens); participagao na rotina doméstica/comunidade (10 itens) e nogdes de auto- protegao (6 itens), Para cada item de Parte | deste teste, das trés escalas funcionais, 6 atribuido 0 escore 1 (um ponto), se a crianga for capaz de executar a atividade funcional, ou 0 escore 0 (zero ponto), se a crianga néo for capaz de executar a ativi- dade funcional. O escore total obtido em cada escala desta parte ¢ 0 resultado do somat6rio dos escores 1 pontuados pela crianga nas atividades incluidas em cada rronupto rea de fungdo. O Quadro 1 informa sobre os conteddos incluidos em cada escala da parte de habilidades funcionais. Quadro 1 - Contetido das escalas de habilidades funcionais do Inventario de Avaliagao Pedidtrica de Incapacidade (PED!) A Parte Il deste teste informa sobre a independéncia da crianga, que é inversa- Autocuidado Mobilidade Fungo Social Textura dos alimentos Trangferéncias no benheiro Compreanséo do signif cado das pelavras Uso de utensilios ‘ransteréncias de cadeiras/cadsire de rodas Compreensao de sen- tengas complexas Uso de recipientes para bebar Transteréncias no caro Uso funcional da comu- ricagao Higiene oral ‘Transteréncias no énibus ‘Complexidade da comu- nivagao expressiva Cuidados com os cabelos Mobilidede na cama/transferéncias Resolugao de problema Guidados com 0 nariz Transteréncias no chuveiro Jogo social interativo (adultos) Lavar as mos Lacomogao em ambiente interno: métodos Interagao com criangas de idade semelhante Lavar o-compe ea face Locomogao em ambiente interno: disténcia/velocidade Brincadeira com objetos Agasalho/vestimentas abertas na frente Locomogao em ambiente interno: arrasta/carrega objetos Auto‘informagso Fechos: Locamogéo em ambiente externa: métodas | Orientagao temporal Lacomogéo em ambiente externo: disténcia/ algas rotes doméstice Bs yelocidade Re Sepatosimeias Locomogéo em ambiente externo: superficies | Autoprotegao ‘Tarefas de toalete Subir escadas Fungo comunitaria Controle urinario Descer escadias Controle intestinal mente documentada pela quantidade de ajud fornecida pelo cuidador de referéncia na realizacao de 20 tarefas funcionais nas mesmas areas de autocuidado (8 itens); mobilidade (7 itens) e fungao social (6 itens). Desta forma, quanto mais ajuda a crianga receber de seu cuidador para realizar tarefas funcionais, menor seré a sua independéncia nestas tarefas. Nessa parte, 2 escala de autocuidado informa sobre a independéncia da crianga nas tarefas de alimentacao, higiene pessoal, vestir (parte superiar e inferior), uso do banheiro e controle esfincteriano (urinario e intestinal) A escala de mobilidade documenta a independéncia para realizar transferéncias varladas (isto é, no banheiro, no carro/énibus, na cama, no chuveiro). e para 19 20) {NYENTAMO DE AVAUAGAO PEDLATRICA DE MICAPAGIDADE (PEON MANUAL OA VERSAG BRASILGIAA ADAPTADA. locomogao em diversos ambientes (i.¢., ambientes internos, externos @ subir/ descer escadas}. A escala de fungéio social da Parte II informa sobre a indepen- déncia da crianga nas:seguintes tarefas: compreensdo de ordens e informagoes, expresso, resolucdo de problemas, brincar com outras criangas e nogoes de tempo e seguranga. O Quadro 2 informa sobre os contetidos incluidos em cada escala da parte de assisténcia do cuidador. Quadro 2 - Contedido das escalas de assisténcia do cuidador e de mot de Avaliagao Pediatrica de Incapacidade (PEDI) icacdes do Inventario Cada item desta parte é pontuado em uma escala ordinal, que varia do escore 5 Autocuidado Mobilidade, Fungo Social Alimentagao Transferéncias no banheirolcadeiras Compreensao funcional Higione pessoal Transteréncias no carro/énibus Expresso funcional Banho Mobilidade na cama/transteréncias Resolugao de problemas em parceria Vestir parte superior | Transferéncias no chuveiro Brincar com companheiro Vestir—parte inferior | Locomogao em ambiente interno Seguranga Banheiro Lecomagao em ambiente externa Controle urinario Escadas Controle intestinal (cinco), se a crianga desempenhar a tarefa de forma independente, sem qualquer ajuda ou assisténcia do cuidador, ao escore 0 (zero), se a crianga necessitar de assisténcia total do seu cuidador, sendo completamente depandente no desempenho da tarefa funcional. Escores intermedidrios descrevem quantidades variadas de ajuda fornecida pelo cuidador, tais como supervisdo (escore 4), assisténcia minima (escore 3), assisténcia moderada (escore 2) ou assisténcia maxima (escore 1) A Figura 1 apresenta uma ilustragao esquemética geral sobre as diferengas entre as pontuagées dos itens nesta parte do teste. Para a administragao das escalas da Parte Il é necessario conhecer os critérios definidos para pontuagéo de cada item (Capitulo 4). Escala de Assisténcia do Cuidador (3) (2) (1) (0) (5) Assisténcia Assisténcia Assisténcia Assisténcia | Independente Minima Moderada Maxima Total (4) Superviséo Pouca 50% Muita Assisténcia Assisténcia Cuidador Cuidador Figura 1 - Critério esquematico para ilustrar as diferentes pontuagoes dos itens das. escalas de Assisténcia do Cuidador, do teste PEDI. A terceira parte do teste PED!| documenta as modificagées do ambiente utilizadas pela crianga no desempenho das tarefas de autocuidado, mobilidade e fungao social. Nessa Parte Ill, as modificagdes do ambiente sao documentadas na forma de freqiéncia, em escala nominal que inclui quatro categorias distintas: nenhuma, centrada na crianga, de reabilitagdo ou extensiva. Essa terceira parte do teste ndo se caracteriza como uma escala quantitativa, uma vez que as modificagées nao so pontuadas com escores. O Quadro 3 informa sobre os critérios gerais de pontuagao para as trés partes do teste PED! 21 (22) veNrinio oe Avatagho PeDIATHA DE INGAPACIOADE (PED MANUAL DA VERSAC BRASILEINA ADAPTADA Quadro 3 - Critérios gerais de pontuagao para as trés partes do Inventario de Avaliagao Pedidtrica de Incapacidade (PED!) Parte | Parte Il «| Parte it Habilidades Funcionais Assisténcia do Cuidador Modificacé 187 itens de habilidades 20 atividades funcionais com-. | 20 atividades funcionais com- funcionais plexas plexas Autocuidado, Mobilidade, ‘Autocuidado, Mobilidade, Autocuidedo, Mobilidade, Fungao Social Fungo Social Fungo Social 0 = incapaz ou limitado na capacidade de executar o item na maioria das situagoes independent N= nenhuma modificagae (C= moditicagao centrada na criangs (nao especializada) 1 = capaz de executaro item na maioria das situagdes, ou 0 item ja foi previamente R = equipamento de reabili- tagao 1 = assisténcia maxima 5 conquistado e as habilidades £ = moditicagées extensivas funcionais progrediram alam 0 = assisténcia total deste:nival CAPITULO 1 TRADUGAO E ADAPTAGAO CULTURAL O alto custo financeiro e humano envolvido no desenvolvimento de instrumentos de avaliagdo tem criado uma necessidade de se otimizar este proceso. Além disso, © desenvolvimento de testes que apresentem solidez tedérica e metodolégica demanda um esforgo de grupo, onde competéncias diferentes sdo necessérias para a concretizacdo deste objetivo. Em acréscimo, a disponibilizagao de diferentes instrumentos que informem sobre o mesmo fenémeno pode dificultar a comparagao de resultados apresentados por diversas investigag6es clentificas, restringindo assim a possibilidade de sintese de evidéncias. Por estas raz6es, a utilizagao ampliada de instrumentos jé estabelecidos e consolidados na literatura pode se tornar uma estra- tégia interessante a tradicional busca pelo desenvolvimento de novos instrumentos que mensurem os mesmos fenémenos. Neste contexto, a pesquisa cross-cuftural tem despertado o interesse de diversos grupos ¢ estimulado a colaboracao internacional. Este tipo de investigacao é especialmente conduzido por individuos ou grupos que desenvolvem instrumentos de avaliagao capazes de mensurar fenémenos comuns a diferentes meios culturais, bem como por aqueles que conduzem estudos compa- rativos entre grupos ou populagées de diferentes culturas (Touw-Otten; Meadows, 1996; Guillemin; Bombardier; Beaton, 1993). 7 Ao se optar pela utilizagao de um instrumento em uma cultura diferente daquela na qual ele foi desenvolvide, alguns cuidados devem ser tomados visando a ave- liagao da pertinéncia e adequagdo ao novo meio cultural da estrutura, contetido € normas ou referéncias disponibllizadas pelo teste. Possiveis inadequagdes de um teste a um grupo cultural diferenciado podem resultar de problemas de tradugao, falta de relevancia de conteddos de determinados itens e/ou escores normativos inapropriados as caracteristicas tipicas encontradas na referida cultura. A literatura sobre adaptacao cross-cultural de instrumentagao originou-se a partir da constatagao de que a traducdo literal e direta do conteUdo de testes do tipo questionérios nao 4) wean oe avaungho pura oc WeAPAOADE EON | MANUAL on VensAe SRASILENA ADAPIADA era suficiente para disponibilizar uma verséo valida. Consequentemente, normas € orientagdes para adaptaco cross-cultural de testes foram desenvolvidas para nortear este tipo de procedimento. Estas normas foram desenvolvidas pelo Grupo de Pesquisa Européia sobre Desfechos em Saude (ERGHO), e autores canadenses definiram procedimentos para sua implementagao (Guillemin; Bombardier; Beaton, 1993). Estes critérios incluem equivaléncia de conteuido, equivaléncia seménti- ca, equivaléncia técnica, e equivaléncia conceitual. Equivaléncia de conteudo se refere a investigagao da relevancia do contetido de cada item de uma escala para a realidade de determinada cultura. Equivaléncia seméntica é uma caracteristica do proceso de tradugao no qual deve ser atribuida énfase a manutengéo da esséncia do contetido abordado, em lugar da tradugo direta das palavras de cada item do teste. Equivaléncia técnica de um instrumento que foi adaptado para outra cultura inclui a comparagao deste instrumento com outros métodos locais semelhantes, que informem sobre o mesmo fendmeno. Por fim, equivaléncia conceitual é a inves- tigagao da consisténcia de mensuracao do fenémeno (i.¢., conceito) em diferentes culturas, e também a avaliagSo da forma como o referido fendmeno é organizado € ‘expresso por individuos de realidades culturais distintas. Para implementago dos critérios descritos acima, alguns procedimentos foram definidos na literatura (Guillemin; Bombardier; Beaton, 1993). No que se refere 8 tradugao do instrumento, os procedimentos incluem a utilizagao de tradutores qualificados, ou seja, pessoas naturais de paises que utilizam o mesmo idioma da verso original e que estejam familiarizadas com 0 contetido e conceitos abordados no teste, bem como pessoas que ndo tenham esta familiaridade. Os procedimentos de tradugao devem ser realizados por pelo menos dois tradutores, de forma inde- pendente, Apés a tradugao para a lingua estrangeira, recomenda-se a retrotraducao para 0 idioma original de cada versdo traduzida, realizadas de forma independente, preferencialmente por pessoas que ndo tenham conhecimento da versao inicial, visando assim minimizar erros e tendéncias, O& procedimentos recomendam ainda a formagéo de um comité revisor constituido por equipe muitidisciplinar, cuja respon- sabilidade esteja direcionada para a avaliagao e comparacao das vers6es traduzida e de retrotradugao e indicagao de itens e contetidos que devem ser modificados. Para sistematizacao destas agdes, recomenda-se que os membros do comité utilizem técnicas e procedimentos padronizados e previamente definidos. Este comité deve se responsabilizar ainda pela avaliagao das diferentes equivaléncias citadas ante- riormente. Estes critérios e respectivos procedimentos de adaptagdo cross-cultural definidos na literatura (Berry; Poortinga; Segall; Dasen, 1992; Guillemin; Bombardier; Beaton, 1993; Herdman; Rushby: Badia, 1997) séo, muitas vezes, inadequadamente denominados de “validagéo brasileira” de teste estrangeiro (Mancini, 2004). Apés concluidos os procedimentos de tradugo ¢ adaptacSo conceitual do instrumento, é recomendado que seja realizado um teste piloto da versao traduzida Este passo consiste na aplicagao do teste em uma determinada populagdo, visando a avaliagao final da pertinéncia da versao traduzida, pelos proprios interessados elou usudrios (isto é, cliente e terapeuta ou outro profissional da satide). Embora evo ‘Aa AOAMAGAG CT. 08 procedimentos citados anteriormente referentes aos passos de tradugao e de adaptagao cultural de instrumentos sejam geralmente suficientes para a maioria dos testes aplicados em individuos adultos e idosos, no que tange aos instrumentos de avaliagao do desenvolvimento infantil, existe uma outra etapa que deve ser consi- derada, Esta etapa refere-se 2 avaliago da adequacao das normas do teste original para servirem de referéncia em outros meios culturais. Determinados fendmenos da salide podem manifestar-se de forma diferenciada em grupos com caracteristicas socioculturais distintas. Conseqdentemente, valores que servem de referéncia (i.¢., normas) em um contexto podem ndo ser adequados em outro, A necessidade de desenvolvimento de dados normativos locais é definida a partir de um estudo com- parativo entre criangas de diferentes paises. No caso de serem identificadas dife- rengas significativas entre grupos de criangas com desenvolvimento normal, existe a necessidade de se desenvolver normas locais que possam servir de parametro para se interpretar 0s resultados obtidos por um individuo em determinado teste (Mancini, 2004). Dados normativos so disponibilizades a partir de uma amostra de padronizagao, que geralmente esté incluida no proceso de desenvolvimento do teste. Para tanto, um grupo de examinadores é treinado nos procedimentos de administragdo do tes- te © 0 instrumento é aplicado em um grupo relativamente grande de criangas, que Seja representativo da populacao de referéncia (i.¢., criangas normais ou criangas portadoras de deticiéncias). Os dados coletados por este procedimento séo utilizados para gerar valores de referéncia ou tabelas normativas, que poderdo ser utilizados na aplicagao do teste em situacéo clinica. Informacées descritivas sobre a amostra de padronizagao, bem como os valores normativos disponibilizados por esta amostra ‘S40 geralmente encontrados no manual do teste. Desenvolvimento da Versao Traduzida e Adaptada do Teste Funcional PEDI no Brasil O processo de traducao e de adaptagao cultural do teste norte-americano Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PED!) no Brasil seguiu os critérios e procedimentos descritos na literatura. Este proceso incluiu trés etapas: traducao do formulrio de escore, adaptagao cultural de partes do teste, desenvolvimento de normas brasileiras. Cada uma destas etapas ser§ descrita a seguir. Este processo foi desenvalvido durante um perfodo de seis anos, e contou com a colaboragao dos autores do teste original norte-americano, de professores dos Departamentos'de Terapia Ocupacional € de Fisioterapia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com alunos voluntarios € bolsistas destes dois cursos, além de profissionais fisioterapeutas, ‘terapeutas ocupacionais e fonoaudidlogos que trabalham com criangas portadoras 26) twee oe naunho PEOATHEA 3 NCAPAEIOASE ED MANUAL Dk vEBSAO WAASILENA ADAPTADA de disturbios neuromotores. Este projeto de tradugao e adaptagao cultural do teste PEDI no Brasil contou também com financiamento da Pré-Reitoria de Pesquisa da UFMG (Projeto Recém-Doutor), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnologico (CNPq) (fomento e bolsistas de iniciagao cientifica), e da Fundacao de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPBMIG) (fomento e bolsistas de iniciacdo cientifica) Etapa 1: Tradugao do Formulario de Escore A tradugao dos itens de cada uma das seis escalas do formulério de escore do teste PEDI foi feita independentemente por dois tradutores. Um deles, tradutor juramentado, contratado para este fim; a outra, uma pessoa fluente no idioma inglés, que residiu nos Estados Unidos por um petiodo de 12 meses. Apds a finalizagao da tradugao deste formulério da lingua inglesa para 0 portugués, as duas versdes traduzidas foram comparadas e, a partir delas, foi elaborada uma versdo Unica, que mantivesse a coeréncia semantica e de conteddo em relagao versao original. Durante este processo de elaboragao de uma verséo traduzida Unica, os autores do teste PEDI foram consultados diversas vezes, para esclarecimentos de varios termos. Em seguida, esta versio traduzida foi entregue a uma terceira pessoa, fluente na lingua inglesa, que no tinha conhecimento sobre a existéncia do teste PEDI, € foi solicitado que esta pessoa fizesse uma retrotradugao da versdo em portugués para o inglés, Apés a conclusdo da retrotradugo, as duas versdes do formulario em inglés (ie., original e retrotradugao) foram comparadas em relagéo 4 equivaléncia de conteUdo e semantica. A anélise comparativa das duas versoes traduzidas para © portugués e das duas versées em inglés foi feita pela coordenadora do projeto de tradugdo e adaptaco cultural do teste PEDI. Contou também com a colaboracao direta de professores e alunos bolsistas dos Departamentos de Terapia Ocupacional e de Fisioterapia da UFMG, bem como de terapeutas que atuam na clinica em neuropediatria. Durante os procedimentos de tradugéo, foram identificadas partes especificas do teste que provavelmente necessitariam de adaptagao cultural, Etapa 2: Adaptagao Cultural do Formuladrio de Escore Apés concluides os procedimentos de traducao do formulério de escore do teste PEDI, foi elaborada uma versao Unica em portugués, a partir de duas versdes traduzidas, que foram realizadas por tradutores distintos. Esta verso foi entéo coemu rwowtorsnrugidaarumn |27 disponibilizada para profissionais de fisioterapia e de terapia ocupacional que trabalham em consultérios particulares na cidade de Belo Horizonte, bem como nas seguintes instituig6es: Associagao Mineira de Reabilitagao (AMR, Belo Horizonte, MG), Associagao de Amigos da Crianga Deficiente (AACD, Sao Paulo, SP) e Nucleo Assistencial Caminhos para Jesus (Belo Horizonte, MG). Estes profissionais foram treinados na aplicagao do teste PED! solicitados a utilizar a versdo traduzida em sua pratica clinica. Durante a utilizagao, os mesmos deveriam identificar os itens e contetidos do teste que ndo se aplicavam a avaliagao da crianga brasileira, ou seja, aqueles conteddos cuja decumentagao fosse prejudicada pela falta ou limitada disponibilidade na cultura brasileira. Tal identificagao foi comunicada a coordenadora do projeto. A utilizagao da versio piloto do formuldrio traduzido indicou partes que nao esta- vam adequadas para a avaliagdo de crianga brasileira. Com base nesta informacao foi feita uma reviséo na versdo original do instrumento e foram propostas duas alteragdes. Estas alterag6es se realizaram na escala de mobilidade da Parte | do teste PEDI (Habilidades Funcionais) e foram transferidas para o contetido da escala de mobilidade da Parte Il (Assisténcia do Cuidador). Cuidados foram tomados para no se alterar a estrutura original da escala de mobilidade (i.e., numero de itens). A primeira adaptacdo cultural inciuiu 2 substituigéo dos itens referentes ao contetido transferéncias na banheira, por um novo grupo, desenvolvide por professores e alunos envolvidos no projeto, mantendo-se o mesmo némero de itens. Este novo conteddo foi criado para informar sobre transferéncias no chuveiro. Nao foi possivel considerar os itens que informavam sobre transferéncias na banheira durante o teste piloto, uma vez que o contetido dos mesmos especificava detalhes que ndo puderam ser avaliados, como por exemploe crianga fica sentada na beirada da banheira com os pés pendentes. Esta adaptacao foi identificada como necesséria porque as banheiras (do tipo construidas) no s4o encontradas com frequéncia nos banheiros dos domicilios brasileiros, sendo mais freqlente 0 uso do chuveiro para © banho, O formato de redagao do teste original foi mantido na elaboracao deste novo grupo de itens, A segunda adaptagao cultural realizada no contetdo do teste PEDI incluiu a elaboracao de um novo grupo de Itens alternative aquele referente a transferéncias no carro, que informasse sobre transferéncias no 6nibus. Esta adaptagao foi baseada na constatago de que seria impossivel avaliar 0 contetido deste grupo de itens, uma vez que grande parte da populagdo brasileira nao faz uso freqiiente de carro como meio de transporte. Entretanto, uma outra parcela da populagado utiliza o carro como meio de transporte e, para este grupo, os itens seriam adequados. Por este motivo, optou-se por acrescentar ym grupo alternativo de itens, ao invés de substituir um contetido existente por outro. Desta forma, a verséo brasileira adaptada do formu- lario de escore do teste PEDI inclui um grupo de itens que informa sobre wansfe- réncias no énibus e outro grupo de itens que informa sobre transferéncias no carro. Para néo alterar a estrutura final da escala de mobilidade, que inclui um total de 89 itens, 0 examinador deve optar por avaliar (ou pontuar) o grupo de itens referente @ 2o| esburotnen enemas trensferéncias no carro ou os itens sobre transferéncias no énibus, utilizando como ctitério de escolha aquele meio de transporte que for mais presente na rotina da erianga. Por fim, a equivaléncia de contedido destas adaptagdes culturais foi testa- da através da metodologia Rasch. Nesta fase, a unidimensionalidade da escala de mobilidade das Partes | (Habilidades Funcionais) e Il (Assisténcia do Cuidador) foi testada por meio de anélises Rasch, utilizando o software WINSTEPS"®. As andlises de cada escala foram realizadas incluindo-se os itens do grupo transferéncias no carro, é novamente com os itens do grupo transferéncias no Onibus, mantendo- ‘se sempre 0 ndmero original de itens das escalas (n = 69 na Parte |, en = 07 na Parte Il). Em seguida, a complexidade relativa dos itens de tansferéncias no carro € de transferéncias no dnibus foi comparada através dos resultados das andlises, revelando equivaléncia no nivel de complexidade dos itens destes dois grupos, nas escalas de mobilidade. Etapa 3: Desenvolvimento de Normas Brasi Alguns fenémenos da satide podem manifestar-se de forma diferenciada em grupos com caracteristicas socioculturais distintas. Conseqiientemente, valores que servem de referéncia (i.e., normas) em um contexto podem nao ser adequados em outro. No que se refere & avaliagao infantil, normas disponibilizadas por testes estrangeiros podem nao ser adequadas para servir de referéncia na anlise e inter- pretagao de resultados provenientes de outras realidades socioculturais. Portanto, a importagao de testes padronizados deve acompanhar esforgos de traducéo, anélise da necessidade de adaptacao cultural e também de desenvolvimento de dados normativos, para a adequacéo cultural do contetido e informagao do teste. A necessidade do desenvolvimento de dados normativos locais 6 definida a partir de um estudo comparativo entre criangas de diferentes paises. No caso de sere identificadas diferengas significativas entre grupos de criangas com desenvolvi- mento normal, existe a necessidade de se desenvolver normas locais que possam servir de parémetro para se interpretar os resultados obtidos por um individuo em determinado teste (Mancini, 2004), A necessidade de normas brasileiras surgiu de dois estudos desenvolvidos no Departamento de Terapia Ocupacional da UFMG (Diniz; Pereira, 1999; Mancini etal., 2001). No primeiro estudo, o perfil de desempenho funcional de um grupo de criangas de Belo Horizonte, com desenvolvimento normal (n = 60)@ com idades entre 2.€ 4 anos, foi comparado com o desempenho de criancas da amostra normativa do teste PEDI (n = 184), com equivaléncia de sexo e idade entre os dois grupos. No segundo estudo, a mesma comparacao entre grupos foi realizada, porém a faixa etéria foi ampliada, incluindo-se criangas entre 2 e 7 anos e 6 meses de idade, Em ambos os estudos, os resultados revelaram diferengas significativas entre os dois catruat r TRADUGAO EADAPTAGAO CULTURAL grupos de criangas com desenvolvimento normal, nas diferentes escalas do teste PEDI. A partir destes resultados, as ciferencas observadas em diversos dominios do desempenho funcional documentados pelo teste PEDI entre criangas com desenvol- vimento normal provenientes do Brasil e dos Estados Unidos ilustraram 0 impacto da influéncia sociocultural nestes aspectos do desempenho infantil. Estes estudos setviram para avaliar a adequacao das normas norte-americanas como referéncia na avaliacao de criangas brasileiras. Os dados normativos que constitulram a amostra de padronizacdo brasileira foram obtidos de 276 criangas nascidas na Regido Metropolitana de Belo Horizonte O detalhamento sobre 0 processo de padronizagao, bem como as caracteristicas da amostra normativa brasileira estéo descritos no proxime capitulo 29 CAPITULO 2 AMOSTRA NORMATIVA DA VERSAO BRASILEIRA Aamostra normativa brasileira do teste PED! incluiu criancas com desenvolvimento normal nascidas na regiéo metropolitana de Belo Horizonte, totalizando 276 criangas de ambos os sexos e de diversas faixas etdrias. As criangas foram selecionadas de acordo com os seguintes critérios de inclusao: gravidez da mae e parto sem inter corréneias; criangas nascidas a termo com peso adequado para idade gestacional {sexo masculino = 3,250 g @ sexo feminino > 3.086 g; segundo Marcondes, 1978), sem ma-formagées, sem problemas genéticos ou ortopédicos; sem intercorréncias nos periodos pré, peri e pés-natal; sem problemas auditivos ou visuais, ¢ que ndo estivessem fazendo uso sisteméatico de medicago controlada, Estes critérios visa- ram garantir que a amostragem normativa incluisse criangas que apresentassem desenvolvimento normal nas diferentes faixas etdrias compreendidas pelo teste. A selecdo da amostra normativa foi feita de forma proposital e estratificada, buscando representatividade de ambos os sexos ¢ niveis socioeconémicos variados, em cada grupo etario. Foram definidos 14 grupos etérios compreendidos entre os limites definidos pelo teste (inferior: 6 meses; superior: 7 anos e 6 meses) Para garantir consisténcia na administragéo do teste PEDI, durante a avaliagéo das criangas da amostra normativa brasileira, quatro etapas precederam a coleta dos dados normativos: 1) Treinamento do pessoal envolvido na coleta dos dados normativos Houve um treinamento inicfal para todos os envolvidos na coleta de dados. Os examinadores (n = 12, incluindo professores. bolsistas e terapeutas voluntarios) foram submetidos a um estudo inicial detalhado do teste PEDI. Este estudo consis- tiu na definigdo e especificagdo dos critérios que seriam utilizados na avaliacao de cada item proposto nas seis escalas do PEDI. Esses critérios foram especificados 32. MVEMTARO ne avatngdo peBiwcs OE NEAPAEIOADE (PD) MANUALOA VERSAD BRASILEINA ADAPTADA no manual da versao original do teste (Haley et a/., 1992) e fornecidos por escrito a cada pessoa envolvida na coleta de dados deste projeto. O estudo desses critérios serviu como treinamento para aplicagdo do teste de maneira uniforme entre os 12 examinadores 2) Teste de confiabilidade entre examinadores envolvidos na coleta dos dados normativos Para a avaliagdo e documentagao da consisténcia de todos os examinadores na aplicagdo do teste PEDI em criangas brasileiras, os mesmos foram submetidos a um teste de confiabilidade. A confiabilidade entre examinadores refere-se 4 consisténcia de escores ou objetividade de avaliagdo, quando 0 teste é administrado por pessoas diferentes (Crocker; Algina, 1986). Apds a etapa de treinamento inicial dos critérios para aplicagao do teste, todos os examninadores foram comparados, ao utilizarem teste PED| em um mesmo grupo de criangas (n = 10), em um mesmo momento. Cada um dos examinadores pontuou cada crianca de forma independente e os escores abtidos por todos foram comparades quanto a consisténcia e concordancia. Duranteas etapas de treinamento e avaliagao da confiabilidade entre examinado- res foram usades projegées de fitas de video, com avaliagdes realizadas em criangas de diferentes faixas etérias, Os exeminadores assistiram &s gravagdes, marcaram as folhas de teste, entregaram os resultados e, posteriormente, as dividas na pontuacao de itens especificos foram discutidas, para esciarecimentos calculo do indice de confiabilidade entre examinadores foi feito através do coeficiente de correlagao intraclasse (ICC), que documenta a concordancia na pon- tuagao entre-examinadares, Um ICC de magnitude superior a 0,80 indica consistén- cia entre os dados. Os valores de ICC obtides entre os diversos examinadores, nas seis escaias do teste PEDI, variaram de 0,91 a 6,99, revelando grande consisténcia entre-examinadores 3) Teste de confiabilidade entre dois momentos de testagem (teste-reteste) Para se garantir bons indices de confiabilidade teste-reteste, ou seja, de estabili- dade dos escores durante um intervalo de tempo (Crocker; Algina, 1986), dez criangas testadas em fita de video (momento 1) foram novamente submetidas a aveliagao com 0 teste PEDI por um examinador, apds um intervalo de 10 dias (momento 2) As informagées obtidas nos dois momentos distintos de teste (momentos 1 € 2) foram comparadas através do teste de correlagao Pearson, obtendo-se indices de magnitude entre 0,89 e 0,98, nas diferentes escalas do teste PEDI cwuoe | vosteAnomvarvanavensiognasten | 33 4) Distribuigao do material de teste e coleta de dados normativos O material especifico do teste PEDI (formulario de teste} foi distribuido aos 12 examinadores, uma vez concluidas as etapas de treinamento e testagem da con- fiabilidade. A avaliacdo das criangas foi realizada nos domicilios residenciais, creches e escolas das redes piblica e privada da regido, tomando-se 0 cuidado para que a amostra- gem total tivesse uma representatividade de diferentes niveis sociseconémicos. Estes locais foram contactados para viabilizar 2 coleta de dados. Antes de iniciar a avaliagao, 0s pais ou responsaveis pela crianga foram informados sobre o objetivo da avaliagao e solicitados a ler ¢ assinar formulatio de consentimento permitindo a participagao voluntéria de seu(sua) filhota) na amostra normativa brasileira. Os procedimentos de coleta de dados, bem como o formulério de consentimento livre e esclarecido foram aprovados pelo Comité de Etica em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (COEP-UFMG] Apés a coleta dos dados normativos, as andlises realizadas foram divididas em duas etapas. As anélises da primeira etapa forneceram informagdes descritivas sobre @ amostra. Na segunda etapa, andlises estatisticas foram realizadas para avaliar algumas propriedades psicométricas do teste PEDI, quando aplicado em criangas brasileiras. Nesta etapa, realizaram-se andlises especificas, utilizando-se a metodologia Rasch A metodologia Rasch é um modelo probabilistico de anélise, conceitualmente derivado de uma abordagem teérica da area de psicometria, denominada Teoria de Resposta de Itens (tradugao de /tem Response Theory - IAT). Conforme pressupostes desta abordagem teérica, 0 contetido ou varidvel a ser mensurado deve representar um continue numérico, com propriedades equivelentes ao de um continuo de niime- ros reais (i.¢., origem fixa e unidade bésica constante, organizada numa sequéncia crescente) (Crocker: Algina, 1986), As unidades ou itens de um continuo numérico (.¢., escala) representam incrementos quantitativos do contetide ou variavel ava- liada organizados de forma unidimensional. Estas unidades informam ainda sobre diferentes niveis de dificuldade relativa dos itens e niveis de complexidade relativa de habilidades, Os resultados das andlises Rasch possibilitaram traduzir 0 escore total obtido pelas criangas em escores continuos, num intervalo de 0a 100. Oescore probabilistico de cada continuo ¢ denominada /ogit; quanto maior a magnitude do logit, maior & a complexidade relativa de itens e de individuos, no mesmo continuo unidimensional. Informagdes sobre a distribuigdo de frequéncia das criangas integrantes da amos- tra normativa brasileira nas variaveis grupo etério, sexo, nivel socioeconémico das familias ¢ local de realizagao das avaliagoes estao apresentadas a seguir. A Tabela 1 mostra a distribuigdo de freqdéncia da amostra normativa, nos 14 grupos etarios. 34 lnventanio be AvAUAGAG FEBURICA DE NcAPACOADE (P00) AERHUe A ENGR BRAG ADAPT Tabela 1 - Distribuigao de freqiéncia da amostra normativa de criancas brasileiras por grupo etario (n = 276) Idade* Freqiiéncia absoluta | Porcentagem(%) | Porcentagem acumulada 0,06 -0,11 7 62" 62 1,00— 1105 19 Ey 130 1081.11 20 72 2038 2,002.05 17 62 264 2.08-2.11 18 65 330 3.00-3,05 21 78 408 308-817 23 33 489 400-405 19 69 368 4084.11 9 69 27 500-505 2 76 703 506-611 2 76 79 600-605, 2 3 87.0 605-611 14 51 920 700=7.11 2 80 100.0 Total 276 100.0 * Tdade em anos (decimais indicam numero absoluto de meses) A selecao das criangas foi feita de forma estratificada, buscando-se manter um numero equivalente de crigngas de ambos os sexos. A Tabela 2 mostra a distribuigéo de frequéncia das criangas dos diferentes grupos etarios, segundo 0 sexo. Tabela 2 - Distribuigao de freqiiéncia da amo: normativa de criangas brasileiras por idade @ sexo (n = 276) (continua) dado Feminino Masculino Total a wl] on % 0,06 0,11 412] 10 588 7 1,00 1,05 10 s26| 9 474 19 1.06— 1,11 u 50/9 450 20 2,002.05 u er] 6 353 7 2,062.11 8 aaa] 10 55,8 18 300-305 12 s21| 9 ~ 429 2 306-311 W areal 12 622 23 4,00 —4,05 10 s26| 9 anh 19 amsranonaranivesiopuscin. [35 ‘Tabela 2 - Distribuicao de freqiiéncia da amostra normativa de criancas brasileiras por idade esexo (n = 276) {concluséo) Idade Masculino Total a wlan % 406-411 9 474| 10 52.6 19 5,005.05 a sri] 12 429 2 506-511 8 429| 12 571 2 600-608 14 seo] 11 44,0 25 606-611 6 aa| 3 7.1 14 7.00-7.11 u soo| 50.0 22 Total 198 500 | 138 80.0 276 Com relagao a distribuigdo dos participantes da amostra normativa segundo 0 nivel socioecondmico das familias, a Tabela 3 apresenta informagées de freqéncia absoluta, porcentagem e porcentagem acumulada. Conforme caracteristicas de distribuigéo socioeconémica da populagao brasileira, buscou-se maior representa- tividade das classes C e D, referentes aos niveis médio-baixo e balxo. Tabela 3 - Distribuigao de freqiiéncia da amostra normativa de criangas brasileiras segundo ‘o nivel socioeconémico das familias (n = 276) [Nivel (eategorias) | Freqiéncia absoluta | Porcentagem (%) | Porcentagem acumulada Al 7 04 a 2 2 a0 84 a a 143 233 @ 45 163 238 a aoa 737 Q @ 25 90.2 E 2 07 268 indefinido 8 34 700.0 Total 276 100.0 Categorias: Ai = muito alto, A2 = alto, 81 = mdio-alto, B2 = médio, C = médio- baixo, D = baixo; indefinido = nao fei possivel obter informacao. Finalmente, a Tabela 4 disponibiliza informagées de frequéncia absoluta, porcen- tagem e porcentagem acumulada da amostra normativa de criancas brasileiras por local de realizagao da avaliagao. 36| octeansrsseageemrn Tabola 4 - Distribuigao de freqiiéncia da amostra normativa de criangas brasileiras por local de realizagao da avaliagao Loca Porcentagem (%) | Porcentagem acumulada Casa 612 612 Creche 73 25.4 7.8 Escola Publica 10 36 12 Escola Particular 1 : 04 16 Outro 23 a4 1000 Total 76 100.0 Esta versio traduzida e adaptada do teste PEDI jé tem sido utilizada na pratica inica de profissionais de terapia ocupacional, fisioterapia ¢ foncaudiolagia de todo © pais, bem como em investigagées cientificas desenvolvidas no Brasil (Mancini etal., 2001; Allegretti; Mancini; Schwartzman, 2002; Mancini et a/., 20023; Mancini et al., 2002b; Mancini et a/., 2002c; Oliveira; Cordani, 2002; Mancini; Silva; Gongalves; Martins, 2003; Mancini era/., 2004a; Mancini et a/., 2004b). A seguir, as tabelas 5 a 8 apresentam informacées sobre as faixas etdrias nas quais 10%, 25%, 50%, 75% e 90% das criangas da amostra normativa brasileira re- alizaram os itens de cada uma das trés escalas de habilidades funcionais, ¢ também os itens das trés escalas da parte de assisténcia do culdador. Tabela 5 - Idade em que 10/25/50/75/90 por cento das criangas adquiriram as Habilidades Funcionais de Autocuidado {Continual ‘Alimentagio 310% [Sas [) 50% | >75% | >e0% LaaaiaaeaRem | sl mae al al wan roatnmumme™ | =| >| vais[ ten] aoas extio? ‘AVOSTRANCAMETVADA VERO HASLER Tabela 5 - Idade om que 10/25/50/75/90 por cento das criangas adquiriram as Habilidades Funcionais de Autocuidado ‘Continue ‘Higiene Pessoal 2am | 250% | >75% | >90% 15. permite escovagio dos dentes > o6o1t | 1.018 [L611 16. segura eacova de dentes 060.11 >| 1015 > fren 17-escova os dentes, porem sem ae eae “i =| ayes escovagao completa 18. escova complotamenteosdentes | 262.11| 35301] 4045 > | 8085) 19. coloca 6 ereme dental na escove vant | 262.11 > 40-45 20, mentém a cabega estével paraa ‘" . . escovagéo des dentes EERE | Ue 21. leva pente/escova a cabopa 60.11 > > >| 1018 22, escovaipentela os cabelas 282.11 365,11 23, desembaragaiparte eabelo 45411 707.1 24, permite que o narz sea impo > > > 2025 25, tena assoar 0 nara 1045 >| ten 4045 26. limpe o nara quando solictado > >| 16 | 20252620 77 limpa onarizsem presisarsersok | 16444] 2095] goas |eoenn oitado 28. impacassoaoraizsemsersoist | 5555] oor | aeair| eoss|sean tad 28 esiende 0 mos para que seam . — >| tats 30, estrega as maos para impélas 06011 >| 1018 > [neat 31. be @ fecha torneira 1.04.5 > >| 2025] 2095 32, lava completamente as mos ven | 2026] 26211] 3035] 3631 33. lava @ Seca as mos completamente >[ team | 26211 > [363.1 Banho 225% | >50% 90% 34, tenia lavar partes do corpo > >| 1018 20:25 35, lava completamente o compa 1018 >| 2025 >| 4045 36. pega osabaoisebonetee esponia(se | yo1e| 464.41 =| Sona eesan usage) 37. seca completamente 0 corpo 3035 >| 404s] 5055 38. lava e seca completamente 0 363i | 4045] 5055| 6065 Veto = ee | 525% | >s0% | >75%| sa0%. 30, ajuda 6 vestir as mangas da camisa 7 7 e estendendo os bragos ea ae 40a a arises, ves 6 aaah >| ors! ven qe Avante carisete. vests ovagess | 165451 2008] 262n| aoanl aoa tho (sem fecho) RP 38 vem De avauacho pout oc mcaPacoane reo) MANUAL OA VERSKO MRASIBA ADRPTADA Tabela 5 - Idade em que 10/25/50/75/90 por cento das criangas adquiriram as Habilidades Funcionais de Autocuidado (Conn S10% | 525% >75% | >90% 42. veto roe camises eberas na a rei] 2025] 3095| 6a1| 4045 1. vesie rere corises aberas na paera e 2025| 3035 2631] 4045] soss 2 ade com fechos 1046 >| en > | 2025 a5 abre e teche per oon] 1045 >| 2028 [sean aabreetechacoictetedepressio | 161i) 2025] aoas| >| S055 27 abe fecha botdes >] 2025| s60n| a045|4ean Sabectecorber eseusorctete | s5a5| aean| aean| soss|ronn #8 ude a vestr cals > >| econ > prenat 50 rai calgas eon >| ser] 2025 [262m Si. vaste alas com eldsico Lena >| 2e2n| >| seas 52 ret clgas, ebro fecho vein | 2028[ 9038| soa5| 5055 5D vesteo fecha calgos 2025| 30a8| sean | sean | 7070 rela melas sapatos > >| 0601 | wens] 2025 55, calgao sapato no pé ered >| sen >| a6an | aoas 36, clga melas 2025[ 262] 3085 | 3631 | 4045 57 alga a sapaio nope coreto 2025| 26an| seat] 4045 |4ean 38. amare cadargos asani| 566m | 66511 | 7207.0 375% | >90% 0. jude no manejo das roupas 16.14 >| 2025| = |[262n 0 tonta se nga > >| 2028 | 2621 [sean Gi. use. 0vas0 sanitrio >| 2028 3035] seat [sean 62 de com as roupas antes © depois de 7 . user 0 vaso senitério 2005) BeR1 bined 63. impa-se completamente >| s055| e085 8, visa quando wstd moneda 2035 2621 ee i= 6. avaa com fears necessidade ee Rares aes - >| 2025] >|262n 87. vel ao banheite sede para winer % 3035 28, contndnci durante de ea note > 5055 09, dea nacassdade desertrocada | 60.1 26211 70 ase xasoramenteresssige | yg >| 2028] >| 262.1 warmo2 9g AOSTA NOSMATIA OK ERSAO SEASRERK Tabela 5 - Idade em que 10/25/50/75/90 por cento das criancas adquiriram as Habilidades Funcionais de Autocuidado (Conctuséo) 225% | >50% | >75% | >90% 71, avisa com frequéncia necessidade de | seal aesai | epee: evacuar 72, sabe dating vonad de urhar a a eee Pa 73. nenhum acidente intestinal 2.025 > | 26211] 3035 Obs: Sinais de “maior que” (>) = mais criangas realizam o item que a porcentagem representada pela coluna Tabela 6 - Idade em que 10/25/50/75/90 por cento das criancas adquiriram as Habilidades Funcionais de Mobilidade (Gontinus) Transferéncias =i 350% | >75% | >90% 1. Senta no vaso Senitiio, se apoiada >| o6on| 101s >| 2025 2. senta no vaso seritério sem apaio >| 1045 2025| 3035 53. senta e levanta de panivotroninho >| 101s[ e111] 2025] 2627 4. senta¢ levanta do vaso sanitario Poe psi >| 20258) 2621 >| seas 5, sonia levanta do vase sanitério. sli ees] azas| ens] sega sem ajuda dos bragos | 6. Senta om eadeira, se apoiada = > >| oon] 1046 7. senta em cadeita sem apoio =[_iors[ 1etn| 2025] 2621 S.venta elevantadecadeirataxe | 060.11 >| tors [ te. | 2025 8. seria @levaria do cada de S| caer eer sil! eer 10. senta @ levanta do cadeira sem . pape 3035] 46411] 5055] oss Tia. movimenta-se dentro do carro > > >| oson| 1075 128, énita © 631 da carra com pouca a a 1048 2025| 26211] 3035 188, entra e sai do carro iors] 164n| 2620] sean] «ean ‘4a, mandja cinto de seguranga 26211] 3035[ 4045 >| 5055 15a. abre e fecha porta do caro 26211 s03a5| sean| 640) spas 11, sobeldesee banco do Gnibus >[ 2621] 36an >| seen 12b, moves 6 nibs en ov =| dean] sean | ee 40) earéme oe aauagAerenrmecn ve McAPACOAD (BH Tabela 6 - Idade em que 10/25/50/75/90 por cento das criangas adquiriram as Habilidades Funcionais de Mobilidade: 290% Romveencnre | Plc] mel te GUE LOA catoninEn gee 1.6-4,11 252.11 363,11 46411 ‘eee | 20H nha no chao. Beant er = ; parede ou adulto REO. TOS com dificuldade - RaIM aera aS : =e eet Lee ae | eres eee ee cairn? AVOSTR NORVATWA DA VERSLOBRASKERA Tabela 6 - Idade em que 10/25/50/75/90 por cento das criancas adquiriram as Habilidades Funcionais de Mobilidade (Conctséo) Locomogao aS 210% | >25% | >50% 90% 40. move-se por 16m > > 1841 41, moves por 15:30m 18411 42, move-se por 30-45m 060,11 So >| ten 43, move-se por mais de 45m com = 7 5 oe 60.11 1015 >| 164 444, move-se por mais de Sm sem dificuldade - = S| an 45, superlicies niveladas >| 960,11 > 46, superticies pouco acidentadas 0640.11 > = 47, superficies irregulares 60.17 = 48, sobe/desce rampasiinclinagses | 0.60711 > > 48, sobeldesce meio-fio > >| 1045 > 50. arcesta/engetinna pj cima 1-11 . al eel mene can degraus 1. arastafengatinha pi cima 12.16 aoe ae >| 06011 >| 1045] 16411 degraus 52. sobe de-pé parte dé um lance de 7 wl aan] se | Sean escade 52, sobe de pé um lance com cif- 5 i Ben > >| ners] ie] 2621 54, soba conjunto de lances sem >| veel ace | sees! see dificuldade 55, arcasta/engatinna p/ beixo 1-11 =| eon cors| eR degraus 56. arrasta/engatinna p/ balxo um | ance S. lange de escadas abet 04,5] 16411 57, desce de pé parte de um lance =| eee] qmeen | sea de escadas 58. dasce lance complato com . oon. =| ots. 164.1 Se a 10-15 >| 16111] 2025] 262,11 dificuldade Obs: Singis de “maior que" (>) - mais criangas realizam o item que a porcentagem representada pela coluna. 41 ‘42|_ garb oe aasagio peace ox icaraconoe (eo) WNANUAL OA veusho Gaasttena ROAPTAGA Tabela 7 - Idade om que 10/25/50/75/90 por cento das criangas adquiriram as Habilidades Funcionais de Funcao Social (Continua ‘Comunicagio 275% | >90% 1. ienta-se > | 060.11 2. responce 3 "n86 >| 16449 3. compraende 10 palavres| > >| tors] ern 4 entende relacionamentos 1045 > [164 >| 2025 5. entende tempo > >| 2025 464.11 6. compreande frases curtas >| 1018 > >| 1600 7 comendos de uma etape 060,11 >] tors] tern | 2026 & entende dregoee % >] _tors| teri] 2025 9. comandos de duas stapes 1045 So = 10, entande duas frases juntos >| eu > > 11, nomeie coisas 1015 >| enn 12, solctaaiguma agao 10-8 >| 160 13. fax perguntes > | enn >| 2026 14, descrove abjetas inn >| 2025 = 15. descreve os préprios sentimenios | 164.11| 2025] 3038| 3631 16. gesticula > 060.1 > 17, usa palavres isoladamante 060.11 >| 145 > 18, combine dvas pelovres > =| enn > 19, frases de 4/5 pelewras 16401 > > > 20. conta histérie simples * > 20-25 3.0-3.5 Interagéo Social 310% | 25% | >50% | >75% 21. mostra problemas >| 060.11 >| 164.01 22. pede ajuda imediatamente osoat| 1045 2028 23, tolera pequenas esperes 10-18 >| 262m] 4045 24, descrave problemas/sentimentos >| 2621] s0a5[ 4045 25, oa solugees 2e2ti| 3035] 4045 | 5055 26. consciéneiafnteresse (brincar] > > >| o6on1 27. nies brincadeira > >| eon | tenn 28, entende canceito de "vez" rein | 2025 26211[ 3038 28 imita adulto > 2025 > 30, sugere novas idéies neat >| 3035 31, pereabe 08 selegas > > > > 32. interage brevemente (orinear) > >| 0601 23 labora planos soit] 16811] 2025 ‘carta z Ava NORA DA VERSO ASA Tabela 7 - dade em que 10/25/50/75/90 por cento das criancas adquiriram as Habilidades Funcionais de Fungao Social “Interagao Social _ 25% | >50% | >75% | >90% Sabina cate gozs| 262m] 3038] sean] —aoas oe lesa >| zeani[ aoas| sean | S088 Tibia ncn =| tain | > | 2028] aaa 28. abrupa Sols = [teu 2ozs| 8038 a.ciral mannan | _=| eam | =| anes] epee ‘Casa/Comunidade 225% | >50%| >75%| >90% i fare inaio come Z| in| |_| eee idaroraoqule ~ | 2006| 262m a0as Snemmi timely zo25| gaan | amas 245 saiacoandets ees sean |= [asan Tort a temcacngtesserawen | agar] save] asa] anes) > aaa aes ee Triaretide sea ein | 26a | a03a] sean) asan 48.conceostereonissinges | 2028] 2621 zoas] S088 tatehinmchonies >| soes[ wean] >| soe Sacompion hari seas] s0ss| _eces| ean | Zenn wz senwotanrawtscori | vein] =| aeas] aean| sass BS. toryra iistettesdaicueler ds! 262,11 3.035 | 4.64.17 5.055] 7.0-7,11 Se Sones) sin] aoas| sesn| asan| 70 pax 3038] acan| soss| oss] 7071 lana shat non ooo Tas | ea = goa aco ealae was] a0as| sean] sean) eeaii tome dado com esvertos [3088] sean | aeant| sean] ron muaraewnannarene | asan| romm| =| >) ome ch. biracomiouantaencem | esa] tos] tea] >) casas 43 44 voutAMo OF AVALAGAO PDUATIICA DE WCAPACIOADE (E00 (MANUAL 08 vERSAO ORASIINA ADAPTADA Tabela 7 - Idade em que 10/25/50/75/90 por cento das criangas adquiriram as Habilidades Funcionais de Fungao Social (Conca) Sto] 225%] 250% | >75% | >90% 62, ccula por ambientes fariires > [sein >| 2028| 3035 3, segue agra esdoleres z02s| 262n| s03s| aoas| sean teem eee everett >| a0as| sean] x07] 2020 5, eaza transagies em es 3035| s085| 668i) >| 707m Tabela 8 - Idade em que 10/25/50/75/90 por cento das criangas se tornam independentes nos itens de Assisténcia do Cuidador Autocuidado ;. 210% 225% | >75% 90% A omentaga >| 2025 565m | 6065 B: iiene pessoal >| 404s >| om .banho aeani| 4045 seen | 7070 Divestr-paresuperordocerse | 262m | 3631 >| 5085 E vesir-paneinterordo corp | 262m] 363.1 > >| 505s F batheiro >| s0a5[ 4045] s055| 7070 .convole undo >| 2028] 26an >| 3085 controle intestinal >| 2035 >| zean| 3038 ih We ‘A transteréncias banheiroladeirs > >| 3035 &: vansferénciascaroinibus 3035 >| a0a5| sos8] 7070 © mobildade na camafransferéncies = >| 1018 > | 262m tansferéncias no chuveiro >[_1o18 | 2025 >| 26am E.jocomogio ambiente interna oom >| 1085) >| enn F locomogao ambiente externa >| 101s] 161] 2025] 26201 G.estadas zean| 3038 Fungao Social E 1A. compresnsto funcionel >| 101s | 2025 >| 26an B, expressto funcional Tea = >| 2025 | 4045 eect 2026| 2621| 4045 >| soss ©. brinear com companheiro oson| 2025| 26an| 005] sean E segurange 2025 >| a038 >| aean Obs: Sinais de “maior qu representada pela coluna ) mais criangas realizam o item que a porcentagem CAPITULO 3 ADMINISTRACAO DO TESTE PEDI O teste PED! é um questionario padronizado que pode ser administrado em trés formatos diferentes, Entretanto, para favorecer a consisténcia da informagao, deve-se priorizar um destes formatos, sendo que a utilizagdo de uma combinagao de métodos pode ser utilizada em situagdes especificas. Método de Avaliagao: Entrevista A administragao do teste PED! pode ser feita por meio de entrevista estrutu- rada com os pais ou cuidador da crianga, Neste formato, deve-se escolher como entrevistado aquele individuo que melhor puder informar sobre o desempenho tipico da crianga no ambiente doméstico. Uma vez que 0 objetivo do PED! é documentar © desempenho tipico da cringa em um determinado contexto (i.8., casa), torna- se importante que 0 entrevistado tenha tido oportunidades de observar a crianca no desempenho das diversas atividades e tarefas funcionais que fazem parte do contetido do teste, de preferéncia em diversas ocasides e situages da rotina didria, para que se possa ter como resultado de avaliacao um retrato mais preciso € adequado sobre aqueles aspectos verdadeiramente tipicos do repertério funcional da crianga. Neste formato de administracao, os entrevistados de escolha geral- mente inciuem pais, babas, empregados, vizinho ou parente proximo que conviva diariamente com a crianga. A administrago completa do teste PEDI através do método de entrevista tem duragao total de 45 2 60 minutos, mas dependendo da fluéncia e precisao com a qual o entrevistado disponibiliza as informagées, este tempo pode ser reduzido ou estendido. Da mesma forma, a familiaridade do entrevistador com todo 9 conteudo do teste PED! pode influenciar diretamente no tempo total de duragao da avaliagao. vtao scraasreaga ooresteren) [47 outro contexto como o ambiente residencial, Tal situagao nao caracteriza inconsis- téncia de informacées, mas sim ilustra o impacto direto que o contexto e as demandas do ambiente exercem sobre o desempenho funcional da crianga. Este impacto foi documentado na literatura utilizando-se o teste PED! (Haley; Coster; Binda- Sundberg, 1994) O PEDI pode ser preenchida por profissionais da reabilitagao por educadores que estejam familiarizados com o desempenho funcional da crianga. Este formato pode ser escolhido, por exemplo, no contexto de um centro de reabilitagao ou programa de educagao especial. Recomenda-se que o teste PED! seja administrado no periodo de admissdo da crianga e sucessivamente em intervalos espectficos, até momento da alta, para que se possa obter um perfil evolutivo da crianga durante operiodo de tratamento. Geralmente, pouicos profissionais sao capazes de informar com precisao sobre os diferentes aspectos do desempenho de crianga em miltiplos. contextos. Neste caso, torna-se necessério um grupo de pessoas para documentar, com preciso, o desempenho tipico da crianga em todas as areas compreendidas pelo PEDI. No caso de o PED! ser admnistrado por uma equipe de profissionais, sugere-se que cada profissional se responsabilize pelo contetido que Ihe seja mais familiar em relagao & sua atuagdo profissional. Nesta situagao, por exemplo, 0 terapeuta ocupacional se responsabilizaria pelos conteidos de autocuidado (nas trés partes do teste), 0 fisioterapeuta seria responsdvel pelos itens das escales de mobilidade 0 fonoaudidlogo juntamente com o psicélogo ou enfermeiro poderiam se responsabilizar pelo cantetido de funcao social. Tados estes contetidos devem ser avaliados considerando-se os critérios definidos para pontuagao de cada item, nesté manual (ver capitulo 4), Método de Avaliacdo: Observagao Direta A observagao direta da crianga no desempenho de atividades e tarefas incluidas no teste PED! pode ser um método altemativo de avaliagdo. Entretanto, alguns conteddos do PEDI podem restringir a avaliagao por observagao direta, por incluir situagdes nas quais a crianga pode se sentir intimidada com a presenga do avaliador (.e., uso do toalete, banho). Outros contetdos podem ser dificeis de serem avaliados por um examinador externo ao contexto familiar da crianga, por questées de falta de oportunidade para observagdo do desempenho funcional da crianca em situagdes reais, tals como: controles urinario ¢ intestinal, nogées de autoprotecdo, tarefas domésticas, resolucdo de problemas e fungao comunitaria. Por estes motivos, 0 formato de observagao direta na administragao do teste PED! pode ser combinado com um dos outros dois métodos citados anteriormente e, desta forma, a obser- vago direta seria o formato escolhido para alguns contetidos do teste, enquanto outros poderiam utilizar a entrevista estruturada com 0 cuidador ou 0 julgamento clinico de um profissional. 8) mwitan x avuughe enum oe mcracae ne Miata wens eascn ABAPTADA Contetido do teste: Administragao Este questionario contém trés partes distintas, sendo que cada uma delas adota um modelo diferenciado para pontuagdo dos itens. A Parte | tem o formato de lista de checagem (do inglés, checklist) e inclui trés escalas que informam sobre as capacidades presentes no repertério funcional da crianga para o desempenho de habilidades ou atividades especificas: autocuidado, mobilidade e fungao social. Os itens desta parte devem receber a pontuagao “1” quando a crianga for capaz de realizé-lo, ou quando este item ja tiver sido incorporado no repertorio da mesma, no caso de o desempenho ter acontecido em periodo anterior. Um exempio ilustrativo pode ser dado quando uma crianga com trés anos de idade receber pontuagéo “1” no item de niimero 12'da escala de habilidades funcionais de autocuidado (HFAC) que diz /evanta, com firmeza, copo sem tampa, usando as duas méos. Neste caso, 08 dois itens anteriores deste grupo (utllizagdo de recipientes de beber) também recebem pontuagao “1” (levanta copo para beber, mas pode derramar, segura mama- deira ou copo com bico ou canudo), por se referirem a competéncias que 4 crianca certamente [4 incorporou em seu repertério funcional, uma vez que no contexto desenvolvimental, elas aconteceram em tempo anterior quele no qual a crianga se encontra durante a administragdo do PEDI. Nesta mesma Parte | do teste PEDI, a crianga recebe a pontuacao de "0" quando ela for incapaz de realizar a habilidade ou atividade funcional especifica, ou quando esta corhpeténcia nao fizer parte de seu repertério funcional. Todos os itens de cada escala da Parte | devem ser pontuados. Cabe ressaltar que uma crianga que anda independentemente sem apoio deve receber pontuagao “1” no item de numero 25 da escala de habilidades funcionais de mobilidade (HFMO) que diz rola, pivoteia, arrasta, ou engatinha no cho mesmo que ela nao tenha engatinhado em periodo anterior do desenvolvimento, mas, como seu repertério de mobilidade inclui competéncias motoras mais complexas, ‘entende-se que tal capacidade ou competéncia equivalente tenha sido incorporada de alguma maneira em seu repertério de mobilidade. Este raciocinio deve ser feito com cautela na administragao dos itens do teste PEDI, de tal forma que nao seja dada uma pontuago especitica para um item, assumindo-se que a crianca tenha incorporado tal competéncia em seu repertério. Por exemplo, nos itens de higiene oral (HFAC) 6 perfeitamente possivel que uma crianca que recebe a pontuacao “1” (capaz) no item escova os dentes, porém sem escovacéo completa (item numero 17) receba pontuagao “0” (incapaz) no item de numero 19, coloca creme dental na escova. Na pontuagdo dos itens da Parte |, a capacidade da crianga para realizar as atividades funcionais ndo deve ser confundida com preferéncia ou concordancia Na verdade, o contetido avaliado nas trés escalas desta parte ¢ capacidade, ou seja, © quea crianga consegue realizar sem ajuda. Por exemplo, se uma crianga ndo gosta de determinados alimentos que tém uma certa textura, mas ¢ fisicamente capaz de ingerilos, ela recebe a pontuagao 1”. Da mesma forma, se uma crianga prefere ser carregada pelo cuidador em ambientes externos, mas tem a capacidade de andar sozinha, ela também recebe o escore "1". No caso de o formato escolhido de asuwsteagioooresrene | 49 administragao do PED! ser o preenchimento do questionério pelo cuidador, deve-se observara coeréncia das respostas em determinados subgrupos, nos quais.os itens estao dispostos hierarquicamente do mais simples (primeiro do subgrupo) para o mais complexo (Jltime de subgrupo). Um exemplo disso é dado no subgrupo referente a texturas de alimentos. E bastante improvavel que uma crianga receba a pontuagdo "0" nos primeiros dois itens ea pontuacao “1” nos ditimos trés itens deste subgrupo, uma vez que os mesmos estdo listados em ordem de competéncia. Desta forma, s@ uma crianga for avaliada como nao sendo capaz de realizar os primeiros, prova- velmente também no serd capaz de realizar os Ultimos. Este tipo de investigagao deve ser sistematicamente feita pelo examinador durante a avaliagao com 0 intuito de identificar inconsisténcias nas respostas disponibilizadas pelo entrevistado. Os itens das Partes Il e Ill apresentam uma complexidade maior que os itens da Parte |, Na Parte |, os itens representa componentes mais simples de fungéo, incluindo atividades especificas. Nas Partes Ile Il, os itens referem-se a tarefas que apresentam complexidade maior. Cabe agui uma distingao conceitual entre os termos atividade € tarefa. Segundo algurés autores, uma tarefa representa um conjunto de atividades especificas que comungam de um propésito Unico (Trombly, 1993; Coster, 1998). Com base nesta definiggo, vestirse seria considerada uma tarefa, que inclui uma série de atividades, tais como colocar a blusa, abotoar, colocar a calea, fechar 08 fechos, e calgar os sapatos, além de cuidar de aparéncia, colocando a blusa para dentro da calga. Juntas, todas estas e outras atividades, no contexto da tarefa de vestir, t@m como objetivo comum fazer com que as diferentes pegas do vestu- rio sejam colocadas e arrumadas no individuo. Esta complexidade que envolve o desempenho funcional de cada item das Partes I! e Ill deve ser levada em conside- racdo durante a administragao dos respectivos contetidos. As trés escalas da Parte Il (autocuidado, mobilidade e fungae social) informam sobre a independéncia de crianga, que neste teste € inversamente documentada através da quantidade de ajuda disponibilizada pelo cuidador. Na Parte Il, cada item ou tarefa funcional é pontuado numa escala ordinal cujos valores variam de 0 (zero) a 5 (cinco), ilustrando uma hierarquia de assisténcia fornecida pelo cuidador. O escore "5" indica que 2 crianga é totalmente independente no desempenho de todos os aspectos da tarefa funcional. Um escore “4” deve ser dado para a crian- ga que necessita de supervisdo do cuidador, ou seja, precisa de observagao ou orientagao verbal durante a realizado da tarefa, sem a necessidade de qualquer ajuda fisica. J4 0 escore "3" (assisténcia minima) é atribuido aquela crianca que necessita de uma pequena quantidade de ajuda do cuidador, como por exemplo, nas fases iniciais e finais de realizagao da tarefa. Neste nivel de independéncia, a crianga participa ativamente da maior parte do desempenho da tarefa, tendo 0 cui- dador um papel secundério cont participagao relativamente menor que a crianga O escore “2” (assisténcia moderada) ¢ dado para a crianga quando ela e o cuidador realizam metade ou 50% da tarefa cada um. Em seqéncia, 0 escore “1” (assisténcia maxima) é atribuide quando o cuidador se responsabiliza pela maior parte do desem- penho da tarefa funcional, tendo a crianga uma participagao relativamente pequena. 50|_ thvetano oe avauncka rei ve ncaPacoAde (eon ‘MANUAL DA VERSAO BRABILEIRA ADAPTADA Por fim, 0 escore “0” (assisténcia total) é aquele que ilustra uma situagao de completa dependéncia da crianga com seu cuidador. Neste nivel, a participagao da crianga no desempenho da tarefa funcional nao é considerado significative. Da mesma forma que na Parte |, tados 0s itens de cada escala da Parte Il devem receber pontuacao. Na administragao dos itens da Parte II do teste, o escore atribufdo a cada item deve refietir a percepedo do cuidador sobre a quantidade de ajuda que ele|a) fornece a crianga. Por exemplo, se 0 cuidador é o maior responsavel pela alimentacao da crianga, mas esta contribui significativamente com uma pequena parcela na exe- cugao desta tarefa, alimentando-se com os dedos, deve-se pontuar com o escore “1" assisténcia maxima). Entretanto, se a crianga usa os dedos para brincar com a comida, sem fazer uso dos mesmos para ajudar o cuidador na tarefa de alimen- tacao, pontua-se com o escore "0" (assisténcia total). Nesta parte do PEDI, todos 9s itens devem ser pontuados levando-se em consideragao @ quantidade de ajuda tipicamente fornecida pelo cuidador, independentemente da capacidade ou compe- téncia da crianga para participar no desempenho da tarefa funcional. Desta forma, as escalas da Parte II informam mais sobre a relagao crianga-culdador no contexto da rotina didria, do que sobre 0 potencial de desempenho da crianga para realizar as tarefas funcionais. A Figura 2 ilustra o raciocinio global que deve ser utilizado para aveliagao dos itens das trés escalas da Parte Il. Esta descrigdo ndo deve substituir 0 conhecimento dos critérios para pontuagao de cada item. Por fim, a Parte Ill do teste PEDI informa sobre as modificagées tipicamente utili zadas pela crianga no desempenho de tarefas funcionais de autocuidado, mobilidade @ de fungao social. Diferentemente das duas partes anteriores, os trés dominios desta parte nao constituem escalas quantitativas. A informagao disponibilizada para cada tarefa funcional da Parte Il indica a frequéncia de modificagées em cada categoria definida pelo teste. As categorias nominais desta parte incluem: nenhuma ‘modificagéo (quando a crianga nao fizer uso de qualquer tipo de modificagéo para © desempenho da tarefa funcional); smodificagdo centrada na crianga (quando 2 modificagao ou modificagdes utilizadas forem aquelas que normalmente $80 utilizadas Por criangas com desenvolvimento normal, tais como redutor de vaso, utensilios de alimentagao de plastico, entre outros); modificacdo de reabilitagao (quando a modificacao for voltada para criangas portadoras de deficiéncias ou necessidades especiais); modificagéo extensiva (quando a modificagao ou modificacdes envolverem grandes mudangas arquiteténicas), A administragao do conteddo da parte de modi- ficagdes deve ser feita juntamente com a avaliagao de cada tarefa funcional da parte de assisténcia de cuidador. Os critérios especificos para pontuagéo de cada item das escalas das Partes | |I, bem como uma lista de modificagdes para cada categoria esto disponibilizados No Capitulo 4 deste manual. € de extrema importancia que o examinador ao admi- nistrar 0 teste PEDI esteja bastante familiarizado com os critérios de todos os itens Que serdo avaliados. As seis escalas do teste PEDI podem ser administradas sepa- radamente, quando o contetdo de interesse for especifico e pontual, ou em grupo, e desta forma obtém-se informagoes mais abrangentes sobre o perfil funcional da crianga nas trés areas de desempenho. 51 fe elougpuedepul :(j@3d} 20peping op eiougisisse ap sejease sep sual! sop oedel|eAe eed [e196 ORdUDSq - z eINBIY 2 (2) epexapoyy (e) ew (p) ovsiuadns (0) e104 as1ssy (1) ewe sissy waq epnly —_(siaoyip sayed wa) oonog epniy eu ladng oben wis é4sopepina op T ojenp éejase] ep oe5naaxe eu a ewnbye way edueus y edueug yf . cejaiey/oyjeqes) op ayed solew e ezyeas/zej wanD (g) eyuepuedapuy oeN wis By f ¢(oyulzos) ejoUgpUAadepul WOD ease} BISA ez1/e81 OY/y NES CAPITULO 4 CRITERIOS PARA PONTUACAO DOS ITENS DO TESTE PEDI PARTE |: HABILIDADES FUNCIONAIS Critérios de Avaliagao dos Itens das Escalas de Habilidades Funcionais Este capitulo contém maiores detalhes sobre os itens de Habilidades Funcionais do PEDI, identificando as bases conceituais e a enfoque de cada item. E recomen- davel que 0 entrevistador se familiarize com os critérios aqui apresentados e con- sulte 0 capitulo, se necessario, para esclarecer divides referentes 4 pontuagao. HA consideragdes importantes sobre cada item e exemplos de comportamentos que a crianga pode apresentar, demonstrando a capacidade avaliada em cada um deles. A Escala de Habilidades Funcionais mede a capacidade da crianga de desem- penhar determinadas habilidades funcionais. As seguintes instrugdes se aplicam a todas as segdes da escala: 1. Acrianga deve receber a pontuagao 1 (capaz) ou 0 (incapaz) em cada item. Nao deixe nenhum item em branco, ou 0 escore bruto néo poderé ser calculado. 2. Os itens de cada area de habilidade sao dispostos em ordem crescente

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