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Direito Empresarial
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Direito Empresarial
Reta Final ISS RJ
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Cadu Carrilho
t.me/professorcadu Direito Empresarial

Direito Empresarial
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EXERCÍCIOS FGV
FALÊNCIA

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(FGV/Analista Judiciário/TRT-16ª Região/2022)
Embora os institutos da falência, recuperação judicial e recuperação extrajudicial
tenham suas peculiaridades e procedimentos próprios, alguns elementos comuns se
destacam, entre eles o juízo competente. É competente para homologar o plano de
recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência
A) qualquer local de operações em que o devedor desenvolva uma atividade
econômica não transitória com o emprego de recursos humanos e de bens ou
serviços.
B) o local da sede da empresa individual ou da sede da sociedade empresária, exceto
para o empresário irregular, que será o local em que for encontrado.
C) o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou, caso o devedor tenha
sede fora do Brasil, o local da filial brasileira.
D) o local do domicílio dos administradores, para a sociedade empresária, ou de
qualquer um dos estabelecimentos do empresário individual.
E) o juízo da sede do devedor, independentemente de a sede estar situada em
território brasileiro ou no exterior.
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Gabarito: C
Art. 3º É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a
recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal
estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil.

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(FGV/ Juiz Estadual/TJAP/2022)
A sociedade Três Navios Supermercados Ltda. teve sua falência decretada com fundamento na
impontualidade, sem anterior processo de recuperação. Banco Mazagão S/A, credor fiduciário na
falência, pleiteou e teve deferida a restituição em dinheiro correspondente a bem que se
encontrava na posse da falida na data da decretação da falência, mas não foi arrecadado. Em que
pese o reconhecimento do direito à restituição por decisão judicial e do requerimento de
pagamento imediato feito pelo credor, o administrador judicial da massa falida informou ao juízo
que não havia recursos disponíveis no momento, devendo o credor aguardar o pagamento,
observadas as prioridades legais. Ciente do fato, o juiz da falência, observando as disposições da
lei de regência:
A) acolheu a pretensão do credor, pois o crédito decorrente de restituição em dinheiro, na falência,
deve ser atendido antes de qualquer crédito;
B) acatou o argumento do administrador judicial e determinou que o crédito seja pago após serem
satisfeitas as remunerações devidas ao administrador judicial e a seus auxiliares;
C) rejeitou a pretensão do credor, pois, para efeito de pagamento, precedem a seu crédito apenas
as despesas cujo pagamento antecipado seja indispensável à administração da falência;
D) indeferiu o requerimento do credor e determinou ao administrador judicial que o pagamento seja
realizado após os reembolsos de quantias fornecidas à massa pelos credores e das despesas com
a arrecadação;
E)Direito
determinou
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que o pagamento seja feito após as despesas cujo pagamento antecipado seja
indispensável à administração da falência e dos créditos trabalhistas de natureza estritamente
Gabarito: E
DL n° 911/1969 - Art. 7º Na falência do devedor alienante, fica assegurado ao credor
ou proprietário fiduciário o direito de pedir, na forma prevista na lei, a restituição do
bem alienado fiduciariamente.
Parágrafo único. Efetivada a restituição o proprietário fiduciário agirá na forma prevista
neste Decreto-lei.
Lei n° 11.101/2005 - Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão
pagos com precedência sobre os mencionados no art. 83 desta Lei, na ordem a
seguir, aqueles relativos:
I-A - às quantias referidas nos arts. 150 e 151 desta Lei;
I-B - ao valor efetivamente entregue ao devedor em recuperação judicial pelo
financiador, em conformidade com o disposto na Seção IV-A do Capítulo III desta Lei;
I-C - aos créditos em dinheiro objeto de restituição, conforme previsto no art. 86 desta
Lei;
I-D - às remunerações devidas ao administrador judicial e aos seus auxiliares, aos
reembolsos devidos a membros do Comitê de Credores, e aos créditos derivados da
legislação trabalhista ou decorrentes de acidentes de trabalho relativos a serviços
prestados
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após a decretação da falência;
Art. 86. Proceder-se-á à restituição em dinheiro:
I – se a coisa não mais existir ao tempo do pedido de restituição, hipótese em que o
requerente receberá o valor da avaliação do bem, ou, no caso de ter ocorrido sua venda, o
respectivo preço, em ambos os casos no valor atualizado;
II – da importância entregue ao devedor, em moeda corrente nacional, decorrente de
adiantamento a contrato de câmbio para exportação, na forma do art. 75, §§ 3º e 4º, da Lei nº
4.728, de 14 de julho de 1965, desde que o prazo total da operação, inclusive eventuais
prorrogações, não exceda o previsto nas normas específicas da autoridade competente;
III – dos valores entregues ao devedor pelo contratante de boa-fé na hipótese de revogação
ou ineficácia do contrato, conforme disposto no art. 136 desta Lei.
IV - às Fazendas Públicas, relativamente a tributos passíveis de retenção na fonte, de
descontos de terceiros ou de sub-rogação e a valores recebidos pelos agentes
arrecadadores e não recolhidos aos cofres públicos.
Art. 150. As despesas cujo pagamento antecipado seja indispensável à administração da
falência, inclusive na hipótese de continuação provisória das atividades previstas no inciso XI
do caput do art. 99 desta Lei, serão pagas pelo administrador judicial com os recursos
disponíveis em caixa.
Art. 151. Os créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 (três)
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meses anteriores à decretação da falência, até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por
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(FGV/Juiz Estadual/TJMG/2022)
Sobre falência, assinale a afirmativa correta.
A) Se não forem encontrados bens para serem arrecadados, ou se os arrecadados
forem insuficientes para as despesas do processo, o administrador judicial informará
imediatamente esse fato ao juiz, que, ouvido o representante do Ministério Público,
fixará, por meio de edital, o prazo de 10 (dez) dias para os interessados se
manifestarem. Decorrido o prazo sem manifestação dos interessados, o administrador
judicial promoverá a venda dos bens arrecadados no prazo máximo de 30 (trinta) dias,
para bens imóveis, e de 60 (sessenta) dias, para bens móveis, e apresentará o seu
relatório, nos termos e para os efeitos legais.
B) Os contratos bilaterais não se resolvem pela falência e podem ser cumpridos pelo
administrador judicial se o cumprimento reduzir ou evitar o aumento do passivo da
massa falida ou for necessário à manutenção e preservação de seus ativos, mediante
autorização do Comitê. O contratante pode interpelar o administrador judicial, no prazo
de até 60 (sessenta) dias, contado da assinatura do termo de sua nomeação, para
que, dentro de 10 (dez) dias, declare se cumpre ou não o contrato.
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C) A alienação de bens do ativo na falência far-se-á independentemente de a
conjuntura do mercado no momento da venda ser favorável ou desfavorável, dado o
caráter forçado da venda, independerá da consolidação do quadro-geral de credores,
poderá contar com serviços de terceiros como consultores, corretores e leiloeiros e
deverá ocorrer no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data da
lavratura do auto de arrecadação, não estando sujeita à aplicação do conceito de
preço vil.
D) Extingue as obrigações do falido o pagamento de todos os créditos; o pagamento,
depois de realizado todo o ativo, de mais de 50% (cinquenta por cento) dos créditos
quirografários, sendo facultado ao falido o depósito da quantia necessária para atingir
essa porcentagem, se para tanto não bastou a integral liquidação do ativo.

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Gabarito: C
Lei n° 11.101/05 - Art. 114-A. Se não forem encontrados bens para serem arrecadados,
ou se os arrecadados forem insuficientes para as despesas do processo, o
administrador judicial informará imediatamente esse fato ao juiz, que, ouvido o
representante do Ministério Público, fixará, por meio de edital, o prazo de 10 (dez) dias
para os interessados se manifestarem.
§ 2º Decorrido o prazo previsto no caput sem manifestação dos interessados, o
administrador judicial promoverá a venda dos bens arrecadados no prazo máximo de 30
(trinta) dias, para bens móveis, e de 60 (sessenta) dias, para bens imóveis, e
apresentará o seu relatório, nos termos e para os efeitos dispostos neste artigo.
Art. 117. Os contratos bilaterais não se resolvem pela falência e podem ser cumpridos
pelo administrador judicial se o cumprimento reduzir ou evitar o aumento do passivo da
massa falida ou for necessário à manutenção e preservação de seus ativos, mediante
autorização do Comitê.
§ 1º O contratante pode interpelar o administrador judicial, no prazo de até 90 (noventa)
dias, contado da assinatura do termo de sua nomeação, para que, dentro de 10 (dez)
dias, declare
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Art. 142. A alienação de bens dar-se-á por uma das seguintes modalidades:
I - leilão eletrônico, presencial ou híbrido;
IV - processo competitivo organizado promovido por agente especializado e de reputação
ilibada, cujo procedimento deverá ser detalhado em relatório anexo ao plano de realização
do ativo ou ao plano de recuperação judicial, conforme o caso;
V - qualquer outra modalidade, desde que aprovada nos termos desta Lei.
§ 2º-A. A alienação de que trata o caput deste artigo:
I - dar-se-á independentemente de a conjuntura do mercado no momento da venda ser
favorável ou desfavorável, dado o caráter forçado da venda;
II - independerá da consolidação do quadro-geral de credores;
III - poderá contar com serviços de terceiros como consultores, corretores e leiloeiros;
IV - deverá ocorrer no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data da
lavratura do auto de arrecadação, no caso de falência;
V - não estará sujeita à aplicação do conceito de preço vil.
Art. 158. Extingue as obrigações do falido:
II - o pagamento, após realizado todo o ativo, de mais de 25% (vinte e cinco por cento) dos
créditos quirografários, facultado ao falido o depósito da quantia necessária para atingir a
referida porcentagem se para isso não tiver sido suficiente a integral liquidação do ativo;
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(FGV/Juiz Estadual/TJSC/2022)
Serra Alta Eletrônicos Ltda., na condição de credora extraconcursal, apresentou impugnação
tempestiva ao leilão de bens da sociedade falida Maracajá & Cerqueira Ltda., realizado de
forma híbrida. A impugnante alega as seguintes irregularidades: (i) o leilão ocorreu
justamente no momento de extrema desvalorização do imóvel onde funcionava a sede da
falida, em razão da enchente que atingiu a cidade e destruiu parte da vizinhança,
acarretando desvalorização injustificada do ativo e contrariando o princípio da otimização; (ii)
a alienação ocorreu em terceira chamada, por preço vil, equivalente a 30% do valor de
avaliação do bem, após a ausência de licitantes nas chamadas anteriores. Os fatos alegados
são incontestes. Como juiz da falência, sua decisão será pelo:
A) deferimento total da impugnação em razão da ilegalidade do momento da venda, em
afronta ao princípio da otimização dos ativos, e da venda do bem por preço vil;
B) deferimento parcial da impugnação, procedente apenas no tocante ao preço vil, inferior a
50% do valor de avaliação;
C) deferimento parcial da impugnação, procedente apenas no tocante à possibilidade de
venda do bem por preço vil;
D) não conhecimento da impugnação em razão da qualidade de credora extraconcursal, pois
aDireito
legitimidade
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é privativa dos credores concursais;
E)Prof.indeferimento
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total da impugnação, em razão do caráter forçado da venda e da não
Gabarito: E
Art. 142. A alienação de bens dar-se-á por uma das seguintes modalidades:
I - leilão eletrônico, presencial ou híbrido;
IV - processo competitivo organizado promovido por agente especializado e de
reputação ilibada, cujo procedimento deverá ser detalhado em relatório anexo ao plano
de realização do ativo ou ao plano de recuperação judicial, conforme o caso;
V - qualquer outra modalidade, desde que aprovada nos termos desta Lei.
§ 2º-A. A alienação de que trata o caput deste artigo:
I - dar-se-á independentemente de a conjuntura do mercado no momento da venda ser
favorável ou desfavorável, dado o caráter forçado da venda;
II - independerá da consolidação do quadro-geral de credores;
III - poderá contar com serviços de terceiros como consultores, corretores e leiloeiros;
IV - deverá ocorrer no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data da
lavratura do auto de arrecadação, no caso de falência;
V - não estará sujeita à aplicação do conceito de preço vil.
§ 3º Ao leilão eletrônico, presencial ou híbrido aplicam-se, no que couber, as regras da
Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).
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§ 3º-A. A alienação por leilão eletrônico, presencial ou híbrido dar-se-á:
I - em primeira chamada, no mínimo pelo valor de avaliação do bem;
II - em segunda chamada, dentro de 15 (quinze) dias, contados da primeira chamada,
por no mínimo 50% (cinquenta por cento) do valor de avaliação; e
III - em terceira chamada, dentro de 15 (quinze) dias, contados da segunda chamada,
por qualquer preço.
§ 3º-B. A alienação prevista nos incisos IV e V do caput deste artigo, conforme
disposições específicas desta Lei, observará o seguinte:
I - será aprovada pela assembleia-geral de credores;
II - decorrerá de disposição de plano de recuperação judicial aprovado; ou
III - deverá ser aprovada pelo juiz, considerada a manifestação do administrador
judicial e do Comitê de Credores, se existente.
§ 7º Em qualquer modalidade de alienação, o Ministério Público e as Fazendas
Públicas serão intimados por meio eletrônico, nos termos da legislação vigente e
respeitadas as respectivas prerrogativas funcionais, sob pena de nulidade.
§ 8º Todas as formas de alienação de bens realizadas de acordo com esta Lei serão
consideradas,
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(FGV/Juiz Estadual/TJPE/2022)
A sociedade Belém e Maria Comércio de Pneus Ltda. teve sua falência requerida pela
sociedade Goitá Transportes e Logística Ltda. em razão da impontualidade no
pagamento de duplicatas de prestação de serviços cujo valor total é de R$ 83.500,00,
protestadas para fins falimentares. Após a citação da devedora, e no prazo da
contestação, foi apresentado ao juízo da Comarca de Catende pedido de recuperação
judicial, sem elisão do pedido de falência. Acerca do efeito da apresentação do pedido
sobre o curso do procedimento pré-falimentar, é correto afirmar que a falência:
A) não poderá ser decretada em razão da apresentação de pedido de recuperação
judicial no prazo da contestação;
B) poderá ser decretada em razão da não efetivação de depósito elisivo no prazo da
contestação;
C) não poderá ser decretada diante da insuficiência do valor das duplicatas
protestadas para ensejar o requerimento;
D) poderá ser decretada em razão do impedimento ao pedido de recuperação judicial
após o requerimento da falência;
E) não poderá ser decretada em razão da ausência do protesto das duplicatas para
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fins cambiais.
Gabarito: A
Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:
I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida
materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o
equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência;
Art. 95. Dentro do prazo de contestação, o devedor poderá pleitear sua recuperação
judicial.
Art. 96. A falência requerida com base no art. 94, inciso I do caput, desta Lei, não
será decretada se o requerido provar:
VII – apresentação de pedido de recuperação judicial no prazo da contestação,
observados os requisitos do art. 51 desta Lei;
Art. 98. Citado, o devedor poderá apresentar contestação no prazo de 10 (dez) dias.
Parágrafo único. Nos pedidos baseados nos incisos I e II do caput do art. 94 desta
Lei, o devedor poderá, no prazo da contestação, depositar o valor correspondente
ao total do crédito, acrescido de correção monetária, juros e honorários
advocatícios, hipótese em que a falência não será decretada e, caso julgado
procedente
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o pedido de falência, o juiz ordenará o levantamento do valor pelo autor.
(FGV/Juiz Estadual/TJPE/2022)
Cooperativa Agropecuária de Escada emitiu Certificado de Direitos Creditórios do
Agronegócio (CDCA) em favor de Industrial Pesqueira S/A no valor nominal de R$
990.000,00 e data de vencimento no dia 26 de março de 2022. Antes do vencimento, o
CDCA foi negociado mediante endosso em favor do Banco Limoeiro S/A. Verificado o não
pagamento do CDCA, o endossatário requereu a falência da companhia endossante sem
submeter o título a qualquer protesto, tendo em vista a liquidez, a certeza e a exigibilidade do
título de crédito. O juiz da 2ª Vara Cível da Comarca de Serra Talhada, lugar do principal
estabelecimento, ao apreciar a petição inicial, decidiu, com base nas disposições da Lei nº
11.101/2005:
A) determinar que o credor a emendasse diante da ausência do instrumento de protesto
falimentar para comprovar a impontualidade do devedor;
B) indeferir liminarmente a petição inicial por nulidade do endosso do CDCA, visto que o
primeiro endossante deve ser sociedade cooperativa agropecuária, tal qual o emitente;
C) determinar a citação do devedor para apresentar contestação, em razão da facultatividade
do protesto cambial do CDCA para o requerimento de falência do endossante;
D) julgar extinto o processo com resolução de mérito pela ilegitimidade passiva do requerente
em razão da ausência de responsabilidade cambiária do endossante;
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E)Prof.julgar
Cadu Carrilhoantecipadamente a lide, indeferindo o pedido quanto ao mérito em razão da
Gabarito: A
Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:
I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida
materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o
equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência;
§ 3º Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, o pedido de falência será
instruído com os títulos executivos na forma do parágrafo único do art. 9º desta Lei,
acompanhados, em qualquer caso, dos respectivos instrumentos de protesto para
fim falimentar nos termos da legislação específica.
Lei n° 11.076/04 - Art. 24. O Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio -
CDCA é título de crédito nominativo, de livre negociação, representativo de
promessa de pagamento em dinheiro e constitui título executivo extrajudicial.
§ 1º O CDCA é de emissão exclusiva de cooperativas agropecuárias e de outras
pessoas jurídicas que exerçam a atividade de comercialização, beneficiamento ou
industrialização de produtos, insumos, máquinas e implementos agrícolas,
pecuários, florestais, aquícolas e extrativos.
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(FGV/Procurador/PGE-MG/2022)
O administrador judicial da massa falida de Guidoval Lassance não encontrou bens para
serem arrecadados, tendo informado este fato ao juiz da falência. Considerada a situação
exposta, assinale a afirmativa correta.
A) O juiz, após manifestação do representante do Ministério Público, fixará, por meio de
edital, o prazo de 15 (quinze) dias para os interessados se manifestarem sobre a ausência
de bens arrecadados.
B) Qualquer credor poderá requerer o prosseguimento da falência, desde que pague a
quantia necessária às despesas e aos honorários do administrador judicial, que serão
considerados despesas essenciais à administração da falência e terão prioridade na ordem
dos créditos extraconcursais.
C) O juiz determinará ao administrador judicial a realização de diligências para verificar
possível ocultação ou sonegação de bens pelo falido ou por terceiros pelo prazo de 90
(noventa) dias, dando ciência aos credores para manifestação no prazo de 15 (quinze) dias.
D) O juiz, após a manifestação dos credores e do representante do Ministério Público,
encerrará a falência e o falido será reabilitado após o decurso de 5 (cinco) anos da data do
encerramento, desde que requeira a extinção de suas obrigações.
E) O juiz determinará, no prazo de 5 (cinco) dias, a intimação do Ministério Público para
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tomar conhecimento da ausência de bens arrecadados e investigar a prática de crime de
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Gabarito: B
Art. 114-A. Se não forem encontrados bens para serem arrecadados, ou se os arrecadados
forem insuficientes para as despesas do processo, o administrador judicial informará
imediatamente esse fato ao juiz, que, ouvido o representante do Ministério Público, fixará,
por meio de edital, o prazo de 10 (dez) dias para os interessados se manifestarem.
§ 1º Um ou mais credores poderão requerer o prosseguimento da falência, desde que
paguem a quantia necessária às despesas e aos honorários do administrador judicial, que
serão considerados despesas essenciais nos termos estabelecidos no inciso I-A do caput do
art. 84 desta Lei.
§ 2º Decorrido o prazo previsto no caput sem manifestação dos interessados, o
administrador judicial promoverá a venda dos bens arrecadados no prazo máximo de 30
(trinta) dias, para bens móveis, e de 60 (sessenta) dias, para bens imóveis, e apresentará o
seu relatório, nos termos e para os efeitos dispostos neste artigo.
§ 3º Proferida a decisão, a falência será encerrada pelo juiz nos autos.

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Art. 159. Configurada qualquer das hipóteses do art. 158 desta Lei, o falido poderá requerer
ao juízo da falência que suas obrigações sejam declaradas extintas por sentença.
§ 1º A secretaria do juízo fará publicar imediatamente informação sobre a apresentação do
requerimento a que se refere este artigo, e, no prazo comum de 5 (cinco) dias, qualquer
credor, o administrador judicial e o Ministério Público poderão manifestar-se exclusivamente
para apontar inconsistências formais e objetivas. (Redação dada pela Lei nº 14.112, de
2020)
§ 3º Findo o prazo, o juiz, em 15 (quinze) dias, proferirá sentença que declare extintas todas
as obrigações do falido, inclusive as de natureza trabalhista. (Redação dada pela Lei nº
14.112, de 2020)
Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com precedência sobre
os mencionados no art. 83 desta Lei, na ordem a seguir, aqueles relativos:
I-A - às quantias referidas nos arts. 150 e 151 desta Lei;
Art. 150. As despesas cujo pagamento antecipado seja indispensável à administração da
falência, inclusive na hipótese de continuação provisória das atividades previstas no inciso
XI do caput do art. 99 desta Lei, serão pagas pelo administrador judicial com os recursos
disponíveis
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(FGV/Juiz Estadual/TJPR/2021)
A sentença constitutiva de falência atinge as obrigações do devedor contraídas antes da
decretação, inclusive seus contratos. Tratando-se de promessa de compra e venda de
imóveis, prevalecerá a regra de que:
A) o contrato não se resolverá; em caso de falência do proprietário (promitente-vendedor),
incumbirá ao administrador judicial dar cumprimento ao contrato; se a falência for do
compromissário-comprador, seus direitos serão arrecadados e alienados judicialmente;
B) caberá ao contratante não falido interpelar o administrador judicial para que declare, no
prazo de dez dias, se cumpre ou não o contrato; o silêncio ou negativa do administrador
judicial importa em resolução;
C) o administrador judicial poderá, independentemente de interpelação, dar cumprimento
ao contrato se esse fato reduzir ou evitar o aumento do passivo da massa falida ou for
necessário à manutenção e preservação de seus ativos;
D) o administrador judicial, ouvido o Comitê de Credores, reivindicará o imóvel de
propriedade do devedor, caso seja decidido pela resolução do contrato, sendo devida a
devolução, nos termos do contrato, dos valores pagos pelo compromissário;
E) o contrato será mantido, quer seja falido o promitente-vendedor ou o
compromissário-comprador,
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porém as prestações vencidas após a data da decretação da
falência somente poderão ser reajustadas com autorização judicial, ouvido o Comitê de
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Gabarito: A
Art. 117. Os contratos bilaterais não se resolvem pela falência e podem ser
cumpridos pelo administrador judicial se o cumprimento reduzir ou evitar o aumento
do passivo da massa falida ou for necessário à manutenção e preservação de seus
ativos, mediante autorização do Comitê.
§ 1º O contratante pode interpelar o administrador judicial, no prazo de até 90
(noventa) dias, contado da assinatura do termo de sua nomeação, para que, dentro
de 10 (dez) dias, declare se cumpre ou não o contrato.
§ 2º A declaração negativa ou o silêncio do administrador judicial confere ao
contraente o direito à indenização, cujo valor, apurado em processo ordinário,
constituirá crédito quirografário.
Art. 119. Nas relações contratuais a seguir mencionadas prevalecerão as seguintes
regras:
IV – o administrador judicial, ouvido o Comitê, restituirá a coisa móvel comprada
pelo devedor com reserva de domínio do vendedor se resolver não continuar a
execução do contrato, exigindo a devolução, nos termos do contrato, dos valores
pagos;
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VI – na promessa de compra e venda de imóveis, aplicar-se-á a legislação
(FGV/Juiz Estadual/TJ PR/2021)
Considerando-se a ordem de preferência entre os créditos extraconcursais para efeito de
pagamento na falência, a ordem correta é:
A) o valor efetivamente entregue ao devedor em recuperação judicial pelo financiador; as quantias
fornecidas à massa falida pelos credores; as remunerações devidas ao administrador judicial e aos
seus auxiliares;
B) os tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência, as despesas
cujo pagamento antecipado seja indispensável à administração da falência; os créditos derivados
da legislação trabalhista ou decorrentes de acidentes de trabalho relativos a serviços prestados
após a decretação da falência;
C) os créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial vencidos nos três meses anteriores à
decretação da falência, até o limite de cinco salários mínimos por trabalhador; os reembolsos
devidos a membros do Comitê de Credores; as custas judiciais relativas às ações e às execuções
em que a massa falida tenha sido vencida;
D) as remunerações devidas ao administrador judicial e aos seus auxiliares; o valor efetivamente
entregue ao devedor em recuperação judicial pelo financiador; as obrigações resultantes de atos
jurídicos válidos praticados durante a recuperação judicial, em caso de convolação em falência;
E) as despesas com arrecadação, administração, realização do ativo, distribuição do seu produto e
custas do processo de falência; as obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados após
a Direito
decretação
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da falência; os créditos derivados da legislação trabalhista ou decorrentes de
acidentes de trabalho relativos a serviços prestados após a decretação da falência.
Gabarito: C
Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com
precedência sobre os mencionados no art. 83 desta Lei, na ordem a seguir, aqueles
relativos:
I-A - às quantias referidas nos arts. 150 e 151 desta Lei;
I-B - ao valor efetivamente entregue ao devedor em recuperação judicial pelo
financiador, em conformidade com o disposto na Seção IV-A do Capítulo III desta
Lei;
I-C - aos créditos em dinheiro objeto de restituição, conforme previsto no art. 86
desta Lei;
I-D - às remunerações devidas ao administrador judicial e aos seus auxiliares, aos
reembolsos devidos a membros do Comitê de Credores, e aos créditos derivados
da legislação trabalhista ou decorrentes de acidentes de trabalho relativos a
serviços prestados após a decretação da falência;
I-E - às obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a
recuperação judicial, nos termos do art. 67 desta Lei, ou após a decretação da
falência;
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II - às quantias fornecidas à massa falida pelos credores;
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IV - às custas judiciais relativas às ações e às execuções em que a massa falida
tenha sido vencida;
V - aos tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência,
respeitada a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei.
§ 1º As despesas referidas no inciso I-A do caput deste artigo serão pagas pelo
administrador judicial com os recursos disponíveis em caixa.
§ 2º O disposto neste artigo não afasta a hipótese prevista no art. 122 desta Lei.
Art. 150. As despesas cujo pagamento antecipado seja indispensável à
administração da falência, inclusive na hipótese de continuação provisória das
atividades previstas no inciso XI do caput do art. 99 desta Lei, serão pagas pelo
administrador judicial com os recursos disponíveis em caixa.
Art. 151. Os créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial vencidos nos 3
(três) meses anteriores à decretação da falência, até o limite de 5 (cinco)
salários-mínimos por trabalhador, serão pagos tão logo haja disponibilidade em
caixa.
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(FGV/Notário e Registrador/TJSC/2021)
O administrador judicial da massa falida de sociedade empresária, em cumprimento a
seus deveres legais, foi obrigado a contrair despesas para ultimar a arrecadação,
como pagamento de custas da expedição de certidões de registro de imóveis,
extraídas posteriormente à decretação da falência. Essa despesa com a arrecadação
constitui crédito:
A) extraconcursal;
B) fiscal, de titularidade da União;
C) subordinado;
D) com privilégio geral;
E) com privilégio especial.

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Gabarito: A
Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com
precedência sobre os mencionados no art. 83 desta Lei, na ordem a seguir, aqueles
relativos:
III - às despesas com arrecadação, administração, realização do ativo, distribuição
do seu produto e custas do processo de falência;
Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem:
III - os créditos tributários, independentemente da sua natureza e do tempo de
constituição, exceto os créditos extraconcursais e as multas tributárias; (Redação
dada pela Lei nº 14.112, de 2020)
VIII - os créditos subordinados, a saber:
a) os previstos em lei ou em contrato; e
b) os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício cuja
contratação não tenha observado as condições estritamente comutativas e as
práticas de mercado;
IX - os juros vencidos após a decretação da falência, conforme previsto no art. 124
desta
Direito Lei.
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§ 6º Para os fins do disposto nesta Lei, os créditos que disponham de privilégio
(FGV/Notário e Registrador/TJSC/2021)
Decretada a falência de uma sociedade empresária no dia 10 de julho de 2020, o
administrador judicial verificou a existência de registro relativo à alienação fiduciária
em garantia de imóvel de propriedade do falido após a decretação da falência. Em
relação ao ato realizado, é correto afirmar que é:
A) objetivamente ineficaz em relação à massa falida, por ter sido feito após a
decretação da falência, salvo se tiver havido prenotação anterior;
B) nulo de pleno direito, diante de sua prática após a decretação da falência, haja ou
não prenotação anterior;
C) válido e eficaz em relação à massa falida, pois a ineficácia objetiva só incide para
atos praticados dentro do termo legal;
D) nulo de pleno direito, por ter sido feito após a decretação da falência ou dentro do
termo legal, salvo se tiver havido prenotação anterior;
E) ineficaz em relação à massa falida, diante de sua prática após a decretação da
falência, mas a decretação da ineficácia depende da prova do conluio fraudulento
entre o devedor e o terceiro.
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Gabarito: A
Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante
conhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor, seja ou não
intenção deste fraudar credores:
VII – os registros de direitos reais e de transferência de propriedade entre vivos, por
título oneroso ou gratuito, ou a averbação relativa a imóveis realizados após a
decretação da falência, salvo se tiver havido prenotação anterior.

Art. 130. São revogáveis os atos praticados com a intenção de prejudicar credores,
provando-se o conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro que com ele
contratar e o efetivo prejuízo sofrido pela massa falida.

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(FGV/Técnico Tributário/SEFIN RO/2018)
Mirante da Serra Águas Minerais Ltda. EPP requereu a falência de Urupá Distribuidora de
Bebidas Ltda. com base em crédito fundado em duplicata vincenda, sacada pela primeira
sociedade no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) em face da segunda. Na petição inicial,
a credora narra que a sociedade é composta por apenas dois sócios, ambos
administradores, que estão ausentes do estabelecimento e não deixaram representante
habilitado com recursos para pagar aos credores. O único estabelecimento encontra-se
fechado há dois meses. Com base no relato acima e nas disposições da Lei nº 11.101/05,
assinale a afirmativa correta.
A) O credor poderá requerer a falência nas condições apresentadas, devendo especificar na
petição os fatos que a caracterizam, juntando-se as provas que houver e especificando-se
as que serão produzidas.
B) Não poderá ser requerida a falência da sociedade em razão de o crédito ser vincendo;
caberia apenas a ação de falência se se verificasse a impontualidade sem relevante razão
de direito.
C) A falência não poderá ser requerida, porque não houve a comprovação de ajuizamento
de ação de execução por quantia certa prévia na qual o devedor, citado, tenha se mantido
inerte.
D)Direito
Prof.O
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Caducredor
Carrilho somente poderia requerer a falência da sociedade empresária se o crédito
Gabarito: A
Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:
I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida
materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o
equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência;
II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à
penhora bens suficientes dentro do prazo legal;
III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação
judicial:
a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou
fraudulento para realizar pagamentos;
b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar
pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da
totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não;
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos
os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo;
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d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a
legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor;
e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com
bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo;
f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes
para pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu
domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento;
g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de
recuperação judicial.
§ 3º Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído
com os títulos executivos na forma do parágrafo único do art. 9º desta Lei,
acompanhados, em qualquer caso, dos respectivos instrumentos de protesto para fim
falimentar nos termos da legislação específica.
§ 5º Na hipótese do inciso III do caput deste artigo, o pedido de falência descreverá os
fatos que a caracterizam, juntando-se as provas que houver e especificando-se as que
serão produzidas
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(FGV/Analista Legislativo Municipal/CM Salvador/2018)
A Câmara Municipal de XYZ ajuizou ação de indenização civil por prejuízos
decorrentes do descumprimento de contrato de fornecimento de artigos de limpeza
celebrado por ela e a sociedade Tucano, Antas & Cia Ltda. O valor exato dos
prejuízos deverá ser apurado e liquidado após eventual condenação da ré. No curso
da ação indenizatória, foi decretada a falência da sociedade empresária pelo juízo da
Comarca de Monte Santo, local do principal estabelecimento. Diante da decretação
da falência, é correto afirmar que:
A) por se tratar de quantia ilíquida, a ação indenizatória não será suspensa,
prosseguindo no juízo em que foi proposta até a apuração do crédito;
B) deverá ser extinto o processo sem resolução de mérito em virtude do juízo
universal da falência;
C) a Câmara Municipal de XYZ deverá habilitar o crédito por valor estimado da
condenação no juízo da falência;
D) o processo ficará suspenso pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contados da
decretação da falência, findo o qual será retomado de pleno direito;
E) a ação terá prosseguimento no juízo de Monte Santo, cabendo ao juiz da falência
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determinar a reserva da importância estimada pela Câmara.
Gabarito: A
Art. 6º A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação
judicial implica: (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020)
I - suspensão do curso da prescrição das obrigações do devedor sujeitas ao regime
desta Lei;
II - suspensão das execuções ajuizadas contra o devedor, inclusive daquelas dos
credores particulares do sócio solidário, relativas a créditos ou obrigações sujeitos à
recuperação judicial ou à falência;
III - proibição de qualquer forma de retenção, arresto, penhora, sequestro, busca e
apreensão e constrição judicial ou extrajudicial sobre os bens do devedor, oriunda de
demandas judiciais ou extrajudiciais cujos créditos ou obrigações sujeitem-se à
recuperação judicial ou à falência.
§ 1º Terá prosseguimento no juízo no qual estiver se processando a ação que
demandar quantia ilíquida.
§ 3º O juiz competente para as ações referidas nos §§ 1º e 2º deste artigo poderá
determinar a reserva da importância que estimar devida na recuperação judicial ou na
falência,
Direito Empresarial e, uma vez reconhecido líquido o direito, será o crédito incluído na classe
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própria.
§ 4º Na recuperação judicial, as suspensões e a proibição de que tratam os incisos I, II
e III do caput deste artigo perdurarão pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado
do deferimento do processamento da recuperação, prorrogável por igual período, uma
única vez, em caráter excepcional, desde que o devedor não haja concorrido com a
superação do lapso temporal. (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020)

Art. 76. O juízo da falência é indivisível e competente para conhecer todas as ações
sobre bens, interesses e negócios do falido, ressalvadas as causas trabalhistas,
fiscais e aquelas não reguladas nesta Lei em que o falido figurar como autor ou
litisconsorte ativo.

Art. 9o A habilitação de crédito realizada pelo credor nos termos do art. 7o, § 1o, desta
Lei deverá conter:
II – o valor do crédito, atualizado até a data da decretação da falência ou do pedido de
recuperação judicial, sua origem e classificação;
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(FGV/Auditor Fiscal Tributário da Receita Municipal/Cuiabá/2016)
Decretada a falência de uma sociedade empresária, a alienação judicial dos vários
imóveis que integravam seu estabelecimento, e foram arrecadados pelo administrador
judicial, ocorreu após 3 anos da prolação da sentença. No interregno entre a
decretação da falência e a alienação judicial, os créditos devidos à Fazenda
Municipal, referentes aos fatos geradores do Imposto sobre a Propriedade Predial e
Territorial Urbana (IPTU), são considerados
A) concursais, com pagamento antes dos credores com privilégio especial.
B) extraconcursais, com pagamento após as custas judiciais relativas às ações e
execuções em que a massa falida tenha sido vencida.
C) concursais, com pagamento após os credores com garantia real, até o limite do
valor do bem gravado.
D) extraconcursais, com pagamento antes das despesas com arrecadação,
administração, realização do ativo e distribuição do seu produto entre os credores.
E) concursais, com pagamento após os credores trabalhistas, mas esses só terão
preferência até o limite de 150 salários mínimos por credor.
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Gabarito: B
Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com precedência
sobre os mencionados no art. 83 desta Lei, na ordem a seguir, aqueles relativos:
I-A - às quantias referidas nos arts. 150 e 151 desta Lei;
I-B - ao valor efetivamente entregue ao devedor em recuperação judicial pelo financiador,
em conformidade com o disposto na Seção IV-A do Capítulo III desta Lei;
I-C - aos créditos em dinheiro objeto de restituição, conforme previsto no art. 86 desta Lei;
I-D - às remunerações devidas ao administrador judicial e aos seus auxiliares, aos
reembolsos devidos a membros do Comitê de Credores, e aos créditos derivados da
legislação trabalhista ou decorrentes de acidentes de trabalho relativos a serviços
prestados após a decretação da falência;
I-E - às obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a recuperação
judicial, nos termos do art. 67 desta Lei, ou após a decretação da falência;
II - às quantias fornecidas à massa falida pelos credores;
III - às despesas com arrecadação, administração, realização do ativo, distribuição do seu
produto e custas do processo de falência;
IV - às custas judiciais relativas às ações e às execuções em que a massa falida tenha
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sido vencida;
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(FGV/Fiscal de Tributos/Niterói/2015)
No processo de falência de uma sociedade empresária, os débitos referentes ao
imposto sobre a propriedade territorial urbana, referentes a fatos geradores ocorridos
após a sentença de falência constituem:
A) créditos extraconcursais, pagos antes das quantias fornecidas à massa falida pelos
credores;
B) créditos fiscais, pagos após os créditos com garantia real até o limite do valor do
bem gravado;
C) créditos fiscais, pagos após os créditos derivados da legislação do trabalho,
limitados a 150 (cento e cinquenta) salários-mínimos por credor, e os decorrentes de
acidentes de trabalho;
D) créditos extraconcursais, pagos após as custas judiciais relativas às ações e
execuções em que a massa falida tenha sido vencida;
E) créditos fiscais, pagos antes dos créditos com garantia real até o limite do valor do
bem gravado.
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Gabarito: D
Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com precedência
sobre os mencionados no art. 83 desta Lei, na ordem a seguir, aqueles relativos:
I-A - às quantias referidas nos arts. 150 e 151 desta Lei;
I-B - ao valor efetivamente entregue ao devedor em recuperação judicial pelo financiador,
em conformidade com o disposto na Seção IV-A do Capítulo III desta Lei;
I-C - aos créditos em dinheiro objeto de restituição, conforme previsto no art. 86 desta Lei;
I-D - às remunerações devidas ao administrador judicial e aos seus auxiliares, aos
reembolsos devidos a membros do Comitê de Credores, e aos créditos derivados da
legislação trabalhista ou decorrentes de acidentes de trabalho relativos a serviços
prestados após a decretação da falência;
I-E - às obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a recuperação
judicial, nos termos do art. 67 desta Lei, ou após a decretação da falência;
II - às quantias fornecidas à massa falida pelos credores;
III - às despesas com arrecadação, administração, realização do ativo, distribuição do seu
produto e custas do processo de falência;
IV - às custas judiciais relativas às ações e às execuções em que a massa falida tenha
sido
Direito vencida;
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V - aos tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência,
(FGV/Auditor Fiscal Tributário da Receita Municipal/Cuiabá/2014)
Desatualizada/comentários atuais.
Uma sociedade empresária teve sua falência decretada pelo juízo da comarca de Vila
Bela da Santíssima Trindade. No quadro geral de credores figuram créditos de várias
classes, dentre eles:
I. crédito em favor de estabelecimento de Armazém Geral, proveniente de
mercadorias em consignação antes da falência;
II. crédito em favor do Sr. Pedro da Cipa, proveniente de debêntures com garantia
flutuante emitidas pela companhia;
III. crédito em favor do Sr. Edu Nobres, proveniente de comissões devidas em razão
do contrato de representação comercial, no valor de vinte mil reais;
IV. crédito devido ao Município de Nova Lacerda, proveniente de débito de IPTU do
imóvel onde se situa uma das filiais;
V. multa contratual por descumprimento de contrato, com a sociedade Pedreira Pedra
Preta Ltda.

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De acordo com a classificação prevista na Lei nº 11.101/2005, os créditos listados
acima são, respectivamente,
A) crédito com privilégio geral, crédito com privilégio especial, crédito quirografário,
crédito tributário e crédito subordinado.
B) crédito quirografário, crédito com privilégio geral, crédito trabalhista, crédito
tributário e crédito com garantia real.
C) crédito subordinado, crédito com privilégio geral, crédito com garantia real, crédito
tributário e crédito quirografário.
D) crédito com privilégio especial, crédito com privilégio geral, crédito trabalhista,
crédito tributário e crédito subquirografário.
E) crédito com garantia real, crédito quirografário, crédito com privilégio geral, crédito
tributário e crédito subquirografário.

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Gabarito: D
I – privilégio especial. Decreto 1.102 de 1903 - Art. 14
II – privilégio geral. Lei 6.404 – Art. 58 - § 1º
III – trabalhista. Lei 4.886 - Art. 44.
IV – tributário.
V – subquirografário.
Art. 83, § 6º Para os fins do disposto nesta Lei, os créditos que disponham de privilégio
especial ou geral em outras normas integrarão a classe dos créditos quirografários.
Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem:
I - os créditos derivados da legislação trabalhista, limitados a 150 (cento e cinquenta)
salários-mínimos por credor, e aqueles decorrentes de acidentes de trabalho;
II - os créditos gravados com direito real de garantia até o limite do valor do bem gravado;
III - os créditos tributários, independentemente da sua natureza e do tempo de
constituição, exceto os créditos extraconcursais e as multas tributárias;
VI - os créditos quirografários, a saber:
VII - as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou
administrativas, incluídas as multas tributárias;
VIII - os créditos subordinados, a saber:
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IXProf.-Cadu
osCarrilho
juros vencidos após a decretação da falência, conforme previsto no art. 124 desta
(FGV/Juiz Estadual/TJAM/2013)
Desatualizada/comentários atuais.
Em relação ao Instituto da Falência, assinale a afirmativa correta.
A) O titular de debêntures subordinadas emitidas pela sociedade anônima falida, conforme
estabelecido pela lei de falências, é considerado credor quirografário.
B) Os créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho
relativos a serviços prestados após a decretação da falência, independentemente do valor,
serão considerados extraconcursais e, por conseqüência, pagos com precedência sobre os
mencionados no Art. 83 da Lei n. 11.101/05.
C) O falido poderá intentar todas as ações possíveis, em nome da massa falida, para
conservação de seus direitos ou dos bens arrecadados e intervir nos processos em que a
massa falida seja parte ou interessada, requerendo o que for de direito e interpondo os
recursos cabíveis.
D) São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante conhecimento do
estado de crise econômico-financeira do devedor, seja ou não intenção deste fraudar
credores, os registros de direitos reais e de transferência de propriedade entre vivos, por
título oneroso ou gratuito, ou a averbação relativa a imóveis realizados durante o termo legal
da falência.
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E) Os créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial vencidos nos três meses


Prof. Cadu Carrilho
Gabarito: B

Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem:


I - os créditos derivados da legislação trabalhista, limitados a 150 (cento e cinquenta)
salários-mínimos por credor, e aqueles decorrentes de acidentes de trabalho;
II - os créditos gravados com direito real de garantia até o limite do valor do bem
gravado;
III - os créditos tributários, independentemente da sua natureza e do tempo de
constituição, exceto os créditos extraconcursais e as multas tributárias;
VI - os créditos quirografários, a saber:
VII - as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou
administrativas, incluídas as multas tributárias;
VIII - os créditos subordinados, a saber:
IX - os juros vencidos após a decretação da falência, conforme previsto no art. 124
desta Lei.

§Direito
Prof.6º Para os fins do disposto nesta Lei, os créditos que disponham de privilégio
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Cadu Carrilho
Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com precedência
sobre os mencionados no art. 83 desta Lei, na ordem a seguir, aqueles relativos:
I-A - às quantias referidas nos arts. 150 e 151 desta Lei;
I-B - ao valor efetivamente entregue ao devedor em recuperação judicial pelo financiador,
em conformidade com o disposto na Seção IV-A do Capítulo III desta Lei;
I-C - aos créditos em dinheiro objeto de restituição, conforme previsto no art. 86 desta Lei;
I-D - às remunerações devidas ao administrador judicial e aos seus auxiliares, aos
reembolsos devidos a membros do Comitê de Credores, e aos créditos derivados da
legislação trabalhista ou decorrentes de acidentes de trabalho relativos a serviços
prestados após a decretação da falência;
I-E - às obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a recuperação
judicial, nos termos do art. 67 desta Lei, ou após a decretação da falência;
II - às quantias fornecidas à massa falida pelos credores;
III - às despesas com arrecadação, administração, realização do ativo, distribuição do seu
produto e custas do processo de falência;
IV - às custas judiciais relativas às ações e às execuções em que a massa falida tenha sido
vencida;
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VProf. - aos
Cadu Carrilho tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência,
Art. 76. O juízo da falência é indivisível e competente para conhecer todas as ações
sobre bens, interesses e negócios do falido, ressalvadas as causas trabalhistas,
fiscais e aquelas não reguladas nesta Lei em que o falido figurar como autor ou
litisconsorte ativo.
Parágrafo único. Todas as ações, inclusive as excetuadas no caput deste artigo, terão
prosseguimento com o administrador judicial, que deverá ser intimado para
representar a massa falida, sob pena de nulidade do processo.
Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante
conhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor, seja ou não
intenção deste fraudar credores:
VII – os registros de direitos reais e de transferência de propriedade entre vivos, por
título oneroso ou gratuito, ou a averbação relativa a imóveis realizados após a
decretação da falência, salvo se tiver havido prenotação anterior.
Art. 151. Os créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial vencidos nos 3
(três) meses anteriores à decretação da falência, até o limite de 5 (cinco)
salários-mínimos por trabalhador, serão pagos tão logo haja disponibilidade em caixa.
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(FGV/Consultor Legislativo/Senado Federal/2012)
Qual é o título hábil a instruir requerimento de falência por impontualidade, nos termos
do art. 94, I da Lei 11.101/05?
A) Contrato de locação protestado.
B) Cheque apresentado à câmara de compensação e devolvido por insuficiência de
fundos.
C) Duplicata virtual protestada por indicação.
D) Certidão da justiça do trabalho indicativa de execução frustrada.
E) Boleto bancário protestado.

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Gabarito: C

Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:


I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida
materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o
equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência;
II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à
penhora bens suficientes dentro do prazo legal;
§ 3º Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído
com os títulos executivos na forma do parágrafo único do art. 9º desta Lei,
acompanhados, em qualquer caso, dos respectivos instrumentos de protesto para fim
falimentar nos termos da legislação específica.

Entende-se que a duplicata virtual é título executivo extrajudicial. Lei 13.775 de 2018.

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(FGV/Auditor Fiscal/SEFAZ RJ/2011)
No que concerne à Lei de Recuperação e Falências - Lei 11.101/2005 -, é INCORRETO
afirmar que
A) após o pedido de homologação do plano de recuperação extrajudicial, os credores
não podem mais desistir da adesão ao plano, a menos que todos os demais credores
signatários concordem expressamente.
B) o devedor só pode desistir do pedido de recuperação judicial até o deferimento de
seu processamento e desde que a desistência seja aprovada pela assembleia geral de
credores.
C) se houver objeções de credores que representem mais da metade dos créditos
quirografários ao plano especial de recuperação judicial, o juiz julgará improcedente o
pedido e decretará a falência do microempresário, sem que haja convocação de
assembleia geral para deliberar sobre o plano.
D) o credor que não tiver domicílio no Brasil somente poderá requerer a falência de uma
sociedade empresária brasileira se prestar caução relativa às custas e ao pagamento da
indenização prevista para o caso de o pedido ser julgado improcedente por dolo do
credor.
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Gabarito: B

Art. 161 - 5º - Após a distribuição do pedido de homologação, os credores não


poderão desistir da adesão ao plano, salvo com a anuência expressa dos demais
signatários.

Art. 52 - § 4º O devedor não poderá desistir do pedido de recuperação judicial após o


deferimento de seu processamento, salvo se obtiver aprovação da desistência na
assembléia-geral de credores.

Art. 72. Caso o devedor de que trata o art. 70 desta Lei opte pelo pedido de
recuperação judicial com base no plano especial disciplinado nesta Seção, não será
convocada assembléia-geral de credores para deliberar sobre o plano, e o juiz
concederá a recuperação judicial se atendidas as demais exigências desta Lei.
Parágrafo único. O juiz também julgará improcedente o pedido de recuperação
judicial e decretará a falência do devedor se houver objeções, nos termos do art. 55,
de credores titulares de mais da metade de qualquer uma das classes de créditos
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previstos
Prof. Cadu Carrilho no art. 83, computados na forma do art. 45, todos desta Lei.
Art. 97 - § 2º - O credor que não tiver domicílio no Brasil deverá prestar caução
relativa às custas e ao pagamento da indenização de que trata o art. 101 desta Lei.

Art. 101. Quem por dolo requerer a falência de outrem será condenado, na sentença
que julgar improcedente o pedido, a indenizar o devedor, apurando-se as perdas e
danos em liquidação de sentença.

Art. 117. Os contratos bilaterais não se resolvem pela falência e podem ser cumpridos
pelo administrador judicial se o cumprimento reduzir ou evitar o aumento do passivo
da massa falida ou for necessário à manutenção e preservação de seus ativos,
mediante autorização do Comitê.

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(FGV/Fiscal da Receita Estadual/SEFAZ AP/2010)
Desatualizada/comentários atuais.
As obrigações do falido extinguem-se quando:
A) a sentença encerra o procedimento falimentar.
B) o juiz homologa as contas do administrador judicial.
C) o falido paga mais de 50% dos créditos quirografários, depois de realizado todo o
seu ativo.
D) após a manifestação do Ministério Público no sentido da extinção das obrigações.
E) dois anos após o encerramento da falência.

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Gabarito: C
Art. 158. Extingue as obrigações do falido:
I – o pagamento de todos os créditos;
II - o pagamento, após realizado todo o ativo, de mais de 25% (vinte e cinco por cento) dos
créditos quirografários, facultado ao falido o depósito da quantia necessária para atingir a
referida porcentagem se para isso não tiver sido suficiente a integral liquidação do ativo;
(Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020)
III - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020)
IV - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020)
V - o decurso do prazo de 3 (três) anos, contado da decretação da falência, ressalvada a
utilização dos bens arrecadados anteriormente, que serão destinados à liquidação para a
satisfação dos credores habilitados ou com pedido de reserva realizado; (Incluído pela Lei
nº 14.112, de 2020)
VI - o encerramento da falência nos termos dos arts. 114-A ou 156 desta Lei. (Incluído pela
Lei nº 14.112, de 2020)
Art. 156. Apresentado o relatório final, o juiz encerrará a falência por sentença e ordenará a
intimação eletrônica às Fazendas Públicas federal e de todos os Estados, Distrito Federal e
Municípios em que o devedor tiver estabelecimento e determinará a baixa da falida no
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Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), expedido pela Secretaria Especial da
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FALÊNCIA – PARTE II

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(FGV/Técnico de Fomento/BADESC/2010)
Constitui fundamento do pedido de falência, a hipótese de o devedor, no prazo
estabelecido, deixar de cumprir:
A) a obrigação assumida perante o Comitê de Credores.
B) a obrigação assumida por meio de títulos de créditos, líquidos e certos.
C) a obrigação assumida no plano de recuperação judicial.
D) a obrigação assumida no processo de execução fiscal.
E) a obrigação assumida no processo de execução extrajudicial.

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Gabarito: C
Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:
I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida
materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o
equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência;
II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à
penhora bens suficientes dentro do prazo legal;
III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de
recuperação judicial:
a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou
fraudulento para realizar pagamentos;
b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar
pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da
totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não;
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos
os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo;
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d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a
legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor;
e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com
bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo;
f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para
pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio,
do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento;
g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de
recuperação judicial.

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(FGV/Técnico de Fomento/BADESC/2010)
Nos termos da Lei 11.101/05, que regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a
falência do empresário e da sociedade empresária, no que tange ao Pedido de
Restituição, assinale a afirmativa correta.
A) A restituição de coisa vendida a crédito e entregue ao devedor, nos 15 (quinze)
dias anteriores ao requerimento de sua falência, poderá ser pedida se ainda não
alienada.
B) A sentença que reconhecer o direito do requerente determinará a entrega da coisa
no prazo de 24 (vinte e quatro) horas.
C) A apelação com efeito suspensivo da sentença que julgar o pedido de restituição, é
cabível.
D) O autor do pedido de restituição, que pretender receber o bem ou a quantia
reclamada antes do trânsito em julgado da sentença, não precisará prestar caução.
E) O pedido de restituição não suspende a disponibilidade da coisa até o trânsito em
julgado.

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Gabarito: A
Art. 85. O proprietário de bem arrecadado no processo de falência ou que se
encontre em poder do devedor na data da decretação da falência poderá pedir sua
restituição.
Parágrafo único. Também pode ser pedida a restituição de coisa vendida a crédito e
entregue ao devedor nos 15 (quinze) dias anteriores ao requerimento de sua
falência, se ainda não alienada.
Art. 88. A sentença que reconhecer o direito do requerente determinará a entrega da
coisa no prazo de 48 (quarenta e oito) horas.
Art. 90. Da sentença que julgar o pedido de restituição caberá apelação sem efeito
suspensivo.
Parágrafo único. O autor do pedido de restituição que pretender receber o bem ou a
quantia reclamada antes do trânsito em julgado da sentença prestará caução.
Art. 91. O pedido de restituição suspende a disponibilidade da coisa até o trânsito
em julgado.

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(FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual/SEFAZ RJ/2010)
Com relação à falência, analise as afirmativas a seguir.
I. Na falência, não podem ser reclamados os créditos de obrigações a título gratuito.
II. Na falência, não é atribuição da assembleia-geral de credores a constituição do
Comitê de Credores.
III. O prazo para o credor apresentar ao administrador judicial a sua habilitação ou a
sua divergência quanto ao crédito relacionado é de 15 (quinze) dias, contados da
publicação do Edital.
Assinale:
A) se todas as afirmativas estiverem corretas.
B) se somente a afirmativa I estiver correta.
C) se somente a afirmativa II estiver correta.
D) se somente a afirmativa III estiver correta.
E) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

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Gabarito: E
Art. 5º Não são exigíveis do devedor, na recuperação judicial ou na falência:
I – as obrigações a título gratuito;
II – as despesas que os credores fizerem para tomar parte na recuperação judicial
ou na falência, salvo as custas judiciais decorrentes de litígio com o devedor.

Art. 35. A assembléia-geral de credores terá por atribuições deliberar sobre:


II - na falência:
b) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e sua
substituição;

Art. 7º A verificação dos créditos será realizada pelo administrador judicial, com
base nos livros contábeis e documentos comerciais e fiscais do devedor e nos
documentos que lhe forem apresentados pelos credores, podendo contar com o
auxílio de profissionais ou empresas especializadas.
§ 1º Publicado o edital previsto no art. 52, § 1º , ou no parágrafo único do art. 99
desta
Direito Lei, os credores terão o prazo de 15 (quinze) dias para apresentar ao
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administrador judicial suas habilitações ou suas divergências quanto aos créditos
(FGV/Auditor da Receita Estadual/SEFAZ AP/2010)
Assinale a alternativa que não se configura como hipótese para decretação de
falência prevista na Lei 11.101/05.
A) Existência de patrimônio líquido negativo do empresário ou sociedade empresária.
B) Sem relevante razão de direito, o empresário ou sociedade empresária não paga,
no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos
protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 salários mínimos.
C) Executado por qualquer quantia líquida, o empresário ou sociedade empresária
não paga, não deposita ou não nomeia bens suficientes dentro do prazo legal.
D) O empresário ou sociedade empresária procede à líquidação precipitada de seus
ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos, e estes
atos não fazem parte de planejamento de recuperação judicial.
E) O empresário ou sociedade empresária transfere estabelecimento a terceiros,
credores ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens
suficientes para solver seu passivo, e isto não faz parte do plano de recuperação
judicial.
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Gabarito: A

Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:


I - sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida
materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o
equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência;
II - executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à
penhora bens suficientes dentro do prazo legal;
III - pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de
recuperação judicial:
a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou
fraudulento para realizar pagamentos;
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de
todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo;

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(FGV/Auditor da Receita Estadual/SEFAZ AP/2010)
Assinale a afirmativa que completa corretamente o fragmento a seguir.
A sentença que decreta a falência de uma empresa, ......................
A) determinará obrigatoriamente o encerramento das atividades do falido e a lacração
dos estabelecimentos empresarias.
B) apresentará o quadro geral de credores.
C) ordenará ao Registro Público de Empresas que no registro da empresa falida
conste a expressão "Falido", a data da decretação da falência e a inabilitação do
falido para o exercício de qualquer atividade empresarial.
D) extinguirá a pessoa jurídica da empresa falida.
E) deverá declarar a indisponibilidade dos bens dos sócios da sociedade limitada
falida.

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Gabarito: C
Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações:
III - ordenará ao falido que apresente, no prazo máximo de 5 (cinco) dias, relação
nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e classificação dos
respectivos créditos, se esta já não se encontrar nos autos, sob pena de
desobediência;
VI - proibirá a prática de qualquer ato de disposição ou oneração de bens do falido,
submetendo-os preliminarmente à autorização judicial e do Comitê, se houver,
ressalvados os bens cuja venda faça parte das atividades normais do devedor se
autorizada a continuação provisória nos termos do inciso XI do caput deste artigo.
VIII - ordenará ao Registro Público de Empresas e à Secretaria Especial da Receita
Federal do Brasil que procedam à anotação da falência no registro do devedor, para
que dele constem a expressão “falido”, a data da decretação da falência e a
inabilitação de que trata o art. 102 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.112, de
2020)
XI - pronunciar-se-á a respeito da continuação provisória das atividades do falido com
oDireito
administrador
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judicial ou da lacração dos estabelecimentos, observado o disposto no
art. 109 desta Lei;
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(FGV/Fiscal da Receita Estadual/SEFAZ AP/2010)
A respeito da disciplina jurídica falimentar no Brasil, é correto afirmar que:
A) a Lei 11.101/2005, que disciplina a falência, aplica-se a todos aqueles que
desenvolvem atividade econômica.
B) é competente para decretar a falência necessariamente o juízo do local da sede da
empresa.
C) todos os sócios ou acionistas da sociedade falida ficam inabilitados para exercer
qualquer atividade empresarial desde a decretação de falência até a sentença de
extinção de suas obrigações.
D) o falido não pode se ausentar do lugar onde se processa a falência sem motivo
justo e comunicação expressa ao juiz, bem como deve constituir procurador.
E) com a decretação de falência, o juízo universal passa a ser competente para julgar
as execuções de natureza fiscal do falido.

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Gabarito: D
Art. 1o Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência
do empresário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como
devedor.
Art. 2o Esta Lei não se aplica a:
I - empresa pública e sociedade de economia mista;
II - instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade
de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde,
sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente
equiparadas às anteriores.
Art. 3o É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a
recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento
do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil.
Art. 102. O falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade empresarial a partir da
decretação da falência e até a sentença que extingue suas obrigações,
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Art. 81. A decisão que decreta a falência da sociedade com sócios ilimitadamente
responsáveis também acarreta a falência destes, que ficam sujeitos aos mesmos efeitos
jurídicos produzidos em relação à sociedade falida e, por isso, deverão ser citados para
apresentar contestação, se assim o desejarem.
Art. 82. A responsabilidade pessoal dos sócios de responsabilidade limitada, dos
controladores e dos administradores da sociedade falida, estabelecida nas respectivas
leis, será apurada no próprio juízo da falência, independentemente da realização do
ativo e da prova da sua insuficiência para cobrir o passivo, observado o procedimento
ordinário previsto no Código de Processo Civil.
Art. 104. A decretação da falência impõe aos representantes legais do falido os
seguintes deveres:
III - não se ausentar do lugar onde se processa a falência sem motivo justo e
comunicação expressa ao juiz, e sem deixar procurador bastante, sob as penas
cominadas na lei;
Art. 76. O juízo da falência é indivisível e competente para conhecer todas as ações
sobre bens, interesses e negócios do falido, ressalvadas as causas trabalhistas, fiscais e
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(FGV/Técnico de Fomento/BADESC/2010)
Com relação ao tema Efeitos da Decretação da Falência, considere as afirmativas a
seguir.
I. Os contratos bilaterais se resolvem ex lege pela decretação da falência, podendo
ser cumpridos somente para a manutenção e preservação da massa falida, mediante
autorização do administrador judicial.
II. O mandato conferido pelo devedor, antes da falência, para a realização de
negócios, cessará seus efeitos com a decretação da falência, cabendo ao mandatário
prestar contas de sua gestão.
III. A decretação da falência preserva o exercício do direito de retenção sobre os bens
sujeitos à arrecadação, os quais poderão permanecer na posse dos credores até o
encerramento do processo falimentar.
Assinale:
A) se somente a afirmativa I for verdadeira.
B) se somente a afirmativa II for verdadeira.
C) se somente a afirmativa II e III forem verdadeira.
D) se somente as afirmativas I e III forem corretas.
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E) se todas as afirmativas forem corretas.
Gabarito: B

Art. 117. Os contratos bilaterais não se resolvem pela falência e podem ser
cumpridos pelo administrador judicial se o cumprimento reduzir ou evitar o aumento
do passivo da massa falida ou for necessário à manutenção e preservação de seus
ativos, mediante autorização do Comitê.
Art. 120. O mandato conferido pelo devedor, antes da falência, para a realização de
negócios, cessará seus efeitos com a decretação da falência, cabendo ao
mandatário prestar contas de sua gestão.
§ 1o O mandato conferido para representação judicial do devedor continua em vigor
até que seja expressamente revogado pelo administrador judicial.
Art. 116. A decretação da falência suspende:
I – o exercício do direito de retenção sobre os bens sujeitos à arrecadação, os quais
deverão ser entregues ao administrador judicial;

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ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA

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(FGV/Juiz do Trabalho/CSJT/2023)
A sociedade limitada X contrata empréstimo bancário com o Banco Y. Maria, sócia da
sociedade limitada X, voluntariamente concede em garantia ao empréstimo contratado o
imóvel único no qual mantém moradia com sua família, por meio de constituição de alienação
fiduciária. Inadimplente a sociedade limitada X, o Banco Y, credor fiduciário, executa a
garantia que recai sobre o imóvel, consolidando a propriedade resolúvel em seu favor. A
respeito do caso, é correto afirmar que:
A) a impenhorabilidade do bem de família prevalece sobre a alienação fiduciária em garantia,
ainda que livremente pactuada entre Maria e o Banco Y;
B) tal como na hipoteca, é presumido o benefício à entidade familiar de Maria na contratação
do empréstimo bancário pela sociedade limitada X, gravado de garantia fiduciária;
C) a alienação fiduciária em garantia é inválida por tratar-se de bem de família a garantia
ofertada, não tendo sido os valores obtidos com o empréstimo feitos em favor do imóvel ou
da unidade familiar;
D) dado que a alienação fiduciária em garantia foi livremente pactuada, o imóvel pertencente
à entidade familiar é impenhorável, tendo em vista que não se aplicam as exceções do Art. 3º
da Lei nº 8.009/1990;
E) o inadimplemento do contrato de empréstimo bancário pela sociedade limitada X
consolida
Prof. Cadu Carrilho a propriedade imóvel em nome do Banco Y, independentemente da natureza do
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Gabarito: E

Lei nº 8.009/1990 (bem de família) -Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer


processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo
se movido:
II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à
aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do
respectivo contrato;
V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou
pela entidade familiar;

Lei nº 9.514/1997 - Art. 26. Vencida e não paga, no todo ou em parte, a dívida e
constituído em mora o fiduciante, consolidar-se-á, nos termos deste artigo, a
propriedade do imóvel em nome do fiduciário.
Art. 27. Uma vez consolidada a propriedade em seu nome, o fiduciário, no prazo de
trinta dias, contados da data do registro de que trata o § 7º do artigo anterior, promoverá
público leilão para a alienação do imóvel.
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(FGV/Analista Judiciário (TJDFT/2022)
Diego adquiriu recentemente uma motocicleta zero quilômetro, viabilizada por meio de
financiamento contratado junto à instituição financeira Nosso Banco S/A. Nos termos do contrato,
que foi garantido pela alienação fiduciária do próprio veículo em favor da instituição credora, o
valor financiado, acrescido dos devidos juros, será pago por Diego em 24 parcelas mensais.
Após adimplir pontualmente as cinco primeiras parcelas, Diego deixou de pagar a sexta parcela
na data de vencimento. Diante disso, a instituição financeira credora ajuizou ação de busca e
apreensão do bem alienado fiduciariamente com pedido liminar, como a autoriza o Decreto-Lei nº
911/1969. Nesse caso, é correto afirmar que:
A) a concessão liminar da busca e apreensão do bem independe de qualquer prévia
comunicação ou notificação a Diego, pois a mora, neste caso, é ex re;
B) a concessão liminar da busca e apreensão do bem não pode ocorrer sem que antes se
oportunize a Diego a purga da sua mora no prazo de quinze dias contados de sua intimação;
C) a propriedade sobre o veículo se consolidou no patrimônio do banco no momento do
inadimplemento da sexta parcela do financiamento por Diego;
D) Diego poderá evitar a consolidação da propriedade do veículo no patrimônio do banco se
pagar o valor em aberto das parcelas vencidas no prazo de trinta dias a contar da concessão da
medida liminar;
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E)
Prof. executada
Cadu Carrilho a medida de busca e apreensão, Diego ainda poderá reaver o bem livre de ônus se
Gabarito: E
DL n° 911/1969 - Art. 2° No caso de inadimplemento ou mora nas obrigações contratuais
garantidas mediante alienação fiduciária, o proprietário fiduciário ou credor poderá vender a coisa a
terceiros, independentemente de leilão, hasta pública, avaliação prévia ou qualquer outra medida
judicial ou extrajudicial, salvo disposição expressa em contrário prevista no contrato, devendo
aplicar o preço da venda no pagamento de seu crédito e das despesas decorrentes e entregar ao
devedor o saldo apurado, se houver, com a devida prestação de contas.
§ 2° A mora decorrerá do simples vencimento do prazo para pagamento e poderá ser comprovada
por carta registrada com aviso de recebimento, não se exigindo que a assinatura constante do
referido aviso seja a do próprio destinatário.
Art. 3° O proprietário fiduciário ou credor poderá, desde que comprovada a mora, na forma
estabelecida pelo § 2° do art. 2°, ou o inadimplemento, requerer contra o devedor ou terceiro a
busca e apreensão do bem alienado fiduciariamente, a qual será concedida liminarmente, podendo
ser apreciada em plantão judiciário.
§ 1° Cinco dias após executada a liminar mencionada no caput, consolidar-se-ão a propriedade e a
posse plena e exclusiva do bem no patrimônio do credor fiduciário, cabendo às repartições
competentes, quando for o caso, expedir novo certificado de registro de propriedade em nome do
credor, ou de terceiro por ele indicado, livre do ônus da propriedade fiduciária.
§ 2° No prazo do § 1°, o devedor fiduciante poderá pagar a integralidade da dívida pendente,
segundo os valores apresentados pelo credor fiduciário na inicial, hipótese na qual o bem lhe será
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restituído livre do ônus.
(FGV/Procurador do Estado/PGEMG/2022)
Banco Caetanópolis S/A requereu a busca e apreensão de bem que recebeu em
alienação fiduciária feita por Móveis Ibiá Ltda. Previamente, o fiduciário comprovou o
não pagamento pelo fiduciante das quatro últimas parcelas do financiamento. O
pedido foi deferido e expedida liminar initio litis. O fiduciante não apresentou resposta
no prazo legal, porém, três dias após a execução da liminar, pagou a integralidade da
dívida em conformidade com os valores apresentados pelo fiduciário na inicial. Diante
do pagamento comprovado nos autos, o juiz determinou a entrega do bem livre de
ônus, mas este já havia sido alienado durante o prazo para o pagamento da dívida. O
fiduciário justificou sua conduta pela ausência de resposta do fiduciante ao pedido de
busca e apreensão. Considerados os fatos, assinale a afirmativa correta.
A) O fiduciante teria direito à restituição do bem livre de ônus e não poderia o
fiduciário, antes de expirado o prazo legal, alienar o bem sem ainda estar consolidada
sua propriedade e a posse plena e exclusiva.
B) O fiduciante tem direito à quitação da dívida, sendo correta a atitude do credor
quanto à alienação do bem em razão do deferimento da liminar e da comprovação
prévia do inadimplemento.
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C) Embora o fiduciante tivesse direito à restituição do bem livre de ônus, o fiduciário
poderia aliená-lo, pois a comprovação do inadimplemento da obrigação consolida sua
propriedade e a posse plena e exclusiva.
D) O fiduciante tem direito à quitação da dívida, não sendo correta a atitude do
fiduciário quanto à alienação do bem, pois a consolidação da propriedade e a posse
plena do bem só ocorrem com o trânsito em julgado da decisão.
E) Embora o fiduciário pudesse alienar o bem diante da ausência de resposta do
fiduciante, o primeiro deve ser condenado ao pagamento de multa, equivalente a
cinquenta por cento do valor originalmente financiado, devidamente atualizado.

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Gabarito: A
DL n° 911/1969 - Art. 3° O proprietário fiduciário ou credor poderá, desde que
comprovada a mora, na forma estabelecida pelo § 2° do art. 2°, ou o
inadimplemento, requerer contra o devedor ou terceiro a busca e apreensão do bem
alienado fiduciariamente, a qual será concedida liminarmente, podendo ser
apreciada em plantão judiciário.
§ 1° Cinco dias após executada a liminar mencionada no caput, consolidar-se-ão a
propriedade e a posse plena e exclusiva do bem no patrimônio do credor fiduciário,
cabendo às repartições competentes, quando for o caso, expedir novo certificado de
registro de propriedade em nome do credor, ou de terceiro por ele indicado, livre do
ônus da propriedade fiduciária.
§ 2° No prazo do § 1°, o devedor fiduciante poderá pagar a integralidade da dívida
pendente, segundo os valores apresentados pelo credor fiduciário na inicial,
hipótese na qual o bem lhe será restituído livre do ônus.
§ 6o Na sentença que decretar a improcedência da ação de busca e
apreensão, o juiz condenará o credor fiduciário ao pagamento de multa, em
favor do devedor fiduciante, equivalente a cinqüenta por cento do valor
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(FGV/Analista Legislativo/ALERO/2018)
Considere o seguinte caso hipotético:
João deseja comprar um apartamento vendido por uma construtora. Como João
possuía apenas 50% do valor necessário para a compra do imóvel, optou por dar uma
entrada de 50% e financiar o restante do valor através de uma linha de crédito
imobiliário disponibilizado por uma determinada instituição bancária. Nesta
modalidade de financiamento, João se compromete a pagar sua dívida em 120
parcelas mensais, definidas a partir de uma certa taxa de juros. Durante o prazo em
que perdurar a dívida, o apartamento permanece como propriedade temporária do
banco, podendo o banco reavê-lo plenamente, em caso de inadimplência no
pagamento das parcelas. Após o pagamento completo da dívida, a propriedade é
transferida de maneira plena a João. A situação em questão é um exemplo de
A) empréstimo bilateral.
B) hipoteca direta.
C) locação prestamista.
D) alienação fiduciária.
E) mútuo discretizado.
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Gabarito: D
Código Civil - Art. 1.361. Considera-se fiduciária a propriedade resolúvel de coisa móvel
infungível que o devedor, com escopo de garantia, transfere ao credor.
Art. 1.368-B. A alienação fiduciária em garantia de bem móvel ou imóvel confere direito
real de aquisição ao fiduciante, seu cessionário ou sucessor.

Lei 9.514 de 1997 - Da Alienação Fiduciária de Coisa Imóvel


Art. 22. A alienação fiduciária regulada por esta Lei é o negócio jurídico pelo qual o
devedor, ou fiduciante, com o escopo de garantia, contrata a transferência ao credor, ou
fiduciário, da propriedade resolúvel de coisa imóvel.
Art. 23. Constitui-se a propriedade fiduciária de coisa imóvel mediante registro, no
competente Registro de Imóveis, do contrato que lhe serve de título.
Parágrafo único. Com a constituição da propriedade fiduciária, dá-se o desdobramento
da posse, tornando-se o fiduciante possuidor direto e o fiduciário possuidor indireto da
coisa imóvel.

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(FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual/SEFAZ RJ/2010)
Com relação à alienação fiduciária em garantia, analise as afirmativas a seguir:
I. Por meio do contrato de alienação fiduciária em garantia, o credor torna-se
proprietário do bem alienado e seu possuidor direto.
II. Não se admite a alienação fiduciária em garantia de bens imóveis.
III. No contrato de alienação fiduciária, não se admite cláusula que autoriza o
proprietário fiduciário a ficar com a coisa alienada em garantia, se a dívida não for
paga no vencimento.
Assinale:
A) se nenhuma afirmativa estiver correta.
B) se somente a afirmativa I estiver correta.
C) se somente a afirmativa II estiver correta.
D) se somente a afirmativa III estiver correta.
E) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

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Gabarito: D
Código Civil – Art. 1.361. Considera-se fiduciária a propriedade resolúvel de coisa
móvel infungível que o devedor, com escopo de garantia, transfere ao credor.
§ 1° Constitui-se a propriedade fiduciária com o registro do contrato, celebrado por
instrumento público ou particular, que lhe serve de título, no Registro de Títulos e
Documentos do domicílio do devedor, ou, em se tratando de veículos, na repartição
competente para o licenciamento, fazendo-se a anotação no certificado de registro.
§ 2° Com a constituição da propriedade fiduciária, dá-se o desdobramento da
posse, tornando-se o devedor possuidor direto da coisa.
Art. 1.365. É nula a cláusula que autoriza o proprietário fiduciário a ficar com a coisa
alienada em garantia, se a dívida não for paga no vencimento.
Parágrafo único. O devedor pode, com a anuência do credor, dar seu direito
eventual à coisa em pagamento da dívida, após o vencimento desta.
Lei n ° 9.514/1997 - Art. 22. A alienação fiduciária regulada por esta Lei é o negócio
jurídico pelo qual o devedor, ou fiduciante, com o escopo de garantia, contrata a
transferência ao credor, ou fiduciário, da propriedade resolúvel de coisa imóvel.
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EXERCÍCIOS FGV
ARRENDAMENTO MERCANTIL

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(FGV/Procurador do Estado/PGEMG/2022)
A massa falida de Panificadora Itaúna Ltda., representada por seu administrador judicial, ajuizou
ação de repetição de indébito em face de Extrema S/A - Arrendamento Mercantil. O autor pediu a
restituição do Valor Residual Garantido (VRG) pago antecipadamente durante a vigência do
contrato de arrendamento mercantil e a declaração de nulidade da cláusula que prevê tal
pagamento. O administrador judicial não usou da faculdade de manutenção do contrato de
arrendamento mercantil, acarretando sua extinção e retomada da posse do bem pela
arrendadora. Na contestação, a ré pugnou pela validade da cláusula que autoriza o pagamento
antecipado do VRG e pediu a improcedência do pedido em razão da extinção do contrato se dar
por culpa exclusiva da devedora, ora falida. Com base nas informações do enunciado, assinale a
afirmativa correta.
A) É válida a cobrança antecipada do VRG, uma vez que não descaracteriza o contrato de
arrendamento mercantil e não deve haver devolução de qualquer valor.
B) Ainda que seja válida a cláusula de cobrança antecipada do VRG, com a extinção do contrato
é devida a restituição do valor pago antecipadamente, pois o arrendatário não exercerá a opção
de compra do bem.
C) A cobrança do VRG, seja antecipada ou ao final do contrato, descaracteriza o contrato de
arrendamento mercantil, transformando-o em compra e venda a prazo, logo é procedente o
pedido.
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D)
Prof. A cobrança
Cadu Carrilho do VRG deve ocorrer necessariamente ao final do contrato, sob pena de nulidade
Gabarito: B

Súmula 293 do STJ: A cobrança antecipada do valor residual garantido (VRG) não
descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil.

Resolução n° 2.309/1996 do Bacen - Art. 7º Os contratos de arrendamento


mercantil devem ser formalizados por instrumento público ou particular,
devendo conter, no mínimo, as especificações abaixo relacionadas:
VII - as despesas e os encargos adicionais, inclusive despesas de assistência
técnica, manutenção e serviços inerentes à operacionalidade dos bens
arrendados, admitindo-se, ainda, para o arrendamento mercantil financeiro:
a) a previsão de a arrendatária pagar valor residual garantido em qualquer
momento durante a vigência do contrato, não caracterizando o pagamento do
valor residual garantido o exercício da opção de compra;

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(FGV/Fiscal da Receita Estadual/SEFAZ AP/2010)
A respeito dos contratos de arrendamento mercantil (leasing) é correto afirmar que:
A) ainda que haja cláusula resolutiva expressa no instrumento contratual, é
necessária a notificação prévia do arrendatário para constituí-lo em mora.
B) a previsão de cláusula resolutiva expressa no instrumento contratual exclui a
necessidade de notificação do arrendatário para constituí-lo em mora.
C) é nula de pleno direito a cláusula resolutiva expressa.
D) a cláusula que determina a obrigatoriedade da compra do bem pelo arrendatário
ao final do prazo contratual é essencial para configurar contrato como de
arrendamento mercantil.
E) apenas pessoas jurídicas podem figurar como partes neste tipo contratual.

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Gabarito: A

Súmula 369 do STJ - No contrato de arrendamento mercantil (leasing), ainda que haja
cláusula resolutiva expressa, é necessária a notificação prévia do arrendatário para
constituí-lo em mora.

Lei 6.099/1994 - Art 1º O tratamento tributário das operações de arrendamento mercantil


reger-se-á pelas disposições desta Lei.

Parágrafo único - Considera-se arrendamento mercantil, para os efeitos desta Lei, o


negócio jurídico realizado entre pessoa jurídica, na qualidade de arrendadora, e pessoa
física ou jurídica, na qualidade de arrendatária, e que tenha por objeto o arrendamento
de bens adquiridos pela arrendadora, segundo especificações da arrendatária e para
uso próprio desta.

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OBRIGADO
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