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Interpretação

Janaína Souto
Questão 01
Aconselho‐o a se conformar

Você viajou, veio de longe para conversar comigo. Queria que eu o ajudasse a
colocar ordem no seu albergue. O corpo é um albergue, você sabe. Nele moram
muitos pensionistas com a mesma cara. Lição que aprendi de um demônio que,
respondendo a uma pergunta de Jesus sobre seu nome, respondeu que era
Legião, porque eram muitos. O caso mais famoso é o de Fernando Pessoa,
nome de batismo de um corpo em que muitas pessoas diferentes moraram,
algumas ao mesmo tempo, outras sucessivamente, cada uma pensando e
escrevendo de um jeito. Sobre o assunto aconselho você e todos os leitores a
verem o filme Quero ser John Malcovitch.
Questão 01
Você me contou sobre alguns dos seus pensionistas. Primeiro, o palhaço. Não
por acidente, mas por vocação e profissão, com nariz vermelho e tudo o mais,
que divertia as crianças. Eis aí um personagem que precisa viver sempre. O riso
é, talvez, o remédio mais poderoso para nos ajudar a conviver com a tristeza. O
riso do palhaço é sempre um raio de luz na escuridão. Nietzsche se dizia
palhaço. Palhaço e poeta. As duas vocações se complementam.
Outro foi um vendedor de cachorro‐quente. Para ganhar a vida. Diferente.
Você se divertia com os seus cachorros e estava sempre inventando novas
raças.
Questão 01
Agora é um professor universitário com a terrível responsabilidade de escrever
artigos científicos e se comportar devidamente. Advirto‐o de que palhaços e
professores universitários não convivem bem. Você sabe disso por experiência
própria. Palhaços são leves, flutuam; professores universitários são graves,
afundam. É proibido fazer humor em teses de mestrado e doutorado.
E há, por fim, o mais terrível de todos os personagens: o apaixonado. A paixão
é uma perturbação da tranquilidade da alma. Abelardo, professor universitário, se
deu muito mal, permitindo‐se ficar apaixonado pela Heloísa. Foi a sua desgraça.
A estória dos seus amores está contada no filme Em nome de Deus. Ele mesmo,
Abelardo, rigoroso professor de filosofia, confessou que, tomado pela paixão,
deixou de preparar suas aulas e passou a dedicar‐se à poesia. Como você sabe,
poesia não dá respeitabilidade acadêmica.
Questão 01
Tudo seria simples se cada um dos personagens tivesse morado no seu corpo
numa temporada de curta duração, partindo depois para destino ignorado. Não é
esse o seu caso. Na realidade,suspeito que haja muitos outros, sobre que você
não falou. Falarei sobre um deles, no final. Acontece que todos eles continuam a
morar no seu albergue, numa orgia que não lhe dá sossego.
Quero dizer‐lhe duas coisas. Pelo que ouvi, não me parece que qualquer um
deles tenha disposição para mudar de casa. Isso é ruim, porque você nunca terá
paz. Seria tão melhor se você fosse 100% cientista, que só pensasse em
pesquisa e artigos! Você teria uma única direção – e mesmo as suas possíveis
paixões seriam submetidas ao critério acadêmico. Você se casaria com uma
cientista, trabalhariam os dois nos domingos em suas pesquisas, e nenhum
reclamaria do outro. Nenhum estaria querendo ir ao cinema enquanto o outro
está no computador tentando terminar um artigo. Mas esse não é o caso. Seria
muito chato.
Questão 01
Não sendo esse o caso, aconselho‐o a se conformar. Ofereço‐lhe, como
consolo, um aforismo de Nietzsche: “O preço da fertilidade é ser rico em
oposições internas. A gente permanece jovem somente enquanto a alma não se
espreguiça e deseja a paz”. Você está cheio de oposições internas. Se essas
oposições lhe tiram a paz, você deve saber que são elas que o fazem
interessante. É delas que surgem os pensamentos mais bonitos.
Não sei por que você não continua a ser palhaço e a alegrar as crianças. E por
que não fazer isso na universidade? Você tem vergonha? Roupa de palhaço não
combina com beca acadêmica?
Quanto às suas habilidades de fazedor de cachorro‐quente, acho melhor
cuidar delas com cuidado, em particular. Nunca se sabe o que o futuro nos
reserva. Sei de professores que passaram a ganhar a vida fazendo suco e
vendendo pão.
Questão 01
E vi que seu personagem cientista está a serviço de um personagem artista.
Você é um cientista de lagos. Para a ciência, lagos são laboratórios. Muito se
pode aprender do seu estudo. Mas você, além disso, ama os lagos pela sua
beleza. Você cuida dos lagos pela tranquilidade que eles comunicam. Você tem
alma de jardineiro.
Aceite a orgia dos pensionistas com alegria. São poucos os que têm esse
privilégio. Apareça de novo quando quiser.

(ALVES, Rubem. Se eu pudesse viver minha vida novamente. Editora Verus.


2004. Adaptado.)
Questão 01
O texto apresenta-se em uma linguagem predominantemente argumentativa.
Contudo, além de apresentar as explicações fundamentadas, há demonstração
da opinião explícita do autor em relação à temática central do texto; assinale-a.
Alternativas
A) “Você viajou, veio de longe para conversar comigo.” (1º§)
B) “Sei de professores que passaram a ganhar a vida fazendo suco e vendendo
pão.” (10º§)
C) “Você se divertia com os seus cachorros e estava sempre inventando novas
raças.” (3º§)
D) “Seria tão melhor se você fosse 100% cientista, que só pensasse em
pesquisa e artigos!” (7º§)
Questão 02
Aconselho‐o a se conformar

Você viajou, veio de longe para conversar comigo. Queria que eu o ajudasse a
colocar ordem no seu albergue. O corpo é um albergue, você sabe. Nele moram
muitos pensionistas com a mesma cara. Lição que aprendi de um demônio que,
respondendo a uma pergunta de Jesus sobre seu nome, respondeu que era
Legião, porque eram muitos. O caso mais famoso é o de Fernando Pessoa,
nome de batismo de um corpo em que muitas pessoas diferentes moraram,
algumas ao mesmo tempo, outras sucessivamente, cada uma pensando e
escrevendo de um jeito. Sobre o assunto aconselho você e todos os leitores a
verem o filme Quero ser John Malcovitch.
Questão 02
Você me contou sobre alguns dos seus pensionistas. Primeiro, o palhaço. Não
por acidente, mas por vocação e profissão, com nariz vermelho e tudo o mais,
que divertia as crianças. Eis aí um personagem que precisa viver sempre. O riso
é, talvez, o remédio mais poderoso para nos ajudar a conviver com a tristeza. O
riso do palhaço é sempre um raio de luz na escuridão. Nietzsche se dizia
palhaço. Palhaço e poeta. As duas vocações se complementam.
Outro foi um vendedor de cachorro‐quente. Para ganhar a vida. Diferente.
Você se divertia com os seus cachorros e estava sempre inventando novas
raças.
Questão 02
Agora é um professor universitário com a terrível responsabilidade de escrever
artigos científicos e se comportar devidamente. Advirto‐o de que palhaços e
professores universitários não convivem bem. Você sabe disso por experiência
própria. Palhaços são leves, flutuam; professores universitários são graves,
afundam. É proibido fazer humor em teses de mestrado e doutorado.
E há, por fim, o mais terrível de todos os personagens: o apaixonado. A paixão
é uma perturbação da tranquilidade da alma. Abelardo, professor universitário, se
deu muito mal, permitindo‐se ficar apaixonado pela Heloísa. Foi a sua desgraça.
A estória dos seus amores está contada no filme Em nome de Deus. Ele mesmo,
Abelardo, rigoroso professor de filosofia, confessou que, tomado pela paixão,
deixou de preparar suas aulas e passou a dedicar‐se à poesia. Como você sabe,
poesia não dá respeitabilidade acadêmica.
Questão 02
Tudo seria simples se cada um dos personagens tivesse morado no seu corpo
numa temporada de curta duração, partindo depois para destino ignorado. Não é
esse o seu caso. Na realidade,suspeito que haja muitos outros, sobre que você
não falou. Falarei sobre um deles, no final. Acontece que todos eles continuam a
morar no seu albergue, numa orgia que não lhe dá sossego.
Quero dizer‐lhe duas coisas. Pelo que ouvi, não me parece que qualquer um
deles tenha disposição para mudar de casa. Isso é ruim, porque você nunca terá
paz. Seria tão melhor se você fosse 100% cientista, que só pensasse em
pesquisa e artigos! Você teria uma única direção – e mesmo as suas possíveis
paixões seriam submetidas ao critério acadêmico. Você se casaria com uma
cientista, trabalhariam os dois nos domingos em suas pesquisas, e nenhum
reclamaria do outro. Nenhum estaria querendo ir ao cinema enquanto o outro
está no computador tentando terminar um artigo. Mas esse não é o caso. Seria
muito chato.
Questão 02
Não sendo esse o caso, aconselho‐o a se conformar. Ofereço‐lhe, como
consolo, um aforismo de Nietzsche: “O preço da fertilidade é ser rico em
oposições internas. A gente permanece jovem somente enquanto a alma não se
espreguiça e deseja a paz”. Você está cheio de oposições internas. Se essas
oposições lhe tiram a paz, você deve saber que são elas que o fazem
interessante. É delas que surgem os pensamentos mais bonitos.
Não sei por que você não continua a ser palhaço e a alegrar as crianças. E por
que não fazer isso na universidade? Você tem vergonha? Roupa de palhaço não
combina com beca acadêmica?
Quanto às suas habilidades de fazedor de cachorro‐quente, acho melhor
cuidar delas com cuidado, em particular. Nunca se sabe o que o futuro nos
reserva. Sei de professores que passaram a ganhar a vida fazendo suco e
vendendo pão.
Questão 02
E vi que seu personagem cientista está a serviço de um personagem artista.
Você é um cientista de lagos. Para a ciência, lagos são laboratórios. Muito se
pode aprender do seu estudo. Mas você, além disso, ama os lagos pela sua
beleza. Você cuida dos lagos pela tranquilidade que eles comunicam. Você tem
alma de jardineiro.
Aceite a orgia dos pensionistas com alegria. São poucos os que têm esse
privilégio. Apareça de novo quando quiser.

(ALVES, Rubem. Se eu pudesse viver minha vida novamente. Editora Verus.


2004. Adaptado.)
Questão 02
Considerando-se o contexto, o sentido do termo destacado NÃO está
corretamente identificado em:
Alternativas
A) “São poucos os que têm esse privilégio.” (12º§) – oportunidade
B) “A paixão é uma perturbação da tranquilidade da alma.” (5º§) – inquietação
C) “Ofereço‐lhe, como consolo, um aforismo de Nietzsche: [...]” (8º§) – suposição
D) “Como você sabe, poesia não dá respeitabilidade acadêmica.” (5º§) –
merecimento
Questão 03
Aconselho‐o a se conformar

Você viajou, veio de longe para conversar comigo. Queria que eu o ajudasse a
colocar ordem no seu albergue. O corpo é um albergue, você sabe. Nele moram
muitos pensionistas com a mesma cara. Lição que aprendi de um demônio que,
respondendo a uma pergunta de Jesus sobre seu nome, respondeu que era
Legião, porque eram muitos. O caso mais famoso é o de Fernando Pessoa,
nome de batismo de um corpo em que muitas pessoas diferentes moraram,
algumas ao mesmo tempo, outras sucessivamente, cada uma pensando e
escrevendo de um jeito. Sobre o assunto aconselho você e todos os leitores a
verem o filme Quero ser John Malcovitch.
Questão 03
Você me contou sobre alguns dos seus pensionistas. Primeiro, o palhaço. Não
por acidente, mas por vocação e profissão, com nariz vermelho e tudo o mais,
que divertia as crianças. Eis aí um personagem que precisa viver sempre. O riso
é, talvez, o remédio mais poderoso para nos ajudar a conviver com a tristeza. O
riso do palhaço é sempre um raio de luz na escuridão. Nietzsche se dizia
palhaço. Palhaço e poeta. As duas vocações se complementam.
Outro foi um vendedor de cachorro‐quente. Para ganhar a vida. Diferente.
Você se divertia com os seus cachorros e estava sempre inventando novas
raças.
Questão 03
Agora é um professor universitário com a terrível responsabilidade de escrever
artigos científicos e se comportar devidamente. Advirto‐o de que palhaços e
professores universitários não convivem bem. Você sabe disso por experiência
própria. Palhaços são leves, flutuam; professores universitários são graves,
afundam. É proibido fazer humor em teses de mestrado e doutorado.
E há, por fim, o mais terrível de todos os personagens: o apaixonado. A paixão
é uma perturbação da tranquilidade da alma. Abelardo, professor universitário, se
deu muito mal, permitindo‐se ficar apaixonado pela Heloísa. Foi a sua desgraça.
A estória dos seus amores está contada no filme Em nome de Deus. Ele mesmo,
Abelardo, rigoroso professor de filosofia, confessou que, tomado pela paixão,
deixou de preparar suas aulas e passou a dedicar‐se à poesia. Como você sabe,
poesia não dá respeitabilidade acadêmica.
Questão 03
Tudo seria simples se cada um dos personagens tivesse morado no seu corpo
numa temporada de curta duração, partindo depois para destino ignorado. Não é
esse o seu caso. Na realidade, suspeito que haja muitos outros, sobre que você
não falou. Falarei sobre um deles, no final. Acontece que todos eles continuam a
morar no seu albergue, numa orgia que não lhe dá sossego.
Quero dizer‐lhe duas coisas. Pelo que ouvi, não me parece que qualquer um
deles tenha disposição para mudar de casa. Isso é ruim, porque você nunca terá
paz. Seria tão melhor se você fosse 100% cientista, que só pensasse em
pesquisa e artigos! Você teria uma única direção – e mesmo as suas possíveis
paixões seriam submetidas ao critério acadêmico. Você se casaria com uma
cientista, trabalhariam os dois nos domingos em suas pesquisas, e nenhum
reclamaria do outro. Nenhum estaria querendo ir ao cinema enquanto o outro
está no computador tentando terminar um artigo. Mas esse não é o caso. Seria
muito chato.
Questão 03
Não sendo esse o caso, aconselho‐o a se conformar. Ofereço‐lhe, como
consolo, um aforismo de Nietzsche: “O preço da fertilidade é ser rico em
oposições internas. A gente permanece jovem somente enquanto a alma não se
espreguiça e deseja a paz”. Você está cheio de oposições internas. Se essas
oposições lhe tiram a paz, você deve saber que são elas que o fazem
interessante. É delas que surgem os pensamentos mais bonitos.
Não sei por que você não continua a ser palhaço e a alegrar as crianças. E por
que não fazer isso na universidade? Você tem vergonha? Roupa de palhaço não
combina com beca acadêmica?
Quanto às suas habilidades de fazedor de cachorro‐quente, acho melhor
cuidar delas com cuidado, em particular. Nunca se sabe o que o futuro nos
reserva. Sei de professores que passaram a ganhar a vida fazendo suco e
vendendo pão.
Questão 03
E vi que seu personagem cientista está a serviço de um personagem artista.
Você é um cientista de lagos. Para a ciência, lagos são laboratórios. Muito se
pode aprender do seu estudo. Mas você, além disso, ama os lagos pela sua
beleza. Você cuida dos lagos pela tranquilidade que eles comunicam. Você tem
alma de jardineiro.
Aceite a orgia dos pensionistas com alegria. São poucos os que têm esse
privilégio. Apareça de novo quando quiser.

(ALVES, Rubem. Se eu pudesse viver minha vida novamente. Editora Verus.


2004. Adaptado.)
Questão 03
É possível inferir que o cronista aborda um tema contemporâneo que diz
respeito, principalmente, à:
Alternativas
A) Recomendação para evidenciar os contratempos vivenciados diariamente.
B) Utilização de um conselho incrédulo, estabelecendo uma perspectiva
indispensável.
C) Premência de aceitar os inerentes “eus”, ponderando que é improvável
modificar tal realidade.
D) Aceitação da invariável dimensão humana, bem como desperdício de tempo
com certos hábitos.
Questão 04
Aconselho‐o a se conformar

Você viajou, veio de longe para conversar comigo. Queria que eu o ajudasse a
colocar ordem no seu albergue. O corpo é um albergue, você sabe. Nele moram
muitos pensionistas com a mesma cara. Lição que aprendi de um demônio que,
respondendo a uma pergunta de Jesus sobre seu nome, respondeu que era
Legião, porque eram muitos. O caso mais famoso é o de Fernando Pessoa,
nome de batismo de um corpo em que muitas pessoas diferentes moraram,
algumas ao mesmo tempo, outras sucessivamente, cada uma pensando e
escrevendo de um jeito. Sobre o assunto aconselho você e todos os leitores a
verem o filme Quero ser John Malcovitch.
Questão 04
Você me contou sobre alguns dos seus pensionistas. Primeiro, o palhaço. Não
por acidente, mas por vocação e profissão, com nariz vermelho e tudo o mais,
que divertia as crianças. Eis aí um personagem que precisa viver sempre. O riso
é, talvez, o remédio mais poderoso para nos ajudar a conviver com a tristeza. O
riso do palhaço é sempre um raio de luz na escuridão. Nietzsche se dizia
palhaço. Palhaço e poeta. As duas vocações se complementam.
Outro foi um vendedor de cachorro‐quente. Para ganhar a vida. Diferente.
Você se divertia com os seus cachorros e estava sempre inventando novas
raças.
Questão 04
Agora é um professor universitário com a terrível responsabilidade de escrever
artigos científicos e se comportar devidamente. Advirto‐o de que palhaços e
professores universitários não convivem bem. Você sabe disso por experiência
própria. Palhaços são leves, flutuam; professores universitários são graves,
afundam. É proibido fazer humor em teses de mestrado e doutorado.
E há, por fim, o mais terrível de todos os personagens: o apaixonado. A paixão
é uma perturbação da tranquilidade da alma. Abelardo, professor universitário, se
deu muito mal, permitindo‐se ficar apaixonado pela Heloísa. Foi a sua desgraça.
A estória dos seus amores está contada no filme Em nome de Deus. Ele mesmo,
Abelardo, rigoroso professor de filosofia, confessou que, tomado pela paixão,
deixou de preparar suas aulas e passou a dedicar‐se à poesia. Como você sabe,
poesia não dá respeitabilidade acadêmica.
Questão 04
Tudo seria simples se cada um dos personagens tivesse morado no seu corpo
numa temporada de curta duração, partindo depois para destino ignorado. Não é
esse o seu caso. Na realidade,suspeito que haja muitos outros, sobre que você
não falou. Falarei sobre um deles, no final. Acontece que todos eles continuam a
morar no seu albergue, numa orgia que não lhe dá sossego.
Quero dizer‐lhe duas coisas. Pelo que ouvi, não me parece que qualquer um
deles tenha disposição para mudar de casa. Isso é ruim, porque você nunca terá
paz. Seria tão melhor se você fosse 100% cientista, que só pensasse em
pesquisa e artigos! Você teria uma única direção – e mesmo as suas possíveis
paixões seriam submetidas ao critério acadêmico. Você se casaria com uma
cientista, trabalhariam os dois nos domingos em suas pesquisas, e nenhum
reclamaria do outro. Nenhum estaria querendo ir ao cinema enquanto o outro
está no computador tentando terminar um artigo. Mas esse não é o caso. Seria
muito chato.
Questão 04
Não sendo esse o caso, aconselho‐o a se conformar. Ofereço‐lhe, como
consolo, um aforismo de Nietzsche: “O preço da fertilidade é ser rico em
oposições internas. A gente permanece jovem somente enquanto a alma não se
espreguiça e deseja a paz”. Você está cheio de oposições internas. Se essas
oposições lhe tiram a paz, você deve saber que são elas que o fazem
interessante. É delas que surgem os pensamentos mais bonitos.
Não sei por que você não continua a ser palhaço e a alegrar as crianças. E por
que não fazer isso na universidade? Você tem vergonha? Roupa de palhaço não
combina com beca acadêmica?
Quanto às suas habilidades de fazedor de cachorro‐quente, acho melhor
cuidar delas com cuidado, em particular. Nunca se sabe o que o futuro nos
reserva. Sei de professores que passaram a ganhar a vida fazendo suco e
vendendo pão.
Questão 04
E vi que seu personagem cientista está a serviço de um personagem artista.
Você é um cientista de lagos. Para a ciência, lagos são laboratórios. Muito se
pode aprender do seu estudo. Mas você, além disso, ama os lagos pela sua
beleza. Você cuida dos lagos pela tranquilidade que eles comunicam. Você tem
alma de jardineiro.
Aceite a orgia dos pensionistas com alegria. São poucos os que têm esse
privilégio. Apareça de novo quando quiser.

(ALVES, Rubem. Se eu pudesse viver minha vida novamente. Editora Verus.


2004. Adaptado.)
Questão 04
Considerando‐se as características que definem o gênero textual crônica, podem
ser encontradas no texto de Rubem Alves:
Alternativas
A) Interlocução constante com leitor e abordagem de acontecimentos habituais.
B) Gênero narrativo ficcional e linguagem predominantemente informal e literal.
C) Influência de reflexões de caráter pessoal e emprego do discurso indireto
livre.
D) Presença de contestação objetiva e de coloquialismo na conversação dos
personagens.
Questão 05
Os perigos de beber e dirigir já são bem conhecidos. Agora, um estudo feito por
um grupo de cientistas australianos mostra que, se você tiver dormido mal,
também não deveria pegar o volante.
Uma pesquisa de 2021 apontou que entre 10% e 20% dos acidentes de
trânsito provavelmente eram causados, ao menos em parte, pelo cansaço.
Diferente de um happy hour depois do serviço, as pessoas não costumam
escolher dormir menos. Pessoas com distúrbios no sono, pais de recém-
nascidos e trabalhadores de turnos noturnos podem, às vezes, não conseguir
dormir a quantidade necessária por dia.
Seria difícil controlar o nível de sono dos motoristas. Não existe um “teste de
bafômetro” que avalie a fadiga na beira da estrada, o quanto você dormiu ou
quão debilitado está.
Questão 05
Alguns regulamentos já levam em conta o cansaço no trânsito. No estado norte-
americano de Nova Jersey, uma lei determina que motoristas sejam legalmente
prejudicados se, nas últimas 24 horas, não tiverem dormido nada. Não é o ideal,
mas é alguma coisa.
No Brasil, não há uma especificação sobre o sono; mas, segundo o art. 169
do CTB, dirigir sem atenção ou cuidados indispensáveis à segurança caracteriza
uma infração leve e, para o art. 166, entregar a direção do veículo a alguém que
não esteja em estado físico ou psíquico de conduzir é infração gravíssima.
Já que a legislação não dá conta de regular esse tema, é útil seguir alguns
conselhos práticos para decidir se você está ou não cansado demais para dirigir.
Questão 05
Se você boceja com frequência, dá umas piscadas mais longas, está com a
visão embaçada, tem dificuldade de manter a cabeça erguida e a velocidade
estável e faz desvios na pista, talvez seja melhor passar o volante. E se você
dormiu por menos de cinco horas, talvez seja melhor nem arriscar.

(Fonte: Abril — adaptado.)


Questão 05
Sobre o sinônimo das palavras, marcar C para as afirmativas Certas, E para as
Erradas e, após, assinalar a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
( ) “Importante” é o sinônimo de “ilustre”. ( ) “Fundamental” é o sinônimo de
“necessário”.
Alternativas
A) C - C.
B) E - E.
C) E - C.
D) C - E.
Questão 06
Os perigos de beber e dirigir já são bem conhecidos. Agora, um estudo feito por
um grupo de cientistas australianos mostra que, se você tiver dormido mal,
também não deveria pegar o volante.
Uma pesquisa de 2021 apontou que entre 10% e 20% dos acidentes de
trânsito provavelmente eram causados, ao menos em parte, pelo cansaço.
Diferente de um happy hour depois do serviço, as pessoas não costumam
escolher dormir menos. Pessoas com distúrbios no sono, pais de recém-
nascidos e trabalhadores de turnos noturnos podem, às vezes, não conseguir
dormir a quantidade necessária por dia.
Seria difícil controlar o nível de sono dos motoristas. Não existe um “teste de
bafômetro” que avalie a fadiga na beira da estrada, o quanto você dormiu ou
quão debilitado está.
Questão 06
Alguns regulamentos já levam em conta o cansaço no trânsito. No estado norte-
americano de Nova Jersey, uma lei determina que motoristas sejam legalmente
prejudicados se, nas últimas 24 horas, não tiverem dormido nada. Não é o ideal,
mas é alguma coisa.
No Brasil, não há uma especificação sobre o sono; mas, segundo o art. 169
do CTB, dirigir sem atenção ou cuidados indispensáveis à segurança caracteriza
uma infração leve e, para o art. 166, entregar a direção do veículo a alguém que
não esteja em estado físico ou psíquico de conduzir é infração gravíssima.
Já que a legislação não dá conta de regular esse tema, é útil seguir alguns
conselhos práticos para decidir se você está ou não cansado demais para dirigir.
Questão 06
Se você boceja com frequência, dá umas piscadas mais longas, está com a
visão embaçada, tem dificuldade de manter a cabeça erguida e a velocidade
estável e faz desvios na pista, talvez seja melhor passar o volante. E se você
dormiu por menos de cinco horas, talvez seja melhor nem arriscar.

(Fonte: Abril — adaptado.)


Questão 06
No trecho “[...] entre 10% e 20% dos acidentes de trânsito provavelmente eram
causados, ao menos em parte, pelo cansaço.”, a palavra sublinhada tem o
mesmo significado que:
Alternativas
A) Casualmente.
B) Possivelmente.
C) Aleatoriamente.
D) Certamente.
Questão 07
Os perigos de beber e dirigir já são bem conhecidos. Agora, um estudo feito por
um grupo de cientistas australianos mostra que, se você tiver dormido mal,
também não deveria pegar o volante.
Uma pesquisa de 2021 apontou que entre 10% e 20% dos acidentes de
trânsito provavelmente eram causados, ao menos em parte, pelo cansaço.
Diferente de um happy hour depois do serviço, as pessoas não costumam
escolher dormir menos. Pessoas com distúrbios no sono, pais de recém-
nascidos e trabalhadores de turnos noturnos podem, às vezes, não conseguir
dormir a quantidade necessária por dia.
Seria difícil controlar o nível de sono dos motoristas. Não existe um “teste de
bafômetro” que avalie a fadiga na beira da estrada, o quanto você dormiu ou
quão debilitado está.
Questão 07
Alguns regulamentos já levam em conta o cansaço no trânsito. No estado norte-
americano de Nova Jersey, uma lei determina que motoristas sejam legalmente
prejudicados se, nas últimas 24 horas, não tiverem dormido nada. Não é o ideal,
mas é alguma coisa.
No Brasil, não há uma especificação sobre o sono; mas, segundo o art. 169
do CTB, dirigir sem atenção ou cuidados indispensáveis à segurança caracteriza
uma infração leve e, para o art. 166, entregar a direção do veículo a alguém que
não esteja em estado físico ou psíquico de conduzir é infração gravíssima.
Questão 07
Já que a legislação não dá conta de regular esse tema, é útil seguir alguns
conselhos práticos para decidir se você está ou não cansado demais para dirigir.
Se você boceja com frequência, dá umas piscadas mais longas, está com a
visão embaçada, tem dificuldade de manter a cabeça erguida e a velocidade
estável e faz desvios na pista, talvez seja melhor passar o volante. E se você
dormiu por menos de cinco horas, talvez seja melhor nem arriscar.

(Fonte: Abril — adaptado.)


Questão 07
Com base no texto, marcar C para as afirmativas Certas, E para as Erradas e,
após, assinalar a alternativa CORRETA:
( ) Trabalhadores de turnos noturnos, pessoas com distúrbios do sono e pais de
recém-nascidos, às vezes, podem não conseguir dormir a quantidade necessária
por dia.
( ) Em Nova Jersey, estado norte-americano, uma lei determina que motoristas
sejam legalmente prejudicados se, nas últimas 24 horas, não tiverem dormido
nada.
( ) A legislação dá conta de regular a questão do sono na direção, não sendo
necessário seguir algumas dicas, visando decidir se você está ou não cansado
demais para dirigir.
Questão 07
Alternativas
A) E - E - C.
B) E - C - E.
C) C - E - C.
D) C - C - E.
Questão 08
Os perigos de beber e dirigir já são bem conhecidos. Agora, um estudo feito por
um grupo de cientistas australianos mostra que, se você tiver dormido mal,
também não deveria pegar o volante.
Uma pesquisa de 2021 apontou que entre 10% e 20% dos acidentes de
trânsito provavelmente eram causados, ao menos em parte, pelo cansaço.
Diferente de um happy hour depois do serviço, as pessoas não costumam
escolher dormir menos. Pessoas com distúrbios no sono, pais de recém-
nascidos e trabalhadores de turnos noturnos podem, às vezes, não conseguir
dormir a quantidade necessária por dia.
Seria difícil controlar o nível de sono dos motoristas. Não existe um “teste de
bafômetro” que avalie a fadiga na beira da estrada, o quanto você dormiu ou
quão debilitado está.
Questão 08
Alguns regulamentos já levam em conta o cansaço no trânsito. No estado norte-
americano de Nova Jersey, uma lei determina que motoristas sejam legalmente
prejudicados se, nas últimas 24 horas, não tiverem dormido nada. Não é o ideal,
mas é alguma coisa.
No Brasil, não há uma especificação sobre o sono; mas, segundo o art. 169
do CTB, dirigir sem atenção ou cuidados indispensáveis à segurança caracteriza
uma infração leve e, para o art. 166, entregar a direção do veículo a alguém que
não esteja em estado físico ou psíquico de conduzir é infração gravíssima.
Questão 08
Já que a legislação não dá conta de regular esse tema, é útil seguir alguns
conselhos práticos para decidir se você está ou não cansado demais para dirigir.
Se você boceja com frequência, dá umas piscadas mais longas, está com a
visão embaçada, tem dificuldade de manter a cabeça erguida e a velocidade
estável e faz desvios na pista, talvez seja melhor passar o volante. E se você
dormiu por menos de cinco horas, talvez seja melhor nem arriscar.

(Fonte: Abril — adaptado.)


Questão 08
Com base no texto, assinalar a alternativa CORRETA:
Alternativas
A) Existe um teste capaz de avaliar o cansaço na beira da estrada, que funciona
como um “bafômetro do sono”.
B) São completamente desconhecidos os perigos de beber e dirigir.
C) Pessoas não costumam escolher dormir menos, diferente de um happy hour
depois do trabalho.
D) Se você dormiu mal, deveria pegar o volante, conforme estudo feito por um
grupo de cientistas australianos.
Questão 09
A publicidade e o consumo parecem ser aspectos estruturantes da prática do
culto ao corpo. A primeira, por tornar presente diariamente na vida dos indivíduos
temáticas acerca do corpo, seja pelas mais avançadas tecnologias ou pelo mais
recente chá descoberto, ditando cotidianamente estilos e tendências. A segunda,
pelo horizonte que torna o corpo um objeto passível de consumo. A lógica do
consumo se faz imperiosa nos modos de relação que estabelecemos com o
nosso corpo. Somos permeados pela crença de que podemos consumir desde
receitas até próteses perfeitas. O nosso corpo tornou-se extensão do mercado e
os produtos de beleza suas valiosas mercadorias.
Questão 09
Em nosso horizonte histórico percebemos o culto exacerbado do corpo e a
perseguição de modelos estéticos estabelecidos socialmente. Falamos de um
ideal vinculado pelo social que vende a saúde e a beleza como conjunto de
curvas perfeitas, pele sedosa, cabelos lisos e, sobretudo, a magreza. O corpo
como mensageiro da saúde e da beleza torna-se um imperativo tão poderoso
que conduz à ideia de obrigação. Ser feliz e pleno na atualidade corresponde a
conquista de medidas perfeitas, bem como a pele e o cabelo mais reluzente. O
corpo ganhou uma posição de valor supremo, seu bem-estar parece ser um
grande objetivo de qualquer busca existencial na atualidade.
Questão 09
As representações sociais do corpo e de sua boa forma aparecem como
elementos que reforçam a autoestima e dependem em grande parte da força de
vontade, pois, quem quer pode ter um corpo magro, belo e saudável. A aparência
de um corpo bem definido e torneado indicaria saúde, revelando o poder que a
exaltação e a exibição do corpo assumiram no mundo contemporâneo. A mídia
de um modo geral tornou-se, assim, uma importante forma de divulgação e
capitalização do que estamos chamando de culto ao corpo.
Questão 09
Entendemos que os cuidados com o corpo são importantes e essenciais não
apenas no que se refere à saúde, mas também ao que se refere ao viver em
sociedade. O problema reside na propagação de um ideal inatingível, na
culpabilização do indivíduo por não atingir este ideal, no fato de tornarmos as
mudanças naturais do corpo, objetos estéticos da medicina, o fato de não
entendermos ou ouvirmos as verdadeiras necessidades corporais que temos.
Como bem nos diz Sant'Anna (2001, p. 79): não se trata, portanto, de negar os
avanços da tecnociência, nem de condená-la em bloco. Mas de reconhecer que
o corpo não cessa de ser redescoberto, ao mesmo tempo em que nunca é
totalmente revelado.
(DANTAS, Jurema Barros. Um ensaio sobre o culto ao corpo na
contemporaneidade. Adaptado. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/
index.php/revispsi/article/view/8342/6136.)
Questão 09
No 1º§ do texto, ao referir-se às “temáticas acerca do corpo”, a autora utiliza a seguinte
expressão “[...] seja pelas mais avançadas tecnologias ou pelo mais recente chá
descoberto, [...]” (1º§) a partir da qual pode-se inferir que:
Alternativas
A) A alternância explicitada remete às muitas escolhas feitas diariamente refletindo os
conflitos existenciais vividos pelo ser humano.
B) Recursos de origem distintas são capazes de fortalecer procedimentos e garantir
melhores resultados no que se refere às melhorias do corpo humano.
C) Há uma equivalência entre as várias descobertas, sejam elas tecnológicas ou naturais,
que se refere à eficácia comprovada oferecida por cada uma delas.
D) Não há discriminação quanto à simplicidade ou complexidade da composição do
elemento indicado para satisfazer e melhorar aspectos relacionados ao assunto abordado.
Questão 10
A publicidade e o consumo parecem ser aspectos estruturantes da prática do
culto ao corpo. A primeira, por tornar presente diariamente na vida dos indivíduos
temáticas acerca do corpo, seja pelas mais avançadas tecnologias ou pelo mais
recente chá descoberto, ditando cotidianamente estilos e tendências. A segunda,
pelo horizonte que torna o corpo um objeto passível de consumo. A lógica do
consumo se faz imperiosa nos modos de relação que estabelecemos com o
nosso corpo. Somos permeados pela crença de que podemos consumir desde
receitas até próteses perfeitas. O nosso corpo tornou-se extensão do mercado e
os produtos de beleza suas valiosas mercadorias.
Questão 10
Em nosso horizonte histórico percebemos o culto exacerbado do corpo e a
perseguição de modelos estéticos estabelecidos socialmente. Falamos de um
ideal vinculado pelo social que vende a saúde e a beleza como conjunto de
curvas perfeitas, pele sedosa, cabelos lisos e, sobretudo, a magreza. O corpo
como mensageiro da saúde e da beleza torna-se um imperativo tão poderoso
que conduz à ideia de obrigação. Ser feliz e pleno na atualidade corresponde a
conquista de medidas perfeitas, bem como a pele e o cabelo mais reluzente. O
corpo ganhou uma posição de valor supremo, seu bem-estar parece ser um
grande objetivo de qualquer busca existencial na atualidade.
Questão 10
As representações sociais do corpo e de sua boa forma aparecem como
elementos que reforçam a autoestima e dependem em grande parte da força de
vontade, pois, quem quer pode ter um corpo magro, belo e saudável. A aparência
de um corpo bem definido e torneado indicaria saúde, revelando o poder que a
exaltação e a exibição do corpo assumiram no mundo contemporâneo. A mídia
de um modo geral tornou-se, assim, uma importante forma de divulgação e
capitalização do que estamos chamando de culto ao corpo.
Questão 10
Entendemos que os cuidados com o corpo são importantes e essenciais não
apenas no que se refere à saúde, mas também ao que se refere ao viver em
sociedade. O problema reside na propagação de um ideal inatingível, na
culpabilização do indivíduo por não atingir este ideal, no fato de tornarmos as
mudanças naturais do corpo, objetos estéticos da medicina, o fato de não
entendermos ou ouvirmos as verdadeiras necessidades corporais que temos.
Como bem nos diz Sant'Anna (2001, p. 79): não se trata, portanto, de negar os
avanços da tecnociência, nem de condená-la em bloco. Mas de reconhecer que
o corpo não cessa de ser redescoberto, ao mesmo tempo em que nunca é
totalmente revelado.
(DANTAS, Jurema Barros. Um ensaio sobre o culto ao corpo na
contemporaneidade. Adaptado. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/
index.php/revispsi/article/view/8342/6136.)
Questão 10
Considerando os aspectos semânticos do texto, assim como o contexto em que
as palavras e expressões foram empregadas, assinale a afirmativa correta.
Alternativas
A) Em “[...] um objeto passível de consumo.” (1º§), “passível” equivale quanto ao
sentido a “susceptível”.
B) O adjetivo destacado em “A lógica do consumo se faz imperiosa [...]” (1º§)
expressa a imparcialidade da lógica citada.
C) A substituição de “exacerbado” em “[...] percebemos o culto exacerbado do
corpo [...]” (2º§) por “abusivo” modificaria a ideia original veiculada.
D) O termo destacado em “Falamos de um ideal vinculado pelo social [...]” (2º§)
teria como palavras relacionadas semanticamente: “relacionado”, “instituído” ou
“valorizado”.
Questão 11
A publicidade e o consumo parecem ser aspectos estruturantes da prática do
culto ao corpo. A primeira, por tornar presente diariamente na vida dos indivíduos
temáticas acerca do corpo, seja pelas mais avançadas tecnologias ou pelo mais
recente chá descoberto, ditando cotidianamente estilos e tendências. A segunda,
pelo horizonte que torna o corpo um objeto passível de consumo. A lógica do
consumo se faz imperiosa nos modos de relação que estabelecemos com o
nosso corpo. Somos permeados pela crença de que podemos consumir desde
receitas até próteses perfeitas. O nosso corpo tornou-se extensão do mercado e
os produtos de beleza suas valiosas mercadorias.
Questão 11
Em nosso horizonte histórico percebemos o culto exacerbado do corpo e a
perseguição de modelos estéticos estabelecidos socialmente. Falamos de um
ideal vinculado pelo social que vende a saúde e a beleza como conjunto de
curvas perfeitas, pele sedosa, cabelos lisos e, sobretudo, a magreza. O corpo
como mensageiro da saúde e da beleza torna-se um imperativo tão poderoso
que conduz à ideia de obrigação. Ser feliz e pleno na atualidade corresponde a
conquista de medidas perfeitas, bem como a pele e o cabelo mais reluzente. O
corpo ganhou uma posição de valor supremo, seu bem-estar parece ser um
grande objetivo de qualquer busca existencial na atualidade.
Questão 11
As representações sociais do corpo e de sua boa forma aparecem como
elementos que reforçam a autoestima e dependem em grande parte da força de
vontade, pois, quem quer pode ter um corpo magro, belo e saudável. A aparência
de um corpo bem definido e torneado indicaria saúde, revelando o poder que a
exaltação e a exibição do corpo assumiram no mundo contemporâneo. A mídia
de um modo geral tornou-se, assim, uma importante forma de divulgação e
capitalização do que estamos chamando de culto ao corpo.
Questão 11
Entendemos que os cuidados com o corpo são importantes e essenciais não
apenas no que se refere à saúde, mas também ao que se refere ao viver em
sociedade. O problema reside na propagação de um ideal inatingível, na
culpabilização do indivíduo por não atingir este ideal, no fato de tornarmos as
mudanças naturais do corpo, objetos estéticos da medicina, o fato de não
entendermos ou ouvirmos as verdadeiras necessidades corporais que temos.
Como bem nos diz Sant'Anna (2001, p. 79): não se trata, portanto, de negar os
avanços da tecnociência, nem de condená-la em bloco. Mas de reconhecer que
o corpo não cessa de ser redescoberto, ao mesmo tempo em que nunca é
totalmente revelado.
(DANTAS, Jurema Barros. Um ensaio sobre o culto ao corpo na
contemporaneidade. Adaptado. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/
index.php/revispsi/article/view/8342/6136.)
Questão 11
Considerando as ideias apresentadas no texto em análise, assinale a afirmativa
correta.
Alternativas
A) O segmento “O corpo ganhou uma posição de valor supremo, [...]” (2º§)
expressa um contra-argumento diante dos fatos mencionados.
B) A expressão empregada no texto “[...] suas valiosas mercadorias.” (1º§)
permite reconhecer a produção de ambiguidade referente ao sentido produzido
no contexto.
Questão 11
C) De acordo com as informações textuais pode-se afirmar que a obrigatoriedade
de perseguir determinado padrão social é reconhecidamente uma realidade na
atualidade.
D) O texto expressa repetição da ideia de perseguição do corpo perfeito
conferindo não apenas ênfase a esta ideia e ideal, mas também confirmação da
assertividade de tal posicionamento advindo do enunciador.
Questão 12
A publicidade e o consumo parecem ser aspectos estruturantes da prática do
culto ao corpo. A primeira, por tornar presente diariamente na vida dos indivíduos
temáticas acerca do corpo, seja pelas mais avançadas tecnologias ou pelo mais
recente chá descoberto, ditando cotidianamente estilos e tendências. A segunda,
pelo horizonte que torna o corpo um objeto passível de consumo. A lógica do
consumo se faz imperiosa nos modos de relação que estabelecemos com o
nosso corpo. Somos permeados pela crença de que podemos consumir desde
receitas até próteses perfeitas. O nosso corpo tornou-se extensão do mercado e
os produtos de beleza suas valiosas mercadorias.
Questão 12
Em nosso horizonte histórico percebemos o culto exacerbado do corpo e a
perseguição de modelos estéticos estabelecidos socialmente. Falamos de um
ideal vinculado pelo social que vende a saúde e a beleza como conjunto de
curvas perfeitas, pele sedosa, cabelos lisos e, sobretudo, a magreza. O corpo
como mensageiro da saúde e da beleza torna-se um imperativo tão poderoso
que conduz à ideia de obrigação. Ser feliz e pleno na atualidade corresponde a
conquista de medidas perfeitas, bem como a pele e o cabelo mais reluzente. O
corpo ganhou uma posição de valor supremo, seu bem-estar parece ser um
grande objetivo de qualquer busca existencial na atualidade.
Questão 12
As representações sociais do corpo e de sua boa forma aparecem como
elementos que reforçam a autoestima e dependem em grande parte da força de
vontade, pois, quem quer pode ter um corpo magro, belo e saudável. A aparência
de um corpo bem definido e torneado indicaria saúde, revelando o poder que a
exaltação e a exibição do corpo assumiram no mundo contemporâneo. A mídia
de um modo geral tornou-se, assim, uma importante forma de divulgação e
capitalização do que estamos chamando de culto ao corpo.
Questão 12
Entendemos que os cuidados com o corpo são importantes e essenciais não
apenas no que se refere à saúde, mas também ao que se refere ao viver em
sociedade. O problema reside na propagação de um ideal inatingível, na
culpabilização do indivíduo por não atingir este ideal, no fato de tornarmos as
mudanças naturais do corpo, objetos estéticos da medicina, o fato de não
entendermos ou ouvirmos as verdadeiras necessidades corporais que temos.
Como bem nos diz Sant'Anna (2001, p. 79): não se trata, portanto, de negar os
avanços da tecnociência, nem de condená-la em bloco. Mas de reconhecer que
o corpo não cessa de ser redescoberto, ao mesmo tempo em que nunca é
totalmente revelado.
(DANTAS, Jurema Barros. Um ensaio sobre o culto ao corpo na
contemporaneidade. Adaptado. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/
index.php/revispsi/article/view/8342/6136.)
Questão 12
Pode-se afirmar que o tema abordado no texto está corretamente indicado em:
Alternativas
A) Limites do corpo frente às exigências estabelecidas pela sociedade.
B) Saúde e beleza como elementos fundamentais na sociedade contemporânea.
C) Conflitos físicos e mentais decorrentes do desenvolvimento alcançado pelo
ser humano.
D) Busca idealizada por um modelo preestabelecido socialmente referente a
aspectos físicos do indivíduo.
Questão 13
A publicidade e o consumo parecem ser aspectos estruturantes da prática do
culto ao corpo. A primeira, por tornar presente diariamente na vida dos indivíduos
temáticas acerca do corpo, seja pelas mais avançadas tecnologias ou pelo mais
recente chá descoberto, ditando cotidianamente estilos e tendências. A segunda,
pelo horizonte que torna o corpo um objeto passível de consumo. A lógica do
consumo se faz imperiosa nos modos de relação que estabelecemos com o
nosso corpo. Somos permeados pela crença de que podemos consumir desde
receitas até próteses perfeitas. O nosso corpo tornou-se extensão do mercado e
os produtos de beleza suas valiosas mercadorias.
Questão 13
Em nosso horizonte histórico percebemos o culto exacerbado do corpo e a
perseguição de modelos estéticos estabelecidos socialmente. Falamos de um
ideal vinculado pelo social que vende a saúde e a beleza como conjunto de
curvas perfeitas, pele sedosa, cabelos lisos e, sobretudo, a magreza. O corpo
como mensageiro da saúde e da beleza torna-se um imperativo tão poderoso
que conduz à ideia de obrigação. Ser feliz e pleno na atualidade corresponde a
conquista de medidas perfeitas, bem como a pele e o cabelo mais reluzente. O
corpo ganhou uma posição de valor supremo, seu bem-estar parece ser um
grande objetivo de qualquer busca existencial na atualidade.
Questão 13
As representações sociais do corpo e de sua boa forma aparecem como
elementos que reforçam a autoestima e dependem em grande parte da força de
vontade, pois, quem quer pode ter um corpo magro, belo e saudável. A aparência
de um corpo bem definido e torneado indicaria saúde, revelando o poder que a
exaltação e a exibição do corpo assumiram no mundo contemporâneo. A mídia
de um modo geral tornou-se, assim, uma importante forma de divulgação e
capitalização do que estamos chamando de culto ao corpo.
Questão 13
Entendemos que os cuidados com o corpo são importantes e essenciais não
apenas no que se refere à saúde, mas também ao que se refere ao viver em
sociedade. O problema reside na propagação de um ideal inatingível, na
culpabilização do indivíduo por não atingir este ideal, no fato de tornarmos as
mudanças naturais do corpo, objetos estéticos da medicina, o fato de não
entendermos ou ouvirmos as verdadeiras necessidades corporais que temos.
Como bem nos diz Sant'Anna (2001, p. 79): não se trata, portanto, de negar os
avanços da tecnociência, nem de condená-la em bloco. Mas de reconhecer que
o corpo não cessa de ser redescoberto, ao mesmo tempo em que nunca é
totalmente revelado.
(DANTAS, Jurema Barros. Um ensaio sobre o culto ao corpo na
contemporaneidade. Adaptado. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/
index.php/revispsi/article/view/8342/6136.)
Questão 13
Considerando-se as relações coesivas estabelecidas nos trechos destacados,
marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

( ) Em “A primeira, por tornar presente diariamente na vida dos indivíduos [...]”


(1º§), ocorre a manutenção de referente anterior.

( ) O numeral ordinal empregado em “A segunda, pelo horizonte que torna o


corpo um objeto [...]” (1º§) demonstra a introdução de uma nova informação.

( ) Em “A lógica do consumo se faz imperiosa nos modos de relação que


estabelecemos [...]” (1º§), o termo destacado pode ser considerado um elemento
coesivo de acordo com o contexto em que está inserido.
Questão 13
A sequência está correta em
Alternativas
A) F, F, V.
B) F, V, F.
C) V, V, V.
D) V, F, V.
Questão 14
A publicidade e o consumo parecem ser aspectos estruturantes da prática do
culto ao corpo. A primeira, por tornar presente diariamente na vida dos indivíduos
temáticas acerca do corpo, seja pelas mais avançadas tecnologias ou pelo mais
recente chá descoberto, ditando cotidianamente estilos e tendências. A segunda,
pelo horizonte que torna o corpo um objeto passível de consumo. A lógica do
consumo se faz imperiosa nos modos de relação que estabelecemos com o
nosso corpo. Somos permeados pela crença de que podemos consumir desde
receitas até próteses perfeitas. O nosso corpo tornou-se extensão do mercado e
os produtos de beleza suas valiosas mercadorias.
Questão 14
Em nosso horizonte histórico percebemos o culto exacerbado do corpo e a
perseguição de modelos estéticos estabelecidos socialmente. Falamos de um
ideal vinculado pelo social que vende a saúde e a beleza como conjunto de
curvas perfeitas, pele sedosa, cabelos lisos e, sobretudo, a magreza. O corpo
como mensageiro da saúde e da beleza torna-se um imperativo tão poderoso
que conduz à ideia de obrigação. Ser feliz e pleno na atualidade corresponde a
conquista de medidas perfeitas, bem como a pele e o cabelo mais reluzente. O
corpo ganhou uma posição de valor supremo, seu bem-estar parece ser um
grande objetivo de qualquer busca existencial na atualidade.
Questão 14
As representações sociais do corpo e de sua boa forma aparecem como
elementos que reforçam a autoestima e dependem em grande parte da força de
vontade, pois, quem quer pode ter um corpo magro, belo e saudável. A aparência
de um corpo bem definido e torneado indicaria saúde, revelando o poder que a
exaltação e a exibição do corpo assumiram no mundo contemporâneo. A mídia
de um modo geral tornou-se, assim, uma importante forma de divulgação e
capitalização do que estamos chamando de culto ao corpo.
Questão 14
Entendemos que os cuidados com o corpo são importantes e essenciais não
apenas no que se refere à saúde, mas também ao que se refere ao viver em
sociedade. O problema reside na propagação de um ideal inatingível, na
culpabilização do indivíduo por não atingir este ideal, no fato de tornarmos as
mudanças naturais do corpo, objetos estéticos da medicina, o fato de não
entendermos ou ouvirmos as verdadeiras necessidades corporais que temos.
Como bem nos diz Sant'Anna (2001, p. 79): não se trata, portanto, de negar os
avanços da tecnociência, nem de condená-la em bloco. Mas de reconhecer que
o corpo não cessa de ser redescoberto, ao mesmo tempo em que nunca é
totalmente revelado.
(DANTAS, Jurema Barros. Um ensaio sobre o culto ao corpo na
contemporaneidade. Adaptado. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/
index.php/revispsi/article/view/8342/6136.)
Questão 14
Sobre as características estruturais do texto apresentado, pode-se afirmar que:
Alternativas
A) A ocorrência de argumentação apresenta-se como uma característica de
destaque assim como a expressão da opinião do enunciador.
B) A exposição do ponto de vista é substituída pela apresentação de dados da
realidade observável que expressam, concretamente, a realidade dos fatos
mencionados.
Questão 14
C) Apresentam-se características próprias equivalentes àquelas vistas em uma
notícia ou reportagem, cujo propósito principal é contribuir com a sociedade por
meio da informação.
D) Sua característica argumentativa é suprimida pelo predomínio da exposição e
reflexão em um claro propósito de despertar no leitor o interesse e o pensamento
crítico sobre o assunto tratado.
Questão 15
O mato
Veio o vento frio, e depois o temporal noturno, e depois da lenta chuva que
passou toda a manhã caindo e ainda voltou algumas vezes durante o dia, a
cidade entardeceu em brumas. Então o homem esqueceu o trabalho e as
promissórias, esqueceu a condução e o telefone e o asfalto, e saiu andando
lentamente por aquele morro coberto de um mato viçoso, perto de sua casa. O
capim cheio de água molhava seu sapato e as pernas da calça; o mato escurecia
sem vaga-lumes nem grilos.
Questão 15
Pôs a mão no tronco de uma árvore pequena, sacudiu um pouco, e recebeu nos
cabelos e na cara as gotas de água como se fosse uma bênção. Ali perto mesmo
a cidade murmurava, estava com seus ruídos vespertinos, ranger de bondes,
buzinar impaciente de carros, vozes indistintas; mas ele via apenas algumas
árvores, um canto de mato, uma pedra escura. Ali perto, dentro de uma casa
fechada, um telefone batia, silenciava, batia outra vez, interminável, paciente,
melancólico. Alguém, com certeza já sem esperança, insistia em querer falar com
alguém.
Questão 15
Por um instante o homem voltou seu pensamento para a cidade e sua vida.
Aquele telefone tocando em vão era um dos milhões de atos falhados da vida
urbana. Pensou no desgaste nervoso dessa vida, nos desencontros, nas
incertezas, no jogo de ambições e vaidades, na procura de amor e de
importância, na caça ao dinheiro e aos prazeres. Ainda bem que de todas as
grandes cidades do mundo o Rio é a única a permitir a evasão fácil para o mar e
a floresta. Ele estava ali num desses limites entre a cidade dos homens e a
natureza pura; ainda pensava em seus problemas urbanos – mas um camaleão
correu de súbito, um passarinho piou triste em algum ramo, e o homem ficou
atento àquela humilde vida animal e também à vida silenciosa e úmida das
árvores, e à pedra escura, com sua pele de musgo e seu misterioso coração
mineral.
(ARRIGUCCI, Jr. Os melhores contos de Rubem Braga. São Paulo: Editora
Global Ltda., 1985.)
Questão 15
Considerando o significado contextual das palavras, é possível afirmar que a
expressão “evasão”, no 3º§ do texto, apresenta o antônimo de:
Alternativas
A) Saída.
B) Privação.
C) Permanência.
D) Convergência.
Gabarito
1. D 9. D
2. C 10. A
3. C 11. C
4. A 12. D
5. A 13. D
6. B 14. A
7. D 15. C
8. C

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