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Ritos e Estrutura da Maçonaria

Instrução para profanos candidatos a iniciação.

Na maçonaria, há graus simbólicos e filosóficos cujos nomes e formas


variam de rito para rito, sendo que ritos são os procedimentos usados
para transmitir os conhecimentos ritualísticos, desde o inicio,
inúmeros ritos foram criados devido a dificuldade de comunicação
entre as lojas mais distantes porem todos sempre basearam-se nos
mesmos ensinamentos, divergindo apenas na forma como
transmitiam os mesmos.

Vale ressaltar que hoje ainda temos mais de 50 ritos em atividade


pelo mundo, sendo o mais utilizado o rito de York, seguido do rito
escocês antigo e aceito e pelo rito moderno.

Entretanto, o maior ponto de convergência entre todos os ritos são os


graus simbólicos, quais sejam eles: Aprendiz de Maçom, Companheiro
de Oficio e Mestre Maçom que são conferidos nos corpos maçônicos
conhecidos como “Lojas”. Em todos os ritos, estes três graus são
praticamente iguais, alterando-se em muito pouco, graus estes
responsáveis por ensinamentos básicos simbólicos aos iniciados em
seu polimento moral e espiritual. Quando o maçom atingi o terceiro
grau, diz-se que atingiu a plenitude maçônica, estando em pleno gozo
das regalias a qual faz jus. Há também o grau paralelo de mestre
instalado, destinado aos mestres que já foram veneráveis, esta
espécie de grau, em verdade, apenas constitui uma distinção aos
irmãos que já lideraram os demais não sendo hierarquicamente
superior ao grau de mestre maçom.

Os graus simbólicos são administrados no mundo todo pela grande


loja unida da Inglaterra, entidade esta que foi responsável pela
organização da maçonaria mundial, esta instituição é a responsável
pelo reconhecimento das demais potencias no mundo através de um
documento chamado list of lodges.

No Brasil, temos três entidades reconhecidas pela GLUI, são elas:


Grande Oriente do Brasil, Confederação da Maçonaria Simbólica
Brasileira e Confederação Maçônica Brasileira.

O grande oriente do Brasil, é a potencia mais antiga em solo nacional,


sendo organizada de modo federativo, seus dirigentes seguem o
modelo do governo, sendo divido seus poderes em executivo,
legislativo e judiciário em esferas municipais, estaduais e nacional.

A confederação maçônica brasileira é a confederação que reúne os


grandes orientes estaduais, que usam um sistema parecido com o do
gob, entretanto, apenas a nível estadual, sendo cada grande oriente
independente e soberano em seu território.
A confederação da maçonaria simbólica brasileira é a confederação
que reúne as grandes lojas estaduais, as grandes lojas por sua vez
usam um sistema de administração diferenciado, onde os cargos de
administração são baseados nos cargos de uma loja escocesa, exceto
pela figura do grão mestre que detém um poder soberano nesta
instituição, comumente as grandes lojas prezam pela tradição
maçônica nacional, assim como os grandes orientes, cada grande loja
é independente e soberana.

Essas três instituições são responsáveis através de suas secretarias e


ministérios por administrar a maçonaria em suas jurisdições,
conferindo graus, fundando lojas, dando o suporte as já existentes e
decidindo os rumos da ordem.

RITO ESCOCES ANTIGO E ACEITO


Durante os séculos XVII E XVII houve um grande crescimento de
ordens “Ocultistas” na Europa, os maçons da época, empolgados com
seus novos conhecimentos, acabaram por implantar inúmeros “Graus
Superiores” na ordem, despadronizando a ordem.

Então, em 1801 foi criado o rito escocês antigo e aceito, a fim de


unificar os graus superiores no mundo, criando 30 graus alem dos 3
simbólicos, reunindo ensinamentos das ordens rosa cruzes,
martinistas, esotéricas e os antigos graus, os graus filosóficos são
estudados grau a grau com mitos e lendas associados aos seus
conhecimentos.

O Rito escocês antigo e aceito reúne seus membros em corpos


filosóficos de acordo com o grau, sendo eles:
4-14 – Loja de Perfeição (Graus Filosóficos)

15-18 – Capitulo Rosa Cruz (Graus gnósticos)

18-30 – Conselho Filosófico Kadosh (Graus Inefáveis)

31-32 – Consistório de Príncipes do Real Segredo (Graus


Administrativos)

33 – Supremo Conselho

Sendo o supremo conselho o responsável pela administração do rito


em sua jurisdição, pela concessão de graus e por seus corpos
subordinados, tendo delegacias litúrgicas regionais para apoio ao
seus membros.

RITO DE YORK
O rito de York foi criado nos EUA a fim de criar uma maçonaria mais
tradicional e organizar uma imensidão de graus colaterais que existia
na época de sua criação (século XVIII). O rito é uma coleção de de
distintos corpos maçônicos e graus associados, porem, sendo
necessário passar pelo escalonamento pré-definido.

Os corpos principais do rito de York são:

- Capítulos do Arco Real:

Neste corpo se recebe os graus de Mestre da Marca, Past Master, Mui


Excelente Mestre e Maçom do Arco Real.

Sendo um corpo voltado a complementação filosófica dos graus


simbolicos, o grau de mestre da marca é o complemento do grau de
companheiro maçom, o de past máster uma etapa essencial na vida
do maçom, o de mui excelente mestre o termino das lendas iniciadas
e o de maçom do real arco um complemento ao grau de mestre
maçom, em uma visão simplista, esse corpo age como uma “pós-
graduação” em simbolismo.

- Conselhos Cripticos:

Neste Corpo são conferidos os graus de Mestre Real, Mestre Eleito e


Super Excelente Mestre. Este corpo visa assim como anterior
completar o simbolismo, contando lendas paralelas ao grau de mestre
maçom.

- Comanderias:

Este corpo concede os graus de Ordem da Cruz Vermelha, Ordem de


Malta e Ordem do Templo, tendo como pré-requisitos não só ter
passado pelos graus anteriores mas também ser cristão, este corpo
busca uma reestruturação dos idéias de cavalaria através dos
maçons.

- Graus Aliados:

Neste corpo são conferidos diversos graus separadamente sendo


como pré-requisito ser mestre do Arco Real.

No Brasil, Estes corpos são administrados pelo Supremo Grande


Capitulo de Maçons do Arco Real.

RITO DE EMULAÇÃO
O rito de emulação é o ritual mais antigo em atividade, ele é baseado
nos antigos “Crafts” que eram as formas de trabalho dos maçons
operativos, esse rito é mais dedicado aos graus simbólicos, sendo
seus corpos filosóficos desconexos e não ligados entre si, entretanto,
irei relacionar eles abaixo:

- Lojas de Marca:

Neste corpo são conferidos os graus de mestre da marca e nautas da


arca real, sendo dois complementos aos graus de aprendiz de maçom
e companheiro de oficio.

- Capitulo do Santo Real Arco:

Confere o grau de “Real Arco” sendo o complemento do grau de


mestre maçom, entretanto, apesar de ser apenas um grau, ele é
composto por 3 cerimônias distintas.

- Preceptorio:

Neste corpo é concedido o grau de Cavaleiro Templário.

- Capitulos:

Concede o grau de Cavaleiro de São Paulo

- Priorado:

Confere o grau de Cavaleiro de Malta.

Cada uma dessas etapas é administrada por um corpo superior


distinto, sendo eles: Grande Loja de Maçons da Marca, Supremo
Capitulo de Maçons do Real Arco e Grande Priorado das Ordens
Militares.

RITO MODERNO
O rito moderno foi criado pelo Grande Oriente da França com o intuito
de criar um rito mais ligado a situação “atual” da maçonaria, o rito
aboliu alguns institutos antigos como a necessidade da crença em um
ser superior e o não debate de assuntos políticos em loja e portanto
foi taxado como ateu e irregular, ledo engano de seus críticos, o rito
moderno é um rito criado e voltado para iluministas e portanto seu
ato de excluir GADU na das cerimônias não era uma afirmação ao
ateísmo mas sim um ato de respeito aos iniciados na ordem, que,
como livres pensadores, não deveriam ter sua religiosidade imposta,
presando pela liberdade plena de consciência e pensamento.

Nos graus filosóficos, presa por dar um conhecimento mais filosófico e


político do que esotérico, distinguindo-se dos demais graus superiores
de outros ritos.
Sendo seus graus conferidos em ordens, são elas:

1ª Ordem – (4º Grau): Mestre Secreto

2ª Ordem – (5º Grau): Mestre Escocês

3ª Ordem – (6º Grau): Cavaleiro da Espada

4ª Ordem – (7º Grau): Cavaleiro Rosa Cruz

5ª Ordem – (8º Grau): Cavaleiro Kadosh

5ª Ordem – (9º Grau): Grande Inspetor

O rito moderno é administrado pelo Supremo Conselho do Rito


Moderno.

RITO ESCOCES RETIFICADO


O R.E.R. foi fundado na frança em plena revolução francesa, o
objetivo deste rito, como o nome sugere, era retificar o rito escocês
ao seu antigo status de “cavalheiresco” que adotava anteriormente
quando ainda denominado rito de heredom e rito da estrita
observância templaria. Com a queda dos cavaleiros elus-cohen e do
martinismo, em uma tentativa de salvar seus ensinamentos, foram
inclusos no rito os ensinamentos destes, alterando a estrutura de rito
de deísta para teista mas mantendo o estilo de cavalaria e voltando
seus estudos ao esoterismo.
O rito é composto pelos seguintes graus:

4º Grau – Mestre Escocês

5º Grau – Cavaleiro Noviço

6º Grau – Cavaleiro benfeitor da cidade santa

Os corpos deste rito são administrados pelo Grande Priorado dos


Cavaleiros Benfeitores da Cidade Santa do Brasil.

RITO SCHROEDER
O rito schroeder foi criado no século XIX na Alemanha com o intuito
de “purificar” a maçonaria em atividade da época, eliminando
enxertos, simplificando rituais, templos e enfocando no moralismo,
virtudes, humanismo e demais características que elevam o maçom.
O rito schroeder por ser construído por um artista renomado, tem
grandes passagens artísticas em seu ritual, tendo uma movimentação
de solo bem elaborada e momentos musicais, entretanto, apesar de
seu alto valor filosófico, o rito trabalha apenas nos três graus
simbólicos.

RITO BRASILEIRO
O rito brasileiro surge no Brasil pela necessidade de adaptar a
maçonaria aos costumes locais, ele utiliza-se de toda a estrutura do
rito escocês antigo e aceito, incluindo nisso suas estruturas filosóficas
e numero de graus, entretanto, substitui seus ensinamentos míticos e
esotéricos por ensinamentos morais, cívicos, patrióticos, tecnológicos,
filosóficos, realizando uma doutrinação político social em seus
obreiros.

O rito brasileiro é gerido pelo Supremo Conclave do Rito Brasileiro.

RITO ADONHIRAMITA
O rito adonhiramita é o rito mais antigo em atividade no Brasil, sendo
o primeiro rito a ser introduzido em solo nacional, este rito altamente
esotérico e filosófico tem uma ritualística complexa e formal baseada
na lenda de Adoniram, que, ao contrario do que sugerem, é na
verdade o mesmo personagem que aparece em outros momentos dos
demais ritos, porem, com uma perceptiva diferenciada. O rito
adonhiramita hoje esta dividido em duas estruturas diferentes, no
GOB o rito possui 33 graus e é comandando pelo excelso conselho da
maçonaria adonhiramita, nas demais potencias o rito possui 13 graus
e é comandado pelo conselho supremo de cavaleiros noaquitas, a
versão original do rito, porem, sugere que o correto são os 13 graus.
Esse rito foi a base dos ritos moderno, reaa e brasileiro.

Conclusão

Este trabalho obviamente trata de forma raza das estruturas e ritos


maçônicos e não tem por intuito levar um conhecimento mais
profundo, mas sim um resumo sobre os corpos que compõe a
maçonaria em solo nacional brasileiro a fim de que os candidatos a
iniciação conheçam um pouco melhor a instituição a qual
participarão.
18, de Julho de 2015 da E.V.

Micael Brum Avila Basilio

M.’.M.’.

Por ocasião das tratativas de fundação do Triangulo


Sabedoria – GLMERGS

OR.’. de Pelotas - RS

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