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23/02/2022 19:53 A Assistência Farmacêutica no Brasil

A Assistência Farmacêutica no Brasil


Prof. Eduardo Corsino Freire

Descrição

Aspectos históricos e governamentais da Assistência Farmacêutica e a inserção do farmacêutico como


elemento essencial na promoção do uso racional do medicamento.

Propósito

Conhecer o desenvolvimento da Assistência Farmacêutica ao longo de um processo histórico em todo o


mundo é importante para que o profissional farmacêutico entenda seu papel como peça central na
promoção do uso racional do medicamento.

Objetivos
Módulo 1

Aspectos da Assistência Farmacêutica


Descrever os aspectos histórico-conceituais da Assistência Farmacêutica.

Módulo 2

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Ações governamentais relacionadas à Assistência Farmacêutica


Distinguir as ações governamentais relacionadas à Assistência Farmacêutica.

Módulo 3

O farmacêutico e o uso racional de medicamentos


Reconhecer o papel do farmacêutico no uso racional do medicamento.

Introdução
A Assistência Farmacêutica é entendida como um conjunto de ações promovidas pelo Estado ou pelo
setor privado para promover, proteger e recuperar a saúde das pessoas, tendo o medicamento como
elemento essencial. Neste conteúdo, você verá os aspectos históricos, as políticas governamentais e
como o farmacêutico se insere na Assistência Farmacêutica promovendo o acesso e o uso racional de
medicamentos.

Você sabia que os medicamentos genéricos fazem parte das políticas públicas de saúde, e isso
representa uma enorme conquista da sociedade? A promulgação da Lei que implementou os
medicamentos genéricos no Brasil, em 1999, teve como base a ideia de ampliação do acesso aos
medicamentos pela população e proporcionou aos farmacêuticos maior liberdade e autonomia para a
promoção do acesso e do uso apropriado dos medicamentos, tanto no âmbito público como no
privado. Isso também ampliou a atuação dos farmacêuticos nas ações referentes à Assistência
Farmacêutica.

Orientação sobre unidade de medida


Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por questões de
tecnologia e didáticas. No entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o número e
a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais materiais escritos por você devem
seguir o padrão internacional de separação dos números e das unidades.

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1 - Aspectos da Assistência Farmacêutica


Ao final deste módulo, você será capaz de descrever os aspectos histórico-conceituais da
Assistência Farmacêutica.

Assistência Farmacêutica e o SUS

Cartão Nacional de Saúde do SUS.

O SUS (Sistema Único de Saúde) desenvolve diversas ações para promover a prevenção, a promoção e a
recuperação da saúde, inclusive as de Assistência Farmacêutica (AF). Nesse sentido, você deve entender
Assistência Farmacêutica como o conjunto de ações que engloba a pesquisa, o desenvolvimento e a
produção de medicamentos e insumos, além das etapas compreendidas como seleção, programação,
aquisição, distribuição, prescrição, dispensação, garantia da qualidade, acompanhamento e avaliação da
utilização de produtos e serviços, para o alcance de resultados reais e objetivos na melhoria da qualidade de
vida das pessoas.

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A Assistência Farmacêutica norteia as ações nesse sentido em todos os níveis de


atenção em saúde, e você verá seus principais aspectos no decorrer deste
conteúdo.

Assistência Farmacêutica no mundo


Os produtos farmacêuticos são indispensáveis para melhorar os resultados de saúde. No entanto, não se
observa nos diferentes países um conceito de Assistência Farmacêutica (AF) como uma entidade, sendo
que em muitos deles acaba se confundindo com o conceito de Mercado Farmacêutico. Com base na
literatura, a AF no mundo consiste em todas as estruturas, pessoas, recursos, processos e suas interações
dentro do mais amplo sistema de saúde que visa a garantir o acesso equitativo e oportuno a produtos
farmacêuticos seguros, eficazes e de qualidade, além de serviços relacionados que promovem seu uso
apropriado e com boa relação custo-benefício para melhorar resultados de saúde. Para isso, é preciso
articular produtos e serviços relacionados; política, leis e governança; sistemas regulatórios; inovação,
pesquisa e desenvolvimento, fabricação e comércio; financiamento; recursos humanos; e informação. Em
todos os continentes, observa-se, de uma forma geral, programas, políticas, incentivos e outras ações, que
remetem ao que chamamos no Brasil de Assistência Farmacêutica.

Pensando de maneira abrangente, um sistema de Assistência Farmacêutica deve:

Basear-se nas características locais e no sistema de saúde de cada país;


Desenvolver estratégias baseadas em evidências;
Fornecer produtos eficazes e de qualidade, pautados no financiamento racional, em recursos humanos,
na informação, nos serviços e na governança, com participação de governos, entidades representativas e
da população;
Obter os melhores resultados para o sistema de saúde de forma sustentável.

Confira no esquema a seguir a estruturação de um Sistema de Assistência Farmacêutica:

Mercado Farmacêutico
É um setor da atividade econômica que atua na pesquisa, no desenvolvimento, na fabricação e na
comercialização de medicamentos.

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Estrutura de um Sistema de Assistência Farmacêutica.

Para que possamos compreender a AF para além da realidade brasileira e traçar uma reflexão sobre a
evolução dessa prática ao redor do mundo, vejamos como ela se estabelece nas principais referências
internacionais.

Assistência Farmacêutica na Europa


A Organização Mundial de Saúde (OMS) apoia os países no desenvolvimento de políticas e orientações para
a seleção e uso responsável de medicamentos e outros produtos para a saúde. O trabalho é realizado em
toda a Região Europeia da OMS, em forma de rede entre os países, fornecendo assistência e apoio técnico
para melhorar o acesso a medicamentos essenciais de qualidade a preços acessíveis e a sua utilização
responsável.

As atividades incluem reuniões regulares sobre políticas farmacêuticas com ministérios da saúde e
autoridades de seguro social de saúde e diálogos sobre políticas com parceiros, incluindo o Observatório
Europeu de Sistemas e Políticas de Saúde, a Comissão Europeia e associações profissionais e técnicas.

A Assistência Farmacêutica na Europa.

Essas reuniões abarcam suporte técnico e desenvolvimento de capacidade com foco específico em:

Políticas para orientar o desenvolvimento do setor de produtos farmacêuticos e o processo de avaliação


e seleção de produtos para a saúde vinculados a medicamentos essenciais;

Listas de produtos e listas de reembolso para pagamentos de medicamentos e produtos para a saúde, a
fim de apoiar o uso ideal de qualidade, os produtos genéricos e a gestão da introdução de preços
especiais de produtos;

Apoio ao fortalecimento da regulamentação de medicamentos e produtos para a saúde;

Apoio à melhoria dos sistemas de abastecimento de medicamentos;

Assistência técnica e de comunicação para melhorar a prescrição e o uso de medicamentos, bem como
monitoramento e avaliação incluindo estudos de utilização de medicamentos.

Assistência Farmacêutica nos Estados Unidos da América (EUA)


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Assistência Farmacêutica nos EUA.

Nos EUA, o sistema de saúde é predominantemente privado, existindo programas governamentais que
financiam o acesso aos serviços de saúde para as parcelas da população com baixa renda. A AF nesse país
tem uma relação muito mais estreita com o mercado farmacêutico.

Entretanto, alguns programas com finalidade de aumentar o acesso aos medicamentos e aos serviços
farmacêuticos são observados. Esses programas são desenvolvidos por governos de diferentes estados,
por empresas privadas e por entidades sem fins lucrativos.

Curiosidade
Muitas empresas farmacêuticas como AstraZeneca, GlaxoSmithKline, Merck, Pfizer e Sanofi; programas
estaduais como Extra Help (Ajuda Extra), State Health Insurance Assistance Programs (Programas
Estaduais de Assistência de Seguro Saúde) e National Council on Aging (Conselho Nacional de
Envelhecimento); além de programas de organizações sem fins lucrativos como The Children’s Health
Alliance of Wisconsin (A Aliança de Saúde Infantil de Wisconsin), The Assistance Fund (O Fundo de
Assistência) e Patient Services Incorporated (Serviços para pacientes incorporados) realizam algum tipo de
AF e oferecem medicamentos gratuitos ou de baixo custo se o paciente não tiver seguro, ou tiver seguro
insuficiente, e não puder pagar pelo seu medicamento.

Os programas e seus benefícios variam. Dependendo do seguro e do medicamento, o paciente pode ter
direito a ajuda para reduzir o copagamento dos medicamentos. O paciente ainda pode se qualificar para
receber medicamentos gratuitos se não tiver seguro de saúde, ou esse não for suficiente para cobrir seus
medicamentos ou atender a determinados critérios estabelecidos pelos programas.

Assistência Farmacêutica no Canadá


Cada governo provincial e territorial do Canadá oferece um plano de benefícios de medicamentos para
grupos elegíveis. Alguns são programas universais baseados em renda. A maioria tem programas
específicos para grupos populacionais que podem exigir cobertura mais aprimorada para altos custos de
medicamentos.

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Assistência Farmacêutica no Canadá.

Esses grupos incluem idosos, beneficiários de assistência social e indivíduos com doenças ou condições
associadas a altos custos com medicamentos. Indústrias farmacêuticas como AstraZeneca, Gilead,
Janssen, Johnson & Johnson e Pfizer também possuem programas de assistência farmacêutica no país.

Assistência Farmacêutica na Austrália

Assistência Farmacêutica na Austrália.

A Austrália possui um programa governamental chamado de Pharmaceutical Benefits Scheme (Esquema de


Benefícios Farmacêuticos), no qual o governo australiano subsidia o custo dos medicamentos para a
maioria das condições de saúde. Isso significa que os australianos podem usar uma ampla variedade de
medicamentos sem pagar o preço total por eles.

Nesse programa, o medicamento está disponível para:

Todos os australianos e titulares de cartão de concessão que tenham um cartão Medicare atualizado;

Visitantes de países estrangeiros com os quais a Austrália tem um Acordo Recíproco de Cuidados de
Saúde;

Veteranos, viúvos de guerra e dependentes que são elegíveis sob o Esquema de Benefícios
Farmacêuticos de Repatriação.

Agora que você já tem uma ideia de como a AF é aplicada em diferentes partes do mundo, vamos voltar
nossa atenção para a AF no Brasil.

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Assistência Farmacêutica no Brasil


O Brasil é um país de renda média com crescimento econômico significativo, entretanto, tem uma das
distribuições de renda mais desiguais do mundo. Esse padrão de crescimento econômico levou ao acesso
extremamente desigual aos cuidados de saúde e farmacêuticos. Assim, nosso país desenvolveu programas
para a produção e a distribuição de medicamentos essenciais desde o início dos anos 1970. Acompanhe:

Assistência Farmacêutica no Brasil.

Medicamentos essenciais
São os medicamentos que correspondem às necessidades prioritárias de cuidado de saúde da população.
Sua escolha busca corresponder às necessidades da população de um determinado território.

1971 1974 1988

Ocorreu a instituição da O Brasil passou a possuir sua Uma profunda reforma de


Central de Medicamentos primeira Lista de saúde, estabelecida pela
(CEME), que foi criada para Medicamentos Essenciais, revisão da Constituição
prover o fornecimento de atualmente conhecida como Brasileira em 1988, criou um
medicamentos à população RENAME (Relação Nacional sistema de saúde universal
de baixa renda e tinha como de Medicamentos com financiamento público, o
característica a centralização Essenciais), que vem SUS. Um de seus
da aquisição e da distribuição passando por atualizações compromissos é a provisão
de medicamentos pelo periódicas ao longo dos anos, da AF à população.
Governo Federal, e se até os dias de hoje.
manteve até 1997.

Com a regulamentação do SUS, a Assistência Farmacêutica foi incorporada como parte da assistência
terapêutica integral.

Conheça os principais eventos da Assistência Farmacêutica no SUS:

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1988

Promulgação da Constituição Federal

Os cidadãos passam a ter o direito social à saúde garantido e a orientação da universalidade


e integralidade na saúde.

1990

Publicação da Lei Orgânica 8.080/1990

Estrutura e organiza o SUS, estabelecendo a assistência à saúde integral, inclusive a


farmacêutica.

1998

Publicação da Política Nacional de Medicamentos

E t b l fi á i lid d d
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Estabelece a segurança, eficácia e qualidade dos medicamentos, bem como promove o
acesso e seu uso racional.

2003

I Conferência Nacional de Medicamentos e Assistência

Descreve um panorama real da Assistência Farmacêutica no SUS.

2004

Publicação da Política Nacional de Assistência Farmacêutica

Busca reestruturar a Assistência Farmacêutica no país como uma política pública norteadora
das demais políticas nessa área.

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Apesar desse movimento ao longo do tempo para o fortalecimento da Assistência Farmacêutica, as


pesquisas nessas áreas relatam que a maioria dos brasileiros ainda adquirem seus medicamentos em
farmácias privadas, a custos elevados para sua renda, principalmente em relação aos mais pobres.

Você ainda encontrará na literatura que o acesso insuficiente a medicamentos


essenciais, devido a inadequações na aquisição e na distribuição, e as prescrições
médicas ruins caracterizam fatores agravantes do acesso desigual a bens da
assistência farmacêutica de qualidade.

Algumas definições em Assistência Farmacêutica no Brasil


Como em qualquer outra área de atuação do farmacêutico, na Assistência Farmacêutica, esse profissional
deve entender os aspectos e as definições básicas para o desenvolvimento de suas ações. Como
profissional do medicamento, o farmacêutico possui atribuições de gestão que se relacionam com a gestão
do medicamento, englobando o ciclo da AF e o financiamento, além de exercer atividades assistenciais que
se relacionam ao acesso e ao uso racional do medicamento. Você, como um futuro profissional
farmacêutico, deverá conhecer alguns pontos-chave da AF em nosso país.

Ciclo da Assistência Farmacêutica


A AF possui ações articuladas entre si, que devem ser executadas de forma ordenada e sequencial. Essas
ações são chamadas de Ciclo da Assistência Farmacêutica e seguem as seguintes etapas:

Ciclo da Assistência Farmacêutica.

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Componentes da Assistência Farmacêutica


Para que sejam possíveis as ações da Assistência Farmacêutica, é imprescindível o seu financiamento.
Esse é organizado em blocos, de acordo com a Portaria nº 204/GM de 29 de janeiro de 2007. A Assistência
Farmacêutica faz parte de um desses blocos e possui uma divisão em três componentes, conforme você
pode verificar no quadro a seguir.

Básico Especializado Estratégico

Medicamentos e Medicamentos para terapia de


Medicamentos para garantir a
insumos considerados doenças epidêmicas e
assistência integral à saúde.
essenciais. endêmicas.

Destina-se Destina-se Destina-se

Ao tratamento de doenças
Ao atendimento de linhas de
Ao tratamento de endêmicas e epidêmicas, como
cuidados específicas, conforme
doenças e agravos mais AIDS, tuberculose, hanseníase,
diretrizes e protocolos
prevalentes. malária, leishmaniose e doença
terapêuticos.
de Chagas.

No âmbito No âmbito No âmbito

Da atenção ambulatorial Do tratamento das doenças


Do tratamento dos portadores
primária em saúde, abrangidas por protocolos
como controle das doenças
unidades básicas de clínicos, desde que os
relacionadas a esse
saúde e estratégia da pacientes se enquadrem nos
componente.
saúde da família. critérios de inclusão.

Quadro: Componentes da Assistência Farmacêutica.


Elaborado por Eduardo Freire.

Doenças epidêmicas
São aquelas que apresentam muitos casos, acima do esperado, para uma determinada localidade e em um
determinado período.

Endêmicas
São aquelas com uma grande incidência constante, localizada em um espaço limitado chamado de “faixa

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endêmica”, que pode ser uma cidade, um estado ou um país.

Financiamento da Assistência Farmacêutica


Componente Básico
Entenda o funcionamento do Componente Básico da Assistência Farmacêutica (CBAF):

CBAF

No Componente Básico da Assistência Farmacêutica (CBAF) são dispensados para a população os


medicamentos para a atenção básica à saúde. Entre esses medicamentos, você encontrará o ácido
acetilsalicílico, amoxicilina, dipirona sódica, ibuprofeno, loratadina, paracetamol, propranolol, além de outros
que constam na RENAME e são disponibilizados pelos municípios. Além disso, as insulinas humanas e os
contraceptivos orais e injetáveis, como também o DIU e diafragma, são dispensados por esse componente.
Assim, a maioria das patologias atendidas na atenção primária à saúde tem seu tratamento garantido, e a
população pode ter seu acesso facilitado.

Programa

O Programa Farmácia Popular do Brasil é uma via da AF do SUS que constitui o Componente Básico. Esse
programa é um modelo de gestão considerado vantajoso para o poder público, já que o governo não tem
que gastar esforços com a compra, o estoque, a logística e o gerenciamento dos medicamentos até que
eles sejam dispensados ao paciente. O governo apenas paga o valor do produto dispensado, e a iniciativa
privada assume todas as etapas do ciclo da Assistência Farmacêutica, enquanto nas unidades básicas de
saúde, nos ambulatórios e na estratégia saúde da família, o governo arca com toda a despesa.

Financiamento

Quanto ao financiamento do CBAF, ele é compartilhado, isto é, o Ministério da Saúde, os estados e os


municípios dividem os gastos com esses medicamentos. A grande maioria desses medicamentos é de uso
contínuo, e geram gastos bastante expressivos de recursos financeiros, sendo de extrema importância para
uma parcela bem grande da população.

Componente Especializado

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No chamado Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF), estão os medicamentos para


o tratamento de artrite reumatoide, hepatite, Alzheimer, Parkinson, esclerose múltipla, asma, glaucoma,
lúpus, epilepsia, além de doenças raras como espondilopatia inflamatória, doença de Gaucher e síndrome de
Guillain-Barré, bem como os medicamentos caros para pacientes transplantados.

Você observará na literatura que os medicamentos se dividem em três grupos, no sentido de terem seus
financiamentos realizados.

Grupo 1
Tem o financiamento realizado exclusivamente pela União. E fazem parte desse grupo os medicamentos
com elevado impacto financeiro e os medicamentos para doenças de maior complexidade.

Grupo 2
Fazem parte desse grupo os medicamentos de responsabilidade das Secretarias Estaduais de Saúde, que
devem financiá-los.

Grupo 3
São os medicamentos com financiamento tripartite , mas a aquisição e a dispensação ficam a cargo dos
municípios.

Financiamento tripartite
É o financiamento em que as três esferas de governo (União, estados e municípios) aportam recursos
financeiros para determinada ação.

Componente Estratégico
Ainda temos o financiamento do Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica (CESAF), no qual
são aportados recursos do Ministério da Saúde, direcionados aos estados, que têm a responsabilidade de
armazenar e transferir para os municípios. Esses recursos são para os medicamentos e insumos de
prevenção, diagnóstico, tratamento e controle das doenças e dos agravos com um caráter endêmico, que
tenham relevância epidemiológica, com impacto socioeconômico e aqueles que assolam populações
vulneráveis.

Nos sistemas de informação dos governos, é possível verificar que as doenças tratadas com recursos
desse componente são hanseníase, malária, esquistossomose, cólera, leishmaniose, micoses sistêmicas,
filariose, tuberculose, meningite, oncocercose, peste, doença de Chagas, tracoma, além de outras
relacionadas com os determinantes sociais de saúde. Você ainda verá que são englobados os

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medicamentos para doenças hematológicas, deficiências nutricionais, influenza, tabagismo, vacinas, soros
e imunoglobulinas.

Importância da Assistência Farmacêutica no Brasil


A AF possui uma importância extremamente elevada no Brasil, pois ela garante que o cuidado em saúde
atenda à diretriz de integralidade do SUS. Tendo em vista o grande número de habitantes e de usuários do
Sistema de Saúde, são apresentados desafios enormes, com demandas diversas por medicamentos e
insumos farmacêuticos, representando expressivos gastos de recursos públicos. Dessa forma, as políticas
públicas voltadas ao desenvolvimento da Assistência Farmacêutica no país são importantíssimas para a
população, para os profissionais de saúde e para os gestores do SUS.

Você poderá perceber melhor a importância da Assistência Farmacêutica acompanhando os principais


avanços nessa área, desde a criação do SUS, que tiveram impacto na sociedade.

Reorientação da Assistência Farmacêutica expand_more

Estruturou-se no tripé formado pela descentralização, pelo financiamento e pelas ações logísticas.
Estabeleceu e organizou as obrigações dos governantes nas ações de AF.

Recursos humanos em Assistência Farmacêutica expand_more

Formação da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde; ampliação do programa


Pró-Saúde para a Assistência Farmacêutica; publicação da Portaria nº 2.981/2009, estabelecendo a
utilização de parte dos recursos financeiros do Componente Básico da AF para a educação
continuada e para a afirmação do programa Qualifar-SUS, a fim de promover a educação permanente
com cursos presenciais e a distância.

Medicamentos essenciais expand_more

Adoção da RENAME e dos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas.

Uso racional de medicamentos expand_more

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Regulamentação de propagandas; adoção de um Sistema Nacional de Farmacovigilância pela


Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA); publicação das Boas Práticas Farmacêuticas;
reorganização das informações contidas nas bulas; normatização da prescrição/comercialização
dos antimicrobianos e da prescrição farmacêutica.

Desenvolvimento tecnológico e produção industrial expand_more

Aprovação da Política de Genéricos; e incentivo ao Complexo Industrial da Saúde (CIS), introduzindo


esse tema nos eixos estratégicos do planejamento em saúde da União.

Os avanços na AF representam grandes conquistas da sociedade nessa área, principalmente quando se


trata de incentivo ao acesso aos medicamentos, ao uso apropriado, bem como à redução de danos
causados por esses produtos.

video_library
Assistência Farmacêutica no SUS
Neste vídeo, o especialista destacará o desenvolvimento e consolidação da AF no Brasil e no mundo,
ressaltando como ela se estabelece nas Políticas Públicas.

playlist_play
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.

Assistência Farmacêutica no Mundo


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02:09 min.

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Assistência Farmacêutica no Brasil

play_arrow 02:51 min.

MÓDULO 1

Vem que eu te explico!

Assistência Farmacêutica no Mundo

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Assistência Farmacêutica no Brasil

play_arrow 02:51 min.

Falta pouco para atingir seus objetivos.


Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1

O Brasil, por meio do Sistema Único de Saúde, desenvolve diversas ações para promover a prevenção, a
promoção e a recuperação da saúde, atendendo aos princípios de diretrizes estabelecidos pela Lei
8.080/90, na qual se verifica a ideia de integralidade, incluindo as ações de Assistência Farmacêutica. Nesse
sentido, como você deve conceituar Assistência Farmacêutica?

Coleção de ações que envolve a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de


medicamentos e insumos, bem como a seleção, programação, aquisição, distribuição,
A prescrição, dispensação, garantia da qualidade, acompanhamento e avaliação da
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utilização de produtos e serviços, com a finalidade de obter resultados reais e objetivos,


além de otimizar a qualidade de vida dos indivíduos.

Conjunto de práticas profissionais centradas no paciente e orientadas por resultados. Elas


são imprescindíveis para promover a saúde, prevenir doenças, avaliar, monitorar, iniciar e
B
ajustar a medicalização e, então, garantir um tratamento seguro e eficaz na terapêutica
medicamentosa.

Conjunto das atitudes, dos comportamentos, dos compromissos, das inquietudes, dos
valores éticos, das funções, dos conhecimentos, das responsabilidades e das habilidades
C
do farmacêutico na prestação do cuidado farmacêutico, objetivando a obtenção de
resultados terapêuticos definidos e a melhoria da qualidade de vida do paciente.

Prática em que as pessoas tratam seus próprios sinais e sintomas, considerados “males
menores”, problema de saúde autolimitado e situações autodiagnosticáveis, com
D medicamentos aprovados pelos órgãos sanitários competentes e disponíveis, sem a
necessidade da prescrição médica, e de forma segura quando usados segundo as
instruções.

A liberdade e a capacidade de alcançar alguma coisa ou dela se utilizar. A respeito dos


medicamentos, o acesso está somado à ideia de adquirir de forma adequada, com
E
finalidade específica, na dose correta, por período adequado, com utilização racional e
resultando em resolução das ações em saúde.

Parabéns! A alternativa A está correta.


A Assistência Farmacêutica engloba todas as ações desde a pesquisa de medicamentos novos
até o acompanhamento da utilização desses produtos nos pacientes. As demais alternativas
estão inseridas no contexto da Assistência Farmacêutica, entretanto, não corresponde à sua
Questão 2
definição, na totalidade.
A Assistência Farmacêutica (AF) tem um papel fundamental na garantia do cuidado integral à saúde no
SUS. Entretanto, nem sempre foi assim. A AF no Brasil passou por diversos estágios, com fatos importantes

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que mudaram sua história e promoveram avanços no setor. O fato que promoveu a reestruturação da AF no
Brasil, de forma que essas mudanças ainda são observadas atualmente, é

A a criação do SUS.

B a publicação da Política Nacional de Medicamentos.

C a publicação da Política Nacional de Assistência Farmacêutica.

D a publicação da Lei 8.080/90, a Lei Orgânica do SUS.

E a realização da I Conferência Nacional de Medicamentos e Assistência.

Parabéns! A alternativa C está correta.


A Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF) norteia todas as demais áreas e
promoveu a reorganização da AF no SUS. As demais alternativas também representam marcos
importantes para a AF, entretanto, a PNAF foi a que reestruturou a AF para o que temos
atualmente no setor.

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2 - Ações governamentais relacionadas à Assistência


Farmacêutica
Ao final deste módulo, você será capaz de distinguir as ações governamentais relacionadas à
Assistência Farmacêutica.

Pesquisa, desenvolvimento e inovação


A pesquisa e o desenvolvimento, chamados de P&D, fornecem invenções e, consequentemente, inovações,
que são um ponto importante no crescimento e no desenvolvimento econômico de um país.

Em diversas regiões do mundo, o sistema de patentes tem evoluído, promovendo a inovação e o


desenvolvimento econômico, ao garantir direitos exclusivos por determinado tempo limitado, de forma que
um inventor possa recuperar os recursos gastos com a invenção.

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Farmacêutico trabalhando no setor de pesquisa e desenvolvimento.

Objetivamente, uma patente dá ao seu titular o direito de impedir que outras pessoas, sem o seu
consentimento, possam produzir, usar, colocar à venda ou importar o produto patenteado. Assim, o
chamado detentor da patente possuirá uma base sólida para negociar o financiamento dos custos de
desenvolvimento, além de participar de acordos de venda e/ou licenciamento do seu produto inovador.

A inovação tecnológica de um país pode ser mensurada por meio da proteção da propriedade intelectual
(PI) na forma de patentes. É interessante salientar que existe uma relação direta entre o crescimento
econômico de um país e a quantidade de pedidos de patente realizados por ele. Assim, você pode entender
a inovação tecnológica como um fator importante para a avaliação da produção interna de um país. É
possível perceber isso no quadro a seguir:

País Percentual (%) Total

China 42,8 1.338.503

Estados Unidos da América 19,4 606.571

Japão 10,2 318.381

Coreia do Sul 6,7 208.830

Alemanha 2,2 67.899

Demais países 18,8 588.716

Quadro: Maiores países depositantes de patentes.


Extraído de WIPO, 2017, WIPO intellectual property statistics data center, adaptado por Eduardo Freire.

Saiba mais

O Brasil ocupava o 62° lugar no Índice Global de Inovação em 2020. Essa posição não se correlaciona com o
desenvolvimento econômico, uma vez que o país é a 9ª maior economia do mundo. No que diz respeito às
patentes de medicamentos, existem debates entre o mercado farmacêutico e o sistema de saúde sobre se
o regime de patentes adotado possui implicações no grau de acessibilidade aos medicamentos pela
população no mundo.

O fato é que, se analisarmos pela ótica da competitividade no âmbito das políticas de ciência e tecnologia,
industrial e econômica, as patentes podem gerar grandes benefícios ao país. Entretanto, essa ótica não
dialoga com as políticas de governo para a saúde. Assim, se identificam impactos indesejáveis dos direitos

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de exclusividade, conferidos pela patente, sobre o preço dos medicamentos e sobre o acesso a esses
produtos.

Patentes e licenciamento compulsório


Você sabe o que é patente?
Você pode entender como sendo um título de propriedade temporária sobre determinada invenção, ou
modelo de utilidade, dado pelo Estado (governo) aos inventores ou autores, além de pessoas físicas ou
jurídicas que possuam direitos sobre uma criação. Em contrapartida, o detentor da patente fica obrigado a
revelar detalhadamente todo o conteúdo técnico de sua invenção.

O nosso país possui uma lei sobre patentes desde 1996, a chamada Lei das Patentes nº 9279/96, que
regulamenta os direitos e as obrigações referentes à propriedade industrial. Além disso, o Brasil, aderiu ao
“Acordo sobre os Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio” (Trips) — que
trata sobre patentes em todos os campos tecnológicos, exceto quando houver interesses de saúde pública.

Existem três tipos de patentes em nosso país, cada um deles têm um propósito e um tempo específico de
validade. Você pode conferir essa divisão a seguir.

Patente de Invenção (PI) expand_more

É aquela concedida aos produtos ou processos que são invenções novas; uma novidade com
aplicação industrial. Para as PIs, são concedidos vinte anos de exclusividade para o detentor
patentário, a partir da data do depósito do pedido de patente.

Patente de Modelo de Utilidade (MU) expand_more

É aquela concedida a produtos, ou uma de suas partes, de uso prático, passíveis de aplicação
industrial, que possuam nova forma ou disposição, e que envolva invenção, resultando em melhoria
funcional no seu uso ou em sua fabricação. Para esse tipo de patente, são concedidos quinze anos
de exclusividade, a partir da data do depósito do pedido de patente.

Certificado de Adição de Invenção (C) expand_more

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É aquela concedida aos aperfeiçoamentos ou desenvolvimentos incorporados a um objeto da


invenção, mesmo não sendo uma atividade inventiva, mas dentro do mesmo conceito de
inventividade. Nesse caso, a certificação será acessória à patente e com a mesma data final de
vigência.

E o licenciamento de produtos patenteados, você sabe o que é?


No universo da inovação, existem dois termos muito recorrentes, que são o licenciamento e a patente. Você
já aprendeu o que é patente, e agora vamos falar de licenciamento. Ambos os termos estão ligados, na
perspectiva da autorização para produção de itens inovadores, porém existe diferença entre eles.

O proprietário de uma patente pode realizar o licenciamento de sua fabricação por meio de um acordo
comercial. Ou seja, você pode entender o licenciamento como uma autorização concedida pelo detentor
patentário a uma ou mais empresas para fabricação e comercialização do seu produto. Isso, muitas vezes,
acontece quando o proprietário do produto patenteado não possui condições de produção, ou quando ele
deseja obter os royalties pela criação.

Outra forma de licenciamento pode ser observada quando uma empresa possui capacidade de produzir e
decide por fazer a partir de uma patente de terceiro. Nesse caso, um licenciamento de produção é celebrado
por meio de um contrato entre o inventor e o produtor.

Esse contrato vai estipular o prazo para fabricação, os royalties a serem pagos, as multas e outros acertos
comerciais. Basicamente, são acordados percentuais de 1 a 5% do faturamento líquido relacionado às
vendas do produto como pagamento ao proprietário da patente, ou mesmo participação no lucro líquido.

No âmbito dos medicamentos, existem muitas questões de política pública que são debatidas, desde muito
tempo, referentes ao sistema de propriedade intelectual, em especial sobre as patentes, no que diz respeito
ao desempenho na dinâmica de acesso aos medicamentos e a outras tecnologias de saúde, impactando na
Assistência Farmacêutica.

Reflexão
O que você pensa sobre esse assunto? Reflita um pouco sobre as implicações que a Lei das Patentes pode
gerar na Assistência Farmacêutica, mais especificamente no acesso ao medicamento.

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A ação governamental de adoção de uma política de patentes, expressa na Lei das Patentes e na adesão ao
acordo Trips, trouxe diversos impactos sobre a PNAF, principalmente sobre o objetivo de ampliação de
acesso. Estes são os principais impactos:

favorecimento da Indústria Multinacional Farmacêutica, que são as principais detentoras de patentes e


de capacidade de P&D;
ausência de uma política industrial para o setor farmacêutico;
pouco incentivo a P&D para novos fármacos, por parte de empresas brasileiras.

Para quem defende as patentes no setor farmacêutico, o argumento é que os grandes investimentos
despendidos em P&D de novos medicamentos poderiam nunca ser devidamente recompensados, se o
inventor não garantir a exploração exclusiva da invenção, e, consequentemente, faltariam recursos para
investimento em nova pesquisa e desenvolvimento. Assim, a patente garantiria os recursos financeiros
adicionais, compensando as incertezas de retorno envolvendo P&D, permitindo ainda novos e maiores
investimentos.

Porém, o que se observa é que, no mercado de produtos novos, os preços dos medicamentos e de novas
tecnologias são bastante elevados, dificultando o acesso à inovação e às novas terapias por grande parte
da população.

O Estado, no entanto, deve buscar a garantia do acesso da população aos medicamentos, no sentido de dar
materialização à integralidade do SUS. Mediante as diversas dificuldades enfrentadas pela população no
acesso aos medicamentos, principalmente em momentos de necessidades gritantes de saúde pública,
como no advento da AIDS e, mais recentemente, com a pandemia da Covid-19, é que questões sobre o
quanto as patentes influenciam na saúde pública vêm à tona. Uma dessas questões, que frequentemente é
citada na literatura que trata da dicotomia patentes-saúde pública, é o uso do licenciamento compulsório
por autoridades nacionais. De uma forma mais simples, a população entende isso como “quebra de
patentes”.

Mas o que você entende sobre licenciamento compulsório?


A licença compulsória ou obrigatória de patentes é uma suspensão temporária do direito de exclusividade
do detentor de uma patente. Assim, é permitido que a produção, o uso, a venda ou a importação do referido
produto ou processo patenteado sejam realizados por um terceiro.

Esse instrumento é uma ação governamental do país que forneceu a patente, e é uma forma de o governo
intervir no monopólio da exploração de um produto. Essa ação também pode ser considerada uma defesa
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contra possíveis abusos, porventura, realizados pelo detentor patentário, ou, como na maioria dos casos,
por motivos de interesse público.

Você deve ficar atento, pois o termo "quebra de patente" é incorretamente aplicado à
licença compulsória.

A “quebra de patente” diz respeito ao rompimento de contrato de licença entre o Estado e o detentor da
licença. Já o licenciamento compulsório não caracteriza esse rompimento, uma vez que o detentor da
licença continua podendo exercer as atividades referentes ao produto, só não tem mais a exclusividade.
Antes de o Governo tomar a ação do licenciamento compulsório, ele deve tentar realizar negociações com o
titular da patente. Caso essa negociação não tenha resultado positivo para o governo, ele deverá realizar
uma declaração explicitando o motivo que levará ao licenciamento compulsório e, depois do decreto dessa
licença, o governo deve royalties ao titular da patente como uma compensação financeira justa pela
exploração de seu invento.

Quais são as prerrogativas para que o governo realize o licenciamento compulsório?


Os artigos 68 a 74 da lei de propriedade industrial Nº 9.279/96 estabelecem o uso da licença compulsória
em diversas situações, como a garantia do interesse público (como nos casos de emergências sanitárias),
situações de emergência nacional, entre outros.

Quais são as vantagens dessa ação governamental?


Aquisição de versões mais baratas — com a possibilidade de outras empresas fabricarem o
medicamento, se estabelece a lei da concorrência e consequentemente há a diminuição dos preços
pagos pelo medicamento por parte do governo e da população;
Fortalecimento da política nacional de Assistência Farmacêutica — com o fim da exclusividade sobre o
produto, há o incentivo de novas plantas de produção do medicamento serem instaladas nas diversas
empresas do setor, o que aumenta a oferta do medicamento e consequentemente a disponibilidade para
a população;
Ampliação do acesso aos medicamentos — com novas empresas disponibilizando os medicamentos
com licenciamento compulsório, aumenta a possibilidade de acesso dos pacientes a esses produtos;
Estímulo à produção de medicamentos genéricos — as empresas que se favorecerem do licenciamento
deverão produzir cópias do medicamento inovador, de forma a fortalecer a produção de medicamentos
genéricos e, consequentemente, mais baratos.

Saiba mais

Essas vantagens foram observadas quando o governo brasileiro adotou o licenciamento compulsório sobre
medicamentos para o tratamento do HIV/AIDS, tornando o acesso aos medicamentos para essa doença
uma referência no mundo todo.

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Medicamentos genéricos

Os medicamentos genéricos surgiram no Brasil em 1999.

O medicamento genérico é aquele produzido com o(s) mesmo(s) princípio(s) ativo(s), na mesma dose e
forma farmacêutica, possui a mesma via de administração, e suas posologia e indicação terapêutica são
idênticas ao do medicamento de referência. Além disso, deve apresentar eficácia e segurança equivalentes
às do medicamento de referência e poderá ser intercambiável com o medicamento de referência.

Essas segurança e eficácia são garantidas por testes de equivalência, que abrangem comparação in vitro,
por meio dos estudos de equivalência farmacêutica e in vivo, com estudos de bioequivalência que devem
ser apresentados à Agência Nacional de Vigilância Sanitária para fins de registro.

A intercambialidade do medicamento prescrito pelo medicamento genérico correspondente apenas pode


ser feita por um farmacêutico e deverá ser registrada na prescrição do paciente.

Intercambialidade do medicamento
É a troca ou a substituição de um medicamento de referência pelo seu genérico ou do genérico pelo
medicamento de referência. Também pode haver intercambialidade entre o medicamento de referência com
medicamentos similares que possuam testes de bioequivalência e equivalência farmacêutica.

Você sabe como os medicamentos genéricos surgiram no Brasil?


A discussão sobre os medicamentos genéricos ocorre no Brasil, desde a década de 1970, e teve sua
materialização com o Decreto 3.181/99, que regulamenta a Lei no 9.787, de 10 de fevereiro de 1999, que
trata da Vigilância Sanitária e do medicamento genérico, além de adotar outras providências. Por sua vez, a
referida lei trata do estabelecimento do medicamento genérico.

Comentário
A adoção dos medicamentos genéricos no país foi uma ação governamental para promover a ampliação do
acesso aos medicamentos e fortalecer as ações de Assistência Farmacêutica. Com isso, foi possível o
estabelecimento das condições necessárias para a implantação de medicamentos genéricos, em acordo

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com as normas adotadas pela Organização Mundial da Saúde, além das normas adotadas por países da
Europa, pelos Estados Unidos e pelo Canadá.

Com isso, a partir dos anos 2000, os primeiros registros de medicamentos genéricos no país foram
concedidos, sendo observados 182 registros, e o governo adotou medidas de incentivo a sua implantação.

Quais foram as vantagens que os medicamentos genéricos trouxeram?


Podemos citar as vantagens para a população como:

Disponibilidade de medicamentos com preços menores, pois esses produtos devem ser, no mínimo, 35%
mais baratos que o medicamento de referência;
Redução dos preços dos medicamentos de referência, devido à concorrência dos genéricos;
Maior acesso a medicamentos de qualidade, seguros e eficazes.

Principais características dos medicamentos genéricos


Esses medicamentos devem: possuir uma tarja amarela na sua embalagem secundária; conter em destaque
na embalagem o termo "Medicamento Genérico"; apresentar a letra G maiúscula e em tamanho grande; e
conter na embalagem a frase “Medicamento Genérico Lei nº 9.787, de 1999”. Devido aos genéricos não
possuírem marca, o nome em destaque na embalagem é do princípio ativo do medicamento.

Qual é o papel do farmacêutico na produção dos medicamentos genéricos?


Os farmacêuticos se dedicam, em larga escala, à obtenção da modernização de plantas de fabricação e à
otimização de medicamentos genéricos, com a finalidade de garantir todos os padrões de qualidade
exigidos pelos órgãos sanitários do país. Para que os genéricos sejam disponibilizados ao consumidor final,
é preciso garantir que diversos padrões de qualidade sejam adotados em todos os processos de produção,
sendo a etapa mais importante a de assegurar que o genérico produzido seja realmente intercambiável com
um medicamento de referência.

Por fim, você sabe qual é o papel do farmacêutico na dispensação dos medicamentos genéricos?
A intercambialidade de medicamentos é regulamentada pela Anvisa e permite ao farmacêutico substituir
um medicamento de referência pelo correspondente medicamento genérico, sendo o inverso também
possível. Para que isso ocorra, deve ser observado se não há alguma restrição por parte do prescritor

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quanto à intercambialidade. A intercambialidade de medicamentos é uma atribuição privativa do


profissional farmacêutico. E, quando esse a fizer, deverá descrever a substituição realizada na prescrição,
colocar seu carimbo com nome e número de inscrição do Conselho Regional de Farmácia, datar e assinar. O
farmacêutico ainda deve ter em mente que, no ato da dispensação, deve-se orientar o paciente e esclarecer
suas possíveis dúvidas sobre o uso e a guarda do medicamento, objetivando seu uso apropriado.

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Patentes, licenciamento e medicamentos genéricos
Neste vídeo, o especialista irá apresentará os conceitos de patente e licenciamento de medicamentos e a lei
de genéricos.

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Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.

Pesquisa, desenvolvimento e inovação

play_arrow 02:19 min.

Patentes e licenciamento compulsório

play_arrow 02:38 min.

MÓDULO 2

Vem que eu te explico!

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Pesquisa, desenvolvimento e inovação

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Patentes e licenciamento compulsório

play_arrow 02:38 min.

Falta pouco para atingir seus objetivos.


Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O mercado farmacêutico no Brasil é um dos maiores do mundo, entretanto, o acesso aos medicamentos no
país continua apresentando dificuldades para a população. Na tentativa de melhorar o acesso aos
medicamentos, o governo adota medidas e políticas públicas para fortalecer a Assistência Farmacêutica e o
acesso aos medicamentos. Nesse sentido, uma ação governamental que altera as relações de um detentor
de patente de medicamento inovador com o mercado farmacêutico, sem que com isso o proprietário da
patente perca seus direitos sobre o produto, pode ser adotada na tentativa de ampliar o acesso aos
medicamentos por parte da população. Essa ação é chamada de:

A Quebra de licença.

B Patente.

C Licenciamento.

D Quebra de patente.

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E Licenciamento compulsório.

Parabéns! A alternativa E está correta.


O licenciamento compulsório é um instrumento que os governos podem adotar em situações de
necessidade sanitária para ampliar o acesso aos medicamentos, sem que o proprietário da
Questão 2
patente perca seus direitos. As demais alternativas não produzem esse efeito.
A Política Nacional de Assistência Farmacêutica, conhecida como PNAF, tem um papel fundamental na
garantia do cuidado integral à saúde, corroborando para o acesso aos medicamentos de forma segura e
apropriada. Com o norteamento da PNAF, os governos vêm trabalhando no sentido de ampliar o acesso aos
medicamentos e adotam políticas voltadas para essa finalidade. Uma das ações governamentais nesse
sentido foi a publicação do Decreto 3.181/99, que regulamentou no mercado brasileiro a disponibilização de
medicamentos 35%, no mínimo, mais baratos do que os medicamentos conhecidos como de referência.
Como é conhecido esse medicamento?

A Medicamento genérico.

B Medicamento similar.

C Medicamento inovador.

D Medicamento de referência.

E Medicamento de baixo custo.

Parabéns! A alternativa A está correta.


Os medicamentos genéricos, por serem mais baratos que os medicamentos de referência,
puderam ser adquiridos por pessoas com poder aquisitivo menos favorecido, ampliando assim o

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acesso a esses medicamentos. As demais alternativas estão dentro do âmbito do acesso aos
medicamentos, mas não são abrangidas pelo Decreto 3.181/99.

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3 - O farmacêutico e o uso racional de medicamentos


Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer o papel do farmacêutico no uso
racional do medicamento.

Acesso ao medicamento

O farmacêutico está inserido em todas as etapas do processo do medicamento.

O farmacêutico é o profissional do medicamento e, dessa forma, está inserido em todas as etapas do seu
processo, com a responsabilidade de atender às demandas de acesso e ao uso racional de medicamentos.

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Assim, é importante que você entenda alguns conceitos.

Você pode entender o acesso como a liberdade e a capacidade de alcançar alguma coisa ou dela se utilizar.
A respeito dos medicamentos, o acesso está somado à ideia de adquirir de forma adequada, com finalidade
específica, na dose correta, por período adequado, com utilização racional e resultando em resolução das
ações em saúde.

As maneiras pelas quais o acesso a medicamentos é promovido à população são


diferentes nos diversos países, pois dependerá de cada tipo de sistema de saúde e
da política ou programa de distribuição de medicamentos de cada região.

Quando falamos de sistemas universais de saúde, que são estruturados na justiça social e em princípios
como a universalidade e a igualdade de acesso aos serviços de saúde, você poderia esperar o acesso a
medicamentos de maneira igualitária e ampla. Entretanto, isso conta com abordagens diferentes e podem
ser verificadas com a gratuidade total em alguns países, a gratuidade dependente do grau de vulnerabilidade
dos pacientes ou, até mesmo, os sistemas de copagamento ou de coparticipação, nos quais o governo
custeia uma parte e os pacientes arcam com a outra parte do valor do medicamento.

Entenda as diferenças:

Europa expand_more

Em países como Reino Unido, Dinamarca, Suécia, Finlândia, Noruega, Suíça, Alemanha e França, o
valor total gasto com medicamentos fornecidos pelo serviço público é maior do que os valores
gastos pelos pacientes nas redes privadas.

América do Norte expand_more

Mais especificamente em países como os Estados Unidos da América, o gasto com a aquisição de
medicamentos na rede privada é imensamente maior.

América do Sul expand_more

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Estritamente no Brasil, o gasto público é um pouco maior que o privado, sendo seu acesso realizado
pelo SUS, e ocorre de duas formas: pela chamada via de direito ou extrajudicial (fornecido
normalmente nos serviços de saúde); e pela via judicial, quando o paciente não consegue seus
medicamentos nos serviços e precisa entrar com ações na justiça.

Atenção!
O tema acesso a medicamentos merece bastante atenção, justamente por causa das crises econômicas e
humanitárias instaladas em diversos países, que têm aumentado as barreiras de acesso aos medicamentos
nos serviços de saúde. Por essa razão, o tema foi introduzido nas metas do Milênio da Organização Mundial
da Saúde (OMS) e na agenda de 2030 para o desenvolvimento sustentável da Organização das Nações
Unidas (ONU).

Atuação do farmacêutico na garantia de acesso aos medicamentos


Você deve estar se perguntando: como eu farei para garantir o acesso aos medicamentos?

Como futuro farmacêutico, você vai atuar principalmente na execução do Ciclo da Assistência
Farmacêutica, em seus diversos níveis, tanto no setor público quanto na iniciativa privada. Veja o exemplo a
seguir:

Um farmacêutico pode atuar no Ministério da Saúde, nas Secretarias de Estado de Saúde, nas Secretarias
Municipais de Saúde, em hospitais, clínicas, ambulatórios, serviços de emergência, farmácias públicas e
privadas. Em todos esses lugares, você, como farmacêutico, deverá:

Programação
Definir os medicamentos que serão disponibilizados para os pacientes. Após essa definição, você deverá
estimar as quantidades necessárias para o atendimento de todos os pacientes.

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Aquisição
Em seguida você deverá realizar a compra desses medicamentos, uma vez que a aquisição de
medicamentos é uma atribuição do farmacêutico.

Armazenamento e distribuição
Após a compra, esses medicamentos deverão ser guardados de acordo com as boas práticas de
armazenamento, para que em seguida eles sejam distribuídos. O que pode ocorrer entre os entes
federativos, entre os serviços de saúde, entre os setores de um hospital e até mesmo do almoxarifado da
farmácia ou drogaria para as áreas de vendas.

Fase de dispensação e acompanhamento


Em seguida, vem a dispensação, que é a parte do ciclo na qual o farmacêutico tem contato com os
pacientes, faz as avaliações necessárias para que o medicamento seja entregue de forma a atender seu
uso apropriado e realiza o acompanhamento desses tratamentos.

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Então, você, como farmacêutico, atuando em esferas maiores, como o Ministério


da Saúde, ou em esferas menores, como uma drogaria, executará o Ciclo da
Assistência Farmacêutica para garantir que os pacientes tenham acesso aos
medicamentos.

Uso racional de medicamento


Segundo a OMS, a definição para uso racional de medicamentos é quando os pacientes recebem seus
medicamentos para suas necessidades de saúde em doses adequadas, por um período adequado e ao
menor custo para eles e para a comunidade.

Curiosidade
Há uma tendência atual para a adoção do termo “uso apropriado de medicamentos” (UAM) em vez de “uso
racional”, porque pode ocorrer o mau uso decorrente de racionalidades espúrias. Um exemplo disso é a
prescrição de um antimicrobiano de amplo espectro, na dose correta e por um período adequado, quando o
microrganismo causador da infecção é sensível a um antibiótico menos “potente”.

O uso irracional ou inapropriado de medicamentos é considerado um dos maiores problemas de saúde em


todo o mundo. A estimativa da OMS é que a grande maioria dos medicamentos são, de certa forma,
prescritos, dispensados ou vendidos de maneira inadequada, e que 50% de todos os pacientes não fazem
uso de forma correta.

Você encontrará na literatura, como exemplos de inadequação no uso de medicamentos, os seguintes fatos:

Uso de muitos medicamentos por paciente (polimedicação ou politerapia medicamentosa);


Uso inapropriado de antimicrobianos, como doses inadequadas, ou em casos de infecções não
bacterianas;
Excesso de uso de medicamentos injetáveis quando formulações orais seriam mais apropriadas;
Prescrição em desacordo com as diretrizes clínicas;
Automedicação inapropriada, em muitos casos, com medicamentos que necessitam de prescrição;
Não adesão aos regimes de posologia.

O farmacêutico e o uso apropriado do medicamento


Você já parou para pensar em como o farmacêutico garante o uso racional ou apropriado do medicamento?

Para você entender melhor como isso é possível, vamos ao exemplo:

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Estudo de caso

Se você estiver atuando em uma farmácia hospitalar ou comunitária, notará que os pacientes apresentam
todo tipo de receitas. Nelas, as prescrições podem ser de apenas um medicamento, ou, como ocorre na
maioria das vezes, muitos medicamentos na mesma receita.

Ação farmacêutica

É nessa hora que ocorre a ação farmacêutica mais comum, a avaliação da prescrição dos medicamentos.
Para que você possa dispensar os medicamentos e esses sigam a lógica do uso racional, você deverá
primeiramente realizar a avaliação técnica da receita, observando se todos os itens obrigatórios estão
presentes, como nome do paciente, nome do medicamento, dose, apresentação, posologia, tempo de
tratamento, identificação do prescritor e seu número de registro no respectivo Conselho de Classe.

Avaliação clínica

Em seguida, você deverá executar a avaliação clínica da receita, quando será verificado se o paciente
realmente precisa dos medicamentos prescritos, se estão nas doses e na posologia adequadas, se o tempo
de tratamento é suficiente, se não falta a prescrição de algum medicamento que o paciente precise, se há
alguma interação medicamentosa clinicamente significante entre os medicamentos prescritos e se há
algum medicamento genérico que possa substituir os prescritos.

Caso algum problema relacionado com os medicamentos (PRM) seja identificado na avaliação clínica, o
prescritor deverá ser contactado para possíveis soluções, e o paciente deve ser informado.

A dispensação do medicamento não é apenas a entrega dos medicamentos aos pacientes. Ela deve ser
realizada mediante a orientação quanto ao armazenamento, à forma de usar e aos potenciais problemas
que podem ocorrer com o uso dos medicamentos, que devem ser retornados caso se observe algum
problema.

Dessa forma, você, como farmacêutico, contribuirá, ou melhor, exercerá sua obrigação
profissional para o uso apropriado do medicamento.

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Atenção farmacêutica
A atuação do farmacêutico está muito além da entrega do medicamento aos pacientes. Existe um conceito
chamado Atenção Farmacêutica, que é entendido como um modelo de prática profissional na qual o
paciente é o foco das ações do farmacêutico. De acordo com a OMS, a Atenção Farmacêutica é o conjunto
de atitudes, comportamentos, compromissos, inquietudes, valores éticos, funções, conhecimentos,
responsabilidades e habilidades do farmacêutico na prestação do cuidado farmacêutico, objetivando a
obtenção de resultados terapêuticos definidos e a melhoria da qualidade de vida do paciente.

Saiba mais
A terminologia de Atenção Farmacêutica surgiu na década de 1990, como um conceito de nova filosofia de
trabalho farmacêutico. O profissional farmacêutico passou, então, a ter a função de orientar o paciente
sobre o uso adequado do medicamento. Essa interação direta do farmacêutico com os pacientes pode
esclarecer dúvidas e proporcionar mais segurança no tratamento.

As atividades realizadas na Atenção Farmacêutica são: educação em saúde, promoção do uso racional de
medicamentos; orientação farmacêutica; dispensação; atendimento farmacêutico;
acompanhamento/seguimento farmacoterapêutico; registro sistemático das atividades; mensuração e
avaliação dos resultados.

É importante ressaltar que a Atenção Farmacêutica é muitas vezes confundida com cuidados
farmacêuticos, assistência farmacêutica e farmácia clínica. Para que você não faça confusão entre essas
terminologias, veja as diferenças nos exemplos a seguir.

Cuidados farmacêuticos
São considerados como prática profissional centrada no paciente e orientada por resultados. Eles são
imprescindíveis para promover a saúde, prevenir doenças, avaliar, monitorar, iniciar e ajustar a
medicalização e, então, garantir um tratamento seguro e eficaz na terapêutica medicamentosa.

Exemplo 1 expand_more

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23/02/2022 19:53 A Assistência Farmacêutica no Brasil

Um farmacêutico atua desde a pesquisa de medicamentos novos, passando pela produção, pelo
ciclo da Assistência Farmacêutica, até o acompanhamento da utilização desses produtos. Em todas
essas áreas, esse profissional realizará ações voltadas à promoção, à proteção e à recuperação da
saúde e isso é chamado de Assistência Farmacêutica.

Exemplo 2 expand_more

Um farmacêutico atuante num serviço de saúde realiza consultas, prescreve e/ou ajusta o uso de
medicamentos, solicita exames laboratoriais e os interpreta, realiza reuniões com a equipe
multiprofissional para tomada de decisões a respeito dos tratamentos dos pacientes e realiza
cuidados farmacêuticos, isso é chamado de Farmácia Clínica.

Exemplo 3 expand_more

O farmacêutico atuante numa farmácia hospitalar ou comunitária, que desenvolve conjunto ações,
se comportando de forma a se responsabilizar pelo tratamento, e com valores éticos, objetivando
obter resultados terapêuticos definidos e melhoria da qualidade de vida do paciente, estará
realizando Atenção Farmacêutica.

Exemplo 4 expand_more

Um farmacêutico atuante numa farmácia hospitalar, comunitária ou num consultório farmacêutico,


que se responsabiliza pelo tratamento; prescreve, dispensa e administra medicamentos; realiza
curativos ou outros procedimentos de cuidados e/ou estéticos; orienta os pacientes; acompanha a
utilização dos medicamentos; realiza o segmento farmacoterapêutico; identifica e resolve PRM;
solicita e interpreta exames; e realiza terapias complementares de saúde, objetivando um tratamento
seguro e eficaz, está realizando Cuidados Farmacêuticos.

A partir dos quatro exemplos apresentados, confira a relação entre cuidados farmacêuticos, farmácia
clínica, atenção farmacêutica e assistência farmacêutica no diagrama a seguir:

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23/02/2022 19:53 A Assistência Farmacêutica no Brasil

Diferença entre Cuidados Farmacêuticos, Farmácia Clínica, Atenção Farmacêutica e Assistência Farmacêutica.

Automedicação responsável
Segundo a OMS, a automedicação responsável é uma prática na qual as pessoas tratam seus próprios
sinais e sintomas, considerados “males menores”, problema de saúde autolimitado e situações
autodiagnosticáveis, com medicamentos aprovados pelos órgãos sanitários competentes (como a Anvisa)
e disponíveis, sem a necessidade da prescrição médica, e de forma segura quando usados segundo as
instruções.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) reconhece essa prática, desde que seja praticada com a orientação
de um profissional habilitado. Por sua vez, o Conselho Federal de Farmácia (CFF) determina que os
medicamentos não sujeitos a prescrição médica, sejam prescritos pelos farmacêuticos, corroborando com
o que preconiza o CFM.

É importante você perceber que a Anvisa registra e libera para o mercado


medicamentos que não são sujeitos a prescrição médica. Entretanto, o órgão
sanitário não diz que não há necessidade de prescrição nenhuma, uma vez que
todos os medicamentos apresentam algum grau de risco à saúde e precisam de
acompanhamento da utilização por um profissional habilitado.

A automedicação responsável tem como finalidade:

a prevenção e o tratamento de sintomas e distúrbios que não tenham necessidade de consulta médica;
a redução da crescente demanda sobre o sistema de saúde, no caso de atendimento de males menores;
aumentar a oferta de cuidados de saúde para populações que moram em áreas rurais ou remotas.

Vamos ao exemplo:

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Um morador de uma área remota ou que não tenha acesso aos serviços de saúde pode buscar os
serviços de uma farmácia comunitária (que é um estabelecimento de saúde) para a aquisição de um
medicamento para o tratamento de um mal menor de saúde, como uma dor de cabeça. Esse paciente
solicita uma cartela ou blíster de dipirona de 1g.

Como sua dor de cabeça é muito forte e constante, esse paciente resolve tomar dois comprimidos toda
vez que sentir dor. Como a dor desse paciente pode surgir em horários variados e várias vezes ao dia, ele
precisa de uma prescrição desse medicamento feita por um farmacêutico, uma vez que, se ele repetir a
administração de dois comprimidos por mais de duas vezes no dia, passará da dose máxima diária
permitida para a dipirona e poderá sofrer os efeitos tóxicos do medicamento.

O farmacêutico, então, por meio do cuidado farmacêutico, examinará a necessidade de saúde do paciente
e poderá prescrever a dipirona com a posologia de 1g a cada 6 horas. Obedecendo, assim, a dose máxima
de 4g ao dia, e garantindo o uso seguro e apropriado do medicamento, o que contribui para a
automedicação responsável.

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Recomendação
O farmacêutico poderá prescrever os medicamentos não sujeitos à prescrição médica, nas seguintes
situações: aftas orais; candidíase; constipação intestinal; dermatite; diarreia (infantil e aguda), dismenorreia,
dispepsia e flatulência, algias e pirexias, cefaleias, espirro/congestão nasal, gripe, hemorroidas, náuseas e
êmeses, pediculose, tosse, entre outras.

Termos técnicos
O farmacêutico é um profissional da saúde e, como tal, deve conhecer os termos técnicos utilizados em sua
área de atuação, bem como os da saúde como um todo. Isso se deve ao fato de a maioria dos documentos
— prontuários dos pacientes, legislações, bulas, literatura específica, além de conversas e reuniões de
trabalho - utilizarem esses tipos de terminologias técnicas. Assim, para que você, como futuro farmacêutico,
possa compreender e interpretar a comunicação profissional, deve se atentar para os significados das
diversas terminologias técnicas utilizadas no âmbito de sua atuação.

É importante ressaltar que algumas terminologias são erroneamente utilizadas por profissionais da saúde,
bem como descritas na literatura. É comum ver equívocos de utilização dos termos drogas, medicamentos,
medicação, princípio ativo e remédios como sendo sinônimos; além de equívocos com a utilização de
formas farmacêuticas, especialidades farmacêuticas, medicamentos similares, medicamentos genéricos,
dose e dosagem, entre outros.

Dica

Para que você possa atuar na Assistência Farmacêutica e nas demais áreas de atuação, é recomendável
que você compreenda minimamente determinados termos técnicos em farmácia e termos técnicos em
saúde.

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As atividades clínicas do farmacêutico e o acesso aos
medicamentos.
Neste vídeo, o especialista mostrará a relação entre as atividades clínicas do farmacêutico e o acesso aos
medicamentos.

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Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.

Acesso ao medicamento

play_arrow 02:41 min.

Uso racional de medicamento

play_arrow 02:31 min

Atenção Farmacêutica

play_arrow 02:17

MÓDULO 3

Vem que eu te explico!

Acesso ao medicamento

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Uso racional de medicamento

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02:31 min

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Falta pouco para atingir seus objetivos.


Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O acesso aos medicamentos pode ser entendido como a liberdade e a capacidade dos pacientes de
alcançar os medicamentos, de forma adequada, com finalidade específica, na dose correta, por período
adequado, com utilização racional e obtendo resultado com resolução de suas necessidades de saúde. De
uma forma geral, os farmacêuticos contribuem para o acesso aos medicamentos no SUS por meio da
execução de que tipos de ações?

A Executando ações do Ciclo da Assistência Farmacêutica.

B Executando ações de Cuidados Farmacêuticos.

C Executando ações de Atenção Farmacêutica.

D Executando ações de Farmácia Clínica.

E Executando ações de Farmacovigilância.

Parabéns! A alternativa A está correta.


As ações desenvolvidas no âmbito do Ciclo da Assistência Farmacêutica têm por finalidade a
garantia do acesso aos medicamentos e seu uso apropriado. As demais alternativas estão
inseridas no âmbito do Ciclo da Assistência Farmacêutica, entretanto, mais voltadas para o uso
Questão 2
apropriado dos medicamentos.

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O farmacêutico é o profissional do medicamento e desenvolve diversas ações com finalidade de promover o


acesso e o uso racional de medicamentos. Nesse sentido, diversas formas de atuação ou práticas
farmacêuticas, contidas umas nas outras, foram desenvolvidas ao longo do tempo para alcançar essas
finalidades. Dentre as ações e práticas farmacêuticas, em que uma está contida na outra, existe uma
sequência para o alcance de seus objetivos. Como podemos descrever essa sequência?

Cuidados Farmacêuticos → Farmácia Clínica→Atenção Farmacêutica→Assistência


A
Farmacêutica.

Farmácia Clínica→Cuidados Farmacêuticos→Atenção Farmacêutica→Assistência


B
Farmacêutica.

Cuidados Farmacêuticos→Atenção Farmacêutica→Farmácia Clínica→Assistência


C
Farmacêutica.

Cuidados Farmacêuticos→Farmácia Clínica→Assistência Farmacêutica→Atenção


D
Farmacêutica.

Assistência Farmacêutica→Farmácia Clínica→Atenção Farmacêutica→Cuidados


E
Farmacêuticos.

Parabéns! A alternativa A está correta.


A sequência Cuidados Farmacêuticos (que é a prática farmacêutica direcionada ao
paciente)→Farmácia Clínica (área da farmácia voltada à prestação de cuidados farmacêuticos
em serviços de saúde)→Atenção Farmacêutica (conjunto de fatores como a responsabilização
pelo tratamento farmacoterapêutico)→Assistência Farmacêutica (conjunto de ações que vão
desde a pesquisa até o acompanhamento da utilização dos medicamentos pela população) se
torna correta por serem observadas ações do conceito de um, imediatamente, sendo executado
no outro. As demais alternativas não seguem essa lógica.

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Considerações finais
Você pôde acompanhar neste conteúdo os pontos mais importantes sobre os aspectos históricos da
Assistência Farmacêutica, como seu desenvolvimento ao longo dos anos e as principais ações para seu
desenvolvimento. Além disso, foi possível verificar também as ações governamentais relacionadas à
Assistência Farmacêutica, como as ações para o desenvolvimento e a implantação dos medicamentos
genéricos e o licenciamento compulsório.

Acompanhou ainda, finalizando o conteúdo, o papel do farmacêutico no acesso e no uso seguro dos
medicamentos e como suas ações contribuem para que os pacientes tenham tratamentos seguros e
eficazes.

headset
Podcast
Para finalizar este estudo, no podcast o especialista falará do histórico e importância da Assistência
Farmacêutica além de legislações que auxiliam e restringem o acesso a medicamentos.

Referências
ABESSA, D.; FAMÁ, A.; BURUAEM, L. The systematic dismantling of Brazilian environmental laws risks
losses on all fronts. Nat Ecol Evol 2019; 3: 510–11.

ALBUQUERQUE, C. N. Ciências farmacêuticas dicionário de termos farmacêuticos. 1. ed. Rio de Janeiro:


Guanabara, 2009.

BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE SECRETÁRIOS DE SAÚDE. Assistência Farmacêutica no SUS/ Conselho


Nacional de Secretários de Saúde. Brasília: CONASS, 2007.
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23/02/2022 19:53 A Assistência Farmacêutica no Brasil

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Assistência Farmacêutica no SUS: 20 anos de políticas e propostas para
desenvolvimento e qualificação — relatório com análise e recomendações de gestores, especialistas e
representantes da sociedade civil organizada. Brasília, 2018.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Cartilha para a promoção do uso racional de medicamentos/ Ministério da
Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de Assistência
Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Brasília, 2015.

COHEN P.A. et al. Pharmaceutical doses of the banned stimulant oxilofrine found in dietary supplements
sold in the USA. Drug Test Anal. 2016.

HAFNER, T. et al. Defining pharmaceutical systems strengthening: concepts to enable measurement. Health
Policy Plan, 2017; 32(4): 572584.

KULIK, A. et al. Impact of statin use on outcomes after coronary artery bypass graft surgery. Circulation,
2008; 118: 1785–92.

LOFGREN, H.; BOER, R. D. Pharmaceuticals in Australia: Developments in regulation and governance. Soc.
Sci. Med. 2004, 58, 2397–2407.

SANTOS, R. I. et al. Políticas de saúde e acesso a medicamentos. Florianópolis: UFSC, 2016.

WIPO. WIPO intellectual property statistics data center. Consultado na internet em: 17 out. 2021.

Explore +
Pesquise o artigo Assistência farmacêutica no Brasil: uma realidade em busca de tratamento, de Rodrigo
Grazinoli Garrido, publicado na Revista Saúde Coletiva em 2009, e descubra um pouco mais sobre as
características da Assistência Farmacêutica em nosso país.

Aproveite para conhecer o artigo Assistência farmacêutica no Sistema Único de Saúde (SUS): percepções
de graduandos em Farmácia, de Claudia Benacchio Nicoline e Rita de Cássia Padula Alves Vieira, publicado
na Interface — Comunicação Saúde Educação, em 2010, e confira como seus colegas de graduação
percebem a Assistência Farmacêutica no Brasil.

Não deixe de ler também o artigo Essencialidade e assistência farmacêutica: considerações sobre o
acesso a medicamentos mediante ações judiciais no Brasil, de João Maurício Brambati Sant'Ana e
colaboradores, publicado em 2011 na Revista Panamericana de Salud Publica, para compreender um pouco
mais sobre a essencialidade dos medicamentos, o acesso a eles e sua judicialização.

Obtenha mais informações acessando o Vocabulário controlado de formas farmacêuticas, vias de


administração e embalagens de medicamentos no site da Anvisa
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23/02/2022 19:53 A Assistência Farmacêutica no Brasil
administração e embalagens de medicamentos, no site da Anvisa.

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